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o MAS, não é possível pedir uma indemnização porque, como o falecido já morreu, não
sente o dano
o Art. 71º/2 CC: legitimidade para requerer as providências ao tribunal não há uma
continuação da personalidade do de cuius, mas sim um interesse que as pessoas
vivas têm na integridade moral do falecido
Outros artigos que tutelam a personalidade depois da morte: arts. 73º, 74º, 76º/2, 77º, 79º/
1 CC
Sucessão mortis causa (art. 2024º CC): transmissão do património, em que a causa da
aquisição é a morte “chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das relações jurídicas de uma
pessoa falecida, e a consequente devolução dos bens que a esta pertencia
Em regra, é universal a sucessão verifica-se a título global e diz respeito a vários direitos
e vinculações
o Exceção: legado sucessão a título singular
2. Relevância da Família como instituição fundamental da sociedade e sua proteção (arts. 36º, 67º CRP)
A Família é uma instituição fundamental da sociedade, tendo de ser protegida no fenómeno
sucessório
Solidariedade familiar intergeracional proteção da continuação do património na família
Há uma ideia programática de que os pais são responsáveis pelos filhos até à maioridade,
devendo lhes deixar alguma coisa mesmo depois de morrerem
Além disso, presume-se que uma pessoa, sozinha, não consegue criar um património
autonomamente
Hoje em dia, já não existe o imposto sucessório (imposto sobre as doações e as sucessões)
existe, sim, um imposto de selo
MAS, há uma isenção para os herdeiros legitimários (art. 6º e) CIS): cônjuges,
descendentes, ascendentes e unidos de facto
o Ex: um irmão que recebeu uma herança paga imposto de selo
o Motivo: se tal não acontecesse, o imposto sucessório poderia ser muito injusto
Ex: A casa com B num regime de comunhão geral de bens. B tem património e A
não. Ao morrer, A vai passar a sua parte do património para B, e este teria de pagar
imposto sobre aquilo que já era seu anteriormente
o Extintivo das relações jurídicas intransmissíveis do falecido (art. 2025º CC) e da sua
personalidade jurídica (art. 68º/1 CC)
Critério definidor da morte: o critério legal para determinar o momento da morte é a morte
cerebral (arts. 2º, 3º Lei nº 141/99) ocorrência de lesões irreversíveis no sistema
nervoso central, mesmo que ainda haja atividade respiratória ou cardíaca
o Motivo: é muito importante identificar o exato momento em que a pessoa morreu
Ex: o fenómeno sucessório é diferente consoante tenha morrido primeiro o pai, o
filho ou a mãe, no caso em que estes tenham morrido ao mesmo tempo
o A declaração da morte tem de ser feita por um médico
Registo da morte
A morte tem de ser registada: não pode ser invocada pelos herdeiros do de cuius, ou por
terceiros, enquanto não for lavrado o registo do óbito inatendibilidade e invocabilidade
Art. 1º/1 p), 2º e 192º e ss. CRC: efeito retroativo dos factos sujeitos a registo
Arts. 3º, 4º CRC: prova dos factos sujeitos a registo e valor probatório dos factos registado
o Prova da morte:
Acesso à base de dados do registo civil
Certidão de morte (arts. 211º, 212º e ss. e 220ºA e ss. CRC)
O assento de óbito é, normalmente, feito no prazo de 48 horas, com base nas declarações
das pessoas que têm o ónus jurídico de o declarar (arts. 192º, 193º, 203º CRC)
o A omissão dessa declaração é uma contraordenação (arts. 295º, 198º, 98º CRC)
o Arts. 194º e ss. CRC: essas declarações devem ser confirmadas pela apresentação
do certificado médico de óbito
Art. 195º CRC: caso em que há uma impossibilidade absoluta de comparência
médica
o Art. 201º CRC: no assento de óbito devem constar os requisitos gerais (art. 55º
CRC), os elementos de identificação pessoal do falecido, e a hora, data e lugar de
falecimento ou aparecimento do cadáver
Elementos importantes em matéria de abertura de sucessão (art. 2031º CC) e de
vocação sucessória (arts. 2032º, 2033º CC)
Relevância da causa da morte nos casos descritos no artigo 197º CRC
incapacidade por indignidade sucessória (art. 2034º CC)
o Há casos em que é necessário que se verifique um processo de justificação judicial
