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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Curso de Licenciatura em Ciência Política

Disciplina: Introdução à Ciência Política

Laboral, 2019

Tema: Preparação para avaliações de ICP

Por Gildo Chau,UEM, 2019

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Questões verus Respostas

Parte – I

1. Com base nos argumentos de Pasquino (2002), explique o processo de evolução da


ciência política?

O processo da evolução da ciência política segundo o pasquino 2002: é difícil delimitar a


evolução da ciência política como disciplina por dois aspectos fundamentais:

Em primeiro lugar, houve uma confusão com outras disciplinas, como: a filosofia política,
direito constitucional, sociologia política, entre outras. Entretanto tornou difícil traçar uma
história exaustiva da ciência política visto que a evolução desta tem sido feita através da
elaboração de novas técnicas e novos métodos na busca do carácter científico para se definir
ou identificar uma data da sua evolução até os dias actuais.

Em segundo lugar, o outro aspecto esta ligado ao objecto de estudo, sendo que desde o inicio
a política era identificada como o poder enquanto que objecto central de análise era substituído
pelo estado, todavia houve a redefinição do objecto da ciência política que já não poderia ser
simplesmente o poder, nem o Estado mas sim sistema político, visto que as sociedades sem
estado manifestavam visivelmente a existência de actividades politicas.

2. Diferencie os conceitos de Política, Ciência Política, Poder e Poder político?

➢ Política – é a arte ou ciência de governar para compatibilizar interesses.


➢ Ciência Política – é a ciência que estuda a política, os sistemas políticos, as instituições,
os processos, os comportamentos políticos, os processos de governos, as mudanças de
estruturas, a fim de explicar o mais completamente possível e o seu objecto é a realidade
social.
➢ Poder – é uma relação entre dois ou mais sujeitos dos quais um impõe ao outro a própria
vontade e lhe determina o seu comportamento.

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➢ Poder político – é o poder pelo qual o Estado tem a capacidade de elaborar leis, e tomar
decisões que imprimam um certo interesse em favor dos governantes quando dos
governados.

3. Gabriel Almond e Bingham Powell citados por Pasquino (2002) apontavam a ciência
política, especialmente a Norte-Americana três (03) defeitos fundamentais. Diga quais são
e explique-os?

➢ O provincianismo – a análise dos sistemas políticos tinham-se concentrado essencialmente


sobre poucos sistemas, todos pertencentes à área europeia e ocidental que incluíam apenas
as grandes democracias (EUA, Alemanha, França, etc.).
➢ O carácter meramente descritivo – a maior parte dos estudos limitava-se a descrever as
características dos sistemas políticos analisados sem nenhuma preocupação teórica e não
se preocupava em elaborar hipóteses.
➢ Formalismo – uma atenção excessiva às variáveis formais, instituições, normas e
procedimentos e uma falta de atenção ao funcionamento real dos sistemas políticos e aos
processos de mudanças.

4. Explique os fundamentos e lógicas de funcionamento do modelo de grupo ou holístico


na análise de políticas. Em seguida, analise o processo de revisão constitucional à luz deste
modelo?

O modelo holístico ou de grupo, consiste em analisar basicamente um fenómeno de grupos e


não de indivíduos isolados. Este subdivide se em modelo discurso – que as escolhas dos
indivíduos são movidos pelas crenças, valores, etc. (ex.: ideologia feminista, qual seria o papel
da mulher na política dentro de uma sociedade?); e modelo sistémico – conjunto de acções
reciprocas através das quais se realiza a atribuição de valores livres numa dada sociedade. (ex.:
o estudo de partidos políticos).

5. Discuta o modelo de análise da perspectiva das tendências individuas?

Estuda um fenómeno de formal individual. Este subdivide se em escolha racional - actividade


humana é orientada pelo objectivo e é instrumental, o móbil da acção e a razão humana, ou
seja, os indivíduos racionais buscam maximizar os interesses e minimizar os custos; Neo-
Institucional – esta perspectiva esta mais inclinada para instituições formais e informais; os
constrangimentos e solução de equilíbrio.

