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A ditadura no Brasil
Em 31 de março de 1964, o então presidente João Goulart foi deposto numa ação de
iniciativa militar que contou com o apoio dos setores mais conservadores da sociedade civil
brasileira, entre os quais estavam políticos, empresários e os principais órgãos da imprensa do
país. Por esse motivo, atualmente, entende-se que o governo de Goulart foi deposto por um golpe
civil-militar. Iniciava-se assim, uma ditadura com militares no governo do país, um período
autoritário e repressivo que marcou a nossa história recente.
Os militares declararam que ficariam no poder até a eliminação da “ameaça comunista” e
o restabelecimento da ordem no país, quando seriam organizadas eleições para que os cidadãos
escolhessem um novo presidente. Entretanto, essa “promessa” não foi cumprida.
Em 9 de abril daquele mesmo ano, uma junta militar decretou o Ato Institucional nº 1
(AI-1), o primeiro de uma série de decretos que fortaleciam o poder dos militares no governo e
facilitavam a tomada de decisões, muitas vezes contrárias à Constituição vigente. Por meio do
AI-1, o governo pôde cassar mandatos de parlamentares, prefeitos e governadores, bem como
suspender os direitos políticos de muitos cidadãos brasileiros. O AI-1 também autorizava o
presidente a decretar estado de sítio sem a aprovação do Congresso.
Mais de mil civis, entre parlamentares, juízes e funcionários públicos, foram afetados por
essa medida e perderam seus cargos ou tiveram seus mandatos suspensos. Líderes sindicais,
estudantes, jornalistas e diversas pessoas consideradas de esquerda também foram perseguidas.
Por meio da Lei Suplicy de Lacerda, a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi declarada
ilegal. Cerca de 1.200 militares que se opuseram ao golpe foram expulsos das forças armadas.
Entre 1964 e 1969 foram promulgados, ao todo, dezessete Atos Institucionais. Eles
serviam para legitimar o regime e centralizar ainda mais a administração do Brasil nas mãos dos
militares.
O regime se fortalece
A vitória da oposição nas eleições estaduais de 1965 levou o governo a decretar, em
outubro, o segundo Ato Institucional. O AI-2 estabeleceu eleições indiretas para a presidência e
concedeu ao presidente o poder de intervir nos estados, demitir funcionários civis e militares e
baixar decretos-lei sobre as questões de segurança nacional. Além disso, extinguiu os partidos
políticos e criou outros dois, os únicos que poderiam existir: a Aliança Renovadora Nacional
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(Arena), base política do governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a oposição
consentida.
Em fevereiro de 1966, o AI-3 determinou eleições indiretas para governadores e vice –
governadores e suspendeu as eleições para prefeitos das capitais, que passaram a ser indicados
pelos governadores. Com essas novas medidas, os cidadãos perderam totalmente a liberdade de
escolher seus governantes. Em dezembro, Castello Branco editou o AI-4, que convocou o
Congresso para discutir e votar o projeto da nova Constituição do país. Em janeiro do ano
seguinte, foi promulgada a Constituição de 1967, que fortaleceu ainda mais o Poder Executivo.
Em março daquele ano, Castello Branco também sancionou a Lei de Imprensa, que
restringiu a liberdade de expressão e de informação por meio do controle dos meios de
comunicação. O fechamento do regime se acentuou com a Lei de Segurança Nacional, aprovada
no mesmo mês, que aumentou a perseguição e a repressão às pessoas consideradas ameaças ao
governo. As novas medidas provocaram várias manifestações, que foram respondidas com
repressão policial.
Retirado de Estudar História:BRAICK, Patrícia Ramos e BARRETO, Anna.
ATIVIDADES:
A partir da leitura das informações acima, marque V ou F nas alternativas abaixo:
a. ( )Ditadura é uma forma de governo não democrática, sendo autoritária e inexistindo
a participação política.
b. ( )A Ditadura brasileira teve início em 31/03/1964, quando o presidente João Goulart
foi deposto por um golpe civil-militar.
c. ( )A ditadura brasileira foi um período em que os militares ocuparam o governo do
país, de forma autoritária e repressiva.
d. ( )Os militares afirmaram que ficariam no poder pelo tempo necessário para acabar
com a ameaça comunista, portanto até os dias atuais, visto que o comunismo ainda
ameaça nosso país.
e. ( )Os Atos Institucionais eram decretos que fortaleciam o poder dos militares no
poder, centralizando a administração em suas mãos. Entre 1964 e 1969, foram
decretados 17 atos institucionais.
f. ( )Pessoas consideradas de esquerda, líderes sindicais, estudantes e jornalistas foram
perseguidos pelo governo militar.
