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O governo de Jânio Quadros

- Era candidato pelo PTN e apoiado pela UDN, porém não estabeleceu nenhum
vínculo com tais grupos, fazendo com que ficasse incerta sua identidade ideológica.
- Seu sucesso na campanha pode ser explicado pelo fato de que ele investia em sua
imagem, como por exemplo, o símbolo de suas campanhas era uma vassoura que
indicava que ele varreria a corrupção do país.
- Herdou o governo de Juscelino Kubitscheck com dívidas externas e progressiva
inflação. Com isso, Jânio tomou medidas impopulares, como a retirada dos
subsídios do trigo e do petróleo - encarecendo o combustível e os pães - e também
o congelamento dos salários.
- Jânio Quadros tomou medidas impopulares como a proibição das corridas de cavalo
em dia de semana, brigas de galo e uso de biquínis em praias e piscinas, o que
levou o povo a desconfiar de que ele estava desviando a atenção da população para
os reais problemas do Brasil.
- Uma coisa inusitada de seu governo foi a PEI (política externa independente),
mesmo sendo declarado anticomunista, ele se aproximou do bloco socialista durante
a Guerra Frida e manteve relações e acordos diplomáticos e comerciais com a
URSS e a China, ainda apoiou países africanos em processo de indepencia. Além
do mais, condecorou o ditador Che Guevara com a mais alta honraria concedida
pelo Brasil à estrangeiros.
- Com isso, ele começou a perder apoio populacional e dos partidos políticos,
renunciando pouco tempo depois por meio de uma carta ao Congresso. Muitos
acreditam que isso foi uma tentativa de golpe, onde após mandar a carta de
renúncia, pediram para ele continuar no cargo e ganhando ainda mais apoio. Porém,
sua renúncia foi concedida e nenhuma manifestação populacional foi feita.

O governo de João Goulart


- Após a renúncia de Quadros, o sucessor era para ser João Goulart, uma vez que
era vice. Representado pelo PTB e apoiado pelo PSD, não fazia parte do grupo de
Jânio, tendo em vista que as eleições eram separadas.
- Porém, como Jango não estava no Brasil, e sim numa missão na china, muitos
desconfiaram que ele estava pendendo para o lado comunista (devido ao contexto
da guerra fria), logo, não quiseram ele no poder. Ele não assumiu o cargo de
imediato, sendo assumido por Ranieri Mazzilli.
- Com isso, começaram a surgir grupos que exigiam o cumprimento da Constituição e
reivindicavam a posse de João Goulart. Um dos principais líderes desse movimento
era Leonel Brizola, governador do RS, que criou a Campanha da Legalidade, que
por meio de rádio convocava a população a defender a posse de Goulart.
- Devido a tais acontecimentos, Goulart assumiu o cargo, porém foi instaurado o
parlamentarismo, onde o governo seria responsabilidade de um primeiro-ministro,
não do presidente. Mas o plano não deu muito certo porque houve uma grande
instabilidade no parlamento, onde em menos de dois anos, ocorreu a sucessão de
três primeiros-ministros. Então foi implantado de volta o presidencialismo, dando
mais poder para Jango.
- Reformas de Base: grande programa que visava reformas agrárias, financeiras,
administrativas, tributárias e outros. Com isso, era prevista a modernização do
sistema capitalista promovendo uma distribuição de renda para minimizar a
desigualdade social.
- Muitos conservadores e capitalistas interpretaram tal projeto como a tentativa de um
golpe para instauração do socialismo. Então, muitas campanhas contra Goulart
começaram (filmes, por meio do rádio, revistas…). Por outro lado, a União Nacional
dos Estudantes, as Ligas Camponesas e sindicatos reunidos em torno da Central
Geral dos Trabalhadores foram a favor das reformas, porém contra o aumento do
custo de vida.
- Em dezembro de 1963, Jango estabeleceu o monopólio estatal sobre a importação
de petróleo, o que levou à alguns atribuírem um caráter nacionalista ao seu governo
e atingiu o interesse de outros países.
- Em 1964, ocorreu o Comício da Central do Brasil, onde mais de 150 mil pessoas se
uniram para pressionar o Congresso a aprovar as Reformas de Base. Nesse evento,
Jango falou sobre a possibilidade de taxar com valores mais caros os ricos,
radicalizou a reforma agrária e falou da reforma urbana. Diante disso, dias depois
houve a Marcha da Família com Deus pela liberdade, mobilizando mais de 500 mil
pessoas que levantaram bandeira da fé religiosa, do anticomunismo e da moral.
Também houveram manifestações por parte das Forças Armadas, onde marinheiros,
militares e outros se mobilizaram em manifestações contra Goulart também. Com
isso, para evitar uma guerra civil, em suas palavras “para evitar derramamento de
sangue brasileiro”, em abril de 1964 foi exilado para o Uruguai, fechando o Período
Democrático no Brasil.