do óbito para poder lavrar o registo dos óbitos nos termos do artigo 233º e ss. CRC
(arts. 204º/2 e 3, 207º, 208º CRC) caso de presunção de morte (art. 68º/3 CC)
Quando não aparece o cadáver, é necessário realizar um inquérito para presumir que a
pessoa morreu processo de justificação judicial do óbito
M. Pinto e R. Capelo de Sousa: se o presumido morto reaparecer, aplicam-se, por
analogia, as regras quanto aos efeitos pessoais e patrimoniais da morte presumida por
ausência (arts. 115º-120º CC)
Morte presumida
Morte presumida (arts. 114º e ss. CC): ocorre quando determinadas pessoas estão ausentes
sem notícias durante um certo lapso de temo 10 anos ou 5 anos, se a pessoa tiver completado 80 anos
entretanto
Decorrido este tempo, os interessados (cônjuge, herdeiros) podem requerer a declaração
de morte presumida
Antes de ser declarada a morte presumida, podem ocorrer duas fases, em que o estatuto
jurídico do ausente é diferente:
o Curadoria provisória (arts. 89º e ss. CC): simples mecanismo de administração de
bens do ausente se permanecer ausente durante 2 anos, pode tornar-se em
curadoria definitiva
o Curadoria definitiva (arts. 99º e ss. CC): para além dos efeitos da administração de
bens, verifica-se a produção de outros efeitos
Dr. R. Capelo de Sousa: estão em causa efeitos para-sucessórios
Pereira Coelho: ainda não há presunção de morte, mas a lei já começa a
preparar a sucessão definitiva, porque se suspeita da morte:
o Arts. 101º, 102º a 104º, 109º, 110º, 112º, 113º CC: ainda não se abriu a
sucessão, mas já se começa a fazer de tudo para isso acontecer
Efeitos (art. 115º CC): produz os mesmos efeitos que a morte, mas não dissolve o
casamento, sem prejuízo do disposto no artigo 116º CC o cônjuge do ausente pode
contrair novo casamento, mas se souber que o ausente está vivo, o primeiro casamento
considera-se dissolvido por divórcio
Entrega dos bens do ausente aos sucessores (arts. 117º, 101º e ss. CC)
Regresso do ausente (art. 119º CC): o património é lhe devolvido no estado em que se
encontrar (ex nunc) vocação resolúvel
Presunção de comoriência
Presunção de comoriência: caso em que há morte simultânea de várias pessoas, ou em
momentos tão próximos que não é possível determinar a sua ordem cronológica para a produção de
certos efeitos jurídicos, exige-se a sobrevivência de uma das pessoas em relação à outra
A prova do momento da morte pode-se fazer por todos os meios possíveis: prova
documental, pericial, testemunhal, por inspeção e presunções judiciais (arts. 349º/351º
CC), nos casos em que estas são admitidas (arts. 392º, 393º, 395º, 396º CC)
o MAS, pode haver casos em que não é produzida prova suficiente, há contradição
probatória ou as presunções judiciais não convencem o julgador (arts. 346º, 396º CC)
aplica-se a presunção de comoriência (art. 68º/2 CC): quando certo efeito jurídico
depender da sobrevivência de uma outra pessoa presume-se, em caso de dúvida,
que ambas faleceram ao mesmo tempo
Ex: pai e filho morrem no mesmo acidente de carro
o Presumindo que faleceram ao mesmo tempo, não se verifica o
pressuposto da sobrevivência na vocação sucessória (arts. 2032º/1,
2033º CC) não há sucessão entre quem é aplicada a presunção
porque, para ser herdeiro, tem de se encontrar vivo no momento da
abertura da sucessão
Ex: A faz testamento a favor de B, vindo os dois a falecer no mesmo acidente de
automóvel, sem ser possível provar quem faleceu primeiro é diferente considerar
a pré-morte de A ou de B
o Se A morre antes de B B é chamado à sucessão de A, podendo B aceitar
ou repudiar a herança (art. 2058º CC)
o Se B morre antes de A como B não tem descendentes, a disposição
testamentária caduca (art. 2317º/1 a) CC), sendo chamado à sucessão os
herdeiros legítimos de A (arts. 2131º e ss. CC)
Ex 2: C é casado com D. Têm um filho A, que é casado com B, e que por sua vez
têm um filho E. Num acidente de automóvel, A e E falecerem, sendo que A e E
deixaram uma herança de 15.000€ cada. Não foi possível provar o momento da
morte de cada um, aplicando-se a presunção de comoriência
o Em relação à herança de A princípio da preferência de classes (arts.
