Você está na página 1de 2

Farol Operário n° 44 – 24/07/2021

Não é de hoje que nosso jornal, bem como parte


da mídia de esquerda, vem denunciando a
política da Frente Ampla como uma
neutralizadora da prática anti-golpista, já que se
trata de um movimento realizado por parte dos
próprios partidos apoiadores do golpe (a direita
burguesa) para recuperarem seu prestígio e
enfraquecer os "extremos" (Bolsonaro e Lula).
Estes, que usaram do golpe, aliados à extrema
direita, para afastar a esquerda lulista do poder,
agora usam de um mecanismo quase inverso,
se aliando à uma parcela da esquerda, que
subordina suas ações aos interesses da
burguesia em troca de apoio mútuo nas eleições fachada de Lula (este que ficaria bem
e manutenção de seus privilégios. neutralizado pela figura de Ciro). Outra situação
Podemos perceber seus efeitos na sensação de seria um concorrente explicitamente direitista,
conformismo e anestesia que paira sobre o povo porém "menos extremo", como Sérgio Moro ou
que, ou apoia o atual governo, ou transfere a Henrique Mandetta, que, no caso, também
responsabilidade de luta à estes governantes, obteria o lamentável apoio esquerdista por ser o
cujo compromisso se resume à movimentos "menos pior".
eleitoreiros e embates legislativos (quando não Ou seja, no fim, o que se configura é a
estão publicando memes em outdoors). moldagem de um candidato que consiga
O intuito da Frente Ampla é bem sucedido em representar o "bem", o equilíbrio, a democracia,
servir à burguesia, ao transformar o povo em contra o "mal" representado por Bolsonaro,
mero expectador de sua própria sorte. Não a assim como foi nos EUA com Biden X Trump. O
toa, com o amadurecimento desta política, periódico golpista Época já denuncia a
presenciamos a diluição das greves dos importação da manobra ao anunciar que o Brasil
petroleiros, dos Correios, bem como a "precisa de um Joe Biden". A grande mídia
desmobilização de outros setores trabalhistas, brasileira e os partidos da Frente Ampla
como os Servidores Públicos e os bancários. parecem coadunar com tal proposta ao
Porém, o pior, sem dúvidas, é a inércia que apedrejar Trump e comemorar aos berros a
toma conta da população e seus representantes vitória do Imperialista Democrata. Ambos já
frente às mais de 500 mil mortes por conta da vêm ensaiando seus passos combinados para a
pandemia de COVID-19 ao assistir, de mãos grande epopeia de 2022.
atadas, nosso presidente dar de ombros para Estas eleições municipais já deram a tona de
qualquer medida séria de combate ou quem realmente está no comando: sob a tutela
prevenção à doença. da reforma eleitoral e do controle sobre o
E é frente à esse clima apaziguante, bem judiciário, a burguesia cassou diversas
calhado com as eleições municipais, que a mídia candidaturas e permitiu que seus candidatos
começa a dar as cartas: bastou João Santana, dominassem o horário eleitoral como nunca; a
antigo marqueteiro petista, sugerir em sua grande mídia inundou as pesquisas com dados
entrevista no Roda Viva uma aliança Ciro e Lula questionáveis e catapultou os candidatos de sua
(este de Vice) como uma das únicas situações preferência, como os representantes da direita
possíveis para vencer Bolsonaro em 2022, que tradicional e os da esquerda "inofensiva" ou
começou surgir matérias supostamente "antipopular", como Guilherme Boulos e
confirmando uma reunião "de paz" entre os Manuela D´Ávila, consequentemente isolando a
dois, o que fora posteriormente negado por ameaça petista.
Lula. A repercussão demonstra não só o acerto Com as cartas da burguesia postas à mesa, só
no âmbito eleitoreiro de João Santana, mas resta à esquerda usar seus meios de mídia para
também que este é um dos cenários de propagar informações e unir forças a fim de que
interesse para a burguesia: um candidato mais estas se resultem em movimentações populares
"moderado" com relação ao atual, mais de rua, ou seja, perigos reais aos golpistas!
centrista e com certa popularidade, não só
entre a direita como também entre a esquerda, Instagram: @farol.operario
principalmente pela possibilidade do apoio de Fb: https://www.facebook.com/faroloperario
Agenda editorial Internacional do Farol Operário para 2021
A cada ano que passa as coisas tem se tornado cada vez mais intensas do ponto de vista das
políticas internacionais. Acontecimentos que no passado levavam anos ou décadas, agora ocorrem
em questão de semanas, dias ou até mesmo horas. Guerras, terrorismo, conflitos armados,
doenças em nível global, crises políticas e crises econômicas pautam a nossa existência cotidiana
de guerra de sobrevivência.
Concepções dualistas como bem e mal, socialistas e capitalistas, OTAN e Pacto de Varsóvia,
brancos e pretos do jogo de xadrez, entre outras, são insuficientes para explicar a realidade
complexa onde nos encontramos hoje. Com o assassinato do mártir iraniano Qasem Soleimani, o
anúncio do The Great Reset, a pandemia de COVID-19 e um conjunto de outros acontecimentos
importantes, 2020 superou todas as expectativas de pessimismo baseadas em acontecimentos
dos anos que o antecederam. Nesse sentido, cabe destacar os grandes temas que deverão
receber destaque e ser objeto de análises no ano de 2021.

