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Introdução ..................................................................................................................................................... 3
Objectivos ................................................................................................................................................. 3
Objectivo geral .......................................................................................................................................... 3
Objectivos específicos .............................................................................................................................. 3
Lista de abreviaturas e siglas .................................................................................................................... 4
1. FUNCIONALISMO PÚBLICO ........................................................................................................... 5
1.1. Os recursos humanos .................................................................................................................... 5
2. Formas de constituição da relação .................................................................................................... 6
3. O Procedimento de concurso ............................................................................................................ 7
4. Tipos de concurso ............................................................................................................................. 7
4.1. O concurso de ingresso ................................................................................................................. 7
4.2. Concurso de promoção.................................................................................................................. 7
4.3. O visto do Tribunal Administrativo .............................................................................................. 8
5. PRINCÍPIOS ..................................................................................................................................... 9
Princípio da legalidade ...................................................................................................................... 9
5.1. Princípio da Isenção e Imparcialidade ....................................................................................... 9
5.2. Princípio da Incompatibilidade .................................................................................................. 9
5.3. Princípio da probidade ............................................................................................................. 10
5.4. Princípio da exclusividade ....................................................................................................... 10
6. NOÇÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO APARELHO DO ESTADO .............................. 11
6.1. Relação jurídica .......................................................................................................................... 11
6.2. Contratos na administração pública ............................................................................................ 11
6.3. Capacidade dos contraentes ........................................................................................................ 12
6.4. Mútuo consenso .......................................................................................................................... 12
6.5. Objecto dos contratos administrativos ........................................................................................ 12
6.6. Competência para contratar ........................................................................................................ 13
6.7. Gestão de recursos humanos ....................................................................................................... 13
7.1. Modelos....................................................................................................................................... 13
8. O CARÁCTER PÚBLICO DA RELAÇÃO JURÍDICA DE TRABALHO DOS FUNCIONÁRIOS
PÚBLICOS ............................................................................................................................................. 15
1
9. DIREITOS E DEVERES DO FUNCIONÁRIO E AGENTE DO ESTADO ................................. 17
9.1. Direitos........................................................................................................................................ 17
9.1.1. Remuneração........................................................................................................................... 18
9.2. Deveres ....................................................................................................................................... 19
9.2.1. Dever de permanência no posto .............................................................................................. 19
9.3. Disciplinas na administração pública .......................................................................................... 21
9.4. Finalidade de aplicação das medidas disciplinares ..................................................................... 22
10. CESSÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO ESTADO ...................................................... 24
11. Conclusão.................................................................................................................................... 26
12. Referências bibliográficas ........................................................................................................... 27
2
Introdução1
Neste trabalho abordaremos sobre o tema funcionalismo público. Procuraremos trazer a noção do
funcionalismo e a sua manifestação no nosso ordenamento jurídico. A administração pública,
representando um conjunto de órgão com a atribuição de realizar a função púbica, carece de
elementos humanos para lhes realizar e expressar a vontade. Esses elementos são havidos por
funcionários públicos lato sensu. À qualidade de funcionários públicos estão vários elementos
relacionados, designadamente o processo de ingresso ao funcionalismo e ainda as outras formas
de designação daqueles que exercem a actividade administrativa pública. Caberá ainda
tratamento neste subtema, as vicissitudes do funcionalismo público, partindo dos direitos e
deveres até às formas de cessação da relação de emprego público.
É nótula importante para se conhecer ainda o regime disciplinar da função pública, o tratamento
jurídico do processo disciplinar.
Objectivos
Objectivo geral
Procurar compreender o funcionalismo público
Objectivos específicos
Compreender o que é funcionalismo público;
Procurar entender como se estabelece a relação entre o cidadão e o Estado;
Mostrar através dos dispositivos legais a cessão da relação entre o cidadão e o Estado.
1
Texto retirado do plano temático da disciplina de Direito Administrativo II, da Faculdade de ciências sociais e
humanidade da Universidade Zambeze.