2142º e ss. CC): B vai receber 2/3 da herança (10.000€) e C e D vão receber
1/3 da herança (2.500€ cada)
o Em relação à herança de E B vai ser chamado para receber a totalidade
da herança (15.000€), uma vez que A morreu ao mesmo tempo que E, não
sendo chamado
o Conclusão: B recebe 25.000€ e C e D recebem 2.500€ cada
MAS, por vezes é difícil estabelecer uma fronteira entre ambos os tipos de sucessão é o
caso das doações em que são estipuladas certas cláusulas
o Ex: A doou um prédio urbano ao seu filho B, por conta da legítima, e com o encargo de
este lhe pagar até à sua morte, a pensão mensal de 5.000€ o Prof considera que
estamos perante uma doação inter vivos, produzindo efeitos entre vivos a morte de A
nada altera
o Critérios de distinção:
Doações em vida: doação produz imediatamente os seus efeitos, apesar de
poderem ficar condicionados à morte do doador ou diferidos para a data da
morte dele em princípio, é irrevogável
Doação por morte: a morte do doador é a causa da transmissão dos bens
doados durante a vida do doador, o donatário não tem qualquer direito
sobre os bens doados
Sucessão e transmissão
O direito das sucessões visa assegurar a continuidade das relações jurídicas em que o de cuius
é parte
Com o fenómeno sucessório, há uma modificação subjetiva dessas relações: o sucessor
assume, numa relação jurídica pré-existente, a mesma posição jurídica que era ocupada anteriormente
pelo de cuius
Sucessão: fenómeno jurídico através do qual se verifica a substituição do sucessor em
determinada posição jurídica que o autor da sucessão ocupava essa posição jurídica
mantém-se a mesma, apenas se alterando subjetivamente
Transmissão: fenómeno jurídico através do qual se adquire e se transmite um direito já
constituído há uma mera transferência, em que os sujeitos se mantêm os mesmos,
alterando-se a titularidade dos direitos
Esta distinção é importante para distinguir as figuras do herdeiro e do legatário:
o Herdeiro: sucessor pessoal do de cuius sucessor a título universal: direito a toda
a herança
o Legatário: sucessor chamado apenas em certos bens, excluindo os restantes
sucessor a título particular
Modalidades de aquisição:
Originária: o direito do adquirente é considerado um direito novo, que não depende do
direito do anterior titular não há sucessão
o Ex: usucapião (arts. 1287º e ss. CC)
Derivada:
o Constitutiva: na constituição de uma servidão ou de um usufruto, o direito adquirido,
apesar de fundado num direito do anterior titular, ainda não existia como direito
autónomo na sua esfera jurídica
Conceitos preliminares
A sucessão é constituída por 3 momentos, interligados entre si:
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o Ex: A morre, sendo chamados à sucessão A como herdeiro legitimário, C como herdeiro
testamentário, e D como herdeiro contratual
A vocação sucessória de uma pessoa pode realizar-se por vários títulos
o Ex: A morre sendo chamados à sucessão B seu filho, como herdeiro legitimário e como
herdeiro legítimo, se A não deixou testamento
Hierarquia das designações sucessórias
o 1. Sucessão legitimária: imperativa, não podendo ser afastada
Dentro desta sucessão também há uma hierarquia: princípio da preferência
de classes cônjuges e descendentes, e só depois os ascendentes
o 2. Sucessão contratual: contrato à partida irrevogável a expetativa da aquisição
sucessória é superior
o 3. Sucessão testamentária: prevalece sobre a sucessão legítima porque esta última
é supletiva
o 4. Sucessão legítima: supletiva
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A abertura da sucessão
Com a morte, a personalidade jurídica e a capacidade jurídica extinguem-se, pelo que já não é
possível ser titular de relações jurídicas. MAS, as relações jurídicas de que o de cuius era titular e que não
se extingam pela sua morte (art. 2025º CC) passam para os seus sucessíveis, que ocupam a posição
jurídica do de cuius
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1.5. Os sucessíveis
Designação sucessória: consiste no ato de identificar as pessoas que estão indicadas como
sucessores do autor da sucessão
Há várias espécies de sucessões (legal e voluntária)
o Sucessíveis legais e voluntários: enquanto a pessoa estiver viva, os sucessíveis
legais estão sempre a mudar (ex: casamento, divórcio, filhos, etc.). O mesmo
acontece relativamente aos sucessíveis voluntários, uma vez que o testamento é
um negócio livremente revogável a todo o tempo
Assim, a designação sucessória fixa-se no momento da morte do de cuius
aquilo que era uma designação torna-se em chamamento, ou seja, em
vocação sucessória
A designação sucessória NÃO tem sempre a mesma força:
1º. Herdeiros legitimários: designação mais forte e mais consistente, pois os herdeiros
legitimários baseiam-se em normas imperativas
2º. Sucessíveis contratuais: a lei admite que haja contratos sucessórios, em casos muito
especiais, sendo que têm sempre de ser cumpridos
3º. Sucessíveis testamentários: o testamento é livremente revogável e, por isso, o autor do
testamento pode sempre mudar de ideias enquanto estiver vivo
4º. Herdeiros legítimos: está em causa uma sucessão que se baseia em normas supletivas,
ou seja, se outra não for a vontade do autor da sucessão, estes herdeiros são chamados
Sucessão contratual: em princípio, não é permitido fazer contratos sucessórios. MAS; em casos
especialmente previstos na lei, é permitido (ex: convenções antenupciais) perante um contrato
sucessório válido, este prevalece sempre face ao testamento
1ª hipótese: o contrato foi feito primeiro (2015) que o testamento (2016) e o conteúdo dos dois é o
mesmo, mas a favor de pessoas diferentes prevalece o contrato
Os contratos têm de ser pontualmente cumpridos (art. 406º CC), ou seja, mesmo que tenha
sido celebrado anteriormente, as partes acordaram aquilo que lá estava estabelecido, pelo
que também será necessário o acordo para desfazer o contrato
o O testamento não vai ser oponível ao contrato
2ª hipótese: o contrato surgiu em 2016 e o testamento em 2015 os testamentos são livremente
revogáveis e, por isso, entende-se que, tendo celebrado um contrato sucessório com o mesmo conteúdo,
revogou-se tacitamente o testamento
3ª hipótese: se estivermos perante dois testamentos, sendo incompatíveis, prevalece sempre a
última vontade, ou seja, o testamento mais recente
4ª hipótese: se estivermos perante vários contratos sucessórios, como estes não podem ser
unilateralmente revogáveis, vai prevalecer sempre o contrato que foi feito em primeiro lugar
Há dois tipos de sucessores: os herdeiros e os legatários (art. 2030º CC). O critério de distinção
entre ambos baseia-se na determinação ou indeterminação dos bens da herança a que o sucessor é
chamado:
Direito de exigir a partilha (Regra-geral – art. 2101º CC): a partilha é algo exclusivo dos
herdeiros e dos cônjuges meeiros, por isso, os legatários não têm nada a ver com a partilha.
