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APOSTILA

EDUCAÇÃO ENTRE 1961 A 1993

OPERAÇÃO BROTHER SAM


A Operação Brother Sam foi uma ação militar dos Estados Unidos no Brasil, ocorrida em 1964
durante o contexto da Guerra Fria e no contexto da crise política e institucional no Brasil que
levou ao golpe militar de 1964. A operação teve como objetivo principal garantir a segurança e
proteger interesses americanos no país diante da possibilidade de instabilidade política e da
ascensão de governos alinhados à esquerda.
A operação foi desencadeada logo após a renúncia do presidente brasileiro João Goulart e a
subsequente posse do governo militar. Os Estados Unidos, temendo a influência comunista na
América Latina e a possibilidade de que o Brasil se tornasse um país socialista, decidiram intervir
para evitar qualquer avanço da esquerda no país.
A operação consistiu no envio de uma força-tarefa naval liderada pelo porta-aviões USS Forrestal,
que se posicionou próximo à costa brasileira, pronta para intervir caso necessário. Além disso,
foram enviadas tropas e equipamentos militares para as bases americanas no Brasil.
A Operação Brother Sam foi vista como um apoio explícito dos Estados Unidos ao novo governo
militar brasileiro, fornecendo um elemento de estabilidade e apoio para a consolidação do poder
dos militares. Embora não tenha ocorrido uma intervenção militar direta, a presença das tropas
americanas serviu como um elemento dissuasivo e um sinal de apoio aos militares brasileiros.
A operação foi encerrada em maio de 1964, quando as tensões políticas no Brasil diminuíram e o
governo militar já estava consolidado no poder. A ação dos Estados Unidos na Operação Brother
Sam teve um impacto significativo na política brasileira, reforçando a influência dos militares e
consolidando uma relação próxima entre os governos brasileiro e americano durante o período da
ditadura militar.

CONCEITO DE UM GOVERNO PARLAMENTAR


O parlamentarismo é um sistema de governo no qual o poder executivo é exercido pelo
Parlamento, ou seja, pelo legislativo. Nesse sistema, o chefe de Estado é geralmente uma figura
cerimonial, como um presidente ou um monarca, enquanto o chefe de governo é o primeiro-
ministro, que é escolhido pelo Parlamento.
No parlamentarismo, o governo é formado pelo partido ou coalizão política que possui a maioria
dos assentos no Parlamento. O primeiro-ministro é indicado por esse partido ou coalizão e, uma
vez no cargo, ele nomeia outros ministros para compor o gabinete. O governo é responsável
perante o Parlamento e pode ser destituído por meio de uma moção de desconfiança ou voto de
não confiança.
Uma das características distintivas do parlamentarismo é a possibilidade de uma dissolução do
Parlamento e a convocação de novas eleições antes do término do mandato legislativo. Essa
medida é tomada quando há crises políticas, impasses governamentais ou quando o governo não
possui mais o apoio da maioria parlamentar.
O parlamentarismo é adotado em vários países ao redor do mundo, como Reino Unido, Canadá,
Austrália, Alemanha, entre outros. Ele difere do presidencialismo, sistema no qual o chefe de
Estado e o chefe de governo são a mesma pessoa, como ocorre nos Estados Unidos, Brasil, França,
entre outros países.
Vale ressaltar que as características específicas do parlamentarismo podem variar de acordo com
o país, e existem diferentes modelos e variantes dentro desse sistema de governo.

PARLAMENTARISMO NO BRASIL EM 1961


O Brasil adotou o sistema parlamentarista em 1961, durante um período de turbulência política e
transição de governo. Em 1960, Juscelino Kubitschek havia concluído seu mandato presidencial
e transferido o poder para Jânio Quadros, que foi eleito presidente. No entanto, em 25 de agosto
de 1961, apenas sete meses após assumir o cargo, Jânio Quadros renunciou de forma inesperada.
Com a renúncia de Quadros, o vice-presidente João Goulart, conhecido como Jango, encontrava-
se em viagem oficial à China e enfrentou resistência por parte de setores conservadores da
sociedade e das Forças Armadas para assumir a presidência. Houve um impasse político,
conhecido como a Crise da Renúncia, que ameaçava a estabilidade do país.
Para solucionar essa crise, foi proposto o sistema parlamentarista como uma alternativa ao
presidencialismo. Em setembro de 1961, um plebiscito foi realizado para que a população
decidisse entre o parlamentarismo e o presidencialismo. O resultado do plebiscito foi favorável
ao parlamentarismo, e assim, em 7 de setembro de 1961, o Brasil adotou esse sistema de governo.
No parlamentarismo brasileiro, o presidente da República tornou-se uma figura cerimonial,
enquanto o chefe de governo era o primeiro-ministro. Nesse período, Tancredo Neves foi indicado
como primeiro-ministro do governo de João Goulart.
Entretanto, o sistema parlamentarista no Brasil enfrentou desafios e conflitos políticos ao longo
de seu curto período de existência. Setores políticos e militares insatisfeitos com o governo de
Jango pressionaram pela volta ao presidencialismo. Em 1963, ocorreram manifestações populares
favoráveis ao retorno ao presidencialismo, e em janeiro de 1963, um novo plebiscito foi realizado,
resultando na volta ao presidencialismo.
Em janeiro de 1963, Jango reassumiu a presidência no sistema presidencialista, que vigorou até
o golpe militar de 1964, que deu início a um período de ditadura militar no Brasil.
Assim, o parlamentarismo no Brasil em 1961 foi uma experiência breve e conturbada, marcada
por um contexto político e social complexo e pela transição de governo em meio a crises e
instabilidades.

GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964


O golpe de estado civil-militar de 1964 foi um evento histórico que ocorreu no Brasil, resultando
na derrubada do presidente democraticamente eleito, João Goulart, e na instauração de um regime
militar que governou o país por mais de duas décadas. Esse episódio marcou o início de um
período de ditadura militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985.
O contexto político e social do Brasil na época era marcado por uma intensa polarização
ideológica, com tensões entre grupos conservadores e progressistas. João Goulart, conhecido
como Jango, assumiu a presidência em 1961 após a renúncia de Jânio Quadros. Seu governo foi
caracterizado por medidas reformistas e um programa de reforma agrária, o que gerou resistência
por parte de setores conservadores da sociedade e das Forças Armadas.
Em 31 de março de 1964, militares brasileiros, com o apoio de setores civis, como empresários,
líderes religiosos e políticos conservadores, organizaram um movimento para depor João Goulart.
O pretexto para o golpe foi a suposta ameaça comunista representada pelo governo de Jango. No
entanto, é importante ressaltar que a influência dos Estados Unidos também foi um fator
significativo no apoio ao golpe, como demonstrado pela Operação Brother Sam, mencionada
anteriormente.
O golpe foi marcado por uma série de eventos, incluindo manifestações populares, mobilização
militar e a renúncia de João Goulart em 2 de abril de 1964. Após a deposição de Goulart, foi
instituído um regime militar liderado por uma junta militar no início e, posteriormente, por
generais como Humberto Castelo Branco, Artur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici.
Durante a ditadura militar, foram impostas restrições às liberdades civis e políticas, houve
perseguição política, censura aos meios de comunicação e repressão aos opositores do regime.
Além disso, o regime militar promoveu um modelo de desenvolvimento econômico baseado na
industrialização e na abertura para o capital estrangeiro, com benefícios para grandes empresas e
concentração de poder econômico.
A ditadura militar só chegou ao fim em 1985, com a redemocratização do país e a eleição de
Tancredo Neves como presidente, embora ele tenha falecido antes de assumir o cargo e tenha sido
sucedido por José Sarney. O golpe de 1964 teve um impacto profundo na sociedade brasileira,
deixando marcas nas instituições políticas, na memória coletiva e nos direitos humanos, além de
ter influenciado a história do Brasil nas décadas seguintes.

