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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................4
1.1. Objectivos gerais do estudo:...................................................................................4
1.2. Objectivos específicos:...........................................................................................4
2. RECURSO EM PROCESSO CIVIL.........................................................................6
2.1 NATUREZA JURÍDICA DE RECURSO...............................................................7
2.2 CLASSIFICAÇÃO DO RECURSO........................................................................8
2.2.1 I RECURSOS ORDINÁRIOS..........................................................................8
2.2.2 II RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS.........................................................10
2.3 EFEITOS DO RECURSO.....................................................................................12
2.4 ADMISSIBILIDADE DO RECURSO..................................................................13
3. CONCLUSÃO............................................................................................................16
4. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................17
4
1. INTRODUÇÃO
A natureza humana, não só em um sentido amplo, mas também finalístico, é a principal
justificativa para o inconformismo inerente às relações interpessoais na sociedade
moderna.1 Nesta toada, pode-se conceituar, ainda que preambularmente, recurso como o
direito que a parte vencida tem, no todo ou em parte, de provocar o reexame de
determinada decisão judicial, objetivando sua reforma ou mesmo modificação por órgão
competente e hierarquicamente superior,2 notadamente, portanto, não podendo ser
confundido com outros meios autônomos de impugnação a uma decisão judicial, como,
v.g. ação rescisória ou mandado de segurança.
Conceituação.
Conforme leciona José Carlos Barbosa Moreira, recurso é o remédio voluntário idôneo
a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a
integração judicial que se impugna.
Desta forma, o recurso impede que a decisão judicial impugnada se torne preclusa,
prolongando o estado de litispendência.
a) Diz o Prof. Paulo Cunha: recursos são os meios de impugnação da sentença, que
consistem em se procurar a eliminação dos defeitos da sentença injusta ou inválida por
devolução do julgamento a outro órgão de judicatura hierarquicamente superior, ou em
se procurar a correcção de uma sentença já transitada em julgado (3).
b) Para o Prof. J. Alberto dos Reis: os recursos são meio de obter a reforma da sentença
injusta, de sentença inquinada de vício substancial ou de erro de julgamento. O
mecanismo através do qual opera o recurso define-se nestes termos: pretende-se um
novo exame da causa, por parte do órgão jurisdicional hierarquicamente superior (4).
c) O Prof. Palma Carlos escreve: recursos são os meios pelos quais se submetem as
decisões judiciais a nova apreciação jurisdicional, feita por um tribunal superior (5).
3
Cunha, Paulo - <<Processo Comum de Declaração>> 2º Vol., pág. 368 e 376 e segs. (Braga – 1944).
4
Reis, J. Alberto dos - <<Código de Processo Civil Anotado>>, vol. V, anotação ao art. 677., pág. 211 e
seguintes.
5
Carlos, A. Palma - <<Direito Processual Civil – dos Recursos>>, pág. 5 e segs., ed. da Associação
Acadêmica da Faculdade de Direito de Lisboa – 1969; no mesmo sentido as lições de 1951-52, pág. 5 e
de 1958-59, pág. 5 e segs.
6
Mendes, João de Castro - <<Direito Processual Civil (Recursos)>, pág. 3 e segs., ed. da Associação
Acadêmica da Faculdade de Direito de Lisboa, 1972.
7
O recurso pode ainda ser entendido como uma fase da instância ou como uma nova
instância que se inicia com o recurso.
(a) o recurso é uma ação autônoma relativamente àquela que lhe deu origem, ação está
de natureza constitutiva;8 (b) o recurso é continuação do exercício do direito de ação em
fase posterior do procedimento.9
Pela análise dos vários preceitos do C.P.C que tratam desta matéria, e possível
descortinar os seguintes traços significativos, nas várias espécies de recursos, no que
concerne ao objeto do recurso.
Esta espécie de recurso foi denominada até 1961, altura da revisão do C.P.C, como
recurso de queixa.
A reclamação tem, por objeto, segundo a lei, a decisão que e proferida no despacho de
não recebimento dos vários recurso, ou de retenção do agravo (10).
B - Apelação
Esta modalidade de recurso, vem regulada no Código de Processo Civil, art. 681. ° E
seguintes.
Segundo consta da lei, o objeto da apelação são as decisões que conheçam do mérito de
causa, as quais podem ser: a sentença final e o despacho saneador.