De certa maneira o legatário é como se fosse um credor da herança, porque ele tem direito
a bens certos e especificados;
o “Cônjuge meeiro’’: Meeiro significa metade Esta expressão diz respeito aos
casamentos no regime da comunhão geral de bens ou de comunhão de
adquiridos: O cônjuge casado em separação de bens não pode exigir a partilha,
uma vez que, se os bens forem comuns, presume-se que são em regime de
compropriedade;
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O normal é que seja uma vocação inicial: chamamento que se dá na altura da sucessão
o É um chamamento virtual ocorre automaticamente por força da lei
MAS, há casos em que a vocação não acontece na altura da sucessão vocação
subsequente
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Para uma pessoa ser chamada à sucessão tem de preencher determinados requisitos:
Morte
Art. 2032º/1 CC são pressupostos cumulativos e de verificação simultânea (têm de estar
todos preenchidos ao mesmo tempo) e, além disso, são gerais a qualquer tipo de
sucessão:
o Titularidade, pelo chamado, de designação sucessória prevalente (no momento da
morte) aquele que tiver prioridade na hierarquia dos sucessíveis
o Existência do chamado
Há autores que, neste âmbito, se referem à personalidade jurídica MAS,
pode haver situações em que sejam designadas pessoas que ainda não
tinham adquirido personalidade jurídica (ex: nascituros/ conceturos)
Todas as pessoas nascidas ou concebidas ao tempo da abertura da
sucessão
Este pressuposto exige uma dupla característica:
Existência anterior do chamado (anterior à morte)
o Regra: personalidade jurídica
Pessoas singulares: art. 66º CC (pessoa nasce
completa e com vida)
Pessoas coletivas: quando adquire personalidade
jurídica – art. 158º CC
o Exceções: os nascituros e os conceturos não são herdeiros
legitimários, pelo que tem de estar previsto no testamento
Nascituros: art. 66º/2 e 2033º/1 CC – equiparação às
pessoas nascidas, chamando-as à sucessão é uma
vocação pendente da condição legal do seu
nascimento (vocação condicional e diferida
suspensiva)
A administração da herança, enquanto a
pessoa não nasce, deve ser feita pelos pais,
tutores, etc. (arts. 2240º/2, 2237º a 2239º CC)
Conceturos (vocação sucessória diferida e condicional
aplica-se por analogia o art 66º/2 CC)
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o próprio testamento
Art. 2036º CC
Legitimidade para intentar a ação de
indignidade: qualquer pessoa que tenha um
interesse direto na demanda ou o MP
Há autores que entendem que a indignidade
funciona automaticamente, e outros que
entendem que carece de declaração judicial
a nova redação deste artigo deu a clara
indicação de que é necessária uma ação
judicial em que se declara
o A declaração judicial apenas é
necessária para efetivar a incapacidade
quando o indigno tiver entrado na posse
efetiva dos bens da sucessão
o O STJ, no ac. 7/01/2010, considerou que, embora esta
configuração de enumeração taxativa do art. 2034º CC, havia de
reconhecer-se uma ilegitimidade por indignidade sucessória de
um pai que violou uma filha de 14 anos e que a obrigou a abortar
aos 15 anos depois de ter cumprido pena de prisão, persistiu
com o comportamento, e veio exigir a sua parte da herança
quando esta, aos 29 anos, faleceu num acidente de viação
seria ofensivo dos bons costumes que este pai lhe pudesse
suceder, havendo uma situação de claro abuso de direito (art.
