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Discente:
Docente:
Célia Memoria José Simango
Msc. Jochua Abrão Baloi
Estevão Saltiel Mochope
Sérgio Eugénio Ndzovela
Saide Aide Bonomar
Teófilo Ngomane Júnior
Introdução
O presente trabalho aborda sobre o sistema eleitoral e a sua interacção com os sistemas
partidários e os grupos de pressão. Os sistemas eleitorais podem representar: (i) relação de causa
e efeito; (ii) factor que exerce maior ou menor influência a depender da realidade local, porém
não determinante; (iii) factor que exerce função irrelevante sobre o sistema partidário.
O presente trabalho tem como objectivo analisar a relações entre os tipos de sistemas partidários
e eleitorais e a existência dos Grupos de Pressão.
Objectivos
Geral
Compreender a relações entre os sistemas partidários e eleitorais e os grupos de pressão.
Específicos
Apresentar os tipos de sistemas partidários e sistemas eleitorais;
Discutir a opinião pública sobre ponto de partido teórico com ênfase nos grupos de
pressão.
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De acordo com Bonavides (2000, p. 389) adopta o Estado partidário contemporâneo três sistemas
principais de partidos; o bipartidário, o multipartidário e o partido único. Este último mais
frequente nos regimes totalitários.
1.1.1. Unipartidarismo
Para Sartori (1982, p. 58) Sistema unipartidário ou sistema de partido único é um sistema
partidário em que um único partido político é legal, confundindo-se com o próprio Estado, sendo
que legalmente não podem existir outros partidos. Às vezes o termo unipartidarismo é utilizado
para descrever um sistema de partido dominante, em que existem outros partidos, mas as leis
impedem a oposição de obter legalmente poder.
Bonavides (2000, p. 394) no unipartidarismo apenas um partido existe e tem permissão para
existir. É assim porque esse partido veta, tanto de direito como facto, qualquer tipo de pluralismo
partidário. Os sistemas de partido único são mais frequentes em regimes totalitários e vão na
contra mão da essência do sistema democrático, uma vez que anula o pluralismo político. “As
ditaduras do século XX, com raras excepções, fizeram porém do partido único o instrumento
máximo de conservação do poder, sufocando, pela interdição ideológica, o pluralismo político,
sem o qual a liberdade se extingue”.
Segundo Bonavides (2000, p. 395) o partido único surge como remédio nas ocasiões de crises
mais graves e dolorosas. Mas seu cunho antidemocrático somente se descobre ou fica nu quando
entra ele defmitivamente a institucionalizar-se.1
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A revolução e a contra-revolução social no século XX geraram pois politicamente em alguns Estados o partido
único. Mas onde nos últimos anos sua aparição se fez mais frequente foi naqueles países recém-egressos do regime
colonial. Aí o partido único aparece como força política coroada pelo prestígio haurido na participação que teve
durante o movimento criador da independência nacional.
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No sistema de partido único não há alternativa para o eleitor em face do poder. Fica ele assim
privado de fazer escolha genuína, ademais, nesse sistema, “o partido se confunde com o poder” e
sua doutrina se toma “a ideia do direito oficial” (Idem).
1.1.2. Bipartidarismo
Segundo Oliveira e Duailibe (2010, p. 6981) o Bipartidarismo é o sistema de organização de
partidos no qual a disputa pelas preferências do eleitorado é realizada por dois partidos, tendo a
corrente majoritária a responsabilidade pelo exercício das políticas governamentais, cabendo ao
partido minoritário o exercício do encargo de oposição. O bipartidarismo é considerado por
alguns escritores políticos como o sistema democrático por excelência em matéria de organização
partidária. O sistema bipartidário, não significa literalmente a existência de apenas dois partidos
no cenário político. É possível que vários partidos concorram no período eleitoral, no entanto, o
sistema tecnicamente se acha de tal forma estruturado que somente dois partidos reúnem de
maneira permanente a possibilidade de chegar ao poder.
1.1.3. Multipartidarismo
Segundo Bonavides (2000, p. 391) os sistemas multipartidários se caracterizam pela presença de
três ou mais partidos na disputa pelo poder estatal e seus adeptos “[...] louvam-no como a melhor
forma de colher e fazer representar o pensamento de variadas correntes de opinião, emprestando
às minorias políticas o peso de uma influência que lhes faleceria, tanto no sistema bipartidário
como unipartidário.”
No sistema parlamentar do moderno Estado partidário, o multipartidarismo conduz
inevitavelmente aos governos de coligação, com gabinetes de composição heterogénea, sem
rumos políticos coerentes, sujeitos portanto pela variação de propósitos a uma instabilidade
manifesta. Não obstante, esses governos por sua natureza mesma são dos mais sensíveis aos
reclamos da opinião pública (Ibid., p. 392).
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*Garantem alternância.
De acordo com Bonavides (2000, p. 265) o sistema eleitoral adoptado num país pode exercer - e
em verdade exerce - considerável influxo sobre a forma de governo, a organização partidária e a
estrutura parlamentar, reflectindo até certo ponto a índole das instituições e a orientação política
do regime. Segundo o mesmo autor existe duas modalidades básicas de sistemas eleitorais: o
sistema majoritário de representação e o sistema de representação proporciona.
maior número de votos. Aqui a maioria simples ou relativa é suficiente para alguém eleger-se. O
escrutínio de dois turnos, caso nenhum candidato haja obtido maioria absoluta (mais da metade
dos sufrágios expressos) apela-se para um segundo turno ou eleição decisiva.
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Foi a Bélgica o primeiro país que adoptou o princípio da representação proporcional. Dali se irradiou para os países
escandinavos (Suécia, Noruega e Dinamarca), bem como para a Holanda, Itália e Alemanha e vários outros países
europeus e latino-americanos.
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Os grupos de pressão procuram fazer pressão sobre os poderes públicos mediante a aquisição de
uma base alargada de apoio na opinião pública. A existência de um grupo de pressão resulta da
conjugação de duas condições de base: da constituição de um grupo organizado, capaz de levar
por diante os seus objectivos durante um período que pode ser mais ou menos longo e da defesa
de interesses e do exercício de uma pressão sistemática sobre os poderes públicos, que vai
procurando alargar a sua base de apoio junto da opinião pública, (Ibid., p. 25).
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Conclusão
Terminado o trabalho conclui-se que Na versão ideológica, o número de partidos de um sistema
partidário decorreria do número de opiniões relevantes existentes na sociedade. De acordo com
essa interpretação, uma das razões para a criação de um novo partido é a percepção dos
organizadores de que há espaço para representar um segmento social cujos interesses não
estavam representados até então. Já na perspectiva institucionalista, é a estrutura institucional que
explicaria o número de partidos de um sistema político. Segundo essa abordagem, o sistema
eleitoral, o sistema de governo e a estrutura do Estado, explicariam o formato dos sistemas
partidários. Isso porque, são essas regras que estabeleceriam o cenário para a actuação dos
partidos políticos.
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Bibliografia
Bonavides, P. (2000). Ciência Política. São Paulo: Malheiros.