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Sugestão de imagem:
Olá, camaradas! Nessa modesta contribuição, pretendo fazer uma breve análise das
próximas eleições argentinas, das quais o primeiro turno acontece no próximo dia
22 de outubro.
Como temos acompanhado nos meios de comunicação, Javier Milei, candidato pelo
"La libertad avanza" e que se declara como "anarcocapitalista", é o preferido para as
próximas eleições do país Hermano. Ele, que é grande admirador de Bolsonaro e
Donald Trump, vem ganhando cada vez mais relevância nas “paso”.
As "paso" ou prévias, servem como uma pesquisa para eleger os candidatos mais
conceituados na opinião pública e também para eliminar da disputa candidatos
menores.
A velha fórmula peronista, social-democrata e cada vez mais liberal, já não funciona,
o marasmo da esquerda reformista contribui para o fortalecimento de vários setores
da direita, desde liberais até fascistas declarados.
Esse avanço, representa uma grande ameaça aos direitos dos trabalhadores,
principalmente, das mulheres e seus direitos sexuais e reprodutivos como a
legalização e descriminalização do aborto, luta histórica das mulheres argentinas.
Assim como é uma ameaça à vida de pessoas LGBTQIAP+.
O câmbio de real para peso hoje está em torno de 150, oscilando todos os dias,
geralmente para uma desvalorização vertiginosa do peso.
A ineficácia da esquerda reformista abre espaço para a extrema direita, que
esbraveja discursos punitivistas e cativa com promessas de que as privatizações
melhorarão as condições de vida e acesso ao básico da população.
Algumas das propostas de Milei são: dolarizar a economia, facilitar a venda de
armas, privatizações generalizadas, acabar com todos os ministérios e, acredite,
legalizar a venda de órgãos humanos. Ele também defende que as mudanças
climáticas são mentira.
Qualquer semelhança com Bolsonaro não é mera coincidência, ele é apoiado pelo
próprio e pelos seus eleitores, que comemoram a volta da extrema direita à América
Latina.
Inclusive, no último 29 de setembro, o futuro ministro da educação de Milei, Martín
Krause elogiou a "eficiência" da Gestapo, afirmando que, se a máquina de matar
nazista fosse argentina, haveria matado muito menos judeus. Como se isso fosse
uma demonstração de ineficácia argentina.
Por outro lado, a direitista Patrícia Bullrich do "Juntos por el cambio", ex ministra de
segurança do governo Macri, trás propostas como, uma economia bimonetaria, a
redução do Estado, redução dos impostos sobre as exportações agrícolas, principal
economia argentina, e a criminalização dos protestos em via pública.
Entre Milei e Patrícia Bulrrich, é escolher entre a direita e a extrema direita.