Cap 19: Ditadura Civil-Militar no Brasil

Governo Castelo Branco (1964-1967):


- Após o exílio de Jango, Ranieri Mazzilli assumiu o cargo de presidência por 13 dias
e depois Castelo Branco. Castelo Branco em seu governo implementou a Doutrina
de Segurança Nacional, que promovia a identificação e perseguição dos opositores
ao seu governo.
- Al-l: primeiro Ato Institucional que permitia os chefes das Forças Armadas a
suspender poderes legislativos, cassar mandatos, transferir militares e outros, sem
precisar de averiguação judicial.
- Um de seus principais marcos foi o Plano de Ação Econômica do Governo, onde
procurou controlar os gastos públicos e a inflação e promover séries de reformas
tributárias e financeiras para estimular o investimento de capital no país. Graças ao
Paeg, o Brasil aprofundou laços com os Estados Unidos, que investiu muito no país.
- Al-2: extinguiu partidos políticos e estabeleceu o bipartidarismo, apenas com a
Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB),
o último era a “oposição”.
- Al-3: estabeleceu eleições indiretas para governadores de estados.
- AI-4: convocou o Congresso para votar a Constituição de 1967, marcada pela
institucionalização da ditadura.

Governo Costa e Silva (1967-1969):


- Seu governo ficou conhecido por ser um dos momentos de maior repressão aos
opositores da ditadura. Sobre economia, ele constituiu medidas que visavam a
industrialização, estímulo do consumo e investimento público.
- AI-5: Conhecido por “Anos de Chumbo”, foi quando foi dada a permissão aos
militares o poder de punir aqueles que consideravam uma ameaça à ditadura e
decretar recesso por tempo indeterminado no legislativo, desestabilizando os Três
Poderes. Suspendeu direito ao habeas corpus, confisco de bens “ilícitos”,
suspendeu direitos políticos por 10 anos e promoveu intervenções em estados e
municípios.

Governo Médici (1969-1974):


- Considerado o governo mais repressor da ditadura, Médici atuava com fortes
repressões aos opositores. Porém, em seu governo foi vivenciado o milagre
econômico brasileiro que se aproveitando das ações de Costa e Silva, o PIB do
Brasil cresceu em 14% em apenas um ano. Mas isso beneficiou principalmente
empresários, o que aumentou a concentração de renda no país.

Movimentos de resistência:
- Movimento Nacionaliosta Revolucionário: propunha a formação estratégica de
guerrilhas pelo país, porém não obteve êxito.
- Ação Libertadora Nacional: propunha a luta armada como forma de combater a
ditadura.
- Movimento Revolucionário 8 de outubro: atuou ao lado da ALN nas manifestações e
guerrilhas.

Governo Geisel e Figueiredo (1974-1985)


- Com a intensificação dos movimentos contra a ditadura e que pediam o retorno da
democracia, o regime militar diminuiu a pressão sobre os opositores. Ao longo do
tempo, foi se aliviando e o País estava voltando de forma lenta ao seu estado
democrático. Diante disso, iniciaram-se mais movimentos como “Diretas Já!” Que
pediam o retorno das eleições diretas, mas foi negado. Em 1985, finalmente um
presidente civil foi eleito, o Tancredo Neves, porém faleceu pouco tempo depois e
quem assumiu foi José Sarney. Tais acontecimentos deram fim à ditadura no Brasil e
a promulgação da Constituição de 1988.

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