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A análise do avanço das oposições e o AI-5 é fundamental para entender o contexto político e

social do Brasil durante a ditadura militar. No período entre a eleição e a posse de Costa e Silva,
grupos de esquerda começaram a se rearticular, e a luta armada se tornou uma das estratégias
utilizadas pela esquerda revolucionária para lutar contra o regime militar.

Ao mesmo tempo, surgiram oposições que atuavam pelas vias institucionais, como a Frente Ampla,
fundada por João Goulart, Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. No meio artístico, a grande
maioria era declaradamente contra a ditadura, com cantores e compositores como Chico Buarque,
Caetano Veloso, Gilberto Gil e Geraldo Vandré cantando músicas de protesto.

Com o aumento da oposição, intensificou-se a repressão, e o governo militar começou a apresentar


bons índices de crescimento econômico ao mesmo tempo em que desarticulava as oposições. Nesse
contexto, o AI-5 foi decretado em 13 de dezembro de 1968, dando cobertura legal à brutalidade do
regime.

O AI-5 representou um retrocesso para a democracia brasileira, pois suspendeu o habeas corpus por
crime político, implantou a censura aos meios de comunicação, cerceou as liberdades de expressão
e de reunião, suspendeu direitos políticos e cassou mandatos de vários parlamentares. O novo ato
também dava ao governo a prerrogativa de fechar o Congresso Nacional e de suspender os direitos
políticos de qualquer cidadão por 10 anos, impedindo o Poder Judiciário de julgar a aplicação do
AI-5.

Em suma, o avanço das oposições e o AI-5 representam um período de instabilidade política e social
no Brasil, marcado pela luta entre grupos de esquerda e direita e pela repressão do governo militar.
A decretação do AI-5 aprofundou a repressão e a violação dos direitos humanos, consolidando o
regime autoritário e criando um clima de medo e insegurança na sociedade brasileira.
O texto descreve o período do governo do General Emílio Garrastazu Médici, entre 1969 e 1974, conhecido
como "anos de chumbo" da ditadura militar no Brasil. Embora tenha sido um período marcado por violações aos
direitos humanos, censura e repressão política, o país viveu um grande crescimento econômico, o que contribuiu
para a legitimação do regime perante a sociedade brasileira.

O governo investiu em setores como siderurgia, petroquímica, transporte, construção naval e mineração, bem
como na construção de hidrelétricas, rodovias e pontes, além de modernizar a tecnologia agrícola e diversificar
as exportações. Esses investimentos levaram a um aumento das exportações e um crescimento médio de 32% ao
ano do Produto Interno Bruto (PIB), saltando de 4% em 1967 para 10% ao ano entre 1968 e 1970, atingindo o
pico de 14% em 1973.

O chamado "milagre econômico" trouxe benefícios para vários setores da sociedade, incluindo empresários,
banqueiros, classes médias e trabalhadores. As facilidades de crédito para consumo e aquisição de bens como
carros, eletrodomésticos e casa própria, bem como a expansão das universidades federais e a abertura de milhares
de vagas no ensino superior, beneficiaram as classes médias. Os trabalhadores tiveram acesso a cursos de
profissionalização e a melhores postos de trabalho nas fábricas.

No entanto, o modelo econômico adotado pela ditadura também degradou os sistemas de ensino e saúde públicos,
e a concentração fundiária no setor agrícola gerou o chamado agronegócio. Alguns setores sociais, como povos
indígenas e camponeses, perderam o pouco que tinham com a expansão dos grandes empreendimentos.

Em resumo, o texto mostra como o crescimento econômico pode trazer benefícios para a sociedade, mas também
destaca os custos sociais e ambientais desse crescimento, bem como as contradições do modelo adotado pelo
regime militar no Brasil.