3
Lista de abreviaturas e siglas
Art. – Artigos;
4
1. FUNCIONALISMO PÚBLICO
Quando se fala de funcionalismo público pode o termo ser entendido como trabalhar na
Administração Pública. Quando se fala de funcionalismo público, é a relação que se estabelece
entre o funcionário ou servidor público e a própria Administração Pública.
2
Conceito cessado em ciberduvidas.iscte-iul.pt
5
O modelo de carreira contribui para a formação de um escol burocrático, isto é, de uma elite
profissionalizada de funcionários públicos, coisa que o modelo de emprego não proporciona.
Entretanto, considerar o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado (EGFAE) como
um regime especial é o mesmo que dizer que a lei do trabalho é de carácter subsidiário ao
estatuto.
É lícito entender, portanto, que o direito do trabalho trata de uma generalidade de situações
laborais, enquanto o direito laboral da função pública trata de situações que, pela sua
particularidade estão inseridas do direito comum laboral. Na verdade, como nota o ilustre prof.
MENEZES CORDEIRO, “as normas laborais comuns traduzem apenas adaptações de valores
gerais do Direito às particularidades do trabalho”, o que justifica que o direito laboral sirva de
direito comum ao direito laboral da função pública3.
O professor João Caupers,5 apresenta dois modelos em que se pode encarar a questão dos
recursos humanos da administração púbica como vimos acima; o modelo francês, que é aquele
que o cidadão entra na administração púbica através do concurso e o modelo norte-americano,
3
CORDEIRO, Menezes, Manual de Direito do Trabalho, reimpressão, Livraria Almedina, Coimbra 1994pág. 66-
67
4
Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado
5
João Caupers, Introdução ao Direito Administrativo, 11ª ed., Âncora Editora;
6
neste modelo a prestação de serviços á administração púbica tende a ser considerada como
acidente de duração variável na vida do cidadão; a entrada para a administração púbica faz-se
por eleição ou escolha – mais ou menos condicionada, consoante os casos; o novo agente ao
serviço da administração deixa temporariamente a sua actividade profissional e dedica alguns
anos da sua vida ao serviço público, terminado este período, regressa aquela actividade.
3. O Procedimento de concurso
A constituição da relação de emprego público é precedida pela fase de concurso público, que é
regido por regras específicas que constituem o que alguma doutrina designa de procedimento
concursal.
O princípio é o de que o ingresso nas carreiras profissionais faz-se, regra geral, por concurso para
o recrutamento dos agentes administrativos em geral e dos funcionários públicos em particular
deve reger-se pelos mesmos princípios que regem a administração, da democracia, igualdade.
O concurso público é ele próprio, num procedimento, no sentido de que representa um conjunto
de actos jurídicos, que são, como é óbvio, efectivamente, uma categoria, uma espécie do género
factos jurídicos. O procedimento de concurso é, como se pode constatar a partir do regime
jurídico que rege, de natureza complexa, englobando quer a fase de selecção do pessoal.
4. Tipos de concurso
4.2.Concurso de promoção
É de natureza obrigatória para os funcionários da mesma carreira e consiste na apresentação de
candidaturas de todos quantos se acham com os requisitos necessários para progressão na
carreira profissional.
7
Como regra geral para o ingresso na função pública, de acordo com o que dispõe o artigo 35 do
EGFAE. Portanto, será em princípio nulo o provimento para os lugares dos quadros da função
pública, quando não precedida de concurso público, salvo se:
Se tratar de carreiras de classe única, para cujo ingresso se exige apenas o requerimento
dos interessados. Diz-se classe, à posição que o funcionário ocupa na respectiva carreira,
por exemplo a carreira de auxiliar administrativo a que corresponde algumas das
seguintes categorias profissionais: arquivista auxiliar, chefe de cozinha, condutor de
veículos pesados.
