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ÍNDICE
1 - INTRODUÇÃO...............................................................................................................................4
1.1. Objectivos gerais do estudo:.....................................................................................................4
1.2. Objetivos específicos:................................................................................................................4
PROCESSO DO TRABALHO............................................................................................................6
1 – PRINCÍPIOS GERAIS..................................................................................................................6
1.1 – Conceito....................................................................................................................................6
2 – PROCESSOS DECLARATIVOS VS PROCESSOS ESPECIAIS.............................................6
2.1 – PROCESSOS ESPECIAIS (Processos emergentes de acidentes de trabalho e de doenças)
...........................................................................................................................................................7
2.1.1 – Tramitação.........................................................................................................................7
2.1.2 – Fase Conciliatória..............................................................................................................8
2.1.3 – Exame médico...................................................................................................................10
2.1.4 – Tentativa de Conciliação..................................................................................................10
2.1.5 – Fase Contenciosa.............................................................................................................12
3 – RECURSOS..................................................................................................................................13
3.1 – Prazos de interposição.............................................................................................................14
3.2 – Modo de interposição..............................................................................................................14
3.3 – Interposição e efeitos dos recursos..........................................................................................14
4- PROCESSO EXECUTIVO...........................................................................................................16
4.1 – Execução Baseada em Sentença de Condenação em Quantia Certa.........................................16
4.2 – Execução Baseada Noutros Títulos..........................................................................................19
5 – CONCLUSÃO..............................................................................................................................20
6 – BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................21
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1 - INTRODUÇÃO
O modo como desenvolvemos nossas atividades profissionais, o modo como realizamos o
nosso trabalho, qualquer que seja, e chamado de processo de trabalho. Dito de outra forma,
pode-se dizer que o trabalho, em geral, é o conjunto de procedimentos pelos quais os homens
atuam, por intermédio dos meios de produção, sobre algum objecto para, transformando-o,
obterem determinado produto que pretensamente tenha alguma utilidade.
Com a finalidade de localizar os códigos respectivos, esclarecemos que: cada causa submetida
a tribunal pode ter várias origens. Poder-se-á dizer, em grosso modo, que as principais são: –
de natureza civil – se se tratar de resolver uma questão cível surgida entre duas partes; – de
natureza criminal – onde se pretenderá decidir uma questão relativa a um crime ou a uma
contravenção; – de natureza laboral – se disser respeito a um conflito surgido em virtude da
relação entre trabalhador e empregador.
PROCESSO DO TRABALHO
1 – PRINCÍPIOS GERAIS
1.1 – Conceito
Os tribunais do trabalho são órgãos de administração da justiça no trabalho que procurarão
resolver as questões do trabalho que lhes sejam submetidas pela obtenção de acordos,
conquanto sejam respeitados os direitos dos trabalhadores – art.ºs 1.º e 2.º da Lei n.º 18/92,
diploma de que fazem parte as disposições a seguir indicadas sem menção de origem.
No processo executivo “o direito está dito” e nele o “autor” requer as providências adequadas
à reparação efectiva do direito violado – (art.º 4.º, n.º 3 do CPC).
– Processo emergente de trabalho ou de doença profissional (art.ºs 29.º e 97.º a 153.º do CPT).
O processo executivo, por sua vez, é aquele que tem por base qualquer dos títulos enunciados
no art.º 86.º do CPT, como por exemplo: sentenças condenatórias por tribunais de trabalho;
autos de conciliação etc..
Há, no entanto, que distinguir dois tipos de execução, como refere o art.º 49.º CPT.
– execução baseada nos outros títulos previstos no art.º 86.º do CPT, à qual se aplicam as
normas de processo comum de execução sumária (art.º 95º, n.º1 do CPT).
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Daí o facto de as acções desta natureza correrem oficiosamente, como vimos, não estando a
iniciativa e o impulso processuais condicionados pela vontade das partes.
Se o sinistrado não tiver informado a entidade patronal, o prazo para esta participar o acidente
ou a doença ao tribunal é de quatro dias a contar da data do conhecimento do facto
determinante. Mas, se do acidente ou da doença profissional, tiver resultado a morte ou a
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Cabe referir que o boletim de alta deve ser remetido ao tribunal, no prazo de três dias, a
contar da alta ou se o sinistrado estiver a cargo de uma seguradora, até ao exame médico a
realizar na fase conciliatória, ou ainda sob requisição do juiz (art.º 155.º da Lei 8/98, de 20/7,
e art.ºs, 11.º a 35.º do Diploma Legislativo 1706, de 19/10/1957).
