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Índice

1. Introdução ................................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

2. FUNCIONALISMO PÚBLICO .............................................................................................. 5

2.1. Os recursos humanos ........................................................................................................... 5

2.2. Formas de constituição da relação ....................................................................................... 6

3. O Procedimento de concurso ................................................................................................... 7

3.1. Tipos de concurso .................................................................................................................... 7

3.1.1. O concurso de ingresso ......................................................................................................... 7

3.1.2. Concurso de promoção ......................................................................................................... 7

3.1.3. O visto do Tribunal Administrativo ...................................................................................... 8

4. PRINCÍPIOS ........................................................................................................................... 9

4.1. Princípio da Isenção e Imparcialidade ................................................................................. 9

4.2. Princípio da Incompatibilidade (art. 7º) ............................................................................... 9

4.3. Princípio da probidade ....................................................................................................... 10

4.4. Princípio da exclusividade ................................................................................................. 10

5. NOÇÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO APARELHO DO ESTADO ........................ 10

5.1. Relação jurídica ..................................................................................................................... 10


1
5.2. Contratos na administração pública ....................................................................................... 11

5.3. Capacidade dos contraentes ................................................................................................... 12

5.4. Mútuo consenso ..................................................................................................................... 12

5.5. Objecto dos contratos administrativos ................................................................................... 12

5.6. Competência para contratar ................................................................................................... 12

5.7. Gestão de recursos humanos .................................................................................................. 13

6. REGIMES ESPECIAIS DE ACTIVIDADE. ........................................................................... 13

6.1. Modelos.................................................................................................................................. 13

6.1.1. Destacamento ...................................................................................................................... 13

6.1.2. Comissão de serviço ........................................................................................................... 14

6.1.3. Substituição ......................................................................................................................... 14

6.1.4. Acumulação de funções ...................................................................................................... 15

7. O CARÁCTER PÚBLICO DA RELAÇÃO JURÍDICA DE TRABALHO


DOSFUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ............................................................................................ 15

7.1. Características da relação de Emprego Público ..................................................................... 16

7.2. O carácter subordinado da relação de emprego publico ........................................................ 16

8. DIREITOS E DEVERES DO FUNCIONÁRIO E AGENTE DO ESTADO........................... 17

8.1. Direitos ................................................................................................................................... 17

8.1.1. Remuneração....................................................................................................................... 17

8.2. Deveres .................................................................................................................................. 18

2
8.2.1. Dever de permanência no posto .......................................................................................... 18

8.3. Disciplinas na administração pública..................................................................................... 20

8.4. Finalidade de aplicação das medidas disciplinares ................................................................ 20

9. CESSÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO ESTADO .................................................... 22

10. Conclusão................................................................................................................................ 24

11. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 25

3
1. Introdução

Neste trabalho abordaremos sobre o tema funcionalismo público. Procuraremos trazer a noção do
funcionalismo e a sua manifestação no nosso ordenamento jurídico. A administração pública,
representando um conjunto de órgão com a atribuição de realizar a função púbica, carece de
elementos humanos para lhes realizar e expressar a vontade.
Esses elementos são havidos por funcionários públicos lato sensu. À qualidade de funcionários
públicos estão vários elementos relacionados, designadamente o processo de ingresso ao
funcionalismo e ainda as outras formas de designação daqueles que exercem a actividade
administrativa pública. Caberá ainda tratamento neste subtema, as vicissitudes do funcionalismo
público, partindo dos direitos e deveres até às formas de cessação da relação de emprego público.
É nótula importante para se conhecer ainda o regime disciplinar da função pública, o
tratamento jurídico do processo disciplinar.

1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


• Procurar compreender o funcionalismo público

1.1.2. Objectivos específicos


• Compreender o que é funcionalismo público;
• Procurar entender como se estabelece a relação entre o cidadão e o Estado;
• Mostrar através dos dispositivos legais a cessão da relação entre o cidadão e o Estado.

4
2. FUNCIONALISMO PÚBLICO
Quando se fala de funcionalismo público pode o termo ser entendido como trabalhar
na Administração Pública.
O funcionalismo público, é a relação que se estabelece entre o funcionário ou servidor público e a
própria Administração Pública. Pode ainda entender-se como funcionalismo público a constituição
da relação de trabalho no Estado. A luz do artigo 10 da Lei nº 10/2017 de 1 de agosto e o artigo 3
do Decreto nº 5/2018. O Decreto nº 5/2018 que é o Regulamento do Estatuto Geral dos
Funcionários e Agentes do Estado, no artigo 3, define a relação de trabalho entre o Estado e o
cidadão através da abertura de concurso, salvo em casos em que a lei o dispensa. A lei 10/2017 no
artigo 10 diz que a relação constituída entre o Estado pode ser feita através de nomeação ou
contrato. Antes de prosseguir importa diferenciar os conceitos de funcionários e agentes públicos.
Considera-se funcionário público aquele que trabalha num serviço público. Trata-se de um gente
administrativo que está sujeito a regime jurídico. Agente do Estado é aquele que representa o
Estado num determinado cargo permanente e remunerado1

2.1. Os recursos humanos


Na administração púbica os recursos humanos podem ser encarados de duas formas extremas,
radicalmente opostas:
Modelo de carreira (ou modelo francês), as pessoas entram para ao serviço da administração
púbica, usualmente através de concorrência (concurso), e ai ficam muitas vezes muitas vezes, a
vida inteira sendo, regularmente promovidos a partir de uma posição de entrada ate a uma posição
de topo na carreira que abraçaram;
Modelo de emprego (modelo dito norte-americano), a prestação de serviços a administração
púbica, tende a ser considerada como um acidente de duração variável na vida do cidadão; a
entrada para a administração pública faz-se por eleição e escolha mais ou menos condicionada,
consoante aos casos; o novo agente ao serviço da administração deixa temporariamente a sua
actividade profissional e dedica alguns anos da sua vida ao serviço público; terminado este período,
regressa a aquela actividade.