GOVERNO DE CASTELO BRANCO


O governo de Humberto de Alencar Castello Branco foi o primeiro período da ditadura militar no
Brasil, conhecida como o Regime Militar de 1964. Castello Branco foi indicado pelos militares
para assumir a presidência do Brasil após o golpe de estado civil-militar ocorrido em 1964, que
resultou na queda do presidente João Goulart.
Castello Branco assumiu a presidência em 15 de abril de 1964 e governou o país até 15 de março
de 1967. Seu governo foi caracterizado por uma série de medidas políticas, econômicas e sociais
que buscavam consolidar a nova ordem estabelecida pelos militares.
Uma das principais ações de seu governo foi a implementação de medidas de estabilização
econômica. Castello Branco adotou uma política econômica liberal, baseada em princípios
neoliberais, buscando controlar a inflação e promover o crescimento econômico. Para isso, foram
adotadas medidas de contenção de gastos públicos, controle fiscal, desvalorização da moeda e
abertura para o capital estrangeiro.
No campo político, Castello Branco promoveu a centralização do poder, restringindo a
participação popular e limitando as liberdades civis. Ele instituiu o Ato Institucional nº 1 (AI-1),
que suspendeu direitos constitucionais, permitindo a cassação de mandatos políticos, intervenções
nos estados e municípios, e ampliando os poderes do presidente.
Castello Branco também deu início à repressão política e à perseguição a opositores do regime.
Houve censura aos meios de comunicação, prisões arbitrárias, tortura e exílio de dissidentes
políticos. Foi nesse período que foram criados órgãos de repressão, como o Departamento de
Ordem Política e Social (DOPS), que atuava na investigação e repressão de atividades
consideradas subversivas pelo regime.
Em termos de política externa, o governo de Castello Branco manteve uma postura alinhada aos
Estados Unidos, como parte da política de Guerra Fria. O Brasil apoiou a luta contra o comunismo
e fortaleceu os laços com países ocidentais, além de ter recebido apoio econômico e militar dos
EUA.
Castello Branco deixou a presidência em 1967, sendo sucedido por Artur da Costa e Silva. Seu
governo é considerado um período de transição e consolidação do regime militar no Brasil,
marcado por um autoritarismo crescente, medidas econômicas liberais e ações repressivas contra
a oposição política.

OPERAÇÃO LIMPEZA
Durante a ditadura militar, houve várias operações e ações promovidas pelo regime, algumas delas
com o objetivo de reprimir opositores políticos e eliminar supostos elementos considerados
subversivos. Dentre as principais operações da ditadura militar, podemos mencionar a Operação
Bandeirantes (OBAN), o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de
Defesa Interna (DOI-CODI) e a Operação Condor.
A Operação Bandeirantes (OBAN) foi uma ação conjunta do Exército, Marinha e Aeronáutica,
criada em 1969, que tinha como objetivo combater a guerrilha urbana e eliminar qualquer ameaça
ao regime militar. A OBAN foi responsável por prisões, torturas e mortes de opositores políticos.
O DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa
Interna) foi uma estrutura de repressão do regime militar, criada em 1969, que atuava em diversas
regiões do Brasil. Era responsável pela investigação, prisão, interrogatório e tortura de suspeitos
de atividades subversivas.
A Operação Condor foi uma aliança entre as ditaduras militares da América do Sul, incluindo
Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e outros países. Essa operação tinha como objetivo
coordenar ações conjuntas de repressão política, troca de informações e captura de opositores
políticos, possibilitando a perseguição de dissidentes além das fronteiras nacionais.
É importante ressaltar que a ditadura militar no Brasil foi marcada por violações sistemáticas dos
direitos humanos, incluindo prisões arbitrárias, torturas, desaparecimentos e assassinatos de
opositores políticos. Essas ações repressivas faziam parte de uma política de controle e eliminação
de qualquer forma de resistência ao regime.

UNIAO NACIONAL DOS ESTUDANTES


A União Nacional dos Estudantes (UNE) é uma organização estudantil brasileira fundada em
1937. A UNE é uma das mais antigas e importantes entidades estudantis do país, tendo
desempenhado um papel significativo ao longo da história do Brasil, especialmente durante os
períodos de luta por democracia e direitos estudantis.
A UNE foi criada com o objetivo de representar os interesses dos estudantes e lutar por melhores
condições de ensino, acesso à educação e direitos estudantis. Ao longo de sua existência, a
organização tem desempenhado um papel ativo na defesa dos direitos dos estudantes e na
promoção de debates sobre questões políticas, sociais e educacionais.
Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), a UNE foi alvo de perseguições e repressão por
parte do regime. Muitos de seus líderes e membros foram presos, exilados ou até mesmo mortos.
Apesar disso, a UNE continuou resistindo e lutando pela democracia, tornando-se um símbolo de
resistência estudantil.
Após o fim da ditadura militar, a UNE recuperou sua atuação e importância. A organização tem
sido uma voz ativa na defesa dos direitos estudantis, como a ampliação do acesso à educação, a
melhoria da qualidade do ensino e a democratização das instituições de ensino superior. A UNE
também tem participado de movimentos sociais e políticos, expressando as demandas e
reivindicações dos estudantes.
A UNE realiza diversos eventos e atividades ao longo do ano, como congressos, encontros,
debates e manifestações. A entidade também possui uma forte presença nas redes sociais e utiliza
diferentes formas de mobilização para envolver os estudantes e promover suas causas.
Em resumo, a União Nacional dos Estudantes (UNE) é uma organização estudantil histórica e
importante no Brasil, atuando na representação dos interesses dos estudantes e na defesa dos
direitos estudantis. Ao longo de sua trajetória, a UNE tem sido uma voz de resistência e luta por
democracia, igualdade e melhores condições de ensino no país.
O PROGRAMA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO
O Programa Nacional de Alfabetização (PNA) foi uma iniciativa do governo brasileiro
implementada durante o período da ditadura militar, mais especificamente entre os anos de 1967
e 1970. O objetivo principal do PNA era combater o analfabetismo no país, promovendo a
alfabetização de jovens e adultos.
O programa foi criado em resposta à alta taxa de analfabetismo existente na época, considerada
um entrave para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. O PNA foi uma das ações do
governo para tentar solucionar esse problema educacional, promovendo a inserção da população
adulta no processo de alfabetização.
Uma das características do Programa Nacional de Alfabetização era o uso do método "Eu
Aprendo", desenvolvido pelo educador Paulo Freire. Esse método tinha como base a valorização
dos conhecimentos e experiências dos alunos, buscando uma educação mais contextualizada e
participativa.
O PNA mobilizou professores, alunos e a comunidade em geral para atuarem na alfabetização dos
adultos. As aulas eram realizadas em escolas, sindicatos, igrejas e outros locais que pudessem
acolher os estudantes. O programa também envolvia a produção de materiais didáticos específicos
e a capacitação de professores para atuarem na alfabetização de jovens e adultos.
Durante sua implementação, o PNA obteve resultados significativos na redução do analfabetismo.
Estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas tenham sido alfabetizadas por meio do programa.
No entanto, o PNA também foi alvo de críticas e controvérsias, principalmente por sua vinculação
ao governo autoritário da época e por algumas questões políticas envolvidas.
Após o término do período de implementação do PNA, o programa passou por transformações e
deu origem a outras iniciativas de alfabetização e educação de jovens e adultos no Brasil. A
alfabetização e a educação continuam sendo desafios importantes para o país, e programas
posteriores foram implementados visando à promoção da alfabetização plena e da educação ao
longo da vida para todos os cidadãos.