3. Use as palavras presentes em uma das alternativas abaixo para completar as lacunas presentes na
frase: Em abril de 1964, assumiu a presidência_______________ Em seu governo foi criado o
______________que tinha como objetivo desarticular a oposição, a ______________que
restringiu a liberdade de expressão e de informação por meio do controle dos meios de
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comunicação e a ____________que aumentou a perseguição e repressão às pessoas consideradas
ameaças ao governo.
5. Para tentar resolver os problemas econômicos, o governo de Castello Branco cortou subsídios de
alimentos (ajuda do governo para que esses produtos ficassem mais baratos), aumentou
impostos, dificultou o crédito e reajustou o salário mínimo abaixo dos índices da inflação. Essas
medidas causaram aumento do custo de vida. Analisando essas informações, podemos concluir
que:
a. Foram prejudiciais, principalmente, aos mais pobres, já que alimentos ficaram mais
caros e o salário mínimo foi reajustado abaixo dos índices da inflação.
b. Foram medidas corretas, pois o governo não precisa ajudar a controlar preços de
alimentação, além do mais, os salários foram reajustados de acordo com os índices da
inflação.
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Semana 32 - 9°ano
Não bastasse aos militares as agitações estudantis de protesto contra a ditadura que se instalara no país há
quatro anos, os movimentos de luta armada também cresciam – através de assaltos a bancos e ações de
guerrilha rural – e as manifestações dos trabalhadores contra o arrocho salarial tomaram grandes proporções,
como as Greves de Contagem e de Osasco.
A Igreja Católica, apesar de expressiva ala favorável ao governo militar, possuía integrantes que
progressivamente passaram a reprovar os métodos dos agentes que feriam os direitos humanos. A Igreja em
Roma passava por um momento de renovação e retorno ao trabalho com as classes mais pobres. Essa
mudança foi entendida pelos militares como influência comunista que havia se infiltrado na Igreja e, com
isso, diversos membros do clero foram também vítimas de torturas e prisões indevidas.
Mas foi um evento particular que retirou o AI-5 da gaveta e o colocou em prática. Após uma manifestação
de reprovação quanto à invasão da Universidade de Brasília (UNB), no contexto dos protestos estudantis,
feita pelo deputado Márcio Moreira Alves, os militares tentaram suspender a imunidade parlamentar do
deputado, pedido negado corajosamente pelo Congresso Nacional em 12 de dezembro de 1968. No dia
seguinte, Costa e Silva editou o AI-5, dando plenos poderes ao Executivo para cassar direitos políticos e
mandatos, além de suspender o direito a habeas corpus e decretar o recesso do Congresso.
Utilizando diversos métodos de tortura, os militares jogaram nos porões dos DOPS e dos DOI-
CODI estudantes, jornalistas, intelectuais, artistas, militantes, políticos, professores universitários e até
mesmo membros do clero sob a alegação de conter o avanço do comunismo no país. Em nome da segurança
nacional, mancharam de vermelho a história da ditadura militar, mancha essa ainda presente na memória das
famílias que perderam seus entes de forma tão estarrecedora.
ATIVIDADES:
1.A partir da análise das informações acima sobre Os “Anos de Chumbo”, analise as alternativas
abaixo, marcando a única correta:
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a. Esse período refere-se ao governo de Castello Branco, quando foi implantada a ditadura e as
liberdades individuais foram ampliadas.
b. Referem-se ao período em que o governo brasileiro procurou aumentar a quantidade de armas, a
fim de garantir a segurança do país.
c. Foram os anos mais violentos da Ditadura Militar, aumentando os protestos contra o governo,
assim como as mortes e desaparecimento mal explicadas de opositores ao governo.
d. Os militares usavam de diversos métodos de convencimento, desde que pacíficos, para tratar os
acusados de comunismo.
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