1
Conceito cessado em ciberduvidas.iscte-iul.pt

5
O modelo de carreira contribui para a formação de um escol burocrático, isto é, de uma
elite profissionalizada de funcionários públicos, coisa que o modelo de emprego não proporciona.
Entretanto, considerar o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado (EGFAE) como um
regime especial é o mesmo que dizer que a lei do trabalho é de carácter subsidiário ao estatuto.
É lícito entender, portanto, que o direito do trabalho trata de uma generalidade de situações
laborais, enquanto o direito laboral da função pública trata de situações que, pela
sua particularidade estão inseridas do direito comum laboral. Na verdade, como nota o ilustre pro
fessor MENEZES CORDEIRO, “as normas laborais comuns traduzem apenas adaptações de
valores gerais do Direito às particularidades do trabalho”, o que justifica que o direito laboral sirva
de direito comum ao direito laboral da função pública2

2.2.Formas de constituição da relação


O artigo 10º do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado estabelece que as relações
de trabalho na função pública constituem-se por via da nomeação ou por via do contrato. Portanto,
em face do que a lei dispõe deve entender-se que são dois os factos constitutivo da relação jurídica
de emprego público, nomeadamente: por via da decisão unilateral da administração pública ou por
via de acordo contratual. É o que resulta do Decreto nº 5/2018 REGFAE3, para o provimento de
pessoas capazes de preencher os requisitos da vaga pleitada.
A fase do recrutamento se dá por meio de publicação de edital, que deve conter todas as
especificações, número de vagas, dentre várias outras. Os números 1 e 2 do artigo 6º do REGFAE,
diz que a Presidência da República, a Assembleia da República e o Gabinete do Primeiro Ministro,
podem celebrar contrato, com dispensa de concurso num período de 5 anos, podendo ser renovado.
O professor João Caupers4, apresenta dois modelos em que se pode encarar a questão dos recursos
humanos da administração púbica como vimos acima; o modelo francês, que é aquele que o
cidadão entra na administração púbica através do concurso e o modelo norte-americano, neste
modelo a prestação de serviços á administração púbica tende a ser considerada como acidente de
duração variável na vida do cidadão; a entrada para a administração púbica faz-

2
CORDEIRO, Menezes, Manual de Direito do Trabalho, reimpressão, Livraria Almedina, Coimbra 1994pág. 66-67
3
Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado
4
CAUPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo, 11ª ed., Âncora Editora;

6
se por eleição ou escolha mais ou menos condicionada, consoante os casos; o novo agente ao
serviço da administração deixa temporariamente a sua actividade profissional e dedica alguns anos
da sua vida ao serviço público, terminado este período, regressa aquela actividade.

3. O Procedimento de concurso
A constituição da relação de emprego público é precedida pela fase de concurso público, que é
regido por regras específicas que constituem o que alguma doutrina designa de procedimento
concursal.
O princípio é o de que o ingresso nas carreiras profissionais se faz, regra geral, por concurso para
o recrutamento dos agentes administrativos em geral e dos funcionários públicos em particular
deve reger-se pelos mesmos princípios que regem a administração, da democracia, igualdade.
O concurso público é ele próprio, num procedimento, no sentido de que representa um conjunto
de actos jurídicos, que são, como é óbvio, efectivamente, uma categoria, uma espécie do género
factos jurídicos. O procedimento de concurso é, como se pode constatar a partir do regime jurídico
que rege, de natureza complexa, englobando quer a fase de selecção do pessoal.

3.1. Tipos de concurso

3.1.1. O concurso de ingresso


O concurso de ingresso consiste na faculdade de apresentação de candidatura de todos
quantos pretendam ser admitidos para os cargos da função pública. O concurso de ingresso pode
serhabilitação ou provimento. São de habilitação o concurso que têm a finalidade de apurar os
candidatos aptos a ocuparem, exercerem determinadas funções na Administração Pública.
Portanto, não se trata da sua admissão, mas sim apurar os potenciais candidatos para admissão. E
são de provimento o concurso de ingresso que tenham por finalidade apurar candidatos aptos
a preencher determinadas vagas existentes.

3.1.2. Concurso de promoção


É de natureza obrigatória para os funcionários da mesma carreira e consiste na apresentação de
candidaturas de todos quantos se acham com os requisitos necessários para progressão na carreira
profissional.

7
Como regra geral para o ingresso na função pública, de acordo com o que dispõe o artigo 35 do
EGFAE. Portanto, será em princípio nulo o provimento para os lugares dos quadros da
função pública, quando não precedida de concurso público, salvo se:
• Se tratar de carreiras de classe única, para cujo ingresso se exige apenas o requerimento
dos interessados.
Diz-se classe, à posição que o funcionário ocupa na
respectivacarreira, por exemplo a carreira de auxiliar administrativo a que corresponde al
gumas dasseguintes categorias profissionais: arquivista auxiliar, chefe de cozinha,
condutor de veículos pesados.
• For o ingresso numa determinada carreira, dos funcionários que no respectivo sector do
serviço público haja adquirido habilitações profissionais ou académicas correspondentes
aos requisitos exigidos pelos qualificadores do quadro onde se encontra a vaga
que pretende preencher;
• Os agentes administrativos em comissão de serviço cujo período de duração da comissão
tiver sido superior a cinco anos, podem ser titularizados numa categoria da função pública.