SALÁRIO EDUCAÇÃO
O salário-educação é uma contribuição social devida pelas empresas no Brasil com o objetivo de
financiar o setor educacional. Foi instituído pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado
pela Lei nº 9.424/1996.
A contribuição do salário-educação é destinada a financiar programas, projetos e ações voltados
para o desenvolvimento da educação básica pública. Os recursos arrecadados são repassados ao
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que é responsável por distribuí-los
aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, de acordo com critérios estabelecidos em
legislação específica.
A contribuição é calculada com base na folha de pagamento das empresas. A alíquota varia de
acordo com o tamanho da empresa e a natureza de sua atividade econômica. As empresas
enquadradas no regime de tributação do Simples Nacional estão isentas do pagamento do salário-
educação.
Os recursos do salário-educação são utilizados para o financiamento de programas e ações
voltados para a educação básica, tais como a distribuição de recursos para a merenda escolar, o
transporte escolar, a construção e manutenção de escolas, a capacitação de professores, entre
outros.
É importante ressaltar que o salário-educação é uma obrigação legal das empresas e não
representa um ônus direto aos trabalhadores. Os recursos arrecadados têm como finalidade
promover melhorias na educação básica, contribuindo para a qualidade e a universalização do
ensino no país.
O salário-educação é um instrumento importante para o financiamento da educação básica no
Brasil e auxilia na busca pela melhoria da qualidade e do acesso à educação para todos os
cidadãos, independentemente de sua condição socioeconômica.

MAGISTÉRIO SUPERIOR
O magistério superior é uma atividade profissional exercida por professores que atuam no ensino
superior, ou seja, em instituições de ensino como universidades, faculdades e institutos federais.
Esses profissionais têm como responsabilidade ministrar aulas, orientar pesquisas, realizar
atividades de extensão e contribuir para o desenvolvimento do conhecimento em suas respectivas
áreas de especialização.
Os professores do magistério superior desempenham um papel fundamental na formação
acadêmica e profissional dos estudantes universitários. Eles são responsáveis por transmitir
conhecimentos, estimular o pensamento crítico, orientar trabalhos acadêmicos e contribuir para o
desenvolvimento intelectual e pessoal dos alunos.
Além das atividades de ensino, os professores do magistério superior também podem se envolver
em pesquisas científicas e projetos de extensão, contribuindo para a produção de novos
conhecimentos e para a interação entre a universidade e a sociedade.
Para atuar no magistério superior, geralmente é necessário ter formação acadêmica avançada,
como um mestrado ou doutorado, na área de conhecimento em que se deseja lecionar. A seleção
e contratação de professores no ensino superior podem ser realizadas por meio de concursos
públicos ou processos seletivos específicos de cada instituição.
Além do ensino e da pesquisa, os professores do magistério superior também podem desempenhar
outras atividades, como coordenação de cursos, participação em comitês e órgãos colegiados das
instituições de ensino, publicação de artigos e livros acadêmicos, entre outras.
O magistério superior é uma área de atuação importante e valorizada, pois contribui para a
formação de profissionais qualificados, o avanço científico e a produção de conhecimento nas
diversas áreas do saber. Os professores do magistério superior desempenham um papel essencial
no desenvolvimento da educação e na promoção do ensino de qualidade no nível superior.

ATOS INSTITUCIONAIS
Os Atos Institucionais (AI) foram decretos emitidos durante o período da ditadura militar no
Brasil (1964-1985) que conferiram poderes extraordinários ao regime militar e estabeleceram
medidas autoritárias e repressivas. Os Atos Institucionais foram instrumentos utilizados para
consolidar e manter o controle do regime sobre o país.
Aqui está um resumo dos Atos Institucionais AI-1, AI-2, AI-3 e AI-4:
Ato Institucional nº 1 (AI-1): Foi promulgado em 9 de abril de 1964, poucos dias após o golpe
militar que derrubou o governo democraticamente eleito de João Goulart. O AI-1 deu poderes
excepcionais ao presidente da República e suspendeu diversas garantias constitucionais, como a
liberdade de expressão, o habeas corpus e a estabilidade no emprego. Também extinguiu os
partidos políticos existentes e estabeleceu eleições indiretas para a presidência e governadores.
Ato Institucional nº 2 (AI-2): Foi promulgado em 27 de outubro de 1965. O AI-2 ampliou o
controle do regime sobre o Congresso Nacional, extinguindo os partidos políticos existentes e
estabelecendo o bipartidarismo com a criação da Aliança Renovadora Nacional (Arena), que era
a base de sustentação do governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), como partido
de oposição controlado pelo regime.
Ato Institucional nº 3 (AI-3): Foi promulgado em 5 de fevereiro de 1966. O AI-3 deu ao presidente
da República o poder de decretar estado de sítio sem necessidade de autorização do Congresso
Nacional. Também suspendeu os direitos políticos de diversas pessoas consideradas subversivas
pelo regime e estabeleceu a possibilidade de cassação de mandatos de parlamentares e
aposentadoria compulsória de servidores públicos considerados "subversivos".
Ato Institucional nº 4 (AI-4): Foi promulgado em 7 de dezembro de 1966. O AI-4 reforçou o
controle do regime sobre os estados e municípios, permitindo a intervenção federal em governos
estaduais e municipais sem necessidade de autorização do Congresso Nacional. Também
estabeleceu a eleição indireta para os governadores dos estados.
O AI-5 é um dos Atos Institucionais mais conhecidos e importantes durante o período da ditadura
militar no Brasil. Foi promulgado em 13 de dezembro de 1968 e teve um impacto significativo
na história do país.
O Ato Institucional nº 5 foi uma medida de extrema repressão e concentração de poder adotada
pelo regime militar. Ele conferiu poderes ainda mais amplos ao governo e estabeleceu uma série
de medidas autoritárias, que incluíam:
Fechamento do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas Estaduais: O AI-5 suspendeu
as atividades do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas dos estados por tempo
indeterminado, suprimindo a atuação parlamentar e concentrando o poder nas mãos do Executivo.
Suspensão de garantias constitucionais: O AI-5 suspendeu diversas garantias constitucionais,
como a liberdade de expressão, a liberdade de reunião, o habeas corpus, o direito à manifestação
política e o direito à inviolabilidade do domicílio. Isso permitiu a prisão e a perseguição de
opositores políticos sem o devido processo legal.
Censura e controle da imprensa: O AI-5 estabeleceu a censura prévia aos meios de comunicação,
permitindo que o governo controlasse e restringisse a liberdade de imprensa. Jornais, revistas,
rádios e televisões foram monitorados e cerceados em suas atividades.
Punição e perseguição de opositores: O AI-5 possibilitou a prisão arbitrária, a tortura e o exílio
de opositores políticos, intensificando a repressão por parte do regime militar. Muitos estudantes,
intelectuais, artistas e ativistas foram perseguidos e tiveram seus direitos violados.
O AI-5 marcou um período de maior endurecimento do regime militar no Brasil, aprofundando a
repressão e a violação dos direitos humanos. Foi um momento sombrio na história do país, onde
as liberdades civis e políticas foram severamente cerceadas. O AI-5 vigorou até 1978, quando foi
revogado, mas seu legado deixou marcas profundas na sociedade brasileira.

Esses Atos Institucionais representaram a consolidação de um regime autoritário no Brasil,


conferindo amplos poderes ao regime militar e restringindo as liberdades civis e políticas. Eles
foram utilizados para reprimir opositores políticos, controlar o sistema político e consolidar o
poder nas mãos dos militares.

CONSTITUIÇÃO DE 1967
A Constituição de 1967 foi a segunda constituição outorgada durante o período da ditadura militar
no Brasil. Ela substituiu a Constituição de 1946, que havia sido suspensa em 1964 após o golpe
militar.
A Constituição de 1967 foi elaborada e promulgada por uma comissão de juristas nomeada pelos
militares, com a participação de representantes do governo e sem a participação de representantes
eleitos democraticamente. Essa nova constituição foi marcada por características autoritárias e
centralizadoras, refletindo a visão do regime militar sobre a organização do Estado.
Algumas características importantes da Constituição de 1967 incluem:
Sistema político: A Constituição de 1967 adotou o sistema presidencialista, com o presidente da
República como chefe de Estado e de governo. No entanto, o presidente tinha amplos poderes e
podia governar por meio de decretos-leis.
Poderes do presidente: O presidente tinha poderes excepcionais, podendo intervir nos estados e
municípios, cassar mandatos parlamentares, suspender direitos políticos, decretar estado de sítio
e emitir decretos-leis, sem a necessidade de aprovação do Congresso Nacional.
Restrições aos direitos civis e políticos: A Constituição de 1967 restringiu as liberdades civis e
políticas, estabelecendo limitações à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e aos direitos
de manifestação e associação política. Também permitiu a suspensão do habeas corpus em
determinadas situações.
Eleições indiretas: A Constituição de 1967 estabeleceu eleições indiretas para presidente da
República, sendo o presidente eleito por um colégio eleitoral composto por membros do
Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas dos estados.
A Constituição de 1967 vigorou até 1988, quando foi substituída pela atual Constituição Federal.
Durante esse período, o país viveu sob um regime autoritário, com limitações às liberdades
democráticas e perseguição política. A Constituição de 1967 refletia a visão do regime militar e
suas características de centralização do poder e restrição dos direitos individuais.

GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969)


O governo de Costa e Silva foi um período importante durante a ditadura militar no Brasil. Em
1967, após a renúncia do presidente Castelo Branco, o general Artur da Costa e Silva assumiu a
presidência do país. Seu governo ocorreu de 1967 a 1969 e foi marcado por momentos turbulentos
e medidas autoritárias.
Durante o governo de Costa e Silva, o regime militar intensificou sua repressão aos opositores
políticos e promoveu a centralização do poder. Alguns dos principais acontecimentos e
características desse período incluem:
Ato Institucional nº 5 (AI-5): O AI-5 foi promulgado durante o governo de Costa e Silva, em
dezembro de 1968. Esse ato conferiu ao governo poderes excepcionais, suspendendo diversas
garantias constitucionais, fechando o Congresso Nacional, estabelecendo a censura prévia à
imprensa e permitindo a perseguição e tortura de opositores políticos. O AI-5 marcou um
endurecimento do regime militar e um período de maior repressão e violações aos direitos
humanos.
Política econômica: O governo de Costa e Silva implementou uma política econômica conhecida
como "milagre econômico", baseada em um modelo de desenvolvimento centrado na
industrialização e no crescimento acelerado. Essa política visava estimular o setor industrial e
atrair investimentos estrangeiros, por meio de medidas como a concessão de incentivos fiscais e
a abertura para a entrada de empresas multinacionais. Apesar do crescimento econômico
registrado nesse período, houve também aumento da desigualdade social e concentração de renda.
Ações repressivas: O governo de Costa e Silva intensificou a repressão aos movimentos estudantis
e sindicais, promovendo a perseguição e prisão de líderes estudantis e sindicais que se opunham
ao regime. Também foram realizadas intervenções em universidades e instituições de ensino, com
o objetivo de controlar a mobilização estudantil.
Resistência e oposição: Apesar da repressão, o governo de Costa e Silva enfrentou resistência e
oposição por parte de diversos setores da sociedade. Houve manifestações e protestos contra a
ditadura militar, principalmente por parte de estudantes e intelectuais. A repressão a esses
movimentos culminou em episódios violentos, como o massacre de estudantes na Universidade
de Brasília em 1968.
Saída do governo: O presidente Costa e Silva enfrentou problemas de saúde que o afastaram
temporariamente do cargo em 1969. Em sua ausência, o general Augusto Rademaker assumiu a
presidência interinamente. Posteriormente, Costa e Silva foi impedido de retornar à presidência
devido a uma piora em seu estado de saúde, e em 1970 faleceu.
O governo de Costa e Silva teve um papel significativo no processo de endurecimento do regime
militar e no aprofundamento da repressão durante a ditadura no Brasil. As medidas autoritárias
adotadas durante seu governo deixaram marcas profundas na história do país.

PASSEATA DOS CEM MIL


A Passeata dos Cem Mil foi uma manifestação ocorrida no Rio de Janeiro, em 26 de junho de
1968, durante o governo do general Costa e Silva, no contexto da ditadura militar no Brasil. Foi
uma das maiores manifestações contra o regime ocorridas durante esse período.
A passeata foi convocada em protesto contra a repressão do regime militar, o aumento da censura,
as violações aos direitos humanos e a morte do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto,
ocorrida meses antes no Rio de Janeiro. Edson Luís foi morto pela polícia durante uma
manifestação estudantil em repúdio à má qualidade da alimentação servida no restaurante
estudantil Calabouço.
A manifestação reuniu estudantes, intelectuais, artistas, professores, trabalhadores e diversos
setores da sociedade civil. Estima-se que participaram cerca de cem mil pessoas, daí o nome
"Passeata dos Cem Mil". A marcha percorreu o centro do Rio de Janeiro, saindo da Igreja da
Candelária e chegando à Cinelândia, onde ocorreram discursos e protestos.
A Passeata dos Cem Mil foi um marco importante na resistência à ditadura militar no Brasil. Ela
demonstrou a insatisfação popular com o regime e a disposição de enfrentar a repressão. Após o
evento, o governo militar intensificou ainda mais a repressão e a censura, promovendo a
perseguição e o aprisionamento de líderes estudantis e políticos.
A manifestação teve repercussão nacional e internacional, colocando o regime militar brasileiro
sob pressão e evidenciando a rejeição popular ao autoritarismo. A Passeata dos Cem Mil é
lembrada como um momento de resistência e de luta pela democracia no Brasil.

ANOS CHUMBO
"Anos de chumbo" é uma expressão frequentemente utilizada para se referir ao período mais
repressivo da ditadura militar no Brasil, que compreende os anos de 1968 a 1974,
aproximadamente. Essa expressão faz referência ao clima de opressão, violência e restrição de
direitos vivenciado durante essa época.
Durante os "anos de chumbo", o regime militar intensificou a repressão política e a censura,
promovendo a perseguição e a prisão de opositores políticos, a tortura, o desaparecimento forçado
e a execução de indivíduos considerados subversivos ou ameaças à segurança do Estado.
Esse período foi marcado por uma série de atos repressivos, como a promulgação do Ato
Institucional nº 5 (AI-5), em 1968, que concedeu amplos poderes ao governo, suspendendo
direitos constitucionais, permitindo a censura prévia, a intervenção em sindicatos e a cassação de
mandatos parlamentares.
Os "anos de chumbo" também foram caracterizados por uma intensa repressão aos movimentos
estudantis e sindicais, com intervenções em universidades, fechamento de entidades estudantis,
perseguição a líderes estudantis e prisão de sindicalistas.
Nesse período, o regime militar buscava manter o controle e a estabilidade política, reprimindo
qualquer forma de oposição e resistência. A repressão atingiu não apenas os ativistas políticos,
mas também artistas, intelectuais e demais vozes críticas ao regime.
Os "anos de chumbo" representam um dos períodos mais sombrios da história recente do Brasil,
marcado pela violência e pela violação sistemática dos direitos humanos. O legado desse período
ainda é sentido no país, e o processo de redemocratização e busca por justiça em relação aos
crimes cometidos durante a ditadura militar continua sendo um tema relevante na sociedade
brasileira.

REFORMA UNIVERSITÁRIA
A expressão "reforma universitária" refere-se a um conjunto de mudanças e transformações
propostas para o sistema de ensino superior de um país. Essas reformas podem envolver diferentes
aspectos, como estrutura curricular, autonomia das instituições de ensino, acesso à educação,
financiamento, governança, entre outros.
No contexto do Brasil, houve momentos ao longo da história em que foram propostas reformas
universitárias visando a modernização e atualização do sistema de ensino superior. Dentre esses
momentos, destacam-se dois importantes períodos de reforma universitária no país: a Reforma
Universitária de 1968 e a Reforma Universitária de 2004.
A Reforma Universitária de 1968, conhecida como Reforma Universitária de Franco Montoro,
foi implementada durante o regime militar no Brasil. Ela teve como objetivo principal promover
a modernização e reestruturação do sistema universitário brasileiro. Essa reforma introduziu
mudanças significativas nas universidades, como a criação dos departamentos e dos institutos
especializados, o estabelecimento da dedicação exclusiva dos professores, a ampliação da
autonomia universitária, a introdução de novos currículos e a implantação dos institutos de
pesquisa.
Já a Reforma Universitária de 2004 ocorreu no contexto democrático e foi promovida pelo
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa reforma teve como objetivo principal a
democratização do acesso ao ensino superior, a promoção da qualidade e a ampliação da
participação da sociedade no processo de gestão das instituições de ensino. Dentre as principais
mudanças propostas estavam a adoção de ações afirmativas, como as cotas raciais e sociais, a
ampliação do acesso por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), a criação do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e a expansão das universidades
federais.
Ambas as reformas buscaram responder aos desafios e demandas da época em que foram
implementadas, refletindo as necessidades e as visões políticas e educacionais do momento. As
reformas universitárias têm o objetivo de promover a melhoria e a adequação do sistema de ensino
superior às transformações sociais, culturais e econômicas, bem como às demandas da sociedade
e do mercado de trabalho.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CNE)


