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FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito
2º Ano
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito
2º Ano
1. Introdução........................................................................................................................ 1
3. Conclusão ...................................................................................................................... 12
Direito Fiscal é o ramo de Direito Público constituído pelo conjunto de normas que visam
regular as relações jurídicas fiscais que se traduzem nas posições jurídicas do devedor e de
credor de imposto. Quer se adopte o critério dos interesses, quer o da situação relativa dos
sujeitos, quer o critério da qualidade dos sujeitos, os autores são unânimes em considerar que
o Direito Fiscal é um ramo de Direito Público. O sujeito activo (o Estado) aparece na sua
veste de ente público, revestido das garantias e poderes - ius imperium – de que não beneficia
o sujeito passivo.
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2. Referencial Teórico
2.1.Evolução do Direito Fiscal
1º Período – até ao renascimento – a exigência dos tributos era resultado da vontade das
necessidades e da força de costume local, que se podia exercer sobre os súbditos (vassalos,
subordinados, dependente).
2ºPeríodo – período da época clássica. A contribuição dos cidadãos para a satisfação das
necessidades públicas, era feita através do imposto que era cobrado de acordo com regras
definidas e estruturas.
4º Período – Período contemporâneo – o imposto passa a ser uma arma para os objectivos
financeiros, Políticos, económicos e sociais, e se torna ainda uma alavanca do
desenvolvimento económico-social.
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Os Fiscalistas defendem a ideia de autonomia do Direito Fiscal, argumentando que este tende
a organizar-se segundo princípios e regras próprias, como por a natureza das regras de
incidência, liquidação, lançamento e cobrança dos impostos, bem como o relevo especial dos
princípios da legalidade e da igualdade.
Oliveira Salazar diz que, o Direito Fiscal é o Direito autónomo com uma formação própria,
com princípios especiais que dominam o seu desenvolvimento, e não é preciso lançar as mãos
dos princípios estranhos senão quando nesse ramo a parte do Direito os não encontramos
provas. Os administradores defendem ao contrário dos fiscalistas, defendendo-se que é o
ramo especial do Direito Administrativo. Os juristas moçambicanos apoiam a ideia dos
fiscalistas embora, a matéria do Direito Fiscal esteja em constante modificação e mexe vários
ramos do conhecimento, e que precisa sempre actualização dos juristas.
O Direito Fiscal é um ramo de Direito que para atingir os seus propósitos, incorpora e
modifica na sua passagem princípios e conceitos jurídicos já elaborados. O que acontece é
que o objectivo e os interesses titulados por Direito Fiscal são de superior interesse público,
e através das suas normas se procura fazer uma redistribuição da riqueza nos moldes em que,
teoricamente deve servir a boa justiça social.
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b) Normas Fiscais da Constituição
c) Normas de Organização dos Serviços de Administração
d) Normas Materiais Positivas e Negativas que Regulam as Situações Jurídicas
e) Normas Instrumentais ou Formais
f) Normas de Contencioso
g) Normas Fiscais Sancionatórias
h) Normas de Conflitos
Diversos autores são unânimes em considerar que o Direito Fiscal se enquadra no ramo do
Direito Público. Na realidade a aplicação de qualquer critério para distinguir entre dois
grandes ramos de direito, Direito Público e Privado, leva-nos a concluir que o Direito Fiscal
é um sub-ramo do Direito Público pelos seguintes fundamentos:
Embora autónomo, O Direito Fiscal não é uma disciplina estanque, portanto, na enciclopédia
jurídica se encontra dependente e ligada com outros ramos de Direitos, que são:
Direito Privado
Outras vezes, conceitos com um sentido próprio em direito privado são utilizados pelo direito
fiscal noutro sentido. É o caso privado são utilizados pelo Direito Fiscal noutro sentido.
Ex: quer no Direito Fiscal bem como no Direito Privado usa-se conceito Transmissão ( da
propriedade), de prédio, proprietário, comércio, compra e venda, doação, pessoa colectiva,
sociedade civil, sociedade comercial, etc;
O Direito Fiscal, algumas das vezes, acolhe conceitos do Direito Privado, com sentido
técnico jurídico que às possuem.
Direito Financeiro
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O Direito Fiscal é o Direito Financeiro especial, exactamente porque tem princípios próprios
e distintos dos que tem o Direito Financeiro e que determinam a autonomia, já
suficientemente defendida.