3.1.3. O visto do Tribunal Administrativo


A lei exige, como regra geral, o visto do Tribunal Administrativo como requisito dos actos
de provimento e sanciona a sua violação pela nulidade. O visto do Tribunal Administrativo é um
aforma de controlo das despesas públicas. O visto é condição de eficácia dos actos. Portanto, o
visto é um requisito de eficácia do provimento. Sem visto, o acto é ilegal pois, ele permite ao acto
produzir os seus efeitos assim a sua recusa o torna ineficaz.
Pelo critério orgânico, poucas dúvidas se levantam no nosso sistema quanto à natureza jurídica do
visto pois, o órgão que o concede é um verdadeiro tribunal e os mecanismos de sua concessão são
inequivocamente jurisdicionais.
Portanto, o visto do Tribunal Administrativo tem natureza jurisdicional. Importa referir que, a
posição do visto do Tribunal Administrativo sobre um acto administrativo, não obsta a que o
mesmo seja objecto de jurisdição contenciosa do mesmo tribunal. Aliás, o que levanta problemas
quanto ao alcance do caso julgado do visto.

8
4. PRINCÍPIOS
No exercício das suas funções na Administração Pública, o funcionário e agente do Estado,
obedecem a certos princípios gerais.

• Princípio da legalidade
O cidadão enquanto funcionário e agente do Estado, no exercício das suas funções na
Administração Pública, esta sujeito exclusivamente ao serviço de interesse público, vinculados à
constituição da República e demais legislação aplicável. O agente deve agir em total conformidade
com a lei. O número 2 do mesmo artigo vem a estabelecer que “O funcionário e agente do Estado
devem ter uma conduta responsável ético-profissional, actuar com legalidade e justiça no respeito
pelos direitos, liberdades e interesses legalmente protegidos dos cidadãos e de outras pessoas
colectivas públicas e privadas.”

4.1.Princípio da Isenção e Imparcialidade


No exercício das funções públicas, o funcionário público e agente do Estado actuam com isenção
e imparcialidade, estando sujeitos ao regime de impedimentos e suspeições previstos na lei. Este
princípio estabelece que o acesso a função pública não pode ser prejudicada ao cidadão por razão
da cor, raça, sexo, religião, deficiência, etc., isto resulta do nº 2. Este princípio vem a regular
situações em que porventura o cidadão venha a tomar decisões de interesse
próprio. Na sua actuação os funcionários e agentes do estado devem atender a todos da mesma fo
rma, como está previsto no número 2 do mesmo artigo, sem discriminação de qualquer natureza
apresentadas no mesmo artigo.

4.2.Princípio da Incompatibilidade (art. 7º)


Este princípio vem a priori mostrar a incompatibilidade existente entre o funcionário e agente do
Estado como os demais funcionários. A qualidade de funcionário e a de agente do Estado é
incompatível com exercício de outras actividades profissionais, segundo a alínea b) do número 1,
as que possam comprometer o interesse público ou a imparcialidade exigida no exercício
de funções públicas; a alínea c), as actividades profissionais que tenham horário coincidente com
ode serviço publico em que o funcionário ou agente do Estado esteja a realizar actividade.

9
4.3.Princípio da probidade
O funcionário e agente do Estado observam os valores de boa administração e honestidade no
desempenho de suas funções, não podendo solicitar ou aceitar, para si ou para terceiros, directa
e indirectamente, quaisquer presentes, empréstimo, facilidades ou quaisquer ofertas que
possam pôr em causa a liberdade da sua acção, independência do seu juízo e a credibilidade ea
utoridade da Administração Pública, dos seus órgãos e serviços.

4.4.Princípio da exclusividade
Na execução das suas actividades, o funcionário e agente do Estado obedece ao princípio deexcl
usividade.
Do que se pode ler no número 2º do mesmo artigo ao definir que só é permitido…se pode
compreender que ao funcionário e agente do Estado não lhe é permitido exercer mais de duas
funções em simultâneo no aparelho do Estado.
Essa é interpretação que se pode retirar a priori, mas continuando com a leitura, só é permitido o
exercício simultâneo de funções, em mais de um órgão ou instituições do Estado pelo
mesmo funcionário, quando fundada no interesse público e autorizada por dirigente competente,
verificada uma das seguintes circunstâncias:
a) Inerência das funções;
b) Actividade de carácter temporário e compatível;
c) Funções de docência, investigação ou produção cultural de horários compatíveis ou
compensáveis;
d) Outras circunstâncias determinadas por lei.
A bom rigor se pode compreender que o funcionário e agente do Estado a luz desse princípio que
ele só pode exercer uma única actividade na função pública salvo as circunstâncias apresentadas
neste artigo.

5. NOÇÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO APARELHO DO ESTADO.

5.1. Relação jurídica


Tendo em conta a definição da relação jurídica, trazida pelo Mota Pinto5, como sendo “toda a

5
PINTO, Carlos Mota. Teoria Geral do Direito Civil, 7ª Edição, Almedina, Lisboa, 2010

10
relação da vida social disciplinada pelo direito, mediante atribuição a uma pessoa de um direito
subjectivo e a imposição a outra de um dever jurídico ou de uma sujeição”, pode-se dizer que a
relação de trabalho no aparelho do Estado é uma relação jurídica, bilateral, que traduz um acordo,
entre a Administração Pública (A.P) e uma pessoa singular, por virtude do qual cada umadas partes
assume direitos e obrigações.