Embora seja problemático saber o que se deve entender por mérito de causa, duvidas
não poderão subsistir quanto ao seu necessário conhecimento pela sentença que dirime
um litigio; deste modo o recurso a interpor dessa decisão e da apelação.
10
Cfr. Carlos, A. Palma, ob. Cit, pág. 44 e sgs.; Mendes, J. Castro, ob. Cit., pág. 61 e sgs.
9
No caso vertente, a mesma orientação deve ser mantida: quando se recorre de apelação,
o recurso e apenas da decisão proferida e não dos fundamentos da mesma (11).
C - Revista
A revista consiste num recurso que tem por objeto um acórdão da Relação, proferido
sobre o recurso de apelação, quando conheça do mérito da causa (12).
Segundo o art. 721 – n i e ainda a decisão que serve de obecto ao recurso e não a
questão decidida, impossibilitando-se assim uma nova apreciação sobre os fundamentos
daquela.
No entanto, deve ser salientado o disposto no art. 729 n. 3: quando o Supremo Tribunal
de Justiça entenda que a decisão de facto pode e deve ser ampliada em ordem a
constituir base suficiente para a questão de direito, o processo volta a 2ª instância para
que aquela possa ser efectuada (13).
Deste modo, pareceria que o objeto do recurso se ampliava, deixando de ser somente a
decisão para passar a ser também a questão decidida.
Contudo, não deve ser esse o melhor entendimento a dar a questão: o objeto da revista e
ainda o acórdão que tratou do mérito da causa – questão de direito – que constitui o
objeto essencial deste recurso, e não a apreciação da matéria de facto, ressalvado o caso
excepcional do art. 722.° n.º 2.
D - Agravo em 1ª instância
11
Carlos, A. Palma, ob. Cit., pág. 59 e 63; Liebman, Enrico, <<Manual...>> cit. n. 314, pág. 45; Mendes,
J. Castro, ob. Cit., pág. 70 e sgs.; Rodrigues, Manuel, ob. Cit., pág. 49, 51 e segs.; Vincent, Jean, ob. Cit.
n. 599, pág. 775 e segs.; Jauernig, Othmar, ob cit., pág. 231 e segs.
12
Cfr., Calamandrei, <<La cassazione...>> cit, vol. II; Carlos, A. Palma, ob. Cit., pág. 107 e segs.;
Liebman, Enrico, ob. Cit., pág. 63 e 87; Mendes, J. Castro, ob. Cit., pág. 79 e segs.; Vincent, Jean, ob.
Cit., pág. 584 e segs.
13
Neste sentido cfr., Carlos, A. Palma, <<Dos Recursos>> cit., pág. 121.
10
Esta forma de recurso vem regulada no art. 733. ° do C.P.C. e consiste na possibilidade
oferecida as partes de recorrerem das decisões de que não pode apelar-se (cfr. art. 691.
°), isto e, das decisões que não conhecem do mérito da causa.
Muito sinteticamente, a lei continua a afirmar que recurso de agravo cabe apenas das
decisões e não de outra ou outras quaisquer questões.
E - Agravo em 2ª instância
O agravo em 2ª instancia vem regulado no art. 754. ° do CPC e cabe quer da sentença
do tribunal de comarca quer do acórdão da Relação, nos termos previstos nas alíneas a)
e b) do referido artigo.
A referência expressa da lei quer a sentença (a decisão final) quer ao acórdão (decisão
colectiva da Relação) não podem deixar de corroborar o entendimento de que, ainda
neste caso, o objeto do recurso são decisões.
Neste sentido, cabe salientar a epígrafe do já citado art. 754. ° do CPC. <<Decisões de
que cabe agravo na 2ª instância>> (14).
A mesma orientação e seguida no art. 770, em que se admite recurso (após o trânsito em
julgado do acórdão proferido em último lugar) pelo Ministério Público com o fim de
provocar assento sobre conflito de jurisprudência, e ainda a decisão da questão que
serve de objeto ao recurso e não a questão decidida ou, de outro modo, a forma como a
questão foi decidida (15).
14
Cfr. Carlos, A. Palma, ob. Cit., pág. 141, 159 e 208; Mendes, J. Castro, ob. Cit., pág. 70 e 79.
15
Carlos, A. Palma, ob. Cit., pág. 225 e segs.; Mendes, J. Castro, ob. Cit., pág. 85 e segs.
11
O objeto do recurso de revisão parece ser segundo a nossa lei, qualquer decisão
transitada em julgado (art. 771. °) (16).
