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Delegação de Chimoio
Trabalho em Grupo
Discentes 2° Grupo:
Lázaro Machava
Rosária A. Albino
Tendai Nhampoca
Paulo Curaidza
Delegação de Chimoio
Trabalho em Grupo
1 Introdução
A temática agrária nunca deixou de figurar pauta da realidade, bem como de influenciar
e delimitar o campo ideológico do labor académico. Diariamente abordada de maneira
superficial desde os noticiários filtrados dos meios de comunicação de massa até nas
mesas de discussão das universidades, com pretensas premissas revestidas de
cientificidade. Os temas decorrentes abordados despertam paixões discursivas, tais
como:
Posse;
Conflitos agrários;
Direito de propriedade ou direito à propriedade;
Papel da Justiça ou juiz; e,
Como proposta, a postura e necessidade do juiz agrarista.
Capaz de se envolver na dramática realidade de conflito colectivo pela posse da terra,
entre outras. Não se trata, meramente de questões jurídicas atravessadas pelo Direito
Civil ou pelo Processo Civil, mas de direitos fundamentais que clamam pela
efectividade e eficácia horizontal de direitos, consubstanciados no acesso à terra, que
tem potencialidade de desencadear uma vasta gama de direitos afins, quais sejam de
acesso à educação, saúde, segurança alimentar, etc.
Em sede de utopia (u, possibilidade; topos lugar), a luta pelo Direito aponta como
possibilidade de resolução dos conflitos colectivos pela posse da terra e da histórica
situação de exclusão do trabalhador rural a instituição da Justiça Agrária. O fundamento
jurídico para tal justiça especializada decorre dos princípios insertos na Constituição e
seu suporte académico científico é dado pelo Direito Agrário. Os fundamentos de
validade dos ditames constitucionais (princípios) devem se sobrepor ao direito de
propriedade privada da terra.
A instalação do latifúndio é uma ferida aberta no tecido social. Neste sentido, aborda-se,
aqui, não só o chão histórico acerca da cristalização do direito de propriedade e de
apropriação da terra, mas também da produção legislativa agrária no processo de
formação social, isto é, da actuação e aplicação do Direito, diga-se da aplicação com
base na tradição privada ou romana do jus. Desta forma, procura sondar se a mera
implementação da Justiça Agrária. Por fim, parte-se do entendimento que o acesso á
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terra constitui-se um direito fundamental, cuja eficácia horizontal deveria ser atestada
pela existência de normas que protegem tal acesso.
2 Objectivos
2.1 Geral
Analisar Mecanismos de Resolução de Conflitos De Terra.
2.2 Específicos
Conceituar Conflito, Acesso à Terra, Posse de Terra, Conflitos de Terra e
Resolução de Conflitos;
Explicar as causas de conflitos de terra;
Identificar os tipos de conflitos de terra;
Caracterizar os mecanismos de resolução dos conflitos de terra;
Descrever as formas de mitigação de conflito de terra.
3 Metodologias
Com propósito metodológico, recorremos as pesquisas bibliográficas, a uma vista de
olhar nos Livros (Módulos/Manuais) e nos serviços electrónicos (internet), seguindo da
compilação da informação recolhida fez se o que a seguir nos é apresentado. Porem para
a concretização do trabalho fez se uso do método de consulta bibliográfica como forma
de finalizar o trabalho a ser aprestado.
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4 Fundamentação teórica
4.1 Definições
Para uma melhor compreensão da pesquisa, serão definidos os seguintes conceitos:
Conflito, Acesso à Terra, Posse de Terra, Conflitos de Terra e Resolução de Conflitos.
4.1.1 Conflito
As NU (2009) percebem o conflito como um aspecto necessário e inevitável das
relações nacionais e internacionais.
de intervenção de uma autoridade com poderes para tal. Por isso, o conflito há-de ser
entendido como uma situação de tensão e disputa claramente manifestadas pelas partes
que reivindicam um direito sobre aterra”.
A terra é sagrada porque ela conserva, no seu seio, os antepassados cuja memória
e espírito são venerados pela comunidade. O vínculo religioso que existe entre
o homem e a terra vê-se progressivamente substituído pelo vínculo jurídico,
embora ainda costumeiro. No direito da terra costumeira/o, distinguem se
essencialmente dois modos de aquisição de direitos sobre a terra:
7 Tipos de conflitos
Intra-familiares
Intra-Comunitários
Inter-comunitários
Investidor – Comunidade
Investidor – Investidor
Estado – Investidor
Estado – Comunidade
Estado – Indivíduo
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7.1 Intra-familiares
• Ocorrem no seio da família:
7.2 Intra-comunitários
• Geralmente opõem membros da comunidade a esta:
• As Instâncias variam
– Invasão;
– Grandes investimentos;
– Líderes duma comunidade podem não respeitar limites da outra quando aliciados por
investidores.