334º CC)
o Principal efeito da indignidade: tornar inexistente o
chamamento, por carecer do pressuposto da capacidade
Art. 2037º/1 CC: remeter para arts. 1271º, 1273º e
1275º CC
o Não havendo chamamento do indigno, far-se-á o
chamamento dos subsequentes herdeiros
o Há que distinguir, aqui, dois tipos de situações:
Sucessão legal: a incapacidade do indigno não
prejudica o direito de representação dos seus
descendentes (arts. 2037º/2, 2039º e 2042º CC)
Sucessão testamentária: a indignidade afasta o
chamamento dos sucessíveis por direito de
representação (arts. 2041º/1, 2037º/2 a contrario,
2317º, al. c), por referência às alíneas a) e e) CC)
o Arts. 2166º e 2167º CC: deserdação
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Esta figura vale tanto para a sucessão voluntária, como para a legal. Em qualquer um dos casos,
aquilo que faz desencadear o direito de representação é a lei (art. 2040º CC)
Neste artigo, o legislador refere-se a “sucessão testamentária”, deixando de fora a
sucessão contratual MAS, deve-se entender, aqui, que o legislador se quis referir a
“sucessão voluntária”
Requisitos específicos, consoante o tipo de sucessão:
Sucessão voluntária (art. 2041º CC):
o A incapacidade não permite que haja direito de representação, ou seja, apenas dá
lugar à possibilidade de direito de representação na sucessão voluntária: a pré-
morte (não pode aceitar) e o repúdio (não quis aceitar);
Note-se que, até através do art. 2037º/2 a contrario CC se compreende que
a indignidade (incapacidade) prejudica o direito de representação na
sucessão voluntária (e não na sucessão legal);
o O direito de representação não existe nos casos do nº 2:
Al. a): quando está previsto um substituto a substituição impede que haja
direito de representação;
Ex. No testamento, o testador diz que deixa o legado ao A, mas logo a
seguir diz que se o A não quiser, então o legado fica para o B. Aqui, os
descendentes do B já não vão poder exercer o direito de representação.
Aqui prevalece a vontade do autor da sucessão, uma vez que estamos
no campo da sucessão voluntária;
Al. b): substituição fideicomissária Está em causa uma espécie de
substituição: os fideicomissos têm alguns aspetos especiais e, por isso, é
que o legislador previu especificamente esta alínea;
Ex. Testador: ‘’deixo a minha casa ao B, para que após a sua morte a
casa vá para o C’’ Há dois titulares da herança ou legado, sendo que
o primeiro não é um verdadeiro titular, visto que só pode usufruir do bem
até à sua morte, pois a partir da sua morte o titular já é o segundo;
Al. c): legado de usufruto ou outro direito pessoal Devido à pessoalidade
daquela situação, isto é, a única razão pela qual o testador deixou o direito
de usufruto foi porque quis beneficiar aquela pessoa e apenas aquela
pessoa, o que significa que, graças ao caráter pessoalíssimo do usufruto,
não quis o autor da sucessão beneficiar os descendentes do sucessível.
Esta disposição é feita por intuito personae, ou seja, em benefício apenas
daquela pessoa.
o Não pode estar em causa a caducidade da vocação sucessória (art. 2041º/1, última
parte CC). Se o testamento já tiver caducado então não é possível recorrer ao
direito de representação as causas de caducidade estão previstas no art. 2317º
CC
Sucessão legal (art. 2042º CC):
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Consequências jurídicas:
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Transmissão
Significa ter um direito que se vai transmitir a outra pessoa ninguém pode transmitir um
direito que não tem
A transmissão só acontece no caso da morte do sucessível, no decurso do prazo para
aceitação ou repúdio da herança
o Indignidade:
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B pode ser indigno face ao de cuius porque o matou e face ao seu pai, porque
matou o seu ascendente (o avô, de cuius)
No entanto, se B tivesse destruído o testamento do avô, apenas era indigno
quanto a este, e não quanto ao seu pai assim, relativamente ao seu pai, estão
preenchidos todos os requisitos pode herdar o direito de aceitar ou repudiar a
herança do avô
Direito de acrescer
Ponto de partida comum: sucessível que não quis, ou não pode aceitar a herança ou o legado;
Pressupostos positivos:
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Direito de representação
Transmissão
o Ex. A deixa os seus bens a B, C e D. A morreu a 29/03/2017. D, sucessor, morre a
30/03/2017. No momento da morte da herança, D reúne todos os pressupostos da
vocação sucessória, pelo que este adquiriu o direito de aceitar ou recusar a herança.
