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Direito do Trabalho
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ÍNDICE
Introdução ................................................................................................................................. 3
Direito do Trabalho ................................................................................................................... 4
1. Objecto e âmbito do Direito do Trabalho: ............................................................................ 4
2. As funções do Direito do Trabalho: ....................................................................................... 6
3. As fronteiras do Direito do Trabalho..................................................................................... 7
4. Noções gerais ........................................................................................................................ 9
5. A Constituição ..................................................................................................................... 10
6. Fontes Internacionais .......................................................................................................... 10
7. As fontes comunitárias ............................................................ Erro! Marcador não definido.
8. Fontes internas.................................................................................................................... 11
9. Normas legais de regulamentação do trabalho .................................................................. 11
10. Convenções colectivas de trabalho ................................................................................. 12
11. Os usos da profissão e das empresas .................................. Erro! Marcador não definido.
12. Hierarquia das fontes: a Relação entre as fontes internacionais e as fontes internas ... 13
13. A hierarquia das fontes internas ..................................................................................... 13
14. Os tipos de normas.......................................................................................................... 14
15. A função do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador ............................ 15
O Contracto de trabalho ......................................................................................................... 16
16. A noção legal do contrato individual de trabalho ........................................................... 16
17. Os tipos contratuais: contrato de trabalho e contrato de prestação de serviço ............ 19
18. A determinação da subordinação ................................................................................... 21
19. Os “contratos equiparados” ao contrato de trabalho .................................................... 22
20. Trabalho temporário ....................................................................................................... 23
21. Caracterização jurídica do contrato de trabalho. ........................................................... 25
22. O contrato de trabalho e a relação de trabalho.............................................................. 28
O Trabalhador ......................................................................................................................... 29
23. A noção jurídica de trabalhador ...................................................................................... 29
24. A categoria ...................................................................................................................... 30
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25. Flexibilidade funcional..................................................................................................... 31
26. O exercício de funções em comissão de serviço ............................................................. 32
27. A antiguidade .................................................................................................................. 33
28. Os deveres acessórios do trabalhador ............................................................................ 35
29. Dever de lealdade ........................................................................................................... 35
30. Dever de assiduidade ...................................................................................................... 36
31. Dever de custódia............................................................................................................ 37
O Empregador ......................................................................................................................... 37
32. A noção jurídica de empregador ..................................................................................... 37
33. A empresa e o empregador............................................................................................. 38
34. Os poderes do empregador ............................................................................................ 38
35. Poder confirmativo da prestação .................................................................................... 39
36. Poder regulamentar ........................................................................................................ 40
37. Poder disciplinar .............................................................................................................. 40
Conclusão ................................................................................................................................ 43
Bibliografia .............................................................................................................................. 44
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Introdução
Ao longo destas páginas, será possível verificar-se de uma forma clara e resumida a
importância da do Direito do trabalho e ficar a conhecer muitos dos seus princípios que
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Direito do Trabalho
O Direito do Trabalho não cria este modelo de relação de trabalho: limita-se a recolhê-
lo da experiência social, reconhecendo-o e revestindo-o de um certo tratamento
normativo. A dependência ou subordinação que caracteriza esse modelo não é
imposição legal, é um dado da realidade: quando alguém transmite a outrem a
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disponibilidade da sua aptidão laboral, está não só a assumir o compromisso de
trabalhar mas também o de se submeter à vontade alheia quanto às aplicações dessa
aptidão.
Fala-se também do trabalho por conta alheia para caracterizar, como uma
dominante económica ou patrimonial, o mencionado modelo de relação de trabalho.
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2. As funções do Direito do Trabalho:
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e meios de autotutela colectiva (acção sindical na empresa, meios de luta laboral).
Ora, para além dessa função de protecção, o Direito do Trabalho tem também a de
promover a específica realização, no domínio das relações laborais, de valores e
interesses reconhecidos como fundamentais na ordem jurídica global.
