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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Amina Abdurramane Saide Adam Bay

PROBLEMÁTICA DA FALTA DE ADESÃO AO REGISTO DE


NASCIMENTO NO DISTRITO DE NACALA-À-VELHA – 2017/2018

Nacala-Porto

2019
i

Amina Abdurramane Saide Adam Bay

PROBLEMÁTICA DA FALTA DE ADESÃO AO REGISTO DE


NASCIMENTO NO DISTRITO DE NACALA-À-VELHA - 2017/2018

Trabalho apresentado para obtenção do


grau de licenciatura em Direito no Instituto
Superior de Ciências e Gestão de Nacala-
Porto como requisito parcial para a
aprovação da Monografia, ministrada pelo
Dr. Ussene Joaquim Roque

Supervisor: Ussene Joaquim Roque

Nacala-Porto

2019
ii

Amina Abdurramane Saide Adam Bay

PROBLEMÁTICA DA FALTA DE ADESÃO AO REGISTO DE


NASCIMENTO NO DISTRITO DE NACALA-À-VELHA - 2017/2018

___________________ , ____ ,de ____________ de __________

Resultado_________________________________________________

Membro do Júri

Presidente:
________________________________________________________________

Supervisor:
________________________________________________________________

Examinador:
________________________________________________________________

Estudante:

________________________________________________________________
iii

ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE ........................................................................................... v


DEDICATÓRIA .................................................................................................................................. vii
ABREVIATURAS .............................................................................................................................. viii
TABELAS ............................................................................................................................................. ix
RESUMO ............................................................................................................................................... x
PALAVRAS-CHAVE: .......................................................................................................................... x
CAPÍTULO I ......................................................................................................................................... 1
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1
1.1. Introdução .................................................................................................................................... 1
1.2. Delimitação do tema..................................................................................................................... 3
1.3. Problematização ........................................................................................................................... 3
1.3. Justificativa .................................................................................................................................. 4
1.4. Objectivos .................................................................................................................................... 5
1.4.1. Objectivo geral: ......................................................................................................................... 5
1.4.2. Objectivos específicos: .............................................................................................................. 5
1.5. Hipóteses ...................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO II........................................................................................................................................ 6
REGISTO DE NASCIMENTO............................................................................................................ 6
SECÇÃO I.......................................................................................................................................... 6
2.1. REGISTO DE NASCIMENTO: CONCEITOS E DEFINIÇÃO .......................................... 6
2.2. Enquadramento Legal: Registo de nascimento e direitos humanos ............................................. 9
2.3. Dimensão do problema................................................................................................................. 9
2.4. A importância do Registo de Nascimento e a Construção de um ambiente protector ............... 10
CAPÍTULO III .................................................................................................................................... 13
O IMPACTO DA AUSÊNCIA DO REGISTO DE NASCIMENTO .............................................. 13
SECÇÃO II ...................................................................................................................................... 13
3.1. O IMPACTO DA AUSÊNCIA DO REGISTO DE NASCIMENTO DA CRIANÇA NO
DISTRITO DE NACALA-À-VELHA, O PERÍODO EM ANÁLISE ............................................ 13
SECÇÃO III .................................................................................................................................... 14
3.2. PRAZO, LOCAL, E DOCUMENTOS QUE SERVEM DE BASE ..................................... 14
3.2.1. Local da declaração de Nascimento e documentos a apresentar no Registo de Nascimento .. 14
3.2.4. Comprovativo do registo efectuado ........................................................................................ 15
3.2.5. Função estatística .................................................................................................................... 15
iv

CAPÍTULO IV .................................................................................................................................... 16
DISCRIMINAÇÃO DE GÉNERO .................................................................................................... 16
SECÇÃO IV ......................................................................................................................................... 16
4.1. A DISCRIMINAÇÃO DE GÉNERO COMO CONSEQUÊNCIA DO NÃO
RECONHECIMENTO DO REGISTO DE NASCIMENTO NA CRIANÇA ............................... 16
4.2. Informações Gerais .................................................................................................................... 16
4.2.1. Conservatória do Registo Civil ............................................................................................... 16
CAPÍTULO V ...................................................................................................................................... 20
CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTUDO .......................................................................... 20
5.1. Breve Caracterização do Local de Estudo: Localização, Superfície e População...................... 20
5.2. Taxa de Analfabetismo e Escolarização ..................................................................................... 20
CAPÍTULO VI .................................................................................................................................... 21
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................................... 21
6.1. Método de pesquisa .................................................................................................................... 21
6.2. Classificação da pesquisa ........................................................................................................... 22
6.3. Procedimentos Técnicos ............................................................................................................. 22
6.4. Universo ou População............................................................................................................... 23
6.5. Processo de Amostragem ........................................................................................................... 23
6.6. Técnicas de coleta de dados ....................................................................................................... 24
6.7. Generalidades ............................................................................................................................. 24
6.8. Caracterização do trabalho de campo......................................................................................... 24
6.9. Caracterização de sujeitos da pesquisa ....................................................................................... 24
6.9.1. Análise e interpretação de dados ............................................................................................. 25
CAPÍTULO VII. CONCLUSÃO E SUGESTÃO ............................................................................. 26
7.1. Conclusão ................................................................................................................................... 26
7.2. Sugestão ..................................................................................................................................... 28
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 29
APÊNDICE .......................................................................................................................................... 31
v

DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE

Eu, Amina Abdurramane Saide Adam Bay, declaro por minha honra que este trabalho é da
minha autoria e é produto de realização de intensa pesquisa científica e que a informação nela
constante é suportada pelas fontes e documentos legais claramente citados, devidamente
apresentados e referenciados na bibliografia que o mesmo apresenta. Apresento-a pela
primeira vez e, submeto aqui no Instituto Superior de Ciências e Gestão (INSCIG), Faculdade
de Direito, para atribuição de grau académico de licenciatura em Direito.

Licenciando:

________________________________________

Amina Abdurramane Saide Adam Bay

Supervisor:

________________________________________

Dr. Ussene Joaquim Roque

Nacala-Porto
2019
vi

AGRADECIMENTOS

Ao encerrar desta etapa da vida académica, após diversas dificuldades e obstáculos


ultrapassados, é, com muita satisfação e por dever de justiça que agradeço a Deus pelo dom
da vida, por tudo que sou, por tudo que tenho e por tudo que ainda serei; ao meu supervisor
Dr. Ussene Joaquim Roque pelo tempo de dedicação, ensinamentos e oportunas observações,
pela atenção e disponibilidade no acompanhamento desta pesquisa; aos meus pais pela fé e
confiança demonstrada e por toda força e luz que me proporcionaram, aos meus amigos pelo
apoio incondicional e pela compreensão diante da minha ausência; a toda equipe – de
docentes, trabalhadores e pessoal de apoio – do Instituto Superior de Ciências e Gestão de
Nacala-Porto– e aos meus colegas do curso pelo apoio que me deram durante todos os anos.
Meus agradecimentos são extensivos aos funcionários do registo civil das cidades de Nacala-
à-velha e de Nacala-Porto (Unidade de Grandes Contribuintes) pelo acolhimento e paciência
que me deram durante a elaboração deste trabalho e durante o estágio e àqueles cujas
conversas serviram de fontes inspiradoras para o enriquecimento das ideias contidas neste
trabalho.

E por último agradeço, aos meus amigos, estes que são extremamente importantes para mim,
na minha carreira estudantil e no meu percurso como mulher.

Á todos que directa ou indirectamente prestaram seu contributo para a efectivação desta
pesquisa vai o meu muito obrigado.
vii

DEDICATÓRIA

Aos meus pais

Issufo Abdurramane Adam Bay


Muaija Abdurramane Saide Antônio Amade Adam Bay

Aos meus filhos

Ivo Narizbelo Adeus Cardoso Júnior


Muaija Abdurramane Ivo Cardoso
Jamaldine Ivo Narizbelo Adeus Cardoso
Swabry Abdurramane Ivo Cardoso

De uma forma geral, dedico à toda minha família


viii

ABREVIATURAS

AR Assembleia da República
Art.º Artigo
CC Código Civil
CM Conselho de Ministro
CDC Convenção Sobre os Direitos da Criança
CRC Código de Registo Civil
CRM Constituição da República de Moçambique
EP1 Escola Primaria do 1º Grau
ONU Organização das Nações Unidas
ONGs Organizações Não Governamentais
PIDCP Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos
págs. Páginas
PR Presidente da República
PIDCP Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos
DPRN Departamento Provincial dos Registos e Notariado
UNICEF United Nations Children's Fund.
ix

TABELAS

Apêndices
Apêndice 1. Questionário A – Dirigido ao Registo e Notariado……………………………..31
Apêndice 2. Questionário B – Dirigido aos residentes do bairro cimento……………….......34
Apêndice 3. Questionário C – Dirigido à Escola Primaria e Secundaria de Nacala-a-Velha ..36
x

RESUMO

O presente trabalho findo do curso de Ciências jurídicas intitulado: “Problemática da falta de


adesão ao Registo de Nascimento no Distrito de Nacala-à-Velha”, enquadra-se na perspectiva
do Direito Público, sobretudo na área do Direito do Registo Civil. O Registo de nascimento
na esfera jurídica é de conferir um nome, uma nacionalidade e os laços familiares. Segundo o
Código do Registo Civil, estabelece que, “o nascimento ocorrido na República de Moçambique
deve ser declarado verbalmente dentro dos 120 dias, na conservatória ou no posto do registo civil da
área ou do lugar do nascimento ou da residência habitual do registando”.1 O não registo imediato da
criança pode de forma alguma arrancar a criança o seu direito como pessoa, uma vez que para
estudar, a criança deve ser portadora de um documento de identidade. O presente trabalho tem
como objectivo central, analisar o impacto jurídico do registo de nascimento em
Moçambique, particularmente no Distrito de Nacala-à-Velha. O registo de nascimento define-
se como sendo o registo oficial do nascimento de uma criança por parte da Administração do
Estado em que se estabelece a identidade jurídica daquela criança. Porém tem como
problemática deste trabalho a seguinte questão de pesquisa: Qual a problemática da falta de
adesão ao registo de nascimento por parte da maioria da população no distrito de Nacala-à-
velha? Desta feita, através do argumento anotado pelo trabalho encontramos algumas
tentativas de reposta, porém anotando que o Registo tem um grande espaço de avanço
cognitivo a vários níveis, e pelo espaço de igualdade de acordo com a lei dos direitos
humanos.