Não há uma quota-parte livre. Os herdeiros de D poderão exercer esse direito
Substituição (art. 2304º CC)
o “Se o testador tiver disposto outra coisa” Designou um substituto, no caso de um
dos sucessíveis não querer ou poder aceitar;
Vontade contrária ao direito de acrescer
o Art. 2304º CC: “Se o testador tiver disposto outra coisa” Isto só pode haver no
âmbito da sucessão testamentária
Legado tem natureza pessoal
o Art. 2304º CC: “Se o legado tiver natureza puramente pessoal” Pretende
beneficiar apenas a pessoa do herdeiro/ legatário, pelo que não aproveita terceiros
MAS, o art. 2305º CC prevê o direito de acrescer entre usufrutuários
o Comparando o art. 2041º/2, al. c) e 2304º CC, vemos que há dois
graus de pessoalidade:
Grau normal – direito pessoal
Grau extremo – direito puramente pessoal.
O legislador foi mais exigente com o direito de
representação (art. 2041º/2 CC) do que com o direito
de acrescer asta que o direito tenha natureza
pessoal para se concluir que essa pessoalidade é
incompatível com o direito de representação. Para
efeitos de impedir o direito de acrescer, só valem os
direitos puramente pessoais (ex. rendas vitalícias, direito
de uso e habitação, servidões pessoais).
Art. 2303º CC: Não havendo direito de acrescer entre os legatários, o objeto do legado, é
atribuído ao herdeiro ou legatário onerado com o encargo do seu cumprimento, SALVO se
esse objeto estiver genericamente compreendido noutro legado;
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Art. 2306º CC: A aquisição da parte acrescida dá-se por força da lei, sem necessidade de
aceitação do beneficiário, que não pode repudiar separadamente essa parte, EXCETO
quando sobre a parte acrescida recaiam encargos especiais impostos pelo testador. Neste
caso, sendo objeto de repúdio, a porção acrescida reverte para a pessoa ou pessoas a
favor de quem os encargos hajam sido constituídos
o O funcionamento do direito de acrescer é um funcionamento automático, pelo que o
legatário não tem direito a aceitar uma parte e a recusar outra.
o Exceção: Ex. A faz um testamento e deixa todos os seus bens a B, C e D. D, à custa da
sua parte, tem que dar todos os meses à tia de A 500€. D repudia a sua quota-parte.
Neste caso, a lei admite excecionalmente que B e C podem não querer a parte
acrescida, sem prejudicar a aceitação da sua parte inicial. A quota-parte livre (de D)
reverte para a tia de A
Substituição
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ex: por morte de A, os bens transferem-se para B e, por morte deste, os bens vão-se
transferir para C B é fiduciário e C é fideicomissário
Vão existir duas transmissões sucessórias (de A para B e de B para C) na substituição direta
vamos ter apenas uma transmissão (do autor da sucessão para o substituído)
O fideicomissário (C) tem de ser capaz em relação ao primeiro testador (A) porque,
verdadeiramente, o transmitente é o primeiro (C vai receber a herança de A B está ali apenas com a
função de conservar aquela herança)
Não é possível haver uma substituição no âmbito da sucessão legitimária é um encargo,
estando proibido (art. 2136º CC)
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2.2. O testamento como ato de disposição de última vontade. A liberdade de testar. A tutela da vontade
do testador
2.3. Características do testamento como negócio jurídico
Negócio jurídico: papel decisivo da vontade comportamentos voluntários (ex: celebração do
contrato/ assinar) destinados à obtenção de um fim, isto é, destinados à produção de certos efeitos
jurídicos (ex: comprar uma casa)
Unilateral: não estamos, aqui, perante um contrato apenas existe o lado do testador
Mortis causa: a produção dos efeitos jurídicos do testamento está dependente da morte do autor
Não recetício: o testamento é válido e eficaz mesmo que não seja conhecido dos destinatários
não é preciso levar ao conhecimento de ninguém
Gratuito: só há atribuições patrimoniais de um património (do disponente) a favor de outro
património (do beneficiário)
Pessoal: a lei não admite a representação voluntária no caso de testamento
Exceções:
o Substituição pupilar: ex: “quando o meu filho morrer, se morrer ainda menor, os bens
que ele tenha herdado de mim vão para a Maria”
o Substituição quase pupilar: ex: “quando o meu filho morrer, e se ele morrer ainda
interdito, os bens que ele tenha herdado de mim vão para a Maria”
Singular: a lei proíbe que se possa, num mesmo testamento, testar mais do que uma pessoa
são proibidos os testamentos coletivos
Porém, podemos encontrar testamentos em que há mais do que uma pessoa a fazer
declarações: se uma pessoa for casada num regime que não seja o da separação, pode
acontecer que a pessoa queira dispor de um bem que é comum
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Como o testamento é unilateral e como apenas damos atenção aos interesses do testador, as