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6. O termo Estado tem sido usado para referir a uma vasta gama de coisas ou uma
desconcertante variedade de coisas… Heywood (2002: 57)!

a) Concorda com afirmação? Em caso de concordância, explique porque?

Sim. Isto porque, Heywood, jamais esclareceu o que entendia exactamente por funções e
finalidades de Estado. Entretanto, ele trouxe o seu prisma no que concerne o Estado, na medida
em que nas abordagens desenvolvidas poderíamos extrair a informação inerente as funções e
finalidades.

O autor usou o termo "Estado" para se referir a uma gama desconcertante de coisas, (uma
coleção de instituições, uma unidade territorial, uma ideia filosófica, um instrumento de
coerção ou opressão), e assim por diante. Essa confusão decorre, em parte, do facto de que o
Estado foi entendido de quatro maneiras bastante diferentes a destacar:

➢ Perspectiva idealista

Onde existem os três momentos da existência social: a família, a sociedade civil e o Estado.
Dentro da família, vai operar um altruísmo particular que encoraja as pessoas deixando de lado
seus próprios interesses pelo bem de seus filhos ou parentes idosos. Por outro lado, a sociedade
civil era vista como uma esfera de egoísmo universal, na qual indivíduos colocam os seus
próprios interesses antes dos outros. Concebendo desta forma o Estado como uma comunidade
ética sustentada por simpatia mútua, (altruísmo universal).

➢ Perspectiva funcionalista

Esta concentra-se no papel ou no objectivo do Estado-instituições. A função central do Estado


é invariavelmente vista como a manutenção de ordem social (segurança, justiça e o bem-estar),
sendo o Estado o conjunto de instituições que defendem a ordem e proporcionam estabilidade
social. No entanto, tende a associar qualquer instituição que mantém a ordem (como a família,
a média de massa, os sindicatos e as igrejas) com o próprio Estado.

➢ Perspectiva organizacional

Define o Estado como o aparato do governo em seu sentido mais amplo; isto é, como o conjunto
de instituições reconhecidamente públicas, na medida em que são responsáveis pela

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organização coletiva da existência social e são financiados às custas do público. Essa vem
distinguir claramente entre o estado e a sociedade civil. Sendo o Estado um aparato que detém
o monopólio do uso da violência legitima dentro de um determinado território.

➢ Perspectiva internacional

O Estado deve ser visto principalmente como um actor no cenário mundial; como a unidade
básica da política internacional. Isso destaca a estrutura dualista do estado, o facto de ter duas
faces, uma olhando para assuntos internos ou domésticos, e o outro olhando para assuntos
externos, na relação com outros Estados na sua intervenção, assim como a proteção contra
ataques externos.

Parte – II

2. Os grupos de pressão e os partidos políticos (semelhanças)

Tanto os partidos políticos como os grupos de pressão têm de comum a característica de


constituírem categorias interpostas entre o cidadão e o Estado, conduzem interesses de seus
membros até as regiões do poder aonde vão em busca de uma decisão política favorável. São
instrumentos representativos ambos e os mais modernos que entram no quadro da democracia
social de nosso século.

2.2.1. As diferenças entre um partido político e um grupo de pressão:

➢ O partido procura conquistar, exercer e manter o poder, seus objectivos políticos são
permanentes, ao passo que o grupo de pressão, actua apenas transitoriamente sobre o
poder com uma interferência política que se exaure (esgota) na adopção da lei para
atendimento de um interesse. No partido político há tomada do poder, e um grupo de
pressão mera influência sobre o poder;
➢ No partido a perspectiva política é global, implica uma concepção total, ao passo que
no grupo essa perspectiva é unicamente parcial;
➢ No Partido, constitui a forma de organização no âmbito do Estado isto é o partido
representa o povo, os cidadãos no Estado, ao passo que no Grupo a forma de
organização é no campo social, isto é, representa a sociedade nos seus interesses

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diferenciados exercendo desta forma a pressão para que o governo altere ou reformula
as políticas públicas que têm impactona sociedade;

2.2. Os sistemas eleitorais

Conjunto de regras que vão determinar os procedimentos através de qual o eleitor vai fazer as
escolhas (voto) e como esses votos são contabilizados e convertidos em mandato.

2.2.2.1.O sistema majoritário/maioritário de representação:

➢ Vence o candidato que obtiver maior número de votos, a maioria simples ou


relativa (50+1) e perde o candidato com 49% de votos;
➢ Caso nenhum candidato haja obtido maioria absoluta (mais da metade de votos)
apela-se para uma segunda volta e aí dentre os candidatos concorrentes eleger-se-
á aquele que obtiver maior número de votos (maioria simples ou relativa).

As vantagens do sistema majoritário:

➢ Produz governos estáveis;


➢ Evita a pulverização partidária;
➢ Cria entre os dois grandes partidos um eleitorado flutuante, que serve de “fiel de
balança;
➢ Permite determinar facilmente, graças à simplicidade do sistema, o número de
candidatos eleitos;
➢ Aproxima o eleitor do candidato;
➢ Coloca o representante numa dependência maior do eleitor do que do partido;

Desvantagens:

➢ Baixa representativa, pois a minoria não tem espaço representativo, e abre espaço
necessariamente para dois grandes partidos em disputa.

2.2.2.2. O sistema de representação proporcional:

➢ Tem por objecto assegurar às diversas opiniões;


➢ O sistema em que os lugares a preencher são repartidos entre as listas disputantes
proporcionalmente ao número de votos que hajam obtido;

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Vantagens:

➢ Todo voto possui igual parcela de eficácia e nenhum eleitor será representado por um
deputado em que não haja votado.
➢ É também o sistema que confere às minorias igual oportunidade de representação de
acordo com sua força quantitativa;
➢ Sistema aberto e flexível, ele favorece a fundação de novos partidos;
➢ Pluralismo político da democracia partidária;

Desvantagens:

➢ Pluralidade partidária, cria instabilidade ou paralisia decisória quando os partidos são


muitos.

3. O que entendem por representação política? Digam o que a mesma pressupõe.


A Representação política – pressupõe a existência de dois entes (uma relação entre
governantes e governados).
Sistema Representativo – surgi com a duplicidade no advento do Estado liberal por largo
da classe burguesa no Ocidente. Portanto, diz respeito a forma como o processo de
representação política se estrutura ou se forma num pais. Ex: os sistemas eleitorais, a forma
como os representantes chegam ao parlamento.

4. Partido político- é associação voluntária de pessoas com a intenção de galgar o poder


político através, de meios constitucionais (Field).

4. Os sistemas de Partidos

4.1. O partido Monopartidário - Um só regime de partido dominante.

4.2. O sistema Bipartidário - Dois ou mais partidos políticos, e que as duas principais
coalizões políticas recebem toda atenção e monopolizam o debate político não tendo espaço
para os minoritários para difundir as duas ideias e propostas.

4.3. O sistema Multipartidário - A presença de três ou mais partidos políticos em disputa do


poder num determinado sistema estatal.

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5. Teorias do comportamento eleitoral

5.1. Abordagem sociológica - o eleitor decide o direccionamento do seu voto de acordo com
as influências que ele possui que por sua vez são resultantes do seu ambiente social (as crenças,
etnia, religião, etc.). Decisão do eleitor é resultante do contexto social, político e cultural do
qual o indivíduo está inserido

5.2. Abordagem psicossocial ou psicológica - o comportamento eleitoral baseia-se na


personalidade do individuo e prevê que os indivíduos que possuem as mesas ideias
provavelmente se identificarão com os mesmos partidos políticos.