For o ingresso numa determinada carreira, dos funcionários que no respectivo sector do
serviço público haja adquirido habilitações profissionais ou académicas correspondentes
aos requisitos exigidos pelos qualificadores do quadro onde se encontra a vaga que
pretende preencher;
Os agentes administrativos em comissão de serviço cujo período de duração da comissão
tiver sido superior a cinco anos, podem ser titularizados numa categoria da função
pública.
Pelo critério orgânico, poucas dúvidas se levantam no nosso sistema quanto à natureza jurídica
do visto pois, o órgão que o concede é um verdadeiro tribunal e os mecanismos de sua concessão
são inequivocamente jurisdicionais. Portanto, o visto do Tribunal Administrativo tem natureza
jurisdicional.
Importa referir que, a posição do visto do Tribunal Administrativo sobre um acto administrativo,
não obsta a que o mesmo seja objecto de jurisdição contenciosa do mesmo tribunal. Aliás, o que
levanta problemas quanto ao alcance do caso julgado do visto.
8
5. PRINCÍPIOS
No exercício das suas funções na Administração Pública, o funcionário e agente do Estado,
obedecem a certos princípios gerais.
Princípio da legalidade
No exercício das funções públicas, o funcionário público e agente do Estado actuam com isenção
e imparcialidade, estando sujeitos ao regime de impedimentos e suspeições previstos na lei.
Este princípio estabelece que o acesso a função pública não pode ser prejudicada ao cidadão por
razão da cor, raça, sexo, religião, deficiência, etc., isto resulta do nº 2. Este princípio vem a
regular situações em que porventura o cidadão venha a tomar decisões de interesse próprio.
Na sua actuação os funcionários e agentes do estado devem atender a todos da mesma forma,
como está previsto no número 2 do mesmo artigo, sem discriminação de qualquer natureza
apresentadas no mesmo artigo.
Este princípio vem a priori mostrar a incompatibilidade existente entre o funcionário e agente do
Estado como os demais funcionários. A qualidade de funcionário e a de agente do Estado é
incompatível com exercício de outras actividades profissionais, segundo a alínea b) do número 1,
as que possam comprometer o interesse público ou a imparcialidade exigida no exercício de
funções públicas; a alínea c), as actividades profissionais que tenham horário coincidente com o
de serviço publico em que o funcionário ou agente do Estado esteja a realizar actividade.
9
5.3. Princípio da probidade
Essa é interpretação que se pode retirar a priori, mas continuando com a leitura, só é permitido o
exercício simultâneo de funções, em mais de um órgão ou instituições do Estado pelo mesmo
funcionário, quando fundada no interesse público e autorizada por dirigente competente,
verificada uma das seguintes circunstâncias:
A bom rigor se pode compreender que o funcionário e agente do Estado a luz desse princípio que
ele só pode exercer uma única actividade na função pública salvo as circunstancias apresentadas
neste artigo.
10
6. NOÇÃO DA RELAÇÃO DE TRABALHO NO APARELHO DO ESTADO
Segundo Marcelo Caetano7, o contrato administrativo é aquele que é formado segundo processo
o administrativo, cuja execução esta subordinada á observância de normas de direito público, e
encontra-se submetido a jurisdição dos tribunais administrativos.
A constituição da relação de emprego no aparelho de estado por via contratual permite chegar
facilmente à conclusão de tratar-se de uma relação jurídica. O esquema contratual é o que melhor
representa a correspondência dos direitos e obrigações numa relação jurídica. O carácter bilateral
da relação encontra-se mais patente nas relações contratuais.
A respeito dos contratos já fizemos referência o artigo 6º Decreto 5/2018 que regula o regime
dos contratos na administração pública, este decreto vem a regular o artigo 21º da Lei 10/2017,
EGFAE.
Este artigo dispõe no numero 1 que: “os órgãos e instituições do Estado podem celebrar
contratos por tempo determinado, com regime próprio e com dispensa das alíneas e) e f) do
artigo 13 do EGFAE”.