2ª – anulado o caso julgado, vai o tribunal julgar de novo a questão: juízo rescisório.
H - Oposição de terceiro
16
Carlos, A. Palma, ob. Cit., pág. 261 e segs.; Liebman, Enrico, ob. Cit., pág. 113 e segs.; Mendes, J.
Castro, ob. Cit., pág. 103 e segs.; Vincent, Jean, ob. Cit., pág. 850 e segs.
17
Cfr. sobre a questão Guasp, Jaime <<Derecho Procesal...>> cit., II vol., pág. 1322 e segs.
18
Cfr. Mendes, J. Castro <<Recursos...>>, cit., pág. 106.
12
A decisão final, referida no art. 778.°, pode ser impugnada; mas pode questionar-se se
será apenas esta decisão final o objeto do recurso (19).
Neste caso o objeto do recurso parece alargar-se: não assenta unicamente na decisão,
mas estende-se e consubstancia-se numa renovação do processo, englobando o que
designamos por questão recorrida.
b) Não suspensivos: Não suspensivos são aqueles desprovidos, como regra geral, deste
efeito e que, por isto, não obstam a que haja execução provisória da decisão impugnada,
nos termos do art. 693 do CPC.
Efeito suspensivo
19
Cfr. Carlos, A. Palma, ob cit., pág. 281 e segs.; Mendes, J. Castro, ob. Cit., pág. 106 e sgs.; Vincent,
Jean, ob. Cit., pág. 835 e sgs.; Liebaman, Enrico, ob. Cit., pág. 125.
13
autos com sua executividade adiada ou suspensa, perdurando essa suspensão até pelo
menos o escoamento do prazo para interposição do recurso.
Pontuo propriamente o caso do Recurso de Apelação, onde, pela própria tradição desta
via recursal, é interposto junto ao juízo a quo (aquele que prolatou a sentença que se
está a atacar). A fim de empreender maior dinâmica e economia processual, ganhando
com isso, pensa-se, melhor celeridade na duração do processo, evitando que ocorra
como no atual modelo, dupla análise da admissibilidade do recurso em tela, pôde
subentender a superação deste modelo de controle de admissibilidade recursal, cabendo
ao juízo a quo, quando da apresentação da Apelação, intimar o apelado para apresentar
suas contrarrazões no prazo de 15 dias, racionalidade está amparada pela própria
ausência de referências ao juízo de admissibilidade do juízo a quo.
Uma vez, portanto, apresentada a aludida resposta pelo apelado, o juízo monocrático
remeterá os autos para o Tribunal competente, independentemente de qualquer juízo de
admissibilidade, dada a ausência de previsão.
Assim como ocorre no exame das preliminares em relação ao mérito da ação, interposto
determinado recurso, seu mérito não poderá ser apreciado sem que antes se analisem as
condições e os pressupostos recursais, a existência das condições de admissibilidade e
dos pressupostos de desenvolvimento da atividade jurisdicional recursal. As questões de
admissibilidade do recurso dizem respeito à possibilidade de conhecimento do recurso
pelo órgão competente, em função das condições e dos pressupostos genéricos impostos
pela lei — como a legitimidade, o interesse em recorrer, a tempestividade, a
regularidade formal do recurso, o preparo etc. — e dos pressupostos específicos
(hipóteses de cabimento) de cada recurso em espécie. Assim, quando se fala em
conhecimento ou não conhecimento do recurso está-se diante de juízo de
admissibilidade, realizado pelo órgão julgador, isto é, não se está dizendo que o
15
recorrente tem ou não razão, mas somente que o recurso pode ou não ter o mérito
conhecido, isto é, ter seu mérito julgado pelo órgão competente.
16
3. CONCLUSÃO
Concluímos frisando que, o recurso é um acto de inconformismo, destinado a reformar,
aclarar ou anular uma decisão. Não é a única forma de atacar uma decisão, pois existem
os meios autônomos de impugnação. Cada recurso possui uma destinação específica. O
tipo de recurso dependerá do vício a ser atacado na decisão judicial.
Por fim, o recurso se diferencia dos demais meios de impugnação, pois é um ato de
inconformismo exercido dentro da mesma relação processual. Ou seja, não se instala
uma nova relação jurídica processual, como ocorre, por exemplo, no caso da ação
rescisória, a qual constitui ação autônoma de impugnação.
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4. BIBLIOGRAFIA
Legislação
Doutrina: