Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Londrina
2021
ISAIAS DOS SANTOS OLIVEIRA
Londrina
2021
ISAIAS DOS SANTOS OLIVEIRA
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Orientador: Prof. Ma. Nélia Edna Miranda Batisti
Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________
Prof. Dr. Componente da Banca
Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________
Prof. Dr. Componente da Banca
Universidade Estadual de Londrina - UEL
RESUMO
ABSTRACT
The objective of this work is to verify the scope of the binding summary nº 13 in the
appointment of political positions, such as the positions of Minister of State, State and
Municipal Secretary. It was verified that the predominant orientation of the Federal Supreme
Court is in the sense of not submitting these agents to the prohibitions imposed by the
aforementioned summary statement, as long as the nominee presents the technical
qualifications for the specific task and lacks any evidence of crossed nepotism. Therefore, it
was studied that Public Administration, in general, has strictly political functions and strictly
administrative functions. From then on, the investigation of the public agents that make up the
entire structure of the Public Administration began, and such agents aim, solely, to fulfill the
state's duty, that is, to achieve the common good of the community. In addition, it was
addressed about the constitutional principles, especially those listed in art. 37 of the Federal
Constitution, which are imposed on the entire Public Administration and its agents regardless
of the distinction between political or administrative positions. Next, the history of the
Binding Precedent nº 13 was discussed, which has a great role in our legal system in the fight
against nepostism. Finally, through an analysis of the jurisprudence, especially of the
Supreme Court, and of the doctrine, it verified divergent understandings in relation to the
exception created by the Supreme Court. It was seen that these appointments also reside in
obedience to the postulates of morality and impersonality, which are the very reason for the
existence of the aforementioned Summary, as, according to the precedents that gave rise to its
edition, the prohibition of the practice of nepotism is directly related to core of these
principles.
Key words: Binding Precedent nº 13. Public Administration. Nepotism. Political positions.
Constitutional principle.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 75
REFERÊNCIAS................................................................................................... 78
12
1 INTRODUÇÃO
mesmo capítulo, traça-se uma distinção entre Administração e Governo, fundamental para o
entendimento do tratamento diferenciado esposado pelo Supremo Tribunal Federal. Ademais,
verifica-se que na medida em que o ordenamento jurídico outorga determinadas prerrogativas
aos agentes públicos, também impõe retrições à atividade administrativa.
Após, passa-se à análise dos agentes públicos, assim classificados: agentes
particulares colaboradores, servidores públicos e agentes políticos. Dá-se ênfase à distinção
existente entre os regimes jurídicos dos agentes políticos e dos agentes administrativos. Outra
classificação a ser abordada diz respeito às categorias dos cargos públicos, agrupados da
seguinte forma: cargos vitalícios, efetivos e em comissão.
Constata-se que nos precedentes da Súmula Vinculante n° 13, o Supremo
Tribunal Federal entendeu não ser necessária a edição de lei formal para coibir a prática do
nepotismo, uma vez que a probição decorre diretamente do núcleo dos princípios da
Administração Pública.
Em razão disso, contempla-se no capítulo atinente aos princípios
constitucionais, o reconhecimento da sua força normativa, uma vez que conquistaram o status
de norma jurídica, e passaram a ter eficácia jurídica e aplicabilidade direta e imediata. A
análise se aterá aos princípios constitucionais da Administração Pública, são eles: da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
Em seguida, no capítulo referente à Súmula Vinculante n° 13, parte-se de
uma abordagem conceitual, acerca do nepotismo e das súmulas vinculantes no ordenamento
jurídico brasileiro. Na sequência, serão apontados os precedentes que deram ensejo à edição
do enunciado sumular, mais especificamente a ADC n° 12/DF e o RE n° 579.951/RN.
Por fim, verifica-se a divergência existente acerca do tema e demonstra-se
por meio de casos concretos que o panorama atual da jurisprudência e da doutrina aponta que,
a princípio e por si só, não há nepotismo nas nomeações de agentes políticos. Serão
apresentados, outrossim, outros posicionamentos adotados, no sentido de que não há como
interpretar que essas nomeações não se subsumem às hipóteses elencadas pela Súmula
Vinculante n° 13, tendo em conta que, segundo esse entendimento, ocorre, igualmente, a
violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade.
Por último, é abordado a respeito do TEMA 1000/STF que vai discutir “à
constitucionalidade de norma que prevê a possibilidade de nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente, em linha reta colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante, para o exercício de cargo político. Tal julgamento pode
por um fim na divergência existente, contudo, o Supremo ainda não tem data para julgamento
14
2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Procedendo dos ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2016), temos a partir
da Constituição Federal que a Administração Pública pode ser compreendida como a
atividade de administrar, de guardar os interesses e os bens da sociedade, com o objetivo de
satisfazer o interesse público bem como das necessidades coletivas.
Fernanda Marinela (2018, p. 69) afirma no mesmo sentido que a Administração
Pública “é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, de âmbito federal,
estadual e municipal, segundo os preceitos do Direito e da Moral, visando ao bem comum”.
Constata-se, por conseguinte, que a Administração Pública tem como finalidade última
o bem comum. Outrossim, as suas ações são pautadas em prol dos interesses da coletividade,
isto significa que, não há espaço para a livre disposição da vontade do administrador na
gestão dos bens e interesses da sociedade, visando obter benefícios particulares.
16
“Administração Pública, sob o ângulo subjetivo, não deve ser confundida com
qualquer dos Poderes estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo, ao qual se
atribui usualmente a função adminitrativa. Para a perfeita noção de sua extensão é
necessário pôr em relevo a função administrativa em si, e não o Poder em que é ela
exercida. Embora seja o Poder Executivo o administrador por excelência, nos
Poderes Legislativo e Judiciário há numerosas tarefas que constituem atividade
administrativa, como é o caso, por exemplo, das que se referem à organização
interna dos seus serviços e dos seus servidores.
À vista disso, a Administração Pública direta, composta por União, Estados, Distrito
Federal e Municipios, e toda administração indireta, como as autarquias, fundações e
empresas estatais formam conjuntamente a estrutura do Estado, ou melhor dizendo, da
Administração Pública, sob a ótica do critério formal, organico ou subjetivo.
Por sua vez, pelo critério material, funcional ou objetivo, a administração pública,
segundo Marinela (2018, p. 69), “deve ser entendida como a atividade administrativa exercida
pelo Estado ou, ainda, função administrativa. Nessa aplicação, a expressão administração
pública deve ser grafada com as letras iniciais minúsculas, seguindo a convenção doutrinária”.
A respeito do critério material, Gasparini (2012, p. 97) expõe que administração
pública “é um complexo de atividades concretas e imediatas desempenhadas pelo Estado sob
os termos e condições da lei, visando o atendimento das necessidades coletivas”. O autor
17
ainda segue exemplificando que nesse complexo estão as atividades de fomento, polícia
administrativa ou poder de polícia e os serviços públicos. Dessa forma, o critério material
equivale a atividade administrativa ou função administrativa exercida pelo Estado.
Para Carvalho Filho (2012, p. 11), a Administração Pública pelo critério material
“trata-se da própria gestão dos interesses públicos, seja por sua organização interna, ou ainda
pela intervenção no campo privado”, dessa forma, deve beneficiar os individuos.
Sobre a expressão Administração Pública, Odete Medauar (2016, p. 65) conclui que:
A doutrina aponta diferença entre o que é Governo, o qual desempenha uma função
política e Administração, a qual desempenha uma função administrativa.
Segundo Hely Lopes Meirelles (2005, p. 64):
Governo – em sentindo formal, é o conjunto de Poderes e orgãos constitucionais; em
sentido material, é o complexo de funções estatais básicas; em sentido operacional, é
a condução política dos negócios públicos. Na verdade, o Governo ora se identifica
com os poderes e orgãos supremos do Estado, ora se apresenta nas funções
originárias desses Poderes e orgãos como manifestação da Soberania. A constante,
porém, do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixação
de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. O governo atua
mediante atos de Soberania ou, pelo menos, de autonomia política na condução dos
negócios públicos.
Então segundo Meirelles, o governo pode ser entendido como uma atividade política e
discricionária, sendo tal atividade independente, comandando com responsabilidade política e
constitucional, diferentemente da Administração.
Meirelles diferencia Administração da seguinte maneira:
Firmado com clareza a distinção entre Administração e Governo, cada qual com sua
função administrativa e função política, faz-se importante mencionar um comentário do
professor Rafael Carvalho Rezende Oliveira (2017, p. 161), o qual expõe:
A distinção geralmente é utilizada com o intuito de afastar os atos políticos do
controle judicial, o que, atualmente, deve ser refutado ou, ao menos, relativizado,
pois nenhum ato jurídico (político ou administrativo) pode escapar, em princípio, do
controle judicial, em razão do (art. 5º, XXXV, da CRFB), o que pode ser
demonstrado, por exemplo, pelo fenômeno da judicialização das políticas públicas.
Em suma, como já exposto pelos doutrinadores mencionados acima, fica alertado que
embora a função de governo pertença a um regime jurídico mais elevado do que a função
admnistrativa, isso não significa que não exista controle ou limites para sua atuação, pelo
contrário, o controle de verificação da regularidade da decisão política estará submetida à
ordem jurídica.
Portanto, conclui-se que não existe espaço para a satisfação de interesses meramente
particulares do administrador, no exercício de suas atividades, prática esta, que não se
coaduna com os princípios e ideais democráticos dispostos na Constituição Federal.
restrições, sendo nulos os atos que não estiverem em consonância com a ordem jurídica, com
os princípios constitucionais e que não observarem os interesses e as finalidades públicas.
Vale dizer, a função administrativa deve estar voltada à satisfação dos interesses coletivos,
promovendo os direitos fundamentais.
Nesse sentido, Mereilles assevera:
pelo ordenamento jurídico, contudo, com o fim de alcançar finalidade diversa do estabelecido
pela lei.
Portanto, cumpre registrar que as condutas dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário devem estar adstritas à legalidade e em estrita observância com as normas
constitucionais, sendo vedada qualquer forma de abuso.
Tem-se, dessa forma, que as condutas dos agentes de todos os Poderes, devem visar
unicamente a satisfação dos interesses da coletivade, em obediência aos princípios e normas
previstos na Constituição Federal.
Por fim, volta-se para lição de Hely Lopes Meirelles, o qual afirma (2005, p. 87):
Nesse ínterim, é possível afirmar que decisões administrativas que não se encontram
em consonância com a finalidade do Estado, de satisfação dos interesses da sociedade, são
passíveis de controle judicial, vale dizer, a atuação do administrador não pode estar voltada
para a realização de seus interesses privados ou de seu grupo partidário, mas unicamente ao
atingimento do bem comum.
23
1
ADC 12/DF, Rel. Min. Carlos Britto. Julg. 20.08.2008. DJe, 18 dez. 2008
2
RE 579.951/RN, Rel. Ricardo Lewandowski. Julg. 20.08.2008. DJe, 24 out. 2008
24
A doutrina entende que a juridicidade dos princípios passa por três fases distintas: a
jusnaturalista, a positivista e a pós-positivista.
Segundo Ferraz e Souza (2010, p. 5884), “na fase jusnaturalista, os princípios
correspondem a algo fora da esfera jurídica, existente apenas no plano da abstração e cuja
normatividade era duvidosa ou simplesmente nula”.
Os princípios, nessa primeira fase, eram tratados como filosóficos, e utlizados com o
fim de suprir lacunas no ordenamento jurídico, além disso, não possuíam aplicabilidade
concreta, uma vez que eram aplicados conjuntamente com uma norma jurídica.
A crítica que se faz à essa teoria gira em torno da insegurança e da incerteza causada
perante a sociedade. Justamente pela sua normatividade questionável e pelo seu caráter
metafísico, é que a fase jusnaturalista é superada pela fase positivista.
Na segunda fase, positivista, os princípios inserem-se nos Códigos como fontes
normativas subsidiárias, e embora positivados, eram utilizados apenas quando a lei era
omissa, suprindo as lacunas existentes na legislação.
Ocorre que, conforme observa Barroso (2013), a busca por uma ciência jurídica, por
uma objetividade científica, que reduziu o direito à um conjunto de normas, emanadas do
Estado, fundadas em juízos de fato, e não em juízos de valor, acabou por separar o Direito da
moral e de valores transcendentes. Segundo o autor, a decadência do positivismo encontra-se
ligada à queda dos regimes totalitários, nazismo e fascismo, que eram regidos por um
legalismo exacerbado.
Por fim, é na terceira fase, pós-positivista, que ocorre a superação do positivismo, e o
reconhecimento da normatividade dos princípios, que passam a ter eficácia jurídica e
aplicabilidade direta e imediata. Ademais, com a ascensão dos princípios, esses adquirem o
mesmo status de uma norma jurídica.