PALAVRAS-CHAVE:
Registo de Nascimento; Perca de Direitos; Factores; Fraca adesão; População.

1
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.° 12/2004, de 8 de Dezembro, (Dos Registos e Notariados), Art.
118.
1

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O presente trabalho, subordinado ao tema Problemática da falta de adesão ao Registo de
Nascimento no distrito de Nacala-à-velha, vem como uma importante forma de combater o
desperdício de pessoas não registadas, o que contribui de forma significante a disparidade de
dados feitos em inqueritos populacionais e o estudo foi desenvolvido na província de
Nampula, particularmente no distrito de Nacala-à-velha no espaço de tempo entre 2017-2018.

O tema do presente estudo académico tem como área de actuação o Direito da Família e mais
do que abordar acerca da problemática da falta de adesão do Registo de Nascimento no
distrito de Nacala-à-velha, o trabalho pretende identificar e os fatores influenciadores para a
falta de adesão ao registo de nascimento de tão elevado número de cidadãos no distrito em
destaque. Como se sabe, a grande problemática de que a sociedade está sujeita, no caso da
população do distrito em alusão, é a questão de fraca interpretação jurídica em relação a
adesão aos centros/postos de registo de nascimento da população, o não envolvimento das
comunidades pós mobilização das mesmas. Com isto, o problema inerente ao presente estudo
de pesquisa insere-se na questão da falta de conhecimento por parte da população
concretamente do distrito de Nacala-à-velha em relação ao valor, importância, vantagens e
benefícios, de que o registo de nascimento traz para o indivíduo como cidadão.

Deste modo, se vem constatando de que a maioria da população residente do distrito de


Nacala-à-velha não dá a mínima importância do registo de nascimento por não saber o valor
jurídico deste acto, facto este de que se tem observado muitos casais da mesma cidade, que
não trabalham para o Estado ou empresas privadas que exigem o registo de seus
trabalhadores, não se preocupam em registar-se, nem os seus filhos e muito menos seus
dependentes.

Assim, como proposta da resolução do problema, traçou-se algumas hipóteses norteadoras de


que forma pode-se resolver este problema, então, parte-se do pressuposto de que para o efeito,
o desconhecimento total das autoridades administrativas e comunitárias como pessoa humana
sobre este acto de registo, isto é, a ausência de um nome, nacionalidade, a escola e mais,
2

contribuem para este problema violando assim os direitos humanos. De acordo com os dados
avançados pelo Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos em 2017,
observou-se apenas 30 por cento na taxa de registo de nascimento na idade normal da criança.
Tal situação demonstra que o processo do registo de nascimento ainda é extremamente
limitado, violando assim um dos direitos fundamentais da criança, "o direito a uma
Identidade".

Desta forma, surge a seguinte questão de pesquisa: Qual é a problemática da falta de adesão
ao registo de nascimento em Nacala-à–velha por parte da maioria da população?

Sendo assim, ao problematizar esta questão, traçamos alguns objectivos norteadores para o
qual se pretende alcançar este estudo, sendo por objectivo geral analisar a Problemática da
falta de adesão de registo de nascimento no distrito de Nacala-à-velha. No tocante ao seu
objectivo específico, institui-se a seguinte meta: identificar os fatores influenciadores para a
falta de registo de nascimento de tão elevado número de cidadãos no distrito em alusão,
compreender acerca do registro de nascimento e sua importância na vida social e por fim dar a
conhecer acerca do prazo e lugar do registo de nascimento.
Para se alcançar os objectivos do presente trabalho usamos como método de pesquisa o
explicativo, pois envolverá o levantamento bibliográfico, procurando explicar o máximo os
conceitos e realizando comparações. Quanto a abordagem será uma pesquisa qual-quantitativa
baseada na interpretação dos fenómenos e o método indutivo. Para a concretização das metas
estabelecidas, mostra-se necessário o recurso consulta às fontes bibliográficas nomeadamente:
jornais, revistas, monografias, manuais de conceituados professores e juristas.
Em termos de estruturação, o trabalho está apresentado da seguinte maneira: uma parte
introdutória onde são descritos o problema, a justificativa, os objectivos e a metodologia
adoptada para a concretização desta abordagem. Na primeira parte analisamos o quadro
teórico e jurídico relativo do Registo de Nascimento, não deixando de lado o conceito
doutrinário e legal. Na segunda parte deste trabalho fazemos a análise sobre o impacto da
ausência do Registo de Nascimento da criança no distrito de Nacala-à-velha, o período em
análise. Na terceira parte abordamos os acerca da discriminação de género em alguns países
como consequência da falta de reconhecimento do Registo de Nascimento na criança.
E na quarta parte formulou-se a caracterização do local do estudo e os procedimentos
metodológicos em que se buscou basear-se o presente estudo e os respectivos resultados
esperados.
3

1.2. Delimitação do tema

O estudo foi desenvolvido na Conservatória do Registo Civil, que fica localizada no distrito
de Nacala- à-velha no período em análise entre 2017-2018.

1.3. Problematização
Actualmente, a grande problemática de que a sociedade está sujeita, é a questão de fraca
interpretação jurídica em relação a adesão aos centros/postos de registo de nascimento da
população, o não envolvimento das comunidades pós mobilização das mesmas. Com isto, o
problema inerente ao presente estudo de pesquisa insere-se na questão da falta de
conhecimento por parte da população concretamente do distrito de Nacala-à-velha em relação
ao valor, importância, vantagens e benefícios, de que o registo de nascimento traz para o
indivíduo como cidadão.

Deste modo, se vem constatando de que a maioria da população residente do distrito de


Nacala-à-velha não dá a mínima importância do registo de nascimento por não saber o valor
jurídico deste acto, facto este de que se tem observado muitos casais da mesma cidade, que
não trabalham para o Estado ou empresas privadas que exigem o registo de seus
trabalhadores, não se preocupam em registar-se, nem os seus filhos e muito menos seus
dependentes. Ainda com a problemática da falta de adesão do registo de nascimento em
Nacala-à-velha averigua-se também a existência de profissionais de vários sectores do distrito
em alusão que não procuram os serviços do Registo Civil para o registo dos seus ascendentes,
descendentes e dependentes, preocupando-se somente após a morte destes para se
beneficiarem dos subsídios. Notamos que nestes sectores, particularmente nas escolas, há
facilitação no ingresso das crianças sem a exigência deste tal documento. Deste modo, a falta
de um assistente jurídico qualificado com conhecimento de causa em todos os sectores do
distrito torna difícil a procura deste acto. Assim, como proposta da resolução do problema,
traçou-se algumas hipóteses norteadoras de que forma pode-se resolver este problema, então,
parte-se do pressuposto de que para o efeito, o desconhecimento total das autoridades
administrativas e comunitárias como pessoa humana sobre este acto de registo, isto é, a
ausência de um nome, nacionalidade, a escola e mais, contribuem para este problema
violando assim os direitos humanos. De acordo com os dados avançados pelo Ministério da
Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos em 2017, observou-se apenas 30 por cento na
taxa de registo de nascimento na idade normal da criança. Tal situação demonstra que o
4

processo do registo de nascimento ainda é extremamente limitado, violando assim um dos


direitos fundamentais da criança, "o direito a uma Identidade".

Ademais, o que leva ao fracasso ao nível de registo de nascimento da população no distrito de


Nacala-à-velha é, devido às várias razões entre elas, a distância entre a Conservatória e as
povoações, insuficiência de funcionários do Registo e Notariado para cobrir pelo menos nas
sedes das localidades, condições para realizações de campanhas móveis de registo de
nascimento, falta de meios de transportes para fazer cobertura nos postos, nas sedes das
localidades, e nas povoações. Entretanto, mesmo na falta do meio de transporte o funcionário
do registo desdobra-se do posto até as localidades e povoações para poder proceder este acto,
porém, a maioria da população não se tem feito presente esperando pelas campanhas gratuitas.
Desta forma, surge a seguinte questão de pesquisa: Qual é a problemática da falta de
adesão ao registo de nascimento em Nacala-à–velha por parte da maioria da população?