7.4 Comunidades/investidores
• Opõem comunidades aos investidores:
– Consultas viciadas
7.6 Estado/particulares
• Estado-Comunidades/Investidores/Indivíduos (são conflitos de grandes
proporções...):
A. Mau procedimento das autoridades administrativas
B. Expropriações devido ao interesse público – indemnizações e/compensações
• Mediação das associações
• Mediação profissional (Arbitros Profissionais)
• •Contencioso administrativo
9.3.3 Mediação
A mediação é geralmente adequada se as negociações não estiverem indo adiante e as
partes sentirem que precisam da assistência de alguém que não faça parte do litígio. A
mediação pode ser necessária quando:
10 Conclusão
Os conflitos de terras tendem a aumentar e a tomar proporções cada vez maiores e de
consequências imprevisíveis. O edifício da justiça formal mostra-se ineficiente para
lidar com a situação – daí o recurso a outros mecanismos. Não tem havido acções
concretas para se atacar as causas, quer a nível institucional, quer a nível de políticas e
legislativo – o tipo de conflitos mais graves. Destaca as resistências populares
emergentes dos conflitos pela posse da terra. Assinala a necessidade de resolução dos
conflitos colectivos pela posse da terra com a criação e instalação da Justiça Agrária.
Descreve o fundamento jurídico de tal justiça especializada como decorrente de
princípios inseridos na Constituição Federal. Discorre sobre a insuficiência do Direito
Civil para “julgar” as questões agrárias, especialmente os conflitos agrários, devido sua
natureza patrimonialista. Trata de aspectos fundamentais ligados ao acesso à Justiça e
sublinha os mecanismos de entraves do sistema processual em vigor. Concebe a questão
agrária, o acesso à terra e a legitimidade da reivindicação dos Movimentos Sociais
Campesinos sob a óptica da efectivação dos fundamentos.
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11 Referências bibliográficas
1. GUR, Ted Robert. “Manual do conflito político”, Brasília – Editora
Universidade de Brasília, 1985.
2. VALÁ, Salim Cripton. “A Problemática da posse de terra na região agrária de
Chokwe (1954-1995) ”, Maputo, 2003.
3. ALFREDO, Benjamim. “Alguns aspectos do regime jurídico da posse do direito
de uso e aproveitamento de terra e os conflitos emergentes em Moçambique”,
2009.
4. BRUSCHI, S. “Planificar as cidades: por que razão e para quem?”, Maputo –
Imprensa Universitária UEM, 1998.
5. MAFUMO, Ambrósio Tomas, “Os Direitos Legal e Consuetudinário: sua
articulação na segurança de posse de terra em Marracuene, 1975-2005”, 2006.
6. ROSÁRIO, Domingos Manuel, “resolução e Prevenção de Conflitos no
Processo de Gestão da Terra na Costa Moçambicana: O caso da Zona da Praia
do Bilene, 1992-1999”, 2000
7. MANHIQUE, Ilídio Fernando, “Mecanismos de Acesso e Posse de Terra em
Moçambique, Práticas e Percepções Sociais: o caso do bairro Intaka”, 2013.
MANHICANE, Tomás, “Economia da Terra e Redução da Pobreza”, Maputo:
IESE, 2007.
8. BAIA, Alexandre Hilário Monteiro. “Os conteúdos da urbanização em
Moçambique:
consideração a partir da expansão da cidade de Nampula”, São Paulo, 2009;.
9. BRUCE, John W. “Questões de Posse de Terra em África: uma visão global”,
EXTRA, Especial, Junho, 1992.
Legislação e outras fontes
1. Assembleia da República: Constituição da República de Moçambique, 2004;
2. Assembleia da República: Lei de Terras (LT): Lei n.ᵒ 19/97, de 1 de Outubro;
3. Assembleia da República: Lei do Ordenamento do Território: Lei n.ᵒ 19/2007,
de 18 de Julho;
4. Conselho de Ministros: Regulamento do Solo Urbano: Decreto n.ᵒ 60/2006, de
26 de Dezembro;