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UNIVERCIDADE ABERTA ISCED

Licenciatura em Direito

Direitos Fundamentais

2º Ano

Tema: Direitos Fundamentais no Estado Moçambicano

Evelina da Asenaty Rapihia Colomba

Código da Estudante: 11220359

Beira , Maio, 2023


UNIVERCIDADE ABERTA ISCED

Licenciatura em Direito

Direitos Fundamentais

2º Ano

Tema: Direitos Fundamentais no Estado Moçambicano.

Evelina da Asenaty Rapihia Colomba

Código da Estudante: 11220359

Trabalho de pesquisa remetida a Universidade


Aberta ISCED, para obtenção de grau académico
de licenciatura no curso de Direito.

Beira, Maio, 2023


Índice

1. Introdução........................................................................................................................1

2. Objetivos..........................................................................................................................1

2.1. Objetivo geral...........................................................................................................1

2.2. Objetivos específicos................................................................................................1

3. Metodologia.....................................................................................................................1

4. Referencial Teórico.........................................................................................................2

4.1. Direitos Fundamentais..............................................................................................2

4.2. Direitos fundamentais na Constituição Moçambicana.............................................3

4.2.1. Princípio da Universalidade..............................................................................3

4.2.2. Princípio da Igualdade......................................................................................3

4.2.3. Direitos Fundamentais..........................................................................................4

4.2.3.1. Direito à vida.................................................................................................4

4.2.3.2. Liberdade de expressão.................................................................................4

4.2.3.3. Liberdade de imprensa..................................................................................5

4.2.3.4. Liberdade de associação................................................................................5

4.2.3.5. Liberdade de constituir, participar e aderir a partidos políticos....................6

4.2.3.6. Liberdade e consciência, de religião e de culto.............................................7

4.2.3.7. Direito de propriedade...................................................................................7

4.2.4. Diferença entre os direitos....................................................................................7

4.2.5. Direitos fundamentais e Deveres fundamentais...................................................8

4.2.6. Categorias de direitos fundamentais quanto aos sujeitos.....................................8

4.2.7. Direitos e Deveres Cívicos...................................................................................8

4.2.8. Respeitar os outros Cidadãos................................................................................9

4.2.9. Pagamento de impostos........................................................................................9


4.2.10. Serviço Militar Obrigatório..................................................................................9

4.2.11. O voto...................................................................................................................9

4.2.12. A cidadania em Moçambique...............................................................................9

4.2.13. Cidadania: Lato senso.........................................................................................10

5. Conclusão......................................................................................................................11

6. Referencias bibliográfica...............................................................................................12

1.
2. Introdução

No presente trabalho, abordarei acerca da Direitos Fundamentais no Estado Moçambicano.


Falar de Direitos constitucionais ou fundamentais em Moçambique significa rebuscar
inúmeros aspetos da história de um País do século XX e, tentar condensá-los para justificar
o conceito, sendo assim, não se mostra tarefa fácil e muito menos algo que possa ser
esgotado numa reflexão apenas, contudo, a necessidade de fazer este trabalho e tentar
entender a real essência de direitos e deveres em Moçambique, devido aos conturbados
momentos que marcam o quotidiano moçambicano.

3. Objetivos
3.1. Objetivo geral
 Analisar de um modo geral as diferentes conceções jurídico-fundamentais de
Moçambique.
3.2. Objetivos específicos
 Falar dos Direitos fundamentais;
 Conceituar a Cidadania;
 Dizer o que é um dever Cívico;
 Et all.

4. Metodologia

Segundo Felipa dos Reis (2010, p. 57), a metodologia pode ser considerada como um
sistema de técnicas, métodos e procedimentos utilizados para a realização de uma pesquisa.
Assim, descrevo aqui, os mecanismos que segui para a realização do presente trabalho.

Enquanto procedimento, este trabalho realizou-se por meio de observação indireta e


indutiva, porque foi partindo de uma análise documental e do seu despectivo conteúdo que
obtivemos um parecer, um ponto de vista generalizado sobre o tema em causa.