A luta armada foi uma das estratégias adotadas por grupos de esquerda no Brasil durante o período da ditadura
militar (1964-1985). Os militantes que defenderam a luta armada acreditavam que somente por meio da violência
seria possível derrubar a ditadura e instaurar um regime socialista no país. Os grupos que optaram pela luta armada
se inspiraram em exemplos de guerrilhas e revoluções socialistas ocorridas em outros países, especialmente a
Revolução Cubana. Acreditavam que o exemplo de Cuba poderia ser replicado no Brasil, e que a guerrilha no
campo poderia ser a base para a conquista do poder. O projeto político desses grupos era de desencadear uma
revolução no campo, a partir da qual poderiam estender a luta para os centros urbanos. Para isso, precisavam de
recursos financeiros, que eram obtidos por meio de assaltos a bancos e carros-fortes. O dinheiro era utilizado para
o aluguel de apartamentos, o sustento dos militantes e o financiamento de novas operações. Uma das principais
dificuldades encontradas pelos grupos que defendiam a luta armada foi a falta de apoio da sociedade brasileira. A
maioria da população não desejava uma revolução socialista e não entendia as ações dos guerrilheiros. Além disso,
o país estava passando por um período de crescimento econômico, o que reduzia ainda mais o apoio popular às
ações revolucionárias. O governo militar, por sua vez, unificou as ações das diversas forças repressivas para
combater a guerrilha. Criaram-se os DOI-CODI, destacamentos de operações de informações e centros de
operações de defesa interna, que contavam com a participação das Forças Armadas, da Polícia Federal, das polícias
estaduais (civil e militar) e dos Departamentos de Ordem Política e Social (DOPS). Os guerrilheiros foram
perseguidos, presos e torturados nas instalações do DOI-CODI. Muitos não resistiram às sessões de tortura e
morreram. Para libertar os companheiros, os guerrilheiros realizaram várias ações, como o sequestro do
embaixador dos EUA e do cônsul do Japão. Essas ações, no entanto, só aumentaram a repressão e a violência por
parte do governo. A luta armada foi uma estratégia desigual, que colocou jovens das classes médias armados com
revólveres contra militares profissionais e agentes treinados. Calcula-se que cerca de 800 pessoas se engajaram na
luta armada, e 386 foram mortas ou desapareceram.
No final da década de 1970, com o enfraquecimento dos grupos guerrilheiros, a luta armada perdeu força. As
organizações que a defendiam reconheceram que a estratégia havia fracassado. O PCB ainda tentou implementar
uma guerrilha na região do Araguaia em 1973, mas o movimento foi duramente reprimido pelo Exército. Em
resumo, a luta armada foi uma estratégia adotada por grupos de esquerda no Brasil durante a ditadura militar, que
buscavam derrubar o regime por meio da violência e instaurar um regime socialista. Inspirados em exemplos de
guerrilhas e revoluções socialistas em outros países, os grupos procuraram financiamento por meio de assaltos a
bancos e carros-fortes. A falta de apoio popular e o forte aparato repressivo do governo militar foram algumas
das principais dificuldades encontradas pelos guerrilheiros. A luta armada foi uma estratégia desigual, que
resultou em centenas de mortes e desaparecimentos. Com o enfraquecimento dos grupos guerrilheiros, a luta
armada perdeu força no final da década de 1970.

A abertura política no Brasil, iniciada em 1974 com a eleição de Ernesto Geisel como presidente da República.
Geisel foi o quarto general-presidente a assumir o poder na ditadura militar e foi escolhido pelos militares como
um representante do grupo moderado, que visava a liberalização gradual do regime autoritário. Com números
positivos na área econômica e a derrota dos movimentos de esquerda, Geisel lançou o II Plano Nacional de
Desenvolvimento, que incluía grandes investimentos no setor energético, como a construção das hidrelétricas
de Tucuruí e Itaipu, além de incentivar a produção e o uso do álcool como combustível. O governo também
criou e incentivou empresas estatais, retomando o projeto de desenvolvimento de Vargas, tanto no âmbito
econômico como no da promoção da cultura nacional. Instituições de apoio à produção artística foram criadas,
bem como muitas universidades federais, incentivando a pesquisa científica. Na política externa, o governo
Geisel abandonou a orientação anticomunista da Guerra Fria e estabeleceu relações com países da África e da
Ásia, inclusive com a China comunista. Contudo, em 1975, os efeitos da crise do petróleo começaram a se fazer
sentir no país e a partir daquele ano a economia desacelerou, enquanto a inflação e a dívida externa
aumentavam. Além disso, o governo enfrentava a mudança na política externa estadunidense, que passou a
criticar as ditaduras militares na América Latina em nome dos direitos humanos. Em 1977, os militares
fecharam o Congresso e decretaram o Pacote de Abril, visando impedir uma nova vitória do MDB nas eleições
legislativas do ano seguinte. Diversos setores sociais se organizaram na campanha pela Anistia Ampla, Geral
e Irrestrita para todos os punidos pela ditadura militar, incluindo mulheres que eram esposas e mães de presos
e exilados políticos. Em 1978, quando uma grande greve eclodiu na região do ABC paulista, foi a vez dos
trabalhadores entrarem em cena, insatisfeitos com o arrocho salarial. Geisel revogou o AI-5 naquele mesmo
ano, e a ditadura começava a mostrar sinais de esgotamento. Concluímos que a abertura política no Brasil foi
um processo gradual, que envolveu diversos setores sociais e políticos, incluindo trabalhadores, mulheres,
universidades e organizações religiosas e de imprensa. A ditadura militar, por sua vez, teve que enfrentar
diversos desafios econômicos e políticos, que culminaram na sua queda em 1985.