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As relações de trabalho autónomo, pela simples razão de que nelas não existe
subordinação jurídica do fornecedor de trabalho relativamente ao beneficiário final do
respectivo resultado, estão fora do objecto do Direito do Trabalho. Isto significa, desde
logo, que o ordenamento laboral não tem com tais situações uma conexão imediata e
estrutural.
Assim, o art. 249º/1 CRM, dispõe enfaticamente que, “no exercício das suas funções, os
trabalhadores da Administração Pública e demais agentes do Estado e outras entidades
públicas estão exclusivamente ao serviço do interesse público, tal como é definido nos
termos da Lei, pelos órgãos competentes da Administração”.
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4. Noções gerais
Usa-se a expressão fontes de Direito em vários sentidos. Retém-se somente a
acepção técnico-jurídica, segundo a qual se trata dos modos de produção e revelação de
normas jurídicas, ou seja, dos instrumentos pelos quais essas normas são estabelecidas
e, do mesmo passo, expostas ao conhecimento público.
Ao lado das fontes em sentido técnico, assumem grande relevo no Direito do Trabalho
outros factos reguladores ou conformadores das relações laborais, que fornecem
critérios de solução destituídos da autoridade das normas jurídicas, mas com forte
penetração modeladora na experiência social daquelas relações. Quer-se aludir a
elementos como as cláusulas contratuais gerais, suporte do contrato de trabalho por
adesão (art. 13º LT); os actos organizativos e directivos do empregador, quando
assumam forma genérica (regulamentos, ordens de serviço, etc.); os usos e
as práticas laborais, sobretudo quando gerados no quadro da empresa; as correntes
jurisprudenciais desenvolvidas pelos Tribunais Superiores, a chamada doutrina
dominante, nacional e estrangeira.
Existem tipos de fontes comuns à generalidade dos ramos de Direito. A lei (ou o
decreto-lei). Há, por outro lado, neste ramo de Direito, pelo menos um tipo privativo de
fonte: a convenção colectiva.
Pode-se assim distinguir, fontes heterónimas, estas (de que a lei constitui exemplo)
traduzem intervenções externas – do Estado – na definição das condições dos interesses
empregadores e trabalhadores; e fontes autónomas, (as convenções colectivas)
constituem formas de auto-regulação de interesses, isto é, exprimem soluções de
equilíbrio ditadas pelos próprios titulares daqueles, os trabalhadores e os empregados,
colectivamente organizados ou não.
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5. A Constituição
Os preceitos constitucionais com incidência no âmbito do Direito do Trabalho é
abrangido pelo regime dos direitos, liberdades e garantias, Assim, as normas em causa
vinculam imediatamente “as entidades públicas e privadas”.
6. Fontes Internacionais
Com natureza idêntica à dos tratados internacionais clássicos, surge, um conjunto
de instrumentos convencionais que, pelo conteúdo, visam a definição “constitucional”
de uma “ordem social internacional”.
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A norma geral constante da OIT, Com incidência nos mesmos temas (Escravidão,
servidão, trabalho forçado; liberdade sindical).
7. Fontes internas
Normas aplicáveis aos contractos de trabalho, aquilo que, ao tempo da publicação do
diploma, poderia ser considerado um elenco das fontes internas específicas do Direito
do Trabalho.
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da legislação do trabalho”, e o legislador ordinário teve de pronunciar-se sobre a
b) A concentração legislativa
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regulamentação das relações de trabalho propriamente ditas e a disciplina de certos
aspectos complementares que, no seu conjunto, definem juridicamente a situação
profissional dos trabalhadores envolvidos.
Define a lei certos elementos identificativos de cada convenção colectiva que, por
isso, nela devem figurar obrigatoriamente: a designação das entidades celebrantes, a
área e âmbito de aplicação e a data de celebração.
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domínios espacial, pessoal ou material de alguma delas.
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“imperativos-limitativos”, é largamente maioritário.