1.3. Justificativa

Ora, com a falta de conhecimento da população do distrito de Nacala-à-velha acerca da


importância do registo, constitui uma das principais causas para a baixa taxa de registo de
natalidade no mesmo distrito, quase noventa por cento da população em geral, sendo que
apenas dez por cento dos pais conhecem os procedimentos correctos para registar os filhos e
este número não ultrapassa principalmente nas zonas rurais.
No entanto, as crianças desprovidas de documentos ou de identidade legal são mais
vulneráveis à violência, maus-tratos e exploração relacionados com o conflito. Não só, as
crianças não-registadas podem também enfrentar obstáculos e até mesmo exclusão ao
tentarem obter assistência humanitária e apoio à reintegração. Eventuais atrasos na
localização das famílias e na reunificação das crianças com as mesmas, provocados pela
ausência de identificação, podem, por conseguinte, expor as crianças a mais violência ou
danos. As raparigas são particularmente vulneráveis. Em todos os casos, são prementes os
riscos que correm as crianças afectadas pela guerra e que estão sem registo ou sem outra
documentação legal, podendo mesmo as suas vidas ser colocadas em perigo. Além disso, as
consequências, a longo prazo, da ausência de registo podem impedir que as crianças exerçam
os seus direitos individuais e a sua cidadania ao longo de toda a vida.
5

Deste feita, pode-se dizer do facto do “Nascimento” ser o primeiro de todos, os que a lei –
Código do Registo Civil – aponta ser como objecto e obrigatoriedade do registo civil,2 isto
porque a personalidade jurídica adquire-se no momento do nascimento completo e com vida3
e, porque é através do registo que a prova do facto determinante, que é o registo, se pode fazer
valer.
Para melhor ênfase, este estudo reveste-se de bastante actualidade para o desenvolvimento de
uma monografia em termos de documentação jurídica. Trata-se de uma abordagem que tem
como ponto fulcral analisar os factores influenciadores para a falta do Registo de Nascimento
de tão elevado número de cidadãos no distrito de Nacala-à-velha.

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral:


O objectivo geral deste trabalho visa analisar a problemática da falta de adesão ao registo de
nascimento no distrito de Nacala-à-velha;

1.4.2. Objectivos específicos:


 Identificar os fatores influenciadores para a falta de registo de nascimento de tão
elevado número de cidadãos no distrito em alusão;
 Compreender acerca do valor probatório do registro de nascimento e sua importância
na vida social;
 Conhecer acerca do prazo e lugar do registo de nascimento;

1.5. Hipóteses

 A falta de conhecimento por parte da população sobre o valor jurídico deste acto
constitui uma das causas de elevado número da não aderência ao registo de
nascimento em Nacala-a-velha.
 O desconhecimento total das autoridades administrativas e comunitárias como pessoa
humana sobre este acto de “registo”, isto é, a ausência de um nome, nacionalidade, a
escola e mais, contribuem para este problema violando assim os direitos humanos;
 A falta de um assistente jurídico qualificado com conhecimento de causa em todos os
sectores do distrito torna difícil a procura deste acto.

2
Art.º 1 da Lei n.° 12/2004, de 8 de Dezembro (Código do Registo Civil)
3
Art.° 66 do Decreto-Lei n 3/2006, de 23 de Agosto (Código Civil)
6

CAPÍTULO II

REGISTO DE NASCIMENTO
SECÇÃO I

2.1. REGISTO DE NASCIMENTO: CONCEITOS E DEFINIÇÃO

Face ao tema por nós delimitado, impõe-se fazermos desde já uma abordagem ao registo de
nascimento, sendo certo que o nascimento é, à partida, o momento essencial do início da vida
jurídica das pessoas singulares, que permitirá por via do registo o acesso e o exercício de
outros direitos4. Neste sentido, institui-se a obrigatoriedade de registo deste facto jurídico.

Sendo certo que é com o nascimento completo e com vida que se dá origem à personalidade
jurídica5, este facto permite também estabelecer a ligação da pessoa a uma determinada a uma
família6, determinar a sua idade, sexo, parentesco e nacionalidade, constituindo o registo civil,
designadamente, o registo de nascimento, a via de publicitar os atos e factos atinentes ao
estado pessoal e à capacidade das pessoas singulares.

Com isto, acompanhando Catarina de Albuquerque7, na sua comunicação proferida no


Seminário Internacional de Arquivos de Tradição Ibérica, a 26 de Outubro de 2005, podemos
afirmar que efetivamente o registo de nascimento é «um passaporte para outros direitos…».

Como já aqui ficou exposto, compete às conservatórias de registo civil lavrar os factos
sujeitos a registo, tais como, o nascimento, a filiação, o casamento, a adoção, as convenções
antenupciais, a regulação do exercício das responsabilidades parentais, a inibição ou
suspensão do poder paternal por algum dos pais, o óbito, a inabilitação ou a interdição8.

A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Crianças, dispõe no seu art.º 7 que «A
criança é registada imediatamente após o nascimento e tem desde o seu nascimento o direito a

4
FERNANDES, Luís Alberto Carvalho, op. cit., p. 200.
5
Nos termos do art.º 66 CC português. Código Civil – 14ª ed. Coimbra: Almedina, 2010. ISBN 978-972-40-
4249-7
6
A filiação, ligação de pessoa determinada a certa família, materna e paterna, está sujeita a registo, devendo
constar do assento de nascimento.
7
ALBUQUERQUE, Catarina – Registo de nascimento: Um passaporte para outros direitos humanos. In Infância
e Juventude. Revista do Instituto de Reinserção Social. Ministério da Justiça. Nº 07.1 (Jan. Mar.). Lisboa: Escola
de Artes Gráficas do Centro Educativo Padre António de Oliveira, 2007. ISSN 0870-6565. p. 71.
8
ALBUQUERQUE, Catarina, op. cit., p. 72
7

um nome, o direito a adquirir uma nacionalidade e, sempre que possível, o direito de conhecer
os seus pais e de ser educada por eles.»9.

Ora, como bem assinala Catarina Albuquerque, o registo de nascimento é, prima facie, parte
integrante de um sistema coordenado de registo civil, cujo escopo principal é o de assegurar o
reconhecimento da existência do ser humano perante a lei, define a filiação e o parentesco,
bem como guarda a constância dos principais factos que introduzem alterações no estado
pessoal da pessoa10.

Segundo o estudo publicado pelo Centro de Estudos Innocenti da UNICEF intitulada “Registo
de Nascimento e Conflitos Armados”, nos traz o registo de nascimento definindo como sendo
o registo oficial do nascimento de uma criança por parte da administração do Estado e que
estabelece a identidade jurídica daquela criança.11 Conforme é referido no Innocenti Digest,
Registo de Nascimento: o Direito a ter Direitos, um sistema de registo civil plenamente
operacional deve ser “obrigatório, universal, permanente e contínuo, devendo assegurar a
confidencialidade dos dados pessoais.” Ainda de acordo com o Código do Registo Civil
(CRC),12 a Convenção Sobre os Direitos da Criança (CDC)13 e a Lei da Família (LF),14
esclarecem a noção do registo de nascimento com sendo um acto obrigatório de ir declarar
perante as autoridades civis o nascimento do indivíduo para que possa ter reconhecimento
legal dos seus direitos.

Durante os conflitos armados, as estruturas que sustentam um sistema de registo civil


operacional podem ser ameaçadas ou destruídas. Em situações de emergência e especialmente
nos casos em que os Estados carecem de capacidade para registar os nascimentos no quadro
de um sistema de registo civil, devem ser exploradas todas as medidas alternativas viáveis
para assegurar o registo de crianças. Podem ser adoptadas medidas informais com a
cooperação e o apoio de funcionários locais, dirigentes comunitários ou tradicionais,
juntamente com a ONU ou ONGs. Mais tarde, esses mecanismos alternativos de natureza
temporária podem ser integrados no sistema do registo civil estatal.

9
ALBUQUERQUE, Catarina, op. cit., p. 73.
10
Idem, p. 74.
11
Centro de Investigações Innocenti da UNICEF, Birth Registration: Right from the start, Centro de
Investigações Innocenti da UNICEF, Florença, Itália, 2002. Cap.1 pág. 12
12
CRC – Código do Registo Civil (Lei n.º 12/2004, de 8 de Dezembro, publicada no BR n.º 49 - I Série)
13
CDC – Convenção Sobre os Direitos da Criança (Ratificada pelo Governo de Moçambique através da
Resolução n. 19/90, de 1990 publicada no BR n.º 42 - I Série)
14
LF – Lei da Família (Lei n.º 10/2004, de 25 de Agosto, publicada no BR n.º 34 - I Série)
8

Durante uma crise, pode também haver sensibilidades políticas relativamente ao direito ao
registo de nascimento e à sua potencial ligação à identidade e nacionalidade da criança. O
registo de nascimento de uma criança constitui muitas vezes o primeiro passo para a aquisição
da nacionalidade. Em alguns países, as crianças adquirem a nacionalidade de acordo com o
princípio do jus soli, nos termos do qual a nacionalidade é determinada pelo nascimento de
uma criança dentro do território do Estado. Noutros países, as crianças adquirem a
nacionalidade através da aplicação do princípio do jus sanguinis, nos termos do qual a
nacionalidade é determinada pela nacionalidade oficial dos pais da criança e, por vezes,
exclusivamente pela nacionalidade do pai da criança. Ainda, noutros países, prevalece uma
combinação de ambos os princípios.

Neste âmbito, podem surgir diversas complicações. Por exemplo, se uma criança nascer num
país que confere a nacionalidade de acordo coma regra do jus sanguinis e os pais forem
cidadãos de um Estado que confere a nacionalidade de acordo com a regra do jus soli ou
existe uma disputa quanto à sua nacionalidade, a sua nacionalidade é colocada em questão, a
criança pode ficar apátrida. Em alguns casos, se o pai da criança não for identificado, poderá
ser negada a nacionalidade à criança.