Quando a participação for feita por uma entidade seguradora, deve ser acompanhada de toda a
documentação clínica e nosológica (respeitante a doenças) disponível, de cópia da apólice e
seus adicionais em vigor, bem como da folha de salários dos mês anterior ao acidente e nota
discriminativa das incapacidades, internamentos e indemnizações pagas desde o acidente.
Se o sinistrado e/ou entidade responsável não chegarem a acordo, tem lugar a fase de
contencioso, que adiante trataremos.
Recebida a participação abre-se de imediato “vista” ao M.ºP.º, uma vez que não há lugar a
preparo inicial, por os sinistrados e seus familiares estarem isentos de custas (art.º 2.º, al. b)
do Código das Custas Judiciais Trabalho).
O M.ºP.º, depois de estarem juntos aos autos todos os elementos que considere necessários,
como já vimos, procede às diligências a que se referem os art.ºs 98.º a 102.º do CPT, tendo em
atenção as seguintes situações:
Este arquivamento é provisório durante o prazo da prescrição (12 meses – art.º 165.º
da Lei 8/98, de 20/7), podendo o processo ser reaberto durante esse prazo se aparecer
algum beneficiário legal.
C – Se o sinistrado ou doente se encontrar numa das situações previstas no art.º 100.º do CPT
(o que na prática não é muito frequente), o M.ºP.º ordenará a realização de exame
médico, seguido de tentativa de conciliação, nos termos do art.º 107.º do CPT no
sentido de se conseguir um acordo provisório.
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Vejamos alguns:
– É secreto, isto é, a ele apenas podem assistir, além do M.ºP.º, o oficial de justiça;
– O perito médico pode reconhecer que, por si só, não pode definir com rigor a situação
clínica do sinistrado, necessitando, para esse efeito, de elementos auxiliares de diagnóstico ou
de pareceres especializados, que serão requisitados, nos termos do art.º 103.º, n.º 2 do CPT,
aos serviços de saúde da área do tribunal.
Juntos esses elementos ou pareceres aos autos, o M.ºP.º designará nova data para exame
médico seguido de tentativa de conciliação.
Findo o exame médico, o seu resultado será logo notificado ao sinistrado e às pessoas
convocadas para a tentativa de conciliação (art.º 103.º, n.º 4 do CPT) que assim ficam com
o conhecimento exacto do que vão discutir na subsequente tentativa de conciliação.
A tentativa de conciliação é presidida pelo M.ºP.º e nela intervêm, além do sinistrado (ou
dos seus beneficiários legais, em caso de morte), as entidades patronais seguradoras (art.º
105.º, n.º 1 do CPT).
A não comparência injustificada das partes que tiverem sido notificadas para comparecer a
qualquer acto fá-las incorrer em multa (art.º 134.º, n.º 1 do CPT).
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Note-se que, em processo de acidente de trabalho, estamos face a direitos indisponíveis, pelo
que não tem sobre eles eficácia a vontade das partes. Não pode, pois, e como exemplo, um
sinistrado conciliar-se com base num salário inferior ao que foi apurado nos autos.
O conteúdo do auto de tentativa de conciliação vem referido nos art.ºs 108.º e 109.º do CPT,
distinguindo o legislador a situação em que há acordo (art.º 109.º do CPT).
Pode mesmo dizer-se que há uma maior exigência na elaboração dos autos de conciliação
frustrada, uma vez que nele deverão ficar expressamente consignados todos os factos sobre os
quais tenha ou não havido acordo (art.º 109.º, n.º 1 do CPT) e que são os seguintes:
– Retribuição do sinistrado ou doente; o que recebe com regularidade (Se não houver acordo
sobre a retribuição, o M.ºP.º designa nova data para tentativa de conciliação e convoca,
também, a entidade patronal. (v. art.º 105.º, n.º 2 do CPT).
Assim, não se tendo as partes conciliado, na fase contenciosa que se segue, só se discutirão as
questões acerca das quais não foi obtido acordo, não podendo as outras ser objecto de
discussão, considerando-se definitivamente assentes (art.º 129.º, n.º 1 do CPT).
Caso tenha havido acordo, será o mesmo submetido imediatamente ao juiz que o homologará
(art.º 111.º, n.º 1 do CPT). Neste caso o acordo produz efeito desde a data da sua realização
(art.º 112.º, n.º 1 do CPT).