5.3. Abordagem economicista ou Teoria da Escolha Racional - os eleitores são racionais e


agem intencionalmente, procurando maximizar seus interesses e optimizar seus ganhos com o
direccionamento de seu voto.

Parte III

3. Onde surgiu a Democracia? E com base em Robert Dahl apresente e explique os


critérios fundamentais para o surgimento da democracia.

3.1. Definição

3.1.1. Democracia - na teoria política moderna, foi definida como aquele arranjo institucional
para chegar a decisões políticas em que os indivíduos adquirem o poder de decidir por meio de
uma luta competitiva pelo voto do povo. Ou seja, um regime político responsivo a todos os
cidadãos.

3.2. Onde surgiu e como se desenvolveu a democracia? Uma breve história


Robert Dahl, a primeira coisa que ele vai dizer é que não se sabe ao certo onde e quando surgiu
a democracia, porém considera que a democracia, (de vez em quando) é discutida há 2.500
anos.
Portanto, muitos norte-americanos e outros acreditam que a democracia começou há 200 anos,
nos Estados Unidos. Outros, cientes de suas raízes clássicas, afirmariam que ela teria começado
na Grécia ou na Roma antiga. Contudo, embora não há consenso sobre a origem e surgimento,

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é certo que a democracia não foi inventada de uma e única vez, como se fosse uma objecto, por
exemplo, mas sim foi se expandindo, e importada em quase todo mundo ate os dias actuais
3.3. Os cinco (05) critérios ou oportunidades de um processo democrático:
➢ Participação efetiva (todos os membros devem ter oportunidades iguais e efetivas para
fazer os outros membros conhecerem suas opiniões sobre qual deveria ser esta política;
➢ Igualdade de voto (todos os membros devem ter oportunidades iguais e efetivas de voto
e todos os votos devem ser contados como iguais);
➢ Entendimento esclarecido (cada membro deve ter oportunidades iguais e efetivas de
aprender sobre as políticas alternativas importantes e suas prováveis consequências);
➢ Controle do programa de planejamento (os membros devem ter a oportunidade
exclusiva para decidir como e, se preferirem, quais as questões que devem ser colocadas
no planejamento);
➢ Inclusão dos adultos (todos ou a maioria dos adultos residentes permanentes deveriam
ter o pleno direito de cidadãos implícito no primeiro de nossos critérios).

Portanto, cada um desse critério é necessário, se os membros (por mais limitado que seja seu
número) forem politicamente iguais para determinar as políticas da associação. Ou seja, quando
qualquer das exigências é violada, os membros não serão politicamente iguais.

3.3. As seis (06) instituições políticas da moderna democracia representativa


➢ Funcionários eleitos (O controle das decisões do governo sobre a política é investido
constitucionalmente a funcionários eleitos pelos cidadãos);
➢ Eleições livres, justas e frequentes (Funcionários eleitos são escolhidos em eleições
frequentes e justas sem a coerção);
➢ Liberdade de expressão (Os cidadãos têm o direito de se expressar sem o risco de
sérias punições em questões políticas incluindo a crítica aos funcionários);
➢ Fontes de informação diversificadas (Os cidadãos têm o direito de buscar fontes de
informação diversificadas e independentes de outros cidadãos, especialistas, jornais,
revistas, livros);
➢ Autonomia para as associações (para obter seus vários direitos, como a criação de
partidos políticos e grupos de interesses);
➢ Cidadania inclusiva (A nenhum adulto com residência permanente no país e sujeito a
suas leis pode ser negado os direitos disponíveis para os outros e necessários às cinco
instituições políticas anteriormente listadas).

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Portanto, as instituições são necessárias numa unidade grande como um país, essas
instituições políticas da democracia são necessárias para satisfazer os cinco critérios da
democracia.

3.4. Estabeleça uma relação entre democracia, representação e eleições

As origens da teoria da representação e de democracia no mundo moderno, estão associadas a


Thomas Hobbes, Edmundo Burke, Giovani Sartori, Robert Dahl, cuja teoria contratualista
propunha que em nome de associação, criasse o pacto social, que institui a autoridade
(governante – representante).

➢ Portanto, a primeira coisa que eu vou dizer é que é através das eleições, ou seja, do voto
que os cidadãos vão eleger os seus representantes (representação política) com
consentimento e expectativa de que se materializem os seus objectivos, ou seja, a
democracia é um regime no qual os governantes são selecionados mediante eleições,
embora num regime democrático a eleição não é condição suficiente para uma
democracia efectiva;
➢ Por um lado, a eleição constitui uma alternância de representantes;
➢ Diante da eleição num regime democrático, nenhum eleitor ficará sem se fazer
representar;
➢ A democracia é um regime político que se distingue pela responsabilidade dos
governantes perante os governados e é por meio de eleições que esta responsabilidade
é garantida. No entanto, estas preposições são obviamente relacionadas.

Parte - IV

(Sistemas Políticos e Estado na a perspectiva sistêmica, Regimes Políticos)

4. O Estado na perspectiva sistêmica, é compreender o modo de seu funcionamento na


interação que estabelece com os diferentes grupos sociais que prosseguem interesses
próprios ou que lutam pela aquisição e exercício do poder.

4.2.Qual é a origem do modelo da perspectiva sistêmica? Qual é a sua proposição básica?

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A perspectiva sistêmica tem origem na biologia com os trabalhos de Bertalanffy sobre a
célula, cuja proposição básica é o isomorfismo, segundo a qual, vários sistemas possuem
formas idênticas do ponto de vista estrutural ou funcional, facto que permite a emigração
de conceitos de uma ciência para a outra.

4.3.De que forma a perspectiva sistêmica começou a ter aplicação ao nível das ciências
sociais e de forma específica na ciência política?
A perspetiva sistémica foi importada pelas ciências sociais por intermédio dos trabalhos de
Parsons. A aplicação mais coerente e influente da perspetiva sistémica no domínio da ciência
política foi levada a cabo por David Easton, cujo modelo passou a figurar em todas as
exposições e se transformou num guia.
Portanto, a perspectiva sistêmica toma como base de análise o ambiente - externo e interno.
Easton, o expoente máximo desta perspectiva, sugere dois conceitos operacionais que são,
exigências, onde cabem todas as solicitações do ambiente interno e externo e os apoios, espécie
de ajuda que o sistema político recebe tanto destes dois ambientes.

4.4.O que entendem por sistema político? Como o mesmo funciona, segundo Easton?
Segundo Easton, o sistema político está inserido num ambiente dividido em interno e externo.
do qual recebe inputs (exigências, recursos, limitações, etc) e do qual fornece outputs que são
o conjunto de decisões executadas. Ou seja, é um conjunto de interações políticas dentro de
uma sociedade global.

4.5.Qual é a virtude da perspectiva sistêmica na compreensão da dinâmica do poder nos


Estados?
A perspectiva sistêmica permite responder à questão de saber se existe homologia entre o poder
político, poder económico e poder ideológico, se o grupo ou classe economicamente dominante
numa sociedade é, por isso mesmo, também política e ideologicamente dominante; permite
analisar a relação entre a estrutura do poder e a estrutura social, e identificar quem detém
efectivamente o poder e quem influencia a distribuição autoritária dos valores na sociedade.