A expressão "reforma universitária" refere-se a um conjunto de mudanças e transformações
propostas para o sistema de ensino superior de um país. Essas reformas podem envolver diferentes
aspectos, como estrutura curricular, autonomia das instituições de ensino, acesso à educação,
financiamento, governança, entre outros.
No contexto do Brasil, houve momentos ao longo da história em que foram propostas reformas
universitárias visando a modernização e atualização do sistema de ensino superior. Dentre esses
momentos, destacam-se dois importantes períodos de reforma universitária no país: a Reforma
Universitária de 1968 e a Reforma Universitária de 2004.
A Reforma Universitária de 1968, conhecida como Reforma Universitária de Franco Montoro,
foi implementada durante o regime militar no Brasil. Ela teve como objetivo principal promover
a modernização e reestruturação do sistema universitário brasileiro. Essa reforma introduziu
mudanças significativas nas universidades, como a criação dos departamentos e dos institutos
especializados, o estabelecimento da dedicação exclusiva dos professores, a ampliação da
autonomia universitária, a introdução de novos currículos e a implantação dos institutos de
pesquisa.
Já a Reforma Universitária de 2004 ocorreu no contexto democrático e foi promovida pelo
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa reforma teve como objetivo principal a
democratização do acesso ao ensino superior, a promoção da qualidade e a ampliação da
participação da sociedade no processo de gestão das instituições de ensino. Dentre as principais
mudanças propostas estavam a adoção de ações afirmativas, como as cotas raciais e sociais, a
ampliação do acesso por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), a criação do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e a expansão das universidades
federais.
Ambas as reformas buscaram responder aos desafios e demandas da época em que foram
implementadas, refletindo as necessidades e as visões políticas e educacionais do momento. As
reformas universitárias têm o objetivo de promover a melhoria e a adequação do sistema de ensino
superior às transformações sociais, culturais e econômicas, bem como às demandas da sociedade
e do mercado de trabalho.
A Confederação Nacional de Educação (CNE) é uma entidade civil brasileira, fundada em 1946,
que representa as instituições de ensino particulares do país. É composta por sindicatos,
associações e federações que representam escolas, universidades e faculdades particulares. A
CNE tem como objetivo a defesa dos interesses das instituições de ensino particulares e o
aprimoramento da educação no Brasil. Entre suas atividades estão a articulação política com o
governo, a proposição de políticas educacionais e a defesa dos direitos das instituições de ensino
e dos estudantes. A CNE é uma das principais entidades representativas da educação no Brasil e
atua em parceria com outras entidades, como o Conselho Nacional de Educação e o Ministério da
Educação.

PLANO DECENAL DE EDUCAÇÃO


O Plano Decenal de Educação é um instrumento de planejamento educacional que estabelece
metas, diretrizes e estratégias para o desenvolvimento da educação em um período de dez anos.
Esse plano visa orientar as políticas públicas educacionais, estabelecendo objetivos e indicadores
que direcionam as ações na área da educação.
No contexto brasileiro, o Plano Decenal de Educação é elaborado de forma participativa,
envolvendo representantes de diferentes setores da sociedade, como governo, educadores,
estudantes, pais, pesquisadores e organizações da sociedade civil. O processo de elaboração do
plano inclui diagnósticos da situação educacional, análise das demandas e desafios, além da
definição de metas e estratégias que visam a melhoria da qualidade da educação.
O Plano Decenal de Educação tem como finalidade estabelecer um horizonte de médio prazo para
ações e investimentos na área da educação, com o objetivo de promover avanços significativos
na garantia do direito à educação de qualidade para todos os brasileiros.
O último Plano Decenal de Educação do Brasil foi instituído pela Lei nº 13.005/2014, conhecida
como Lei do Plano Nacional de Educação (PNE). Esse plano estabelece metas e estratégias para
o período de 2014 a 2024, abrangendo desde a educação infantil até a pós-graduação. Entre as
principais metas do PNE estão a universalização da educação infantil, a ampliação do acesso e
permanência na educação básica e superior, a melhoria da qualidade do ensino, a formação e
valorização dos profissionais da educação, a promoção da equidade e a garantia de condições
adequadas de infraestrutura nas escolas.
O Plano Decenal de Educação representa um compromisso do Estado brasileiro com a educação,
visando promover a transformação e o desenvolvimento educacional do país ao longo de uma
década. Sua implementação requer a articulação e a participação de diferentes atores e setores da
sociedade, buscando garantir a efetividade das políticas educacionais e o cumprimento das metas
estabelecidas.

PEDAGOGIA TECNICISTA
A Pedagogia Tecnicista foi uma abordagem educacional que teve influência significativa no Brasil
durante as décadas de 1960 e 1970. Essa pedagogia foi marcada por uma visão mais instrumental
da educação, onde o objetivo principal era preparar os indivíduos para se adequarem às demandas
do mercado de trabalho e da sociedade industrial.
A Pedagogia Tecnicista valorizava a aplicação de técnicas e métodos científicos no processo de
ensino e aprendizagem. Nesse contexto, o professor era visto como um transmissor de
conhecimento e o aluno como receptor passivo desse conhecimento. A ênfase estava na eficiência,
na padronização e no controle do processo educacional, buscando alcançar objetivos pré-
determinados.
Alguns dos principais pilares da Pedagogia Tecnicista incluíam:
Ênfase na objetividade: Priorizava-se a utilização de técnicas e recursos que fossem considerados
objetivos, mensuráveis e passíveis de controle.
Foco no desenvolvimento de habilidades práticas: O ensino era voltado para o desenvolvimento
de habilidades técnicas e profissionais, visando à formação de trabalhadores qualificados para a
indústria.
Valorização dos materiais instrucionais: A utilização de materiais didáticos, como apostilas e
livros didáticos, era enfatizada como forma de garantir a uniformidade e o controle no processo
de ensino.
Avaliação baseada em resultados: A avaliação dos estudantes era centrada nos resultados obtidos,
com ênfase em testes padronizados e quantificáveis.
No contexto brasileiro, a Pedagogia Tecnicista foi influenciada pelas políticas educacionais da
ditadura militar, que buscavam formar mão de obra qualificada para o desenvolvimento
econômico e controlar o sistema educacional. Essa abordagem recebeu críticas de diversos setores
da sociedade, que questionavam sua visão reducionista da educação e sua falta de preocupação
com a formação integral dos indivíduos.
Apesar de ter perdido espaço ao longo do tempo, a Pedagogia Tecnicista deixou um legado no
sistema educacional brasileiro, principalmente no que diz respeito à valorização da eficiência, da
padronização e da formação profissional. No entanto, hoje em dia, a tendência pedagógica
dominante no país é mais centrada no aluno, valorizando a participação ativa, o desenvolvimento
crítico e a formação integral dos estudantes.