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(Chama-se a atenção para o facto de a homologação do acordo não ter que ser notificada às
partes, uma vez que o art.º 112.º, n.º 3 do CPT apenas exige que elas sejam notificadas da não
homologação).
Não sendo o acordo alcançado ou não sendo homologado (pelo juiz), o M.ºP.º assume
imediatamente o patrocínio oficioso (Se tiver motivo para recusar o patrocínio, o M.ºP.º
notifica os interessados, que, no prazo de vinte dias, pode reclamar hierarquicamente. Até à
notificação do despacho proferido pelo superior hierárquico não corre o prazo para a
propositura da acção – art.ºs 9.º e 10.º do CPT), do sinistrado ou dos seus beneficiários legais
(em caso de morte) e apresenta a petição inicial no prazo de quinze dias, a contar da frustrada
tentativa de conciliação (art.º 109.º do CPT) ou da notificação da não homologação do acordo
(art.º 112.º, n.º 3 do CPT) – art.ºs 110.º, 115.º e 117.º, n.º1 do CPT.
O prazo para apresentação da petição inicial pode ser prorrogado pelo juiz por igual período, a
pedido do magistrado do M.ºP.º para recolha dos elementos necessários à propositura da
acção.
Se, decorrido o prazo de 15 dias e acção não for proposta, o processo é “concluso” ao juiz,
para suspender a instância, podendo o M.ºP.º propor a acção logo que reúna os elementos para
ela necessários – art.º 117.º do CPT.
Valor:
Nesta fase (contenciosa), havendo várias questões, o juiz, no despacho saneador, consignará
assentes as questões sobre as quais tenha havido acordo na tentativa de conciliação (na fase
conciliatória) e nos articulados, ordenará, o desdobramento do processo em função do que
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tiver sido requerido pelas partes (art.ºs 129.º, n.º1, 130.º, 109.º, n.º 1, 116.º do CPT, 510.º do
CPC).
– Processo principal, em que se decide todas as questões que não devam ser resolvidas nos
apensos que resultarem do desdobramento.
Este processo segue nos mesmos autos em que tiver sido processado a fase conciliatória (art.ºs
116.º, al. a), e 124.º a 135.º do CPT).
– Apenso de fixação de incapacidade para o trabalho (art.º 116.º, al. b) e 136.º do CPT).
– Apenso para determinação da entidade responsável (art.º 116.º, al. c) e 137.º do CPT).
A fixação da incapacidade para o trabalho corre no processo principal quando a fixação tiver
sido fixada provisoriamente (art.ºs 104.º, n.º 2, 107.º,119.º e 120.º, n.º 3 do CPT) ou se a
fixação for o único ponto de discórdia na tentativa de conciliação (art.º 105.º, 109.º e 130.º, n.º
1, al. b) do CPT).
Nas demais situações, corre por apenso ao processo principal – art.ºs 116.º e 130.º, n.º 1, als.
a) e c) do CPT.
3 – RECURSOS
Das decisões dos tribunais distritais cabe recurso para os tribunais provinciais.
Das decisões dos tribunais provinciais cabe recurso para o Tribunal Supremo, segundo as
regras de hierarquia.
Das decisões dos tribunais distritais de trabalho cabe recurso para o tribunal provincial desde
que o valor da acção ultrapasse o valor fixado para as alçadas dos tribunais de 2ª classe e
1ªclasse.
E das decisões proferidas nos tribunais provinciais pode caber recurso para o Tribunal
Supremo, dependendo do valor da acção.
Como já vimos, consente o art.º 13.º, n.º 2 da Lei 18/92, que quando não houver tribunal
distrital o processo corre no tribunal provincial com competência nesse distrito.
(Quanto às decisões de que cabe recurso de apelação ou de agravo e uma vez que o CPT é
omisso, veja-se o que dispõem os art.ºs 691.º e 733.º do CPC).
O processo só vai “concluso” ao juiz para admitir e mandar subir o recurso (se for caso disso),
após esgotado o prazo para o recorrido contra – alegar e se, entre outras condições, tiver “sido
dado cumprimento à legislação sobre custas”.
Tal significa, que só depois de contado o processo e após o depósito das quantias (custas)
eventualmente devidas, é que o juiz deve proferir despacho a admitir e mandar subir o
recurso.