Confira-se uma passagem de Barroso (2018, p. 146), acerca do pós-positivismo:
Robert Dworkin contribuiu para a dogmática moderna, com a sua distinção entre
princípios e regras. Segundo o autor “as regras são aplicáveis à maneira do tudo-ou-nada.
Dados os fatos que uma regra estipula, então ou a regra é válida, e neste caso a resposta que
ela fornece deve ser aceita, ou não é válida, e neste caso em nada contribui para a decisão”
(DWORKIN, 2002, p. 41). Assim, a regra incidirá de modo direto e completo, produzindo
seus efeitos, se o fato nela previsto ocorrer, ou seja, a sua aplicação ocorre por meio da
subsunção.
Já os princípios não podem ser aplicados da maneira do tudo-ou-nada, da mesma
forma, não podem ser considerados válidos ou inválidos. Pelo contrário, a forma de aplicação
deve ser feita mediante ponderação, reconhecendo a cada princípio uma dimensão de peso e
importância.
Dworkin (2002, p. 42), afirma que “os princípios possuem uma dimensão que as
regras não têm – a dimensão do peso ou importância. Quando os princípios se intercruzam
[...], aquele que vai resolver o conflito tem de levar em conta a força relativa de cada um”.
Para Alexy (2008, p. 90), “tanto regras quanto princípios são normas, porque ambos
dizem o que deve ser. Ambos podem ser formulados por meio de expressões deônticas básicas
do dever, da permissão e da proibição”.
Segundo o jurista alemão, dentre as teses existentes acerca da distinção entre
princípios e regras, a tese da distinção qualitativa entre as duas espécies de normas é a correta.
Eis a distinção feita por Alexy (2008, p. 90):
O conflito entre regras, para Alexy (2008), pode ser resolvido por meio de uma
cláusula de exceção, introduzida em uma regra, que afaste o conflito, ou se uma das regras for
declarada inválida.
Na hipótese de colisão entre princípios, o citado autor ensina que um dos princípios
26
tem precedência em relação ao outro, uma vez que possuem pesos distintos, ou seja, ao
contrário do que acontece com o conflito entre regras, o conflito entre princípios ocorre no
âmbito valorativo, através da dimensão do peso jurídico que certo princípio terá em
determinado caso concreto, por meio da flexibilização do princípio de menor peso. Dessa
forma, um dos princípios deverá ceder, o que não significa que o mesmo será considerado
inválido.
Diante de tudo que foi exposto, conclui-se que com o reconhecimento da força
coercitiva dos princípios, fica para trás a ideia de que são meras fontes normativas
secundárias, e os princípios passam a ter o mesmo status de norma jurídica das regras, ainda
que não positivados em um texto normativo.
tudo o que a lei não proíbe, a Administração Pública só pode praticar atos que a lei
expressamente autorize, ou seja, somente pode agir secundum legem, sendo vedado agir
contra legem ou praeter legem.
Nota-se que o princípio da legalidade veio como uma forma de proteger a sociedade
da arbitrariedade e dos abusos cometidos por parte dos governantes, condicionando a ação
administrativa à pré-existência de uma lei formal autorizadora. Contudo, como já observado,
o papel atual do Estado é a satisfação dos interesses da sociedade, de forma que privilegia-se
antes de tudo, o fim a ser alcançado, e não mais a forma como a atividade administrativa é
regulada.
Cumpre registrar, que o princípio da legalidade no Estado Democrático de Direito,
veio tomando novos contornos. Silva (2012, p. 123), ensina que: “Sujeita-se , como todo
Estado de Direito, ao império da lei, mas da lei que realize o princípio da igualdade e da
justiça não pela sua generalidade, mas pela busca da igualização das condições dos
socialmente desiguais”.
Moraes (2004), em sua brilhante lição, afirma que a noção clássica do princípio da
legalidade, ao longo do tempo, foi tomando novos contornos, adquirindo novas conotações.
Neste sentido, o princípio da legalidade evolui para o sentido de legitimidade, de
constitucionalidade e de juridicidade.
Com relação à legitimidade, atesta a autora, que mostrou-se insuficiente a atuação do
administrador em estrita observância à legalidade, uma vez que passou a ser fundamental o
exercício legítimo do administrador público no desempenho de suas funções.
Nesse sentido, corrobora Meirelles (2005, p. 88):
Para o autor, a primeira delas, diz respeito à igualdade de acesso a cargos ou funções
públicas, e a bens e serviços públicos em geral. O acesso aos cargos e funções, deve ser
realizada por meio de concurso público de provas ou provas e títulos, em que os candidatos
são avaliados objetivamente, vale dizer, avalia-se o mérito de cada um. O princípio da
impessoalidade como forma de igualdade de acesso à bens e serviços públicos, visa garantir a
igualdade de condições, assegurando às minorias a mesma oportunidade de acesso ao Estado,
como por exemplo, a reserva de vagas em concursos públicos para pessoas com deficiência,
ou as cotas socais para o ingresso em universidades públicos.
A impessoalidade no segundo sentido, refere-se à igualdade de distribuição de
encargos e benefícios, livre de qualquer espécie de discriminação. Nas palavras de Miragem
(2011, p. 355), “fundamentará esta não discriminação a existência de critérios objetivos para a
eleição dos indivíduos/grupos contemplados e sua justificativa racional que sustente a
distinção estabelecida”.
Para garantir a efetividade do princípio da impessoalidade, é essencial que se
estabeleça determinados procedimentos como é o caso, por exemplo, da licitação e dos
concursos públicos. Tais procedimentos buscam assegurar a igualdade de condições no acesso
ao Estado.
Ressalte-se que a nomeação para cargo em comissão foge à regra do concurso público,
contudo, a nomeação ao cargo deve atender determinados requisitos, como a competência
técnica, e a relação de confiança existente entre a autoridade nomeante e o nomeado.
Observe-se que, conforme estabelecido pela Súmula Vinculante n° 13, fica vedada a
nomeação de parentes da autoridade nomeante para cargos em comissão ou funções de
confiança, uma vez que este ato fere frontalmente os princípios constitucionais da
Administração Pública, em especial o princípio da moralidade e da impessoalidade.
Transcreve-se uma passagem do voto da Ministra Cármen Lúcia, No julgamento da
ADC n° 12, quando trata que a proibição da prática do nepotismo decorre diretamente do
conteúdo nuclear dos princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade.