exigências de interpretação do testamento são maiores do que as exigências interpretativas de um
contrato
O juiz vai ter de tentar descobrir a vontade real do testador (e não a vontade hipotética das
partes – critério do bom pai de família, como acontece num contrato) – art. 2187º CC
2.7. Regime da invalidade do testamento (arts. 2308º a 2310º CC) e aproveitamento de disposições
inválidas
Validade do testamento: arts. 2308º e ss. CC tudo o que não estiver regulado nestes artigos,
quanto a esta matéria, é aplicável o regime geral previsto para os negócios jurídicos em geral
Prazo: art. 2308º CC:
Nulidade: a ação de declaração de nulidade caduca ao fim de 10 anos (nº1)
Anulabilidade: a ação caduca ao fim de 2 anos (nº2)
3. Sucessão “forçada” a favor dos familiares mais próximos (sucessão legitimária a favor do cônjuge,
descendentes e ascendentes)
Há uma parte do património do de cuius que está reservada imperativamente aos herdeiros
legitimários: quota indisponível ou quota legitimária
3.3. Princípios da sucessão legitimária (arts. 2157º, 2134º, 2135º e 2136º CC)
Princípio da sucessão por classes: os herdeiros legitimários não são todos chamados ao mesmo
tempo são, sim, chamados por classes (art. 2134º CC)
Importa notar, aqui, que o cônjuge tem um papel mais importante, uma vez que aparece em
todas as classes assim, tem sempre direito à quota indisponível, quer haja descendentes
e/ ou ascendentes ou não
Princípio da preferência por grau de parentesco: dentro de cada classe, os parentes de grau
mais próximo prevalecem sobre os parentes de grau mais longínquo (art. 2135º CC)
Ex: se houver filhos e netos, a quota indisponível é para os filhos e não para os netos
Ex2: se houver pais e avós, a quota indisponível é para os pais e não para os avós
Este princípio não vale para o cônjuge apenas para os parentes
Exceção: direito de representação
Princípio da divisão por cabeça: a divisão é feita em partes iguais (art. 2136º CC)
Art. 2139º CC: quando estamos na primeira classe, vale este princípio, ou seja, dividimos
em partes iguais entre o cônjuge e os descendentes, sendo que o cônjuge não pode
receber menos do que ¼ até aos 3 filhos é sempre em partes iguais
o MAS, se houver mais do que 3 filhos, não se pode dividir em partes iguais ¼ é
sempre dado ao cônjuge e o restante será dividido em partes iguais entre os filhos
o Exceção: direito de representação
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Regime de dispensa de colação/ por conta da quota disponível : regime convencional (só se
aplica quando tiver sido declarado expressamente pelo autor da sucessão)
o A doutrina, neste caso, tem entendido que o ascendente que faz esta doação com
dispensa de coação é porque quis beneficiar, objetivamente, aquele descendente
vai ser imputada na quota disponível (art. 2114º/1 CC)
MAS, se o valor da doação exceder a quota disponível, o excesso deverá ser
imputado na legítima do descendente donatário
Apenas quando exceder as duas quotas é que será inoficiosa
o Ex: A deixa bens no valor de 300.000€ e doa a B, em vida, 60.000€ com dispensa de
colação/ por conta da quota disponível
300.000€ + 60.000€ = 360.000€
Quota indisponível: 240.000€
Quota disponível: 120.000€
Em primeiro lugar: imputar os 60.000€ doados na quota disponível do herdeiro
donatário
Vão ser imputados 60.000€ a B
Os restantes 60.000€ são divididos pelos 3 (B, C e D): 20.000€ a cada
Cada um vai receber 80.000€ por conta da quota indisponível
Conclusão: não foi possível igualar o objetivo é exatamente beneficiar aquele
descendente
B: 80.000€ (quota indisponível) + 80.000€ (quota disponível) = 160.000€
C e D: 80.000€ (quota indisponível) + 20.000€ (quota disponível) =
100.000€
o Ex2: bens deixados no valor de 200.000€ e doação no valor de 160.000€
200.000€ + 160.000€ = 360.000€
Quota indisponível: 240.000€
Quota disponível: 120.000€
Não é possível imputar o valor todo da doação na quota disponível faltam
40.000€
Este valor vai ter de ser imputado na quota indisponível de B
o B vai receber apenas 40.000€ de quota indisponível
o C e D vão receber 80.000€ de quota indisponível
Conclusão:
B: 200.000€ (120.000€ de quota indisponível + 80.000€ de quota
disponível)
C e D apenas vão receber a quota indisponível, porque não há quota
disponível suficiente para eles 80.000€ cada
o Ex3: A faleceu, deixando vivos 3 filhos (B, C e D). Antes de morrer, doou a B 120.000€
com dispensa de coação. Deixou bens no valor de 240.000€. Fez um testamento a favor
de X, a quem deixou a quota disponível
240.000€ + 120.000€ = 360.000€
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o O de cuius defende a igualação total entre os seus descendentes, mesmo que isso
implique uma redução das doações (ainda que não seja inoficiosa!!) os