Porém, no caso do recurso ser de agravo, há que ter em atenção que, nos termos do n.º 2 do
art.º 78.º do CPT, o juiz tem de reapreciar a questão, podendo sustentar ou reparar o agravo.
Exceptuando os casos previstos no art.º 80.º do CPT, o regime de subida do recurso de agravo
é o de subida diferida.
O agravo cabe das decisões, susceptíveis de recurso, de que não pode apelar-se (art.º 733.º do
CPC).
O recurso de apelação tem efeito meramente devolutivo (não suspende o efeito da sentença),
sem necessidade de declaração.
A caução deve mostrar-se prestada no prazo de 30 dias (art.º 79.º, n.º 2 do CPT).
Portanto, face a esta situação em que, ao interpor recurso de apelação, o recorrente pretende
obter o efeito suspensivo, para o que requer a prestação de caução, deverá a secretaria,
imediatamente após notificar a outra parte para contra–alegar, abrir “conclusão” ao juiz para
que este ordene prestação de caução, esse despacho é notificado ao recorrente e recorrido.
Dado que a sentença só constitui título executivo depois do trânsito em julgado, salvo se o
recurso dela interposto tiver efeito meramente devolutivo, o credor que pretenda requerer a
execução de sentença deve aguardar sempre o prazo de trinta dias, destinado à constituição
da caução para efeito suspensivo pelo devedor.
Se a caução não for prestada, a sentença poderá ser, desde logo, executada, apesar de ter sido
interposto recurso (art.º 79.º, n.º 1 do CPT). Essa execução, porém, deve suspender-se após a
venda dos bens penhorados, se nessa altura ainda não estiver transitado em julgado a sentença
que foi objecto de recurso (art.ºs 47.º, n.ºs 2 e 3 e 890.º, n.º 5 do CPC).
Se a caução for prestada, é processada por apenso, seguindo os termos do CPC (art.ºs 433.º e
435.º).
É desejável que o processo principal (no qual foi interposto o recurso) e o apenso de prestação
de caução sejam movimentados simultaneamente, de tal modo que, quando no processo
principal se abrir “conclusão” para o juiz admitir e mandar subir o recurso, já no apenso de
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caução tenha transitado em julgado a decisão proferida sobre a caução oferecida. Só assim o
juiz poderá fixar o efeito suspensivo.
4- PROCESSO EXECUTIVO
No processo executivo laboral, diferentemente do processo civil comum, existem apenas duas
formas de execução: conforme se baseie em sentença de condenação em quantia certa ou em
qualquer outro título (art.º 48.º do CPT).
Quer isto dizer que o valor não é elemento determinativo da forma do processo, apenas se
atendendo à natureza do título executivo.
Se decorrido o prazo de um mês, ou no prazo que o juiz tiver fixado na sentença, a secretaria
notifica oficiosamente o autor para, no prazo de oito dias, prorrogável pelo juiz (o
requerimento a pedir prorrogação de prazo até 8 dias, é junto ao processo principal, após o
que se abre “conclusão” ao juiz, o despacho que vier a ser proferido é notificado ao
requerente), nomear bens do devedor necessários para solver a quantia exequenda e as custas,
salvo se, entre outras hipóteses, o devedor os houver já previamente nomeado (art.º 87.º, n.º 1,
al.c) do CPT).
A – N ada fazer.
B – Nomear bens à penhora no prazo de oito dias, que pode ser prorrogável pelo juiz (art.º
88.º, n.º 1 do CPT).
Os requerimentos a que aludem os pontos B e D dão inicio à execução, sendo autuados por
apenso (art.º 87.º n.º 3 CPT).
Nesta última situação, o tribunal substitui-se à parte, não tendo a inércia do autor credor
qualquer influência na vida da acção executiva, que será instaurada oficiosamente pelo
tribunal, caso sejam encontrados bens penhoráveis.
Não haverá nesta situação, lugar a preparos, não devendo também o processo ser remetido à
conta, nos termos do art.º 74.º do CCJ mesmo que esteja parado mais de dois meses, já que
não é o autor credor que cabe o impulso processual.
O despacho que ordena a penhora é notificado ao executado (nos termos do n.º 3 do art.º 32.º
do CPT) após a penhora, que dispõe do prazo de cinco dias para deduzir oposição por
embargos, nos termos do disposto no n.º 2 do referido art.º 89.º do CPT podendo alegar
quaisquer circunstâncias que infirmem a penhora ou algum dos fundamentos de oposição à
execução baseada em sentença, previstos no art.º 813.º do CPC.