4.6. O que entendem por sistema político de governo?


Sistema político de governo é a forma como o poder é distribuído ou ainda onde o poder está
concentrado dentro de um estado.
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4.6.1. O Sistema Parlamentar
➢ Sufrágio restrito (ou processo hereditário);
➢ O Chefe de Estado não faz parte do Executivo, é mais para assuntos formais;
➢ O funcionamento do governo depende do parlamento;
➢ O Chefe de Estado pode dissolver o parlamento e solicitação de Chefe de Governo;
➢ Separação de poderes: Os membros do Governo fazem parte do parlamento (colaboração
entre dois órgãos);
➢ Julga o primeiro ministro e acção do governo, a sede aparente do poder é do parlamento;

4.6.2. O Sistema Presidencialista


➢ Sufrágio universal para eleição do Chefe do Estado que é o Chefe do Governo;
➢ O Governo é independente do parlamento quanto à formação;
➢ O Chefe de Estado não pode dissolver o parlamento;
➢ Separação de poderes: Os membros do Governo não fazem parte do parlamento;
➢ Julga o Chefe do Estado, e a sede aparente do poder é do Chefe do Estado;
4.6.3. O Sistema de Convenção Assembleia
➢ Chefe do Estado é designado pela assembleia da qual em princípio faz parte;
➢ O Governo faz parte da Assembleia em uma espécie de comissão;
➢ O Governo depende da Assembleia e a mesma Assembleia dissolve-se;
➢ A sede aparente do poder é da Assembleia, julga, acumula os poderes e as funções.

4.6.4. Os Sistemas de Governo Mistos (Semi-presidencialista e Semi-parlamentar)


Os Sistemas de Governo Mistos, podem revestir uma preponderância dos elementos
presidencialista ou uma bagagem das variáveis parlamentares. E no modelo presidencialista
temos como o exemplo o sistema de governo de Francês e no último temos o sistema de
governo português.

5. Regimes Políticos

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O Regime Político - refere se a estrutura do aparelho do poder e está ligado à forma que o
poder reveste.

Aristóteles, trouxe a classificação mais antiga de regimes políticos, onde analisou mais de
centena e meia de constituições do seu tempo, e procurou classificar os regimes com base no
número dos que exerciam o poder. Segundo Aristóteles, estes regimes puros só existiriam se
os detentores e executores de poder se manifestarem fiéis ao interesse geral. Caso não
degeneravam se em regimes corrompidos, bem como haveria os regimes mistos e decorriam
sob todas formas.

Tricotomia Aristotélica
Nº. dos que mandam Regimes puros Regimes corrompidos
Um só Monarquia Tirania
Alguns Aristocracia Oligarquia
Todos Democracia Demagogia

5.2.Como é que actualmente os regimes políticos são classificados?

Actualmente, duas categorias são usadas para classificar os regimes políticos: Regimes
políticos aristocráticos e Regimes democráticos. Portanto, destas duas derivam as demais
classificações actuais. Porem, esta forma actual de classificação dos regimes políticos, tem em
conta o sistema de valores e de crenças dominantes na sociedade (ideologia, orientadora),
começou a ter valor quando a luta de classes (burguesia e proletariado) desafiou a estrutura do
poder político ora existente.

6. Regimes do Mundo Moderno


De acordo com Heywood (2013:271), uma das dificuldades de se estabelecer um novo sistema
de classificação é que não há consenso sobre os critérios nos quais esse sistema deve se basear.
Nenhum sistema de classificação depende de um único factor importante. No entanto, sistemas
específicos tendem a priorizar diferentes conjuntos de critérios. Portanto, à abordagem de
Heywood tenta levar em conta três características-chave de um regime: seus aspectos políticos,
económicos e culturais.

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Desta forma, para Heywood, cinco (05) tipos de regime podem ser identificados no mundo
moderno:

➢ Poliarquias ocidentais;
➢ Novas democracias;
➢ Regimes da Ásia oriental;
➢ Regimes islâmicos e;
➢ Regimes militares.

Adenda: ver as definições desses cincos regimes, “Heywood, Politics 2013, nas pags: 230 –
275”.

Fim

FranCo Mula, ICP, UEM- 2019.

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