5.2. Contratos na administração pública


Segundo Marcelo Caetano6, o contrato administrativo é aquele que é formado segundo processo
administrativo, cuja execução esta subordinada á observância de normas de direito público, e
encontra-se submetido a jurisdição dos tribunais administrativos. A constituição da relação de
emprego no aparelho de estado por via contratual permite chegar facilmente à conclusão de tratar-
se de uma relação jurídica.
O esquema contratual é o que melhor representa a correspondência dos direitos e obrigações numa
relação jurídica. O carácter bilateral da relação encontra-se mais patente nas relações contratuais.
A respeito dos contratos já fizemos referência o artigo 6º Decreto 5/2018 que regula o regime dos
contratos na administração pública, este decreto vem a regular o artigo 21º da Lei 10/2017,
EGFAE. Este artigo dispõe no numero 1 que: “os órgãos e instituições do Estado podem celebrar
contratos por tempo determinado, com regime próprio e com dispensa das alíneas e) e f) do artigo
13 do EGFAE ”. Esta modalidade de contrato segundo Marcelo Caetano, possui as seguintes
características:
a) Umas das partes é uma pessoa de direito público;
b) O contrato tem por objectivo prestações relativas ao cumprimento de atribuições
dessa pessoa colectiva;
c) O contrato duradouro e especialmente mediante retribuições, outra pessoa ao
cumprimento dessas atribuições da pessoa colectiva de direito público.
Os elementos essenciais dos contratos administrativos são:
a) A capacidade dos contraentes;
b) O mútuo consenso;
c) O objecto de contrato.

6
CAETANO, Marcelo, Manual de Direito Administrativo V. 1

11
Esses sãos os elementos essenciais que o professor Marcelo Caetano apresenta para que o contrato
administrativo fique perfeito.

5.3. Capacidade dos contraentes


De um lado esta uma pessoa colectiva do direito público representada por um órgão administrativo,
cujos actos condicionados, na sua validade, pela observância das leis que delimitam atribuições e
definem competências; logo, alem do exame da capacidade da pessoa colectiva para contratar, tem
de se verificar se o órgão que intervém é competente.

5.4. Mútuo consenso


Forma-se através de um processo administrativo, em muitos casos longo e demorado, tantas são
as cautelas de que a administração se rodeia para não serem prejudicados os interesses
que prossegue. Cada uma dessas cautelas origina formalidades que podem consistir em actosadm
inistrativos (autorização para contratar, aprovação da minuta) de cuja vontade dependente
a própria validade do contrato.

5.5. Objecto dos contratos administrativos


Deve consistir na formação de uma relação jurídica que se traduza em prestações ilícitas e
fisicamente possíveis. A legalidade da prestação terá que ser julgada à luz do Direito
administrativo.

5.6. Competência para contratar


São competentes para celebrar contratos os dirigentes com competências para nomear e outros
indicados em legislação específica.
Artigo 7º número 1 do REGFAE. A notificação para a tomada de posse é regulada pelo artigo 8º
do REGFAE, podendo o mesmo ser publicado em jornais, rádios e demais órgãos de informação
previsto no mesmo artigo. O início de actividades conta-se a partir da posse, salvo quando for
expressamente determinado em momento anterior e no momento da posse deve ser lido o
compromisso. O previsto na alínea a) do número 3 do artigo 9 para entidades nomeadas pelo
presidente da República e da alínea b) para os restantes dos funcionários.

12
5.7. Gestão de recursos humanos
A respeito da gestão de recursos humanos, a lei atribui competência respectivamente, aos órgãos
centrais, provinciais e distritais a gestão dos quadros de pessoal central, provincial e distrital. O
capítulo IV do REGFAE, dispõe de regimes especiais de actividade, como é o caso do artigo18º
acerca das mensalidades, enuncia o artigo as actividades que o funcionário do estado em nomeação
definitiva pode exercer temporariamente, são essas as actividades que resultam dos artigos
subsequentes e que tratam de matérias de destacamento, comissão de serviço, substituição,
acumulação de funções7.

6. REGIMES ESPECIAIS DE ACTIVIDADE.

6.1. Modelos
O funcionário do Estado com nomeação definitiva pode exercer temporariamente funções em
regime especial de actividades, designadamente:
a) Destacamento;
b) Comissão de serviço;
c) Substituição;
d) Acumulação de funções.

6.1.1. Destacamento
Segundo dispõe o artigo 19º, o destacamento há-de vir a ser a indicação do funcionário para
desempenhar uma determinada função fora do quadro de pessoal do Estado, contudo no interesse
do Estado. Tem-se como exemplo uma determinada empresa que presta um determinado serviço
e que a mesma actividade ou serviço executado por este, o Estado tem interesse. Assim sendo, a
administração pública indica um indivíduo que ira representar o Estado no lugar em que for deste.
Ele apesar não se encontrar no quadro de pessoal que se encontrar na administração pública,
continua sendo funcionário ou agente do Estado.
A iniciativa desta situação pode ser interna ou externa com todos os pressupostos que isso implica,
mas sempre por iniciativa do serviço e no interesse do Estado. É, por regra, por período não

7
Essas matérias são reguladas pelos artigos 20º a 22º do Regulamento do Estatuto Geral de Funcionários e Agentes
do Estado.

13
superior a 3 anos, podendo esse período ser prolongado por razões ponderosas de serviço. É uma
situação da competência dos dirigentes que têm competência para nomear.

6.1.2. Comissão de serviço


A comissão de serviço consiste na nomeação do funcionário para exercer cargo de direcção, chefia
ou de confiança na instituição que esta vinculado. A lei determina que, a comissão de serviço para
o exercício das funções fora da instituição a que esta vinculado, só pode ocorrer por via de
destacamento, o que resulta do artigo 20º no 2 do REGFAE. Note-se que o regime de comissão de
serviço obriga a provimento e posse com as respectivas formalidades idênticas às da nomeação.
Finda a comissão de serviço, os funcionários regressam à sua anterior condição na instituição de
origem.

6.1.3. Substituição
A substituição consiste na nomeação de um funcionário para exercício de funções de direcção,
chefia ou de confiança, por ausência ou impedimento temporário do titular, por período não
superior a 365 dias. Não algo que acontece de forma aleatória. A lei dispõe que a prioridade para
a designação para a substituição recai ao substituto legal. Ele pode substituir o titular duma função
desde que reúna requisitos exigidos pelo qualificador profissional dessa função ou exerça essa
função imediatamente inferior. A substituição não pode ser superior a 365 dias, quando termina
este período o dirigente competente faz cessar o substituto e nomeia um novo titular em regime de
comissão de serviço.
Note-se, logo à partida, que este regime só pode ser utilizado para preencher lugar de função de
direcção e chefia ou lugar de confiança, vago por não provimento do lugar ou impedimento do
respectivo titular por período não superior a 1 ano. Note-se mais que a substituição deve
recair prioritariamente no substituto legal (art. 21 no 2 do REGFAE) podendo no caso de
inexistência deste, ser designado substituto funcionário que reúna os requisitos do qualificador
profissional da função a substituir ou exerça função imediatamente inferior, isto resulta do no 2 do
REGFAE.
Excepcionalmente, não existindo no serviço funcionário satisfazendo os requisitos referidos pode
a designação recair em funcionário doutro quadro de pessoal do aparelho de Estado, por
determinação do dirigente com competência para nomear ou seu delegado expressamente
autorizado.

14
6.1.4. Acumulação de funções
A acumulação de funções consiste no exercício simultâneo, pelo mesmo funcionário de dois cargos
de direcção, chefia ou de confiança, idênticos ou do mesmo grupo salarial, por ausência ou não
provimento do titular de um deles, por período não superior a 180 dias findo o qual cessa é
nomeado o titular em regime de comissão de serviço.
Este regime significa o exercício simultâneo de duas funções pelo mesmo funcionário, por motivo
de ausência ou não provimento de uma dessas funções. A acumulação não deve exceder o período
máximo de 1 ano e deve aplicar-se para funções de nível idêntico.

7. O CARÁCTER PÚBLICO DA RELAÇÃO JURÍDICA DE TRABALHO


DOSFUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
O funcionário público garante através das suas actividades, as funções próprias e permanentes de
serviço público. Na relação de emprego público, o trabalhador (funcionário), é associado, através
da prestação da sua actividade, à prossecução de finalidades que integram as atribuições do Estado
ou das autarquias locais, as quais por sua natureza visam a realização do interesse público.
Um outro traço que indicia o carácter público da relação de emprego dos funcionários públicos
resulta da própria constituição da relação: através de um acto unilateral designadamente o acto
administrativo da nomeação. Normalmente a relação de emprego no aparelho do Estado tem
origem num acto autoritário e, por isso mesmo unilateral da Administração Pública, constitutivo
de direitos subjectivos (o direito ao lugar para o qual foi nomeado), cuja eficácia jurídica depende
da sua aceitação.
As relações de trabalho no aparelho do Estado ou das autarquias locais são verdadeiras
relações jurídicas de trabalho, mas sujeitas a um regime específico.
Ou seja, o facto de o agente público estar ao serviço da Administração Pública, cujo objectivo é o
interesse público reclama obviamente que, no desenvolvimento da actividade que presta, no
exercício das suas funções, esteja de igual feita subordinado ao interesse público e
consequentemente regido por um conjunto de normas específicas, nomeadamente o EGFAE e
legislação complementar8.

8
NEVES, Ana Fernanda; RelaçãoJurídicaDeEmpregoPúblico, Coimbra editor, 1999, pág. 255

15
Os funcionários públicos realizam as suas actividades profissionais dentro da Administração
Pública e como contrapartida auferem um vencimento ao fim de um mês. Estes
trabalhadores públicos realizam a sua actividade sob orientação dos órgãos da Administração Pú
blica. Com efeito, constitui dever especial do funcionário público cumprir exacta, pronta e
lealmente as ordens e instruções legais dos seus superiores hierárquicos relativas ao serviço, numa
clara demonstração do carácter subordinado da sua prestação laboral.
Neste sentido, o trabalho prestado pelo funcionário público é um serviço hétero
determinado, desenvolvido sob autoridade e direcção de outrem. A particularidade de justifica a
diferenciação dos regimes resulta fundamentalmente do facto de nas relações privadas o fim último
da actividade profissional do trabalhador se a satisfação de um interesse individual, a saber um fim
lucrativo ou fins não económicos; enquanto que nas relações de emprego público o fim último é a
satisfação de necessidades permanentes da Administração que têm a ver com a satisfação do
interesse geral. Com essa incursão, podemos concordar com o conceito de que relação de emprego
público é o vínculo complexo pelo qual um dos sujeitos (o particular) se obriga a desempenhar, de
forma profissionalizada e sob autoridade e direcção da Administração Pública, funções próprias e
permanentes da pessoa colectiva com a qual se relaciona mediante contrapartidas de natureza
pecuniária e social e o reconhecimento de um conjunto de direitos associados a uma maior
estabilidade de emprego.

