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Direito Administrativo p/ Receita Federal


(Auditor Fiscal) 2021 - Pré-Edital

Autores:
Herbert Almeida, Time Herbert
Almeida, Equipe Legislação
Específica Estratégia Concursos
Aula 00
4 de Janeiro de 2021
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida, Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
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Sumário

1 Regime Jurídico Administrativo ..........................................................................................................2

1.1 Regime de Direito Público e de Direito Privado .......................................................................2

1.2 Regime Jurídico Aplicável à Administração Pública .................................................................3

1.3 Princípios da Administração Pública – Noções Gerais .............................................................4

2 Princípios expressos ..............................................................................................................................6

2.1 Princípio da Legalidade .................................................................................................................6


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2.2 Princípio da impessoalidade .........................................................................................................7

2.3 Princípio da moralidade.................................................................................................................8

2.4 Princípio da publicidade ................................................................................................................9

2.5 Princípio da eficiência ....................................................................................................................9

3 Princípios implícitos ou reconhecidos ..............................................................................................10

3.1 Princípio da supremacia do interesse público .........................................................................10

3.2 Princípio da indisponibilidade do interesse público...............................................................11

3.3 Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade ..............................................................12

3.4 Princípios da especialidade e do controle ou da tutela .........................................................13

3.5 Princípio da autotutela .................................................................................................................14

3.6 Princípio da motivação ................................................................................................................15

3.7 Princípio da continuidade do serviço público .........................................................................16

3.8 Princípio do contraditório e da ampla defesa .........................................................................18

3.9 Princípio da segurança jurídica e proteção à confiança .........................................................19

3.10 Outros princípios ..........................................................................................................................21

4 Questões para fixação ........................................................................................................................22

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5 Questões comentadas na aula ..........................................................................................................77

6 Gabarito ................................................................................................................................................97

7 Referências............................................................................................................................................97

1 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO


1.1 Regime de Direito Público e de Direito Privado

A expressão “regime jurídico” é comumente utilizada para demonstrar um conjunto de normas jurídicas
que disciplinam as relações jurídicas firmadas pelos sujeitos de uma sociedade. Ademais, parte da doutrina
costuma dividir o regime jurídico em regime de direito público e regime de direito privado.

O regime de direito público “consiste num conjunto de normas jurídicas que disciplinam poderes, deveres
e direitos vinculados diretamente à supremacia e à indisponibilidade dos direitos fundamentais” 1. Em
termos mais simples, o regime de direito público é aquele aplicável no exercício da função pública,
buscando satisfazer os interesses da sociedade.

No regime de direito público, o Estado goza de poderes especiais, podendo impor obrigações, aplicar
sanções, intervir na propriedade privada (exemplo: desapropriação). Da mesma forma, o Estado se
submete a “obrigações especiais”, chamadas de sujeições, restrições ou limitações. Por exemplo: para
contratar alguém, a administração tem que fazer licitação; para admitir um servidor, tem que fazer
concurso público.

Por sua vez, o regime de direito privado, normalmente direcionado para os particulares, trata das relações
individuais da população. Neste regime, não há aplicação das prerrogativas do poder público, colocando os
indivíduos em igualdade de condições em suas relações jurídicas (horizontalidade).

Por exemplo: nos contratos administrativos, há aplicação do regime de direito público e, por isso, a
administração poderá realizar alterações unilaterais no contrato.

Por outro lado, quando dois particulares firmam um contrato, as alterações das cláusulas contratuais
somente poderão ocorrer quando as duas partes concordarem; neste caso, uma parte não poderá alterar
o contrato sem a concordância da outra. Ocorre, aqui, a aplicação do regime de direito privado, não
estando presentes as prerrogativas ou as restrições inerentes ao regime de direito público.

Essa separação é mais doutrinária do que prática, uma vez que, “no mundo real”, os dois regimes convivem
“lado a lado”. As relações que a Administração firma submetem-se tanto ao regime de direito público como
ao de direito privado, ocorrendo, na verdade, o predomínio de um ou outro regime, conforme o caso.

1 Justen Filho, 2014 (p. 145).

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1.2 Regime Jurídico Aplicável à Administração Pública

A Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou de direito público. A
aplicação do regime jurídico leva em consideração a necessidade, ou não, de a Administração encontrar-se
em situação de superioridade em relação ao particular.

Todavia, mesmo quando emprega modelos privatísticos, nunca será integral a submissão ao direito
privado. Vale dizer: mesmo quando ocorre a aplicação do regime de direito privado, a sua utilização não
será isolada, pois haverá, de alguma forma, aplicação de regras de direito público.

Nesse contexto, Maria Sylvia Zanella Di Pietro diferencia a expressão regime jurídico da Administração
Pública para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode
submeter-se a Administração Pública. Por outro lado, a autora utiliza a expressão regime jurídico
administrativo para abranger tão somente o “conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito
Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-
administrativa”.

O regime jurídico administrativo resume-se em dois aspectos: de um lado, estão as prerrogativas, que
representam alguns privilégios para a Administração dentro das relações jurídicas; de outro, encontram-se
as sujeições, que são restrições de liberdade de ação para a Administração Pública.

As prerrogativas ou privilégios são regras, desconhecidas no direito privado, que colocam a Administração
em condições de superioridade nas relações com o particular, sempre com o objetivo de atingir o benefício
da coletividade.

Por outro lado, as sujeições ou restrições retiram ou diminuem a liberdade da Administração quando
comparada com o particular, sob pena de nulidade do ato administrativo ou, até mesmo, de
responsabilidade da autoridade que o editou. São exemplos a necessidade de realização de concurso
público para selecionar pessoal e de fazer licitação para firmar contratos com particulares.

As prerrogativas e sujeições, conforme ensinamentos de Celso Antônio Bandeira de Mello, traduzem-se,


respectivamente, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e na
indisponibilidade do interesse público 2, que serão detalhados mais à frente. Di Pietro, contudo, diz que
os princípios fundamentais são os princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da
legalidade.

Independentemente de quais são os princípios basilares, o fundamental é entender que o regime jurídico
administrativo se resume a um conjunto de prerrogativas e sujeições especiais que permitem, de um lado,
o alcance da finalidade pública do Estado e, de outro, a preservação dos direitos fundamentais e do
patrimônio público.

2
Bandeira de Mello utiliza a expressão “indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos”.

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(TCE-PE - 2017) A administração pública pode estar sujeita tanto ao regime jurídico de direito privado
quanto ao regime jurídico de direito público.
Comentários:
A assertiva está correta. A diferenciação entre o regime de direito público e o regime de direito privado é
um trabalho doutrinário, porém difícil de se observar no mundo real. Por exemplo, no âmbito da
Administração Pública, as relações jurídicas ora são regidas pelo direito público ora pelo direito privado.
Cita-se, por exemplo, a realização de concurso público (direito público) e um contrato de financiamento
(direito privado) realizados por uma empresa pública.

1.3 Princípios da Administração Pública – Noções Gerais

Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, os mandamentos mais gerais que orientam a
elaboração das leis administrativas, direcionam a atuação da Administração Pública e condicionam a
validade de todos os atos administrativos.3

Os princípios podem ser expressos, quando estão previstos taxativamente em uma norma jurídica de
caráter geral; ou implícitos, quando não constam taxativamente em uma norma jurídica, decorrendo,
portanto, de outros princípios, da jurisprudência ou da doutrina.

Saber se um princípio é expresso ou implícito depende do ponto de vista. Por exemplo, entre os princípios
expressos, podemos destacar os princípios constitucionais previstos no art. 37 da Constituição Federal de
1988 (CF/88): legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Os princípios previstos expressamente no art. 37 da Constituição Federal aplicam-se indistintamente às


administrações direta e indireta, de todos os Poderes e de todas as esferas. Ou seja, os princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – que formam o famoso mnemônico:
LIMPE – orientam a atuação administrativa dos órgãos de todos os Poderes – devemos incluir aqui o
Ministério Público e o Tribunal de Contas –; das entidades administrativas que integram a administração
indireta – independentemente se são de direito público ou de direito privado –; e de todos os níveis de
governo – União, estados, DF e municípios.

Além dos princípios previstos expressamente na Constituição Federal, temos previsão taxativa em diversas
leis, como na Lei 9.784/1999, que dispõe sobre o processo administrativo na Administração Pública Federal,
na Lei 8.666/1993, que estabelece normas gerais de licitações e contratos, e na Lei 12.462/2011, que
disciplina o regime diferenciado de contratações públicas.

Por outro lado, os princípios implícitos (ou reconhecidos) não constam taxativamente em uma norma
jurídica geral, mas decorrem de elaboração doutrinária e jurisprudencial. Porém, tome um pouco de

3
Barchet, 2008, p. 34.

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cuidado. Quando falamos que os princípios implícitos não estão previstos “taxativamente” estamos
dizendo que o seu “nome” não consta de forma literal, mas o seu sentido, a sua aplicação, o seu significado,
estes podem constar na norma. Por exemplo: a CF prevê que “ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal”. Não consta na CF “princípio do devido processo legal”, por isso
ele é um princípio “implícito”.

Por fim, cabe fazer uma última observação: não há hierarquia entre os princípios. No caso de aparente
conflito entre eles, caberá ao interpretador dar uma aplicação que mantenha a harmonia e unidade do
ordenamento jurídico.4

(SEGEP - 2018) Os princípios que balizam a atuação da Administração pública estão todos subordinados
ao princípio da legalidade, erigido pela Constituição Federal como cláusula pétrea.
Comentários:
A assertiva está errada. Não há hierarquia entre os princípios. Quando houver um aparente conflito entre
os princípios, deverá ser adotada uma ponderação entre eles para aplicar a interpretação que melhor se
harmonize com a situação concreta, sem que exista um princípio que imediatamente esteja “acima dos
demais”. Por exemplo: em regra, a administração deverá anular um ato ilegal. Porém, se o ato ilegal foi
praticado há muito tempo, talvez não seja mais possível anulá-lo, aplicando o princípio da segurança
jurídica. Assim, ora prevalece a legalidade; ora a segurança jurídica; sem existir uma hierarquia.
(TRE BA - 2017) São princípios que regem a administração pública expressos na Constituição Federal de
1988: legalidade, indivisibilidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Comentários:
A assertiva está errada. essa é tranquila, mas importante! Os princípios expressos na Constituição Federal
são a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência. A questão está incorreta,
uma vez que “indivisibilidade” não é princípio constitucional expresso.

4
A doutrina clássica faz a diferenciação entre normas, regras e princípios. As normas são gênero, enquanto as regras e os
princípios são as suas espécies. As regras possuem comandos a serem seguidos, com conteúdo mais objetivo. Por exemplo:
uma lei determina que a Administração dê publicidade aos gastos realizados; isso é uma regra. Quando há um conflito
entre regras, uma prevalecerá sobre a outra, com base na hierarquia (ex.: a Constituição prevalece sobre uma lei ordinária),
na cronologia (leis novas prevalecem sobre leis mais antigas) e na especialidade. Os princípios, por outro lado, possuem
um comando mais geral, abstrato. Quando há um conflito sobre os princípios, não existirá um critério único para definir
qual deverá prevalecer, pois um não excluíra o outro; por isso, deverá o intérprete utilizar a solução mais harmoniosa para
cada situação real.

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2 PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Vamos trabalhar agora os cinco princípios expressamente previstos no art. 37, caput, da Constituição
Federal de 1988: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

2.1 Princípio da Legalidade

O princípio da legalidade apresenta dois significados distintos. O primeiro aplica-se aos administrados, isto
é, às pessoas e às organizações em geral. Conforme dispõe o inciso II do artigo 5º da CF/88, ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Dessa forma, para os
administrados, tudo o que não for proibido será permitido.

O segundo sentido do princípio da legalidade é aplicável à Administração e decorre diretamente do art. 37,
caput, da CF/88, impondo a atuação administrativa somente quando houver previsão legal. Portanto, a
Administração só poderá agir quando houver previsão legal, não podendo, por simples ato administrativo,
conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações. Por esse motivo, ele costuma
ser chamado de princípio da estrita legalidade.

Em síntese, a função administrativa se subordina às previsões legais e, portanto, o agente público só


poderá atuar quando a lei determinar (vinculação) ou autorizar (discricionariedade). Ou seja, a atuação
administrativa obedece a vontade legal. Por outro lado, os administrados podem fazer tudo o que não
estiver proibido em lei, vivendo, assim, sob a autonomia da vontade.

Diz-se, portanto, que a Administração não pode atuar contra a lei (contra legem) nem além da lei (praeter
legem), podendo atuar somente segundo a lei (secundum legem). Por outro lado, os administrados podem
atuar segundo a lei (secundum legem) e além da lei (praeter legem), só não podem atuar contra a lei (contra
legem).

Outro aspecto importante do princípio da legalidade é que a atuação administrativa também deve estar
de acordo com os decretos regulamentares e outros atos normativos secundários, como as portarias e
instruções normativas, que não podem inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações.

Contudo, não devemos confundir o princípio da legalidade com o da reserva legal. Isso porque a reserva
legal significa que determinadas matérias devem ser regulamentadas necessariamente por lei formal (lei
em sentido estrito – leis ordinárias e complementares). Por exemplo: a Constituição exige que “a lei
regulará a individualização da pena” (CF, art. XLVI) – consequentemente, somente uma lei aprovada pelo
Poder Legislativo poderá dispor sobre esse tema, não cabendo um decreto ou outro ato normativo
secundário.

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Em que pese a administração esteja sujeita ao princípio da legalidade, existem situações em que a
legalidade pode ser, de certa forma, “mitigada”. Nessa linha, a doutrina apresenta como exceção ao
princípio da legalidade (ou restrições excepcionais ao princípio da legalidade) a:

• edição de medidas provisórias (CF, art. 62);


• decretação do estado de defesa (CF, art. 136) e
• decretação do estado de sítio (CF, arts. 137 a 139).

Para finalizar, vale falar sobre o princípio da juridicidade, que basicamente é uma ampliação do conceito
de legalidade. Segundo o princípio da juridicidade, o administrador não se sujeito apenas à lei, mas a todo
o ordenamento jurídico. Consequentemente, a discricionariedade administrativa fica mais reduzida, uma
vez que o agente público se sujeita às leis, aos regulamentos, aos princípios e a todos os demais
componentes de nosso ordenamento jurídico. Assim, se um ato atender à lei, mas ferir um princípio, poderá
ele ser anulado, até mesmo pelo Poder Judiciário.

2.2 Princípio da impessoalidade

O princípio da impessoalidade, também apresentado expressamente na CF/88, apresenta quatro sentidos:

• Princípio da finalidade: em sentido amplo, o princípio da finalidade é sinônimo de


interesse público, uma vez que todo e qualquer ato da administração deve ser praticado
visando à satisfação do interesse público. Por outro lado, em sentido estrito, o ato
administrativo deve satisfazer a finalidade específica prevista em lei.
• Princípio da igualdade ou isonomia: o princípio da impessoalidade se traduz na ideia de
isonomia, pois a Administração deve atender a todos os administrados sem
discriminações. Não se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições indevidas,
consagrando assim o princípio da igualdade ou isonomia.
• Vedação de promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado. Dessa
forma, não poderá ocorrer a pessoalização ou promoção pessoal do agente público
pelos atos realizados. Esse significado decorre diretamente da disposição do §1º do Art.
37 da CF/88: § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos. Esse tipo de conduta também infringe
outros princípios, como a legalidade e a moralidade.
• Impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de processos
administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem condições de aplicar a lei de
forma imparcial, em função de parentesco, amizade ou inimizade com pessoas que
participam do processo.

Neste último caso, podemos citar como exemplo um processo administrativo disciplinar contra um servidor
quando a autoridade competente para decidir é a esposa. Esta relação de parentesco geraria uma situação

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de impedimento, de tal forma que a autoridade (esposa) seria afastada do caso para que outra, com a
devida imparcialidade, tomasse a decisão.

2.3 Princípio da moralidade

O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem
estar presentes em sua conduta. Dessa forma, além da legalidade, os atos administrativos devem
subordinar-se à moralidade administrativa.

Cumpre observar que o princípio da moralidade se aplica às relações entre a Administração e os


administrados e também nas atividades internas da Administração. Por exemplo: em uma licitação, se os
licitantes (particulares) agirem em conluio, teremos uma violação ao princípio da moralidade. Note que,
nesse exemplo, a violação partiu de particulares se relacionando com a administração.

Para violar a moralidade, não existe a necessidade de se aferir a intenção do agente público. Logo, um ato
pode ser imoral, ainda que o agente não tivesse a intenção de cometer uma imoralidade. Por exemplo:
João nomeia um parente para ocupar um cargo em comissão e, na intenção dele (no seu aspecto subjetivo)
não haveria qualquer violação à moralidade. Diz-se, assim, que a moralidade é analisado no aspecto
“objetivo” (independentemente da intenção).

Com base nos princípios previstos no caput do art. 37, principalmente nos princípios da moralidade e da
impessoalidade, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento sobre a vedação do nepotismo na
Administração Pública, sendo que o fundamento decorre diretamente da Constituição, não havendo
necessidade de lei específica para disciplinar a vedação. Vejamos:

Súmula Vinculante nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha


reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Em resumo, uma autoridade não pode nomear um parente próximo para ocupar cargo em comissão ou
função de confiança. A autoridade também não pode nomear uma pessoa que seja parente de alguém que
ocupe cargo de direção, chefia e assessoramento na mesma entidade.

Entretanto, há uma pequena restrição em relação aos cargos de natureza política. Atualmente, o
entendimento do STF é de que a vedação deve ser analisar caso a caso, somente se caracterizando
nepotismo, nos cargos de natureza política, se o nomeado não possuir capacidade técnica para o cargo ou
ficar demonstrada “troca de favores” ou outra forma de fraudar a legislação (RCL 7.590/PR; RCL 17.102/SP).

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2.4 Princípio da publicidade

O princípio da publicidade, previsto taxativamente no artigo 37 da Constituição Federal, apresenta duplo


sentido:

- exigência de publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia: os atos administrativos


gerais que produzirão efeitos externos ou os atos que impliquem ônus para o patrimônio
público devem ser publicados em órgãos oficiais, a exemplo do Diário Oficial da União ou dos
estados, para terem eficácia (produção de efeitos jurídicos). Não se trata, portanto, de requisito
de validade do ato, mas tão somente da produção de seus efeitos.
- exigência de transparência da atuação administrativa: o princípio da transparência deriva do
princípio da indisponibilidade do interesse público, constituindo um requisito indispensável
para o efetivo controle da Administração Pública por parte dos administrados.

Com efeito, a publicidade poderá se manifestar pelas seguintes formas: direito de peticionar (CF, art. 5º,
XXXIV, ”a”); direito de obter certidões (CF, art. 5º, XXXIV, “b”); divulgação de ofício de informações.

Ademais, segundo a CF/88: “art. 5º (...) XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado”.

Vale destacar, por fim, que a publicidade é a regra, mas não é um dever absoluto. Nessa linha, com exceção
dos dados pessoais (dizem respeito à intimidade, honra e imagem das pessoas) e das informações
classificadas por autoridades como sigilosas (informações imprescindíveis para a segurança da sociedade
e do Estado), todas as demais informações devem ser disponibilizadas aos interessados, algumas de ofício
(pela internet ou por publicações) e outras mediante requerimento.

Por fim, as regras sobre a transparência foram regulamentadas pela Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à
Informação), que dispõe sobre os procedimentos a serem observados com o fim de garantir o acesso a
informações.

2.5 Princípio da eficiência

Este princípio foi incluído no artigo 37 pela Emenda Constitucional 19/1998 como decorrência da reforma
gerencial (ou reforma administrativa).

A eficiência diz respeito a uma atuação da administração pública com excelência, fornecendo serviços
públicos de qualidade à população, com o menor custo possível (desde que mantidos os padrões de
qualidade) e no menor tempo. A busca da eficiência deve ocorrer em harmonia com os demais princípios
da Administração Pública. Assim, não se pode deixar de obedecer aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade somente para alcançar melhores resultados.

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Segundo Maria Sylvia Di Pietro5, o princípio da eficiência apresenta dois aspectos:

- em relação ao modo de atuação do agente público: espera-se a melhor atuação possível, a


fim de obter os melhores resultados. Exemplos: exigência de avaliação especial de
desempenho para aquisição de estabilidade e a possibilidade de perda de cargo público
(flexibilização da estabilidade) em decorrência da avaliação periódica de desempenho.
- quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública: exige-se que
seja a mais racional possível, permitindo que se alcancem os melhores resultados na prestação
dos serviços públicos, com base em um novo modelo de gestão: a administração gerencial.
Assim, os controles administrativos deixam de ser predominantemente por processos para
serem realizados por resultados.

3 PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS OU RECONHECIDOS


Os princípios abordados a seguir são considerados implícitos ou reconhecidos quando se tem como
parâmetro a Constituição Federal, podendo constar expressamente de normas infraconstitucionais. Assim,
esses são os princípios “implícitos” na Constituição, mas podem ser “expressos” na legislação (tome
cuidado com a referência da questão).

Por exemplo, na Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, constam expressamente os princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.

Feita essa abordagem, vamos partir para o estudo específico dos princípios implícitos.

3.1 Princípio da supremacia do interesse público

O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é considerado um princípio fundamental


do regime jurídico administrativo. Trata das prerrogativas administrativas. Em uma situação de conflito
entre interesse de um particular e o interesse público, este último deve predominar.

O princípio da supremacia se fundamenta na própria razão de ser do Estado, na busca de sua finalidade de
garantir o interesse coletivo. Assim, é possível ver sua aplicação em diversas ocasiões como, por exemplo:

a) nos atributos dos atos administrativos, como a presunção de veracidade, legitimidade


e imperatividade;
b) na existência das chamadas cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, que
permitem, por exemplo, a alteração ou rescisão unilateral do contrato;

5
Di Pietro, 2014, p. 84.

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c) no exercício do poder de polícia administrativa, que impõe condicionamentos e


limitações ao exercício da atividade privada, buscando preservar o interesse geral;
d) nas diversas formas de intervenção do Estado na propriedade privada, como a
desapropriação (assegurada a indenização), a servidão administrativa, o tombamento
de imóvel de valor histórico, a ocupação temporária, etc.

A imposição de restrições ao particular depende de previsão legal.

Por fim, deve-se destacar que nas situações em que a Administração não atuar diretamente para a
consecução do interesse público, como nos contratos de locação, de seguro ou quando agir como Estado-
empresário, não lhe cabe invocar o princípio da supremacia.

3.2 Princípio da indisponibilidade do interesse público

Enquanto o princípio da supremacia representa as prerrogativas, o princípio da indisponibilidade do


interesse público trata das sujeições administrativas.

As sujeições administrativas são limitações e restrições impostas à Administração com o intuito de evitar
que ela atue de forma lesiva aos interesses públicos ou de modo ofensivo aos direitos fundamentais dos
administrados6. Exemplos: necessidade de licitar – para poder contratar serviços e adquirir bens; e a
realização de concursos públicos, para fins de contratação de pessoas.

Uma informação importante é que, enquanto o princípio da supremacia do interesse público não se aplica
em algumas situações – como na exploração de atividade econômica – o princípio da indisponibilidade do
interesse público está diretamente presente em qualquer atuação da Administração Pública.

(SEFAZ RS - 2018) A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da supremacia do interesse público.
Comentários: a assertiva está correta. As cláusulas exorbitantes são poderes especiais que a administração
dispõe, nos contratos administrativo, para fazer prevalecer o interesse público. Um exemplo de cláusula
exorbitante é a possibilidade de alterar unilateralmente um contrato, independentemente da concordância
da outra parte, dentro dos limites permitidos em lei. Nesse caso, portanto, as cláusulas exorbitantes são
exemplos de aplicação do princípio da supremacia.

6
Barchet, 2008, p. 55-56.

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3.3 Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade

Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade exigem da administração pública a aplicação de


limites e sanções dentro dos limites estritamente necessários para satisfazer o interesse público, sem
aplicação de sanções ou restrições exageradas. Esses princípios não estão previstos de forma expressa na
Constituição Federal, mas estão previstos na Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo na
Administração Pública federal.

Muitas vezes, esses dois princípios são tratados como sinônimos ou, pelo menos, são aplicados de forma
conjunta. Esses princípios realizam uma limitação à discricionariedade administrativa, em particular na
restrição ou condicionamento de direitos dos administrados ou na imposição de sanções administrativas,
permitindo que o Poder Judiciário e a Administração anulem os atos que, pelo seu excesso, mostrem-se
ilegais e ilegítimos e, portanto, passíveis de anulação.

Podemos tentar conceituar os dois princípios.

A razoabilidade impõe que, ao atuar dentro da discrição administrativa, o agente público deve obedecer
a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas.

A proporcionalidade, por outro lado, exige o equilíbrio entre os meios que a Administração utiliza e os
fins que ela deseja alcançar, segundo os padrões comuns da sociedade, analisando cada caso concreto7.

Alguns autores consideram que o princípio da proporcionalidade é uma das facetas do princípio da
razoabilidade8, ou seja, aquele está contido no conceito deste. Isso porque o princípio da razoabilidade,
entre outras coisas, exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a Administração Pública e os
fins que ela tem que alcançar.

Todavia, em questões de concurso, é muito comum considerar os dois como sinônimos.

Em que pese sirvam de fundamento para o Judiciário analisar os atos discricionários, os princípios não
significam invasão ao poder de decisão do Administração Pública, naquilo que se chama mérito
administrativo – conveniência e oportunidade. As decisões que violarem a razoabilidade não são
inconvenientes; mas são, na verdade, ilegais e ilegítimas, por isso passíveis de anulação mediante
provocação do Poder Judiciário por meio da ação cabível.