Direito Internacional
A integração da economia numa zona mais vasta do que o território nacional, tem também
incidência no campo fiscal. Esta circunstância levou ao estabelecimento de relações jurídicas
entre os estados, para evitar que a mesma situação seja tributada em mais de um deles ou em
nenhuma. O governo de Moçambique tem vindo a celebrar com diversos países, convenções,
acordos para evitar esses fenómenos de dupla tributação e evasão fiscal ou fiscal
internacional.
Dupla tributação - isto acontece no ponto de vista referente da carga fiscal. Este fenómeno
existe sempre que os impostos de dois ou vários Países se sobrepõem de tal maneira que a
pessoa tributável em mais de um país tenha de supostos uma carga fiscal mais elevada do
que aquela a que estaria sujeito apenas a uma jurisdição fiscal. Há também dupla tributação
quando um mesmo rendimento é tributado em mais de que um país. Para evitar a situação de
dupla tributação é necessários acordos entre países. Esses acordos evitam resolvem os
conflitos internacionais entre os sistemas jurídicos tributários internos de cada País com os
de outros países.
Direito Criminal
O não cumprimento das obrigações fiscais está sujeito a sanções. Em todos os códigos de
impostos existem um capitulo relatório as personalidades no qual se estabelecem as
respectivas punições e as regras de procedimento. Algumas sanções são de carácter
pecuniária; outras são de âmbito criminal com pena de prisão, conforme a reforma fiscal
introduzida pela Lei 15/2002 de Junho
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descaminho ou inutilização de contabilidade … as sanções podem ser punitivas,
administrativas ou criminais.
Direito Processual
Importa, porem, que se domine a conceito de fonte uma vez que o seu sentido não é único.
A expressão “fonte de direito”, numa acepção técnico - jurídico formal, refere-se aos modos
de formação e revelação das regras jurídicas, ou seja, as formas do seu aparecimento e
manifestação. As principais fontes do Direito Fiscal são:
A Lei - norma jurídica criada e importa por uma autoridade com poder para o fazer
(poder legislativo), Lei no sentido restrito.
Costume – norma jurídica resultante da prática repetida e habitual de uma conduta
encarada como obrigatória.
A Jurisprudência – orientações que, em matéria de determinação e aplicação da lei,
decorrem da actividade prática da aplicação do direito pelos órgãos da sociedade para
tal encarregados (os tribunais)
A Doutrina – actividade de estudo teórico ou dogmática do direito.
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A lei e o costume internacional - são fundamentais, modo de formação de normas Fontes
directas ou imediatas
Perante uma lacuna da lei, por omissão ou ausência de regulamentação de certas situações
reais, poderá aplicar-se a disciplina dos casos análogos ou semelhantes. Na falta de casos
análogos a situação será segundo a norma que o próprio interprete criaria se tivesse que
legislar dentro do espírito do sistema.
No entanto, analogia deve ser afastada no domínio dos elementos essenciais no imposto,
nomeadamente: na incidência, na inserção, na taxa e nas Infracções fiscais, sendo, porém,
permitido no lançamento, na liquidação e na cobrança do imposto.
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Algumas vezes existe a presença no território nacional da matéria colectável (rendimento) e
outras vezes é necessária a presença física no território nacional a pessoa do titular desta
matéria colectável.
2.4. Impostos
Com uma definição similar, WATY (2002), define o imposto como, uma prestação coactiva,
patrimonial, positiva, definitiva, não sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por
lei, a favor de uma entidade pública, ou com funções públicas para a satisfação de
necessidades públicas e redistribuição de riqueza, independentemente de qualquer vínculo
anterior.
De acordo com NABAIS (2003), o imposto é uma prestação pecuniária, unilateral, definitiva
e coactiva.
De uma forma simples e clara, pode-se definir o imposto como, o valor pago pelas pessoas
físicas ou colectivas (empresas), a título obrigatório, a favor do Estado ou entidades públicas
para financiar as despesas e investimentos de carácter público.
Como já é sabido, os impostos são criados para a satisfação de fins públicos e necessidades
colectivas dos cidadãos, expressão que engloba objectivos fiscais (obtenção de receitas
publicas) e extrafiscais (sociais, económicas, etc.). Segundo (IBRAIMO 2002), Os impostos
foram criados com vista a atender os seguintes objectivos:
De acordo com este objectivo os impostos visam a obtenção de receitas para financiamento
de despesas públicas, isto é, satisfação das necessidades financeiras do Estado.