7.1. Características da relação de Emprego Público


A publicidade da relação de emprego público impõe algumas restrições a autonomia privada do
funcionário público. Imposição essa resulte da necessidade de garantir a satisfação permanente e
continua do interesse pública destaca-se a seguir algumas dessas restrições.

7.2. O carácter subordinado da relação de emprego publico


A subordinação do funcionário em relação ao emprego público, traduz-se na situação de
dependência em que se encontra em face a vontade da entidade empregadora, neste caso o Estado
ou as autarquias locais. Ao compulsarmos o EGFAE damos conta de que o
funcionário público se vincula a alguns deves que demonstram a sua dependência a saber:
• Dever de obediência as ordens e determinações superiores ( a), n°1 art. 43 do EGFAE);
• O dever de não exercer outra função remunerada sem previa autorização;

16
• Dever de residências nos termos do qual o funcionário público deve residir em localidade
onde exerce funções. Portanto, o exercício de funções públicas determina o domicílio
necessário do funcionário, com resultado da posse do cargo.
As alterações unilaterais no conteúdo da relação de emprego público nas relações de trabalho p
rivado, a regra geral e a de que a modificação do conteúdo darelação depende ou não, do
consentimento de ambas as partes. Esta regra resulta do que dispõe a norma constante do artigo
70º da lei do trabalho. O mesmo já não acontece nas relações de trabalho público, porquanto, o
empregador público, por razões de conveniência de interesse público, normalmente se designa por
conveniência de serviço, pode alterar o conteúdo da relação. E que acontece quando, por
conveniência do serviço, o funcionário público e transferido de um local de trabalho para outro.

8. DIREITOS E DEVERES DO FUNCIONÁRIO E AGENTE DO ESTADO.

8.1. Direitos
A lei não só impõe deveres aos seus funcionários e agentes, estabelece direitos que lhes assiste. O
primeiro direito geral que lhes assiste é o de exercer a função para que foi nomeado. O artigo 47º
faz a menção dos direitos dos funcionários e agentes do Estado. O artigo 48º e seguintes nos
apresentam os demais direitos dos funcionários e agentes do Estado. O artigo 49º nos fala do direito
de documento de identificação, o artigo 50º dos direitos especiais da funcionária e do agente do
Estado, esse artigo vem assegurar à funcionária e agente do Estado, durante o período de gravidez
e após o parto. Alem dos que já foi referido, o funcionário e agente do Estado tem direito a
remuneração.

8.1.1. Remuneração
A remuneração do funcionário e agente do Estado é constituída por:
a) Vencimento;
b) Suplemento.
A lei estabelece que vencimento constitui a retribuição ao funcionário ou agente do Estado de
acordo com a sua carreira, categoria ou função, como contrapartida pelo trabalho prestado ao
Estado e consiste numa determinada quantia em dinheiro paga 0em período e local certo; art. 54º
nᵒ1.

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Constituem suplementos ao vencimento os abonos e subsídios atribuídos ao funcionário e a gente
do Estado, de carácter permanente ou não, nos termos constantes de regulamento específico.
Art.54º nᵒ3.
Estes artigos conjugam-se com o artigo 25º número 1 e 2 do REGFAE, o número 3 deste artigo,
estabelece que “todo o funcionário e agente do Estado em regime idêntico de prestação de serviço
tem direito a receber o vencimento igual por trabalho igual ”. As remunerações podem ser por:
• Substituição;
• Por trabalho extraordinário;
Regime excepcional. Essas remunerações resultam dos artigos 26, 27 e 28 do REGFAE. O EGFAE
apresenta para alem dos que foram apresentados pelo REGFAE a remuneração por:
• Interinidade;
• Acumulação de funções;
• Período de formação;
• Funcionário estudante;
Por trabalho nocturno. Anda dentro deste leque de direitos o funcionário gozado direito as férias,
dispensas. A lei estabelece que o gozo das férias não prejudica o direito às remunerações

8.2. Deveres

8.2.1. Dever de permanência no posto


A função exercida pelo funcionário porque corresponde a necessidade permanente da
administração pública deve ser desempenhadas de forma continua. Com efeito, a prestação do
serviço público obedece ao princípio da continuidade incompatível com a interrupção da
actividade do funcionário público. Tal é a imposição do princípio da continuidade que o
funcionário que pede a exoneração só pode deixar efectivamente de trabalhar depois da aceitação
do pedido, sendo lícito em nome do interesse público o indeferimento do pedido.
a) Dever de lealdade.
Consiste no desempenho de funções em subordinação aos objectivos do serviço na perspectiva de
prossecução de interesse público. O funcionário público deve orientar-se pelo
interesse público na realização da sua actividade, não servindo outros interesses sejam pessoais o
u deterceiros, sobretudo aqueles que contendem com o interesse geral.
b) Dever de sigilo.