(STJ - 2018) O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os meios e os fins, deve
ser obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações,

7
Marinela, 2013, p. 56.
8
Di Pietro, 2014, p. 81; Bandeira de Mello, 2014, p. 114.

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restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse


público.
Comentários:
A assertiva está correta. A legislação de processo administrativo exige a aplicação de adequação entre
meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (Lei 9.784/99, art. 2º, parágrafo único, VI),
sendo essa justamente a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

3.4 Princípios da especialidade e do controle ou da tutela

Para entender esse caso, você deve lembrar que a Administração é formada pela Administração Direta, que
trata dos órgãos públicos ligados à pessoa política (União, estados, DF e municípios) e pela Administração
Indireta, que são entidades administrativa criadas pelas pessoas políticas para o desempenho de atividades
específicas (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). A criação
dessas entidades administrativas é denominada descentralização administrativa.

Assim, o princípio da especialidade reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se criam


entidades para o desempenho de finalidades específicas. Logo, uma autarquia, por exemplo, será criada
para exercer uma atividade específica (por exemplo: o INSS – autarquia – exerce atividades ligadas ao
sistema de previdência).

O princípio da especialidade decorrer dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse


público. O primeiro porque a entidade administrativa depende de lei para criar ou autorizar a criação. Esta
lei já define a área de atuação (a especialidade) da entidade administrativa. O segundo porque o
administrador (o gestor da entidade administrativa) não pode “fazer o que quiser”, mas somente poderá
exercer as atividades de competência da entidade administrativa.

Nessa linha, vale dizer que a Constituição Federal exige edição de lei específica para a criação ou autorização
de criação das entidades da Administração Indireta (art. 37, XIX). Nesse caso, a lei deverá apresentar as
finalidades específicas da entidade, vendando, por conseguinte, o exercício de atividades diversas daquelas
previstas em lei, sob pena de nulidade do ato e punição dos responsáveis.

Por outro lado, o princípio do controle ou da tutela foi elaborado para assegurar que as entidades da
Administração Indireta observem o princípio da especialidade. Esse princípio é representado pelo controle
da Administração Direta sobre as atividades das entidades administrativas, com o objetivo de garantir a
observância de suas finalidades institucionais.

Contudo, como não há subordinação entre a Administração Direta e a Indireta, mas tão somente
vinculação, a regra será a autonomia; sendo o controle a exceção, que não poderá ser presumido, isto é,
só poderá ser exercido nos limites definidos em lei. Assim, a tutela ou controle refere-se à vinculação entre
a Administração direta e a indireta.

Note que, na prática, os princípios da especialidade e da tutela são relacionados, possuindo basicamente o
mesmo sentido.

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3.5 Princípio da autotutela

O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possui o poder de controlar os seus
próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos. Assim,
a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus atos, podendo fazê-lo
diretamente.

Este princípio possui previsão em duas súmulas do STF, a 346, que estabelece que “A Administração Pública
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”, e 473, que dispõe o seguinte:

Súmula nº 473 - A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Atualmente, o princípio ganhou previsão legal, conforme consta no art. 53 da Lei 9.784/1999: “A
Administração deve9 anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.

Nesse contexto, a autotutela envolve dois aspectos da atuação administrativa:

legalidade: em relação ao qual a Administração procede, de ofício ou por provocação, a


anulação de atos ilegais; e
mérito: em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de sua
manutenção ou desfazimento (revogação).

No Brasil vigora o princípio da inafastabilidade de tutela jurisdicional (sistema de jurisdição única),


segundo o qual a lei não afastará do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5º, XXXV). Assim, o
controle de legalidade realizado pela própria Administração Pública não afasta a competência do Poder
Judiciário de controlar a legalidade dos atos públicos. A diferença, no entanto, é que a Administração pode
agir de ofício, enquanto o Poder Judiciário só atuará mediante provocação.

Autotutela Controle judicial


Poderá anular seus atos, de ofício ou Poderá anular, somente por
Legalidade
por provocação. provocação.
Mérito (conveniência e Poderá revogar seus atos, de ofício
Não pode revogar.
oportunidade ou por provocação

9
Enquanto a súmula 346 adota o termo "pode", a L9784 adota a expressão "deve". Não há um consenso sobre o mais
adequado, mas costumamos recomendar que: (i) não se atente tanto a isso, pois as questões costumam dar como corretas
as duas expressões (pode ou deve) - logo, em regra, "tanto faz"; (ii) se a questão trouxer a referência (a súmula ou a L9784),
se for o caso, você pode julgar a questão conforme essa referência; (iii) se não houver referência e você tiver que escolher
entre "pode" ou "deve", prefira o "deve", já que é o mais usual.

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A despeito de ser um poder-dever, nem sempre a anulação será a melhor alternativa, como ocorre quando
a sua retirada causar danos graves ao interesse público. Isso ocorre especialmente quando a anulação seria
adotada depois de vários anos após a prática do ato. Às vezes, nesse tipo de situação, é “melhor deixar
como está”.

Nesse contexto, conforme consta no art. 54 da Lei 9.784/1999, o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Isso significa que, se for um ato benéfico para
o destinatário (exemplo: concessão de um benefício) e o destinatário não agiu de má-fé (por exemplo: não
fraudou, não burlou, não falsificou documentos, etc.), a Administração terá o prazo de até cinco anos para
fazer a anulação. Se não fizer isso no prazo, haverá a “decadência”, ou seja, a perda do direito de anular.
Em termos simples, o ato não poderá mais ser anulado, pois, após esse prazo, o exercício da autotutela se
torna incabível.

Finalmente, outra limitação para a autotutela se refere à necessidade de oportunizar o contraditório e a


ampla defesa, por meio de processo administrativo, às pessoas cujos interesses serão afetados
negativamente em decorrência do desfazimento do ato. Logo, se a Administração pretende desfazer o ato,
em regra, o seu destinatário será notificado para se defender dessa medida.

Vamos resolver uma questão?

(TRT 11 - 2017) A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns positivados em
âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por construções doutrinárias. Exemplo de tais
princípios são a tutela ou controle e a autotutela, que diferem entre si nos seguintes aspectos é através da
tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico sobre entidades da Administração indireta,
enquanto pela autotutela exerce controle sobre seus próprios atos.
Comentários:
A assertiva está correta. A tutela trata do controle finalístico exercido pela Administração direta sobre a
indireta, ou seja, trata-se de um controle que tem o objetivo de verificar o cumprimento das finalidades
legais das entidades administrativas. Por outro lado, a autotutela trata do controle da administração sobre
os seus próprios atos, permitindo realizar a anulação ou revogação, conforme o caso.

3.6 Princípio da motivação

A motivação representa que o administrador deve indicar os fundamentos de fato e de direito que o levam
a adotar qualquer decisão no âmbito da administração pública, demonstrando a correlação lógica entre a
situação ocorrida e as providências adotadas. Dessa forma, a motivação serve de fundamento para
examinar a finalidade, a legalidade e a moralidade da conduta administrativa.

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O posicionamento da doutrinária majoritária e da jurisprudência é de que, em regra, os atos


administrativos devem ser motivados, sejam eles discricionários ou vinculados, salvo pequenas exceções.
Uma exceção “clássica” é a exoneração de ocupante de cargo em comissão, conhecida como exoneração
ad nutum, uma vez que possui tratamento constitucional próprio10. Assim, normalmente os atos devem
ser motivas, sendo que a exoneração de cargo em comissão é uma exceção.

3.7 Princípio da continuidade do serviço público

Pelo princípio da continuidade, os serviços públicos devem ser prestados de maneira contínua, ou seja,
sem parar.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta as seguintes consequências do princípio da


continuidade:11

a) proibição de greve dos servidores públicos – essa não é mais uma proibição absoluta,
uma vez que o art. 37, VII, determina que “o direito de greve será exercido nos termos e
nos limites definidos em lei específica”;

b) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para


preencher as funções públicas temporariamente vagas;

c) impossibilidade [limitação], para quem contratada com a Administração, de invocar a


cláusula da exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus) nos
contratos que tenham por objeto a execução de serviço público;

d) faculdade que se reconhece à Administração de utilizar os equipamentos e instalações


da empresa com que ela contrata, para assegurar a continuidade do serviço;

e) com o mesmo objetivo, a encampação da concessão de serviço público.

Outra situação que demonstra a aplicação do princípio da continuidade dos serviços públicos é a
possibilidade de reversão dos bens necessários à prestação dos serviços públicos nos contratos de
concessão ou permissão. Isso significa que os bens que as delegatárias de serviços públicos utilizam na
prestação dos serviços serão, ao término do contrato, incorporados ao patrimônio da Administração
Pública, realizando-se a devida indenização daqueles que ainda não amortizados.

10 Art. 37. [...] II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público [...],
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
11 Di Pietro, 2014, pp. 71-72.

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A continuidade dos serviços públicos guarda relação com o princípio da supremacia do interesse público
e com o princípio da eficiência.

Voltando ao direito ao exercício de greve, em resumo, podemos dizer o seguinte:

a) em regra, os servidores possuem direito à greve (como falta legislação específica para os
servidores públicos, atualmente é adotada a mesma lei que trata da greve dos trabalhadores
da iniciativa privada);
b) os militares não possuem direito à greve, conforme expressamente dispõe a Constituição
Federal (CF, art. 142, IV);
c) os policiais civis são equiparados, em relação ao direito de greve, aos policiais militares, sendo
vedado o direito de greve (ARE 654.432/GO; Rcl 11246 AgR/BA);
d) uma vez iniciada a greve, a Administração deve proceder ao desconto dos dias de paralisação,
permitindo-se a compensação de horário; porém, o desconto será incabível se a greve decorreu
de conduta ilícita do poder público (RE 693.456/RJ).

Todavia, a continuidade não possui caráter absoluto. Nesse sentido, a Lei 8.987/1995 prescreve que não
se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou, após
prévio aviso, quando: (a) motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; (b) por
inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade (art. 6º, §3º).

Vamos resolver algumas questões de provas.

(TRE PE - 2017) O princípio da continuidade dos serviços públicos


a) afasta a possibilidade de interrupção, ainda que se trate de sistema de remuneração por tarifa no qual o
usuário dos referidos serviços esteja inadimplente.
b) diz respeito, apenas, a serviços públicos, não alcançando as demais atividades administrativas.
c) torna ilegal a greve de servidores públicos.
d) tem relação direta com os princípios da eficiência e da supremacia do interesse público.
e) impede a paralisação, ainda que a justificativa desta seja o aperfeiçoamento das atividades.
Comentários:
a) a legislação permite a interrupção dos serviços por falta de pagamento da tarifa da prestação dos
serviços. Nesse caso, prevalece o interesse público em detrimento do interesse privado, pois se não fosse
possível a interrupção do serviço por inadimplência, consequentemente o custeio dos serviços poderia ser
tornar inviável pela falta de pagamento de vários usuários – ERRADA;
b) o princípio aplica-se predominantemente aos serviços públicos, porém alcança todas as atividades
administrativas, já que a interrupção destas também afeta o interesse público – ERRADA;

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c) a greve dos servidores públicos não é, em si, ilegal, pois se trata de um direito assegurado na Constituição
Federal. A falta de regulamentação específica, entretanto, fez o STF determinar a aplicação das normas
privadas aos servidores públicos, até que o Poder Legislativo elabore a norma correspondente. Porém,
ressalva-se que algumas categorias não podem exercer o direito de greve, seja por expressa previsão
constitucional (militares), ou por entendimento do STF (policiais civis, categorias de segurança pública) –
ERRADA;
d) o princípio da continuidade tem relação com o princípio da supremacia, pois deve prevalecer o interesse
público em detrimento do interesse privado da empresa ou do agente que pretende paralisar a sua
prestação; e também tem relação com o princípio da eficiência, pois a qualidade do serviço é diretamente
ligada à sua prestação continuada – CORRETA;
e) o princípio não é absoluto, uma vez que pode ocorrer a paralisação temporária, seja por manutenção ou
aperfeiçoamento do serviço, ou ainda em virtude de inadimplência no pagamento da fatura – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

3.8 Princípio do contraditório e da ampla defesa

O princípio do contraditório e da ampla defesa decorre do art. 5º, LV, da Constituição Federal, que
determina que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Além disso, eles
constam expressamente no caput do art. 2º da Lei 9.784/1999.

O contraditório e a ampla defesa estão intimamente relacionados com o princípio do devido processo legal,
que está previsto na CF, art. 5º, LIV, nos seguintes termos: “ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal”. Por esse princípio, a autoridade administrativa deve atuar, material e
formalmente, nos termos que o direito determinar, impedindo que o processo de decisão do Poder Público
ocorra de maneira arbitrária12.

O contraditório se refere ao direito que o interessado possui de tomar conhecimento das alegações da
parte contrária e contra eles poder se contrapor, podendo, assim, influenciar no convencimento do
julgador. A ampla defesa, por outro lado, confere ao cidadão o direito de alegar e provar o que alega,
podendo se valer de todos os meios e recursos juridicamente válidos, vedando, por conseguinte, o
cerceamento do direito de defesa.

Por fim, a ampla defesa abrange também o direito à defesa técnica. Contudo, em processos
administrativos, cabe ao interessa decidir se precisa ou não de defesa técnica, conforme entendimento do
STF constante na Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.

Vejamos como esses princípios são exigidos em provas.

12
Marinela, 2013, p. 51.

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(Câmara de Salvador – BA/2018) Processo administrativo é um conjunto concatenado de atos


administrativos sequenciais, respeitada a ordem legal, com uma finalidade específica que não confronte
com o interesse público, ensejando a prática de um ato final. Como corolário do princípio da ampla defesa
vigente no processo administrativo, tem-se a defesa técnica, que é exercida pela imprescindível presença
de advogado no processo administrativo disciplinar, sob pena de nulidade.
Comentários: conforme enunciado da Súmula Vinculante º 5 do STF, a “falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Logo, a defesa por advogado
não é indispensável, motivo pelo qual a questão está errada.
Gabarito: errado.

3.9 Princípio da segurança jurídica e proteção à confiança

O princípio da segurança jurídica, também conhecido como princípio à confiança legítima, tem por
objetivo assegurar a estabilidade das relações jurídicas já consolidadas, considerando a inevitável
evolução do Direito, tanto em nível legislativo, jurisprudencial ou de interpretação administrativa das
normas jurídicas.

Tal princípio mostra-se, sobretudo, no conflito entre o princípio da legalidade com a estabilidade das
relações jurídicas consolidadas com o decurso do tempo. Muitas vezes, anular um ato após vários anos de
sua prática poderá ter um efeito mais perverso do que a simples manutenção de sua ilegalidade.

Trata-se de um princípio com diversas aplicações, como a proteção ao direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada. Além disso, é fundamento da prescrição e da decadência, evitando, por exemplo,
a aplicação de sanções administrativas vários anos após a ocorrência da irregularidade. Ademais, o princípio
é a base para a edição das súmulas vinculantes, buscando pôr fim a controvérsias entre os órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarretem “grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica” (CF, art. 103-A, §1º).

O princípio da segurança jurídica possui previsão no art. 2º, caput, da Lei 9.784/199913. Além disso, o inciso
XIII, do parágrafo único, do mesmo artigo, determina que a Administração Pública deve obedecer ao critério
da “interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”.

Segundo Di Pietro, a segurança se relaciona com a ideia de boa-fé. Caso a Administração adote
determinado entendimento como correto, aplicando-o ao caso concreto, não pode depois vir a anular atos
anteriores, sob o pretexto de que eles foram praticados com base em errônea interpretação.

13 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.

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Ademais, a doutrina costuma diferenciar os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança.

Objetivo Estabilidade das relações jurídicas


Segurança
Jurídica
Proteção à confiança - Relacionado à
Subjetivo boa-fé do administrado perante a
administração

Nesse contexto, vale analisarmos o conteúdo do art. 54 da Lei 9.784/1999, que dispõe que o “direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”. Tal regra,
conjuga simultaneamente o aspecto do tempo e da boa-fé. Primeiro porque a estabilização jurídica surge
pelo decurso do tempo (segurança jurídica), mas também depende do aspecto subjetivo: a boa-fé do
beneficiário do ato (proteção à confiança).

Além disso, o princípio da segurança jurídica, no aspecto subjetivo (proteção à confiança), se aplica na
preservação dos efeitos de um ato administrativo nulo, mas que tenha beneficiado terceiros de boa-fé.
Um exemplo dessa situação ocorre nos atos praticados por “agentes de fato”, que são agentes públicos
que tiverem algum vício ou situação especial na sua investidura na função pública. Os atos desses agentes
são considerados válidos perante os terceiros de boa-fé, ou seja, perante as pessoas que não deram causa
a esta ilegalidade.

Vamos resolver mais uma questão?!

(STJ - 2018) Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova interpretação de norma
administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender o interesse público.
Comentários: na verdade, o princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de nova
interpretação. Isso não significa que ele vede a evolução da interpretação, uma vez que, no direito, é muito
comum a mudança de entendimentos conforme os acontecimentos da sociedade. O que se veda é que essa
nova interpretação volte no tempo. Por isso, o novo entendimento vale do momento em que ele for
proferido em diante. Nessa linha, o item está incorreto, pois não se pode alegar o interesse público para
voltar no tempo com a interpretação. Por exemplo: se a administração mudar o entendimento sobre o
pagamento de um benefício, “voltar no tempo” pode atender ao interesse público, pois isso representaria
a devolução de dinheiro já pago. Contudo, isso fere o princípio da segurança jurídica (tanto no aspecto
objetivo como subjetivo).
Gabarito: errado.

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3.10 Outros princípios

Princípio da hierarquia: trata de relação de coordenação e de subordinação presente na administração.


Representam aplicação do poder hierárquico a possibilidade de rever os atos dos subordinados; delegar e
avocar14 atribuições; punir os subordinados que cometam irregularidades, etc.

Esse é um princípio típico do exercício da função administrativa. Logo, não será um princípio presente no
exercício das funções jurisdicional e legislativa. A Prof. Maria Di Pietro ressalva, no entanto, que com o
advento das súmulas vinculantes também passou a existir uma relação de subordinação hierárquica dos
órgãos do Poder Judiciário ao Supremo Tribunal Federal, uma vez que este poderá determinar que sejam
emitidas novas decisões das demais instâncias quando a decisão anterior contrariar o enunciado da súmula
vinculante. Essa mesma relação de subordinação ocorre também em decisões proferidas nas ações diretas
de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade.

Princípio da precaução: decorre da ideia de que é preciso evitar a ocorrência de catástrofes antes que elas
ocorram, uma vez que muitos danos são de difícil reparação quando já consumados. Com isso, a
Administração deve adotar conduta preventiva diante da possibilidade de danos ao ambiente ou ao próprio
interesse público. Uma consequência desse princípio é a inversão do ônus da prova diante de projetos que
possam causar riscos à coletividade.

Princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade: a presunção de legitimidade significa que o ato


foi praticado conforme a lei, ao passo que a presunção de veracidade significa que os fatos alegados para
praticar um ato são verdadeiros. Eles são analisados como se fossem um único princípio, que, às vezes, é
também chamado de presunção de legalidade. A consequência desse princípio é que os atos
administrativos serão de execução imediata; enquanto não for declarada a nulidade, o ato estará apto a
produzir os seus efeitos. Essa presunção, no entanto, é relativa (juris tantum), pois admite prova em
contrário, mas ocorre a inversão do ônus da prova, ou seja, o particular que terá que provar a ilegalidade
do ato administrativo.

Princípio da sindicabilidade: significa que todo ato administrativo pode se submeter a algum tipo de
controle. Vale lembrar que, no Brasil, vigora o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art.
5º, XXXV), de tal forma que toda lesão ou ameaça de direito poderá ser controlada pelo Poder Judiciário.
Além disso, a sindicabilidade também abrange a autotutela, pois a própria Administração pode exercer
controle sobre os seus próprios atos, anulando os ilegais e revogando os inconvenientes e inoportunos.

Princípio da responsividade: o administrador deverá prestar contas e poderá ser responsabilizado pelas
suas condutas. Dessa forma, esse princípio é diretamente ligado ao princípio da indisponibilidade (o agente
não é “dono” da coisa pública e por isso deverá prestar contas da utilização de recursos públicos. Além
disso, caso cometa irregularidades, o agente poderá ser responsabilizado, sofrendo as sanções previstas
em lei e tendo o dever de ressarcir o dano causado.

Princípio da subsidiariedade: significa que a participação do Estado na vida da sociedade deverá ser
limitada, atentando-se a: (i) exercer as suas funções próprias (também chamadas de exclusivas), como a
segurança, justiça, defesa, regulação, etc.; (ii) atuar de forma supletiva em relação às questões sociais e

14
Delegar é passar a parcela do exercício de uma competência para terceiros; por outro lado, avocar é atrair para si uma
competência que originariamente seria de seu subordinado.

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econômicas. A aplicação desse princípio é bastante controversa, por algumas razões: (i) há correntes que
defendem uma maior atuação e participação estatal; (ii) é difícil separar objetivamente quais questões são
exclusivas e relevantes ao ponto de exigirem a participação do Estado e, por consequência lógica,
dispensarem a participação em outras questões.

Princípio intranscendência subjetiva das sanções: apesar do nome “complicado”, a aplicação do princípio
é bastante simples: a penalidade deverá atingir a pessoa que cometeu a irregularidade, não podendo
prejudicar outras pessoas que não tiveram responsabilidade pelo fato. No mesmo contexto, um
administrador não pode ser prejudicado por ato de outro. Por exemplo: o ex-prefeito de um município
não prestou contas sobre a utilização de recursos federais e, por isso, o município foi considerado
inadimplente para receber recursos federais. Essa penalidade, porém, deverá ficar restrita ao mandato do
prefeito inadimplente. Assim, quando o novo prefeito assumir, ele não poderá ser prejudicado pelo ato do
prefeito anterior. Logo, a vedação para receber recursos federais não poderá ser aplicada no mandato do
novo prefeito.

4 QUESTÕES PARA FIXAÇÃO

1. (Cebraspe – MPE CE/2020) O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela
Constituição Federal de 1988, impõe à administração o dever de apresentar tempestiva resposta. A
demora excessiva e injustificada da administração para cumprir essa obrigação é omissão violadora do
princípio da eficiência. Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima confiança que o cidadão comum
deposita na atuação da administração pública, tal mora atenta também contra o princípio da
a) finalidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) presunção de legitimidade.
e) continuidade do serviço público.

Comentário:

A questão tomou como fundamento a seguinte decisão do STJ (MS 19.132):

5. A demora excessiva e injustificada da Administração para cumprir obrigação que a


própria Constituição lhe impõe é omissão violadora do princípio da eficiência, na medida
em que denuncia a incapacidade do Poder Público em desempenhar, num prazo razoável,
as atribuições que lhe foram conferidas pelo ordenamento (nesse sentido, o comando do

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art. 5º, LXXVIII, da CF). Fere, também, a moralidade administrativa, por colocar em xeque
a legítima confiança que o cidadão comum deposita, e deve depositar, na Administração.

Portanto, a demora excessiva, além de ineficiente, é imoral, já que faz com que a população perda a
confiança depositada no trabalho da administração. Logo, o gabarito é a letra B.

Vamos explicar, brevemente, as demais alternativas:

a) a finalidade diz respeito ao cumprimento do interesse público. De certa forma, a demora também não
atende ao interesse público, mas não foi esse o contexto levantado no enunciado da questão – ERRADA;

c) a autotutela trata da capacidade da administração de rever os seus próprios atos – ERRADA;

d) a presunção de legitimidade significa que os atos administrativos se presumem lícitos, motivo pelo qual
são aptos a produzir os seus efeitos – ERRADA;

e) a continuidade do serviço público significa que o Estado, em regra, não deverá interromper a prestação
de serviços à população, exceto em casos excepcionais – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

2. (Cebraspe – TCE RO/2019) Constitui violação aos princípios constitucionais da administração


pública
a) nomeação de cônjuge de prefeito para o cargo de secretário estadual, mesmo que o nomeado possua
inegável qualificação técnico-profissional e idoneidade moral.
b) limitação de idade, por ato administrativo, para fins de inscrição em concurso público, ainda que tal
medida esteja fundamentada na natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
c) publicação, em sítio eletrônico mantido pela administração pública, de nomes de servidores e dos valores
dos respectivos vencimentos e vantagens pecuniárias.
d) atribuição de nome de governador já falecido, reconhecido pela defesa dos direitos humanos, a escola
pública de rede estadual de educação.
e) anulação, pela administração pública, de ato administrativo ilegal, independentemente de prazo e da
existência de direito adquirido.