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2.4.3. Objectivos sociais
Os tipos de impostos são os diferentes tipos de tributos que as pessoas são obrigadas a
pagar a uma organização (governo, rei, etc.) sem que haja uma consideração direta. Isto é,
sem que seja entregue ou assegurado benefício direto pelo seu pagamento.
Assim, os principais tipos de impostos são os impostos diretos e indiretos. Esta é a primeira
classificação feita. Ele diferencia os impostos que incidem diretamente sobre pessoas ou
empresas, em oposição aos seus opostos, que se aplicam a bens e serviços e, portanto,
afetam as pessoas "indiretamente".
No entanto, como veremos agora, existem muitos outros tipos que detalharemos a seguir.
Antes de terminar, deve-se notar que, embora tenda a se confundir, as contribuições para a
Previdência Social não são um imposto, da mesma forma que não são qualquer outro tipo
de imposto.
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Estes, quando pagos, conferem direito a quem os paga. Seja através da pensão, seja do
desemprego. Por exemplo, a pessoa tem uma série de direitos que derivam diretamente do
pagamento das referidas contribuições. Portanto, é bom esclarecer esse ponto, para não
cometer erros. Os tipos de impostos são:
Impostos indiretos: Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), Imposto Sobre Consumo
Específico, Direitos Aduaneiros, impostos de Selo, Imposto sobre Sucessões e Doações,
SISA, Imposto de Reconstrução Nacional, Imposto sobre Veículos.
Impostos diretos: São aqueles que tributam diretamente pessoas ou empresas. Por exemplo,
Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS), Imposto sobre Rendimento de
Pessoas Colectivas (IRPC).
Progressivo: Quanto maior for a base, maior será o imposto aplicável. Assim, por exemplo,
quanto maior a renda de uma família, maior o percentual aplicável e, portanto, maior o valor.
Isso ocorre porque não é uma percentagem constante.
Proporcional: Todos os contribuintes pagam a mesma proporção de sua base. Por exemplo,
um imposto de 10% é aplicado independentemente do valor dos lucros da empresa. Ou seja,
uma percentagem constante é aplicada.
Regressivos: Os contribuintes com base inferior acabam pagando um valor maior. Por
exemplo, quando os mais pobres acabam pagando mais impostos do que os mais ricos.
Imposto de Renda: É um imposto que tributa a renda dos trabalhadores. Na Espanha, esse
imposto é IRPF, é conhecido pelo mesmo nome na Argentina e no México é conhecido como
ISR.
Imposto sobre o lucro da empresa: É um imposto que incide sobre o lucro obtido pelas
empresas. Em Espanha, este imposto é o imposto sobre as sociedades.
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Imposto sobre bens e serviços: Os impostos incidentes sobre a aquisição, bem como sobre
o fornecimento, de bens e serviços. O mais conhecido é o IVA.
Imposto sobre imóveis: Os impostos que incidem sobre a posse de bens imóveis. Na
Espanha, o mais conhecido é o IBI.
Imposto sobre a fortuna: Esse imposto que incide sobre os bens dos contribuintes Este, na
Espanha, tem o mesmo nome.
Taxas especiais: São uma espécie de imposto que incide sobre um conjunto de bens e
serviços que se encontram em regime especial. O imposto sobre o tabaco pode ser um
exemplo de imposto especial.
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3. Conclusão
Ao final do trabalho, posso afirmar que pensar o direito público é diferente de pensar o direito
privado. A área público-económico-financeira apresenta especificidades. Passando da
Economia Pública para as Finanças Públicas, compreendemos que estamos a tentar perceber
um modelo de pensamento que tem a ver com uma intervenção do Estado e a forma como o
Estado regula a sua intervenção e como arranja os meios para financiar a intervenção mais
ou menos circunscrito a um modelo de pensamento estruturado, com regras específicas (há
uma espécie de autolimitação). Nas Finanças Públicas, olhámos para a consequência de
termos um Estado e de ele ter de intervir.
A história do direito fiscal que partiu desde o período primitivo até à época colonial servindo
os interesses dos soberanos e depois dos exploradores, respectivamente, tem hodiernamente
o sentido verdadeiro do fisco, que visa a financiar a carência do Estado de forma a satisfazer
os fins a que ele se obriga a prosseguir desde a Independência até hoje.
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4. Referências Bibliográficas
Campos, D. L., Rodrigues, B. M. S. & Sousa, J. L. (2012). Lei Geral Tributária – Anotada e
Comentada. Encontro da Escrita.
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