As normas por que se regem as relações de trabalho podem ter carácter meramente
permissivo ou supletivo; como podem indicar condições fixas, forçosas, intocáveis
pelos preceitos de fontes hierarquicamente inferiores; e podem ainda exprimir
condições julgadas mínimas para a tutela do trabalho, deste último grupo participam
também, normas que não mencionam expressamente a possibilidade de concretização
em mais, podendo pertencer ao grupo das disposições inflexíveis ou ao dos preceitos
dispositivos.
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O Contrato de trabalho
14. A noção legal do contrato individual de
trabalho
O Direito do Trabalho tem o seu campo de actuação delimitado pela situação de
trabalho subordinado. E esta delimitação é feita em termos práticos pela conformação
de um certo tipo de contrato que é aquele em que se funda a prestação de tal modalidade
de trabalho: trata-se do contrato individual de trabalho ou, mais correntemente,
contrato de trabalho.
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referência imediata a uma concreta actividade, no sentido de conjunto ou série de actos
com expressão física: é o que ocorre nos serviços de vigilância de instalações fora dos
períodos de laboração e com as estruturas de socorros nos aeroportos. Os trabalhadores
estão, aí, obrigados à presença e à disponibilidade; o cumprimento do contrato não se
esgota, como é óbvio, na efectiva actuação perante as emergências que podem surgir.
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colaboração devera tender para a obtenção da maior produtividade e para a promoção
humana e social do trabalhador) – bastante generalizado na linguagem corrente; e o de
“produtor”, consagrado nalguns sistemas latino-americanos. Essa diversidade não
impede, no entanto, que o denominador comum seja, entre nós, presentemente, a
palavra trabalhador.
C) Retribuição
D) Subordinação jurídica
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do contrato em causa.
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civil a acrescentar, art. _________ CC (O contrato de trabalho está sujeito a legislação
especial), que ficará sujeito a regime especial.
Logo depois, no art. ______ CC, introduz-se com efeito a noção do “contrato de
prestação de serviços”, nestes termos: “aquele em que uma das partes se obriga a
proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com ou sem
retribuição”. Avulta, neste enunciado, a contraposição fundamental do resultado do
trabalho à actividade, em si mesma, que caracteriza o contrato de trabalho.
O contrato de mandato, é aquele pelo qual uma das partes se obriga a praticar um
ou mais actos jurídicos por conta da outra (art. _____ CC) e presume-se gratuito salvo
se os actos a praticar forem próprios da profissão do mandatário (art. ______ CC).
Avulta aqui a natureza do serviço a prestar: trata-se de actos jurídicos ou seja, actos
produtivos de efeitos jurídicos, efeitos esses que interessam ao mandante, e que,
havendo prévia atribuição de poderes de representação ao mandatário, se vão
imediatamente produzir na esfera jurídica do mesmo mandante, como se fosse ele a
praticar.
O contrato de depósito, é aquele pelo qual “uma das partes entrega à outra uma
coisa, móvel ou imóvel, para que a guarde, e a restitua quando for exigida” (art. ______
CC), presumindo-se gratuito, isto é, sem remuneração do depositário, excepto se este
fizer disso profissão (art. ______ CC).
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16. A determinação da subordinação
Sendo a subordinação definida (pelo art. 18º LT) por referência à “autoridade e
direcção” do empregador, ou construída (pela doutrina) como um estado de
heterodeterminação em que o prestador de trabalho se coloca, nem assim fica o julgador
munido de instrumentos suficientes e seguros para a qualificação dos casos concretos.
Basta que, em geral, a “autoridade e direcção” do empregador se apresenta como meros
elementos potenciais; a verificação da sua existência traduz-se, empiricamente, num
juízo de possibilidade e não de realidade. E, nos casos em que a autonomia técnica se
tenha por intocável, mais difusa ainda se torna a viabilidade de um tal juízo.