6
PINTO, Carlos Mota, Teoria Geral do Direito Civil, 7ª Edição, Almedina, Lisboa , 2010
7
CAETANO, Marcelo, Manual de Direito Administrativo V. 1
11
b) O contrato tem por objectivo prestações relativos ao cumprimento de atribuições dessa
pessoa colectiva;
c) O contrato duradouro e especialmente mediante retribuições, outra pessoa ao
cumprimento dessas atribuições da pessoa colectiva de direito público.
Esses sãos os elementos essenciais que o professor Marcelo Caetano apresenta para que o
contrato administrativo fique perfeito.
6.4.Mútuo consenso
Forma-se através de um processo administrativo, em muitos casos longo e demorado, tantas são
as cautelas de que a administração se rodeia para não serem prejudicados os interesses que
prossegue. Cada uma dessas cautelas origina formalidades que podem consistir em actos
administrativos (autorização para contratar, aprovação da minuta) de cuja vontade dependente a
própria validade do contrato.
Deve consistir na formação de uma relação jurídica que se traduza em prestações ilícitas e
fisicamente possíveis. A legalidade da prestação terá que ser julgada à luz do Direito
administrativo.
12
6.6.Competência para contratar
São competentes para celebrar contratos os dirigentes com competências para nomear e outros
indicados em legislação específica. Artigo 7º número 1 do REGFAE. A notificação para a
tomada de posse é regulada pelo artigo 8º do REGFAE, podendo o mesmo ser publicado em
jornais, rádios e demais órgãos de informação previsto no mesmo artigo. O inicio de actividades
conta-se a partir da posse, salvo quando for expressamente determinado em momento anterior e
no momento da posse deve ser lido o compromisso. O previsto na alínea a) do número 3 do
artigo 9 para entidades nomeadas pelo presidente da Republica e da alínea b) para os restantes
dos funcionários.
A respeito da gestão de recursos humanos, a lei atribui competência respectivamente, aos órgãos
centrais, provinciais e distritais a gestão dos quadros de pessoal central, provincial e distrital.
7.1. Modelos
O funcionário do Estado com nomeação definitiva pode exercer temporariamente funções em
regime especial de actividades, designadamente:
a) Destacamento;
b) Comissão de serviço;
c) Substituição;
d) Acumulação de funções.
7.1.1. Destacamento
8
Essas matérias são reguladas pelos artigos 20º a 22º do Regulamento do Estatuto Geral de Funcionários e Agentes
do Estado.
13
Segundo dispõe o artigo 19º, destacamento há-de vir a ser a indicação do funcionário para
desempenhar uma determinada função fora do quadro de pessoal do Estado, contudo no interesse
do Estado. Tem-se como exemplo uma determinada empresa que presta um determinado serviço
e que a mesma actividade ou serviço executado por este, o Estado tem interesse. Assim sendo, a
administração pública indica um indivíduo que ira representar o Estado no lugar em que for
deste. Ele apesar não se encontrar no quadro de pessoal que se encontrar na administração
pública, continua sendo funcionário ou agente do Estado.
A iniciativa desta situação pode ser interna ou externa com todos os pressupostos que isso
implica, mas sempre por iniciativa do serviço e no interesse do Estado. É, por regra, por período
não superior a 3 anos, podendo esse período ser prolongado por razões ponderosas de serviço. É
uma situação da competência dos dirigentes que têm competência para nomear.
7.1.3. Substituição
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Note-se, logo à partida, que este regime só pode ser utilizado para preencher lugar de função de
direcção e chefia ou lugar de confiança, vago por não provimento do lugar ou impedimento do
respectivo titular por período não superior a 1 ano. Note-se mais que a substituição deve recair
prioritariamente no substituto legal (art. 21 no 2 do REGFAE) podendo no caso de inexistência
deste, ser designado substituto funcionário que reúna os requisitos do qualificador profissional da
função a substituir ou exerça função imediatamente inferior, isto resulta do no 2 do REGFAE.