Comentário:

a) a nomeação para cargo político - no qual se inclui o de secretário de estado - não configura nepotismo,
por si só, nepotismo. Somente os cargos e funções administrativos, criados por lei, são alcançados
imediatamente pelo enunciado da súmula vinculante nº 13 (que veda o nepotismo na administração). Por
outro lado, o STF entende que, em relação aos cargos de natureza política, ressalvados os casos de
inequívoca falta de razoabilidade, por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral.
(STF, Rcl 28.024 Agr) - ERRADA;

b) de fato, pode haver limite de idade para inscrição em concurso público, desde que justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido (Súmula 683 do STF). No entanto, ato administrativo,

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por si só, não pode estabelecer limitação de idade, uma vez que o edital só pode prever esta diferença se,
além da justificativa da natureza das atribuições do cargo, houver previsão legal. Logo, essa limitação
atenta contra o princípio da legalidade - CORRETA;

c) o STF já decidiu que é legítima a publicação de vencimentos de servidores (ARE 652777), inclusive em
sítio eletrônico mantido pela Administração Pública - isso em respeito ao princípio da publicidade -
ERRADA;

d) não viola o princípio da moralidade a homenagem a políticos falecidos em ruas e demais bens públicos.
A homenagem a políticos vivos pode incorrer em imoralidade/impessoalidade, mas não é disto que trata a
alternativa (CF, art. 37, § 1º) - ERRADA;

e) é dever da Administração Pública anular os atos administrativos ilegais, em respeito ao princípio da


legalidade. Porém, no meu ponto de vista, o trecho final da questão ficou dúbio. A anulação atende ao
princípio da legalidade, mas deve observar o prazo decadencial para o desfazimento, em observância ao
princípio da segurança jurídica. Logo, em regra, a anulação deve observar o prazo para o desfazimento. Há
exceções, como no vaso de violação expressa ao texto constitucional, uma vez que, nesse caso, não haveria
decadência. Porém, essa é uma exceção, e não uma regra. Por esse motivo, entendo que a questão foi mal
formulada. Por fim, em regra, atos ilegais não geram direito adquirido - ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

3. (Cebraspe – TJ PR/2019) Os princípios que norteiam a administração pública, expressamente


previstos no caput do art. 37 da CF, são os princípios da
a) legalidade, impessoalidade, moralidade, proporcionalidade e eficiência.
b) legalidade, impessoalidade, publicidade, probidade e eficácia.
c) legalidade, segurança jurídica, moralidade, publicidade e eficiência.
d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
e) legalidade, razoabilidade, moralidade, proporcionalidade e eficiência.

Comentário:

Tais princípios são aqueles que formam o famoso mnemônico "LIMPE", quais sejam: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Gabarito: alternativa D.

4. (Cebraspe – PGE PE/2019) O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a
administração pública e que não se encontra nas relações entre particulares constitui o regime jurídico
administrativo.

Comentário:

O conceito de regime jurídico‐administrativo se delineia em normas e princípios que estruturam a


administração pública. Basicamente, ele é formado por uma “balança”, tendo de um lado as prerrogativas

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(poderes) e de outro as sujeições (restrições). Dessa forma, ele é formado pelo binômio: supremacia do
interesse público (prerrogativas) e indisponibilidade do interesse público (sujeições).

Gabarito: correto.

5. (Cebraspe – MPE PI/2018) Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a


supremacia do interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não
concedidos a particulares.

Comentário:

A assertiva está errada. A supremacia do interesse público fundamenta a existência das prerrogativas ou
poderes especiais da Administração Pública, caracterizando-se pela chamada verticalidade nas relações
entre a Administração e o particular. Sendo assim, esse é o princípio que legitima a Administração Pública
a ter os privilégios não concedidos aos particulares, quando estamos diante de uma situação na qual o
objeto final é o interesse público. Assim, havendo conflito entre o interesse público e os interesses
particulares, deverá prevalecer o primeiro.

Gabarito: errado.

6. (Cebraspe – IPHAN/2018) Maria tomou posse recentemente no IPHAN e ficou responsável por
desenvolver um projeto cujo objetivo era restaurar um acervo de pinturas pertencentes ao município do
Rio de Janeiro e reformar uma área específica de um museu municipal, para a exposição das pinturas
restauradas. Essas pinturas possuem grande valor histórico, artístico e cultural, consideradas peças de
grande raridade pelo estilo e método de pintura utilizado. Essa restauração é uma tarefa que somente
pode ser realizada por técnico especializado, e há no país somente uma profissional habilitada para o
trabalho.
Em relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Dado o princípio da legalidade, Maria, como funcionária do IPHAN responsável pelo projeto, só pode fazer
o que lhe é permitido de forma expressa por legislação pertinente

Comentário:

A assertiva está correta. Como servidora pública, Maria deve obedecer ao princípio da legalidade, previsto
na CF, art. 37. Assim, está correta a afirmativa. Afinal, de acordo com esse princípio, a Administração Pública
somente poderá agir quando houver lei determinando ou autorizando a sua atuação.

Gabarito: correto.

7. (Cebraspe – IPHAN/2018) Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN


deve obedecer aos preceitos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da
eficiência.

Comentário:

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A assertiva está correta. Por ser uma autarquia, o IPHAN pertence a administração indireta e assim, se
enquadra nos ditames da CF, art. 37, qual seja: a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Gabarito: correto.

8. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) A administração pública, além de estar sujeita ao controle dos
Poderes Legislativo e Judiciário, exerce controle sobre seus próprios atos. Tendo como referência inicial
essas informações, julgue o item a seguir, acerca do controle da administração pública.
O Poder Judiciário tem competência para apreciar o mérito dos atos discricionários exarados pela
administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da legalidade desses atos.

Comentário:

A questão foi uma pegadinha! O Poder Judiciário não pode apreciar mérito dos atos discricionários. A
banca colocou a pegadinha no final, dizendo que o Judiciário deve se restringir à análise da legalidade, mas
o começo está incorreto. Vou reforçar: o final está certinho, mas não há análise de mérito quando se analisa
a legalidade, ou seja, há uma contradição na própria questão, o que a tornou errada.

Vale lembrar que não podemos confundir “discricionariedade” com mérito. A questão estaria cera se fosse
redigida da seguinte forma: “O Poder Judiciário tem competência para apreciar os atos discricionários
exarados pela administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da legalidade desses
atos”. Aí estaria tudo certo. Porém, o mérito não é passível de controle judicial.

Gabarito: errado.

9. (Cebraspe – PM AL/2018) Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos


devem ser realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo nelas
constar imagens que possam configurar promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos, sob
pena de violação do princípio da impessoalidade.

Comentário:

O art. 37, caput, da CF determina que, entre outros, aplicam-se à Administração Pública os princípios da
impessoalidade e da moralidade. A impessoalidade subdivide-se em várias outras aplicações, como a
finalidade pública, a isonomia e a vedação à promoção pessoal.

Nesse contexto, o art. 37, § 1º, da CF, estabelece que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos”.

Por conseguinte, o enunciado vai ao encontro do princípio da impessoalidade, estando correta a afirmação.

Gabarito: correto.

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10. (Cebraspe – TCE PB/2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos,
independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º
346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e
na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a administração pode anular os seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade.
O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da
a) moralidade administrativa.
b) supremacia do interesse público.
c) autotutela.
d) especialidade.
e) legalidade.

Comentário:

Claramente, estamos diante do princípio da autotutela, o qual estabelece que a Administração Pública
possui o poder de controlar os seus próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando
inconvenientes ou inoportunos. Assim, a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para
corrigir os seus atos, podendo fazê-lo diretamente. Ficamos, portanto, com a letra ‘C’, como gabarito.
Vamos analisar as demais alternativas:

a) o princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que
devem estar presentes em sua conduta. Dessa forma, além da legalidade, os atos administrativos devem
subordinar-se à moralidade administrativa – ERRADA;

b) a supremacia diz respeito às prerrogativas da Administração, quando em prol do interesse público, está
em situação de superioridade sobre os interesses do administrado – ERRADA;

d) o princípio da especialidade é aquele que busca assegurar que as entidades administrativas exercerão às
atividades previstas em sua lei de criação ou autorização. Isso porque não pode um agente público, por
mero ato administrativo, mudar a finalidade de uma entidade administrativa. Por isso que a lei de criação
ou autorização deve definir a finalidade da entidade – ERRADA;

e) o princípio da legalidade obriga a Administração a fazer apenas o que está previsto em lei – ERRADA;

Gabarito: alternativa C.

11. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente,


nos princípios da legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício
quando a autoridade competente verificar ilegalidade em ato de própria administração.

Comentário:

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Essa é uma questão um pouco mais complicada. Com tranquilidade, podemos afirmar que o princípio da
autotutela decorre do princípio da legalidade e, além disso, permite que a Administração, de ofício, anule
atos ilegais ou revogue os atos inconvenientes e inoportunos. Até aqui, tudo certo!

O problema trata da parte sobre o princípio da “preponderância do interesse público”.

A doutrina fala em princípio da preponderância dos interesses no sentido de que os serviços de interesse
nacional devem ser prestados e regulamentados pela União; os de interesse regional devem ser prestados
e regulamentados pelos estados; por fim, os serviços de interesse regional devem ser prestados e
regulamentados pelos municípios.

Por esse critério, não há nenhuma correção do princípio com a autotutela.

No entanto, se considerarmos que “preponderância do interesse público” é sinônimo de supremacia do


interesse público e que a supremacia fundamenta os poderes da Administração, então podemos concluir
que há uma correção, ainda que pequena, entre o princípio da autotutela e o princípio da supremacia. Aqui,
entraria o poder de anular ou revogar os atos administrativas sem precisar do Poder Judiciário para isso.

Como o gabarito foi dado como certo, provavelmente foi esta a linha que o Cebraspe adotou, ou seja, a
autotutela decorre da legalidade (pois a Administração deve assegurar que seus atos sejam praticados
conforme a lei) e da preponderância do interesse público (no sentido da supremacia do interesse pública,
já que este é um “poder” da Administração).

Gabarito: correto.

12. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) Um servidor público federal determinou a nomeação de seu
irmão para ocupar cargo de confiança no órgão público onde trabalha. Questionado por outros
servidores, o departamento jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal.
O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar atos administrativos que
estejam supostamente eivados de ilegalidades.

Comentário:

A autotutela não se aplica ao Judiciário (exercendo a função jurisdicional), mas sim à Administração Pública.
Logo, o item está incorreto.

Gabarito: errado.

13. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) Decorrem do princípio da reserva legal a exigência de que as
entidades da administração indireta sejam criadas ou autorizadas por leis específicas e a de que, no caso
das fundações, leis complementares definam suas áreas de atuação.

Comentário:

O princípio da reserva legal significa que determinadas matérias dependerão de lei formal, ou seja, são as
matérias que devem ser disciplinadas em leis ordinárias ou complementares. No caso, a criação de

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entidades administrativas depende de lei específica para criar ou autorizar e, além disso, a área de atuação
das fundações públicas deve ser definida em lei complementar.

Gabarito: correto.

14. (Cebraspe – IFF/2018) Os atos da administração pública devem obedecer não somente à lei
jurídica, mas também a padrões éticos. Tal característica se refere ao princípio da
a) finalidade, uma vez que o administrador não pode praticar um ato em interesse próprio.
b) moralidade, sendo este pressuposto de validade de todo ato da administração pública.
c) legalidade, pois a ação do administrador público está condicionada aos mandamentos legais e às
exigências do bem comum.
d) eficiência, conforme o qual a atividade administrativa deve apresentar resultados positivos para o serviço
público e satisfatório para a coletividade.
e) indisponibilidade do interesse público, pois o funcionário público deve cuidar dos interesses da
coletividade com ética e em obediência à lei.

Comentário:

Vamos analisar as assertivas:

a) o princípio da finalidade imprime à autoridade administrativa o dever de praticar o ato administrativo


com vistas à realização da finalidade perseguida pela lei (interesse público). Porém, não é este o caso que
o enunciado da questão está tratando – ERRADA;

b) quando falarmos em algo ético, temos o princípio da moralidade como referência, afinal o princípio
jurídico da moralidade exige respeito a padrões éticos, de boa--fé, decoro, lealdade, honestidade e
probidade na prática diária de boa administração – CORRETA;

c) o princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de direitos individuais, remete ao fato de
que a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei permite, ou seja, só pode ser exercido em
conformidade com o que é apontado na lei. A alternativa, de forma isolada, até está certa, pois trata do
conceito da legalidade. No entanto, a opção não corresponde ao que pede o enunciado – ERRADA;

d) o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e
rendimento funcional – ERRADA;

e) o princípio da indisponibilidade do interesse público aponta que o administrador público, no uso de


suas atribuições e em nome do interesse público, submete-se a um conjunto de restrições e limitações,
uma vez que não pode dispor dos interesses do povo – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

15. (Cebraspe – STJ/2018) Embora sem previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, o
princípio da confiança relaciona-se à crença do administrado de que os atos administrativos serão lícitos
e, portanto, seus efeitos serão mantidos e respeitados pela própria administração pública.

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Comentário:

A assertiva está correta. Ela conceitua corretamente o princípio da proteção à confiança, o qual é aplicado,
por exemplo, para assegurar a validade dos atos praticados pelos agentes de fato perante terceiros de boa-
fé. Conforme nos ensina Maria Sylvia Di Pietro, “no direito brasileiro não há previsão expressa do princípio
da proteção à confiança; pelo menos não com essa designação, o que não significa que ele não decorra
implicitamente do ordenamento jurídico. O que está previsto expressamente é o princípio da segurança
jurídica”.

Assim, a proteção à confiança, ou confiança legítima, trata do aspecto subjetivo do princípio da segurança
jurídica, representando a confiança que os particulares depositam na atuação da Administração. Em geral,
os particulares confiam nos agentes públicos, crendo da legalidade dos atos administrativos, daí porque
não podem ser prejudicados por uma ilegalidade que não deram causa.

Gabarito: correto.

16. (Cebraspe – STJ/2018) Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu


campanha publicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além
do símbolo da sua campanha eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.

Comentário:

A assertiva está errada. O ato do prefeito representou clara afronta ao princípio da impessoalidade, o qual
proíbe a utilização de símbolos e imagens pessoais nos atos administrativos como forma de promover o
agente público. Tal vedação, inclusive, encontra-se expressa na Constituição:

Art. 37. [...] 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

Logo, houve ofensa ao princípio da impessoalidade, no sentido da vedação à promoção pessoal.

Gabarito: errado.

17. (Cebraspe – STJ/2018) Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova
interpretação de norma administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender
o interesse público.

Comentário:

A Lei 9.784/99 preceitua que, nos processos administrativos, deve ser adotada interpretação da norma
administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, sendo, contudo,
expressamente vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Nem mesmo o interesse público pode
excepcionar essa medida. Por exemplo: se a Administração alterar o seu entendimento sobre o pagamento
de um benefício, decidindo cancelar os pagamentos até então realizados, não poderá determinar a

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devolução do que já foi pago. Note que a devolução atenderia ao interesse público, pois recursos
ingressariam nos cofres públicos; no entanto, não será legítima a exigência da devolução.

Gabarito: errado.

18. (Cebraspe – STJ/2018) O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os


meios e os fins, deve ser obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público.

Comentário:

O princípio da proporcionalidade é um daqueles que se aplica ao processo administrativo. Nessa linha, a


Lei do Processo Administrativo dispõe que processo administrativo observará a adequação entre meios e
fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público (Lei 9.784/99, art. 2º, § único, VI).

Gabarito: correto.

19. (Cebraspe – ABIN/2018) São considerados princípios informativos da atividade administrativa a


legalidade e a supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e
o segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e do
desenvolvimento da sociedade.

Comentário:

É muito comum considerar que os princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público


formam a base do regime jurídico administrativo. Porém, comentamos em nossas aulas que Maria Di
Pietro considera que a base da atividade administrativa é formada pelos princípios da legalidade e da
supremacia do interesse público. A legalidade serve de instrumento de proteção da sociedade, ditando as
formas de atuação da Administração e protegendo a população dos abusos do Estado; já o princípio da
supremacia fundamenta os poderes especiais do Estado, utilizados quando há um conflito entre um
interesse meramente individual e o interesse da coletividade. Com efeito, o princípio da legalidade está
previsto expressamente no art. 37 da Constituição Federal, enquanto o princípio da supremacia é um
princípio implícito, que decorre da própria razão de ser do Estado, fundamentando-se nas regras de
convívio em sociedade. Por fim, quando uma questão fala em “princípio informativo” significa que ele é
“aplicável”. Logo, o enunciado está afirmando que os princípios da legalidade e da supremacia se aplicam
à atividade administrativa, o que está plenamente correto.

Gabarito: correto.

20. (Cebraspe – ABIN/2018) O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura


da produtividade e economicidade, sendo este um dever constitucional da administração, que não
poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos, sob pena de responsabilização pelos seus atos.

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Comentário:

O princípio da eficiência exige que a Administração e os agentes públicos atuem com rendimento. Assim,
será possível produzir mais utilizando menos recursos. Trata-se, ademais, de um dever constitucional, tanto
que o princípio consta expressamente no art. 37, caput, da CF. Além disso, os agentes públicos que não
observarem o dever de eficiência podem ser responsabilizados civil e administrativamente. Nessa linha, a
própria Constituição prevê a realização do controle de economicidade por intermédio do controle interno
e externo (art. 70). Se um agente público, por exemplo, tiver uma conduta antieconômica, poderá ser
responsabilizado pelos órgãos de controle.

Gabarito: correto.

21. (Cebraspe – SEFAZ RS/2018)


A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos decorre diretamente
do princípio da
a) publicidade.
b) moralidade.
c) legalidade.
d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.

Comentário:

Devemos saber que as cláusulas exorbitantes, também chamadas de cláusulas de privilégio, são cláusulas
dos contratos administrativos que extrapolam, exorbitam, ultrapassam os limites aceitáveis no âmbito dos
contratos de direito privado. Essas cláusulas garantem à Administração algumas prerrogativas, dando a ela
tratamento desigual. Por exemplo: a prerrogativa de alterar unilateralmente um contrato, aplicar sanções
e fiscalizar a sua execução são exemplos de cláusulas exorbitantes. Por isso, podemos concluir que tal
prerrogativa decorre do princípio da supremacia do interesse público, que preconiza a prevalência do
interesse público sobre o interesse particular, dotando a administração pública de determinadas
prerrogativas com o objetivo de fazer valer o interesse público. Logo, os contratos administrativos são
“verticalizados”, pois a Administração encontra-se em “posição superior” à outra parte do contrato. Daí o
gabarito ser a letra E.

No entanto, precisamos ter cuidado para não confundir com o princípio da legalidade, já que o enunciado
traz os dizeres “a previsão em lei”. Note que o cerne da questão não era a previsão em lei, mas sim as
cláusulas exorbitantes. Por isso que a letra E é mais adequada para o caso.

Gabarito: alternativa E.

22. (Cebraspe – STM/2018) O princípio da impessoalidade está diretamente relacionado à obrigação


de que a autoridade pública não dispense os preceitos éticos, os quais devem estar presentes em sua
conduta.

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Comentário:

O princípio que exige atuação conforme preceitos éticos é o da moralidade. O princípio da impessoalidade,
por sua vez, exige que a atuação administrativa tenha como foco a finalidade público, com atuações
isonômicas e sem promoção pessoal de autoridades.

Gabarito: errado.

23. (Cebraspe – STM/2018) Embora não estejam previstos expressamente na Constituição vigente, os
princípios da indisponibilidade, da razoabilidade e da segurança jurídica devem orientar a atividade da
administração pública.

Comentário:

A assertiva está correta. Apenas o LIMPE (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência)
está presente expressamente na Constituição Federal. Todos os demais princípios são considerados
implícitos (quando o parâmetro é a Constituição). Assim, os princípios da indisponibilidade, da
razoabilidade e da segurança jurídica realmente não constam expressamente no texto constitucional, mas
orientam a atuação administrativa.

Gabarito: correto.

24. (Cebraspe – PC MA/2018) A conduta do agente público que busca o melhor desempenho possível,
com a finalidade de obter o melhor resultado, atende ao princípio da
a) eficiência.
b) legalidade.
c) impessoalidade.
d) moralidade.
e) publicidade.

Comentário:

Questão muito tranquila. Sabemos que tal princípio é o da eficiência, previsto expressamente no art. 37 da
CF. Esse princípio é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução de
resultados, qualidade e rendimento necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de
maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social.

Gabarito: alternativa A.

25. (Cebraspe – CGM João Pessoa - PB/2018) Decorre do princípio de autotutela o poder da
administração pública de rever os seus atos ilegais, independentemente de provocação.

Comentário:

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O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possui o poder de controlar os próprios
atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos. Assim, a
Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus atos, podendo fazê-lo
diretamente. Esse princípio possui previsão em duas súmulas do STF, a 346, que estabelece que “A
Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”, e 473, que dispõe o seguinte:
Súmula nº 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Gabarito: correto.

26. (Cebraspe – CGM João Pessoa - PB/2018) O princípio da eficiência determina que a administração
pública direta e indireta adote critérios necessários para a melhor utilização possível dos recursos
públicos, evitando desperdícios e garantindo a maior rentabilidade social.

Comentário:

O princípio da eficiência implementou o modelo de administração pública gerencial voltada para um


controle de resultados na atuação estatal. Nesse sentido, economicidade, redução de desperdícios,
qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos por referido princípio.

Gabarito: correto.

27. (Cebraspe – SERES PE/2017) Secretário de justiça e direitos humanos de determinado estado da
Federação que publicar uma portaria e, na semana seguinte, revogá-la, em nova publicação, terá
praticado ato revogatório com base no princípio da
a) indisponibilidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.

Comentário:

A Administração Pública tem o poder de rever os seus próprios atos, revogando os inconvenientes e
inoportunos e anulando os ilegais. Trata-se da aplicação do princípio da autotutela (alternativa C).

Vejamos as demais alternativas:

a) o princípio da indisponibilidade representa as sujeições que a Administração se submete, o que implica,


entre outras coisas, a necessidade de realizar concurso para contratação de pessoal e de observar as
restrições legais para alienar bens – ERRADA;

b) o princípio da moralidade exige a atuação honesta dos agentes públicos – ERRADA;

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d) o princípio da eficiência exige que a Administração e os agentes públicos atuem com rendimento e
qualidade – ERRADA;

e) o princípio da supremacia trata das prerrogativas que a Administração dispões para cumprir as suas
finalidades, como a possibilidade de constituir obrigações de forma unilateral ou de desapropriar bens,
entre outras medidas em que se impõe o poder extroverso do Estado – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

28. (Cebraspe – TRE BA/2017) Determinado município, após celebrar com particulares contratos de
promessa de venda e compra de glebas de sua propriedade, passou, sob a gestão do novo prefeito, a
promover anulações contratuais porque os parcelamentos pactuados não estariam regularizados por não
atenderem a requisitos legais.
Nessa situação hipotética, para obstar a pretensão do município, será adequado que o particular
prejudicado invoque, em seu favor, o princípio da
a) igualdade.
b) continuidade dos serviços públicos.
c) proporcionalidade.
d) moralidade.
e) confiança legítima.

Comentário:

A questão trata de uma situação em que o município firmou contratos na gestão de um prefeito e depois
desfez esses contratos na gestão do prefeito subsequente. Nessa situação, podemos ter uma ofensa ao
princípio da confiança legítima, na medida em que os particulares acreditavam na legalidade dos atos
emanados na gestão anterior e, por isso, se atuaram de boa-fé, não poderiam ser prejudicados pela
Administração. Logo, o gabarito é a letra E.

As demais opções estão incorretas, conforme vamos analisar a seguir:

a) o princípio da igualdade é uma aplicação do princípio da impessoalidade, exigindo que a Administração


não favoreça ou desfavoreça indevidamente determinadas pessoas; logo, só serão aceitas discriminações
fundamentadas na lei e no interesse público, como ocorre com as medidas afirmativas (cotas em concursos,
por exemplo) – ERRADA;

b) o princípio da continuidade exige que os serviços públicos sejam prestados continuamente, sem
interrupções. Dessa forma, o serviço somente poderá ser paralisado em situações excepcionais, como nos
casos de emergência e de necessidade de manutenção – ERRADA;

c) o princípio da proporcionalidade é utilizado como referência no controle de atos que impliquem


limitações. Assim, qualquer limitação deve ter adequação entre os meios e os fins – exemplo: uma sanção
será mais grave quanto mais grave for a infração comedida – ERRADA;

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d) pelo princípio da moralidade, os agentes públicos devem ter condutas éticas, honestas, pautadas na boa-
fé – ERRADA.

Gabarito: alternativa E.

29. (Cebraspe – TRE BA/2017) Agente público que se utiliza de publicidade governamental com a
finalidade exclusiva de se promover viola o princípio da
a) eficiência.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) publicidade.
e) motivação.

Comentário:

A vedação a promoção pessoal costuma ser associada a dois princípios: (i) da impessoalidade; (ii) da
moralidade. A violação ao princípio da impessoalidade surge porque a atuação da Administração é sempre
imputada ao órgão ou ao ente no qual o agente atua. Assim, o agente não pode se promover às custas do
órgão ente público.

A violação ao princípio da moralidade surge porque não é ético por parte do agente público se utilizar da
máquina pública para obter benefícios pessoas se promovendo.

Como não há o princípio da impessoalidade entre as alternativas, o nosso gabarito é a letra B (moralidade).

Alguns alunos costumam associar essa vedação ao princípio da publicidade. Mas isso está errado! A violação
ao princípio da publicidade ocorre quando não se dá transparência a um ato ou informação que deveria ser
divulgado. Por outro lado, utilizar a publicidade oficial para se promover representa ofensa aos princípios
da moralidade e da impessoalidade.

Gabarito: alternativa B.

30. (Cebraspe – TRE PE/2017) O princípio da razoabilidade


a) se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser considerado aceitável, e sua inobservância resulta em
vício do ato administrativo.
b) incide apenas sobre a função administrativa do Estado.
c) é autônomo em relação aos princípios da legalidade e da finalidade.
d) comporta significado unívoco, a despeito de sua amplitude, sendo sua observação pelo administrador
algo simples.
e) pode servir de fundamento para a atuação do Poder Judiciário quanto ao mérito administrativo.

