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Curso de Licenciatura em Administração Pública

Centro Aberto de Ensino a Distância


1º Ano, IIº Semestre

Disciplina: Ciência Política II

Tema: O processo político democrático e a luta pelo poder

Discente:
Docente:
Célia Memoria José Simango
Msc. Jochua Abrão Baloi
Estevão Saltiel Mochope
Sérgio Eugénio Ndzovela
Saide Aide Bonomar
Teófilo Ngomane Júnior

Xai-Xai, Setembro de 2022


Célia Memoria José Simango
Estevão Saltiel Mochope

Sérgio Eugénio Ndzovela


Saide Aide Bonomar
Teófilo Ngomane Júnior

O processo político democrático e a luta pelo poder

Instituto Superior e Gestão de Negócios

Xai-xai, Setembro de 2022


Índice
Introdução .................................................................................................................................... 3
Objectivos .................................................................................................................................... 3
Geral ............................................................................................................................................. 3
Específicos ................................................................................................................................... 3
1. Sistemas partidários e eleitorais ............................................................................................... 4
1.1. Sistemas partidários .............................................................................................................. 4
1.1.1. Unipartidarismo ............................................................................................................. 4
1.1.2. Bipartidarismo ............................................................................................................... 5
1.1.3. Multipartidarismo .......................................................................................................... 5
1.2. Sistema eleitoral ................................................................................................................ 6
1.2.1. Sistema majoritário de representação ............................................................................ 6
1.2.1.1. Vantagens do sistema majoritário.............................................................................. 7
1.2.1.2. Desvantagens do sistema majoritário ........................................................................ 7
1.2.2. O sistema de representação proporcional/sistema de representação das opiniões ........ 7
1.2.2.1. Vantagens do sistema de representação proporcional ............................................... 8
1.2.2.2. Desvantagens do sistema de representação proporcional .......................................... 8
2. Opinião pública e grupos de pressão .................................................................................... 8
Conclusão..................................................................................................................................... 9
Bibliografia ................................................................................................................................ 10
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Introdução
O presente trabalho aborda sobre o sistema eleitoral e a sua interacção com os sistemas
partidários e os grupos de pressão. Os sistemas eleitorais podem representar: (i) relação de causa
e efeito; (ii) factor que exerce maior ou menor influência a depender da realidade local, porém
não determinante; (iii) factor que exerce função irrelevante sobre o sistema partidário.

O presente trabalho tem como objectivo analisar a relações entre os tipos de sistemas partidários
e eleitorais e a existência dos Grupos de Pressão.

Objectivos

Geral
 Compreender a relações entre os sistemas partidários e eleitorais e os grupos de pressão.
Específicos
 Apresentar os tipos de sistemas partidários e sistemas eleitorais;
 Discutir a opinião pública sobre ponto de partido teórico com ênfase nos grupos de
pressão.
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1. Sistemas partidários e eleitorais

1.1. Sistemas partidários


Segundo Sartori (1982, p. 56) o sistema Partidário é um conjunto formado pelos partidos
políticos, cuja abordagem pode focalizar o número de partidos e a interacção competitiva entre
estes e com os eleitores. Sua importância reside na estruturação das escolhas dos representados e
na estabilização política.

De acordo com Bonavides (2000, p. 389) adopta o Estado partidário contemporâneo três sistemas
principais de partidos; o bipartidário, o multipartidário e o partido único. Este último mais
frequente nos regimes totalitários.

1.1.1. Unipartidarismo
Para Sartori (1982, p. 58) Sistema unipartidário ou sistema de partido único é um sistema
partidário em que um único partido político é legal, confundindo-se com o próprio Estado, sendo
que legalmente não podem existir outros partidos. Às vezes o termo unipartidarismo é utilizado
para descrever um sistema de partido dominante, em que existem outros partidos, mas as leis
impedem a oposição de obter legalmente poder.

Bonavides (2000, p. 394) no unipartidarismo apenas um partido existe e tem permissão para
existir. É assim porque esse partido veta, tanto de direito como facto, qualquer tipo de pluralismo
partidário. Os sistemas de partido único são mais frequentes em regimes totalitários e vão na
contra mão da essência do sistema democrático, uma vez que anula o pluralismo político. “As
ditaduras do século XX, com raras excepções, fizeram porém do partido único o instrumento
máximo de conservação do poder, sufocando, pela interdição ideológica, o pluralismo político,
sem o qual a liberdade se extingue”.

Segundo Bonavides (2000, p. 395) o partido único surge como remédio nas ocasiões de crises
mais graves e dolorosas. Mas seu cunho antidemocrático somente se descobre ou fica nu quando
entra ele defmitivamente a institucionalizar-se.1

1
A revolução e a contra-revolução social no século XX geraram pois politicamente em alguns Estados o partido
único. Mas onde nos últimos anos sua aparição se fez mais frequente foi naqueles países recém-egressos do regime
colonial. Aí o partido único aparece como força política coroada pelo prestígio haurido na participação que teve
durante o movimento criador da independência nacional.
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No sistema de partido único não há alternativa para o eleitor em face do poder. Fica ele assim
privado de fazer escolha genuína, ademais, nesse sistema, “o partido se confunde com o poder” e
sua doutrina se toma “a ideia do direito oficial” (Idem).