Estados Unidos

Após um ano extremamente conturbado e uma eleição com diversos indícios que levam a suspeita
de fraude, a nação que serve como sede principal do imperialismo será foco das análises de
política internacional do Farol Operário. Sede principal porque também temos outras sedes
importantes do imperialismo como Reino Unido, Israel e Suíça. Assume Joe Biden ao lado de
Kamala Harris, ambos pertencentes a ala dos imperialistas humanitários. Ele, velho conhecido
senador e vice-presidente que teve um papel fundamental na promoção de guerras e golpes de
Estado. Ela, representante de corporações situadas principalmente no Vale do Silício como Apple,
Microsoft, Amazon, E-bay, Facebook, Twitter e Google deverá dar ainda mais poderes autoritários,
de controle e de censura para as empresas californianas do Big Tech.

Sistema financeiro

A economia dos EUA precisa de US$ 3 trilhões de recursos externos ao ano que são conseguidos
de diversas formas com o uso da máquina de expropriação e sabotagem imperialista. O suposto
escândalo dos "panamás papers" no ano de 2016 não passou de uma jogada do imperialismo para
sacar US$ 3 trilhões que aristocratas ingleses sediados na "city" londrina tinham depositado nas
Ilhas Cayman. Em 2015 os sistema financeiro realizaram manipulações cambiais com o Rublo e
expropriou US$ 200 bilhões da Rússia. Nesse mesmo ano também se apropriou por vias cambiais
de US$ 100 bilhões da China e US$ 200 bilhões do Quirguistão e da Hungria. O BitCoin foi um
projeto de inteligência criado pela NSA dos EUA e que hoje representa um marco importante na
grande crise que se aproxima onde discute-se sobre o fim dos petrodólares e substituição por
sistema de criptomoedas. Hoje tem cada vez mais poderes os megabancos estadunidenses e
europeus, como: Black Rock, Vanguard, State Street e Allianz.

Donald Trump

Enquanto representante político de direita de uma agenda industrialista, anti-globalista,


nacionalista, protecionista, isolacionista e conservadora em costumes familiares-religiosos, deverá
continuar sua atuação política de denúncia aos instrumentos imperialista e o aparato de guerra
que promoveu a fraude eleitoral. Depois de inúmeras traições dentro do Partido Republicano,
existe a possibilidade de sair desse partido e fundar o seu próprio partido de inspiração
Jacksoniana (Andrew Jackson, 7º Presidente dos EUA que lutou contra os instrumentos de domínio
financeiro do Império Britânico). Esse partido deve se chamar algo do tipo "Partido Patriota".

Vladimir Putin

As estruturas do Deep State não permitiram uma reunião entre Putin e Trump. Putin foi uma
resposta política à crise russa de 1998 dada por três grupos importantes russos: a família de Boris
Yeltsin, as forças de segurança e os oligárquicas. Com o tempo ele ganhou protagonismo e se
tornou a principal figura da Rússia e um dos principais atores políticos do mundo.

Deep State (Estado Profundo)

Partido Republicano e Partido Democrata aparentam ter uma agenda externa em comum baseada
na guerra permanente. Esses dois países parecem formar um único partido que é o Partido da
Guerra. A estrutura do Deep State baseia-se em um modelo transacional que defende os
interesses imperialistas e é constituído por universidades, políticos, empresas, agências de
inteligência, mídias, redes sociais, burocracia estatal e outras estruturas.

Você também pode gostar