Comentário:

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a) o princípio da razoabilidade possui várias aplicações, inserindo-se na análise dos atos administrativos
para verificar se as decisões são aceitáveis do ponto de vista do “homem médio”. Por exemplo: é aceitável
instituir uma idade máxima para um concurso de policial militar? Se a resposta for positiva, podemos dizer
que tal restrição é razoável. Com efeito, o ato que se mostrar desarrazoado (não aceitável) será um ato
viciado, ou seja, será ilegal, devendo ser anulado – CORRETA;

b) o princípio da razoabilidade informa não só a função administrativa, como também a função legislativa
e jurisdicional, pois permite que uma lei desarrazoada (por exemplo: uma lei que implique limitações
exageradas para o ingresso em determinado cargo público) seja considerada inconstitucional pelo Poder
Judiciário – ERRADA;

c) de acordo com Bandeira de Mello (2014, p. 81), o princípio da razoabilidade “descende também do
princípio da legalidade”. Tais princípios estão interligados, motivo pelo qual um ato que seja desarrazoado
será também ilegal, devendo ser anulado – ERRADA;

d) certamente a interpretação do que é ou não razoável não é uma tarefa tão simples. Uma restrição pode
ser considerada razoável para um agente público, mas não para outro. Então, não podemos afirmar que a
razoabilidade configura significado “unívoco” nem que a sua observação seja tão simples – ERRADA;

e) o princípio da razoabilidade permite que o Poder Judiciário analise os atos administrativos


discricionários, buscando verificar se não ocorreram exageros. Porém, ao considerar o ato desarrazoado, o
Judiciário não estará invadindo o mérito do ato, mas sim verificando a sua legalidade, uma vez que uma
sanção ou restrição desarrazoada/desproporcional é praticada com abuso, o que configura uma ilegalidade
– ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

31. (Cebraspe – TRT 7/2017) O princípio que rege a administração pública, expressamente previsto
na Constituição Federal de 1988, e que exige dos agentes públicos a busca dos melhores resultados e um
menor custo possível, é o da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) impessoalidade.

Comentário:

Os princípios constitucionais expressos formam o mnemônico LIMPE (legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e eficiência). Este último se apresenta em dois aspectos: (i) na forma de
organização da estrutura administrativa, que deve buscar uma estrutura mais enxuta e descentralizada; (ii)
na forma de atuação dos agentes públicos, que devem buscar sempre a excelência, prestando serviços com
qualidade, zelo e rendimento para atender às necessidades da população. Dessa forma, a questão trata do
princípio da eficiência.

Gabarito: alternativa B.

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32. (Cebraspe – TCE SC/2016) O Tribunal de Contas de determinado estado da Federação, ao analisar
as contas prestadas anualmente pelo governador do estado, verificou que empresa de publicidade foi
contratada, mediante inexigibilidade de licitação, para divulgar ações do governo. Na campanha
publicitária promovida pela empresa contratada, constavam nomes, símbolos e imagens que promoviam
a figura do governador, que, em razão destes fatos, foi intimado por Whatsapp para apresentar defesa.
Na data de visualização da intimação, a referida autoridade encaminhou resposta, via Whatsapp,
declarando-se ciente. Ao final do procedimento, o Tribunal de Contas não acolheu a defesa do
governador e julgou irregular a prestação de contas.
Dado o teor da campanha publicitária, é correto inferir que, na situação, se configurou ofensa aos princípios
da impessoalidade e da moralidade.

Comentário:

O art. 37, caput, da Constituição Federal determina que, entre outros, aplicam-se à administração pública
os princípios da impessoalidade e da moralidade. A impessoalidade subdivide-se em várias outras
aplicações, como a finalidade pública, a isonomia e a vedação à promoção pessoal.

Nesse contexto, o art. 37, § 1º, da Constituição Federal, estabelece que “a publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Por conseguinte, o ato infringiu o princípio da impessoalidade.

Além disso, também podemos dizer que se trata de um ato imoral, uma vez que se utilizar do aparato do
Estado para se promover fere a ética e os bons costumes. Logo, a afirmativa está correta.

Vale reforçar: a violação aplica-se mais ao princípio da impessoalidade, mas também podemos dizer que o
ato infringiu outros princípios, como a moralidade.

Gabarito: correto.

33. (Cebraspe – INSS/2016) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo


ato da administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.

Comentário:

Segundo a Profª. Maria Di Pietro, a imoralidade resulta do próprio objeto do ato, não sendo preciso
penetrar na análise da intenção do agente. Assim, um ato pode ser imoral, mesmo que não fosse a intenção
do agente cometer qualquer imoralidade.

A imoralidade, por conseguinte, ocorre quando o conteúdo do ato é considerado, pelo senso comum, como
desonesto, desequilibrado, injusto, não ético. Logo, não é necessário analisar a intenção do agente, mas
sim o conteúdo do ato para dizer se ele é imoral.

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Gabarito: errado.

34. (Cebraspe – INSS/2016) Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações


administrativo-governamentais são imputadas ao ente público e não ao agente político.

Comentário:

A assertiva está correta. Uma das aplicações do princípio da impessoalidade fundamenta a imputação das
realizações do governo ao ente público e não aos seus agentes. Por isso, uma autoridade administrativa
não pode promover-se pessoalmente às custas da estrutura administrativa, pois as políticas públicas são
imputadas ao órgão/entidade e não aos seus agentes.

Gabarito: correto.

35. (Cebraspe – TRT 8ª R/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração, aplicando-se esse
princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial.
b) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher, mediante
institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente vagas.
c) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos, podendo
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de decisão do Poder
Judiciário.
d) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela instituída,
com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
e) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os fundamentos de
fato e de direito de suas decisões.

Comentário:

a) não é muito comum se falar em princípio da hierarquia. Mesmo assim, a hierarquização é característica
da função administrativa. Dessa forma, não há hierarquia no exercício das funções legislativa e judiciária
típicas. Por exemplo: não há hierarquia entre um deputado e o presidente da Câmara, mas apenas uma
relação funcional; da mesma forma, não há hierarquia entre um juiz e um desembargador – aquele não
deve obediência hierárquica a este – ERRADA;

b) segundo a Profª. Maria Di Pietro, o princípio da continuidade tem as seguintes consequências: (i)
proibição de greve dos servidores públicos (não é uma vedação absoluta); (ii) necessidade de institutos
como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções públicas temporariamente vagas;
(iii) impossibilidade, para quem contratada com a Administração, de invocar a cláusula da exceção do
contrato não cumprido (também não é uma vedação absoluta); (iv) possibilidade de a Administração utilizar
os equipamentos e instalações da empresa com que ela contrata; (v) encampação da concessão de serviço
público. Como se vê, a delegação e a substituição encontram respaldo no princípio da continuidade –
CORRETA;

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c) e d) as alternativas inverteram os conceitos. O princípio do controle ou tutela representa a possibilidade


de a Administração direta exercer o controle sobre as entidades administrativas, buscando garantir o
cumprimento de suas finalidades; por outro lado, o princípio da autotutela permite que a Administração
controle seus próprios atos, revogando os inconvenientes e inoportunos e anulando os ilegais, sem
necessidade de prévia autorização judicial – ERRADAS;

e) indicação dos fundamentos de fato e de direito que levaram à prática de um ato representa o princípio
da motivação – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

36. (Cebraspe – TRT 8ª R/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos administrativos.
b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse público
equivalem-se.
c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência.
d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público.
e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência.

Comentário:

a) o Poder Judiciário, no exercício de sua função típica, não pode revogar atos praticados pela
Administração, pois não pode exercer o controle de mérito dos atos administrativos. O Judiciário somente
pode revogar quando exercer a função administrativa, ou seja, quando estiver atuando como
“Administração Pública”. Por isso que se afirma que somente a Administração Pública pode revogar seus
atos – ERRADA;

b) o princípio da indisponibilidade e o da supremacia tratam de coisas distintas. Aquele representa as


sujeições administrativas, enquanto este trata das prerrogativas públicas. Juntos, eles formam os princípios
basilares do regime jurídico-administrativo – ERRADA;

c) tranquilo! Os princípios da moralidade e da eficiência constam expressamente na Constituição Federal,


ajudando a compor o famoso “LIMPE” – CORRETA;

d) o princípio que visa a garantir a satisfação do interesse público é o princípio da impessoalidade, mais
especificamente na sua aplicação do princípio da finalidade – ERRADA;

e) e exigência de transparência decorre do princípio da publicidade – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

37. (Cebraspe – TRE PI/2016) Determinada autoridade administrativa deixou de anular ato
administrativo ilegal, do qual decorriam efeitos favoráveis para seu destinatário, em razão de ter
decorrido mais de cinco anos desde a prática do ato, praticado de boa-fé.

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Nessa situação hipotética, a atuação da autoridade administrativa está fundada no princípio administrativo
da
a) tutela.
b) moralidade.
c) segurança jurídica.
d) legalidade.
e) especialidade.

Comentário:

Vamos aproveitar essa questão para relembrar cada um dos princípios mencionados:

Tutela: o princípio do controle ou da tutela foi elaborado para assegurar que as entidades da Administração
Indireta observem o princípio da especialidade15. Esse princípio é representado pelo controle da
Administração Direta sobre as atividades das entidades administrativas, com o objetivo de garantir a
observância de suas finalidades institucionais;

Moralidade: impõe que o administrador público adote os preceitos éticos, honestes e de boa-fé, que devem
estar presentes em sua conduta. Dessa forma, além da legalidade, os atos administrativos devem
subordinar-se à moralidade administrativa;

Segurança Jurídica: tem por objetivo assegurar a estabilidade das relações jurídicas já consolidadas, frente
à inevitável evolução do Direito, tanto em nível legislativo quanto jurisprudencial. Trata-se de um princípio
com diversas aplicações, como a proteção ao direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Além disso, é fundamento da prescrição e da decadência, evitando, por exemplo, a aplicação de sanções
administrativas vários anos após a ocorrência da irregularidade;

Legalidade: constitui uma das garantias principais de respeito aos direitos individuais. Isso ocorre porque a
lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites de atuação administrativa que tenha
por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade;

Especialidade: reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se criam entidades para o


desempenho de finalidades específicas. Decorre, ademais, dos princípios da legalidade e da
indisponibilidade do interesse público. Assim, a criação de autarquias, por exemplo, representa este
princípio.

Agora ficou fácil de responder, não é mesmo? Na situação apresentada, a atuação da autoridade
administrativa está fundada no princípio administrativo da segurança jurídica.

Gabarito: alternativa C.

38. (Cebraspe – TRE PI/2016) O regime jurídico-administrativo caracteriza-se


a) pelas prerrogativas e sujeições a que se submete a administração pública.

15
Veremos na alternativa E.

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b) pela prevalência da autonomia da vontade do indivíduo.


c) por princípios da teoria geral do direito.
d) pela relação de horizontalidade entre o Estado e os administrados.
e) pela aplicação preponderante de normas do direito privado.

Comentário:

Questão bem conceitual. Em síntese, o regime jurídico administrativo resume-se em dois aspectos: de um
lado, estão as prerrogativas, que representam alguns privilégios para a Administração dentro das relações
jurídicas; de outro, encontram-se as sujeições, que são restrições de liberdade de ação para a
Administração Pública. Com efeito, essas prerrogativas e sujeições, refletem, respectivamente, os
princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público.

Gabarito: alternativa A.

39. (Cebraspe – TRE GO/2015) Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem sua
atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem tudo se permite se
não houver proibição legal.

Comentário:

De acordo com o princípio da legalidade, a atuação administrativa deve pautar-se pela lei. Contudo, há
diferentes aplicações da legalidade para a Administração e para o particular. Para este, é possível fazer tudo
o que não estiver proibido por lei, uma vez que as pessoas em geral se submetem ao princípio da autonomia
da vontade. Por outro lado, a Administração só pode fazer aquilo que estiver previsto em lei, ou seja, a sua
atuação está limitada ao que prevê a lei.

Gabarito: correto.

40. (Cebraspe – TRE GO/2015) Em decorrência do princípio da impessoalidade, previsto


expressamente na Constituição Federal, a administração pública deve agir sem discriminações, de modo
a atender a todos os administrados e não a certos membros em detrimento de outros.

Comentário:

Em um dos desdobramentos/sentidos do princípio da impessoalidade, a Administração deve atender a


todos os administrados sem discriminações. Não se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições
indevidas, consagrando assim um outro princípio: da igualdade ou isonomia. Ademais, a impessoalidade é
um dos princípios que constam expressamente no caput do art. 37 da Constituição Federal.

Gabarito: correto.

41. (Cebraspe – TRE GO/2015) O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma
explícita.

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Comentário:

Mais fácil impossível, não é mesmo? Os princípios expressos na CF/88 correspondem ao LIMPE: Legalidade;
Impessoalidade; Moralidade; Publicidade; e Eficiência.

É bastante comum, até mesmo em questões recentes, as bancas questionarem sobre o princípio da
eficiência, uma vez que ele é o “mais jovem” princípio constitucional expresso/explícito, pois foi incluído
na Constituição pela Emenda Constitucional 19/1998.

Gabarito: correto

42. (Cebraspe – TRE GO/2015) O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois
princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse público
sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público.

Comentário:

A corrente majoritária defende que os dois princípios basilares do regime jurídico-administrativo são o da
supremacia do interesse público sobre o privado e o da indisponibilidade do interesse público. Aquele
fundamenta as prerrogativas da Administração, ou seja, aqueles poderes que fazem com que a
Administração Pública se ponha em superioridade perante o particular em determinadas situações, como
ocorre na aplicação de multas, na apreensão de mercadorias, na alteração unilateral de contratos, etc. Por
outro lado, a indisponibilidade do interesse público é representada pelas sujeições administrativas, ou seja,
aquelas limitações aplicáveis à Administração direcionadas a resguardar o interesse público. Assim, são as
sujeições que exigem que a Administração realize licitação para firmar contratos ou faça concursos públicos
para escolha de seus servidores.

Gabarito: correto.

43. (Cebraspe – MPU/2015) O servidor responsável pela segurança da portaria de um órgão público
desentendeu-se com a autoridade superior desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade
determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as pessoas que
entrassem e saíssem do imóvel.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O ato praticado pela autoridade superior, como todos os atos da administração pública, está submetido ao
princípio da moralidade, entretanto, considerações de cunho ético não são suficientes para invalidar ato
que tenha sido praticado de acordo com o princípio da legalidade.

Comentário:

Atualmente, entende-se que a moralidade é um princípio autônomo em relação ao princípio da legalidade.


Assim, por intermédio da aplicação do princípio da moralidade, é possível anular um ato administrativo que
ofenda a ética, a probidade administrativa, o dever de honestidade etc.

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Nessa linha, quando se fala que um ato ilegal é passível de anulação, o conceito de ilegalidade deve ser
amplo, alcançando também os atos que, ainda que praticados dentro da legalidade, mostrem-se imorais.

Assim, as considerações de cunho ético são sim suficientes para invalidar um ato administrativo, ainda que
praticado de acordo com o princípio da legalidade.

Gabarito: errado.

44. (Cebraspe – TCU/2015) O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à


administração pública, não consta expressamente na CF.

Comentário:

Conforme eu já mencionei, é comum se questionar se o princípio da eficiência é ou não um princípio


expresso na CF, uma vez que ele não constava no texto original da Carta da República. Contudo, a partir da
Emenda Constitucional 19/1998 (Emenda da Reforma Administrativa), o princípio da eficiência juntou-se
ao da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade como princípio constitucional expresso.

Gabarito: errado.

45. (Cebraspe – FUB/2015) A ação administrativa tendente a beneficiar ou a prejudicar determinada


pessoa viola o princípio da isonomia.

Comentário:

Essa questão foi uma pegadinha da banca, com um nível de dificuldade elevado. A ação administrativa
busca trazer benefícios para a sociedade, por meio da prestação de serviços públicos e de outras atividades
administrativas. Por exemplo, quando uma pessoa busca atendimento em um hospital público e é atendida
pelo médico, pode-se dizer que essa pessoa recebeu um benefício do Estado, confere?

Da mesma forma, é função do Estado defender o interesse público, ainda que determinadas pessoas sejam
prejudicadas com essas medidas. Por exemplo, quando uma empresa é fechada por não atender a normas
ambientais, podemos dizer que seus sócios foram prejudicados, no entanto por meio de uma atuação
legítima do Estado.

Nos dois casos, a pessoa beneficiada (ser atendido em hospital público) e as pessoas prejudicadas (ter a
empresa fechada), não houve, em tese, qualquer irregularidade praticada por agentes públicos.

Nessa linha, a atuação administrativa gera benefícios e prejuízos, conforme o caso, mas isso muitas vezes
ocorre de forma lícita.

O que não pode é ocorrer um prejuízo ou um benefício indevido. Por exemplo, contratar uma empresa só
porque o dono é um amigo ou financiou a campanha de um político – isso seria um benefício indevido. Ou
desapropriar um terreno privado com o objetivo de prejudicar um inimigo do prefeito – isso seria um
prejuízo indevido. Nessas duas últimas situações, a ação administrativa beneficiou e prejudicou particulares
de forma indevida, violando a isonomia.

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Portanto, o item está errado pelo seguinte motivo: somente as ações administrativas que beneficiam ou
prejudicam indevidamente é que violam o princípio da isonomia; por outro lado, quando o benefício ou
prejuízo for praticado de acordo com as normas legais e com o dever do Estado, não haverá qualquer
violação ao mencionado princípio.

Gabarito: errado.

46. (Cebraspe – FUB/2015) O agente público só poderá agir quando houver lei que autorize a prática
de determinado ato.

Comentário:

Essa é a forma da aplicação do princípio da legalidade à Administração Pública. Assim, um agente público
somente poderá agir quando houver lei que autorize (ou até mesmo que determine) a prática de
determinado ato.

Gabarito: correto.

47. (Cebraspe – FUB/2015) Paulo foi aprovado em concurso para analista, que exigia nível superior.
Nomeado e empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com aparência de legalidade.
Posteriormente, constatou-se que Paulo jamais havia colado grau em instituição de ensino superior,
detendo, como titulação máxima, o ensino médio.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham vícios, podem ser considerados válidos
quanto aos efeitos que atinjam terceiros de boa-fé, em atendimento ao princípio da segurança jurídica.

Comentário:

O princípio da segurança jurídica tem por objetivo preservar as relações jurídicas já consolidadas. Além
disso, tem o objetivo de preservar os direitos daqueles que agiram de boa-fé perante a Administração e
que não podem ser prejudicados pela má atuação administrativa.

Nessa linha, os efeitos dos atos praticados com aparência de legalidade, mas que posteriormente foram
considerados ilegais por algum problema em seus elementos de formação, devem ser preservados quando
atingirem terceiros de boa-fé.

O principal exemplo é esse que foi dado pela questão, ou seja, os efeitos dos atos administrativos praticados
por uma pessoa investida em um cargo público sem preencher os requisitos legais para a posse devem ser
preservados quando atingirem terceiros de boa-fé. Por exemplo, imagine que Pedro expediu diversas
anuências para entrada de mercadorias importadas no Brasil; quando se constatar a ilegalidade na
investidura de Pedro, não fará sentido anular todas as anuências expedidas alegando-se que ela era
incompetente para isso, uma vez que não preenchia os requisitos do cargo. Se isso fosse feito, ou seja, se
todas as anuências fossem anuladas, as pessoas que importaram o produto de forma regular, sem fazer
ideia da situação de Pedro, seriam prejudicadas; da mesma forma, terceiros que adquiriram esses produtos
no comércio, e que sequer faziam ideia de toda essa situação, teriam que devolver os produtos que
adquiriram licitamente no mercado. Não faria sentido, concorda?

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Logo, o item está correto, pois ainda que os atos de Pedro contenham vícios, eles podem ser considerados
válidos quanto aos efeitos que atinjam terceiros de boa-fé, em respeito ao princípio da segurança jurídica.

Gabarito: correto.

48. (Cebraspe – FUB/2015) A proteção da confiança, desdobramento do princípio da segurança


jurídica, impede a administração de adotar posturas manifestadamente contraditórias, ou seja,
externando posicionamento em determinado sentido, para, em seguida, ignorá-lo, frustrando a
expectativa dos cidadãos de boa-fé.

Comentário:

Algumas obras consideram a proteção da confiança ou da confiança legítima como sinônimo da segurança
jurídica. Outros, porém, tratam aquele como um desdobramento deste. Independentemente dessas
considerações, o fato é que eles possuem sentido próximo, senão idêntico.

Nessa linha, esses princípios têm por objetivo preservar as relações jurídicas já consolidadas. Assim, a
Administração não pode prejudicar os cidadãos adotando condutas manifestamente contraditórias, ou
seja, adotando para cada caso semelhante, condutas opostas.

Imagine que uma pessoa faça um pedido de importação de determinado produto, recebendo a autorização
da Administração; posteriormente, um outro cidadão realiza investimentos de grande vulto para abrir uma
loja e comercializar esse mesmo produto. Contudo, sem qualquer justificativa ou alteração na legislação, a
Administração venha a indeferir o pedido de importação. Tal conduta frustraria as expectativas das
pessoas, vez que a Administração adotaria condutas contraditórias para casos idênticos.

Gabarito: correto.

49. (Cebraspe – FUB/2015) O princípio da segurança jurídica não se sobrepõe ao da legalidade,


devendo os atos administrativos praticados em violação à lei, em todo caso, ser anulados, a qualquer
tempo.

Comentário:

De fato, um princípio não se sobrepõe ao outro. Contudo, eles devem ser aplicados em harmonia, de forma
que um não aniquile totalmente a aplicação do outro. Dessa forma, em alguns casos, o princípio da
segurança jurídica impedirá a anulação de um ato, ainda que ilegal. Isso porque, em determinadas
situações, o interesse público será melhor preservado com a manutenção do ato do que com a sua
anulação.

Um exemplo disso ocorre com a aplicação da prescrição e da decadência. Nessa linha, o art. 54 da Lei
9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo na Administração Pública federal, estabelece o
prazo de cinco anos para que a Administração venha a anular os atos administrativos dos quais decorram
efeitos favoráveis para os destinatários, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-
fé. Dessa forma, um ato praticado há mais de cinco anos, dentro das condições previstas na lei, não poderá
mais ser anulado pela Administração.

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Tal situação ocorre porque causaria grave insegurança jurídica a Administração poder anular um ato
administrativo após vários anos depois de sua prática, afetando a confiança em relação às situações
jurídicas pretéritas.

Assim, nem o princípio da legalidade nem da segurança jurídica se sobrepõe um ao outro, o que ocorre a
aplicação de cada um em determinada situação.

Gabarito: errado.

50. (Cebraspe – IRBr/2015) O princípio da legalidade consiste em estatuir que a regulamentação de


determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei formal, e não por quaisquer outras fontes
normativas.

Comentário:

O princípio da legalidade determina a submissão à lei, ou seja, significa que a atuação administrativa deve
pautar-se segundo a lei, aplicada em sentido amplo, envolvendo a Constituição, as leis em sentido estrito,
os regulamentos, etc.

Por outro lado, o princípio da reserva legal significa que determinadas matérias devem ser regulamentadas
por lei formal, ou seja, não podem ser tratadas por outras fontes normativas. Logo, o item está errado, pois
trocou os conceitos.

Gabarito: errado.

51. (Cebraspe – TJDFT/2015)


I A administração pública não pode atuar com objetivo de prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas,
nem os seus atos devem ser imputados aos funcionários que os praticam, mas ao órgão da administração
pública.
II A administração deve agir de modo célere, com o melhor desempenho possível de suas atribuições,
visando obter os melhores resultados.
No direito administrativo, essas assertivas correspondem, respectivamente, aos princípios da
a) supremacia do interesse público sobre o individual e da proporcionalidade.
b) legalidade e da eficiência.
c) impessoalidade e da razoabilidade.
d) impessoalidade e da eficiência.
e) moralidade e da isonomia.

Comentário:

O princípio da impessoalidade possui diversas aplicações. Numa delas, determina que a Administração
Pública não deve prejudicar ou beneficiar determinadas pessoas. Além disso, significa que os atos
administrativos devem ser imputados à Administração e não aos seus agentes. Dessa forma, a propaganda

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institucional de uma prefeitura municipal deve ter os serviços creditados à prefeitura e não, de forma
nominal, ao seu prefeito. Com isso, podemos notar que o item I trata do princípio da impessoalidade.

Além disso, a Emenda Constitucional 19/1998 inclui o princípio da eficiência como princípio constitucional
expresso, determinando que a Administração seja mais célere, utilizando melhor os recursos públicos para
fornecer os serviços com o melhor desempenho e com os melhores resultados. Logo, o item II trata do
princípio da eficiência.

Gabarito: alternativa D.

52. (Cebraspe – STJ/2015) Em um Estado democrático de direito, deve-se assegurar o acesso amplo
às informações do Estado, exigindo-se, com amparo no princípio da publicidade, absoluta transparência,
sem espaço para excepcionalidades no âmbito interno.

Comentário:

O princípio da publicidade exige uma atuação administrativa transparente, de forma que os cidadãos
possam exercer o controle dos recursos públicos e dos atos dos agentes administrativos. Todavia, tal
transparência não é absoluta, uma vez que a Constituição Federal preserva o sigilo dos atos quando for
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (CF, art. 5º, XXXIII).

Gabarito: errado.

53. (Cebraspe – STJ/2015) O princípio da especialidade na administração indireta impõe a


necessidade de que conste, na lei de criação da entidade, a atividade a ser exercida de modo
descentralizado.

Comentário:

O princípio da especialidade é aquele que busca assegurar que as entidades administrativas exercerão às
atividades previstas em sua lei de criação ou autorização. Isso porque não pode um agente público, por
mero ato administrativo, mudar a finalidade de uma entidade administrativa. Por isso que a lei de criação
ou autorização deve definir a finalidade da entidade.

Gabarito: correto.

54. (FCC – AL AP/2020) Considerando os princípios que regem a Administração Pública, de acordo
com o princípio da:
I. Indisponibilidade do interesse público, os interesses públicos não se encontram à livre disposição do
Administrador público.
II. Supremacia do interesse público, a Administração Pública está sempre acima dos direitos e garantias
individuais.
III. Segurança jurídica, deve ser prestada a assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovem
insuficiência de recursos.