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O funcionário público é obrigado a manter segredo sobre as informações de que saiba por causa e
no exercício das suas funções. Este dever vai para além da vida da relação de emprego público.
Pois, mesmo depois de cessada a relação o funcionário obriga-se a manter o segredo profissional.
Em algumas situações, o dever de sigilo perante o dever de informação que impende sobre os
funcionários públicos, dever este decorrente da lei de imprensa de direito fundamental de
informação, nestas situações, coloca-se sobre o funcionário a questão de saber que tipo de
informação deve prestar: entende-se que deve prestar apenas a informação não classificada.
c) Deveres na vida privada.
Já vimos os que são manifestações particulares que resultam da necessidade de dignificação da
função, salvo no que diz respeito a sua vida íntima do funcionário.
d) Deveres políticos.
São em geral deveres de fidelidade e lealdade para com a pátria. O funcionário e agente do Estado,
na sua actuação na administração pública, cumpre com os deveres impostos. Enquanto funcionário
do Estado ele deve total obediência a lei, o artigo 42º do EGFAE, já faz a menção dos deveres dos
funcionários e agentes do Estado. Dentre os vários deveres previsto neste artigo, importa
referenciar alguns destes deveres como é o caso que vem previsto na alínea a) que é o dever de
respeitar a constituição da república, as demais leis e órgãos do poder do Estado e outras
entidades públicas; esse é apenas uma amostra de um leque de deveres previstos no artigo acima
mencionado. Esses deveres, fazem parte dos deveres gerais do funcionário e agentes do Estado.
Por sua vez, os agentes e funcionários do Estado, cumpre também a semelhança dos deveres gerais,
os deveres especiais, o que resulta do artigo 43º do mesmo Estatuto. O número 1 deste artigo,
dispõe de certos deveres especiais que os funcionários se encontram obrigados a cumprir, destes
deveres se pode referir o que resulta das alíneas a) cumprir as leis, regulamentos, despachos e
instruções superiores e c) respeitar superiores hierárquicos; a alínea v) dispõe que o funcionário
e agente do Estado deve informar os dirigentes, funcionários com funções de direcção, chefia
sempre que tenha conhecimento da prática ou tentativa de prática de acto contrário a
Constituição da Republica, as leis, decisões do Estado, regulamentos e instruções.
A lei chama a atenção que o dever a obediência não inclui a obrigação de cumprir ordens e
instruções ilegais, resulta do artigo 44º número 1 do EGFAE, conjuga-se com o artigo 80º da CRM

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“o cidadão tem o direito de não acatar ordens ilegais ou que ofendam os seus direitos, liberdades
e garantias.” O número 2, o artigo 44º do Estatuto faz a menção do se pode entender de ordens
ilegais. São considerados ordens ou instruções ilegais as que:
• ofendam directamente a Constituição da República;
• sejam manifestamente contrárias as leis;
• provenham de entidades sem competências para o efeito;
• impliquem a preterição das formalidades legais;
• tenham sido dadas em virtude de qualquer procedimento doloso ou errada informação.
Os restantes números do artigo 44º, o legislador prevê que em situações que o funcionário se vê
ou encontra-se perante uma ordem ilegal, deve de imediato dar o conhecimento ao seu superior
hierárquico, deve dar a conhecer por escrito, por pena de ser solidariamente responsável.
Não só os funcionários e agentes têm dever, o artigo 45º trata dos deveres específicos dosdirigent
es, eles são responsáveis pela eficiência e eficácia do trabalho; estão sujeitos aos deveres
específicos como respeitar a constituição e as demais leis. Como vem estabelecido no artigo 2.

8.3. Disciplinas na administração pública


As regras disciplinares aplicáveis à disciplina na Administração Pública constituem
tradicionalmente um conjunto normativo muito marcado pelo carácter jurídico-público. O
funcionário ou agente público que não cumpre ou que falte aos seus deveres, abuse das suas
funções ou de qualquer forma prejudique a administração pública está sujeito a um processo
disciplinar…artigo 90º nᵒ1 EGFAE.

8.4. Finalidade de aplicação das medidas disciplinares


O nosso ordenamento a principal finalidade da sanção, é para além da repreensão e contenção da
infracção disciplinar a educação dos funcionários para lesão voluntaria e consciente da disciplina,
portanto, dentro da disciplina da função pública, a medida disciplinar tem três finalidades: a função
repreensiva, função persuasiva e a função educativa.
Todos os que tiverem conhecimento que um funcionário ou agente do Estado praticou infracção
disciplinar devem participar ao superior hierárquico do arguido. Art. 84º o 1 do REGFAE
conjugado com o art. 84 do REGFAEA lei estabelece os tipos de sanções disciplinares. Art. 93º
do EGFAE
1. Advertência;

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2. Repreensão pública;3.
3. Multa;
4. Despromoção;
5. Expulsão;

Advertência: critica feita ao infractor pelo respectivo superior hierárquico;


Repreensão pública: critica feita ao infractor pelo respectivo superior hierárquico na presença
dos funcionários e agentes do Estado do serviço onde o infractor esteja afectado;
Multa: desconto de uma importância correspondente pelo mínimo de cinco e máximo de 90dias,
graduada conforme a gravidade da infracção, que reverte para os cofres do Estado. O desconto em
cada mês é efectuado nos vencimentos do infractor, não podendo exceder um terço do seu
vencimento;
Despromoção: descida para a classe ou categoria inferior no primeiro escalão da faixa
salarial pelo período de seis meses a dois anos;
Demissão: afastamento do infractor do aparelho do Estado, podendo ser readmitido decorridos
quatro anos sobre a data de despacho punitivo, desde que cumulativamente:
i. haja vaga no quadro de pessoal;
ii. haja disponibilidade orçamental;
iii. se prouve que através do seu comportamento se encontra reabilitado.
Expulsão: afastamento do infractor do aparelho do Estado, podendo ser readmitido decorridos
oito anos sobre a data do despacho punitivo, que cumulativamente:
i. haja vaga no quadro de pessoal;
ii. haja disponibilidade orçamental;
iii. se prouve que através do seu comportamento se encontra reabilitado.
A lei dispõe que, o funcionário demitido ou expulso ou o agente com o contrato rescindido por
motivos disciplinares não havendo vaga na instituição anterior pode concorrer para ingresso
noutras instituições públicas. O artigo 111º do EGFAE, enuncia no número 1, que o processo
disciplinar se inicia por ordem do dirigente em resulta da participação ou conhecimento directo da
infracção.
Os artigos subsequentes dispõem que a participação ou queixa deve ser por escrito. O número 5
diz que sempre que necessário para o apuramento da verdade, o instrutor pode requisitar quaisquer