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5. Referencial Teórico
5.1. Direitos Fundamentais

O Prof. Jorge Miranda define direitos fundamentais como os direitos ou as posições


jurídicas subjectivas das pessoas enquanto tais, individual ou institucionalmente
consideradas, assentes na Constituição, seja na Constituição formal, seja na Constituição
material donde direitos fundamentais em sentido formal e direitos fundamentais em sentido
material. Para este autor, os direitos fundamentais não se resumem aos que constam do
texto constitucional, uma vez que eles representam valores supremos intrínsecos à
dignidade humana, cuja validade não carece da consagração em nenhum instrumento
jurídico. Eles têm valor em si, existem independentemente da vontade e consciência do seu
titular e transcendem a vontade de qualquer ente jurídico.

Discordando desta posição, Gomes Canotilho sustenta que os direitos fundamentais são
direitos jurídico - institucionalmente garantidos e limitados espácio-temporalmente, são
direitos objectivamente vigentes numa ordem jurídica concreta6 . Para este, os direitos
fundamentais só existem na relação directa com a Constituição, isto é, na medida em que
tenham sido positivados. É preciso constarem da lei fundamental (a Constituição). A
positivação dos direitos fundamentais significa, para este doutrinário, a incorporação na
ordem jurídica dos direitos considerados “naturais” e inalienáveis do indivíduo.

Portanto, para Gomes Canotilho os direitos fundamentais só existem onde existindo uma
Constituição, esta os tenha consagrado e, se justifica citando Cruz Villalon segundo o qual
onde não existir Constituição não haverá direitos fundamentais.

Um outro autor que discute os direitos fundamentais é Vieira de Andrade. Para este, os
preceitos relativos aos direitos fundamentais não podem ser pensados apenas do ponto de
vista dos indivíduos, enquanto posições jurídicas de que estes são titulares perante o
Estado,
designadamente para se defenderem, antes valem juridicamente também do ponto de vista
da
comunidade, como valores ou fins que esta se propõe prosseguir, em grande medida através
da acção estadual.

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Para Menezes Cordeiro, os direitos fundamentais correspondem à positivação, nas ordens
jurídicas internas do tipo continental, dos direitos do homem. Correspondem às posições
jurídicas activas consagradas na Constituição.

Qualquer que seja o entendimento que se tenha dos direitos fundamentais o certo é que,
perfilhando o Prof. Jorge Miranda, estes não se esgotam nos consagrados na Constituição
(dimensão objectiva), existem outros direitos inerentes à natureza humana para além dos
consagrados na Constituição (dimensão subjectiva). Aliás, este foi o entendimento acolhido
pelo legislador constituinte moçambicano, ao estabelecer no art. 42 da CRM que os direitos
fundamentais consagrados na Constituição não excluem quaisquer outros constantes das
leis.

5.2. Direitos fundamentais na Constituição Moçambicana

A Constituição Moçambicana atribui os direitos fundamentais a todos os cidadãos perante a


lei, e todos gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres. O artigo 35º e
seguintes da CRM enumeram princípios e uma série de direitos, deveres e liberdades
consignados na lei-mãe do país. Refere ainda que: “...os direitos fundamentais consagrados
na Constituição não excluem quaisquer outros constantes das leis” (CRM, 2004).

Isto para dizer que todos os assuntos sobre os direitos fundamentais não se esgotam apenas
na Constituição, existindo outros instrumentos legais ou leis que de forma específica nos
remetem à sua consulta e apreciação. Ou seja, a fonte de reconhecimento dos direitos
humanos em si não é, apenas, a Constituição mas também a Lei ordinária.

5.2.1. Princípio da Universalidade

Este é o primeiro comum a quaisquer direitos fundamentais. Todos quanto fazem parte da
comunidade política são titulares dos direitos e deveres aí consagrados. Portanto, este
princípio diz respeito aos destinatários das normas.

Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitas aos
mesmos deveres, independentemente da cor, raças, sexo, origem étnica, lugar de

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nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou
opção política.

5.2.2. Princípio da Igualdade

A lei não distingue as pessoas quanto aos seus direitos de cidadão. Perante a lei não há
ministro nem camponês, nem branco nem negro, nem mulher nem homem, nem macena
nem makonde, nem que este nasceu em Maputo ou em Manica, não há muçulmano nem
católico, não há rico nem pobre, nem doutor nem analfabeto. Não importa se os pais são
casados pelo registo ou não, se trabalham ou não, se são de um Partido ou de outro. Todos
cidadãos são iguais perante a lei e gozam dos mesmos direitos.