3
ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Princípios constitucionais da Administração Pública. Belo
Horizonte: Del Rey, 1994. p. 213-214.
33
impostas ao agente público que disciplinam o exercício da sua função estatal, que tem como
fim último o bem comum, ou como entende parte da doutrina, exigências inerentes à
disciplina interna da Administração Pública. Portanto, todo ato administrativo deve
observância tanto às leis formais, quanto à moral administrativa, vale dizer, deve-se agir
segundo padrões éticos de probidade, honestidade, dignidade e decoro.
De forma clara e simplificada, Barroso (2018, p. 379) explica que o “princípio da
moralidade impõe aos agentes públicos o dever geral de boa administração, do qual decorrem,
entre outros, os imperativos de honestidade, atuação vinculada ao intesse público e boa-fé”.
Explica o autor, que os agentes públicos administram bens que não são seus, e em razão disso,
devem atuar em nome do interesse da coletividade.
Cumpre registrar, que a moralidade que deve ser observada pelo agente público no
exercício das suas atribuições, não se trata de um postulado ético facultativo, mas de cunho
obrigatório, que se não observada, pode configurar ilicitude do ato, pois um ato imoral,
dissociado dos valores éticos e morais não se compatibiliza com a finalidade a que está
adstrita a Administração Pública.
Um ato administrativo que viole o princípio da moralidade pode ser declarado inválido
tanto pela Administração Pública quanto pelo Poder Judiciário. Di Pietro (2016, p. 79), lista
os dispositivos constitucionais relativos ao controle judicial da imoralidade administrativa, a
saber: art. 5°, LXXIII4; art. 15, V5; art. 37, §4°6 e art. 85, V7. Outrossim, a citada autora faz
menção ao art. 9°, da Lei n° 1.079/50, a qual define os crimes de responsabilidade.
Importante destacar que a Lei n° 9.784/99, que dispõe sobre o processo administrativo
no âmbito da Administração Pública Federal, no art. 2°, elenca uma série de princípios, os
quais devem ser observados pela Administração Pública. Esses princípios abrangem não só os
dispostos no art. 37, caput, da Constituição Federal, mas também demais princípios esparsos
no texto constitucional. Ademais, o parágrafo único, inciso IV, prescreve que a atuação do
agente estatal deve estar pautada em aspectos relativos à moralidade administrativa, são eles:
4
Art. 5°, LXXIII: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
5
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:[...] V -
improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
6
Art. 37, § 4°: Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.
7
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal e, especialmente, contra: [...] V - a probidade na administração;
34
8
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: [...]IV
- atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
9
Art. 37. § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
35
Primeiro, o de dar conhecimento aos destinatários do ato e a todos aqueles que por
ele possam ser afetados, da existência do mesmo, com vista à adequação do
comportamento individual àquele exigido em razão do ato. Segundo, o de permitir o
controle da ação administrativa, mediante a externalização do ato e, especialmente,
de sua motivação, a qual deve constar no procedimento que lhe dá origem”.
(MIRAGEM, 2011, p. 311).
Vale registar que o inciso LXXVIII do art. 5°, acrescentado pela Emenda
Constitucional n° 45/2004, assegura a todos, no âmbito judicial e administrativo, a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Esse
dispositivo, tem como fundamento o princípio da eficiência, e não se trata de norma incidente
apenas aos processos judiciais, mas também aos processos administrativos.
Em síntese, depreende-se que o princípio da eficiência impõe à Administraçao
Pública, uma atuação que seja capaz de atingir resultados que visem a satisfação das
necessidades sociais, por meio do emprego de meios adequados. Assim, espera-se da
Administração Pública, celeridade na tramitação dos processos administrativos, tendo em
vista que a demora pode acarretar o comprometimento do objeto pretendido.
38
4 OS AGENTES PÚBLICOS
Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as exercita, é agente público.
Por isto, a noção abarca tanto o Chefe do Poder Executivo (em quaisquer das
esferas) como os senadores, deputados e vereadores, os ocupantes de cargos e
empregos públicos da Administração direta dos três Poderes, os servidores das
autarquias, das fundações governamentais, das empresas públicas e sociedades de
economia mista nas distintas órbitas de governo, os concessionários e
permissionários de serviço público, os delegados de função ou ofício público, os
requisitados, os contratados sob locação civil de serviços e os gestores de negócios
públicos.
Silva (2013), os agentes públicos dividem-se em: agentes políticos e agentes administrativos,
e esses por sua vez, repartem-se em dois grupos, dos servidores públicos e dos militares. O
grupo dos servidores públicos, na concepção do autor, abrange os servidores investidos em
cargos; em empregos; em funções públicas, além dos contratados por tempo determinado
(prestacionistas de serviço público temporário).
Carvalho Filho (2012), seguindo a classificação de boa parte da doutrina, assim
classifica os agentes públicos: a) agentes particulares colaboradores; b) servidores públicos; e
c) agentes políticos.
conjunto de atribuições, criada por lei, que corresponde aos encargos de direção, chefia e
assessoramento, a ser exercida por servidor público ocupante de cargo efetivo, de confiança
da autoridade superior, mediante remuneração.
Carvalho Filho (2017) aborda a questão da imprecisão da expressão “função de
confiança”, termo disposto no art. 37, V, da Constituição Federal. Segundo o autor, a análise
do dispositivo mencionado aponta que se pretendeu reportar às funções gratificadas.
A função gratificada pode ser entendida como uma gratificação relativa a uma
atividade específica, que foge das atribuições comuns inerentes ao cargo de servidor. Em
decorrência dessa função especial, o servidor recebe uma gratificação, um acréscimo em sua
remuneração.
Os cargos podem ser classificados de acordo com à sua posição no quadro funcional.
Dessa forma, classificam-se em cargos isolados e cargos de carreira. Nos ensinamentos de
Carvalho Filho (2017), estes propiciam aos servidores, a progressão funcional, e aqueles, não
permitem o percurso progressivo do servidor, tendo em vista que não se inserem nas carreiras.
Sob o enfoque das garantias e da permanência dos ocupantes nos respectivos cargos,
podem ser classificados em: a) cargos vitalícios; b) cargos efetivos; e c) cargos em comissão.
Os titulares de cargos vitalícios, após dois anos de exercício, período em que adquirem
a prerrogativa, somente perdem os seus cargos após sentença judicial transitada em julgado,
em consonância com o disposto no art. 95, I, da Constituição Federal10. A vitaliciedade refere-
se a uma prerrogativa dos titulares dessa natureza de cargos e possui previsão constitucional.