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17. Os “contratos equiparados” ao contrato
de trabalho
a) O art. 20º LT: a noção de “contratos equiparados”
Esse pronunciamento da lei tem, ao menos, o sentido útil de uma tomada de posição
quanto à normal qualificação das situações consideradas: pressupõe nelas a inexistência
de subordinação jurídica. Não sendo de excluir, em absoluto, a viabilidade da hipótese
de trabalho subordinado no domicílio, é evidente que o art. 20º não se lhe refere. A
realização da actividade no domicílio do trabalhador não deixa grande margem para a
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referida hipótese.
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que, para esse efeito admite e remuneração”.
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denominador comum às suas modalidades: a estrutura obrigacional que envolve os três
personagens.
Há, aqui, que considerar dois laços distintos: por um, o trabalhador coloca-se à
disposição do cedente, aceita prestar o trabalho a terceiro, sob a direcção deste, e recebe
o salário; por outro, o cedente transfere a força de trabalho de que dispõe para o
utilizador, mediante um preço, em regra horário.
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surgindo entre reciprocamente condicionadas, segundo a vontade das partes. Assim,
cada um dos sujeitos do contrato se compromete a realizar certa prestação para que e se
o outro efectivar uma prestação que o primeiro interessa. É o que sucede no contrato de
compra e venda – e no contrato de trabalho.
Decerto que a presente orientação da lei nesse ponto reflecte uma desvalorização
progressiva do clássico sinalagma entre trabalho e salário.
B) Contrato consensual
Para que certos contratos sejam válidos, a lei exige que na sua celebração sejam
observados determinadas formalidades. Não basta que a vontade dos sujeitos seja
declarada por qualquer meio: a lei estabelece “que a declaração de vontade negocial só
tem eficácia quando realizada através de certo tipo de comportamento ou acções
declarativas. Esse tipo é que constitui a forma negocial”. Quando a lei formula, quanto a
certo contrato, uma tal imposição está-se perante um contrato formal.
A liberdade de forma, assim reconhecida, exprime uma opção, feita pelo legislador,
entre as vantagens de celeridade e maleabilidade no estabelecimento das relações de
trabalho e a conveniência de se dispor de meios de prova concludentes sobre o conteúdo
das estipulações.
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constitui o instrumento modelador das condições em que se desenvolverão as relações
entre as partes: a lei e, sobretudo, a contratação colectiva preenchem grande parte do
conteúdo regulatório característico do contrato de trabalho. A exigência de forma legal
para este contrato não significaria, assim, um reforço importante para a certeza e a
consistência das posições contratuais.
É óbvio que a natureza consensual do contrato de trabalho não resulta afectada por
esta imposição legal – antes, de certo modo, se reforça, visto que é retirada à alternativa
oposta grande parte do seu fundamento. Por outro lado, o legislador quis também
recusar a redundância: se o contrato de trabalho está reduzido a escrito, e contém todos
os elementos de informação que o art. requer, o dever de informação “considera-
se cumprido”.
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social.
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constituem o conteúdo da relação jurídica que entre eles se estabeleceu – é também, por
outro lado, certo que essa relação jurídica pode ser “modelada”, no decurso da sua
existência, pelas vicissitudes acontecidas no contacto entre o trabalhador e a entidade
patronal ou que nele se reflictam.
O Trabalhador
21. A noção jurídica de trabalhador
A pessoa que, no dizer do art. 2º LT, “se obriga, mediante retribuição, a prestar a
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sua actividade intelectual ou manual a outra pessoa, sob a autoridade e direcção desta”
é, como tantas vezes se sugeriu já, o personagem central na regulamentação das
relações laborais.
A lei actual cobre com o rótulo de trabalhador a generalidade das pessoas que
exercem uma actividade por conta de outrem em regime de subordinação jurídica.
22. A categoria
A posição do trabalhador na organização em que se integra pelo contrato define-se
a partir daquilo que lhe cabe fazer, isto é, pelo “conjunto de serviços e tarefas que
formam o objecto da prestação de trabalho” e ao qual corresponde, normalmente uma
designação sintética ou abreviada: contínuo, operador, pintor de automóveis,
encarregado, etc. A posição assim estabelecida e indicada é a categoria do trabalhador.