Durante um conflito armado, as dificuldades são mais complexas, encontrando-se as mesmas


enraizadas na natureza do conflito. Por exemplo, em comunidades deslocadas ou em
comunidades que sofrem discriminação étnica, racial ou religiosa, as crianças podem ficar
excluídas dos sistemas de registo de nascimento por razões políticas, a fim de marginalizar
toda uma população. Noutros casos o registo pode mesmo tornar-se uma arma a utilizar em
ataques selectivos. Contudo, o registo de nascimento não deve, em circunstância alguma, ser
utilizado para utilizar ou atingir comunidades com base na sua identidade étnica, racial ou
religiosa ou ser transformado num obstáculo político com o objectivo de prevenir o acesso a
serviços sociais básicos e à protecção jurídica.

Apesar dos desafios com que se deparam, as situações de emergência e de conflito podem
igualmente proporcionar oportunidades para garantir o registo de nascimento de todas as
crianças, estabelecendo os fundamentos para um sistema nacional e enfatizando a necessidade
de reformar os sistemas de registo incompletos ou injustos. Assim, a reforma dos sistemas de
registo de nascimento pode servir de ponto de entrada para provocar mudanças estruturais do
registo civil, o que, por sua vez, possibilita um empenho político mais forte aos níveis local e
9

nacional, no sentido da realização dos direitos humanos e da construção de uma sociedade


mais justa.

2.2. Enquadramento Legal: Registo de nascimento e direitos humanos


A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) reconhece o direito da criança a ser
registada imediatamente após o nascimento. As disposições fundamentais da CDC
relacionadas com o registo de nascimento, identidade e o direito ao reconhecimento como
membro da sociedade, vêm indicadas no Innocenti Digest, Registo de Nascimento: o Direito a
ter Direitos (2002). As disposições relevantes de outros instrumentos internacionais em
matéria de direitos humanos, também indicadas na referida obra, incluem o artigo 24.° do
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (PIDCP)15, que declara que “[t]oda e
qualquer criança deve ser registada imediatamente após o nascimento e ter um nome” e, a
nível regional, a Carta Africana sobre os Direitos e o Bem-Estar da Criança, no seu artigo 6.°,
declara que “toda a criança terá, desde o nascimento, os direitos a um nome […] será
registada imediatamente após o nascimento […] terá o direito a adquirir uma
nacionalidade”.

A violação do direito de uma criança a ser registada impede a realização de muitos outros
direitos sendo, em período de conflito armado, particularmente acentuada a probabilidade de
que a ausência de um registo de nascimento resulte em graves abusos em matéria de direitos
humanos. É, por isso, imperativo reconhecer que o direito de uma criança ao registo de
nascimento, bem como a outros direitos consagrados na CDC é válido e aplicável, tanto em
tempo de guerra como de paz. A noção de que a guerra pode levar à suspensão das regras
aplicáveis à criança em matéria de direitos humanos tem sido refutada pelo Comité dos
Direitos da Criança.

2.3. Dimensão do problema


É desconhecido o número exacto de crianças que não estão reflectidas nos registos nacionais.
Essas crianças permanecem “invisíveis”, podendo a sua existência ser apenas estimada com
base em dados disponíveis.

De acordo com os dados obtidos através dos inquéritos demográficos e os dados vitais
relativos ao registo pelo Centro de Estudos Innocenti da UNICEF, estima-se que mais de um

15

Lei n.º 29/78, de 12 de Junho, publicada no Diário da República, I Série A, n.º 133/78 (rectificada mediante
aviso de rectificação publicado no Diário da República n.º 153/78, de 6 de Julho);
10

terço – cerca de 36 por cento – de todos os nascimentos não são registados. Como resultado,
todos os anos, 48 milhões de crianças não possuem qualquer prova legal da sua existência.
Em países afectados por conflitos armados, os problemas aumentam de forma exponencial, já
que os mecanismos estatais em matéria de registo – programas nacionais para o registo de
nascimento, censos nacionais, inquéritos democráficos e sondagens de pequena escala –
correm sérios riscos de se verem comprometidos, destruídos ou suspensos. Em alguns casos, a
exclusão política, social, étnica ou religiosa relacionada com o conflito, pode deixar uma
população inteira sem acesso a serviços de registo.

2.4. A importância do Registo de Nascimento e a Construção de um ambiente protector


O direito de todas as crianças a uma identidade é um direito humano fundamental. O registo
de nascimento consiste no reconhecimento oficial, por parte do Estado, da existência de uma
criança, conferindo-lhe o direito a um nome, a uma nacionalidade e a laços familiares. É um
passaporte para a cidadania e participação na sociedade e o fundamento para a realização de
muitos outros direitos humanos que são determinantes para o crescimento, desenvolvimento e
bem-estar de uma criança. O registo de nascimento é um primeiro passo crucial para a
construção de uma cultura de protecção.

Sem registo de nascimento, o acesso da criança a serviços sociais tais como a educação e os
cuidados de saúde poderá estar comprometido. A sua importância mantém-se ao longo da
vida, com relevância para o acesso a um emprego, o casamento, a obtenção de um passaporte,
capacidade eleitoral ou a abertura de uma conta bancária. Por outro lado, o registo constitui
uma medida eficaz de protecção contra a violência, abuso, abandono, exploração e
discriminação. Além de registar o nascimento, é fundamental que seja igualmente emitida
uma certidão de nascimento a qual constituirá prova do reconhecimento legal da existência de
uma criança por parte de um governo.

Se o nascimento de uma criança não for documentado, não existe qualquer forma de
verificação da sua idade que garanta a matrícula de crianças em idade escolar, que ajude a
prevenir o recrutamento de crianças, a mão-de-obra infantil ou que permita lutar contra o
tráfico e a venda de crianças. O registo de nascimento é também o instrumento utilizado pelo
Estado para registar e actualizar informação sobre as crianças no seu território, para promover
o planeamento e desenvolvimento de políticas, para a aplicação e acompanhamento de
intervenções e para garantir a mobilização de recursos orçamentais destinados a apoiar
11

comunidades e famílias nas suas responsabilidades inerentes à guarda e protecção dos seus
filhos.

Em tempo de conflito armado, os desafios que se colocam ao registo de nascimento universal


tendem a agravar-se ou a aumentar seriamente. Os registos de nascimento podem ser
destruídos e o acesso ao registo civil pode ser impossibilitado como resultado dos combates.
Em alguns casos, verifica-se um colapso do sistema estatal de registos.

O registo de nascimento pode não ser considerado uma prioridade em situação de conflito
armado, devido à necessidade urgente de prestar assistência humanitária – água potável,
alimentos e abrigo – para a sobrevivência quotidiana. Mas por outro lado, a ausência de
registo das crianças pode dar azo à falta de acesso a ajuda e a cuidados de saúde que podem
salvar vidas, e contribuir para o aumento da marginalização e exclusão da frequência escolar.

A ausência de registos de nascimento pode também dificultar a identificação de crianças


separadas dos seus pais ou familiares, que fugiram da guerra. As crianças deslocadas ou
separadas sem documentação, poderão não conseguir fornecer informações básicas para
ajudar a sua localização e reunificação familiar. Além disso, as crianças sem um estatuto
jurídico correm um maior risco de exploração e de serem vítimas de recrutamento militar.

Em situações de transição e pós-conflito, a ausência de registo coloca imensos desafios à


reintegração da criança. Além disso, a incapacidade ou relutância de um Estado em identificar
crianças não registadas pode ser um obstáculo no planeamento e na execução de actividades
de carácter humanitário. As consequências têm impactos imediatos que põem em risco a vida,
mas também podem criar barreiras para toda a vida às crianças.

Com efeito, de acordo com a LF16 no seu artigo 205, a CDC17 no seu artigo 7 e 8 e n.º 2 e 3 do
artigo 120 da CRM18 sobre a importância do registo de nascimento nos primórdios da vida,
assevera que é a partir do registo de nascimento que o Estado reconhece a existência da
pessoa, permitindo assim planificar o desenvolvimento do país. Com o registo efectuado a
pessoa passa a gozar dos direitos fundamentais, nomeadamente, o direito ao nome, a filiação,
a cidadania e consequentemente a nacionalidade e outros. O não registo do nascimento é uma
violação do direito humano inalienável da criança à identidade. Sem ele, a criança não pode

16
LF – Lei da Família (Lei n.º 10/2004, de 25 de Agosto, publicada no BR n.º 34 - I Série)
17
CDC – Convenção Sobre os Direitos da Criança (Ratificada pelo Governo de Moçambique através da
Resolução n. 19/90, de 1990 publicada no BR n.º 42 - I Série)
18
CRM – Constituição da República de Moçambique (Publicada no BR n.º 51, I Série de 22 de Dezembro de
2004)
12

aceder aos serviços sociais básicos na idade apropriada, incluindo o ingresso escolar depois da
5ª classe. No caso de separação da família durante uma calamidade natural, tais como cheias,
por exemplo, sem tal registo de nascimento, a reunificação das crianças às suas famílias torna-
se numa tarefa difícil. As crianças que não estão registadas também ficam mais vulneráveis
aos vários abusos associados à idade, incluindo os casamentos prematuros, trabalho infantil,
recrutamento militar, exploração sexual, detenção em instalações prisionais para adultos e
condenação como adulto. A criança precisa também de certidão de nascimento para herdar
propriedade de um pai falecido.
13

CAPÍTULO III

O IMPACTO DA AUSÊNCIA DO REGISTO DE NASCIMENTO


SECÇÃO II

3.1. O IMPACTO DA AUSÊNCIA DO REGISTO DE NASCIMENTO DA CRIANÇA


NO DISTRITO DE NACALA-À-VELHA, O PERÍODO EM ANÁLISE

É desconhecido o número exacto de crianças que não estão reflectidas nos registos ao nível do
distrito de Nacala-à-velha. Essas crianças permanecem “invisíveis”, aos olhos jurídicos,
podendo a sua existência ser apenas estimada com base em dados disponíveis. Uma vez feita
a consulta por meio questionários, nota-se a um grosso número crianças nas escolas sem
registo de nascimento, alegando-se falta de conhecimento, distância do local de registo e
mais. Com efeito, os dados sobre o registo de nascimento são fornecidos essencialmente
através de inquéritos demográficos (Censo Populacional), de acordo com os dados obtidos e
os dados vitais relativos ao registo, estima-se que 1/3 da população do Distrito de Nacala-à-
velha tem se registado muito tarde.