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serviços públicos, administrativas e policiais e elementos de provas materiais. Os artigos 85º, 86º,
87º, 88º do REGFAE, dispõe dos processos que se segue para a instauração do processo disciplinar.
O artigo 90º do mesmo dispositivo legal, dispõe do direito que o acusado tem de se defender. O
número 2 do mesmo artigo, faz-nos entender que ele tem o direito invocar testemunhas para a sua
defesa. O artigo 89º enuncia que deve haver cuidados ou devem ser tomados medidas apropriadas
para que não se altere o estado dos factos e dos documentos.
O arguido pode, querendo, ser assistido por advogado mediante apresentação da
procuração, para preparar a sua defesa por escrito, as reclamações, os recursos e pedidos de re
visão em autos de processo disciplinar, podendo para o efeito consultar o processo disciplinar
durante as horas de expediente, na presença do funcionário a quem o processo esteja a sua
guardamediante a autorização do superior hierárquico.

9. CESSÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO ESTADO


O vínculo jurídico-laboral estabelecido com o Estado por provimento ou contrato pode
cessar por iniciativa do próprio Estado ou do funcionário O artigo 229 do Estatuto Geral dos
Funcionários do Estado indica as formas que podem revestir essa cessação, abrangendo a perda
dos requisitos gerais de provimento e a dispensa do funcionário provisório, nos termos do nº 4 do
artigo 25 do EGFE. A relação entre o cidadão e o Estado ela cessa das seguintes formas:
• Mediante exoneração por iniciativa do funcionário;
• Exoneração por iniciativa do Estado;
• Denuncia;
• Rescisão;
Findas a relação com o Estado, o funcionário deve proceder a passagem de pastas, restituição da
habitação, material, equipamentos e meios da instituição no prazo de 90 dias.
Exoneração
A exoneração tem lugar a pedido do funcionário e aplica-se nos casos em que a relação de trabalho
foi iniciada por provimento e só produz efeitos a partir da data de conhecimento do respectivo
despacho. A lei obriga o funcionário a "manter-se no exercício das suas funções, ainda que haja
renunciado ao seu cargo, até que o seu pedido seja decidido".
Denúncia

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Cessa pelo seu cumprimento e realização do seu objecto, pela denúncia ou rescisão. A denúncia a
fazer quer pelo serviço, quer pelo funcionário, mas sempre com pré-aviso de 60 dias em relação
ao termo da validade do contrato ou da sua prorrogação, deve ser fundamentada.
Rescisão de Contrato
No que diz respeito à rescisão a fazer se apenas durante a vigência do contrato ela pode ter como
base o acordo inter-partes ou ser fundamentada em justa causa. O indeferimento do pedido de
rescisão do contrato, fundamentado em justa causa, dá lugar, querendo, a apelação para oTribunal
Administrativo.

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10. Conclusão
Abordou-se ao longo do trabalho a temática sobre o funcionalismo público. Que procurava
compreender a manifestação da relação entre o cidadão e o Estado. O grupo conclui que: o cidadão
pode ingressar no aparelho do Estado através do concurso que a administração pública tem
divulgado como forma de alcançar ou recrutar os cidadãos para o seu quadro.
Esta mesma relação, pode também ser estabelecida não apenas através de concurso, como através
da meação. À qualidade de funcionários públicos estão vários elementos relacionados,
designadamenteo processo de ingresso ao funcionalismo e ainda as outras formas de designação
daqueles queexercem a actividade administrativa pública.
Contudo tem-se que a prestação da actividade que é feita pelo funcionário não é autodeterminada,
pois deve ser realizada de acordo com as ordens e instruções dos superiores hierárquicos e com
base em preceitos legais. O funcionário público disponibiliza-se para obedecer às ordens e
instruções emanadas dos órgãos da Administração para a concretização da sua actividade.
Portanto, o objecto da relação do trabalho no aparelho do Estado é fundamentalmente a obrigação
de o funcionário colocar e manter disponível a sua força de trabalho manual ou intelectual.

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11. Referências bibliográficas
CAETANO, Marcelo, Manual de Direito Administrativo V. 1;
CAUPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo,11ª ed., Âncora Editora;
CORDEIRO, Menezes, Manual de Direito do Trabalho, reimpressão, Livraria Almedina,
Coimbra 1994 pág. 66-67;
PINTO, Carlos Mota, TeoriaGeraldoDireitoCivil, 7ª Edição, Almedina, Lisboa, 2010;
Legislação
Decreto 5/2018 de 26 de fevereiro, Regulamento do Estatuto Geral de Funcionários e Agentes do
Estado.
Lei 1/2018 de 12 de junho, Revisão pontual da Constituição da República de Moçambique;
Lei 10/2017 de 1 de agosto, Estatuto Geral de Funcionários e Agentes do Estado

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