Segundo Oliveira e Duailibe (2010, p. 6981) no unipartidarismo, os processos que determinam as


políticas governamentais e a liderança política funcionam quase exclusivamente através do
esquema de um partido único. Pode haver partidos menores, mas são tão pequenos, que não
exercem qualquer influência significativa sobre o que acontece dentro do partido maior. Que não
exercem qualquer influência significativa sobre o que acontece dentro do partido maior.

1.1.2. Bipartidarismo
Segundo Oliveira e Duailibe (2010, p. 6981) o Bipartidarismo é o sistema de organização de
partidos no qual a disputa pelas preferências do eleitorado é realizada por dois partidos, tendo a
corrente majoritária a responsabilidade pelo exercício das políticas governamentais, cabendo ao
partido minoritário o exercício do encargo de oposição. O bipartidarismo é considerado por
alguns escritores políticos como o sistema democrático por excelência em matéria de organização
partidária. O sistema bipartidário, não significa literalmente a existência de apenas dois partidos
no cenário político. É possível que vários partidos concorram no período eleitoral, no entanto, o
sistema tecnicamente se acha de tal forma estruturado que somente dois partidos reúnem de
maneira permanente a possibilidade de chegar ao poder.

1.1.3. Multipartidarismo
Segundo Bonavides (2000, p. 391) os sistemas multipartidários se caracterizam pela presença de
três ou mais partidos na disputa pelo poder estatal e seus adeptos “[...] louvam-no como a melhor
forma de colher e fazer representar o pensamento de variadas correntes de opinião, emprestando
às minorias políticas o peso de uma influência que lhes faleceria, tanto no sistema bipartidário
como unipartidário.”
No sistema parlamentar do moderno Estado partidário, o multipartidarismo conduz
inevitavelmente aos governos de coligação, com gabinetes de composição heterogénea, sem
rumos políticos coerentes, sujeitos portanto pela variação de propósitos a uma instabilidade
manifesta. Não obstante, esses governos por sua natureza mesma são dos mais sensíveis aos
reclamos da opinião pública (Ibid., p. 392).
6

Quadro I: Características dos tipos de sistemas partidários

Características dos tipos de sistemas partidários

Unipartidarismo Bipartidarismo Multipartidarismo

*Partido único; *Dois partidos em posição de *Presença de partidos anti-


competir pela maioria absoluta sistema;
*Partidos somente dos mandatos;
representativos. *Existência de oposições
*Pelo menos um dos dois bilaterais;
partidos consegue conquistar
uma maioria suficiente; *Sistema fixado ao extremo;

*A rotação do poder constitui *Desenvolvimento de


uma expectativa credível; oposições irresponsáveis.

*Garantem alternância.

Fonte: adaptado de Sartori (1982, p. 67)

1.2. Sistema eleitoral


Segundo Sartori (1982, p. 67) sistema eleitoral é a fórmula para transformar votos em cadeiras no
Legislativo. Os sistemas eleitorais permitem-nos organizar, politicamente, a divisão territorial,
ideológica e cultural (e porque também não dizer económica das diferentes visões que o Estado
pode e deve adoptar dentro de um mesmo país.

De acordo com Bonavides (2000, p. 265) o sistema eleitoral adoptado num país pode exercer - e
em verdade exerce - considerável influxo sobre a forma de governo, a organização partidária e a
estrutura parlamentar, reflectindo até certo ponto a índole das instituições e a orientação política
do regime. Segundo o mesmo autor existe duas modalidades básicas de sistemas eleitorais: o
sistema majoritário de representação e o sistema de representação proporciona.

1.2.1. Sistema majoritário de representação


Segundo Bonavides (2000, p. 265-266) o sistema majoritário de representação consiste na
repartição do território eleitoral em tantas circunscrições eleitorais quantos são os lugares ou
mandatos a preencher. O sistema majoritário de maioria simples conduz em geral ao
bipartidarismo e à formação fácil de um governo, em virtude da maioria básica alcançada pela
legenda vitoriosa. O mesmo autor acrescenta que, Sistema majoritário oferece duas variantes
principais: O escrutínio de um só turno, sendo eleito na circunscrição o candidato que obtiver
7

maior número de votos. Aqui a maioria simples ou relativa é suficiente para alguém eleger-se. O
escrutínio de dois turnos, caso nenhum candidato haja obtido maioria absoluta (mais da metade
dos sufrágios expressos) apela-se para um segundo turno ou eleição decisiva.