É de aludir que a parte urbana da vila de Nacala-à-velha, pelo seu crescimento económico tem
se conscientizado do registo de nascimento atempadamente, relativamente as zonas
suburbanas do mesmo distrito.

Os problemas aumentam de forma exponencial, já que os mecanismos estatais em matéria de


registo – programas nacionais para o registo de nascimento, censos nacionais, inquéritos
democráticos e sondagens de pequena escala – correm sérios riscos de se verem
comprometidos pela veracidade dos dados obtidos, porque os números anotados pelos
serviços visados não justificavam de uma certa forma com a realidade das nossas
comunidades, visto que a tabela demográfica relativo a taxa de nascimento tem aumentado.
14

SECÇÃO III

3.2. PRAZO, LOCAL, E DOCUMENTOS QUE SERVEM DE BASE

3.2.1. Local da declaração de Nascimento e documentos a apresentar no Registo de


Nascimento

Segundo o Código do Registo Civil (CRC) estipula que para o efeito deve ser declarado o
nascimento na conservatória ou no posto do registo civil da área do lugar de nascimento ou da
residência habitual da pessoa a registar.19 Também alguns hospitais têm postos onde a criança
pode ser imediatamente registada. Para o registo podem ser apresentados os seguintes:

 Cartão de peso da criança (vulgo cartão amarelo);


 A identificação dos declarantes, (não implicando a falta destes documentos o não
registo);
 Documentos dos progenitores (pai/mãe) ou encarregado de Educação e
 Testemunhas, tratando-se de crianças órfãs ou abandonadas e em outros casos que se
mostre necessário.

3.2.2. Prazo de 120 dias para o efeito do Registo

O Código do Registo Civil (CRC) estipula que o registo de nascimento deve ser feito até aos
4 meses depois do nascimento (primeiros 120 dias).20 Pode se registar fora do prazo, mas é
preciso entender que: no posto de registo civil hospitalar já não pode registar fora do prazo e,
nos outros postos de registo civil só pode registar até aos 13 anos. Se o indivíduo for maior de
14 anos só pode ser registado numa Conservatória e instrui-se um processo para se apurar as
razões de registo tardio.

3.2.3. Pessoa competente para declarar o Nascimento

Os pais, ou parente capaz mais próximo, responsáveis do hospital onde nasceu, qualquer
pessoa incumbida ou que tenha o indivíduo a seu cargo, e o próprio registando se for maior de
14 anos. Os pais podem ainda passar procuração para que certa pessoa os represente na
declaração do nascimento. Quando os pais são casados basta a presença de um deles com o

19
CRC – Código do Registo Civil (Lei n.º 12/2004, de 8 de Dezembro, art.º 118 e 126).
20
CRC – Código do Registo Civil (Lei n.º 12/2004, de 8 de Dezembro, art.º 118).
15

documento que comprove o casamento. Se a mãe é solteira e não vai acompanhada do pai,
não se fixa a paternidade, o que pode ser depois regularizado por via da perfilhação.21

3.2.4. Comprovativo do registo efectuado

Após o registo, o funcionário da Conservatória emite um Boletim de nascimento que contém


os dados do registando e a indicação do Livro, da folha, do número do registo, bem como da
Conservatória ou Posto onde o registo foi lavrado. O Boletim deve ser devidamente guardado
e apresentado à Conservatória detentora do registo sempre que se precise de Certidão de
Nascimento.

3.2.5. Função estatística

Consiste na recolha de informação para a elaboração de estatísticas vitais e demográficas,


podendo se referir a três aspectos:
 Censo populacional – aqui se faz o Registo de (número de habitantes, composição e
distribuição para programas relacionados com o transporte, trabalho, saúde pública,
produção e distribuição agropecuária e de artigos de comércio e de consumo);
 Projeção populacional – refere-se ao (número da população ou de habitantes
composição e distribuição no futuro, para determinar as necessidades habitacionais de
escolas, de professores);
 Estudos analíticos especiais – podemos nos basear nos (conhecimentos de situações e
tendências quanto ao casamento, fecundidade, causas da morte, etc.).

Finalmente, verificamos que, o Registo Civil é importante em duplo aspecto a salientar, para
o próprio cidadão como instrumento de prova da sua existência e como porta de acesso aos
múltiplos direitos, desde os Constitucionais, isto quer dizer que (temos como casos o direito
a nacionalidade, ao bom nome, a saúde, a educação, etc.,), até o acesso a várias situações do
direito privado como é o caso da herança, etc.

21
CRC – Código do Registo Civil (Lei n.º 12/2004, de 8 de Dezembro, art.º 119 e 52).
16

CAPÍTULO IV

DISCRIMINAÇÃO DE GÉNERO

SECÇÃO IV

4.1. A DISCRIMINAÇÃO DE GÉNERO COMO CONSEQUÊNCIA DO NÃO


RECONHECIMENTO DO REGISTO DE NASCIMENTO NA CRIANÇA

Em países onde a nacionalidade de uma criança é determinada exclusivamente pela


nacionalidade do pai, as mulheres solteiras ou que vivam separadas dos maridos enfrentam
inúmeras barreiras ilegais e administrativas quando tentam registar os seus filhos. Essa prática
provoca, por sua vez, um impacto negativo sobre os filhos. Neste contexto, no distrito de
Nacala-à-velha, pela sua hospitalidade de atracão de investidores nacionais e estrangeiros,
encontramos estas situações e acolhermos irmãos estrangeiros e, pelo tempo que leva no
distrito, muitas vezes tem se casado com naturais, dando fruto de filhos e desta forma tem se
deparado com incerteza na decisão do registo dos seus filhos, mesmo sabendo da importância
do registo a tempo. Essas dificuldades têm sido agravadas pela insegurança e agitação,
sobretudo em zonas rurais. Por vezes, os requisitos legais discriminam as crianças cujos
progenitores masculinos faleceram ou vivem fora do país. Desta forma, apelamos a todos para
que sejam cuidadosos e responsáveis no registo das nossas crianças, dentro e fora do
casamento.

4.2. Informações Gerais

4.2.1. Conservatória do Registo Civil

É uma instituição pública subordinada a Direcção Nacional dos Registos e Notariado, que tem
como função registar os factos relacionados com os cidadãos, ocorridos em território
nacional, nascimentos, casamentos, perfilhação, divórcios, óbitos e outros factos vitais.22

Com isto, os principais factos da vida civil de uma pessoa, como o nascimento, o casamento e
o óbito, são registados pelas Conservatórias do Registo Civil, administrados por profissionais
do Direito concursados que prestam serviço público por delegação do Poder Público

22
http://www.mjcr.gov.mz/registos-e-notariado/conservatoria-do-registo-civil/
17

existentes em todos os Municípios e na maioria dos Distritos do País, cuja actividade é


regulamentada pela Lei 12/2004 de 8 de dezembro (que aprova o Código do Registo Civil).

Nesta perspectiva, o registo civil desempenha um importantíssimo papel ao nível da


informação fidedigna para o país, designadamente, no que respeita a saber “quantos somos e
quem somos”, bem como, na facilitação ao Estado para o acesso a informação fiável e a dados
estatísticos atualizados da população, permitindo aumentar a eficácia dos programas sociais e
económicos, garantindo que os cidadãos possam exercer todos os seus direitos, deveres e
obrigações em condições de igualdade.

No que refere ao objeto do registo civil é pois o de dar publicidade à situação jurídica de
pessoas singulares, através do registo dos factos que integram o seu estado civil, ou seja,
permitir a qualquer interessado obter informação sobre os factos registados e,
consequentemente, sobre a situação jurídica das pessoas a que respeitam.23

Nesse sentido, o registo civil é o conjunto de factos que, tendo início no nascimento, ocasião
em que se adquire a personalidade jurídica, até à morte, termo da personalidade jurídica,
modificam a capacidade ou o estado civil24.