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IV. Continuidade do serviço público, o serviço público, atendendo a necessidades essenciais da coletividade,
como regra, não deve parar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I e IV.
e) II e IV.

Comentário:

I – o princípio da indisponibilidade do interesse público trata das sujeições administrativas, que são
aquelas limitações e restrições impostas à Administração com o intuito de evitar que ela atue de forma
lesiva aos interesses públicos ou de modo ofensivo aos direitos fundamentais dos administrados. Disso
decorre justamente que os interesses públicos não se encontram à livre disposição do Administrador
público, como dito na assertiva – CORRETO;

II – não é correto dizer que pela supremacia do interesse público a Administração está sempre acima dos
direitos e garantias individuais. A administração atua em prol dos interesses da coletividade, e, diante de
uma situação de conflito entre interesses de um particular e o interesse público, esse último deve
predominar. Porém, a Administração não pode “fulminar” os direitos e garantias. Por exemplo: o Estado
pode desapropriar um bem por utilidade pública, mas deverá indenizar de forma justa o proprietário –
ERRADA;

III – o princípio da segurança jurídica tem como objetivo assegurar a estabilidade das relações jurídicas já
consolidadas, através da proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. O princípio
do acesso à justiça, por outro lado, garante que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos (art. 5º, LXXIV, CF/88) – ERRADA;

IV – em regra, os serviços públicos devem ser prestados de maneira contínua, ou seja, sem parar.
Excepcionalmente, é possível a paralisação, como nos casos em que sejam necessários reparos técnicos ou
a realização de obras de expansão e melhorias dos serviços. Ademais, não caracteriza descontinuidade a
interrupção dos serviços em situação de emergência ou após aviso prévio, como nos casos de
inadimplemento do usuário (Lei nº 8.987/95, art. 3º, §3º, II) – CORRETA.

Assim, estão corretas apenas as afirmativas I e IV, conforme alternativa D.

Gabarito: alternativa D.

55. (FCC – AL AP/2020) Gerson, Governador de determinado Estado, fez constar na publicidade de
determinada obra pública realizada durante o seu governo, seu nome e sua fotografia a fim de
caracterizar sua promoção pessoal. Gerson

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a) feriu o princípio da impessoalidade, sendo permitida, pela Constituição Federal, a promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos na publicidade das obras públicas apenas de forma indireta, sem a
utilização de imagens.
b) feriu o princípio da publicidade, pois, de acordo com esse princípio, a divulgação das obras públicas deve
ter apenas caráter informativo ou de orientação social.
c) agiu corretamente e de acordo com o princípio da publicidade, segundo o qual a obra pública deve ser
divulgada e identificada para conhecimento da população, ainda que caracterize a promoção pessoal de
quem a realizou.
d) feriu o princípio da impessoalidade, não sendo permitida na publicidade de obras públicas, pela
Constituição Federal, a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
e) agiu corretamente e de acordo com o princípio da legalidade, segundo o qual as obras públicas devem
conter a identificação da autoridade ou servidor público que a realizou por meio de escritos, símbolos ou
imagens.

Comentário:

a) de fato, Gerson feriu o princípio da impessoalidade, mas não há permissão na CF para promoção pessoal
dos agentes públicos nem de forma indireta. A vedação diz respeito expressamente a nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal (art. 37, §1º) – ERRADA;

b) a publicidade das obras públicas deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, mas
isso é decorrência do princípio da impessoalidade, e não da publicidade. O princípio da publicidade
representa a exigência de publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia dos atos administrativos,
além do sentido relativo à exigência de transparência da atuação administrativa. Perceba que não houve
falha na ausência de transparência, mas sim na utilização da obra para promoção pessoal – ERRADA;

c) a promoção pessoal dos agentes públicos em relação a atos, programas, obras, serviços e campanhas é
vedada – ERRADA;

d) nos termos do art. 37, §1º, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Esse parágrafo representa o princípio da impessoalidade, segundo o qual as atividades da Administração
não podem ser imputadas aos funcionários que as realizaram, mas aos órgãos e entidades que representam
– CORRETA;

e) como já dissemos nas alternativas anteriores, Gerson não agiu corretamente e violou o princípio da
impessoalidade, que veda a identificação da autoridade ou servidor público que a realizou por meio de
escritos, símbolos ou imagens – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

56. (FCC – Câmara de Fortaleza - CE/2019) A tabela abaixo apresenta, na coluna da esquerda, cinco
princípios que norteiam a administração pública; e na coluna da direita, apresenta cinco exemplos de
ações administrativas que ferem esses princípios.

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Princípios
1. Legalidade
2. Impessoalidade
3. Moralidade
4. Publicidade
5. Eficiência
Ações
I. em uma licitação do Governo Federal para compra de papel para escritório, todos os atos praticados na
fase externa do processo licitatório (proposta, lances, habilitação, adjudicação e homologação) correram
sigilosamente.
II. um fiscal de um órgão ambiental estadual deixa de autuar uma empresa que necessita de um
licenciamento ambiental e opera sem possuí-lo.
III. a Secretaria da Fazenda de dado município brasileiro designou nominalmente um dado munícipe em
sua dotação orçamentária, para pagamento a este de precatórios judiciais.
IV. a Secretaria Estadual de Saúde de dado estado negligencia programas de capacitação de uma nova
equipe de agentes de saúde para uma campanha de combate a focos do vetor da febre amarela.
V. um funcionário da Secretaria de Obras de dado município atende a pedidos de recapeamento de ruas
mediante o recebimento direto de valor em espécie pago pelo solicitante do serviço.
A alternativa que apresenta a relação correta entre cada um dos princípios com cada um dos exemplos de
ações administrativas que os ferem é
a) 1-I; 2-II; 3-IV; 4-III; 5-V.
b) 1-II; 2-III; 3-V; 4-I; 5-IV.
c) 1-III; 2-V; 3-I; 4-IV; 5-II.
d) 1-IV; 2-I; 3-II; 4-V; 5-III.
e) 1-V; 2-IV; 3-III; 4-II; 5-I.

Comentário:

Vamos analisar quais ações ferem quais princípios:

1. Legalidade => II. um fiscal de um órgão ambiental estadual deixa de autuar uma empresa que necessita
de um licenciamento ambiental e opera sem possuí-lo.

- Nesse caso, o fiscal feriu o princípio da legalidade, pois para atuar a empresa precisa do licenciamento
ambiental, conforme previsão legal, e o desatendimento deveria gerar a autuação, o que não ocorreu.

2. Impessoalidade - III. a Secretaria da Fazenda de dado município brasileiro designou nominalmente um


dado munícipe em sua dotação orçamentária, para pagamento a este de precatórios judiciais.

- A Administração não poderia indicar nominalmente um administrado e favorecê-lo com o pagamento de


precatórios, incluindo-o em sua dotação orçamentária.

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3. Moralidade - V. um funcionário da Secretaria de Obras de dado município atende a pedidos de


recapeamento de ruas mediante o recebimento direto de valor em espécie pago pelo solicitante do serviço.

- O funcionário não poderia atender a requerimentos dos administrados mediante pagamentos do


solicitante do serviço, pois isso fere, dentre outros, o princípio da moralidade, que determina a atuação
ética, moral e proba dos agentes públicos.

4. Publicidade - I. em uma licitação do Governo Federal para compra de papel para escritório, todos os atos
praticados na fase externa do processo licitatório (proposta, lances, habilitação, adjudicação e
homologação) correram sigilosamente.

- A publicidade é a regra em relação aos atos da administração pública. Na licitação, há previsão expressa
de que essa não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo
quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura (art. 3º, §3º).

5. Eficiência - IV. a Secretaria Estadual de Saúde de dado estado negligencia programas de capacitação de
uma nova equipe de agentes de saúde para uma campanha de combate a focos do vetor da febre amarela.

- A necessidade de constante capacitação dos servidores atende ao princípio da eficiência, de forma que o
não investimento nesse aspecto caracteriza violação a esse princípio.

A relação correta entre “princípios versus violações” consta da alternativa B: 1-II; 2-III; 3-V; 4-I; 5-IV.

Gabarito: alternativa B.

57. (FCC – SANASA/2019) No que concerne aos princípios constitucionais, explícitos e implícitos na
Constituição Federal de 1988, aplicáveis à Administração pública, tem-se
a) a prevalência do princípio da moralidade sobre todos os demais princípios, podendo ser invocado para
afastar, em situações de restrição de direitos individuais, os princípios da razoabilidade e da legalidade
estrita.
b) que o princípio da legalidade impede a edição de atos normativos pelo Poder Executivo, salvo no estrito
âmbito do poder regulamentar, apenas nos limites para fiel execução de lei.
c) que o princípio da eficiência aplica-se, de forma autônoma, exclusivamente às entidades sujeitas ao
regime jurídico de direito privado, aplicando-se às entidades de direito público apenas em caráter
subsidiário.
d) como decorrência do princípio da razoabilidade, a possibilidade de afastamento do princípio da
legalidade quando presentes razões de interesse público, devidamente comprovadas.
e) que a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade na prática de atos discricionários
pela Administração demanda a adequação entre meios e fins de forma a evitar restrições desnecessárias a
direitos individuais.

Comentário:

a) não há hierarquia nem prevalência de um princípio sobre o outro. Assim, o princípio da moralidade não
prevalece sobre todos os demais, sendo que cada caso merecerá uma ponderação específica – ERRADA;

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b) a alternativa trouxe a regra, mas existe a exceção que permite que o chefe do Poder Executivo edite os
chamados decretos autônomos, que podem inovar no ordenamento jurídico, nos casos estritamente
autorizados pela Constituição Federal. Além disso, temos que considerar que o conceito de poder
regulamentar não é preciso. Se considerarmos o sentido amplo, ele também alcança a competência
normativa de outras autoridades administrativas – ERRADA;

c) o princípio da eficiência, assim como os demais princípios administrativos constitucionais constantes do


caput do art. 37 da CF, aplica-se a toda a administração, e não exclusivamente às entidades de direito
privado – ERRADA;

d) não se fala em possibilidade de afastamento de um princípio por razões de interesse público. Ademais,
o princípio da legalidade diz que a Administração deve atuar somente segundo lei que determine ou
autorize sua atuação – ERRADA;

e) a razoabilidade impõe que, ao atuar dentro da discricionariedade administrativa, o agente público deve
obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional; já a proporcionalidade, por outro lado, exige o
equilíbrio entre os meios que a Administração utiliza e os fins que ela deseja alcançar, segundo os padrões
comuns da sociedade. Na verdade, os dois princípios costumam ser apontados juntos e algumas vezes como
sinônimos, como fez a assertiva – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

58. (FCC – Prefeitura de Manaus - AM/2019) Os princípios da eficiência e da moralidade, que regem
a atuação da Administração pública,
a) admitem interpretação que sobreponha seu conteúdo e hierarquia ao de norma jurídica prevista em lei
formal, dada sua capacidade de atualização e ajuste ao caso concreto.
b) não são passíveis de serem objeto de controle por órgãos externos, dado seu conteúdo fluido e
desprovido de elementos concretos e tutela formal em lei.
c) se sobrepõem aos demais princípios administrativos explícitos e implícitos, em razão do conteúdo de
interesse público transversal que expressam.
d) não impedem o exercício do controle pelo Tribunal de Contas, ao qual também é dado inferir conteúdo
de economicidade aos atos e contratos administrativos.
e) afastam a possibilidade de controle judicial quando tiverem sido o fundamento da edição de atos e
celebração de contratos administrativos.

Comentário:

a) os princípios não se sobrepõem hierarquicamente às demais normas jurídicas. Na verdade, norma é


gênero, sendo que regras e princípios são as espécies. Assim, não existe hierarquia, mas aplicação
harmônica e ponderada dessas normas – ERRADA;

b) a correta observância aos princípios pode sim ser objeto de controle por órgãos externos, pois o conceito
de legalidade deve ser entendido de forma ampla, abrangendo leis, atos normativos e princípios. Por
exemplo: uma conduta que viola a moralidade é passível de anulação pelo Poder Judiciário – ERRADA;

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c) não há sobreposição e nem hierarquia entre os princípios da eficiência e moralidade em relação aos
demais princípios expressos ou implícitos – ERRADA;

d) O Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas, exerce o controle externo das atividades do poder
executivo, incluindo o aspecto da economicidade (art. 70 CF). O controle da economicidade verifica se o
órgão procedeu, na aplicação da despesa pública, de modo mais econômico, atendendo, por exemplo, a
uma adequada relação custo-benefício. Nesse caso, a própria CF assegura aos tribunais de contas o
exercício desse controle. Portanto, correta a assertiva – CORRETA;

e) os princípios também são passíveis de controle judicial. Assim, na edição de atos e contratos, devem ser
observados os princípios administrativos, sob pena de anulação pelo poder judiciário – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

59. (FCC – Prefeitura de Recife - PE/2019) Entre os princípios que regem e informam a atuação da
Administração pública, o da proporcionalidade tem especial aplicação
a) na imposição de restrições de direitos individuais, em decorrência do exercício do poder de polícia,
predicando que se dê apenas na medida do necessário para a preservação do interesse público envolvido.
b) quando a aplicação do princípio da legalidade não enseja a melhor solução para Administração, podendo
ser afastado ou mitigado.
c) como complemento ao princípio da razoabilidade, o qual não comporta aplicação autônoma em face de
seu caráter acessório.
d) para mitigar o princípio da publicidade, especialmente quando a divulgação de ações administrativas não
se mostre conveniente ou oportuna.
e) para ajustar a cobrança de impostos ou taxas, que pode ser afastada ou reduzida, a critério da
Administração e mesmo que não haja previsão legal, quando assim justificar a situação econômica do
contribuinte.

Comentário:

O princípio da proporcionalidade exige o equilíbrio entre os meios que a Administração utiliza e os fins que
ela deseja alcançar, segundo os padrões comuns da sociedade, analisando cada caso concreto. Assim, leva
em consideração que as competências administrativas só podem ser exercidas validamente na extensão e
intensidade do que seja realmente necessário para alcançar a finalidade de interesse público ao qual se
destina. Pode-se dizer que esse princípio tem por objeto o controle do excesso de poder, pois nenhum
cidadão pode sofrer restrições de sua liberdade além do que seja indispensável para o alcance do interesse
público.

Então, na utilização das medidas de polícia, o princípio da proporcionalidade deve ser observado, quando
se fala em imposição de restrições a direitos individuais, de forma que essas restrições não ultrapassem o
limite estritamente necessário para a atuação estatal, para preservação do interesse público. Nesses
termos, está correta a alternativa A.

Vamos analisar as demais alternativas:

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b) não se fala em afastar ou mitigar um princípio em relação a outro, principalmente quando falamos em
princípio da legalidade, que é a base do regime jurídico administrativo, impondo a atuação estatal de
acordo com o que estiver previsto em lei – ERRADA;

c) proporcionalidade e razoabilidade normalmente são citados e tratados em conjunto, mas a razoabilidade


possui características autônomas sim. Nesse sentido, a razoabilidade impõe que, ao atuar dentro da
discrição administrativa, o agente público deve obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional,
em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas. Por exemplo: uma lei que coloque uma altura
mínima de 2 metros para ingresso em uma carreira policial estará fora dos padrões razoáveis (por isso, será
desarrazoada) – ERRADA;

d) não se fala em mitigação de um princípio por conveniência ou oportunidade do administrador. Ademais,


a divulgação oficial de atos é a regra, sendo que o sigilo somente será adotado quando imprescindível (logo,
não se trata de simples conveniência) – ERRADA;

e) a cobrança de impostos e taxas não pode ser afastada ao livre arbítrio do administrador, muito menos
sem que haja previsão legal expressa – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

60. (FCC – Prefeitura de São José do Rio Preto - SP/2019) O regime jurídico imposto à Administração
pública a submete a princípios e regras. No que se refere à obrigatoriedade de observância,
a) os princípios possuem hierarquia superior às regras constantes da legislação, sobrepondo-se, portanto,
a elas.
b) a Administração indireta se submete apenas às regras constantes da legislação, não se lhes aplicando os
princípios que regem a Administração direta.
c) as regras legais podem ser afastadas se a Administração pública demonstrar que essa conduta melhor
atenderá ao princípio da eficiência.
d) o conteúdo dos princípios pode ser identificado em inúmeras regras legais, a exemplo da obrigatoriedade
de realizar procedimento licitatório para garantia da impessoalidade entre os interessados.
e) o princípio da legalidade é hierarquicamente superior aos demais princípios, porque obriga a
Administração pública a agir nos termos da lei.

Comentário:

a) não há essa mencionada hierarquia e sobreposição entre princípios e regras. Cada um exerce o seu papel.
As regras são parâmetros mais objetivos, ao passo que os princípios são postulados mais gerais que auxiliam
na interpretação e aplicação das regras – ERRADA;

b) os princípios e regras previstos na Constituição e na legislação alcançam tanto a administração direta


quanto a indireta – ERRADA;

c) não se pode afastar uma previsão legal sob a justificativa de que seria melhor atendido o princípio da
eficiência. A administração deve observar, em sua atuação, o princípio da legalidade, devendo atuar de
acordo com o que prevê a lei – ERRADA;

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d) os princípios, muitas vezes, encontram-se previstos e descritos na legislação, e o princípio da


impessoalidade está presente em muitas dessas normas, como a que prevê a necessidade de licitação, de
realização de concurso público, etc. – CORRETA;

e) o princípio da legalidade obriga a Administração pública a agir nos termos da lei, mas não há hierarquia
entre os princípios – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

61. (FCC – RIOPRETOPREV/2019) O direito administrativo disciplina a função administrativa dos entes
federados, órgãos, agentes e atividades desenvolvidas pela Administração Pública. Entre seus princípios
está a legalidade, ou seja, cabe à Administração Pública:
a) Apresentar resultados positivos para o serviço público, bem como o atendimento das necessidades
públicas.
b) Promover a qualificação de agentes públicos que apresentem comportamento de acordo com o interesse
público.
c) Ser composta por agentes públicos que não usem a administração pública para a promoção pessoal.
d) Ter credibilidade voltada para transparência na defesa de direitos para a oferta de informações nos
órgãos públicos.
e) Atuar de acordo com a lei e finalidades expressas ou implícitas previstas no Direito.

Comentário:

a) essa alternativa descreveu o princípio da eficiência, na medida em que uma atuação eficiente da
administração gera resultados positivos para a população – ERRADA;

b) aqui também temos uma vertente do princípio da eficiência, que significa que a qualificação dos agentes
públicos favorece uma prestação de serviços mais eficientes – ERRADA;

c) o princípio da impessoalidade é que veda a utilização da publicidade dos feitos dos administradores para
promoção pessoal deles. Nesse sentido, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos (art. 37, §1º) – ERRADA;

d) a necessidade de uma atuação transparente decorre do princípio da publicidade – ERRADA;

e) isso mesmo. Com base no princípio da legalidade, a Administração Pública somente poderá agir quando
houver lei determinando ou autorizando a sua atuação. O princípio envolve qualquer tipo de norma,
incluindo atos secundários como os decretos e instruções normativas (esses últimos, contudo, não podem
criar direitos e obrigações) – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

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62. (FCC – Prefeitura de Recife - PE/2019) A Administração pública refere-se ao aparelho estatal, ou
seja, ao conjunto formado por um governo e seus agentes administrativos, regulado por um
ordenamento jurídico, que consiste no conjunto das normas, leis e funções existentes para organizar a
Administração do Estado em todas as suas instâncias e tem como principal objetivo o interesse público,
seguindo
a) os atributos da universalidade, da transparência ou visibilidade social, do controle social, da cultura cívica
e da sustentabilidade.
b) os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
c) as concepções da universalidade, da uniformidade e da equivalência, da irredutibilidade, da diversidade
e do caráter democrático e descentralizado.
d) os fundamentos da finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade e ampla defesa.
e) os conceitos do contraditório, da segurança jurídica, do interesse público, da legalidade e da
impessoalidade.

Comentário:

A alternativa pede quais seriam as normas, leis, funções constantes do ordenamento jurídico que serviriam
como base da Administração, no atendimento do interesse público.

Analisando as alternativas, encontramos na alternativa B os princípios constitucionais da Administração


Pública previstos no caput do art. 37 da CF/88:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]

Vamos aproveitar para revisar o conceito de cada um desses princípios:

• Legalidade: determina que a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite, no sentido
amplo da palavra. Em decorrência disso, temos que a administração não pode, por simples ato
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos
administrados; para tanto, ela depende de lei.
• Impessoalidade: a atividade administrativa deve ser norteada pela finalidade pública, de modo que
a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas.
Lembrando que o administrador pode, em determinados casos, beneficiar ou prejudicar alguém,
desde que haja previsão legal para tanto. O que não se pode cogitar é favorecer ou prejudicar
alguém de forma discricionária e indevida.
• Moralidade: impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar
presentes em sua conduta.
• Publicidade: exige a publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia de atos administrativos
gerais (efeitos gerais e externos), bem como a transparência da atuação administrativa,
constituindo um requisito indispensável para o efetivo controle da Administração Pública por parte
dos administrados;

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• Eficiência: diz respeito a uma atuação da administração pública com excelência, fornecendo serviços
públicos de qualidade à população, com o menor custo possível (desde que mantidos os padrões de
qualidade) e no menor tempo.

Ademais, segundo a doutrina, “a administração pública se refere ao aparelho estatal, ou seja, ao conjunto
formado por um governo e seus agentes administrativos, regulado por um ordenamento jurídico, que
consiste no conjunto das normas, leis e funções existentes para organizar a administração do Estado em
todas as suas instâncias e tem como principal objetivo o interesse público, seguindo os princípios
constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” (Bresser Perreira,
1995).

Portanto, nosso gabarito é a alternativa B.

Os demais atributos, concepções e fundamentos existem no ordenamento, mas não são considerados
diretamente como conjunto das normas, leis e funções existentes para organizar a administração que têm
como principal objetivo o interesse público.

Gabarito: alternativa B.

63. (FCC – AGED MA/2018) Suponha que o Estado pretenda implementar uma reestruturação
administrativa, com a extinção de alguns órgãos públicos, bem como de cargos comissionados e efetivos
que se encontram vagos, e, paralelamente, instituir autarquias e empresas públicas para
desempenharem atividades estratégicas. De acordo com o estabelecido na Constituição Federal e
considerando o princípio da reserva legal, tais medidas
a) dependem de lei específica, salvo a extinção de cargos comissionados, eis que não sujeita à reserva de
lei formal.
b) independem de lei, salvo a criação de autarquias e empresas públicas.
c) podem, todas, ser adotadas por decreto, eis que não sujeitas à reserva legal.
d) dependem, todas, da edição de lei, tendo em vista o princípio da legalidade.
e) dependem de lei, salvo a extinção de cargos vagos, que pode ocorrer por decreto do Chefe do Executivo.

Comentário:

Vamos analisar a questão por partes:

(i) extinção de órgãos públicos: tanto a criação como a extinção de órgãos dependem de lei, e nesse sentido
dispõe a vigente Constituição quando inclui a exigência na relação das denominadas "reservas legais",
matérias cuja disciplina é reservada à lei (art. 48, XI);

(ii) extinção de cargos comissionados e efetivos que se encontram vagos: no que diz respeito à extinção de
cargo público, aplica-se a mesma regra para sua criação, ou seja, no âmbito do Poder Executivo, Judiciário,
Ministério Público e Tribunal de Contas, a extinção se dará por meio de lei (art. 48, X, da CF). Quanto aos
cargos vagos, esses podem ser extintos mediante decreto autônomo (portanto, podem ocorrer
administrativamente) (art. 84, VI, ‘b’, CF);

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(iii) instituição de autarquias e empresas públicas para desempenharem atividades estratégicas: somente
por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade
de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação (art. 37, XIX, CF).

Assim, podemos julgar as assertivas:

a) a extinção de cargos comissionados também necessitará de lei – ERRADA;

b) a regra será a dependência de lei, salvo a extinção de cargo público vago – ERRADA;

c) como vimos, será necessário lei para a maioria dos casos – ERRADA;

d) a exceção está para a extinção de cargos vagos – ERRADA;

e) isso mesmo! O chefe do Poder Executivo, por meio de decreto autônomo, poderá extinguir cargo público
vago (art. 84, VI, ‘b’, CF) – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

64. (FCC – AGED MA/2018) Os princípios que balizam a atuação da Administração pública
a) decorrem do regime publicístico e não estão explícitos em normas específicas, salvo a moralidade, que
possui assento constitucional.
b) estão todos subordinados ao princípio da legalidade, erigido pela Constituição Federal como cláusula
pétrea.
c) estão, em sua maioria, explícitos na Constituição Federal e comportam harmonização e ponderação, sem
prevalência apriorística de um sobre o outro.
d) comportam gradação para fins de aplicação em situações concretas, sendo os da moralidade e eficiência
considerados prevalentes.
e) dependem, para sua aplicação, de positivação em legislações específicas, em decorrência justamente da
legalidade, considerado um princípio implícito decorrente do regime democrático.

Comentário:

Esta questão foi, no meu ponto de vista, mal elaborada. Os princípios podem ser expressos (explícitos) ou
reconhecidos (implícitos). Constitucionalmente, os princípios expressos são legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência. Por outro lado, existem inúmeros princípios implícitos, como, por
exemplo: supremacia do interesse público, indisponibilidade do interesse público, segurança jurídica,
autotutela, continuidade, razoabilidade, proporcionalidade, e vários outros. Só que a FCC deu a letra C
como correta. Porém, não podemos dizer que “a maioria” dos princípios são “explícitos” na CF. A maioria,
na verdade, é implícito. O restante da alternativa, por outro lado, está certo, já que não existe hierarquia
(prevalência apriorística) de um sobre o outro. No caso concreto, haverá uma ponderação, aplicando-se o
princípio mais adequado para cada caso.