São cargos vitalícios os de Magistrado (art. 95, I, CF), de membro do Ministério
Público (art. 128, § 5°, I, a, CF), bem como de Ministro do Tribunal de Contas da União (art.
73, § 3°, CF).
A investidura do indivíduo no cargo de provimento efetivo ocorre por meio de
concurso público de provas ou de provas e títulos, conforme dispõe o art. 37, II, da
Constituição Federal.
O titular do cargo público de provimento efetivo adquire a estabilidade, após três anos
10
Art. 95 Os juízes gozam das seguintes garantias: I: vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após
dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
41
11
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
ampla defesa.
Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e garantias
especiais para a perda do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo
efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado.
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá mediante
processo administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa.
12
Art. 37, II: a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
42
profissional, nos casos e condições previstos em lei”. Após a referida emenda, o dispositivo
impôs uma limitação às funções de confiança, que devem ser exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo, assim como passou a estabelecer que
os cargos em comissão devem ser preenchidos, nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, por servidores de carreira, sendo que esses cargos devem ser destinados
exclusivamente às funções de direção, chefia e assessoramento.
Acerca do assunto, Carvalho Filho (2017, p. 408) assevera que “a norma ora vigente
limita a investidura, em cargos em comissão de pessoas que não pertencem aos quadros
públicos, com o que se procurará evitar tantos casos de imoralidade e nepotismo existentes em
todos os setores da Administração”.
No mesmo sentido, ensina Justen Filho (2012, p. 887):
Uma obervação importante feita por Justen Filho (2012, p. 880), diz respeito à
excepcionalidade do cargo em comissão. Segundo o autor, a Constituição pretende que os
ocupantes de cargos públicos sejam, em regra, “providos mediante processo de seleção
norteado por critérios objetivos e sejam investidos de garantias que lhes assegurem isenção no
desempenho das suas funções”.
Nota-se, portanto, que a Constituição pátria permite a criação de cargos em comissão,
desde que destinados apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Outrossim,
deve ser observado rigorosamente o princípio da proporcionalidade para a criação desses
cargos, tendo em vista que se trata de uma exceção à exigência constitucional do concurso
público.
A criação de cargos comissionados em desobediência ao exposto acima tem motivado
a declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos que as criam, conforme verifica-se nos
excertos abaixo colacionados:
Diante do exposto, verifica-se que a nomeação, bem como a exoneração dos cargos
comissionados ficam a critério da autoridade nomeante, ou seja, o administrador, por meio do
poder discricionário à ele atribuído, pode nomear um indivíduo o qual possui uma relação de
confiança, uma vez que não há exigência de concurso público, de acordo com o dispositivo
constitucional (art. 37, II, da CF).
No entanto, ao mesmo tempo que a Constituição Federal autoriza as nomeações para
cargos em comissão de pessoas não ocupantes de cargo efetivo e que não passaram pela regra
do concurso público, impõe limites na atuação do administrador público quando da escolha
dos cargos comissionados.
Importante traçar uma distinção entre cargo em comissão e função de confiança.
Justen Filho (2012) ressalta que a função de confiança ou função gratificada, consiste na
realização de tarefas que fogem das atribuições comuns de um servidor efetivo e que exigem
maior grau de responsabilidade, mediante o pagamento de uma remuneração adicional.
Borges (2012), explicita que o termo função de confiança deve ser entendido como
gênero, que se subdivide em duas espécies: função de confiança em sentido estrito, também
44
contratados e têm a sua relação de emprego regida pela Consolidação das Leis do Trabalho e
pela legislação trabalhista correlata. Em outras palavras, submetem-se ao mesmo regime das
relações de emprego no âmbito privado.
Com relação aos servidores temporários, estes são contratados por tempo determinado
para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Conforme
disciplinado no art. 37, IX da Constituição Federal, trata-se de uma exceção dentre a categoria
de servidores públicos.
Carvalho Filho (2012), classifica os servidores públicos em servidores públicos civis e
militares. Segundo o autor, é a Constituição Federal que faz a separação, prevendo normas
específicas para cada grupo. Os servidores públicos militares, subdividem-se em militares dos
Estados, Distrito Federal e Territórios, cujas regras encontram-se previstas no art. 42 e seus
parágrafos, e os militares das Forças Armadas, integrantes da União Federal, são disciplinados
pelo art. 142, § 3°, todos da Constituição Federal. Já os servidores públicos civis são tratados
pelos artigos 39 a 41, da CF.
O autor ainda classifica os servidores públicos em comuns e especiais, tendo em vista
a natureza das funções que exercem, bem como o regime jurídico que se sujeitam.
Em sua acepção, servidores públicos comuns executam funções administrativas em
geral, e desempenham atividades de apoio às finalidades do Estado. No que tange aos
servidores públicos especiais, estes exercem funções especiais e por essa razão, são
submetidos a um regime jurídico funcional diferenciado. O citado autor inclui nessa categoria
os Magistrados, os membros do Ministério Público, da Advocacia Pública, dos Tribunais de
Contas, bem como os Defensores Públicos.
De acordo com o autor, inúmeros são os motivos pelos quais esses agentes não se
inserem na categoria de agentes políticos: primeiro, não são nomeados mediante sufrágio
universal, uma vez que a investidura no cargo ocorre, em regra, por meio de aprovação em
concurso público; segundo, não interferem diretamente nas decisões de governo, ao passo que
cabe aos agentes políticos a tomada de decisões políticas fundamentais; e por fim, é
característico dos agentes políticos a função transitória e política, e não um vínculo
13
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
[...] XI: a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos;
48
Com base nisso, necessário é demonstrar a diferença existente entre o regime jurídico
dos agentes políticos e dos agentes administrativos.
Silva (2013, p. 682), os distinguem da seguinte forma:
14
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços
dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
54
STF.
Os parágrafos 1°, 2° e 3°, dispõem respectivamente, acerca do objetivo da súmula,
quem são os legitimados para propor a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado da
súmula vinculante, e por fim, o cabimento da Reclamação ao Pretório Excelso, nas situações
em que o ato administrativo ou a decisão judicial contrariar a súmula aplicável, ou que
indevidamente a aplicar.
Cumpre registrar que conforme preceitua o § 3°, do art. 2°, da Lei 11.417/2006, a
edição, a revisão e o cancelamento de enunciado da súmula com efeito vinculante dependerão
de decisão tomada por 2/3 dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária.