5.2.3. Direitos Fundamentais


5.2.3.1. Direito à vida

Segundo o Artigo 40 da Constituição da Republica, Todo o cidadão tem direito à vida e à


integridade física e moral e não pode ser sujeito à tortura ou tratamento cruéis ou
desumanos. Na República de Moçambique não há pena de morte.

5.2.3.2. Liberdade de expressão

Artigo 48º da Constituição da República de Moçambique reconhece que cada um pode ter
as próprias opiniões e pode manifestá-las aos outros. As pessoas têm o direito de falarem
aquilo que sentem, desde que isso não prejudique o bem comum. Todos os cidadãos podem
trocar ideias com os outros e manifestar as suas próprias opiniões sem medo.

Contra este direito vai a proibição de exprimir as próprias opiniões. Também contra a lei é
quando alguém está sendo condenado porque ele tinha a coragem de manifestar as suas
ideias.

A liberdade de expressão tem limites nos direitos dos outros. Há, no entanto, actos que a lei
pune como calúnia ou difamação.

Exemplo:

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No bairro de Munhava foram presas oito pessoas, porque estas andaram a dizer que o
Presidente da República não está a cumprir com as promessas que fez durante a campanha
eleitoral.

Os cidadãos do bairro de Munhava têm a liberdade de expressão. O limite deste direito é o


dever de respeitar os direitos dos outros. Neste caso, os habitantes do bairro de Munhava
descreveram uma realidade que estavam a sentir. É um facto, que se pode provar, se o
Presidente da República cumpriu com as promessas que tinha feito antes das eleições. As
pessoas estavam a exprimir como eles estão a ver a realidade. Deste modo, eles puseram na
prática o seu direito de liberdade de expressão consoante art. 48º da Constituição da
República e não podem ser presos.

5.2.3.3. Liberdade de imprensa

A Constituição da República de Moçambique, no artigo 48, protege a liberdade da


imprensa. Esta é um dos direitos fundamentais mais importantes para uma democracia viva.
Quando os jornalistas têm o direito de acesso às fontes de informação, têm a possibilidade
de exprimir livremente as suas opiniões e os jornais podem publicá-las livremente etc. cria-
se uma base para o pluralismo de opiniões que é impertinente para uma sociedade
democrática. Também importante é que jornalistas podem ser formados e exercer a sua
profissão sem intervenções do Estado.

5.2.3.4. Liberdade de associação

É muito normal que o homem se reúna com outros para conversar, trabalhar, para resolver
problemas, para trocar experiências etc. O homem é um ser social, por isso tem necessidade
de conviver e de se associar aos outros.

Artigo 52º da Constituição da República de Moçambique consagra o direito de todos os


cidadãos para se juntarem em associações pacíficas. Existem associações com objectivos
culturais, religiosos, políticos, desportivos, estudantis etc.

Exemplo:

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Um grupo de moradores do bairro de Manga decidiu de formar uma associação para o
melhoramento do bairro e a defesa dos interesses da população do bairro. Eles já traçaram o
estatuto da associação e entregaram todos os documentos necessários ao Governo
Provincial para o reconhecimento da associação. Já estão a espera há um meio ano,
perguntaram várias vezes, mas ainda não têm um despacho positivo. Depois souberam que
a associação não vai ser reconhecida porque o governo não acha necessária uma associação
deste tipo.

Os cidadãos do bairro de Manga podem formar livremente associações com todos os


objectivos que quiserem desde que não sejam associações armadas ou associações que
promovam a violência, o racismo, a xenofobia ou outros fins contrários à lei. Este não é o
caso com a associação dos moradores do bairro de Manga. Portanto, o governo deve
reconhecer a associação, uma vez que todos os requisitos da lei são preenchidos

5.2.3.5. Liberdade de constituir, participar e aderir a partidos políticos

Em Moçambique existem varios partidos políticos. Eles ajudam pôr a democracia na


prática, porque formam um meio para formar e expressar a vontade política dos cidadãos.
Democracia é o governo pelo povo. No nosso país, a democracia é executada por
representantes, em primeiro lugar os deputados da Assembleia da República. Os partidos
políticos intervêm no processo eleitoral, mediante apresentação ou patrocínio de
candidatura.