Vejamos as demais alternativas:

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a) vários princípios, além da moralidade, constam explicitamente na CF – ERRADA;

b) não há hierarquia entre os princípios. O que pode ocorrer é uma ponderação de valores em cada caso –
ERRADA;

d) novamente, não existe tal prevalência. Nenhum princípio “vale mais” que o outro. Em cada caso, haverá
uma análise distinta conforme a situação – ERRADA;

e) como visto acima, muitas vezes o princípio poderá ser implícito no texto da lei, o que não ilegítima a sua
validade/eficácia. Ademais, o princípio da legalidade, na CF, não é implícito – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

65. (FCC – PGE TO/2018) Acerca das modernas correntes doutrinárias que buscam repensar o Direito
Administrativo no Brasil, Carlos Ari Sundfeld observa:
Embora o livro de referência de Bandeira de Mello continue saindo em edições atualizadas, por volta da
metade da década de 1990 começou a perder aos poucos a capacidade de representar as visões do meio –
e de influir [...] Ao lado disso, teóricos mais jovens lançaram, com ampla aceitação, uma forte contestação
a um dos princípios científicos que, há muitos anos, o autor defendia como fundamental ao direito
administrativo [...].
(Adaptado de: Direito administrativo para céticos, 2a ed., p. 53)
O princípio mencionado pelo autor e que esteve sob forte debate acadêmico nos últimos anos é o princípio
da
a) presunção de legitimidade dos atos administrativos.
b) processualidade do direito administrativo.
c) supremacia do interesse público.
d) moralidade administrativa.
e) eficiência.

Comentário:

No regime jurídico de direito privado, prevalece a autonomia da vontade e a livre disponibilidade de direito,
já no regime jurídico público prevalece a supremacia do interesse público e a indisponibilidade dos direitos
coletivos. Esses dois princípios são considerados as bases do Direito Administrativo por Celso Antônio
Bandeira de Mello. Ocorre que, como vimos, tem havido a mitigação da supremacia do interesse público
sobre o interesse privado, em especial com a doutrina de diferenciação entre interesse público primário
(interesse público propriamente dito) e interesse público secundário (interesses meramente estatais não
necessariamente imbuídos do interesse da coletividade). Essa mitigação teve início com o doutrinador
italiano Renato Alessi e vem se difundindo no Brasil desde o fim do século passado. Outro motivo de críticas
é que é quase impossível definir o que de fato é interesse público, já que se trata de um conceito subjetivo.
Por fim, alguns autores defendem que o interesse público não pode ser superior aos direitos individuais
essenciais, tais como o da dignidade da pessoa humana. Por esses vários motivos, em que pese bastante
consagrado, o princípio da supremacia sofre críticas de diversos setores da doutrina moderna. De qualquer
forma, a nossa alternativa é a letra C.

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Gabarito: alternativa C.

66. (FCC – DPE AM/2018) A atuação da Administração pública é informada por princípios, muitos com
previsão explícita na Constituição Federal, inerentes ao regime publicístico a que se encontra jungida.
Nas situações concretas, esses princípios, muitas vezes, se interpenetram e precisam ser cotejados e
harmonizados. Nesse diapasão, tem-se que
a) o princípio da segurança jurídica impede que novas leis atinjam atos jurídicos aperfeiçoados com base
na legislação precedente, sem que isso importe afronta ao princípio da legalidade.
b) a supremacia do interesse público, pela sua maior relevância, pode sempre ser invocada para afastar o
princípio da transparência.
c) a economicidade se sobrepõe ao princípio da legalidade, na medida em que é um princípio finalístico.
d) a moralidade, embora detenha o status de princípio constitucional, não comporta aplicação autônoma,
só podendo ser invocada em conjunto com a legalidade.
e) a razoabilidade autoriza a Administração a afastar o princípio da legalidade, vedando a imposição de
restrições a direitos individuais.

Comentário:

a) o princípio da segurança jurídica possui previsão no art. 2º, caput, da Lei 9.784/1999. Além disso, o inciso
XIII, do parágrafo único, do mesmo artigo, determina que a Administração Pública deve obedecer ao critério
da “interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”. Ademais, a Constituição Federal dispõe
que nem mesmo a lei poderá prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (CF, art.
5º, XXXVI). Portanto, a nova lei não pode “ofender” atos já aperfeiçoados com o decurso do tempo. Há aqui
uma relativização do princípio da legalidade, prevalecendo a segurança jurídica. Logo, está correto o
quesito – CORRETA;

b) sabemos que o princípio da transparência deriva do princípio da indisponibilidade do interesse público,


constituindo um requisito indispensável para o efetivo controle da Administração Pública por parte dos
administrados. Assim, não podemos concluir que a supremacia do interesse público pode sempre ser
invocada para afastar aquele princípio, pois tais princípios se complementam. Ambos são engrenagens que
se encaixam para o funcionamento a um sistema, o qual seria, no caso em questão, o jurídico-
administrativo – ERRADA;

c) da mesma forma, não existe hierarquia entre os princípios – ERRADA;

d) o princípio da moralidade possui a sua própria juridicidade, por isso é autônomo em relação ao princípio
da legalidade. Pelo menos em tese seria possível um ato ser praticado conforme a lei, mas ofender a
moralidade e, por isso, ser passível de anulação – ERRADA;

e) a razoabilidade serve de fator de ponderação, limitando a discricionariedade administrativa e vedando


a aplicação de restrições excessivas. No entanto, não há uma vedação à restrição de direitos, mas sim uma
limitação a estas restrições. Não pode, por exemplo, a Administração impor uma sanção elevada, quando
a infração cometida foi leve. Assim, haverá a restrição, porém sem exageros – ERRADA.

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Gabarito: alternativa A.

67. (FCC – TRT 21ª Região - RN/2017) É princípio orientador das atividades desenvolvidas pela
Administração pública, seja por intermédio da Administração direta, seja pela Administração indireta,
sob pena de irresignação judicial, a
a) impessoalidade, tanto na admissão de pessoal, sujeita à exigência de prévio concurso público de provas
ou de provas e títulos para preenchimento de cargos, empregos públicos, quanto na prestação dos serviços
em geral pela Administração pública, vedado qualquer direcionamento.
b) legalidade, que impede que a Administração pública se submeta a atos normativos infralegais.
c) moralidade, desde que associada a outros princípios e regras previstos em nosso ordenamento jurídico.
d) eficiência, que impede a contratação direta de serviços pela Administração pública, garantindo a plena
competição entre os interessados e sempre o menor preço para o erário público.
e) publicidade, que exige a publicação em Diário Oficial da íntegra dos atos e contratos firmados pela
Administração, além da motivação de todos os atos administrativos unilaterais.

Comentário:

a) o princípio da impessoalidade garante o tratamento objetivo, isonômico e impessoal daqueles que se


relacionam com a Administração Pública. Algumas de suas consequências são a realização de concurso
público para admissão de pessoal (ocupantes de cargos e empregos efetivos) e a forma da prestação de
serviços pela Administração, que não deve conter direcionamentos indevidos. Com isso, o item está
correto. Fica uma única ressalva, uma vez que, na verdade, é possível dar algum tipo de tratamento
diferenciado/direcionado, mas somente quando houver previsão em lei. Por exemplo, a legislação assegura
as cotas em concursos para candidatos negros ou pardos ou ainda para pessoas com deficiência. Apesar da
ressalva, este foi o gabarito da banca – CORRETA;

b) o princípio da legalidade costuma ser analisado em sentido amplo, o que abrange tanto os atos primários
como os atos infralegais. Assim, a Administração também é obrigada a seguir, por exemplo, um decreto
regulamentar (ato infralegal) – ERRADA;

c) a moralidade possui a sua própria juridicidade. Por isso, ela possui aplicação prática independentemente
dos demais princípios. Assim, em tese, seria possível anular um ato legal, mas imoral – ERRADA;

d) o princípio da eficiência exige atuação com qualidade e rendimento por parte da Administração. Isso não
impede a contratação direta em licitações (dispensas e inexigibilidade), realizadas nos termos da lei –
ERRADA;

e) a publicidade exige transparência, o que não significa que todos os atos e contratos serão publicados na
íntegra, pois as publicações normalmente são realizadas extratos. Ademais, a regra é a motivação, mas nem
todos atos obrigatoriamente serão motivados (por exemplo, a exoneração de ocupante de cargo em
comissão não depende de motivação) – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

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68. (FCC – PC AP/2017) Considere as seguintes afirmações a respeito dos princípios constitucionais da
Administração pública:
I. Viola o princípio da ........ o ato administrativo incompatível com padrões éticos de probidade, decoro e
boa fé.
II. Atende ao princípio da ........ o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para
lograr os melhores resultados para o serviço público.
III. Viola o princípio da ........ o ato administrativo praticado com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas.
Os trechos acima transcritos tratam, respectivamente, dos princípios da
a) I − moralidade, II − eficiência e III − impessoalidade.
b) I − moralidade, II − eficiência e III − razoabilidade
c) I − moralidade, II − razoabilidade e III − impessoalidade.
d) I − dignidade da pessoa humana, II − eficiência e III − igualdade.
e) I − dignidade da pessoa humana, II − razoabilidade e III − igualdade.

Comentário:

As alternativas trazem seis princípios diferentes: moralidade; eficiência; impessoalidade; razoabilidade;


dignidade da pessoa humana e igualdade. Apenas conhecendo o art. 37, caput, da CF/88, podemos resolver
a questão. Isso porque esse artigo traz os princípios constitucionais expressos da Administração Pública,
que formam o “famoso” LIMPE: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A única
alternativa que traz somente esses princípios é a A, que é o nosso gabarito. Assim:

I. Viola o princípio da moralidade o ato administrativo incompatível com padrões éticos de probidade,
decoro e boa fé.

II. Atende ao princípio da eficiência o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível,
para lograr os melhores resultados para o serviço público.

III. Viola o princípio da impessoalidade o ato administrativo praticado com vistas a prejudicar ou beneficiar
pessoas determinadas.

De qualquer forma, vamos analisar os demais princípios apresentados:

• razoabilidade: a razoabilidade impõe que, ao atuar dentro da discrição administrativa, o agente


público deve obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso
normal de pessoas equilibradas, sem exageros.
• dignidade da pessoa humana: é um princípio constitucional basilar de todo o estado democrático
de direito, sendo um valor inerente à todas as pessoas. Não é um princípio específico da
Administração Pública, como pediu o enunciado.
• igualdade: a Constituição Federal estabelece que todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput),
sendo que eventuais tratamentos diferenciados só podem ocorrer quando houver previsão legal.
Assim, a Administração deve atender a todos os administrados sem discriminações. Esse princípio

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não consta expressamente como um princípio da Administração Pública na CF/88, mas é


considerado uma vertente do princípio da impessoalidade.
Gabarito: alternativa A.

69. (FCC – TRE PR/2017) Dentre os princípios que regem a Administração pública, aplica-se aos
servidores públicos, no exercício de suas funções,
a) legalidade, como princípio vetor e orientador dos demais, tendo em vista que os todos os atos dos
servidores têm natureza vinculada, ou seja, devem estar previstos em lei, assim como todas as infrações
disciplinares e respectivas penalidades.
b) moralidade, que orienta todos os atos praticados pelos servidores públicos, mas cuja violação não pode
ser imputada à Administração pública enquanto pessoa jurídica, porque sua natureza é incompatível com
a subjetividade.
c) publicidade, que exige a publicação de todos os atos praticados pelos servidores, vinculados ou
discricionários, ainda que não dependam de motivação, não atingindo, contudo, os atos que se refiram aos
servidores propriamente ditos, que prescindem de divulgação, porque surtem efeitos apenas internos.
d) eficiência, como finalidade precípua da atuação da Administração pública, obrigando os servidores
públicos a prezar pela sua aplicação em preferência aos demais princípios, que a ela passaram a se
subordinar após sua inclusão na Constituição Federal.
e) impessoalidade, tanto no que se refere à escolha dos servidores, quanto no exercício da função pelos
mesmos, que não pode favorecer, beneficiar ou perseguir outros servidores e particulares que mantenham
ou pretendam manter relações jurídicas com a Administração pública.

Comentário:

Podemos perceber que todas as alternativas trazem princípios constitucionais da Administração Pública,
expressos no caput o do art. 37, que dispõe o seguinte:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...].

Vamos agora ver qual descreve corretamente cada um deles:

a) o princípio da legalidade realmente é um princípio vetor e orientador dos demais, mas nem todos os atos
praticados do exercício da atividade administrativa tem natureza vinculada. O administrador precisa de
uma certa liberdade de atuação, principalmente quanto à conveniência e oportunidade da prática de alguns
atos. É por isso que existem os chamados atos discricionários, em que pode ocorrer essa valoração, sempre
dentro dos parâmetros legais. Por outro lado, as infrações disciplinares e suas respectivas sanções precisam
mesmo ter previsão legal – ERRADA;

b) o princípio da moralidade orienta todos os atos praticados pelos servidores públicos e também pela
Administração Pública enquanto pessoa jurídica. Por exemplo, um município pode responder por um ato
imoral pratica por uma agente público, com base no princípio da moralidade e da impessoalidade –
ERRADA;

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c) o princípio da publicidade impõe que a Administração atue de forma plena e transparente. Contudo, nem
todos os atos praticados pelos servidores devem ser publicados, tendo em vista que a própria CF assegura
o sigilo em situações especificas, como nos casos de proteção a segurança nacional e havendo relevante
interesse coletivo. Além disso, mesmo atos internos podem exigir algum tipo de publicação quando
ensejarem gastos públicos, por exemplo – ERRADA;

d) o princípio da eficiência é o mais novo princípio constitucional e determina que a atuação administrativa
deve ser a melhor possível, a fim de obter os melhores resultados. Não há que se falar, contudo, em
aplicação com preferência aos demais princípios, pois todos os princípios devem ser observados e
balanceados em sua aplicação – ERRADA;

e) o princípio da impessoalidade se aplica tanto na escolha dos servidores, situação que exige a realização
de concurso para cargos efetivos ou que veda o nepotismo no caso de cargos em comissão, como também
se aplica na atuação desses servidores, que não podem favorecer, beneficiar ou perseguir outros servidores
e particulares que mantenham ou pretendam manter relações jurídicas com a Administração pública,
aspecto esse ligado à isonomia – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

70. (FCCTRE PR/2017) Considera-se expressão dos princípios que regem as funções desempenhadas
pela Administração pública a
a) possibilidade de autuação e imposição de multas a estabelecimentos comerciais, para garantir o
adequado funcionamento do setor de mercado em que atuam, como atuação que privilegia o princípio da
eficiência.
b) edição de decretos autônomos, que disciplinam a atuação a Administração pública e os direitos e deveres
dos servidores, como expressão do princípio da legalidade.
c) publicação dos extratos de contratos firmados pela Administração pública no Diário Oficial, conforme
dispõe a Lei n° 8.666/1993, como manifestação do princípio da publicidade.
d) edição de atos administrativos sem identificação dos responsáveis pela autoria, como forma de
preservação da esfera privada desses servidores e manifestação do princípio da impessoalidade.
e) possibilidade da prática de atos não previstos em lei, em defesa de interesse público primário ou
secundário, ainda que importe na violação de direitos legais de particulares, em prol do princípio da
supremacia do interesse público.

Comentário:

a) essa possibilidade se insere no âmbito do poder de polícia administrativa, que decorre do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado, e não diretamente do princípio da eficiência – ERRADA;

b) a edição de decretos autônomos somente serve para tratar da organização e funcionamento da


Administração, desde que isso não implique aumento de despesa ou criação ou extinção de órgãos
públicos; ou ainda para extinguir cargos e funções públicos vagos. Direitos e deveres dos servidores é
matéria sujeita à reserva legal, ou seja, depende da edição de leis – ERRADA;

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c) a publicação dos extratos dos contratos no Diário Oficial atende ao princípio da publicidade, como forma
de dar transparência à atuação administrativa – CORRETA;

d) o princípio da impessoalidade diz respeito à finalidade da atuação administrativa, que deve ser sempre
o interesse público. Ademais, está relacionado ao fato de que os atos praticados pelos agentes públicos são
imputáveis ao órgão ou entidade ao qual está vinculado. De toda forma, o princípio não autoriza que atos
sejam emitidos sem identificação dos responsáveis – ERRADA;

e) a administração não pode violar direitos legais dos particulares em nome do princípio da supremacia do
interesse público, muito menos praticar atos não previstos em lei. Isso porque sua atuação deve ser
pautada no princípio da legalidade. Com efeito, vale destacar o que são interesses primários e secundários.
Aquele trata do interesse do povo de forma geral (a coletividade assim considerada); já este trata do
interesse do próprio Estado como pessoa jurídica, titular de direitos e obrigações – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

71. (FCC – TRT MS/2017) Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi
considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural
tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de
favorecimento a seguimento social determinado, incompatível com o interesse público e com princípios
que norteiam a atuação administrativa, especificamente, o princípio da
a) presunção de legitimidade restrita.
b) motivação.
c) impessoalidade.
d) continuidade dos serviços públicos.
e) publicidade.

Comentário:

O princípio da impessoalidade se traduz na ideia de isonomia, pois a Administração deve atender a todos
os administrados sem discriminações. Não se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições
indevidas, consagrando assim o princípio da igualdade ou isonomia. Na situação narrada, o STF entendeu
que “a destinação de verba pública ao custeio de evento particular, com fins lucrativos, sem a necessária
contrapartida (...), desatende ao princípio republicano e à impessoalidade administrativa”. Isso porque "a
destinação de verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado, sem amparo no
regime jurídico-administrativo, traduz-se em favorecimento a segmento social determinado, incompatível,
portanto, com o interesse público e com os preceitos constitucionais da impessoalidade e da moralidade
administrativa (art. 37, caput, da Constituição da República)".

Gabarito: alternativa C.

72. (FCC – TRT 11/2017) A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns
positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por construções doutrinárias.

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Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a autotutela, que diferem entre si nos seguintes
aspectos:
a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida sempre mediante
provocação do interessado ou de terceiros prejudicados.
b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta ou mediante
representação, e a tutela é exercida pelo Poder Judiciário.
c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do poder disciplinar e a
autotutela do poder hierárquico.
d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia do interesse público
fundamentando o poder de polícia.
e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico sobre entidades da
Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce controle sobre seus próprios atos.

Comentário:

O princípio do controle ou tutela é representado pelo controle da Administração Direta sobre as atividades
das entidades administrativas, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
É representado pelo controle da Administração Direta sobre as atividades das entidades administrativas,
com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais. Esse controle pode ser exercido
independentemente de provocação das partes interessadas, sendo inerente à atividade administrativa. Por
isso, a alternativa A está errada ao dizer que a tutela “é sempre exercida mediante provocação”. Ademais,
aqui também identificamos o erro da alternativa B, pois não é correto dizer que a tutela é exercida pelo
Poder Judiciário.

O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possui o poder de controlar os seus
próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos. Assim,
a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus atos, podendo fazê-lo
diretamente.

A autotutela possui previsão em duas súmulas do STF, a 346, que estabelece que “a Administração Pública
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”, e 473, que dispõe o seguinte:

Súmula nº 473 A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Ademais, a tutela não é expressão do poder hierárquico e nem disciplinar; ela decorre do controle finalístico
exercido pela Administração Direta sobre a Indireta. Por outro lado, a autotutela decorre do poder
hierárquico, no que diz respeito ao poder de revisão dos atos administrativos.

Com isso, identificamos os erros das alternativas C e D; e justificamos o nosso gabarito, que é a alternativa
E.

Gabarito: alternativa E.

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73. (FCC – TRE SP/2017) Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode
atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse
público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição,
p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do princípio da
a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da
Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público,
finalidade da função executiva.
b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver expressamente
previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento em prol do princípio da
eficiência.
c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de forma que os
demais princípios e regras podem ser relativizados.
d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e interesses,
uma vez que atinente à finalidade da função executiva.
e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de conhecimento dos
administrados, para que possam exercer o devido controle.

Comentário:

O enunciado é bem claro: quer saber sobre qual princípio constitucional Di Pietro está falando. Mostramos
na nossa aula que o princípio da impessoalidade apresenta alguns sentidos, dentre eles, o que se traduz na
ideia de isonomia, pois a Administração deve atender a todos os administrados sem discriminações. Não
se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições indevidas, consagrando assim o princípio da
igualdade ou isonomia. Ademais, também há a vertente ligada ao princípio da finalidade, que, sem sentido
amplo, é sinônimo de interesse público, uma vez que todo e qualquer ato da administração deve ser
praticado visando à satisfação do interesse público. Com isso, nosso gabarito é a alternativa A.

Vamos analisar as demais alternativas agora:

b) aspecto importante do princípio da legalidade é que a Administração não deve seguir somente os atos
normativos primários ou os diplomas normativos com força de lei. A atuação administrativa também deve
estar de acordo com os decretos regulamentares e outros atos normativos secundários, como as portarias
e instruções normativas. Ademais, sabemos que não há que se falar em mitigação da legalidade em prol da
eficiência. A eficiência deve ser buscada na Administração, respeitando-se os parâmetros legais – ERRADA;

c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública por melhores resultados, dentro
da melhor atuação possível. Contudo, os demais princípios e regras devem ser respeitados – ERRADA;

d) o princípio da supremacia do interesse público orienta a atuação administrativa, mas não se coloca com
primazia sobre os demais princípios e interesses, já que a Administração obedece a um regime de
prerrogativas e também sujeições – ERRADA;

e) nem todos os atos administrativos devem ser publicados, apesar de o dever de transparência precisar
ser observado na Administração – ERRADA.

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Gabarito: alternativa A.

74. (FCC – TRT 23ª Região/2016) O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento, considerou
legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração pública, dos nomes dos
seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias, não havendo
qualquer ofensa à Constituição Federal, bem como à privacidade, intimidade e segurança dos servidores.
Pelo contrário, trata-se de observância a um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa,
qual seja, o princípio específico da
a) proporcionalidade.
b) eficiência.
c) presunção de legitimidade.
d) discricionariedade.
e) publicidade.

Comentário:

A divulgação de informações guarda relação com o princípio da publicidade. A decisão mencionada na


questão ocorreu no julgamento do ARE 652.777/SP, julgado em 23/4/2015, com a seguinte ementa:

CONSTITUCIONAL. PUBLICAÇÃO, EM SÍTIO ELETRÔNICO MANTIDO PELO MUNICÍPIO DE SÃO


PAULO, DO NOME DE SEUS SERVIDORES E DO VALOR DOS CORRESPONDENTES VENCIMENTOS.
LEGITIMIDADE. 1. É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela
Administração Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes
vencimentos e vantagens pecuniárias. 2. Recurso extraordinário conhecido e provido

Vamos analisar, adiante, várias questões com essa mesma estrutura. Por isso, vamos evitar comentar o
sentido de cada princípio em todas as questões, para não ficar muito repetitivo.

Gabarito: alternativa E.

75. (FCC – TRT 23ª Região/2016) Manoela foi irregularmente investida no cargo público de Analista
do Tribunal Regional do Trabalho da 23a Região, tendo, nessa qualidade, praticado inúmeros atos
administrativos. O Tribunal, ao constatar o ocorrido, reconheceu a validade dos atos praticados, sob o
fundamento de que os atos pertencem ao órgão e não ao agente público. Trata-se de aplicação específica
do princípio da
a) impessoalidade.
b) eficiência.
c) motivação.
d) publicidade.
e) presunção de veracidade.

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Comentário:

Os feitos dos agentes públicos devem ser imputados ao órgão/entidade que integram, com base no
princípio da impessoalidade (letra A). Exatamente por isso que a Constituição veda que a publicidade dos
atos, programas, obras, serviços e campanhas possua nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a
promoção pessoal de autoridades e servidores públicos.

A presunção de veracidade é um atributo dos atos administrativos. A Profª. Maria Di Pietro considera que
existe o princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade, que significa que os atos praticados
presumem-se lícitos (em conformidade com a lei) e que os fatos alegados para praticá-los presumem-se
verdadeiros. A eficiência significa que a Administração pública deverá agir com excelência; a motivação
determina que, na prática dos atos administrativos, sejam indicados os seus fundamentos de fato e de
direito; por fim, a publicidade representa a divulgação e transparência dos atos administrativos.

Gabarito: alternativa A.

76. (FCC – MPE PB/2015) A sistemática dos precatórios judiciais está prevista no artigo 100 da
Constituição Federal que dispõe: Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais,
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica
de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. O citado
dispositivo constitucional constitui cristalina aplicação do princípio da
a) presunção de veracidade.
b) publicidade.
c) motivação.
d) supremacia do interesse privado.
e) impessoalidade.

Comentário:

O regime de precatórios judiciais tem o objetivo de assegurar que a quitação dos débitos das fazendas
públicas siga a ordem cronológica de apresentação dos precatórios. Dessa forma, não poderá ocorrer
preterições, ressalvados os casos admitidos na própria Constituição Federal. Tal mecanismo é uma forma
de se respeitar a isonomia/impessoalidade dos pagamentos (opção E).

A presunção de legitimidade é um atributo dos atos administrativos. A publicidade é o princípio que


determina a transparência dos atos administrativos. A supremacia do interesse privado não é um princípio
administrativo (o correto é supremacia do interesse público).

Gabarito: alternativa E.

77. (FCC – MPE PB/2015) Juscelino, servidor público estadual e responsável pela condução de
determinado processo administrativo, de caráter litigioso, constata causa de impedimento que o
inviabiliza de conduzir o citado processo. No entanto, Juscelino queda-se silente e não comunica a causa

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de impedimento, continuando à frente do processo administrativo. Neste caso, configura violação ao


princípio da
a) impessoalidade.
b) publicidade.
c) motivação.
d) supremacia do interesse privado.
e) presunção de veracidade.

