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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Direito

Direitos Fundamentais no Estado Moçambicano

Suzete da Esperança Erasto, 81210466

Nampula, Maio de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Direito

Direitos Fundamentais no Estado Moçambicano

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito, na cadeira de DIREITOS
FUNDAMENTAIS do ISCED.

Tutor: Mestre Grácio Carlos José Muchanga

Suzete da Esperança Erasto, 81210466

Nampula, Maio de 2022

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Índice
I. Introdução....................................................................................................................... 4

1.2. Objetivos......................................................................................................................... 4

1.2.1. Objetivo geral .............................................................................................................. 4

1.2.2. Objetivos específicos ................................................................................................... 4

2. Direitos fundamentais ........................................................................................................ 5

2.1. Direito ............................................................................................................................. 5

2.2. Direitos fundamentais e direitos dos povos .................................................................... 6

3. Direitos fundamentais na Constituição Moçambicana ...................................................... 6

3.1. Princípio da Universalidade ........................................................................................... 6

3.2. Princípio da Igualdade .................................................................................................... 7

4. Diferença entre os direitos.............................................................................................. 7

5. Direitos fundamentais e Deveres fundamentais ............................................................. 7

5.1. Categorias de direitos fundamentais ........................................................................... 7

5.2. Direitos e Deveres Cívicos ......................................................................................... 8

5.3. Respeitar os outros Cidadãos.......................................................................................... 8

5.4. Pagamento de impostos .................................................................................................. 8

5.5. Serviço Militar Obrigatório ............................................................................................ 8

5.6. O voto ............................................................................................................................. 8

7. A cidadania em Moçambique ............................................................................................ 9

8. Cidadania: Lato senso ........................................................................................................ 9

Conclusão ............................................................................................................................ 10

Referências bibliográficas ................................................................................................... 11

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I. Introdução
O trabalho foi dividido em duas seções principais. Num primeiro momento, o objetivo é o
de apresentar os direitos fundamentais. Antes, porém, faz-se necessário advertir a respeito
de uma confusão terminológica havida na doutrina. Falar de Direitos constitucionais ou
fundamentais em Moçambique significa rebuscar inúmeros aspetos da história de um País
do século XX e, tentar condensá-los para justificar o conceito, sendo assim, não se mostra
tarefa fácil e muito menos algo que possa ser esgotado numa reflexão apenas, contudo, a
necessidade de fazer este trabalho e tentar entender a real essência de direitos deveres em
Moçambique, devido aos conturbados momentos que marcam o quotidiano moçambicano.

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo geral


Fazer o estudo completo um modo geral as diferentes conceções jurídico fundamentais de
Moçambique.

1.2.2. Objetivos específicos


 Falar dos Direitos fundamentais;
 Conceituar Direitos fundamentais;
 Conceituar a Cidadania;
 Dizer o que é um dever Cívico;
 Elencar exemplo para cada tipo de direito;
 Abordar sobre o Direitos fundamentais e direitos dos povos e mais.

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2. Direitos fundamentais
De acordo com ANDRADE (1976). Os direitos fundamentais são direitos protetivos, que
garantem o mínimo necessário para que um indivíduo exista de forma digna dentro de uma
sociedade administrada pelo Poder Estatal. Os direitos fundamentais são baseados no
princípio da dignidade da pessoa humana.

Distinguem-se dos direitos fundamentais e é isso que interessa aqui, por os direitos
fundamentais implicarem diferenciação, separação ou exterioridade diante do Estado. As
situações funcionais são situações jurídicas de membros do estado-poder ou estado-aparelho,
os direitos fundamentais são situações jurídicas de membros do estado-comunidade, das
pessoas que o constituem.

2.1. Direito
Segundo Diogo Freitas do Amaral (2004 pg. 65), Direito é um “sistema de regras de conduta
social, obrigatórias para todos os membros de uma certa comunidade, a fim de garantir no
seu seio a justiça, a segurança e os Direitos Humanos, sob a ameaça das sanções
estabelecidas para quem violar tais regras”.

Por causa da importância dos direitos fundamentais e do lugar cimeiro que esses ocupam,
em termos de protecção, em qualquer ordenamento jurídico, é importante separá-los de
outros direitos que não são fundamentais. Aliás, o receio é ver as instituições de tutela serem
enganadas a prestar atenção a um direito invocado como fundamental, quando não o é.
Portanto, a concretização dos direitos fundamentais passa necessariamente pela identificação
do que é direito fundamental (Canotilho; 2003; pg. 1396).

Assim, não se devem confundir direitos fundamentais com:

(i) Direitos subjectivos públicos;


(ii) Direitos de personalidade;
(iii) Situações funcionais
(iv) Direitos dos povos;
(v) Interesses difusos;
(vi) Garantias institucionais e (vii) deveres fundamentais.