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constitui, na sua actual configuração legal, o objecto do contrato de trabalho.
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as que correspondem à sua função normal, ainda que não compreendidas na definição
da categoria respectiva”.
Mas, para além disso, a lei quer também evitar que o uso da “polivalência” se
traduza em directo prejuízo do estatuto profissional e da situação económica do
trabalhador: o exercício de actividades acessórias não pode “determinar a sua
desvalorização profissional ou a diminuição da sua retribuição”.
A aplicação do regime da comissão de serviço só pode ter lugar, nos termos do art.
1º/1 DL 404/91, relativamente a “cargos de administração” e, ainda, a “funções de
secretariado pessoal” ou outras previstas em convenção colectiva, “cuja natureza se
fundamente numa especial relação de confiança”.
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o trabalhador, do qual deve constar, nomeadamente, a “categoria ou funções exercidas
pelo trabalhador ou, não estando este vinculado à entidade empregadora, a categoria em
que se deverá considerar colocado na sequência da cessação da comissão de serviço, se
for esse o caso”. Note-se, porém, que o acordo pode estabelecer que o próprio contrato
de trabalho se extinga com a cessação da comissão.
A cessação da comissão de serviço pode ser decidida por qualquer das partes e a
todo o tempo, não carecendo de fundamentação expressa.
25. A antiguidade
O contrato de trabalho tem carácter duradouro, é de execução duradoura. O tempo é
um dos factores mais influentes na fisionomia da relação de trabalho concreta e mesmo
na conformação da disciplina jurídica que a tem por objecto.
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Pelo que diz respeito aos interesses da entidade patronal, ela significa que a
empresa pôde concretizar, ao longo de certo período, as disponibilidades de trabalho de
que carecia, mantendo-se incorporado um elemento de cuja integração nos objectivos da
empresa é garantia desse mesmo tempo de vinculação.
Para o caso de cessação do contrato numa altura do ano em que o trabalhador ainda
não tenha gozado as férias devidas, estabelece que esse período de férias será
adicionado à antiguidade. Por aplicação deste preceito, seja maior do que o período de
duração do contrato…
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entidade patronal. Essa protecção é assegurada pela lei, que proíbe o mencionado
expediente, mesmo no caso de o trabalhador ser contratado a prazo, e ainda que ele
tenha dado o seu acordo. A inobservância da proibição legal expõe o infractor uma
sanção, além de constituir possível justa causa de rescisão por parte do trabalhador.
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O dever de fidelidade, de lealdade ou de “execução leal” tem o sentido de garantir
que a actividade pela qual o trabalhador cumpre a sua obrigação representa de facto a
utilidade visada, vedando-lhe comportamentos que apontem para a neutralização dessa
utilidade ou que, autonomamente, determinem situações de “perigo” para o interesse do
empregador ou para a organização técnico-laboral da empresa. “O trabalhador deve, em
princípio, abster-se de qualquer acção contrária aos interesses do empregador, mas o
dever de lealdade tem igualmente um conteúdo positivo. Assim, deve o trabalhador
tomar todas as disposições necessárias quando constata uma ameaça de prejuízo ou
qualquer perturbação da exploração, ou quando vê terceiros, em particular outros
trabalhadores, ocasionar danos”.
O trabalhador não deve negociar por conta própria ou alheia em concorrência com
o empregador nem divulgar informações referentes à sua organização, métodos de
produção ou negócios. Trata-se, respectivamente, da proibição de concorrência e da
obrigação de sigilo ou reserva profissional.
Ele deve estar disponível nas horas e locais previamente definidos. Os parâmetros
da assiduidade são o horário de trabalho, que ao empregador cabe definir, e o local de
trabalho, que constitui um dos elementos da caracterização contratual da prestação. A
assiduidade engloba, por conseguinte, a pontualidade, isto é, o cumprimento preciso das
horas de entrada e saída em cada jornada de trabalho.