Comentário:

O impedimento e a suspeição são instrumentos adotadas para garantir a imparcialidade da autoridade


administrativa quando for atuar ou julgar determinado processo administrativo. Imagine, por exemplo, que
uma autoridade seja chamada a decidir um processo administrativo disciplinar envolvendo a sua esposa,
dificilmente tal agente julgaria o caso de forma imparcial. Os mecanismos do impedimento e da suspeição
relacionam-se com o princípio da impessoalidade.

Gabarito: alternativa A.

78. (FCC – TRE RR/2015) A Administração Pública Federal, enquanto não concluído e homologado
determinado concurso público para Auditor Fiscal da Receita Federal, alterou as condições do certame
constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à espécie. E, assim ocorreu,
porque antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à nomeação. Trata-
se de aplicação do Princípio da
a) Eficiência.
b) Publicidade.
c) Legalidade.
d) Motivação.
e) Supremacia do interesse privado.

Comentário:

De acordo com o enunciado da questão, as alterações do edital destinam-se a adaptá-lo à nova legislação.
O edital de concurso público é um ato administrativo e, como tal, deve seguir o que consta em lei, em
respeito ao princípio da legalidade. Nesse sentido, vejamos o que já estabeleceu o STF:

Em face do princípio da legalidade, pode a administração pública, enquanto não concluído e homologado
o concurso público, alterar as condições do certame constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova
legislação aplicável à espécie, visto que, antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa
de direito à nomeação ou, se for o caso, à participação na segunda etapa do processo seletivo. (RE 290.346,
Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 29-5-2001, Primeira Turma, DJ de 29-6-2001.) No mesmo sentido:
RE 646.491-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 25-10-2011, Primeira Turma, DJE de 23-11-2011.

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Podemos perceber, com tranquilidade, que a FCC copiou a ementa do RE 290.346 do STF, que se refere ao
princípio da legalidade (alternativa C). Contudo, mesmo sem conhecer o texto do precedente, poderíamos
chegar à resposta, bastando verificar que as alterações tiveram a finalidade de seguir a nova legislação.

Gabarito: alternativa C.

79. (FCC – TRE RR/2015) O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento ocorrido no ano de
2011, julgou inconstitucional lei que vedava a realização de processo seletivo para o recrutamento de
estagiários por órgãos e entidades do Poder Público do Distrito Federal. O aludido julgamento consolidou
fiel observância, dentre outros, ao princípio da
a) segurança jurídica.
b) publicidade.
c) presunção de legitimidade.
d) motivação.
e) impessoalidade.

Comentário:

A realização de processo seletivo tem a finalidade de proporcionar a todos os candidatos oportunidades


iguais de acesso ao estágio. Portanto, trata-se de aplicação do princípio da impessoalidade, na acepção de
isonomia/igualdade.

Para conhecimento, o julgamento que a questão mencionou é a ADI 3.795/DF:

Ação direta de constitucionalidade. Art. 4º da Lei 3.769, de 26 de janeiro de 2006, que veda a realização de
processo seletivo para o recrutamento de estagiários pelos órgãos e entidades do Poder Público do Distrito
Federal. Violação aos princípios da igualdade (art. 5º, caput) e da impessoalidade (caput do art. 37). (ADI
3.795, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 24-2-2011, Plenário, DJE de 16-6-2011.)

A segurança jurídica tem o objetivo de preservar as relações já consolidadas, vedando a aplicação retroativa
de nova interpretação da legislação. A publicidade trata, em linhas gerais, da transparência da atuação
administrativa. A presunção de legitimidade é um atributo dos atos administrativos, que presumem-se de
acordo com a lei quando editados. Por fim, o princípio da motivação exige que a administração pública
apresenta os fundamentos de fato e de direito das decisões administrativas.

Gabarito: alternativa E.

80. (FCC – Copergás/2016) Considere:


I. Determinado Estado da Federação fiscaliza a atividade de autarquia estadual, com o objetivo de garantir
a observância de suas finalidades institucionais.
II. A Administração pública pode, através dos meios legais cabíveis, impedir quaisquer atos que ponham
em risco a conservação de seus bens.

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III. Os atos da Administração pública revestem-se de presunção relativa, sendo o efeito de tal presunção a
inversão do ônus da prova.
No que concerne aos princípios do Direito Administrativo,
a) todos os itens relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam, princípios
da tutela, autotutela e presunção de legitimidade, respectivamente.
b) nenhum deles está relacionado a princípios do Direito Administrativo.
c) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
princípios da tutela e da autotutela, respectivamente, estando o item III incorreto.
d) apenas o item II relaciona-se corretamente a princípio do Direito Administrativo, qual seja, o princípio
da tutela, estando os itens I e III incorretos.
e) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
princípios da especialidade e da tutela, respectivamente, estando o item III incorreto.

Comentário:

Vamos analisar cada item, e depois veremos quais estão corretos.

I – A Administração Direta exerce controle ou tutela sobre a Administração Indireta, com o objetivo de
garantir que as entidades administrativas cumpram as suas finalidades institucionais. Esse, portanto, é o
princípio da tutela ou controle. Até se poderia dizer também que esse item se relaciona com o princípio da
especialidade. Contudo, na verdade, o princípio da tutela tem por fim garantir que seja observado o
princípio da especialidade; este último significa que as entidades administrativas devem cumprir as
finalidades legais para as quais foram criadas. Portanto, de fato, é mais adequado dizer que o item trata do
princípio da tutela.

II – O princípio da autotutela diz respeito aos controles que a Administração exerce sobre os seus próprios
atos, podendo revogá-los, quando inconvenientes ou inoportunos, ou anulá-los, quando ilegais. Porém, a
Profª. Maria Di Pietro também diz que o princípio da autotutela se refere ao poder que a Administração
Pública possui para zelar pelos bens que integram o seu patrimônio, sem necessitar de título fornecido pelo
Poder Judiciário. Assim, ela pode, por meio de medidas de polícia administrativa, impedir quaisquer atos
que coloquem em risco a conservação desses bens.

III – Os atos administrativos possuem o atributo da presunção de legitimidade, que significa que os atos
administrativos presumem-se de acordo com a lei. Contudo, essa presunção é relativa, uma vez que se
admite prova em contrário, porém com a inversão do ônus da prova. Isso significa que a Administração não
precisa, em regra, demonstrar a legalidade de seus atos; mas, pelo contrário, quem alegar a ilegalidade
deverá prová-la.

Conforme podemos observar, todos os itens estão corretos. Classicamente, apenas os dois primeiros
seriam princípios administrativos. A presunção de legitimidade, por sua vez, costuma se relacionar com um
atributo dos atos administrativos. Porém, volta e meia, os autores mencionam a presunção de legitimidade
como um princípio administrativo, dada a sua aplicação a todos os atos da Administração e também os seus
efeitos, que fazem com que os atos sejam cumpridos, ainda que viciados, até que se prove a sua ilegalidade.

Dessa forma, todos os itens estão corretos e todos tratam de princípios administrativos.

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Gabarito: alternativa A.

81. (FCC – Copergás/2016) O Governador de determinado Estado praticou ato administrativo sem
interesse público e sem conveniência para a Administração pública, visando unicamente a perseguição
de Prefeito Municipal. Trata-se de violação do seguinte princípio de Direito Administrativo, dentre
outros,
a) publicidade.
b) impessoalidade.
c) proporcionalidade.
d) especialidade.
e) continuidade do serviço público.

Comentário:

O princípio constitucional da impessoalidade subdivide-se em quatro aplicações: (i) finalidade – os atos


administrativos devem ser praticados com finalidade público, ou seja, visando ao interesse público; (ii)
isonomia/igualdade – a população deve ser tratada de forma isonômica, sem privilégios que não possuam
previsão em lei; (iii) vedação à promoção pessoal – conforme previsto no art. 37, § 1º, a publicidade dos
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos; (iv) aplicação dos instrumentos da
suspeição e do impedimento – para garantir que autoridades atuem de forma imparcial nos processos
administrativos.

Portanto, a conduta do governador ofendeu o princípio da finalidade, que decorre do princípio da


impessoalidade.

A publicidade é o dever de dar transparência aos atos administrativos; a proporcionalidade se relaciona


com a limitação da discricionariedade administrativa; a especialidade diz respeito ao cumprimento das
finalidades legais das entidades administrativas; por fim, a continuidade do serviço público determina que
os serviços públicos não podem ser interrompidos, devendo ser prestados de forma contínua, com algumas
ressalvas.

Gabarito: alternativa B.

82. (FCC – Copergás/2016) Um dos princípios do Direito Administrativo denomina-se especialidade.


Referido princípio
a) decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público e concerne à ideia de
descentralização administrativa.
b) tem aplicabilidade no âmbito dos órgãos públicos, haja vista a relação de coordenação e subordinação
que existe dentro dos referidos órgãos.
c) aplica-se somente no âmbito da Administração direta.

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d) decorre do princípio da razoabilidade e está intimamente ligado ao conceito de desconcentração


administrativa.
e) relaciona-se ao princípio da continuidade do serviço público e destina-se tão somente aos entes da
Administração pública direta.

Comentário:

O princípio da especialidade significa que as entidades administrativas devem atender às finalidades


específicas previstas em sua lei de criação ou autorização, refletindo a idade de descentralização
administrativa. Isso significa que, por lei, para criação ou autorização, o Estado cria novas entidades para
cumprir atividades específicas.

Ele decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público. Isso porque, com base
na especialidade, os agentes públicos não podem alterar, mediante atos infralegais, as finalidades das
entidades administrativas, uma vez que o interesse público é indisponível e não se pode desobedecer a lei.
Assim, o gabarito é a letra A.

Vamos analisar as demais alternativas:

b) o princípio da especialidade trata das entidades administrativas e não dos órgãos públicos; assim, o
movimento é de descentralização e não de desconcentração – ERRADA;

c) se a ideia é de descentralização, o princípio da especialidade se relaciona com a Administração indireta


– ERRADA;

d e e) acabamos de ver, ele decorre da legalidade e indisponibilidade, e se relaciona com a descentralização


administrativa – ERRADAS.

Gabarito: alternativa A.

83. (FCC – SEFAZ MA/2016) Sobre os princípios da Administração pública é exemplo de infração ao
princípio da:
I. legalidade, atuação administrativa conforme o Direito.
II. moralidade, desapropriar imóvel pelo fato de a autoridade pública pretende prejudicar um inimigo.
III. publicidade, se negar a publicar as contas de um Município.
IV. eficiência, prefeito que contrata a filha para ser assessora lotada em seu gabinete.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e III.
e) II e IV.

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Comentário:

Nesse tipo de questão, a FCC exige, na verdade, que julguemos cada item conforme o “principal” princípio
envolvido no caso. Então, vamos analisar cada tópico:

I – se a atuação administrativa ocorrer de acordo com o Direito, significa, na verdade, que o princípio da
legalidade foi observado, e não infringido – ERRADO;

II – quando um prefeito desapropria um imóvel para prejudicar um inimigo, estará atuando com desvio de
finalidade, o que ofende o princípio da moralidade – CORRETO;

III – o princípio da publicidade se relaciona com a transparência. Assim, quando um prefeito não divulga as
contas do município, estará ofendendo o princípio da publicidade – CORRETO;

IV – quando um prefeito contrata a filha para ser sua assessora, estará infringindo, principalmente, os
princípios da impessoalidade e da moralidade. Pode-se dizer também que houve ofensa ao postulado da
eficiência, pois ele poderia ter contratado alguém com base no mérito e não por ser sua filha. Porém, esse
é um princípio que é afetado de forma secundária. Por isso, a banca não considerou este tópico como certo
– ERRADO.

Portanto, lembre-se: o nepotismo ofende os princípios da impessoalidade e da moralidade, diretamente.


Já o princípio da eficiência também é infringido, mas de forma indireta.

Logo, apenas os itens II e III estão corretos.

Gabarito: alternativa B.

84. (FCC – SEFAZ MA/2016) São princípios da Administração pública expressos na Constituição
brasileira:
a) moralidade e eficiência.
b) legalidade e proporcionalidade.
c) eficiência e razoabilidade.
d) motivação e publicidade.
e) moralidade e proporcionalidade.

Comentário:

Sim, ainda existem questões como essa! Os princípios constitucionais expressos são os da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (alternativa A).

Os princípios da proporcionalidade (letras B e E), da razoabilidade (letra C) e da motivação (letra D) são


princípios implícitos na Constituição Federal.

Gabarito: alternativa A.

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Concluímos por hoje.

Espero por vocês em nossa próxima aula!

Bons estudos.

HERBERT ALMEIDA.

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@profherbertalmeida

/profherbertalmeida

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/profherbertalmeida e /controleexterno

Se preferir, basta escanear as figuras abaixo:

5 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA


1. (Cebraspe – MPE CE/2020) O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela
Constituição Federal de 1988, impõe à administração o dever de apresentar tempestiva resposta. A
demora excessiva e injustificada da administração para cumprir essa obrigação é omissão violadora do
princípio da eficiência. Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima confiança que o cidadão comum
deposita na atuação da administração pública, tal mora atenta também contra o princípio da
a) finalidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) presunção de legitimidade.

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e) continuidade do serviço público.

2. (Cebraspe – TCE RO/2019) Constitui violação aos princípios constitucionais da administração


pública
a) nomeação de cônjuge de prefeito para o cargo de secretário estadual, mesmo que o nomeado possua
inegável qualificação técnico-profissional e idoneidade moral.
b) limitação de idade, por ato administrativo, para fins de inscrição em concurso público, ainda que tal
medida esteja fundamentada na natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
c) publicação, em sítio eletrônico mantido pela administração pública, de nomes de servidores e dos valores
dos respectivos vencimentos e vantagens pecuniárias.
d) atribuição de nome de governador já falecido, reconhecido pela defesa dos direitos humanos, a escola
pública de rede estadual de educação.
e) anulação, pela administração pública, de ato administrativo ilegal, independentemente de prazo e da
existência de direito adquirido.

3. (Cebraspe – TJ PR/2019) Os princípios que norteiam a administração pública, expressamente


previstos no caput do art. 37 da CF, são os princípios da
a) legalidade, impessoalidade, moralidade, proporcionalidade e eficiência.
b) legalidade, impessoalidade, publicidade, probidade e eficácia.
c) legalidade, segurança jurídica, moralidade, publicidade e eficiência.
d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
e) legalidade, razoabilidade, moralidade, proporcionalidade e eficiência.

4. (Cebraspe – PGE PE/2019) O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a
administração pública e que não se encontra nas relações entre particulares constitui o regime jurídico
administrativo.
5. (Cebraspe – MPE PI/2018) Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a
supremacia do interesse público sobre o privado, à administração pública é vedado ter privilégios não
concedidos a particulares.

6. (Cebraspe – IPHAN/2018) Maria tomou posse recentemente no IPHAN e ficou responsável por
desenvolver um projeto cujo objetivo era restaurar um acervo de pinturas pertencentes ao município do
Rio de Janeiro e reformar uma área específica de um museu municipal, para a exposição das pinturas
restauradas. Essas pinturas possuem grande valor histórico, artístico e cultural, consideradas peças de
grande raridade pelo estilo e método de pintura utilizado. Essa restauração é uma tarefa que somente
pode ser realizada por técnico especializado, e há no país somente uma profissional habilitada para o
trabalho.
Em relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Dado o princípio da legalidade, Maria, como funcionária do IPHAN responsável pelo projeto, só pode fazer
o que lhe é permitido de forma expressa por legislação pertinente

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7. (Cebraspe – IPHAN/2018) Mesmo pertencendo ao quadro da administração indireta, o IPHAN


deve obedecer aos preceitos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da
eficiência.

8. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) A administração pública, além de estar sujeita ao controle dos
Poderes Legislativo e Judiciário, exerce controle sobre seus próprios atos. Tendo como referência inicial
essas informações, julgue o item a seguir, acerca do controle da administração pública.
O Poder Judiciário tem competência para apreciar o mérito dos atos discricionários exarados pela
administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da legalidade desses atos.

9. (Cebraspe – PM AL/2018) Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos


devem ser realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo nelas
constar imagens que possam configurar promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos, sob
pena de violação do princípio da impessoalidade.

10. (Cebraspe – TCE PB/2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos,
independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º
346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e
na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a administração pode anular os seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade.
O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da
a) moralidade administrativa.
b) supremacia do interesse público.
c) autotutela.
d) especialidade.
e) legalidade.

11. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente,


nos princípios da legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício
quando a autoridade competente verificar ilegalidade em ato de própria administração.

12. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) Um servidor público federal determinou a nomeação de seu
irmão para ocupar cargo de confiança no órgão público onde trabalha. Questionado por outros
servidores, o departamento jurídico do órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal.
O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar atos administrativos que
estejam supostamente eivados de ilegalidades.

13. (Cebraspe – Polícia Federal/2018) Decorrem do princípio da reserva legal a exigência de que as
entidades da administração indireta sejam criadas ou autorizadas por leis específicas e a de que, no caso
das fundações, leis complementares definam suas áreas de atuação.

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14. (Cebraspe – IFF/2018) Os atos da administração pública devem obedecer não somente à lei
jurídica, mas também a padrões éticos. Tal característica se refere ao princípio da
a) finalidade, uma vez que o administrador não pode praticar um ato em interesse próprio.
b) moralidade, sendo este pressuposto de validade de todo ato da administração pública.
c) legalidade, pois a ação do administrador público está condicionada aos mandamentos legais e às
exigências do bem comum.
d) eficiência, conforme o qual a atividade administrativa deve apresentar resultados positivos para o serviço
público e satisfatório para a coletividade.
e) indisponibilidade do interesse público, pois o funcionário público deve cuidar dos interesses da
coletividade com ética e em obediência à lei.

15. (Cebraspe – STJ/2018) Embora sem previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, o
princípio da confiança relaciona-se à crença do administrado de que os atos administrativos serão lícitos
e, portanto, seus efeitos serão mantidos e respeitados pela própria administração pública.

16. (Cebraspe – STJ/2018) Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu


campanha publicitária para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além
do símbolo da sua campanha eleitoral. Assertiva: No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.

17. (Cebraspe – STJ/2018) Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova
interpretação de norma administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender
o interesse público.

18. (Cebraspe – STJ/2018) O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os


meios e os fins, deve ser obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público.
19. (Cebraspe – ABIN/2018) São considerados princípios informativos da atividade administrativa a
legalidade e a supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e
o segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e do
desenvolvimento da sociedade.

20. (Cebraspe – ABIN/2018) O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura


da produtividade e economicidade, sendo este um dever constitucional da administração, que não
poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos, sob pena de responsabilização pelos seus atos.

21. (Cebraspe – SEFAZ RS/2018)


A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos decorre diretamente
do princípio da
a) publicidade.
b) moralidade.

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c) legalidade.
d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.

22. (Cebraspe – STM/2018) O princípio da impessoalidade está diretamente relacionado à obrigação


de que a autoridade pública não dispense os preceitos éticos, os quais devem estar presentes em sua
conduta.

23. (Cebraspe – STM/2018) Embora não estejam previstos expressamente na Constituição vigente,
os princípios da indisponibilidade, da razoabilidade e da segurança jurídica devem orientar a atividade
da administração pública.

24. (Cebraspe – PC MA/2018) A conduta do agente público que busca o melhor desempenho possível,
com a finalidade de obter o melhor resultado, atende ao princípio da
a) eficiência.
b) legalidade.
c) impessoalidade.
d) moralidade.
e) publicidade.

25. (Cebraspe – CGM João Pessoa - PB/2018) Decorre do princípio de autotutela o poder da
administração pública de rever os seus atos ilegais, independentemente de provocação.

26. (Cebraspe – CGM João Pessoa - PB/2018) O princípio da eficiência determina que a administração
pública direta e indireta adote critérios necessários para a melhor utilização possível dos recursos
públicos, evitando desperdícios e garantindo a maior rentabilidade social.
27. (Cebraspe – SERES PE/2017) Secretário de justiça e direitos humanos de determinado estado da
Federação que publicar uma portaria e, na semana seguinte, revogá-la, em nova publicação, terá
praticado ato revogatório com base no princípio da
a) indisponibilidade.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.

28. (Cebraspe – TRE BA/2017) Determinado município, após celebrar com particulares contratos de
promessa de venda e compra de glebas de sua propriedade, passou, sob a gestão do novo prefeito, a
promover anulações contratuais porque os parcelamentos pactuados não estariam regularizados por não
atenderem a requisitos legais.
Nessa situação hipotética, para obstar a pretensão do município, será adequado que o particular
prejudicado invoque, em seu favor, o princípio da

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a) igualdade.
b) continuidade dos serviços públicos.
c) proporcionalidade.
d) moralidade.
e) confiança legítima.

29. (Cebraspe – TRE BA/2017) Agente público que se utiliza de publicidade governamental com a
finalidade exclusiva de se promover viola o princípio da
a) eficiência.
b) moralidade.
c) autotutela.
d) publicidade.
e) motivação.

30. (Cebraspe – TRE PE/2017) O princípio da razoabilidade


a) se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser considerado aceitável, e sua inobservância resulta em
vício do ato administrativo.
b) incide apenas sobre a função administrativa do Estado.
c) é autônomo em relação aos princípios da legalidade e da finalidade.
d) comporta significado unívoco, a despeito de sua amplitude, sendo sua observação pelo administrador
algo simples.
e) pode servir de fundamento para a atuação do Poder Judiciário quanto ao mérito administrativo.

31. (Cebraspe – TRT 7/2017) O princípio que rege a administração pública, expressamente previsto
na Constituição Federal de 1988, e que exige dos agentes públicos a busca dos melhores resultados e um
menor custo possível, é o da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) impessoalidade.

32. (Cebraspe – TCE SC/2016) O Tribunal de Contas de determinado estado da Federação, ao analisar
as contas prestadas anualmente pelo governador do estado, verificou que empresa de publicidade foi
contratada, mediante inexigibilidade de licitação, para divulgar ações do governo. Na campanha
publicitária promovida pela empresa contratada, constavam nomes, símbolos e imagens que promoviam
a figura do governador, que, em razão destes fatos, foi intimado por Whatsapp para apresentar defesa.
Na data de visualização da intimação, a referida autoridade encaminhou resposta, via Whatsapp,
declarando-se ciente. Ao final do procedimento, o Tribunal de Contas não acolheu a defesa do
governador e julgou irregular a prestação de contas.

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Dado o teor da campanha publicitária, é correto inferir que, na situação, se configurou ofensa aos princípios
da impessoalidade e da moralidade.

33. (Cebraspe – INSS/2016) Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de


todo ato da administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.

34. (Cebraspe – INSS/2016) Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações


administrativo-governamentais são imputadas ao ente público e não ao agente político.

35. (Cebraspe – TRT 8ª R/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração, aplicando-se esse
princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial.
b) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher, mediante
institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente vagas.
c) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos, podendo
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de decisão do Poder
Judiciário.
d) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela instituída,
com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
e) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os fundamentos de
fato e de direito de suas decisões.

36. (Cebraspe – TRT 8ª R/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos administrativos.
b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse público
equivalem-se.
c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência.
d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público.
e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência.

37. (Cebraspe – TRE PI/2016) Determinada autoridade administrativa deixou de anular ato
administrativo ilegal, do qual decorriam efeitos favoráveis para seu destinatário, em razão de ter
decorrido mais de cinco anos desde a prática do ato, praticado de boa-fé.
Nessa situação hipotética, a atuação da autoridade administrativa está fundada no princípio administrativo
da
a) tutela.
b) moralidade.
c) segurança jurídica.
d) legalidade.

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e) especialidade.

38. (Cebraspe – TRE PI/2016) O regime jurídico-administrativo caracteriza-se


a) pelas prerrogativas e sujeições a que se submete a administração pública.
b) pela prevalência da autonomia da vontade do indivíduo.
c) por princípios da teoria geral do direito.
d) pela relação de horizontalidade entre o Estado e os administrados.
e) pela aplicação preponderante de normas do direito privado.

39. (Cebraspe – TRE GO/2015) Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem sua
atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem tudo se permite se
não houver proibição legal.

40. (Cebraspe – TRE GO/2015) Em decorrência do princípio da impessoalidade, previsto


expressamente na Constituição Federal, a administração pública deve agir sem discriminações, de modo
a atender a todos os administrados e não a certos membros em detrimento de outros.
41. (Cebraspe – TRE GO/2015) O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma
explícita.

42. (Cebraspe – TRE GO/2015) O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em


dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público.

43. (Cebraspe – MPU/2015) O servidor responsável pela segurança da portaria de um órgão público
desentendeu-se com a autoridade superior desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade
determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as pessoas que
entrassem e saíssem do imóvel.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O ato praticado pela autoridade superior, como todos os atos da administração pública, está submetido ao
princípio da moralidade, entretanto, considerações de cunho ético não são suficientes para invalidar ato
que tenha sido praticado de acordo com o princípio da legalidade.

44. (Cebraspe – TCU/2015) O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à


administração pública, não consta expressamente na CF.

45. (Cebraspe – FUB/2015) A ação administrativa tendente a beneficiar ou a prejudicar determinada


pessoa viola o princípio da isonomia.

46. (Cebraspe – FUB/2015) O agente público só poderá agir quando houver lei que autorize a prática
de determinado ato.

47. (Cebraspe – FUB/2015) Paulo foi aprovado em concurso para analista, que exigia nível superior.
Nomeado e empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com aparência de legalidade.

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Posteriormente, constatou-se que Paulo jamais havia colado grau em instituição de ensino superior,
detendo, como titulação máxima, o ensino médio.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham vícios, podem ser considerados válidos
quanto aos efeitos que atinjam terceiros de boa-fé, em atendimento ao princípio da segurança jurídica.