Contudo, outro aspecto ainda a considerar-se está seguidamente de alguns relatórios em


entrevistas feitas sob ponto de vista de alguns elementos enquadrados nesta óptica:

 Segundo o relatório dos direitos humanos em Moçambique pela Embaixada dos


EUA sobre o Registo de Nascimento, teceu o seguinte: A cidadania é obtida pelo
nascimento dentro do país ou nascimento com pelo menos um dos pais cidadão
moçambicano caso ocorra fora do país. O não registo do nascimento de uma
criança poderá resultar na incapacidade de frequentar a escola e poderá impedir a
pessoa de obter documentos públicos, tais como o bilhete de identidade,
passaporte, ou “certificados de pobreza” que permitem o acesso a cuidados de
saúde gratuitos e ensino secundário gratuito. O registo de nascimento foi muitas
vezes demorado nas zonas rurais. Práticas culturais impediam uma mulher,
especialmente nas zonas rurais, de exercer os seus direitos legais de registar a sua

23
BUMBA, Eliseu; ALMEIDA, Isabel Rocha; VIEGAS, Maria da Assunção António – Código de Registo Civil
e Legislação Complementar. Comentado e Anotado. Coimbra: Coimbra Editora, 2013. ISBN 978-972- 32-
2213-5. p. 7.
24
Ibidem
18

criança sem a presença do pai da criança. O registo de nascimento é um direito


fundamental do ser humano, pois é o reconhecimento legal da existência de uma
pessoa e estabelece a identidade. A falta da documentação dos pais é uma das mais
comuns dificuldades com as quais as pessoas se deparam para registar seus filhos.
Toda criança tem direito ao registo de nascimento. Uma criança que não é
registada no nascimento corre o risco de ficar “invisível”25
 Segundo o Director Nacional de Registo e Notariado, Jaime Guta, constatou que a
distância e questões culturais levam encarregados de educação a não registar as
crianças após o nascimento. Só em Moçambique mais de 47% da população não
tem um registo de nascimento. Dentre os problemas apontados por Guta, para a
fraca adesão aos serviços de notariado, está oproblema de gestão de tempo dos
progenitores.26

Ademais, o Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos e parceiros como a


Save the Children e UNICEF estão a implementar um projecto para mobilizar os pais e
encarregados de educação a registar as crianças até o prazo de 120 dias após o nascimento. O
objectivo é aumentar a taxa de adesão aos registos, que actualmente está abaixo da metade.

De acordo com um levantamento feito pela Direcção Nacional de Registos e Notariado


Nampula e Zambézia são as províncias com menos adesão aos registos de nascimento. Na
manhã desta terça-feira, decorreu em Maputo um seminário sobre a estratégia de comunicação
do projecto de mobilização para adesão no registo civil e outras estatísticas vitais.27

Constatou-se também que, na Zambézia, a diretora provincial da Justiça, Josefa Ferreira,


considera que já há neste campo avanços significativos, com pais e encarregados de educação
a levarem os filhos diretamente ao registo de forma espontânea. Segundo esta responsável, os
tabus e mitos são as principais causas da falta de registo das crianças, já que vários pais
acabam por dar um nome oficial aos filhos só três ou cinco anos depois do nascimento.28

"Quando vamos fazer a nossa supervisão, reparamos que os pais já querem fazer o
registo da criança, o que não acontecia em anos anteriores", relata.29

25 https://www.unicef.org/mozambique/tópicos/registo-de-nascimento
26 http://opais.sapo.mz/distancia-e-questoes-culturais-adiam-registo-de-nascimento
27 Ibidem
28 https://www.dw.com/pt-002/crianças-e-jovens-sem-registo-de-nascimento-em-moçambique/a-40194032
29 Ibidem
19

"A sensibilização comunitária vai-nos ajudar a falarmos da importância e do direito


destas crianças. É importante que os encarregados de educação saibam que é
obrigatório registar a criança logo depois do nascimento", acrescenta Josefa
Ferreira.30

A organização não governamental (ONG) Save the Children alerta para a baixa taxa de
cobertura do registo de nascimentos na província. Henriques Zimba, desta ONG, diz que a
maioria das crianças não registadas provém de famílias muito pobres.

"O registo de nascimento é o primeiro passo da cidadania, para o acesso ao bilhete de


identidade e para ser reconhecido pelo estado" , recorda o representante daquela
organização.31

"A Save The Children reconhece que há um número elevado de crianças não
registadas que não estão a usufruir de todos os direitos. Cerca de metade das crianças
moçambicanas menores de cinco anos estão registadas e a maioria das crianças não
registadas provém de agregados familiares pobres e mais vulneráveis à exploração e
abuso", alerta o responsável.32

30 Ibidem
31
Ibidem
32
Ibidem
20

CAPÍTULO V

CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTUDO

5.1. Breve Caracterização do Local de Estudo: Localização, Superfície e População


O distrito de Nacala-a-Velha situado no litoral da província a 210 km da capital Nampula tem
como limites, a Sul o distrito de Mossuril, a Este o oceano Índico, a Norte o distrito de
Memba e a Oeste os distritos de Erati e Monapo.

A superfície do distrito: é de 1.720 km² e a sua população está estimada em 107 mil habitantes
à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 61,9 hab/km², prevê-se
que o distrito em 2020 venha a atingir os 144 mil habitantes.

A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.1, isto é,
por cada 10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. Com uma população
jovem (42%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 95% (por cada 100
pessoas do sexo feminino existem 95 do masculino) e uma taxa de urbanização do distrito é
de 18%, concentrada na Vila de Nacala-a-Velha.

5.2. Taxa de Analfabetismo e Escolarização


De acordo com o Ministério de Administração Estatal33, com 24% da população alfabetizada,
predominantemente homens, o distrito tem uma taxa de escolarização normal, constatando-se
que 41% dos seus habitantes declararam no Censo 2007 que frequentavam ou já frequentaram
antes a escola, ainda que maioritariamente somente até ao nível primário.

33
http://www.portaldogoverno.gov.mz
21

CAPÍTULO VI

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

6.1. Método de pesquisa

Para este capítulo, procurou-se detalhar todo o procedimento metodológico que ira ajudar a
direcionar a elaboração da pesquisa, desde análise do problema até a fase de colecta de dados.
Portanto, para elaboração deste trabalho, usou-se vários métodos ou objectos de estudo, como
é o caso de entrevistas ao público-alvo, análise documental, entrevista institucional e
consultas bibliográficas.

O método científico é um conjunto de procedimentos adoptados com o propósito de atingir o


conhecimento. LAKATOS e MARCONI (2007) afirmam que a utilização de métodos
científicos não é exclusiva da ciência, sendo possível usá-los para a resolução de problemas
do quotidiano. Destacam que, por outro lado, não há ciência sem o emprego de métodos
científicos.

Podem ser inclusos, neste grupo, os métodos: dedutivo, indutivo, hipotético dedutivo,
dialéctico e fenomenológico. Cada um deles se vincula a uma das correntes filosóficas que se
propõem a explicar como se processa o conhecimento da realidade. O método dedutivo
relaciona-se ao racionalismo; o indutivo ao empirismo; o hipotético dedutivo, ao
neopositivismo; o dialéctico, ao materialismo dialéctico e o fenomenológico, à fenomenologia
(PRODANOV e FREITAS, 2013).

A utilização de um ou outro método depende de muitos factores: da natureza do objecto que


pretendemos pesquisar, dos recursos materiais disponíveis, do nível de abrangência do estudo
e, sobretudo, da inspiração filosófica do pesquisador. Comentamos, na sequência, cada um
dos métodos gerais ou de abordagem (PRODANOV e FREITAS, 2013).

Verificando e assumindo as premissas lógicas usadas para descrição de um modo de


abordagem, como as descritas pelos autores acima, e assumindo a diversidade metodologia do
estudo em questão, optou-se pelo uso do método indutivo, pois, o marco teórico, descrição do
problema e as conclusões que constam neste estudo de acordo com o método, partiram da
observação e análise dos factos, caso particular da “Problemática da falta de adesão de
Registo de Nascimento no Distrito de Nacala-à-Velha”
22

O trabalho de campo foi efetuado na base do método qual-quantitativo, visto que justifica por
ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenómeno, e pela sensibilidade das
perguntas patentes na entrevista, uma vez que o autor pretende trazer as reais causa dos
fenómenos em alusão no Distrito. Para tal, os dados só poderiam ter sustento vindo das
Lideranças locais, agente de Ministério de justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos,
chefes das localidades e de agentes económicos influentes (mercados) do Distrito.

Para LAKATOS e MARCONI (2007, p. 86), a indução é um processo mental por intermédio
do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade
geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos
indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas
quais se basearam.

6.2. Classificação da pesquisa


A pesquisa quanto a natureza será uma pesquisa aplicada, quanto ao ponto de vista dos seus
objectivos é exploratória, quanto ao ponto de vista dos procedimentos técnicos é um estudo de
caso e análise documental, e quanto ao ponto de vista de forma de abordagem dos seus
problemas é uma pesquisa qual-quantitativa.

No que concerne ao procedimento, a pesquisa é de natureza aplicativa, o que permitiu a


aplicação do facto, e baseou-se no levantamento feito aos funcionários da conservatória do
Registo Civil e Notariado da 3ª Classe de Nacala-a-velha, liderança local e uma parte da
comunidade do mesmo Distrito. Porém, há um objectivo geral para a aplicação prática, isto é,
dirigidos a solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais,
atinentes a situação de Registo de Nascimento.

6.3. Procedimentos Técnicos

Pesquisa experimental

 O Trabalho em alusão, vem de forma clara trazer uma nova realidade atinente a
situação jurídica de registo de nascimento neste distrito, uma vez que em muitas
comunidades a falta de mobilização por parte das lideranças locais em abordar sobre a
importância da mesma, o que tem influenciado negativamente, na uniformização dos
dados a vários níveis.
23

Planeamento rigoroso

 Formulação exacta do problema e das hipóteses (delimitação de variáveis precisas e


controladas que actuam no fenómeno estudado).