Esses não são, em bom rigor, direitos fundamentais porque não são inerentes a pessoa
humana, individualmente representada.

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2.2. Direitos fundamentais e direitos dos povos
O quarto conceito afim aos Direitos fundamentais são os direitos dos povos. Nos últimos
sessenta anos vêm-se falando em direitos dos povos, em complemento dos direitos do
homem ou dos direitos fundamentais.

O movimento de afirmação ou revindicação destes direitos dos povos corresponde, por certo,
a uma significativa tendência da política e do direito internacional dos nossos dias, ligada a
deslocação de entre as potências, a descolonização, aos problemas de largas partes da
comunidade, a crescente circulação de pessoas e bens, as novas estratégias de matérias-
primas e energia.

Sobretudo, não pode fazer-se confusão entre tais direitos dos povos desde o direito à
autodeterminação ao direito à paz e os direitos dos homens, direito à vida, à liberdade física,
à s convicções religiosas e filosóficas, ao trabalho, etc. são coisas completamente diversas,
mesmo se interligadas. Os direitos dos povos são direitos de colectividades mais ou menos
bem definidas, em variáveis situações, os direitos do homem são direitos das pessoas.

3. Direitos fundamentais na Constituição Moçambicana


A Constituição Moçambicana atribui os direitos fundamentais a todos os cidadãos perante a
lei, e todos gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres. O artigo 35º e
seguintes da CRM enumeram princípios e uma série de direitos, deveres e liberdades
consignados na “lei-mãe” do país. Refere ainda que: “... Os direitos fundamentais
consagrados na Constituição não excluem quaisquer outros constantes das leis” (CRM,
2004). Isto para dizer que todos os assuntos sobre os direitos fundamentais não se esgotam
apenas na Constituição, existindo outros instrumentos legais ou leis que de forma específica
nos remetem à sua consulta e apreciação. Ou seja, a fonte de reconhecimento dos direitos
humanos em si não é, apenas, a Constituição mas também a Lei ordinária. Assim, as
atribuições dos direitos fundamentais na CRM encontram-se dispostos em:

3.1. Princípio da Universalidade


Este é o primeiro comum a quaisquer direitos fundamentais. Todos quanto fazem parte da
comunidade política são titulares dos direitos e deveres aí consagrados. Portanto, este
princípio diz respeito aos destinatários das normas.

(CRM Art.º 35) Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e
estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica,

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lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais,
profissão ou opção política.

3.2. Princípio da Igualdade


Neste princípio, todos têm os mesmos direitos e deveres, e diz respeito ao conteúdo do
princípio da universalidade. No positivismo os valores éticos são aqueles que devem ou
deviam ser seguidos pela sociedade. Atualmente os princípios já não são vistos como eram
no antigamente, mas sim carregados de normatividade, o que os faz um tipo de norma, bem
assim como regras.

Os princípios constitucionais são normas que sustentam e servem de fundamento jurídico


para o ordenamento constitucional; são valores primordiais e bases do sistema normativo da
sociedade. Não são meros programas ou sugestões que visem ações para iniciativa privada
ou simplesmente para um poder público, dão a direção e possuem verdadeira força
vinculativa.

4. Diferença entre os direitos


Nunca se devem confundir os direitos dos povos e os direitos do homem. Quando falamos
dos direitos dos povos estamos a falar do direito a autodeterminação, direito a paz, etc. São
direitos da coletividade bem definidos e em situações variáveis. Direito do homem refere-se
ao direito à vida, à liberdade, às convicções religiosas, direito ao trabalho, etc., etc.

5. Direitos fundamentais e Deveres fundamentais


Segundo MENDES, “direitos fundamentais são direitos de defesa que se destinam a proteger
determinadas posições subjetivas contra a intervenção do poder público”. Ainda nesta
mesma linha de pensamento, o autor diz que “os direitos fundamentais do homem são
situações jurídicas objetivas subjetivas definidas no direito positivo em prol da dignidade,
igualdade e liberdade da pessoa humana”. Direitos fundamentais e Deveres fundamentais
são situações jurídicas ou adstrição de comportamentos impostas constitucionalmente às
pessoas, aos membros da comunidade política. São deveres que o homem tem perante o
Estado, ou perante outros homens enquanto cidadão e que derivam do seu estatuto básico, a
Constituição, em conformidade com os princípios que a enformam.

5.1.Categorias de direitos fundamentais


Direitos fundamentais Quanto aos sujeitos Quanto aos sujeitos os direitos podem ser:

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a) Direitos fundamentais individuais e institucionais: Enquanto os Direitos
fundamentais individuais referem-se ao direito à vida, à liberdade pessoal, à objeção
de consciência, o direito ao trabalho, direito ao ensino, etc. Os direitos fundamentais
institucionais dizem respeito por exemplo ao direito de livre organização, de
confissões religiosas, direito de antena, livre ação de associação, associações
sindicais, etc.
b) Direitos comuns e particulares: Por direitos comuns entende-se os direitos de todos
os membros da comunidade política só por virtude dessa qualidade, por exemplo os
direitos dos cônjuges, direitos de exercício do sufrágio universal.

