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Sociedade no governo Figueiredo

O governo de Figueiredo ficou marcado pela perda da legitimidade social e política da


ditadura, ao as forças armadas se radicalizavam e tentavam barrar o processo de
redemocratização, planejando, inclusive, atentados terroristas.

Anistia

Com ela, os presos políticos ganhariam liberdade e os exilados puderam retornar ao país.
Em fevereiro de 1978 foi criado, no Rio de Janeiro, o primeiro Comitê Brasileiro pela Anistia
(CBA).
Em diversos estados brasileiros surgiram novos comitês e por todo o país a campanha pela
anistia obteve expressivo apoio popular.

Movimento sindical

O governo Figueiredo herdou uma grave crise econômica. Neste contexto, a insatisfação
dos trabalhadores cresceu. As primeiras greves foram deflagradas pelo operariado do setor
metalúrgico do ABC paulista, região de maior concentração fabril do país.

Inicialmente, as reivindicações dos operários se concentraram em reajustes salariais.


Contudo, à medida que o movimento grevista adquiriu força, os trabalhadores ampliaram
suas reivindicações exigindo mudanças políticas, entre elas a abolição do controle
governamental sobre os sindicatos, restabelecimento do direito de greve e a livre
negociação com os empregadores.

Outras categorias de trabalhadores do setor industrial e do funcionalismo público também


deflagraram greves. O governo reprimiu com violência os movimentos grevistas,
principalmente dos operários do ABC paulista. Mas já não era possível ao governo manter
sob rígido controle estatal e policial os sindicatos e impedir a reorganização da classe
trabalhadora.

Os trabalhadores foram um dos mais importantes segmentos da sociedade brasileira a


contribuir, com suas greves e reivindicações, para o avanço do processo de
redemocratização.

Atentado do Riocentro

O terrorismo proveniente de setores radicais das Forças Armadas tinha por objetivo
amedrontar a população e as oposições, e desestabilizar o governo, a fim de provocar um
endurecimento do regime. A sociedade, porém, reagiu. Foram organizados inúmeros atos e
manifestações públicas em que se exigia do governo medidas contra a violência.

O ato terrorista mais grave ocorreu em abril de 1981, no Rio de Janeiro. Antecipando uma
comemoração do Dia do Trabalho, trabalhadores estavam realizando um show no Centro
de Convenções do Riocentro. Um sargento e um capitão do Exército planejaram detonar
uma bomba no local, mas um acidente provocou a explosão da bomba quando eles ainda
estavam de posse do artefato.
O atentado do Riocentro foi o último ato terrorista praticado por militares radicais. O
episódio ocasionou um maior desgaste e perda de legitimidade política e social do governo
e do regime.

Diretas já!

A Constituição previa que o sucessor do presidente Figueiredo seria eleito indiretamente


pelo Congresso Nacional. Em março de 1983, porém, o deputado federal do PMDB, Dante
de Oliveira, apresentou uma emenda constitucional que estabelecia eleições diretas para
presidência da República.

A partir daí, as oposições mobilizaram a população com objetivo de pressionar os


parlamentares a aprovarem a emenda constitucional. Por todo o país, grandes comícios,
atos e manifestações públicas foram realizadas. O lema da campanha era "Diretas Já".

Estudantes, líderes sindicais e políticos, setores da Igreja católica, artistas e personalidades


da sociedade civil e milhares de populares compunham as forças que reivindicavam
eleições diretas. Mas o governo ainda tinha força parlamentar suficiente para barrar a
aprovação da emenda constitucional que estabelecia eleições diretas. Foi o que aconteceu,
em abril de 1984: o Congresso Nacional rejeitou a emenda Dante de Oliveira.

Referências: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-figueiredo-
1979-1985-transicao-diretas-ja-riocentro.htm

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