Moraes (2008), em seu artigo intitulado Súmula Vinculante no Direito Brasileiro, ao
abordar o alcance da súmula vinculante, explica que é restringido subjetiva e objetivamente.
Subjetivamente, a súmula tem efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à Administração Pública, direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. Objetivamente, “a súmula importa na vinculação à regra ou princípio necessário
para a resolução da questão de direito colocada e, discussão pelos argumentos das partes no
caso concreto (ratio decidendi) [...]” (MORAES, 2008, p. 6).
É notório que a validade, bem como a sua aplicação no mundo jurídico causa
divergência tanto no campo doutrinário quanto jurisprudencial. Para o referido autor, a
súmula com eficácia vinculante não retira dos magistrados a sua independência funcional
quando estão diante de uma decisão acerca da aplicação, ou não, do enunciado sumular ao
caso concreto.
A norma constitucional insertada no art. 103-A se nos afigura válida, uma vez que
os Juízos e Tribunais podem deixar de aplicar o enunciado ao caso concreto, quando
verificarem que a questão submetida à apreciação judicial não é igual ao precedente
judiciário (distinguishing), como também o Supremo Tribunal Federal deve
proceder à revisão da súmula da jurisprudência prevalecente, quando vislumbrar a
mudança do parâmetro anteriormente firmado no precedente judiciário (overruling),
[...] (MORAES, 2008, p. 6 e 7).
15
ADI 1521 MC/RS, Rel. Min. Marco Aurélio. Julg. 12.03.1997. DJ. 17 mar. 2000.
16
MS 23780/MA, Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julg. 28.09.2005. DJ. 03 mar. 2006.
17
ADC 12 MC/DF, Rel. Min. Carlos Britto. Julg. 16.02.2006. DJ. 01 set. 2006.
18
ADC 12/DF, Rel. Min. Carlos Britto. Julg. 20.08.2008. DJe, 18 dez. 2008.
19
RE 579.951/RN, Rel. Ricardo Lewandowski. Julg. 20.08.2008. DJe, 24 out. 2008.
56
liminar, pelo Tribunal, por maioria de votos. O julgamento definitivo ocorreu em 20 de agosto
de 2008, confirmando a decisão liminar. O acórdão teve a seguinte ementa:
E continua:
O Chefe do Poder Executivo é livre para escolher seus quadros de governo, mas não
o é para escolher seus quadros administrativos, porque dentre os quadros
administrativos estão os cargos em comissão, os cargos de provimento efetivo e as
funções de confiança. A própria Constituição, sentando praça desse caráter
constitucional, eminentemente político, dos Ministros de Estado – e isso vale no
plano dos Estados-membros e no plano dos Municípios – além de dizer os requisitos
deles – “os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte
e um anos e no exercício dos direitos políticos” - , diz o que basicamente lhes
compete. Então, o assento, o locus juridico dos auxiliares de governo é diretamente
constitucional. A Constituição Federal a atestar o caráter político do cargo e do
agente. (BRASIL, 2008, p. 48).
60
20
Rcl 15950/RS, Rel. Min. Teori Zavascki. Julg. 04.02.2014. DJe, 10 fev. 2014
21
Rcl 8294-MC/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Julg. 26.05.2009. DJe, 01 jun. 2009
22
Rcl 8019-MC/RO. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julg. 21.05.2009. DJe, 29 maio 2009.
23
Rcl 7590-MC/PR. Rel Min. Menezes Direito. Julg. 11.02.2009. DJe, 20 fev. 2009
62
que a nomeação de parentes para o exercício de cargos de natureza política não se subsumem
às hipóteses elencadas pela Súmula Vinculante n° 13, o que foi visto pela doutrina e pela
jurisprudência como uma exceção às vedações.
qualquer motivo plausível à exclusão dos referidos cargos. Dessa forma, não há possibilidade
de afastar a incidência do enunciado sumular, tendo em vista que essa prática afronta os
princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade.
Nesse sentido, decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SÚMULA
VINCULANTE Nº 13. NEPOTISMO. CARGO POLÍTICO. OFENSA AOS
PRINCÍPIOS DA MORALIDADE E IMPESSOALIDADE.
Não há como interpretar que os cargos políticos não estão abrangidos pela Súmula
Vinculante nº 13, na medida em que a nomeação de parente – no caso concreto, do
pai do Sr. Prefeito – como Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, fere
frontalmente os princípios da moralidade e impessoalidade, que, são a razão de
existência da referida Súmula.
Procedência do pedido para o fim de anular o ato de nomeação.
RECURSO PROVIDO. VOTO VENCIDO.
(Apelação Cível n° 70044587194, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Rel. Irineu Mariani. Julg. 25.04.2012. DJe 08 maio 2012). (RIO GRANDE DO
SUL, 2012, p. 01)
Nessa decisão, o Relator afirmou que embora exista divergência acerca da aplicação
da Súmula Vinculante n° 13, a jurisprudência está consolidando o entendimento de que a
64
Eu fico com certo receio de assentarmos, com todas as letras, que, em tratando de
Secretário Municipal, que é um cargo político de livre nomeação, enfim, de
confiança do prefeito, tal atitude seria lícita. Amanhã, se ele colocar a esposa em um
“cargo chefe” de Secretária de Governo, isso seria lícito à luz da proibição do
nepotismo, do princípio da moralidade? Isso acontece no cotidiano deste grande
Brasil. (BRASIL, 2008, p. 50)
Marco Aurélio, que foi voto vencido, no julgamento do Agravo Regimental em Medida
Cautelar em Reclamação n° 6.650/PR, que assim ressaltou:
O Ministro entendeu que o RE 579.951/RN, não poderia ser usado como precedente,
uma vez que a exceção à súmula foi verificada naquele caso concreto, e um terceiro não
poderia invocar o desrespeito à decisão, na presente Reclamação. Aliás, o Ministro ressaltou
que o enunciado sumular não versa expressamente a possibilidade da nomeação dos agentes
políticos.
Na oportunidade, o Ministro Ricardo Lewandowski asseverou no julgamento do
referido recurso extraordinário, que é necessário analisar cada caso concreto para verificar se
houve ilegalidade na nomeação ou se comprovado o nepotismo cruzado, que poderia dar
ensejo à anulação do ato, uma vez que nem toda a nomeação para cargos de natureza política
desconfigura o nepotismo.