Os embargos de executado são autuados por apenso à execução (art.º 817.º, n.º 1 do CPC).
Note-se que a figura “oposição” de que fala o art. 94º do CPT reveste-se de uma amplitude
maior do que a figura de “embargos de executado” do processo civil comum, uma vez que
ela engloba não apenas os fundamentos de oposição à execução baseada em sentença
previstas no art.º 813.º do CPC, mas, também, circunstâncias que infirmam a penhora,
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designadamente se ela incidir sobre bens que não podem ser penhorados (art.º 822.ºs e 823.º
do CPC).
Seguidamente, o processo é “concluso” ao juiz que, após a realização das diligências de prova
que considere necessárias, conhecerá da oposição (art.º 89.º, n.ºs 3, 4 e 5 do CPT), seguindo-
se os demais termos de execução previstos no CPC (art.ºs 801.º e 923.º do CPC), sem prejuízo
da suspensão da instância para pagamento em prestações da quantia exequenda prevista no
art.º 96.º do CPT.
Só é lícito penhorar bens que já estejam penhorados noutra execução, se ao devedor não
forem conhecidos outros bens de valor suficiente para liquidar a quantia exequenda e as
custas (art.º 91.º, n.º 1 do CPT).
No caso de a penhora recair sobre bens já penhorados noutro tribunal, há que distinguir duas
situações:
Neste caso faz-se a penhora nos mesmos bens e, oficiosamente, comunica-se o facto ao
tribunal que penhorou em primeiro lugar. Em seguida, abre-se “conclusão” para o juiz
suspender a execução (art.º 92.º, n.º 1 do CPT).
Por sua vez, o tribunal que penhorou em primeiro lugar, face à notificação recebida, terá de
ter em atenção que, do produto da venda dos bens ali penhorados, saem logo as custas do
respectivo processo.
Com o excedente só será pago o exequente se no tribunal que ordenou a segunda penhora, não
houver já créditos a satisfazer; se os houver, pagar-se-á conjunta e rateadamente, se
necessário.
De qualquer modo, no processo que penhorou em primeiro lugar e no qual foi feita a venda,
só poderá ser pago o exequente depois de recebida do tribunal que ordenou a segunda penhora
nota dos créditos verificados e das custas em dívida (art.º 92.º, n.ºs 2 e 3 do CPT).
Neste caso, aplica-se o disposto no art.º 871.º do CPT, cabendo ao exequente e não ao
tribunal, efectuar as diligências previstas nos n.º 1 e 2 daquela disposição legal.
Não esquecer que a antiguidade da penhora de bens imóveis ou móveis sujeitos a registo se
afere pela data do registo da penhora na conservatória e não pela data em que foi lavrado o
auto de penhora (art.º 871.º, n.º1 do CPC).
Numa execução por quantia certa em que se mostrem pagas a quantia exequenda, ainda que
em prestações, e as custas, o processo é “concluso” para sentença de extinção da execução.
5 – CONCLUSÃO
O processo do trabalho foi percursor de algumas das alterações mais significativas que
ocorreram no direito processual em geral. Assim aconteceu no campo da simplificação e da
aceleração processual e também no que concerne ao reforço dos poderes do juiz na direcção
do processo, potenciando os factores de eficácia e um maior equilíbrio entre as partes que, em
geral, se encontra prejudicado pelo diferencial económico e de meios humanos e materiais.
Sem embargo da autonomia relativamente ao processo civil comum, o CPT não esgota a
regulamentação necessária ao foro laboral, demandando o recurso subsidiário ao Código do
Processo Civil quando se trate de integrar casos omissos. Tal mecanismo não suscita
dificuldades perante aspectos totalmente omissos no Código do Processo do Trabalho, mas
revela-se um verdadeiro “quebra-cabeças” quando estão em causa figuras que colhem a sua
regulamentação em ambos os diplomas. A alteração do regime processual civil comum,
desacompanhada da alteração ou da adaptação do processo laboral, suscita dúvidas que
infirmam a principal característica a que deve obedecer o direito adjectivo em geral e o
processo do trabalho em particular: a certeza e a segurança na identificação do regime jurídico
a que obedecem os actos e a tramitação processual.
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6 – BIBLIOGRAFIA
Legislação
Doutrina