Este regime significa o exercício simultâneo de duas funções pelo mesmo funcionário, por
motivo de ausência ou não provimento de uma dessa funções. A acumulação não deve exceder o
período máximo de 1 ano e deve aplicar-se para funções de nível idêntico.
O funcionário público garante através das suas actividades, as funções próprias e permanentes de
serviço público. Na relação de emprego público, o trabalhador (funcionário), é associado, através
da prestação da sua actividade, à prossecução de finalidades que integram as atribuições do
Estado ou das autarquias locais, as quais por sua natureza visam a realização do interesse
público. Um outro traço que indicia o carácter público da relação de emprego dos funcionários
públicos resulta da própria constituição da relação: através de um acto unilateral designadamente
o acto administrativo da nomeação. Normalmente a relação de emprego no aparelho do Estado
tem origem num acto autoritário e, por isso mesmo unilateral da Administração Pública,
15
constitutivo de direitos subjectivos (o direito ao lugar para o qual foi nomeado), cuja eficácia
jurídica depende da sua aceitação.
As relações de trabalho no aparelho do Estado ou das autarquias locais são verdadeiras relações
jurídicas de trabalho, mas sujeitas a um regime específico. Ou seja, o facto de o agente público
estar ao serviço da Administração Pública, cujo objectivo é o interesse público reclama
obviamente que, no desenvolvimento da actividade que presta, no exercício das suas funções,
esteja de igual feita subordinado ao interesse público e consequentemente regido por um
conjunto de normas específicas, nomeadamente o EGFAE e legislação complementar9.
9
NEVES, Ana Fernanda; Relação Jurídica De Emprego Público, Coimbra editor, 1999, pág. 255
10
AMARAL, Diogo Freitas, Direito Administrativo, Volume 1 , Coimbra, pag.42
16
A publicidade da relação de emprego público impõe algumas restrições a autonomia privada do
funcionário público. Imposição essa resulte da necessidade de garantir a satisfação permanente e
continua do interesse pública destaca-se a seguir algumas dessas restrições.
O carácter subordinado da relação de emprego publico
9.1.Direitos
A lei não só impõe deveres aos seus funcionários e agentes, estabelece direitos que lhes assiste.
O primeiro direito geral que lhes assiste é o de exercer a função para que foi nomeado. O artigo
47º faz a menção dos direitos dos funcionários e agentes do Estado. O artigo 48º e seguintes nos
apresentam os demais direitos dos funcionários e agentes do Estado. O artigo 49º nos fala do
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direito de documento de identificação, o artigo 50º dos direitos especiais da funcionária e da
agente do Estado, esse artigo vem assegurar à funcionária e agente do Estado, durante o período
de gravidez e após o parto. Alem dos que já foi referido, o funcionário e agente do Estado tem
direito a remuneração.
9.1.1. Remuneração
a) Vencimento;
b) Suplemento.
Este artigos conjugam-se com o artigo 25º número 1 e 2 do REGFAE12, o número 3 deste artigo,
estabelece que “todo o funcionário e agente do Estado em regime idêntico de prestação de
serviço tem direito a receber o vencimento igual por trabalho igual”.
Substituição;
Por trabalho extraordinário;
Regime excepcional.
Essas remunerações resultam dos artigos 26, 27 e 28 do REGFAE. O EGFAE apresenta para
alem dos que foram apresentados pelo REGFAE a remuneração por:
11
Artigo 53º do EGFAE
12
Regulamento do Estatuto Geral de Funcionários e Agentes do Estado;
18
Interinidade;
Acumulação de funções;
Período de formação;
Funcionário estudante;
Por trabalho nocturno.
Anda dentro deste leque de direitos o funcionário gozado direito as férias, dispensas. A lei
estabelece que o gozo das férias não prejudica o direito às remunerações.
9.2. Deveres
a) Dever de zelo.