Outrossim, teve o mesmo entendimento, o Ministro Joaquim Barbosa, em decisão
monocrática, ao indeferir um pedido de medida cautelar na Reclamação 12.478 MC/DF24,
nos seguintes termos:
Assim, em linha com o afirmado pelo reclamante, tenho que os acórdãos proferidos
por este Supremo Tribunal Federal no RE 579.951 e na medida cautelar na Rcl
6.650 não podem ser considerados representativos da jurisprudência desta Corte e
tampouco podem ser tomados como reconhecimento definitivo da exceção à súmula
vinculante 13 pretendida pelo município reclamado.
Bem vistas as coisas, o fato é que a redação do verbete não prevê a exceção
mencionada e esta, se vier a ser reconhecida, dependerá da avaliação colegiada da
situação concreta descrita nos autos, não cabendo ao relator antecipar-se em
conclusão contrária ao previsto na redação da súmula, ainda mais quando baseada
em julgamento proferido em medida liminar. (BRASIL, 2011, p. 2)
Pois bem, acredita-se que essa posição não se coaduna com os anseios da sociedade e
com o que já foi exposto até o presente momento, muito pelo contrário, não existe
fundamento plausível que justifique o entendimento de que os princípios constitucionais do
art. 37, caput, da CF, são extensíveis apenas à Administração Pública, leia-se, atividade
administrativa, e não para os componentes do governo, exercentes de atividade política, uma
vez que a vedação ao nepotismo, decorre diretamente dos princípios da impessoalidade e da
moralidade. Portanto, não há que se falar que os cargos de natureza política estão fora do
alcance da Súmula Vinculante n° 13, tendo em vista que este entendimento viola exatamente
24
RE 579951, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/08/2008
68
o que foi o fio condutor para a edição da referida súmula, ou seja, a obediência ao
mandamento dos princípios da Administração Pública.
A respeito da exclusão dos agentes políticos do âmbito da incidência do enunciado
sumular, posiciona-se Tourinho (2011, p. 10):
no sentido de que, em que pese a ressalva feita pelo STF com relação à nomeação dos agentes
políticos, sempre haverá alguma dúvida acerca da ilegalidade do ato.
Natália Ciscotto Ferreira (2015) também opina contra a possibilidade de nomeação de
parentes em cargos políticos. Acredita que não há razão para excluir os agentes políticos dos
princípios constitucionais da Administração Pública. Acrescenta ainda que os municípios do
país sofrem com o beneficiamento de diversos parentes, sendo então necessário que a prática
seja obstada. Transcreve-se a opinião de Leal, a qual Ferreira cita:
Embora o Chefe do Poder Executivo tenha liberdade para escolher livremente seus
quadros de governo, a escolha do agente político além de obedecer critérios de natureza
técnica, profissional e curricular, que demonstrem a qualificação técnica do indivíduo para
ocupar o cargo de Secretário ou Ministro, deve estar pautada em critérios éticos e morais, haja
vista que esses exercentes de cargos políticos estarão a frente de todas as decisões que serão
tomadas e que conduzirão a máquina pública.
Justamente em decorrência da competência e do poder conferido a esses cargos,
somado à inexistência de qualquer ressalva no que toca aos cargos de natureza política, que
vem se consagrando o entendimento de que não há razão para afastar a incidência da Súmula
Vinculante n° 13 na nomeação de parentes para cargos políticos.
Do ponto de vista dos julgadores que adotam esse entendimento, não existe
fundamento lógico-jurídico para deixar de aplicar a Súmula Vinculante n° 13, principalmente
nos cargos de maior relevância. Sendo assim, a possibilidade de coibir a nomeação de
parentes para o exercício de cargos políticos consiste na observância ao princípio da
moralidade e da impessoalidade, por parte da autoridade nomeante.
Diante de todo o exposto, conclui-se que o enunciado sumular não comporta
70
Segundo consta na decisão que reconheceu repercussão geral, foi deferida a liminar
para suspender a eficácia da Lei pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, este consignou que a
ressalva trazida pela norma impugnada - exceto para cargo de agente político de Secretaria
Municipal - afrontaria a Súmula Vinculante 13 na interpretação conferida por este Supremo
Tribunal Federal, que somente haveria excluído a sua incidência de maneira excepcional.
Conforme entendeu o Órgão Especial, os próprios precedentes em que foi determinada a não
aplicação da Súmula vinculante 13 explicitaram tratar-se de uma flexibilização casuística,
incapaz de legitimar a autorização geral e irrestrita ao nepotismo para determinados cargos da
administração pública.
Segundo decisão do Relator Ministro Luiz Fux a “questão trazida à apreciação desta
Suprema Corte se cinge a saber se é inconstitucional a nomeação, para o exercício de cargo
político”, de familiares da autoridade nomeante - assim compreendidos cônjuge, companheiro
ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive.
Segundo o relator, a Constituição pátria estabelece príncipios que devem ser
respeitados pelo Administrador Público, e que o nepotismo não se coaduana mais com a
história do Estado brasileiro. Na sequencia, ele afirma o seguinte:
O teor do verbete não contém exceção quanto ao cargo político. A discussão orbita
em torno do enquadramento dos agente políticos como ocupantes de cargos
públicos, em especial cargo em comissão ou de confiança, mas, ao não diferenciar
cargos políticos de cargos estritamente administrativos, a literalidade da súmula
vinculante sugere que resta proibido o nepotismo em todas as situações. Nesse
sentido, entendeu o Ministro Marco Aurélio, ao deferir recentemente o pedido
liminar na Rcl 26.303. (BRASIL, 2018, p. 3)
Pois bem, cabe a sociedade agora esperar o julgamento do Tema 1000 para que o
Supremo Tribunal Federal acabe com a divergência ora existente, seja para incluir
expressamente a nomeação dos agentes políticos às vedações impostas pela Súmula ou afastar
de forma fundamentada, os cargos de Ministro de Estado, Secretários Estaduais e Municipais
do âmbito de incidência do verbete sumular, tendo em vista que a falta de previsão legal,
74
7 CONCLUSÃO
O presente trabalho foi analisar o alcance normativo da Súmula Vinculante n° 13 na
nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente para cargos de natureza política, mais
especificamente os cargos de Ministros de Estado, os Secretários Estaduais e Municipais,
perante aos princípios constitucionais, insculpidos no art. 37, caput, da Constituição Federal,
em especial, os princípios da moralidade e da impessoalidade.