descendentes donatários e não donatários vão receber exatamente o mesmo
o O donatário está obrigado a conferir todos os bens que lhe foram doados se o
valor da doação for superior ao valor da legítima do herdeiro donatário, este, tendo
que restituir à herança todos os bens doados, pode ver reduzido o valor da sua
doação se não existirem bens na herança suficientes para assegurar a igualação de
todos os descendentes
Distingue-se do regime supletivo porque, para haver redução da herança,
basta que não haja bens suficientes para igualar todos os descendentes
não é preciso que a doação seja inoficiosa (quando ultrapassa a quota
indisponível e disponível)
Ex: bens deixados no valor de 200.000€ e doação no valor de 160.000€,
com colação absoluta
o 200.000€ + 160.000€ = 360.000€
Quota indisponível: 2/3 240.000€ 80.000€ a cada
um
Quota disponível: 120.000€
o Em primeiro lugar, é preciso imputar 80.000€ na quota
indisponível de B. Os restantes 80.000€ serão imputados na sua
quota disponível
Quota indisponível: 80.000€ para cada um
Quota disponível
São imputados 80.000€ à quota de B
C e D ficam, cada um, com 20.000€
o MAS, ainda que a doação não seja inoficiosa (porque não
ofendeu as legítimas dos restantes herdeiros legitimários), na
colação absoluta é preciso que todos recebam o mesmo, pelo
que a doação terá de ser reduzida
B terá de ficar apenas com 40.000€, entregando os
restantes 40.000€ da sua doação a C e D (20.000€ a
cada)
o Conclusão: houve igualação total
B: 80.000€ (quota indisponível) + 40.000€ (doação) =
120.000€
C e D: 80.000€ (quota indisponível) + 20.000€ (quota
disponível) + 20.000€ (pagos por B, por conta da sua
doação) = 120.000€
Partilha hereditária com liberalidade/ mistura de regimes
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Modos de efetuar a colação: art. 2108º CC pode ser feita de duas formas:
Pela restituição dos próprios bens doados coação em espécie ou substância
o Só é possível se todos os herdeiros estiverem de acordo
Por imputação do valor da colação na quota hereditária
Relativamente ao cônjuge, a doutrina diverge em saber se este deve ou não estar sujeito à
colação na revisão do CC, o cônjuge ascendeu à qualidade de herdeiro legitimário e logo na primeira
classe (a concorrer com os descendentes/ ascendentes), MAS, a colação manteve-se inalterada
3 entendimentos doutrinais:
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o Drs. Pereira Coelho, Pamplona Côrte-Real, Antunes Varela e Pires de Lima, Duarte
Pinheiro: o cônjuge não está sujeito a colação, mas beneficia do regime da colação
dos descendentes
Beneficiar: beneficia da igualação que é feita pelos herdeiros se não
beneficiar, não vai ser igualado (apenas vai receber aquilo que sobrar e que
seja dividido por cabeça)
o Drs. Carvalho Fernandes e Cristina Araújo Dias: o cônjuge não está sujeito a coação
nem beneficia dela
o Drs. Capelo de Sousa, Oliveira Ascensão e Leite de Campos: o cônjuge deve estar
sujeito a colação existe uma lacuna, que tem de ser preenchida com recurso à
analogia o legislador esqueceu-se de incluir o cônjuge no regime da colação, mas
ele deve estar sujeito a este
MAS, note-se que o cônjuge pode sempre ficar sujeito à colação, por via contratual se o
autor da sucessão, no momento da doação, indicar que aquela doação está sujeita a
colação se nada disser expressamente, o cônjuge está dispensado da colação
A nossa escola segue o entendimento de que não há, aqui, sujeição a colação
o A lógica subjacente na doação de um cônjuge a outro é a de benefício à partida,
estes terão a mesma idade, pelo que não faz sentido ter de haver igualação
posteriormente
o A Dr. Rita Lobo Xavier entende ainda que, por vezes, esta doação pode-se tratar de
uma compensação porque, por exemplo, aquele trabalhou mais em prol da vida
familiar, sem auferir uma remuneração
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5.3. O processo especial de liquidação da herança vaga em benefício do Estado (arts. 2152º a 2155º
CC e 938º a 940º CPC)
Na falta de cônjuge e parentes sucessíveis, é chamado o Estado – opera automaticamente, e o
Estado nunca pode repudiar aquela herança
6.3. A herança indivisa como património autónomo e a responsabilidade pelos encargos da herança
A herança passa a ser um património hereditário coletivo – pertence, em simultâneo, de forma
indivisa e real, a todos os herdeiros
Cada herdeiro é titular de um património coletivo, e não de bens em particular
Se houver apenas um herdeiro, não faz sentido falar em património coletivo, nem em
herança indivisa
A partilha da herança é o processo que vai por termo à herança indivisa
Ex: se B, C e D receberem a herança de A em partes iguais, esta vai ser dividida por três – cada
um recebe 1/3
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