5.2. Direitos e Deveres Cívicos


Deveres cívicos são um conjunto de deveres que se impõem ao cidadão para uma justa e
salutar convivência em sociedade. Os direitos cívicos correspondem aos valores
fundamentais dos seres

Humanos. Por exemplo, o direito à vida, a constituir família, a escolher livremente o


emprego e a Religião, o direito à liberdade e defesa em tribunal e o direito à liberdade de
expressão.

Para mais enfase, podem compreender-se os seguintes:

5.3. Respeitar os outros Cidadãos


 Respeitar os outros cidadãos é um dever cívico e de cada um.

5.4. Pagamento de impostos


 Pagar impostos é um dever cívico e de cada um. Consiste em dar parte dos lucros
que se tenha ao estado. Serve para pagar aos polícias, aos médicos, aos professores,
etc.

5.5. Serviço Militar Obrigatório


 Cumprir serviço militar é um dever cívico e de cada um.

5.6. O voto
Votar é um dever cívico e de cada um. Consiste em escolher uma opção duma lista de opções.
É extremamente limitativo, ter que escolher entre duas (no caso de referendo) ou meia dúzia
de hipóteses (eleições), embora o povo fique todo contente a pensar que escolhe alguma

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coisa cumprir pena. Num regime político democrático (democracia), os cidadãos têm mais
garantias de ver os direitos fundamentais respeitados pois são eles que elegem os poderes
políticos que fazem as leis e as fazem cumprir.

7. A cidadania em Moçambique
A Constituição moçambicana sugere uma conceção de cidadania baseada em direitos. Ela
enumera, por exemplo no seu capítulo V, uma série de direitos sociais e económicos, tais
como o direito à educação, saúde, habitação, assistência na velhice e incapacidade e trabalho.

Embora a Constituição da República Moçambicana não o defina claramente, a cidadania


pode ser compreendida como um direito fundamental ligado a uma nacionalidade: o «direito
a ser membro da República Moçambicana».

Exige, portanto, um vínculo ou conexão relevante a Moçambique - ter nascido em território


Moçambicano, ser filho ou neto de Moçambicano, casar-se com um cidadão Moçambicano
-que justifique tal estatuto de inclusão/pertença à comunidade política e jurídica
Moçambicana.

8. Cidadania: Lato senso


Um cidadão é uma pessoa que se considera em uma fase madura o suficiente desenvolvido
para agir consciente e responsavelmente dentro da sociedade.

Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os


direitos e deveres dos cidadãos devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um
cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos,
meios, recursos e práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e
do governo de seu povo. Em suma, a cidadania é reconhecida como o «direito a ter direitos».
Por isso, há autores que a entendem como um estatuto que confere um leque de direitos
constitucionalmente previstos. Efetividade dos direitos fundamentais dependentes através da
hermenêutica constitucional concretizadora dos direitos compatibilização com o sistema
jurídico moçambicano e com a realidade social nacional.

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Conclusão
Este trabalho almejou uma reflexão acerca da forma dos Direitos fundamentais visto que são
as situações funcionais. Sob a denominação genérica de situações funcionais, englobamos
as situações jurídicas, activas e passivas, dos titulares dos órgãos e porventura, de certos
agentes do estado e de quaisquer entidades públicas enquanto tais. Englobamos as situações
jurídicas em que se subjectivam os estatutos inerentes aos cargos desempenhados por essas
pessoas no estado e noutras entidades públicas.

Assim, pudemos verificar que a expressão direitos humanos é utilizada pela doutrina
constitucional para designar aqueles direitos inerentes à pessoa humana que ainda não
reconhecidos em ordenamentos jurídicos, enquanto o termo “direitos fundamentais”
identifica esses direitos após seu reconhecimento por uma ordem positiva. Pode-se dizer que
todo direito fundamental é também um direito humano, entretanto o inverso nem sempre
será possível.

Direitos fundamentais e Deveres fundamentais são situações jurídicas ou adstrição de


comportamentos impostas constitucionalmente às pessoas, aos membros da comunidade
política. São deveres que o homem tem perante o Estado, ou perante outros homens enquanto
cidadão e que derivam do seu estatuto básico, a Constituição, em conformidade com os
princípios que a enformam.

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Referências bibliográficas
ANDRADE José Carlos Vieira de, (1976), Os Direitos Fundamentais Na Constituição
Portuguesa de, 5.ª edição p. 161.

Constituição da Republica de Moçambique – 2004.

MANUAL Do Curso De Licenciatura Em Direito (2º Ano): Direitos Fundamentais. Instituto


Superior De Ciências E Educação A Distância - ISCED

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