48. (Cebraspe – FUB/2015) A proteção da confiança, desdobramento do princípio da segurança


jurídica, impede a administração de adotar posturas manifestadamente contraditórias, ou seja,
externando posicionamento em determinado sentido, para, em seguida, ignorá-lo, frustrando a
expectativa dos cidadãos de boa-fé.

49. (Cebraspe – FUB/2015) O princípio da segurança jurídica não se sobrepõe ao da legalidade,


devendo os atos administrativos praticados em violação à lei, em todo caso, ser anulados, a qualquer
tempo.

50. (Cebraspe – IRBr/2015) O princípio da legalidade consiste em estatuir que a regulamentação de


determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei formal, e não por quaisquer outras fontes
normativas.

51. (Cebraspe – TJDFT/2015)


I A administração pública não pode atuar com objetivo de prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas,
nem os seus atos devem ser imputados aos funcionários que os praticam, mas ao órgão da administração
pública.
II A administração deve agir de modo célere, com o melhor desempenho possível de suas atribuições,
visando obter os melhores resultados.
No direito administrativo, essas assertivas correspondem, respectivamente, aos princípios da
a) supremacia do interesse público sobre o individual e da proporcionalidade.
b) legalidade e da eficiência.
c) impessoalidade e da razoabilidade.
d) impessoalidade e da eficiência.
e) moralidade e da isonomia.

52. (Cebraspe – STJ/2015) Em um Estado democrático de direito, deve-se assegurar o acesso amplo
às informações do Estado, exigindo-se, com amparo no princípio da publicidade, absoluta transparência,
sem espaço para excepcionalidades no âmbito interno.

53. (Cebraspe – STJ/2015) O princípio da especialidade na administração indireta impõe a


necessidade de que conste, na lei de criação da entidade, a atividade a ser exercida de modo
descentralizado.

54. (FCC – AL AP/2020) Considerando os princípios que regem a Administração Pública, de acordo
com o princípio da:

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I. Indisponibilidade do interesse público, os interesses públicos não se encontram à livre disposição do


Administrador público.
II. Supremacia do interesse público, a Administração Pública está sempre acima dos direitos e garantias
individuais.
III. Segurança jurídica, deve ser prestada a assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovem
insuficiência de recursos.
IV. Continuidade do serviço público, o serviço público, atendendo a necessidades essenciais da coletividade,
como regra, não deve parar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I e IV.
e) II e IV.

55. (FCC – AL AP/2020) Gerson, Governador de determinado Estado, fez constar na publicidade de
determinada obra pública realizada durante o seu governo, seu nome e sua fotografia a fim de
caracterizar sua promoção pessoal. Gerson
a) feriu o princípio da impessoalidade, sendo permitida, pela Constituição Federal, a promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos na publicidade das obras públicas apenas de forma indireta, sem a
utilização de imagens.
b) feriu o princípio da publicidade, pois, de acordo com esse princípio, a divulgação das obras públicas deve
ter apenas caráter informativo ou de orientação social.
c) agiu corretamente e de acordo com o princípio da publicidade, segundo o qual a obra pública deve ser
divulgada e identificada para conhecimento da população, ainda que caracterize a promoção pessoal de
quem a realizou.
d) feriu o princípio da impessoalidade, não sendo permitida na publicidade de obras públicas, pela
Constituição Federal, a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
e) agiu corretamente e de acordo com o princípio da legalidade, segundo o qual as obras públicas devem
conter a identificação da autoridade ou servidor público que a realizou por meio de escritos, símbolos ou
imagens.

56. (FCC – Câmara de Fortaleza - CE/2019) A tabela abaixo apresenta, na coluna da esquerda, cinco
princípios que norteiam a administração pública; e na coluna da direita, apresenta cinco exemplos de
ações administrativas que ferem esses princípios.
Princípios
1. Legalidade
2. Impessoalidade
3. Moralidade

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4. Publicidade
5. Eficiência
Ações
I. em uma licitação do Governo Federal para compra de papel para escritório, todos os atos praticados na
fase externa do processo licitatório (proposta, lances, habilitação, adjudicação e homologação) correram
sigilosamente.
II. um fiscal de um órgão ambiental estadual deixa de autuar uma empresa que necessita de um
licenciamento ambiental e opera sem possuí-lo.
III. a Secretaria da Fazenda de dado município brasileiro designou nominalmente um dado munícipe em
sua dotação orçamentária, para pagamento a este de precatórios judiciais.
IV. a Secretaria Estadual de Saúde de dado estado negligencia programas de capacitação de uma nova
equipe de agentes de saúde para uma campanha de combate a focos do vetor da febre amarela.
V. um funcionário da Secretaria de Obras de dado município atende a pedidos de recapeamento de ruas
mediante o recebimento direto de valor em espécie pago pelo solicitante do serviço.
A alternativa que apresenta a relação correta entre cada um dos princípios com cada um dos exemplos de
ações administrativas que os ferem é
a) 1-I; 2-II; 3-IV; 4-III; 5-V.
b) 1-II; 2-III; 3-V; 4-I; 5-IV.
c) 1-III; 2-V; 3-I; 4-IV; 5-II.
d) 1-IV; 2-I; 3-II; 4-V; 5-III.
e) 1-V; 2-IV; 3-III; 4-II; 5-I.

57. (FCC – SANASA/2019) No que concerne aos princípios constitucionais, explícitos e implícitos na
Constituição Federal de 1988, aplicáveis à Administração pública, tem-se
a) a prevalência do princípio da moralidade sobre todos os demais princípios, podendo ser invocado para
afastar, em situações de restrição de direitos individuais, os princípios da razoabilidade e da legalidade
estrita.
b) que o princípio da legalidade impede a edição de atos normativos pelo Poder Executivo, salvo no estrito
âmbito do poder regulamentar, apenas nos limites para fiel execução de lei.
c) que o princípio da eficiência aplica-se, de forma autônoma, exclusivamente às entidades sujeitas ao
regime jurídico de direito privado, aplicando-se às entidades de direito público apenas em caráter
subsidiário.
d) como decorrência do princípio da razoabilidade, a possibilidade de afastamento do princípio da
legalidade quando presentes razões de interesse público, devidamente comprovadas.
e) que a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade na prática de atos discricionários
pela Administração demanda a adequação entre meios e fins de forma a evitar restrições desnecessárias a
direitos individuais.

58. (FCC – Prefeitura de Manaus - AM/2019) Os princípios da eficiência e da moralidade, que regem
a atuação da Administração pública,

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a) admitem interpretação que sobreponha seu conteúdo e hierarquia ao de norma jurídica prevista em lei
formal, dada sua capacidade de atualização e ajuste ao caso concreto.
b) não são passíveis de serem objeto de controle por órgãos externos, dado seu conteúdo fluido e
desprovido de elementos concretos e tutela formal em lei.
c) se sobrepõem aos demais princípios administrativos explícitos e implícitos, em razão do conteúdo de
interesse público transversal que expressam.
d) não impedem o exercício do controle pelo Tribunal de Contas, ao qual também é dado inferir conteúdo
de economicidade aos atos e contratos administrativos.
e) afastam a possibilidade de controle judicial quando tiverem sido o fundamento da edição de atos e
celebração de contratos administrativos.

59. (FCC – Prefeitura de Recife - PE/2019) Entre os princípios que regem e informam a atuação da
Administração pública, o da proporcionalidade tem especial aplicação
a) na imposição de restrições de direitos individuais, em decorrência do exercício do poder de polícia,
predicando que se dê apenas na medida do necessário para a preservação do interesse público envolvido.
b) quando a aplicação do princípio da legalidade não enseja a melhor solução para Administração, podendo
ser afastado ou mitigado.
c) como complemento ao princípio da razoabilidade, o qual não comporta aplicação autônoma em face de
seu caráter acessório.
d) para mitigar o princípio da publicidade, especialmente quando a divulgação de ações administrativas não
se mostre conveniente ou oportuna.
e) para ajustar a cobrança de impostos ou taxas, que pode ser afastada ou reduzida, a critério da
Administração e mesmo que não haja previsão legal, quando assim justificar a situação econômica do
contribuinte.

60. (FCC – Prefeitura de São José do Rio Preto - SP/2019) O regime jurídico imposto à Administração
pública a submete a princípios e regras. No que se refere à obrigatoriedade de observância,
a) os princípios possuem hierarquia superior às regras constantes da legislação, sobrepondo-se, portanto,
a elas.
b) a Administração indireta se submete apenas às regras constantes da legislação, não se lhes aplicando os
princípios que regem a Administração direta.
c) as regras legais podem ser afastadas se a Administração pública demonstrar que essa conduta melhor
atenderá ao princípio da eficiência.
d) o conteúdo dos princípios pode ser identificado em inúmeras regras legais, a exemplo da obrigatoriedade
de realizar procedimento licitatório para garantia da impessoalidade entre os interessados.
e) o princípio da legalidade é hierarquicamente superior aos demais princípios, porque obriga a
Administração pública a agir nos termos da lei.

61. (FCC – RIOPRETOPREV/2019) O direito administrativo disciplina a função administrativa dos entes
federados, órgãos, agentes e atividades desenvolvidas pela Administração Pública. Entre seus princípios
está a legalidade, ou seja, cabe à Administração Pública:

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a) Apresentar resultados positivos para o serviço público, bem como o atendimento das necessidades
públicas.
b) Promover a qualificação de agentes públicos que apresentem comportamento de acordo com o interesse
público.
c) Ser composta por agentes públicos que não usem a administração pública para a promoção pessoal.
d) Ter credibilidade voltada para transparência na defesa de direitos para a oferta de informações nos
órgãos públicos.
e) Atuar de acordo com a lei e finalidades expressas ou implícitas previstas no Direito.

62. (FCC – Prefeitura de Recife - PE/2019) A Administração pública refere-se ao aparelho estatal, ou
seja, ao conjunto formado por um governo e seus agentes administrativos, regulado por um
ordenamento jurídico, que consiste no conjunto das normas, leis e funções existentes para organizar a
Administração do Estado em todas as suas instâncias e tem como principal objetivo o interesse público,
seguindo
a) os atributos da universalidade, da transparência ou visibilidade social, do controle social, da cultura cívica
e da sustentabilidade.
b) os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
c) as concepções da universalidade, da uniformidade e da equivalência, da irredutibilidade, da diversidade
e do caráter democrático e descentralizado.
d) os fundamentos da finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade e ampla defesa.
e) os conceitos do contraditório, da segurança jurídica, do interesse público, da legalidade e da
impessoalidade.

63. (FCC – AGED MA/2018) Suponha que o Estado pretenda implementar uma reestruturação
administrativa, com a extinção de alguns órgãos públicos, bem como de cargos comissionados e efetivos
que se encontram vagos, e, paralelamente, instituir autarquias e empresas públicas para
desempenharem atividades estratégicas. De acordo com o estabelecido na Constituição Federal e
considerando o princípio da reserva legal, tais medidas
a) dependem de lei específica, salvo a extinção de cargos comissionados, eis que não sujeita à reserva de
lei formal.
b) independem de lei, salvo a criação de autarquias e empresas públicas.
c) podem, todas, ser adotadas por decreto, eis que não sujeitas à reserva legal.
d) dependem, todas, da edição de lei, tendo em vista o princípio da legalidade.
e) dependem de lei, salvo a extinção de cargos vagos, que pode ocorrer por decreto do Chefe do Executivo.

64. (FCC – AGED MA/2018) Os princípios que balizam a atuação da Administração pública
a) decorrem do regime publicístico e não estão explícitos em normas específicas, salvo a moralidade, que
possui assento constitucional.
b) estão todos subordinados ao princípio da legalidade, erigido pela Constituição Federal como cláusula
pétrea.

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c) estão, em sua maioria, explícitos na Constituição Federal e comportam harmonização e ponderação, sem
prevalência apriorística de um sobre o outro.
d) comportam gradação para fins de aplicação em situações concretas, sendo os da moralidade e eficiência
considerados prevalentes.
e) dependem, para sua aplicação, de positivação em legislações específicas, em decorrência justamente da
legalidade, considerado um princípio implícito decorrente do regime democrático.

65. (FCC – PGE TO/2018) Acerca das modernas correntes doutrinárias que buscam repensar o Direito
Administrativo no Brasil, Carlos Ari Sundfeld observa:
Embora o livro de referência de Bandeira de Mello continue saindo em edições atualizadas, por volta da
metade da década de 1990 começou a perder aos poucos a capacidade de representar as visões do meio –
e de influir [...] Ao lado disso, teóricos mais jovens lançaram, com ampla aceitação, uma forte contestação
a um dos princípios científicos que, há muitos anos, o autor defendia como fundamental ao direito
administrativo [...].
(Adaptado de: Direito administrativo para céticos, 2a ed., p. 53)
O princípio mencionado pelo autor e que esteve sob forte debate acadêmico nos últimos anos é o princípio
da
a) presunção de legitimidade dos atos administrativos.
b) processualidade do direito administrativo.
c) supremacia do interesse público.
d) moralidade administrativa.
e) eficiência.

66. (FCC – DPE AM/2018) A atuação da Administração pública é informada por princípios, muitos com
previsão explícita na Constituição Federal, inerentes ao regime publicístico a que se encontra jungida.
Nas situações concretas, esses princípios, muitas vezes, se interpenetram e precisam ser cotejados e
harmonizados. Nesse diapasão, tem-se que
a) o princípio da segurança jurídica impede que novas leis atinjam atos jurídicos aperfeiçoados com base
na legislação precedente, sem que isso importe afronta ao princípio da legalidade.
b) a supremacia do interesse público, pela sua maior relevância, pode sempre ser invocada para afastar o
princípio da transparência.
c) a economicidade se sobrepõe ao princípio da legalidade, na medida em que é um princípio finalístico.
d) a moralidade, embora detenha o status de princípio constitucional, não comporta aplicação autônoma,
só podendo ser invocada em conjunto com a legalidade.
e) a razoabilidade autoriza a Administração a afastar o princípio da legalidade, vedando a imposição de
restrições a direitos individuais.

67. (FCC – TRT 21ª Região - RN/2017) É princípio orientador das atividades desenvolvidas pela
Administração pública, seja por intermédio da Administração direta, seja pela Administração indireta,
sob pena de irresignação judicial, a

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a) impessoalidade, tanto na admissão de pessoal, sujeita à exigência de prévio concurso público de provas
ou de provas e títulos para preenchimento de cargos, empregos públicos, quanto na prestação dos serviços
em geral pela Administração pública, vedado qualquer direcionamento.
b) legalidade, que impede que a Administração pública se submeta a atos normativos infralegais.
c) moralidade, desde que associada a outros princípios e regras previstos em nosso ordenamento jurídico.
d) eficiência, que impede a contratação direta de serviços pela Administração pública, garantindo a plena
competição entre os interessados e sempre o menor preço para o erário público.
e) publicidade, que exige a publicação em Diário Oficial da íntegra dos atos e contratos firmados pela
Administração, além da motivação de todos os atos administrativos unilaterais.

68. (FCC – PC AP/2017) Considere as seguintes afirmações a respeito dos princípios constitucionais
da Administração pública:
I. Viola o princípio da ........ o ato administrativo incompatível com padrões éticos de probidade, decoro e
boa fé.
II. Atende ao princípio da ........ o agente público que exerce suas atribuições do melhor modo possível, para
lograr os melhores resultados para o serviço público.
III. Viola o princípio da ........ o ato administrativo praticado com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas.
Os trechos acima transcritos tratam, respectivamente, dos princípios da
a) I − moralidade, II − eficiência e III − impessoalidade.
b) I − moralidade, II − eficiência e III − razoabilidade
c) I − moralidade, II − razoabilidade e III − impessoalidade.
d) I − dignidade da pessoa humana, II − eficiência e III − igualdade.
e) I − dignidade da pessoa humana, II − razoabilidade e III − igualdade.

69. (FCC – TRE PR/2017) Dentre os princípios que regem a Administração pública, aplica-se aos
servidores públicos, no exercício de suas funções,
a) legalidade, como princípio vetor e orientador dos demais, tendo em vista que os todos os atos dos
servidores têm natureza vinculada, ou seja, devem estar previstos em lei, assim como todas as infrações
disciplinares e respectivas penalidades.
b) moralidade, que orienta todos os atos praticados pelos servidores públicos, mas cuja violação não pode
ser imputada à Administração pública enquanto pessoa jurídica, porque sua natureza é incompatível com
a subjetividade.
c) publicidade, que exige a publicação de todos os atos praticados pelos servidores, vinculados ou
discricionários, ainda que não dependam de motivação, não atingindo, contudo, os atos que se refiram aos
servidores propriamente ditos, que prescindem de divulgação, porque surtem efeitos apenas internos.
d) eficiência, como finalidade precípua da atuação da Administração pública, obrigando os servidores
públicos a prezar pela sua aplicação em preferência aos demais princípios, que a ela passaram a se
subordinar após sua inclusão na Constituição Federal.

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e) impessoalidade, tanto no que se refere à escolha dos servidores, quanto no exercício da função pelos
mesmos, que não pode favorecer, beneficiar ou perseguir outros servidores e particulares que mantenham
ou pretendam manter relações jurídicas com a Administração pública.

70. (FCCTRE PR/2017) Considera-se expressão dos princípios que regem as funções desempenhadas
pela Administração pública a
a) possibilidade de autuação e imposição de multas a estabelecimentos comerciais, para garantir o
adequado funcionamento do setor de mercado em que atuam, como atuação que privilegia o princípio da
eficiência.
b) edição de decretos autônomos, que disciplinam a atuação a Administração pública e os direitos e deveres
dos servidores, como expressão do princípio da legalidade.
c) publicação dos extratos de contratos firmados pela Administração pública no Diário Oficial, conforme
dispõe a Lei n° 8.666/1993, como manifestação do princípio da publicidade.
d) edição de atos administrativos sem identificação dos responsáveis pela autoria, como forma de
preservação da esfera privada desses servidores e manifestação do princípio da impessoalidade.
e) possibilidade da prática de atos não previstos em lei, em defesa de interesse público primário ou
secundário, ainda que importe na violação de direitos legais de particulares, em prol do princípio da
supremacia do interesse público.

71. (FCC – TRT MS/2017) Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi
considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural
tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de
favorecimento a seguimento social determinado, incompatível com o interesse público e com princípios
que norteiam a atuação administrativa, especificamente, o princípio da
a) presunção de legitimidade restrita.
b) motivação.
c) impessoalidade.
d) continuidade dos serviços públicos.
e) publicidade.

72. (FCC – TRT 11/2017) A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns
positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por construções doutrinárias.
Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a autotutela, que diferem entre si nos seguintes
aspectos:
a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida sempre mediante
provocação do interessado ou de terceiros prejudicados.
b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta ou mediante
representação, e a tutela é exercida pelo Poder Judiciário.
c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do poder disciplinar e a
autotutela do poder hierárquico.

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d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia do interesse público


fundamentando o poder de polícia.
e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico sobre entidades da
Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce controle sobre seus próprios atos.

73. (FCC – TRE SP/2017) Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode
atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse
público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição,
p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do princípio da
a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da
Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público,
finalidade da função executiva.
b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver expressamente
previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento em prol do princípio da
eficiência.
c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de forma que os
demais princípios e regras podem ser relativizados.
d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e interesses,
uma vez que atinente à finalidade da função executiva.
e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de conhecimento dos
administrados, para que possam exercer o devido controle.

74. (FCC – TRT 23ª Região/2016) O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento, considerou
legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração pública, dos nomes dos
seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias, não havendo
qualquer ofensa à Constituição Federal, bem como à privacidade, intimidade e segurança dos servidores.
Pelo contrário, trata-se de observância a um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa,
qual seja, o princípio específico da
a) proporcionalidade.
b) eficiência.
c) presunção de legitimidade.
d) discricionariedade.
e) publicidade.

75. (FCC – TRT 23ª Região/2016) Manoela foi irregularmente investida no cargo público de Analista
do Tribunal Regional do Trabalho da 23a Região, tendo, nessa qualidade, praticado inúmeros atos
administrativos. O Tribunal, ao constatar o ocorrido, reconheceu a validade dos atos praticados, sob o
fundamento de que os atos pertencem ao órgão e não ao agente público. Trata-se de aplicação específica
do princípio da
a) impessoalidade.

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b) eficiência.
c) motivação.
d) publicidade.
e) presunção de veracidade.

76. (FCC – MPE PB/2015) A sistemática dos precatórios judiciais está prevista no artigo 100 da
Constituição Federal que dispõe: Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais,
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica
de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. O citado
dispositivo constitucional constitui cristalina aplicação do princípio da
a) presunção de veracidade.
b) publicidade.
c) motivação.
d) supremacia do interesse privado.
e) impessoalidade.

77. (FCC – MPE PB/2015) Juscelino, servidor público estadual e responsável pela condução de
determinado processo administrativo, de caráter litigioso, constata causa de impedimento que o
inviabiliza de conduzir o citado processo. No entanto, Juscelino queda-se silente e não comunica a causa
de impedimento, continuando à frente do processo administrativo. Neste caso, configura violação ao
princípio da
a) impessoalidade.
b) publicidade.
c) motivação.
d) supremacia do interesse privado.
e) presunção de veracidade.

78. (FCC – TRE RR/2015) A Administração Pública Federal, enquanto não concluído e homologado
determinado concurso público para Auditor Fiscal da Receita Federal, alterou as condições do certame
constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à espécie. E, assim ocorreu,
porque antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à nomeação. Trata-
se de aplicação do Princípio da
a) Eficiência.
b) Publicidade.
c) Legalidade.
d) Motivação.
e) Supremacia do interesse privado.

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79. (FCC – TRE RR/2015) O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento ocorrido no ano de
2011, julgou inconstitucional lei que vedava a realização de processo seletivo para o recrutamento de
estagiários por órgãos e entidades do Poder Público do Distrito Federal. O aludido julgamento consolidou
fiel observância, dentre outros, ao princípio da
a) segurança jurídica.
b) publicidade.
c) presunção de legitimidade.
d) motivação.
e) impessoalidade.

80. (FCC – Copergás/2016) Considere:


I. Determinado Estado da Federação fiscaliza a atividade de autarquia estadual, com o objetivo de garantir
a observância de suas finalidades institucionais.
II. A Administração pública pode, através dos meios legais cabíveis, impedir quaisquer atos que ponham
em risco a conservação de seus bens.
III. Os atos da Administração pública revestem-se de presunção relativa, sendo o efeito de tal presunção a
inversão do ônus da prova.
No que concerne aos princípios do Direito Administrativo,
a) todos os itens relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam, princípios
da tutela, autotutela e presunção de legitimidade, respectivamente.
b) nenhum deles está relacionado a princípios do Direito Administrativo.
c) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
princípios da tutela e da autotutela, respectivamente, estando o item III incorreto.
d) apenas o item II relaciona-se corretamente a princípio do Direito Administrativo, qual seja, o princípio
da tutela, estando os itens I e III incorretos.
e) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
princípios da especialidade e da tutela, respectivamente, estando o item III incorreto.

81. (FCC – Copergás/2016) O Governador de determinado Estado praticou ato administrativo sem
interesse público e sem conveniência para a Administração pública, visando unicamente a perseguição
de Prefeito Municipal. Trata-se de violação do seguinte princípio de Direito Administrativo, dentre
outros,
a) publicidade.
b) impessoalidade.
c) proporcionalidade.
d) especialidade.
e) continuidade do serviço público.

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82. (FCC – Copergás/2016) Um dos princípios do Direito Administrativo denomina-se especialidade.


Referido princípio
a) decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público e concerne à ideia de
descentralização administrativa.
b) tem aplicabilidade no âmbito dos órgãos públicos, haja vista a relação de coordenação e subordinação
que existe dentro dos referidos órgãos.
c) aplica-se somente no âmbito da Administração direta.
d) decorre do princípio da razoabilidade e está intimamente ligado ao conceito de desconcentração
administrativa.
e) relaciona-se ao princípio da continuidade do serviço público e destina-se tão somente aos entes da
Administração pública direta.

83. (FCC – SEFAZ MA/2016) Sobre os princípios da Administração pública é exemplo de infração ao
princípio da:
I. legalidade, atuação administrativa conforme o Direito.
II. moralidade, desapropriar imóvel pelo fato de a autoridade pública pretende prejudicar um inimigo.
III. publicidade, se negar a publicar as contas de um Município.
IV. eficiência, prefeito que contrata a filha para ser assessora lotada em seu gabinete.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e III.
e) II e IV.

84. (FCC – SEFAZ MA/2016) São princípios da Administração pública expressos na Constituição
brasileira:
a) moralidade e eficiência.
b) legalidade e proporcionalidade.
c) eficiência e razoabilidade.
d) motivação e publicidade.
e) moralidade e proporcionalidade.

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6 GABARITO

1. B 11. C 21. E 31. B 41. C 51. D 61. E 71. C 81. B

2. B 12. E 22. E 32. C 42. C 52. E 62. B 72. E 82. A

3. D 13. C 23. C 33. E 43. E 53. C 63. E 73. A 83. B


==a9988==

4. C 14. B 24. A 34. C 44. E 54. D 64. C 74. E 84. A

5. E 15. C 25. C 35. B 45. E 55. D 65. C 75. A

6. C 16. E 26. C 36. C 46. C 56. B 66. A 76. E

7. C 17. E 27. C 37. C 47. C 57. E 67. A 77. A

8. E 18. C 28. E 38. A 48. C 58. D 68. A 78. C

9. C 19. C 29. B 39. C 49. E 59. A 69. E 79. E

10. C 20. C 30. A 40. C 50. E 60. D 70. C 80. A

7 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

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MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.

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