O Supremo Tribunal Federal, buscando reguardar os padrões de moralidade e de
impessoalidade da Administração Pública, com base na moderna dogmática que confere aos
princípios constitucionais elevada carga normativa, eficácia jurídica e aplicabilidade direta e
imediata, decidiu reiteradamente, que a vedação à prática do nepotismo decorre diretamente
do núcleo dos postulados elencados no art. 37, caput, da Constituição Federal, sendo
desnecessária, portanto, a edição de lei formal para coibir a conduta.
A Suprema Corte, com acerto, em respeito aos postulados da moralidade, da
impessoalidade, da eficiência e com base nos seus precedentes, editou a Súmula Vinculante
n° 13, que vedou a prática do nepotismo que há muito tempo perdurou neste país, proibindo a
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau para o exercício de cargo
em comissão, de confiança, ou função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Houve,
inclusive, a vedação ao chamado nepotismo cruzado.
Ocorre que no julgamento do RE n° 579.951/RN, o Supremo Tribunal Federal
estabeleceu uma diferenciação entre os cargos estritamente administrativos e os cargos de
natureza política, que teve como consequência a não configuração do nepotismo nos casos de
nomeação de cargo político, orientando apenas se atentar aos indícios de favorecimento, ou
nepotismo cruzado.
A partir de pesquisa doutrinária e jurisprudencial acerca do tema, verificou-se que a
orientação dominante aponta que as nomeações de cargos políticos não se encartam nas
vedações consagradas na Súmula Vinculante n° 13, desde que o nomeado apresente
qualificação técnica específica para o cargo, e ausente qualquer prova de nepotismo cruzado
ou favorecimento, apenas em razão de laços de parentesco.
Contudo, verificou-se que há divergencia na jurisprudência e doutrina, no sentido de
que não há como interpretar que a nomeação dos agentes políticos não se subsumem às
hipóteses elencadas no enunciado sumular, em razão de inexistir qualquer motivo plausível à
exclusão dos referidos cargos ao âmbito de incidência da Súmula. O posicionamento adotado
nesses casos é de que não há fundamento lógico-jurídico que afaste a aplicação do verbete
76
sumular aos agentes políticos, primeiro, porque não consta expressamente nenhuma ressalva
ou exceção com relação à esses cargos, e segundo, deve-se atentar que independente da
natureza política do cargo, o nomeado é antes de tudo, um agente público, e nessa qualidade,
deve observar os princípios constitucionais da Administração Pública.
Conforme abordado, a Administração Pública distingue-se do Governo pelas seguintes
razões: a função de governo compreende um conjunto de competências relativas à tomada de
decisões políticas, que incidem diretamente nas questões ligadas à nação, determinadas pela
Constituição, ao passo que a função administrativa pode ser definida com um instrumento de
satisfação dos interesses fundamentais, incumbida de realizar as diretrizes traçadas pelo
Governo, ou seja, tanto a função de governo quanto a função admnistrativa estão associadas à
satisfação dos direitos fundamentais, ainda que em níveis distintos.
Diante disso, considerando que a nomeação para os cargos em comissão e funções de
confiança, bem como para os cargos de natureza política, é de livre escolha da autoridade
nomeante, essa conduta está indiscutivelmente subordinada aos princípios da moralidade e da
impessoalidade, tendo em vista que qualquer atuação estatal deve visar o atingimento da
finalidade pública, que é a satisfação dos interesses da coletividade, em outras palavras, é
vedada qualquer conduta que esteja voltada apenas a realização de interesses privados, em
benefício próprio, ou de seu grupo familiar.
Atualmente, a comunidade jurídica reconhece a normatividade e a efetividade dos
princípios, mesmo que não positivados em um texto normativo, e foi justamente com base
nessa força coercitiva e na supremacia que se revestem os princípios constitucionais,
especialmente o da moralidade e da impessoalidade, que o Supremo Tribunal Federal não
tolerou mais a prática do nepotismo. No entanto, posicionou-se no sentido de que os cargos
políticos entram no âmbito de incidência da exceção aberta no RE n° 579.951/RN e
posteriormente Rcl n° 6.650-MC-AgR/PR.
Por meio desses precedentes, e o entendimento que se tem sustentado, a Suprema
Corte deixou de opor-se, de uma vez por todas, à inaceitável prática do nepotismo no âmbito
da Administração Pública brasileira, ao não submeter a nomeação de parentes para cargos de
Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais às vedações impostas pela Súmula
Vinculante n° 13, independentemente da existência de qualificação técnica específica para a
sua respectiva pasta, e da não configuração de favorecimento entre autoridades nomeantes.
Atualmente, está pendente de julgamento o RE 1.133.118/SP (Tema 1000 STF), o qual
pode acabar por vez com toda essa discussão acerca da exceção a vedação da Súmula
Vinculante nº 13 em relação aos agentes políticos. Ademais, pelo apresentado, conclui-se que
77
REFERÊNCIAS:
ALEXY, Robert. Teoria dos direito fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva.
São Paulo : Malheiros, 2008.
BORGES, Maria Cecília. Das funções de confiança stricto sensu e dos cargos em
comissão: abordagem constitucionalmente adequada. Disponível em: <1469.pdf
(tce.mg.gov.br)>. Acesso em: 05 fev. 2014.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 25 ed. rev. ampl.
e atual. até a Lei n° 12.587, de 3.1.2012. São Paulo: Atlas, 2012.
CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de direito administrativo: parte geral,
intervenção do Estado e estrutura da administração. 2 ed. rev. ampl. e atual. Bahia:
Juspodivm, 2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 29 ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Tradução de Nelson Boeira. São Paulo:
Martins Fontes, 2002.
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 17ª ed. atualizada por Fabricio Motta. São
Paulo: Saraiva, 2012.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo moderno. 8 ed. rev. atual. e
ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2012.
MEDAUER, Odete. Direito administrativo moderno. 20 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2016.
MEIRELLES, HELY LOPES. Direito administrativo brasileiro. 30 ed. atual. por Eurico de
Andrade Azevedo; Délcio Balestero Aleixo; José Emmanuel Burle Filho. São Paulo:
Malheiros, 2005.
MORAES, Guilherme Peña de. Súmula vinculante no direito brasileiro. Revista Diálogo
Jurídico, Salvador, n° 17, 2008. Disponível em:
<https://www.passeidireto.com/arquivo/21218618/sumula-vinc-guilherme-pena>. Acesso
em: 14 jun. 2021.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 36 ed. rev. e atual até a
Emenda Constitucional n. 71, de 29.11.2012. São Paulo: Malheiros, 2013.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. vol. III. 51 ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2018.