1.2.1.1. Vantagens do sistema majoritário

Segundo Bonavides (2000, p. 265-266) as vantagens proporcionadas pelo escrutínio majoritário


puro e simples se resumem nos seguintes pontos

 Produz governos estáveis.


 Evita a pulverização partidária.
 Cria entre os dois grandes partidos um eleitorado flutuante, que serve de “fiel de balança”
para a vitória eleitoral necessária à formação da maioria parlamentar.
 Favorece a função democrática, quando faz com nitidez emergir das eleições um partido
vitorioso apto a governar pela maioria parlamentar de que dispõe.
 Permite determinar facilmente, graças à simplicidade do sistema, o número de candidatos
eleitos.
1.2.1.2.Desvantagens do sistema majoritário

Segundo Bonavides (2000, p. 267) as desvantagens do sistema majoritário são:

 O sistema majoritário pode conduzir ao governo, com maioria no parlamento, um partido


que saiu vitorioso das eleições sem contudo haver obtido no país uma quantidade superior
de votos.

1.2.2. O sistema de representação proporcional/sistema de representação das opiniões2


Segundo Bonavides (2011, p. 269) a representação proporcional ou sistema de representação das
opiniões é um sistema eleitoral que permite ao eleitor sentir a força do voto e saber de antemão
de sua eficácia, porquanto toda a vontade do eleitorado se faz representar proporcionalmente ao
número de sufrágios.

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Foi a Bélgica o primeiro país que adoptou o princípio da representação proporcional. Dali se irradiou para os países
escandinavos (Suécia, Noruega e Dinamarca), bem como para a Holanda, Itália e Alemanha e vários outros países
europeus e latino-americanos.
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1.2.2.1.Vantagens do sistema de representação proporcional


 É o sistema que confere às minorias igual ensejo de representação de acordo com sua
força quantitativa.
 Por ser um sistema aberto e flexível, ele favorece, e até certo ponto estimula, a fundação
de novos partidos, acentuando desse modo o pluralismo político da democracia partidária.
1.2.2.2.Desvantagens do sistema de representação proporcional
Segundo Bonavides (2011, p. 270) a representação proporcional ameaça de esfacelamento e
desintegração o sistema partidário ou enseja uniões esdrúxulas de partidos - uniões
intrinsecamente oportunistas que arrefecem no eleitorado o sentimento de confiança na
legitimidade da representação, burlada pelas alianças e coligações de partidos, cujos programas
não raro brigam ideologicamente.

A representação proporcional Propicia por consequência um dogmatismo de posições que poderá


pôr em perigo a ordem democrática, ao contrário do sistema majoritário, que enseja quase sempre
a formação de dois partidos apenas, e integra e absorve as minorias ordinariamente propensas a
contestação e discrepância, (Ibid., p. 271).

2. Opinião pública e grupos de pressão


Os grupos de pressão, segundo Nicolau (1996, p. 23) são organizações da esfera intermediária
entre o indivíduo e o Estado, nas quais um interesse se incorporou e se tornou politicamente
relevante. Ou são grupos que procuram fazer com que as decisões dos poderes públicos sejam
conformes com os interesses e as ideias de uma determinada categoria social.

Os grupos de pressão procuram fazer pressão sobre os poderes públicos mediante a aquisição de
uma base alargada de apoio na opinião pública. A existência de um grupo de pressão resulta da
conjugação de duas condições de base: da constituição de um grupo organizado, capaz de levar
por diante os seus objectivos durante um período que pode ser mais ou menos longo e da defesa
de interesses e do exercício de uma pressão sistemática sobre os poderes públicos, que vai
procurando alargar a sua base de apoio junto da opinião pública, (Ibid., p. 25).
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Conclusão
Terminado o trabalho conclui-se que Na versão ideológica, o número de partidos de um sistema
partidário decorreria do número de opiniões relevantes existentes na sociedade. De acordo com
essa interpretação, uma das razões para a criação de um novo partido é a percepção dos
organizadores de que há espaço para representar um segmento social cujos interesses não
estavam representados até então. Já na perspectiva institucionalista, é a estrutura institucional que
explicaria o número de partidos de um sistema político. Segundo essa abordagem, o sistema
eleitoral, o sistema de governo e a estrutura do Estado, explicariam o formato dos sistemas
partidários. Isso porque, são essas regras que estabeleceriam o cenário para a actuação dos
partidos políticos.
10

Bibliografia
Bonavides, P. (2000). Ciência Política. São Paulo: Malheiros.

Nicolau, J. M. (1996). Multipartidarismo e Democracia: um estudo sobre o sistema partidário


brasileiro. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.

Sartori, G. (1982). Partidos e Sistemas Partidários. Rio de Janeiro: Zahar.

Oliveira, B. Q. & Duailibe, E. P. (2010). Sistemas partidários e sistemas eleitorais: as leis


sociológicas de Maurice Duverger e Giovanni Sartori no cenário político brasileiro.

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