6.4. Universo ou População

População é o conjunto de todos os elementos ou resultados sob investigação (BUSSAB e


MORETTIN, 2002). O elemento escolhido como universo ou população desta pesquisa são:
6 agente de Ministério de justiça Assuntos Constitucionais e Religiosos, 5 chefes da
localidade, 10 agentes económicos influentes, 5 alunos, 5 secretários dos bairros, e 10
pessoas representantes da comunidade.

 Quanto ao sexo a amostra compõe-se por apresentar 40 entrevistados do sexo


masculino e 16 do sexo feminino.
 No que respeita a faixa etária da maioria da amostra, (60%) situa-se entre os 20 e 46
de idade.

6.5. Processo de Amostragem


O processo de amostragem a ser usado na pesquisa é do tipo não probabilística por
Acessibilidade ou por Conveniência, onde KLEINSCHMITT (2011) considera que neste
método de amostragem a escolha dos elementos da amostra é feita de forma não aleatória,
existindo um procedimento de selecção dos elementos da população segundo critérios
estabelecidos pelo pesquisador.

Segundo Gil (2008: 94) a amostragem por Acessibilidade ou por Conveniência

“Constitui o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem. Por isso


mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador selecciona os
elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma,
representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em estudos sociais,
exploratórios ou qualitativos, onde não é requerido elevado nível de
precisão”.
24

6.6. Técnicas de coleta de dados


A entrevista foi direccionada a líderes comunitários, secretários dos bairros e alguns técnicos
da Conservatória do Registo Civil e Notariado de Nacala-a-Velha. Assim, foi feita o
questionário de perguntas mistas para que cada um exprima livremente as suas opiniões e para
evitar as opiniões dos inquiridos de modo a aprofundar mais a realidade.

6.7. Generalidades
Este capítulo esta directamente ligado com o trabalho de campo, razão pela qual é composto
por três subcapítulos nomeadamente: caracterização do trabalho de campo e caracterização
dos sujeitos da pesquisa e finalmente tratamos dos procedimentos de análise e interpretação
de dados.

6.8. Caracterização do trabalho de campo


O trabalho de campo foi a penúltima fase da pesquisa, após a aprovação do respectivo
projecto. Portanto, como fez-se referencia anteriormente, esta fase realizou-se nos finais de
mês de fevereiro e primeira quinzena do mês Março do ano corrente. É importante referir que,
ao nível da vila de Nacala-a-Velha, fizemos algumas recolhas nas seguintes instituições: (nas
Escolas, Centros comercias, Conservatória dos Registos e Notariado e finalmente nas
comunidades) onde a recolha de dados teve três momentos, o primeiro consistiu na
apresentação da credencial e o respectivo questionário para o seu preenchimento, o segundo
momento consistiu num breve contacto de esclarecimento de certas respostas patentes no
questionário e terceiro momento foi avaliação dos questionários Como se não bastasse,
dificuldades não faltaram tais como burocracia na tramitação do expediente, ou seja, o tempo
que levou o documento para ser despachado até ao verdadeiro destinatário foi demasiado
longo e em alguns momentos pouco atenção na leitura e interpretação das questões.

6.9. Caracterização de sujeitos da pesquisa


De acordo com o tema e o respectivo universo da pesquisa, o autor definiu como os principais
sujeitos:
a) Conservatória do Registo Civil e Notariado de Nacala-à -Velha,
b) Infraestruturas comercias,
c) Escolas Primarias e Secundarias (instituição de ensino pelas quais as crianças recebem
a educação, onde o Registo de Nascimento é indispensável para o exercício deste
direito da criança “estudar”);
25

d) Comunidade Local/ Liderança Local (conjunto de indivíduos residentes ao nível local,


bairro cimento, parte integrante dos pais e encarregado de educação, responsáveis pelo
dever de registar os seus educandos);

6.9.1. Análise e interpretação de dados


Após a recolha de dados, o autor fez a respectiva análise e interpretação de dados a partir de
matrizes de respostas dos questionários. As matrizes de respostas apresentam a pergunta feita
aos sujeitos, a resposta, fonte de informação, frequência e observação refletindo a
percentagem da frequência das respostas.
 Questionário dirigido ao Registo e Notariado

Com isto, a primeira pergunta foi: Quantos registos de nascimento foram feitos nos seguintes
anos ao nível do Distrito? A resposta foi, no ano de 2017 foram feitos 3299 registos e no ano
de 2018 se fez 1961 registos.

Qual é o nível de procura dos serviços de registo de nascimento por parte da População, dos
pais e de encarregados de educação? A resposta foi, fraca.

 Questionário dirigido aos residentes do Bairro cimento da vila Nacala-à-Velha

Quais são os locais que conheces através dos quais se faz o registo de nascimento? Pelo que
responderam:

 Registo civil
 Centro de saúde
 Posto administrativo
 Posto policial
 Gabinete de Atendimento da mulher e criança
 Secretário do bairro
 Brigadas móveis

Entretanto, com 24% da população alfabetizada, predominantemente homens, o distrito tem


uma taxa de escolarização normal.
26

CAPÍTULO VII.

CONCLUSÃO E SUGESTÃO

7.1. Conclusão
Após o estudo aprofundado do tema e a identificação dos principais factores do elevado
número da fraca adesão ao registo de nascimento pela parte da população, chegou-se a
conclusão de que o principal factor que influencia para o elevado número da população que
não adere ao registo de nascimento de suas crianças no distrito de Nacala-à-velha está na falta
de conhecimento sobre o valor jurídico deste acto e como consequência o Estado não
reconhece a existência da pessoa, sendo privado do gozo dos direitos fundamentais,
nomeadamente, o direito ao nome, a filiação, a cidadania e consequentemente a nacionalidade
e outros. O não registo do nascimento é uma violação do direito humano inalienável da
criança à identidade. Acaba sendo desconhecido o número exacto de crianças que não estão
reflectidas nos registos ao nível do distrito permanecendo “invisíveis”, aos olhos jurídicos,
podendo a sua existência ser apenas estimada com base em dados disponíveis. Deste modo, se
o nascimento de uma criança não for documentado, não existe qualquer forma de verificação
da sua idade que garanta a matrícula de crianças em idade escolar, que ajude a prevenir o
recrutamento de crianças, a mão-de-obra infantil ou mesmo que permita lutar contra o tráfico
e a venda de crianças. Entretanto, o registo de nascimento deve ser feito até aos 4 meses
depois do nascimento (nos primeiros 120 dias) pelo prazo estipulado na lei.

Sem registo de nascimento, o acesso da criança a serviços sociais tais como a educação e os
cuidados de saúde poderá estará comprometido. A sua importância mantém-se ao longo da
vida, com relevância para o acesso a um emprego, o casamento, a obtenção de um passaporte,
capacidade eleitoral ou a abertura de uma conta bancária. Por outro lado, o registo constitui
uma medida eficaz de protecção contra a violência, abuso, abandono, exploração e
discriminação. A identidade oficial ou legal de uma criança, a prova da sua idade e as suas
relações familiares contribuem para a criação de um ambiente protector e facilitam o seu
acesso à assistência humanitária, incluindo a escolaridade e os serviços de saúde. Cabe frisar
que, as crianças desprovidas de documentos ou de identidade legal são mais vulneráveis à
violência, maus-tratos e exploração relacionados com o conflito. As crianças não-registadas
podem também enfrentar obstáculos e até mesmo exclusão ao tentarem obter assistência
humanitária e apoio à reintegração. Além disso, as consequências, a longo prazo, da ausência
27

de registo podem impedir que as crianças exerçam os seus direitos individuais e a sua
cidadania ao longo de toda a vida.

Este estudo reveste-se de bastante actualidade para o desenvolvimento de uma monografia em


termos de documentação jurídica servindo de uma alavanca específica, pois acreditamos que a
mesma torna-se bastante imprescindível para estudos científicos tanto para a sociedade como
em geral, pois, trata-se de uma realidade do nosso distrito em que o o registo civil
desempenha um importantíssimo papel ao nível da informação fidedigna para o País
designadamente no que respeita a saber “quantos somos e quem somos”, bem como na
facilitação ao Estado para o acesso a informação viável e a dados estatísticos atualizados da
população, permitindo aumentar a eficácia dos programas sociais e econômicos, garantindo
que os cidadãos possam exercer todos os seus direitos, deveres e obrigações em condições de
igualdade.
28

7.2. Sugestão

Conforme mostra os resultados obtidos pelas ferramentas de colecta de dados (questionário,


entrevista e observação directa), constatou-se que o direito ao registo à nascença consiste num
direito humano fundamental para todas as crianças pois ela tem por principal objectivo
proporcionar às crianças uma identidade legal, aumentando a protecção dos seus direitos em
todas as circunstâncias. Tanto durante, como após um conflito, e quando se verifica uma
quebra nas estruturas estatais, comunitárias e sociais, o registo de nascimento reveste-se de
particular importância.

Neste âmbito, sugere-se a observância regular do registo pois constatar-se-à a inclusão por
parte do Estado, referente ao registo e actualização de informação sobre as crianças no seu
território, para promover o planeamento e desenvolvimento de políticas, para a aplicação e
acompanhamento de intervenções e para garantir a mobilização de recursos orçamentais
destinados a apoiar comunidades e famílias nas suas responsabilidades inerentes à guarda e
protecção dos seus filhos. Com a inscrição do registo de nascimento para a população de
Nacala-à-velha, determinará a atribuição de um conjunto de direitos e vinculações cuja
titularidade é o aspecto substancial relativamente à situação jurídica da pessoa.