Na verdade o dever fundamental do funcionário é o desempenho das suas funções, porém, deve
prestar a sua actividade de forma conscienciosa, aplicando para o seu efeito todo o seu saber, a
sua experiência, impõe-se ao funcionário que exerça as suas funções com gosto e transmita esse
sentimento em cada uma das suas acções, a violação desse dever situa-se no âmbito do chamado
greve de zelo que consiste no incumprimento mecânico das funções. No dizer de Marcello
Caetano, não basta fazer: é preciso fazer bem.
b) Dever de lealdade.
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c) Dever de sigilo.
O funcionário público é obrigado a manter segredo sobre as informações de que saiba por causa
e no exercício das suas funções. Este dever vai para além da vida da relação de emprego público.
Pois, mesmo depois de cessada a relação o funcionário obriga-se a manter o segredo profissional.
Em algumas situações, o dever de sigilo perante o dever de informação que impende sobre os
funcionários públicos, dever este decorrente da lei de imprensa de direito fundamental de
informação, nestas situações, coloca-se sobre o funcionário a questão de saber que tipo de
informação deve prestar: entende-se que deve prestar apenas a informação não classificada21.
d) Deveres na vida privada.
Por sua vez, os agentes e funcionários do Estado, cumpre também a semelhança dos deveres
gerais, os deveres especiais, o que resulta do artigo 43º do mesmo Estatuto. O número 1 deste
artigo, dispõe de certos deveres especiais que os funcionários encontram-se obrigados a cumprir,
destes deveres se pode referir o que resulta das alíneas a) cumprir as leis, regulamentos,
despachos e instruções superiores e c) respeitar superiores hierárquicos; a alínea v) dispõe que
o funcionário e agente do Estado deve informar os dirigentes, funcionários com funções de
direcção, chefia sempre que tenha conhecimento da prática ou tentativa de prática de acto
contrário a Constituição da Republica, as leis, decisões do Estado, regulamentos e instruções.
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A lei chama a atenção que o dever a obediência não inclui a obrigação de cumprir ordens e
instruções ilegais, resulta do artigo 44º número 1 do EGFAE, conjuga-se com o artigo 80º da
CRM13 “o cidadão tem o direito de não acatar ordens ilegais ou que ofendam os seus direitos,
liberdades e garantias.” O número 2, o artigo 44º do Estatuto faz a menção do se pode entender
de ordens ilegais.
Os restantes números do artigo 44º, o legislador prevê que em situações que o funcionário vê-se
ou encontra-se perante uma ordem ilegal, deve de imediato dar o conhecimento ao seu superior
hierárquico, deve dar a conhecer por escrito, por pena de ser solidariamente responsável. O
número 7 diz que não há dever de obediência sempre que o cumprimento da ordem ou instrução
implicar a pratica do crime.
Não só os funcionários e agentes têm dever, o artigo 45º trata dos deveres específicos dos
dirigentes, eles são responsáveis pela eficiência e eficácia do trabalho; estão sujeitos aos deveres
específicos como respeitar a constituição e as demais leis. Como vem estabelecido no artigo 2.
13
Constituição da Republica de Moçambique
14
CAUPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo, 11ª ed., Âncora Editora;
21
9.4.Finalidade de aplicação das medidas disciplinares
Todos os que tiverem conhecimento que um funcionário ou agente do Estado praticou infracção
disciplinar devem participar ao superior hierárquico do arguido. Art. 84º no 1 do REGFAE
conjugado com o art. 84 do REGFAE
1. Advertência;
2. Repreensão pública;
3. Multa;
4. Despromoção;
5. Expulsão;15
Não é licito aplicar a título de sanção disciplinar qualquer outra medida que não esteja previsto
no número 1…
Repreensão pública: critica feita ao infractor pelo respectivo superior hierárquico na presença
dos funcionários e agentes do Estado do serviço onde o infractor esteja afectado;
15
A respeito das disciplinas mencionadas, ver detalhes da mesma os artigos 95º, 96º, 97º, 98º, 99º, 100º da Lei
10/2017 de 1 de Agosto
22
Despromoção: descida para a classe ou categoria inferior no primeiro escalão da faixa salarial
pelo período de seis meses a dois anos;
A lei dispõe que, o funcionário demitido ou expulso ou o agente com o contrato rescindido por
motivos disciplinares não havendo vaga na instituição anterior pode concorrer para ingresso
noutras instituições públicas.