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particularmente radical neste domínio: afirma o princípio de que “as faltas justificadas
não determinam a perda ou prejuízo de quaisquer direitos ou regalias do trabalhador”,
nomeadamente a da retribuição.
Dever de custódia
O Empregador
29. A noção jurídica de empregador
O estatuto de empregador pode sinteticamente definir-se como uma posição
de poder – que é, afinal, o reverso da subordinação em que o trabalhador se coloca pelo
contrato. A entidade patronal é aquela pessoa (que pode ser singular ou colectiva) para a
qual se transmite a disponibilidade – ou seja, o poder de dispor – da força de trabalho de
outra (esta necessariamente individual).
Há que distinguir, tanto nas empresas individuais e societárias (privadas), como nas
empresas públicas e de capitais públicos, as seguintes posições típicas:
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gestor ou administrador).
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reconhecido, o qual corresponde à titularidade da empresa.
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global da empresa.
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ser fixados pelas convenções colectivas.
Mas a criação de sanções pela via convencional está sujeita a uma limitação
genérica: não pode envolver “prejuízo dos direitos e garantias gerais dos trabalhadores”.
A lei estabelece dois condicionamentos temporais do exercício da acção disciplinar: o
prazo de prescrição da infracção e o prazo de caducidade da acção.
O prazo de caducidade, por seu turno, assenta na ideia de que a maior ou menor lentidão
no desencadeamento do processo disciplinar exprime o grau de relevância atribuído
pelo empregador à conduta infractora; o facto de esse processo não se iniciar dentro do
tempo subsequente ao conhecimento da referida conduta constitui presunção iuris et
iure de irrelevância disciplinar.
Estabelece-se que a comunicação da nota de culpa suspende esse prazo – o que reforça a
ideia de que é nesse momento que deve situar-se o início da acção disciplinar enquanto
tal (a comunicação da nota de culpa ao trabalhador suspende o decurso do prazo
estabelecido.
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b) As teses institucionalistas ou comunitárias: que, encarando a empresa como
organização de meios dotada de exigências próprias concernentes à sua coesão, a
seu equilíbrio estrutural e à optimização do seu funcionamento, tidas como
distintas do interesse económico do seu titular, encontra naquelas exigências o
fundamento do poder disciplinar e explica a sua atribuição ao empresário pelo
facto de este ser o chefe da organização, responsável pela sua permanência e pelo
seu funcionamento. Como é óbvio, a semelhança utilizada é a do
poder hierárquico existente em qualquer organização privada ou pública,
permitindo simultaneamente justificar do mesmo modo a disciplina laboral nas
empresas capitalistas e nas empresas socialistas.
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Conclusão
A realização deste trabalho, foi possível perceber mais a fundo o quanto o direito do
trabalho pode ser indispensável no aspecto empresarial. A pesquisa realizada permitiu
esclarecer o poder que este conceito tem e como pode ser tão abrangente, ao ponto de se
poder encontrar por toda a parte.
Foi possível concluir então que o direito do trabalho é o conjunto de normas jurídicas
que regem as relações entre empregados e empregadores e são os direitos resultantes da
condição jurídica dos trabalhadores, as fontes de direito do trabalho podem repartir-se
em duas categorias fundamentais: a das fontes internacionais e a das fontes internas,
enquanto estas são o produto de mecanismos inteiramente regulados pelo ordenamento
jurídico interno de cada país, as primeiras resultam do estabelecimento de relações
internacionais, no âmbito de organizações existentes ou fora dele, entre os aspectos
correspondentes a cada tipo de contracto ou forma de que este deixe de existir.
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Bibliografia
• CRM, 2004
• MANSO, Luís Duarte e Erica neves Dias, Direito do Trabalho – Casos Práticos
resolvidos, Vol I e II, 2º edição, Quid Juiris, 2010.
• COSTA, Armando Casimiro. Consolidação das leis do trabalho. 34. ed. São
Paulo: LTR, 2007.
• MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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