O texto aborda um momento crucial da história do Brasil, o fim da ditadura militar e a transição para a democracia.
A nomeação do general João Figueiredo como sucessor do presidente Geisel, em meio a tensões nas Forças Armadas,
marca o início desse processo. Figueiredo, ex-chefe do SNI e comprometido com a abertura política, assumiu a
presidência em 1979, em um contexto de reorganização de vários grupos sociais, incluindo movimentos sindical e
estudantil, partidos de esquerda, católicos e movimentos de bairro, mulheres, negros e homossexuais.

A anistia política, decretada em agosto de 1979, permitiu a volta dos exilados e a libertação de presos políticos, mas
as greves de metalúrgicos e outras categorias profissionais continuaram a desafiar o governo. A crise do petróleo e a
inflação crescente agravaram a situação econômica do país, que entrava em colapso no início dos anos 1980.

No meio dessa crise, um grupo de militares radicais decidiu recorrer a práticas terroristas para tentar preservar a
ditadura, com bombas explodindo em vários lugares e matando e ferindo pessoas inocentes. O atentado planejado
para o Riocentro, em 1981, teria sido o mais cruel da história do país, se uma das bombas não tivesse explodido no
colo do sargento, matando-o no ato e ferindo gravemente o capitão. Esse episódio chocou a opinião pública e
contribuiu para o desgaste do governo militar e do próprio Figueiredo, que perdeu o controle do processo político.
Em resumo, o texto mostra como a ditadura militar brasileira entrou em colapso no final dos anos 1970 e início dos
anos 1980, em meio a pressões internas e externas, crises econômicas e sociais e ações terroristas de grupos radicais.
O processo de transição para a democracia foi marcado por tensões e desafios, mas também por mobilizações
populares e por uma crescente demanda por liberdade e justiça social.

O texto apresenta um relato histórico sobre o movimento das Diretas-já e a transição para a democracia no Brasil,
destacando os principais eventos e personagens envolvidos. Através da descrição dos fatos, é possível perceber a
situação política e econômica do país durante o final da década de 70 e início da década de 80, quando o regime
militar estava em seu final.

O texto inicia destacando a crise econômica e social que o país atravessava na época, com altos índices de inflação,
recessão e desemprego. O governo havia decretado moratória e firmado acordos com o FMI, o que agravava ainda
mais a situação. Nesse contexto, as forças democráticas do país se uniram em um grande movimento pela
redemocratização, a campanha das Diretas-já, que consistia em aprovar a emenda constitucional que restabeleceria o
voto direto para presidente da República.

O movimento foi o maior da história do país até então, com cerca de 40 comícios realizados em todo o Brasil e um
milhão e meio de pessoas reunidas no último comício em São Paulo. Embora a emenda Dante de Oliveira tenha
conseguido a maioria dos votos no plenário, não alcançou os dois terços necessários para aprovação de uma emenda
constitucional, o que frustrou a sociedade brasileira. Contudo, a votação deixou claro que o regime militar havia se
tornado extremamente impopular.

A partir daí, os partidos políticos de oposição passaram a conduzir a transição para a democracia, lançando candidatos
para a sucessão presidencial. O PMDB lançou Tancredo Neves, enquanto o PDS lançou Paulo Maluf, ex-governador
do estado de São Paulo, que não contava com o apoio do general Figueiredo. Muitos parlamentares do partido do
governo apoiaram o candidato do PMDB, abandonando o regime. Assim, formou-se a Aliança Democrática, com
Tancredo Neves para presidente e José Sarney para vice.

Tancredo Neves foi eleito no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985, derrotando o regime militar e dando início
à Nova República. Contudo, na véspera da posse, Tancredo foi acometido por uma doença misteriosa, o que gerou
rumores de que ele poderia ter sido vítima de um atentado. Com Tancredo impedido de tomar posse e o mandato de
Figueiredo expirado, coube ao presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, assumir a presidência e, no caso de
Tancredo vir a falecer, convocar novas eleições.

Com grande prudência, Ulysses articulou a posse do vice-presidente eleito, José Sarney, de modo a garantir que a
redemocratização não corresse risco. Começava assim a Nova República, despertando grandes esperanças nos
brasileiros. Contudo, Tancredo Neves veio a falecer no dia 21 de abril, dia de Tiradentes, em decorrência de uma
infecção causada por crise aguda no aparelho

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