Os partidos políticos expressam o pluralismo político, concorrem para a formação e


manifestação da vontade popular e são um instrumento fundamental para a participação
democrática dos cidadãos na governação do país, art. 74º n.º 1 da Constituição da
República
de Moçambique.

Essas funções, os partidos políticos só podem exercer, quando os cidadãos têm o direito de
livremente constituir e participar em partidos políticos, assim como está consagrado no art.
53º da Constituição da República. Ao mesmo tempo, o Estado deve assegurar que cada
cidadão possa decidir sem pressão, se ele quer aderir a um partido ou não.

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Exemplo:

No bairro de Munhava houve um grupo de pessoas que andaram a forçar cidadãos a


aderirem o partido PAZ. Um professor de nome Carlos recusou-se de ser membro desse
partido. Dali, ele foi expulso da sua escola.

Ninguém deve ser forçado a aderir um partido político. Isto seria uma violação do art. 53º
da Constituição da República de Moçambique. Ao mesmo tempo, cada cidadão pode negar
entrar num partido político sem nenhuma consequência à vida dele. A demissão do Carlos
do Serviço do Estado só porque ele não quis aderir ao partido PAZ era violou a
Constituição da República. O Estado deve voltar a contratá-lo.

5.2.3.6. Liberdade e consciência, de religião e de culto

A liberdade de religião abrange a possibilidade de escolher, praticar ou não praticar uma


religião. Cada pessoa é livre de seguir a sua religião, podendo praticá-la sozinho ou em
grupo, na sua casa ou em público. O Estado não tem o direito de intervir na escolha ou na
prática ou não prática da religião dos seus cidadãos. (Art. 54 da CRM).

Exemplo:

Stivin José, pertencente a uma congregação protestante, foi expulso duma escola estatal,
porque ele não é Católico.

Stivin José não deve ser discriminado por causa da sua fé, convicção ou prática religiosa.
Pelo que deve continuar a estudar naquela escola.

5.2.3.7. Direito de propriedade

Art. 82º da Constituição da República de Moçambique protege o direito de propriedade.


Embora que a terra consoante art. 109º da Constituição da República de Moçambique seja
do Estado, cada cidadão pode ter outros bens, como casas, bicicletas, rádios etc. O Estado
só tem direito de tirar este direito do cidadão pagando uma justa indemnização.

Exemplo:

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Paulo é um residente do bairro de Munhava. No entanto, a E.D.M decidiu colocar mais
postes de energia no bairro de Munhava. Para isto, a casa de Paulo tinha que ser destruída.

Quando a E.D.M coloca um poste de energia, faz isso no interesse público. Consoante art.
82º da Constituição da República, as pessoas prejudicadas por isso terão de ser
indemnizadas. Portanto, o Paulo deve ser pago um justa indemnização para a casa que
perdeu

5.2.4. Diferença entre os direitos

Nunca se devem confundir os direitos dos povos e os direitos do homem. Quando falamos
dos direitos dos povos estamos a falar do direito a autodeterminação, direito a paz, etc. São
direitos da coletividade bem definidos e em situações variáveis. Direito do homem refere-se
ao direito à vida, à liberdade, às convicções religiosas, direito ao trabalho, etc, etc.

5.2.5. Direitos fundamentais e Deveres fundamentais

Segundo MENDES, “direitos fundamentais são direitos de defesa que se


destinam a proteger determinadas posições subjetivas contra a intervenção do poder
público”. Ainda nesta mesma linha de pensamento, o autor diz que “os direitos
fundamentais do homem são situações jurídicas objetivas e subjetivas definidas no direito
positivo em prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana”.

Direitos fundamentais e Deveres fundamentais são situações jurídicas ou adstrição de


comportamentos impostas constitucionalmente às pessoas, aos membros da comunidade
política. São deveres que o homem tem perante o Estado, ou perante outros homens
enquanto cidadão e que derivam do seu estatuto básico, a Constituição, em conformidade
com os princípios que a enformam.