Contudo, de salientar que, de acordo com os dados avançados pelo Ministério da Justiça,
Assuntos Constitucionais e Religiosos em 2014, em três anos, observou-se apenas 1% na taxa
de registo de nascimento. Tal situação demonstra que o processo do registo de nascimento
ainda é extremamente limitado, violando assim um dos direitos humanos da criança, que é o
direito a uma Identidade, as crianças ficam vulneráveis aos vários riscos, que comprometem o
seu bem-estar, são marginalizadas e excluídas de vários sistemas e programas de protecção
social, caso violar-se tal direito de registar.
29

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEGISLAÇÃO

CRC – Código do Registo Civil (Lei n.° 12/2004, de 8 de Dezembro, publicada no BR n.° 49 -
I Série)

CDC – Convenção Sobre os Direitos da Criança (Ratificada pelo Governo de Moçambique


através da Resolução n. 19/90, de 1990 publicada no BR n.° 42 - I Série)

Decreto-Lei n 3/2006, de 23 de Agosto (Código Civil)

LF – Lei da Família (Lei n.° 10/2004, de 25 de Agosto, publicada no BR n.° 34 - I Série)


CRM – Constituição da República de Moçambique (Publicada no BR n.° 51, I Série de 22 de
Dezembro de 2004)

PIDCP - Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (Lei n.º 29/78, de 12 de Junho,
publicada no Diário da República, I Série A, n.º 133/78 (rectificada mediante aviso de
rectificação publicado no Diário da República n.º 153/78, de 6 de Julho);

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da república, (2004) in Boletim da


República I série nº 20 de 24 de Dezembro.

DOUTRINÀRIA

Albuquerque, C. (2007) Registo de nascimento: Um passaporte para outros direitos


humanos. In Infância e Juventude. Revista do Instituto de Reinserção Social. Ministério da
Justiça. Nº 07.1 (Jan. Mar.). Lisboa: Escola de Artes Gráficas do Centro Educativo Padre
António de Oliveira. ISSN 0870-6565. p. 71-82.

Almeida, C.F. (1966) Publicidade e Teoria dos Registos. Coimbra: Livraria Almedina, p. 5-
37,47-59, 251-280.

Bumba, E.; VIEGAS, M. A.; ALMEIDA, I. R.. (2013). Código do Registo Civil e Legislação
Complementar. Comentado e Anotado. Coimbra: Coimbra Editora. ISBN 978-972-32-2213-
5.

(UNICEF). Centro de Investigações Innocenti da UNICEF, (2002) Birth Registration: Right


from the start, Centro de Investigações Innocenti da UNICEF, Florença, Itália.

Fernandes, L. A. C. (2007) – Teoria Geral do Direito Civil II. Fontes, Conteúdo e


Garantia da Relação Jurídica. 4ª ed. rev. atual. Lisboa: Universidade Católica Editora.
ISBN 978-972-54-0175-0.

Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Sexta Edição. São Paulo, Atlas
editora.

Kleinschmitt, S. C. (2011). Apostila de metodologia da pesquisa científica. Material


30

didáctico com uso exclusivo em sala de Aula, Toledo, 41pp.

Lakatos, E. M.; Marconi, M. (1997) Metodologia do Trabalho Científico. 6ª Edição, São


Paulo: Atlas Editora.

Prodanov, C. C. e Freitas, E. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: Métodos e


Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Académico. Universidade Feevale, 2 Ed. Feevale,
Novo Hamburgo - Rio Grande do Sul, 277pp.

ARTIGOS ELETRÓNICOS

https://www.unicef.org/mozambique/tópicos/registo-de-nascimento. Acesso em 12/08/2019


http://opais.sapo.mz/distancia-e-questoes-culturais-adiam-registo-de-nascimento. Acesso em
12/082019
http://opais.sapo.mz/menos-da-metade-da-populacao-adere-ao-registo-de-nascimento.
Acesso em 12/08/2019
https://www.dw.com/pt-002/crianças-e-jovens-sem-registo-de-nascimento-em-moçambique/a-
40194032. Acesso em 20/082019
http://www.mjcr.gov.mz/registos-e-notariado/conservatoria-do-registo-civil/. Acesso em
22/09/2019
http://www.portaldogoverno.gov.mz
31

APÊNDICE

1. Questionário A – Dirigido ao Registo e Notariado

Questionário destina-se a recolha de dados sobre a " PROBLEMÁTICA DA FALTA DE


ADESÃO AO REGISTO DE NASCIMENTO NO DISTRITO DE NACALA-À-VELHA
2017-2018". Dirigido ao Registo e Notariado para elaboração da monografia científica de
conclusão do curso de Ciências Jurídicas.

Ponto 1. Razões da fraca procura de registo de nascimento por parte dos pais e
encarregados de educação.

1.1 Quantos registos de nascimento foram feitos nos seguintes anos ao nível do Distrito?
Anos 2017 2018

Quantidade 3299 1961

1.2.Qual é o nível de procura dos serviços de registo de nascimento por parte da


População, dos pais e de encarregados de educação no distrito de Nacala-à-velha?

Bom----------, Normal----------, mais ou menos------------, Fraco--------------

1.3. Caso seja (fraco ou mais ao menos), do ponto de vista dos registos e notariado, quais
são as razões

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Existem casos de registo de nascimento fora do prazo previsto na lei Moçambicana?

Sim-----------, Não---------
32

1.4. Caso sim, quais são as principais razões mencionadas pelos utentes?

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

2. Mecanismos usados pelo Registo e Notariado ao nível da Província/Distrito para


facilitarem o registo de nascimento.

2.1. Quais são os mecanismos (formas) usados pelos serviços de Registos e Notariado ao
nível da Província/distrito para facilitarem o registo de nascimento?

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------

2.2. Do ponto de vista dos serviços, será que os mecanismos mencionados no ponto anterior
são suficientes ou ideias para o alcance do cidadão?

Sim-------------, Não---------------
33

2.3. Justifique:

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------

3. Importância do registo de nascimento na vida de um cidadão

3.1. De forma geral, quais são as vantagens de registo de nascimento do cidadão na ótica
jurídica?

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------

3.2. Também de igual modo, quais são as vantagens de não fazer o registo de nascimento na
ótica jurídica?

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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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Apêndice 2. Questionário B – Dirigido à Escolas Primárias e Secundária local

Questionário destinado a recolha de dados sobre a " PROBLEMÁTICA DA FALTA DE


ADESÃO AO REGISTO DE NASCIMENTO NO DISTRITO DE NACALA-A-VELHA
2017-2018". Dirigido à Escola Primaria Completa Josina Machel, e Escola Secundaria de
Nacala-à-Velha para elaboração da monografia científica de conclusão do curso de
Ciências Jurídicas.

Ponto 1. Razões da fraca procura de registo de nascimento por parte dos pais e encarregados
de educação.

Quantas crianças foram matriculadas sem o registo de nascimento nos anos:

Anos Matriculadas no geral Matriculados sem registo

2017

2018

Quais são as razoes mencionadas pelos pais e encarregados de educação ao matricularem as


crianças sem registo de nascimento?

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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------

Ponto 2. Mecanismos usados pelo Registo e Notariado ao nível da Província/Distrito para


facilitarem o registo de nascimento.

2.1. Do ponto de vista da escola (responsável) os mecanismos usados para o registo de criança
são eficientes para abranger maior parte dos cidadãos?

Sim-----------, Não----------------

2.2. Justifique:

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------

Ponto 3. Importância jurídica do registo de nascimento na vida de um cidadão

3.1. De forma geral, quais são as vantagens de registo de nascimento do cidadão?


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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------

3.2. Também de igual modo, quais são as vantagens de não fazer o registo de nascimento?

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-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------
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Apêndice 3. Questionário C – Dirigido aos residentes do Bairro cimento da vila Nacala-à-


Velha

Questionário destinado a recolha de dados sobre a " PROBLEMÁTICA DA FALTA DE


ADESÃO DE REGISTO DE NASCIMENTO NO DISTRITO DE NACALA-A-VELHA
2017-2018". Dirigido aos munícipes residentes do Bairro de Napela para elaboração da
monografia científica de conclusão do curso de Ciências Jurídicas.

Ponto 1. Razões da fraca procura de registo de nascimento por parte dos pais e encarregados
de educação.

Todos membros do seu agregado familiar têm registo de nascimento (cédula)?

Sim-------------, Não---------------

Caso não, quais são as razões?

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Caso sim, porque?

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-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------

Ponto 2. Mecanismos usados pelo Registo e Notariado ao nível da Província/cidade para


facilitarem o registo de nascimento.

2.1. Do seu ponto de vista os mecanismos usados para o registo de criança são eficientes para
abranger maior parte dos cidadãos?

Sim----------------, Não--------------

2.2. Justifique:

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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2.3. Quais são os locais que conheces através dos quais se faz o registo de nascimento?

Registo civil

Centro de saúde

Posto administrativo

Posto policial

Gabinete de Atendimento da mulher e criança

Secretário do bairro

Brigadas móveis

2.3. Na sua forma de ver, o que faz com que outras pessoas incluindo a si mesmo (se for o
caso) não fazem o registo de nascimento a tempo e hora da sua família?

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Ponto 3. Importância do registo de nascimento na vida de um cidadão

3.1. De forma geral, quais são as vantagens de registo de nascimento do cidadão?

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3.2. Também de igual modo, quais são as vantagens de não fazer o registo de nascimento?

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Obrigado pela compreensão

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