O artigo 111º do EGFAE, enuncia no número 1, que o processo disciplinar inicia-se por ordem
do dirigente em resulta da participação ou conhecimento directo da infracção. Os artigos
subsequentes dispõem que a participação ou queixa deve ser por escrito. O número 5 diz que
sempre que necessário para o apuramento da verdade, o instrutor pode requisitar quaisquer
serviços públicos, administrativas e policiais e elementos de provas materiais.
Os artigos 85º, 86º, 87º, 88º do REGFAE, dispõe dos processos que se segue para a instauração
do processo disciplinar. O artigo 90º do mesmo dispositivo legal, dispõe do direito que o acusado
tem de se defender. O número 2 do mesmo artigo, faz-nos entender que ele tem o direito invocar
testemunhas para a sua defesa. O artigo 89º enuncia que deve haver cuidados ou devem ser
tomado medidas apropriadas para que não se altere o estado dos factos e dos documentos…
O arguido pode, querendo, ser assistido por advogado mediante apresentação da procuração,
para preparar a sua defesa por escrito, as reclamações, os recursos e pedidos de revisão em
23
autos de processo disciplinar, podendo para o efeito consultar o processo disciplinar durante as
horas de expediente, na presença do funcionário a quem o processo esteja a sua guarda
mediante a autorização do superior hierárquico. Art. 93º
Findas a relação com o Estado, o funcionário deve proceder a passagem de pastas, restituição da
habitação, material, equipamentos e meios da instituição no prazo de 90 dias.17
Exoneração
A exoneração tem lugar a pedido do funcionário e aplica-se nos casos em que a relação de
trabalho foi iniciada por provimento e só produz efeitos a partir da data de conhecimento do
respectivo despacho. A lei obriga o funcionário a "manter-se no exercício das suas funções,
ainda que haja renunciado ao seu cargo, até que o seu pedido seja decidido".
Denúncia
Cessa pelo seu cumprimento e realização do seu objecto, pela denúncia ou rescisão.
A denúncia a fazer quer pelo serviço, quer pelo funcionário mas sempre com pré-aviso de 60
dias em relação ao termo da validade do contrato ou da sua prorrogação, deve ser fundamentada.
Rescisão de Contrato
16
Resulta dos artigos 106º, 107º, 108º e 109º.
17
Ver o artigo 18º no2 do REGFAE.
24
No que diz respeito à rescisão (a fazer-se apenas durante a vigência do contrato) ela pode ter
como base o acordo inter-partes ou ser fundamentada em justa causa. O indeferimento do pedido
de rescisão do contrato, fundamentado em justa causa, dá lugar, querendo, a apelação para o
Tribunal Administrativo.
25
11. Conclusão
Contudo tem-se que a prestação da actividade que é feita pelo funcionário não é auto-
determinada, pois deve ser realizada de acordo com as ordens e instruções dos superiores
hierárquicos e com base em preceitos legais. O funcionário público disponibiliza-se para
obedecer às ordens e instruções emanadas dos órgãos da Administração para a concretização da
sua actividade. Portanto, o objecto da relação do trabalho no aparelho do Estado é
fundamentalmente a obrigação de o funcionário colocar e manter disponível a sua força de
trabalho manual ou intelectual.
26
12. Referências bibliográficas
CAETANO Marcelo, Manual de Direito Administrativo V. 1;
PINTO, Carlos Mota, Teoria Geral do Direito Civil, 7ª Edição, Almedina, Lisboa, 2010;
Legislação
27