5.2.6. Categorias de direitos fundamentais quanto aos sujeitos

Quanto aos sujeitos os direitos podem ser:


 Direitos fundamentais individuais e institucionais: Enquanto os Direitos
fundamentais individuais referem-se ao direito à vida, à liberdade pessoal, à objeção
de consciência, o direito ao trabalho, direito ao ensino, etc. Os direitos fundamentais
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institucionais dizem respeito por exemplo ao direito de livre organização, de
confissões religiosas, direito de antena, livre ação de associação, associações
sindicais, etc.
 Direitos comuns e particulares: Por direitos comuns entende-se os direitos de todos
os membros da comunidade política só por virtude dessa qualidade, por exemplo os
direitos dos cônjuges, direitos de exercício do sufrágio universal.

5.2.7. Direitos e Deveres Cívicos

Deveres cívicos são um conjunto de deveres que se impõem ao cidadão para uma justa e
salutar convivência em sociedade. Os direitos cívicos correspondem aos valores
fundamentais dos seres humanos. Por exemplo, o direito à vida, a constituir família, a
escolher livremente o emprego e a religião, o direito à liberdade e defesa em tribunal e o
direito à liberdade de expressão.

Para mais enfase, podem compreender-se os seguintes:

5.2.8. Respeitar os outros Cidadãos

Respeitar os outros cidadãos é um dever cívico e de cada um.

5.2.9. Pagamento de impostos

Pagar impostos é um dever cívico e de cada um. Consiste em dar parte dos lucros que se
tenha ao estado. Serve para pagar aos polícias, aos médicos, aos professores, etc.

5.2.10. Serviço Militar Obrigatório

Cumprir serviço militar é um dever cívico e de cada um.

5.2.11. O voto

Votar é um dever cívico e de cada um. Consiste em escolher uma opção duma lista de
opções. É extremamente limitativo, ter que escolher entre duas (no caso de referendo) ou
meia dúzia de hipóteses (eleições), embora o povo fique todo contente a pensar que escolhe
alguma coisa cumprir pena. Num regime político democrático (democracia), os cidadãos

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têm mais garantias de ver os direitos fundamentais respeitados pois são eles que elegem os
poderes políticos que fazem as leis e as fazem cumprir.

5.2.12. A cidadania em Moçambique

A Constituição moçambicana sugere uma concepção de cidadania baseada em direitos. Ela


enumera, por exemplo no seu capítulo V, uma série de direitos sociais e económicos, tais
como o direito à educação, saúde, habitação, assistência na velhice e incapacidade e
trabalho.

Embora a Constituição da República Moçambicana não o defina claramente, a cidadania


pode ser compreendida como um direito fundamental ligado a uma nacionalidade: o
«direito a ser membro da República Moçambicana».

Exige, portanto, um vínculo ou conexão relevante a Moçambique ter nascido em território


Moçambicano, ser filho ou neto de Moçambicano, casar-se com um cidadão Moçambicano
que justifique tal estatuto de inclusão/pertença à comunidade política e jurídica
Moçambicana.

5.2.13. Cidadania: Lato senso

Um cidadão é uma pessoa que se considera em uma fase madura o suficiente desenvolvido
para agir consciente e responsavelmente dentro da sociedade. Cidadania é a prática dos
direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os direitos e deveres dos
cidadãos devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica
necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos, meios, recursos e
práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de
seu povo. Em suma, a cidadania é reconhecida como o «direito a ter direitos». Por isso, há
autores que a entendem como um estatuto que confere um leque de direitos
constitucionalmente previstos.

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6. Conclusão

Contudo, pode concluir que direitos fundamentais são direitos de defesa que se destinam a
proteger determinadas posições subjetivas contra a intervenção do poder público. Os
direitos fundamentais do homem são situações jurídicas objetivas e subjetivas definidas no
direito positivo em prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana.

Direitos fundamentais e Deveres fundamentais são situações jurídicas ou adstrição de


comportamentos impostas constitucionalmente às pessoas, aos membros da comunidade
política. São deveres que o homem tem perante o Estado, ou perante outros homens
enquanto cidadão e que derivam do seu estatuto básico, a Constituição, em conformidade
com os princípios que a enformam.

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7. Referencias bibliográfica

Legislação:

Constituição da Republica de Moçambique – 2004 com a alteração introduzida pela Lei


1/2018 de 12 de Junho.

Websites:

Https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidadania

Http://pinguanenunes.blogspot.com/2014/07/o-exercicio-dos-direitos-civicos-em.html

Https://www.dn.pt/politica/interior/as-manifestacoes-sao-um-exercicio-de-direitos-civicos-

2910665.htm

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