GOVERNO EMÍLIO MÉDICI (1969-1974)


Emílio Garrastazu Médici foi um general do Exército Brasileiro que governou o Brasil como
presidente durante o período de 1969 a 1974, durante a ditadura militar no país. Seu governo foi
marcado por uma intensificação do autoritarismo e da repressão política, sendo considerado um
dos períodos mais repressivos da ditadura.
Durante o governo de Médici, o regime militar procurou consolidar seu poder e controlar a
oposição política. Foi um período de censura intensa, perseguição política, tortura e violações dos
direitos humanos. A repressão atingiu não apenas os opositores políticos, mas também
movimentos estudantis, sindicais e sociais.
Economicamente, o governo Médici implementou um modelo de desenvolvimento chamado de
"milagre econômico". Essa política buscava promover um crescimento acelerado da economia,
baseado na industrialização, na modernização e no aumento da produção. Houve um investimento
maciço em grandes obras de infraestrutura, como rodovias, hidrelétricas e projetos de
desenvolvimento regional.
No entanto, o "milagre econômico" foi marcado por uma concentração de renda e desigualdade
social crescente. O modelo privilegiou o setor industrial e as grandes empresas, enquanto a
população mais pobre e as áreas rurais foram deixadas de lado.
O governo Médici também promoveu uma intensa propaganda nacionalista e exaltou a ideologia
do regime militar. O nacionalismo era utilizado como instrumento de legitimação do governo e
para criar uma identidade coletiva em torno dos símbolos nacionais.
Em relação à política externa, o governo Médici manteve relações próximas com países de
ideologia similar, como Estados Unidos e outros regimes autoritários da América Latina. Além
disso, o Brasil sediou eventos internacionais importantes, como a Copa do Mundo de 1970, como
forma de promover uma imagem positiva do país no exterior.
Após o fim do governo Médici, a ditadura militar continuou por mais alguns anos, mas seu
governo foi considerado um marco devido à intensificação da repressão e ao crescimento
econômico promovido através do "milagre econômico".

Lei n°5.692 LDB


A Lei nº 5.692, promulgada em 11 de agosto de 1971, foi uma lei que estabeleceu a reforma do
ensino de primeiro e segundo graus no Brasil. Essa lei ficou conhecida como a primeira Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e teve um impacto significativo no sistema
educacional do país.
A Lei nº 5.692 foi promulgada durante a ditadura militar e buscava alinhar a educação brasileira
aos interesses do regime, priorizando a formação de mão de obra para o mercado de trabalho e a
formação de cidadãos alinhados aos valores defendidos pelo governo.
Algumas das principais mudanças e diretrizes estabelecidas pela Lei nº 5.692 foram:
Ampliação da obrigatoriedade escolar: A lei determinou a obrigatoriedade do ensino de 1º grau
(atualmente, ensino fundamental) para crianças de 7 a 14 anos e do 2º grau (atualmente, ensino
médio) para jovens de 15 a 18 anos.
Vocacionalização do ensino: A lei enfatizou a formação profissional e técnica, visando à
preparação dos estudantes para o mercado de trabalho. Isso resultou na criação de cursos técnicos
nas escolas de ensino médio.
Currículo mínimo: A lei estabeleceu um currículo mínimo obrigatório, que determinava as
disciplinas e conteúdos a serem ensinados nas escolas. Esse currículo era mais voltado para as
áreas técnicas e profissionais.
Ênfase na formação moral e cívica: A lei priorizou a formação moral e cívica dos estudantes, com
o objetivo de promover valores de disciplina, patriotismo e obediência ao regime militar.
Flexibilização da estrutura curricular: A lei permitiu certa flexibilidade na estrutura curricular,
possibilitando a adaptação dos currículos às necessidades locais e regionais.
Embora a Lei nº 5.692 tenha buscado adequar a educação brasileira às demandas da época, ela
também recebeu críticas por sua ênfase excessiva na formação profissionalizante e na formação
de cidadãos submissos. Essa lei foi revogada posteriormente, e o sistema educacional brasileiro
passou por outras reformas e atualizações ao longo dos anos, incorporando diferentes perspectivas
e abordagens pedagógicas.

EDUCAÇÃO CIENTÍFICA
A educação científica no Brasil tem sido uma preocupação constante ao longo dos anos, visando
promover o desenvolvimento de uma cultura científica e o estímulo ao pensamento crítico e
investigativo dos estudantes. O objetivo é formar cidadãos capazes de compreender e participar
ativamente do mundo científico e tecnológico.
No contexto brasileiro, a educação científica está presente em diferentes níveis de ensino, desde
a educação básica até o ensino superior e a pesquisa acadêmica. Algumas iniciativas importantes
foram adotadas para promover a educação científica no país. Entre elas, destacam-se:
Inserção da ciência no currículo escolar: A ciência é parte integrante dos currículos escolares,
desde a educação infantil até o ensino médio, por meio das disciplinas de ciências naturais, física,
química, biologia e outras áreas relacionadas. Essas disciplinas buscam desenvolver habilidades
científicas e promover a compreensão dos princípios científicos.
Programas de popularização da ciência: Diversas instituições, como universidades, museus,
centros de ciência e órgãos governamentais, promovem programas de popularização da ciência,
como feiras científicas, exposições, palestras e atividades interativas. Esses programas visam
aproximar a ciência da sociedade e despertar o interesse e a curiosidade dos cidadãos em relação
aos temas científicos.
Olimpíadas científicas: As olimpíadas científicas, como a Olimpíada Brasileira de Matemática
das Escolas Públicas (OBMEP) e a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA),
têm como objetivo estimular o estudo da ciência e da matemática entre os estudantes, promovendo
competições e desafios nas respectivas áreas.
Investimento em pesquisa científica: O Brasil tem buscado fortalecer sua capacidade de pesquisa
científica, por meio do financiamento de projetos de pesquisa e da formação de recursos humanos
qualificados. Isso possibilita a geração de conhecimento e a formação de profissionais aptos a
contribuir para o avanço científico e tecnológico do país.
Apesar dos esforços em promover a educação científica no Brasil, ainda existem desafios a serem
superados, como a falta de infraestrutura adequada nas escolas, a formação insuficiente dos
professores e a necessidade de maior incentivo à pesquisa científica. No entanto, a educação
científica continua sendo uma prioridade na agenda educacional do país, visando formar uma
sociedade mais crítica, informada e participativa no contexto científico e tecnológico.

GOVERNO GEISEL (1974-1979)


O governo de Ernesto Geisel, que ocorreu no Brasil de 1974 a 1979, foi marcado por algumas
mudanças significativas em relação ao regime militar que estava no poder desde 1964. Embora
tenha sido um período de continuidade do regime ditatorial, algumas medidas foram tomadas no
sentido de uma abertura política gradual, conhecida como "distensão controlada".
Durante o governo Geisel, foram implementadas algumas medidas que buscavam uma maior
legitimação do regime e a diminuição da repressão política. Algumas das principais características
desse período foram:
Política de abertura: Geisel promoveu a chamada "abertura lenta, gradual e segura", que envolveu
a flexibilização política e a ampliação de espaços de participação, mas sempre sob controle das
Forças Armadas. Houve uma maior tolerância em relação aos movimentos sociais, como
sindicatos e associações profissionais.
Anistia: Em 1979, foi promulgada uma lei de anistia que beneficiou tanto os presos políticos e
exilados quanto os agentes do regime militar envolvidos em violações dos direitos humanos. Isso
permitiu o retorno de muitos exilados políticos e o restabelecimento de suas atividades.
Fim do bipartidarismo: Em 1979, foi extinto o bipartidarismo vigente desde 1965, que limitava a
atuação política a apenas duas legendas, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o
Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Com o fim do bipartidarismo, foi permitida a criação
de novos partidos políticos.
Abertura econômica: O governo de Geisel promoveu uma abertura econômica gradual,
incentivando investimentos estrangeiros e buscando a diversificação da economia brasileira. Essa
política econômica foi marcada pela criação de grandes estatais, como a Petrobras e a Eletrobras,
e por investimentos em infraestrutura.
Reforma do sistema eleitoral: Foi implementada uma reforma eleitoral que permitiu a eleição
indireta de governadores dos estados e de prefeitos de capitais, mas mantendo a eleição
presidencial de forma indireta pelo colégio eleitoral.
Embora tenha havido uma abertura política limitada durante o governo Geisel, o regime militar
ainda manteve o controle político e a repressão em muitos aspectos. A censura à imprensa e a
perseguição a opositores políticos ainda ocorreram durante esse período. No entanto, a "distensão
controlada" foi um marco importante na transição para a redemocratização do Brasil, que ocorreu
na década de 1980.

CENTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL


O Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) foi uma instituição brasileira voltada para a
promoção da educação especial no país. Foi criado em 1962, durante o governo de João Goulart,
e tinha como objetivo principal a formação de professores especializados e a produção de
conhecimento na área da educação especial.
O CENESP tinha como propósito atender às necessidades educacionais de pessoas com
deficiência, oferecendo suporte técnico, pedagógico e científico para a implementação de
políticas e práticas inclusivas. Entre suas principais atribuições estavam:
Formação de professores: O CENESP promovia cursos de capacitação e atualização para
professores da educação especial, visando aprimorar suas práticas pedagógicas e garantir uma
educação de qualidade para os alunos com deficiência.
Produção de materiais e recursos pedagógicos: A instituição produzia materiais e recursos
educacionais adaptados, como livros, materiais didáticos e jogos, que auxiliavam no processo de
ensino-aprendizagem de estudantes com deficiência.
Pesquisa e produção de conhecimento: O CENESP incentivava a realização de pesquisas
científicas na área da educação especial, contribuindo para a produção de conhecimento e o
avanço das práticas inclusivas.
Assessoria e orientação técnica: A instituição prestava assessoria e orientação técnica a gestores
escolares, professores e demais profissionais envolvidos na educação especial, buscando orientar
e subsidiar a implementação de políticas e práticas inclusivas nas escolas.
O CENESP desempenhou um papel importante na promoção da educação especial no Brasil,
especialmente durante o período em que esteve em funcionamento. No entanto, é importante
mencionar que a instituição foi extinta em 1995, como parte de um processo de reestruturação do
sistema educacional brasileiro. Atualmente, as políticas e ações voltadas para a educação especial
são coordenadas pelo Ministério da Educação, em parceria com outros órgãos e entidades
relacionadas à área.

GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985)


O governo de João Figueiredo, que ocorreu no Brasil de 1979 a 1985, marcou o fim do período
militar e a transição para a redemocratização do país. Foi o último presidente do regime militar e
enfrentou desafios significativos durante seu mandato.
Alguns aspectos importantes do governo Figueiredo e seu declínio foram:
Abertura política: Figueiredo deu continuidade ao processo de abertura política iniciado por seu
antecessor, o presidente Ernesto Geisel. Durante seu governo, foram adotadas medidas para
permitir maior liberdade de expressão e participação política. Houve a criação de novos partidos
políticos e a realização de eleições diretas para cargos executivos municipais.
Anistia ampla: Em 1979, foi promulgada a Lei da Anistia, que garantia a anistia política a presos
e exilados políticos e permitia o retorno de opositores do regime militar. A lei, no entanto, também
beneficiou os agentes do regime envolvidos em violações de direitos humanos, o que gerou
controvérsias e críticas por parte dos defensores dos direitos humanos.
Crise econômica e inflação: O governo Figueiredo enfrentou uma grave crise econômica, marcada
por altas taxas de inflação, endividamento externo e desequilíbrios econômicos. Foram adotadas
medidas de ajuste econômico, como o Plano Cruzado em 1986, mas sem sucesso duradouro na
estabilização econômica.
Movimento sindical e greves: Durante o governo Figueiredo, o movimento sindical ganhou força
e foram registradas diversas greves e manifestações por melhores condições de trabalho e direitos
dos trabalhadores. Isso contribuiu para a pressão por avanços na democratização política e social
do país.
Redemocratização e eleições diretas: No final do governo Figueiredo, houve uma mobilização
popular pela realização de eleições diretas para presidente, conhecida como "Diretas Já". Embora
o movimento não tenha alcançado seu objetivo imediato, ele foi importante para o processo de
redemocratização do Brasil, que culminou com a eleição de Tancredo Neves em 1985, após a
morte de Figueiredo.
O governo Figueiredo e seu declínio foram marcados por tensões políticas e econômicas, além do
fortalecimento dos movimentos sociais e sindicais. Apesar das medidas de abertura política, o
regime militar ainda exerceu controle e limitações sobre o processo de redemocratização. O
período foi um marco na história do Brasil, preparando o caminho para a consolidação da
democracia nos anos seguintes.

PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO


O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é uma iniciativa do governo brasileiro que tem
como objetivo fornecer livros didáticos de qualidade para as escolas públicas do país. O programa
foi instituído em 1985 e é coordenado pelo Ministério da Educação (MEC).
O PNLD tem como principais finalidades garantir o acesso dos estudantes a materiais didáticos
adequados, promover a melhoria da qualidade do ensino e contribuir para a equidade educacional,
reduzindo as desigualdades entre as escolas e regiões do país.
A cada ciclo de adoção, que normalmente ocorre a cada três anos, o MEC realiza um processo de
avaliação e seleção dos livros didáticos disponíveis no mercado. São avaliados critérios como
qualidade pedagógica, conteúdo, adequação aos currículos e abordagem didática. Após essa
avaliação, os livros selecionados são adquiridos pelo governo e distribuídos gratuitamente para
as escolas públicas.
O PNLD abrange diferentes etapas da educação básica, desde a Educação Infantil até o Ensino
Médio, e contempla diversas disciplinas, como Língua Portuguesa, Matemática, História,
Geografia, Ciências, entre outras. Os livros selecionados pelo programa são utilizados pelos
professores como recurso pedagógico em sala de aula, auxiliando no processo de ensino e
aprendizagem.
Além da distribuição de livros didáticos, o PNLD também tem como objetivo incentivar a
formação continuada dos professores, promover a participação da comunidade escolar na escolha
dos materiais e estimular a produção de livros didáticos de qualidade no país.
O Programa Nacional do Livro Didático desempenha um papel importante na promoção da
educação de qualidade, proporcionando materiais didáticos adequados e contribuindo para a
melhoria do ensino nas escolas públicas do Brasil.

PRINCIPAIS MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA DURANTE A DITADURA


Durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985), diversos movimentos de resistência
surgiram em resposta ao regime autoritário. Esses movimentos buscavam promover a defesa dos
direitos humanos, a democracia, a liberdade de expressão e a justiça social. A seguir, são
destacados alguns dos principais movimentos de resistência durante esse período:
Movimento estudantil: Os estudantes desempenharam um papel central na resistência à ditadura.
Destacam-se a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (UBES), que promoveram mobilizações, manifestações e ocupações de escolas e
universidades.
Movimento operário: Os trabalhadores organizaram sindicatos e realizaram greves e
manifestações em defesa dos direitos trabalhistas e contra a repressão do regime. Destaca-se o
movimento dos metalúrgicos do ABC, liderado por figuras como Luiz Inácio Lula da Silva.
Movimento camponês: Movimentos como a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lutaram pela reforma agrária e pelos direitos dos
trabalhadores rurais, enfrentando a repressão militar e reivindicando a redistribuição de terras.
Movimento de mulheres: As mulheres organizaram-se em coletivos e grupos feministas, lutando
por igualdade de gênero, direitos reprodutivos e o fim da violência contra as mulheres. Destaca-
se o movimento feminista "Mulheres pela Anistia", que reivindicava a libertação dos presos
políticos.
Movimento de artistas e intelectuais: Artistas, escritores e intelectuais engajaram-se na resistência
ao regime militar por meio de manifestações artísticas, literárias e culturais. Destacam-se nomes
como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Ferreira Gullar.
Comissão de Justiça e Paz: A Comissão de Justiça e Paz, ligada à Igreja Católica, atuou na defesa
dos direitos humanos e no acompanhamento de casos de violações cometidas pelo regime militar.
Esses são apenas alguns exemplos dos diversos movimentos e organizações que resistiram à
ditadura militar no Brasil. A atuação desses grupos contribuiu para a conscientização, mobilização
e resistência popular, desempenhando um papel importante na luta pela redemocratização do país.

CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Constituição de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, é a atual Constituição da
República Federativa do Brasil. Foi promulgada em 5 de outubro de 1988 e representa um marco
na história do país, pois consolidou a redemocratização e estabeleceu uma série de direitos e
garantias fundamentais.
Alguns aspectos importantes da Constituição de 1988 incluem:
Direitos e garantias fundamentais: A Constituição de 1988 reconhece e assegura uma ampla gama
de direitos e garantias fundamentais, como a igualdade, a liberdade de expressão, a liberdade de
religião, o direito à educação, à saúde, à moradia, entre outros. Também proíbe a tortura, a
discriminação e o trabalho escravo.
Organização do Estado: A Constituição estabelece o sistema de governo do Brasil como uma
República Federativa, composta por estados, municípios e o Distrito Federal. Também define os
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de atribuir competências a cada um deles.
Separação dos poderes: A Constituição estabelece a divisão de poderes entre os três poderes do
Estado, garantindo a independência e a harmonia entre eles. O Executivo é exercido pelo
presidente da República, o Legislativo pelo Congresso Nacional e o Judiciário pelo Supremo
Tribunal Federal e demais tribunais.
Direitos sociais: A Constituição de 1988 dedica uma atenção especial aos direitos sociais,
estabelecendo a proteção à saúde, à educação, ao trabalho, à cultura, ao lazer, entre outros.
Também estabelece a proteção dos direitos dos trabalhadores, como a jornada de trabalho, o
salário mínimo, o direito de greve, entre outros.
Meio ambiente e sustentabilidade: A Constituição de 1988 reconhece a proteção ao meio ambiente
como um direito fundamental, estabelecendo a responsabilidade de todos na preservação e
conservação dos recursos naturais. Também prevê a participação da sociedade na defesa do meio
ambiente.
A Constituição de 1988 é considerada uma das mais avançadas e progressistas do mundo,
destacando-se pela sua extensa lista de direitos e garantias fundamentais. Ela representa a
consolidação do processo de redemocratização e tem como objetivo principal a promoção da
justiça social, da igualdade e da dignidade humana.

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb)


O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foi criado em 1990 como uma
política pública para avaliar a qualidade da educação básica no Brasil. O Saeb é composto por
testes que avaliam as habilidades e competências dos alunos em língua portuguesa e matemática,
além de questionários socioeconômicos e educacionais aplicados aos estudantes, professores e
diretores das escolas.
A aplicação do Saeb ocorre de dois em dois anos, envolvendo estudantes do 5º e 9º anos do ensino
fundamental e do 3º ano do ensino médio. A partir dos resultados do Saeb, é possível avaliar o
desempenho das escolas, municípios, estados e do país como um todo, subsidiando a elaboração
de políticas públicas e ações de melhoria na educação.
Além disso, o Saeb é utilizado como um dos principais indicadores para o cálculo do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que tem como objetivo medir a qualidade do ensino
nas escolas públicas do país. O Ideb é calculado a cada dois anos e varia de 0 a 10, sendo que a
meta estipulada pelo Ministério da Educação é atingir um índice 6 até o ano de 2022.

Programa de Crédito Educativo (PCE)


O Programa de Crédito Educativo (PCE) foi um programa criado pelo governo brasileiro com o
objetivo de proporcionar acesso ao ensino superior por meio de financiamento estudantil. O PCE
existiu entre os anos de 1971 e 1997 e foi uma importante iniciativa para viabilizar o acesso e a
permanência de estudantes de baixa renda no ensino superior.
O PCE permitia que os estudantes financiassem seus estudos por meio de empréstimos concedidos
pelo governo, que cobria parte ou a totalidade das mensalidades e despesas acadêmicas. Os
estudantes beneficiados pelo programa deveriam devolver o valor do empréstimo após a
conclusão do curso, em parcelas mensais e com juros subsidiados.
O programa foi implementado com o intuito de ampliar a oferta de vagas no ensino superior e
possibilitar que estudantes de famílias de baixa renda pudessem ingressar e concluir uma
graduação. Durante sua existência, o PCE contribuiu para que milhares de estudantes brasileiros
tivessem a oportunidade de realizar seus estudos superiores.
No entanto, o programa enfrentou desafios ao longo dos anos, como a inadimplência dos
estudantes e dificuldades na recuperação dos recursos investidos. Esses fatores, entre outros,
levaram ao encerramento do PCE em 1997. Atualmente, no Brasil, o financiamento estudantil
para o ensino superior é oferecido por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que
substituiu o antigo programa de crédito educativo.

Estatuto da Criança e do Adolescente


O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei brasileira que foi promulgada em 13 de
julho de 1990. Ele estabelece os direitos e deveres das crianças e dos adolescentes, visando
assegurar sua proteção integral e promover seu desenvolvimento de forma saudável e plena.
O ECA é baseado nos princípios da dignidade humana, da prioridade absoluta, da proteção
integral e da participação. Ele reconhece as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos,
garantindo-lhes proteção contra qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Alguns dos principais pontos abordados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente incluem:
Direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer e à convivência familiar e comunitária.
Proibição do trabalho infantil em condições prejudiciais à saúde e ao desenvolvimento.
Proteção contra qualquer forma de violência, abuso, negligência, exploração e discriminação.
Direito à liberdade, ao respeito, à dignidade, à integridade física e moral.
Medidas socioeducativas para adolescentes em conflito com a lei, priorizando a sua
ressocialização e reintegração à sociedade.
Criação dos Conselhos Tutelares, órgãos municipais responsáveis por zelar pelos direitos da
criança e do adolescente em cada município.
O ECA representou um avanço significativo na proteção dos direitos da criança e do adolescente
no Brasil, garantindo-lhes um amplo conjunto de direitos e estabelecendo a responsabilidade do
Estado, da família e da sociedade na sua efetivação. O estatuto é uma importante referência para
a promoção da cidadania infantojuvenil e contribui para a construção de uma sociedade mais justa
e igualitária.

PLANO DECENAL DA EDUCAÇÃO


O Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003) foi uma política educacional
implementada no Brasil com o objetivo de promover a melhoria da qualidade da educação e
garantir o acesso à escola para todos os cidadãos, independentemente de sua condição
socioeconômica, gênero, etnia ou deficiência.
O Plano Decenal de Educação para Todos foi resultado de um compromisso assumido pelo Brasil
na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em
1990. Nesse compromisso, o país se comprometeu a adotar medidas para erradicar o
analfabetismo, universalizar o acesso à educação básica e melhorar a qualidade da educação.
Entre as principais metas estabelecidas pelo Plano Decenal de Educação para Todos estavam:
Erradicar o analfabetismo, assegurando que todas as crianças, jovens e adultos tivessem acesso à
alfabetização e à educação básica.
Universalizar o acesso à educação básica, garantindo que todas as crianças em idade escolar
tivessem acesso à escola e permanecessem nela.
Melhorar a qualidade da educação, por meio de investimentos na formação de professores, na
infraestrutura das escolas e na elaboração de currículos adequados.
Promover a equidade na educação, combatendo as desigualdades socioeconômicas, de gênero,
étnico-raciais e de deficiência.
Durante o período de vigência do Plano Decenal de Educação para Todos, foram implementadas
diversas ações e políticas públicas voltadas para a melhoria da educação no país. Apesar de nem
todas as metas terem sido plenamente alcançadas, o plano representou um importante marco na
luta pela democratização e qualidade da educação no Brasil.

ENSINO MILITAR
Durante o período da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), a Academia Militar das Agulhas
Negras (AMAN) teve um papel importante na formação de oficiais militares alinhados com os
ideais e a doutrina do regime.
Na AMAN, assim como nas demais instituições militares, houve uma forte influência ideológica
e um rigoroso controle do regime sobre a formação dos cadetes. O objetivo era preparar líderes
militares leais ao governo militar e disseminar a ideologia militarista.

Durante a ditadura, os cadetes da AMAN passavam por um processo de doutrinação ideológica


que enfatizava valores conservadores, nacionalistas e autoritários. Eles eram instruídos a defender
a segurança nacional, a ordem e a estabilidade, bem como a reprimir qualquer forma de oposição
política considerada "subversiva" pelo regime.

Além disso, a AMAN era uma instituição na qual a hierarquia e a disciplina eram extremamente
valorizadas. Os cadetes eram submetidos a um treinamento físico e militar rigoroso, com ênfase
na obediência aos superiores e no respeito à cadeia de comando.
Nesse contexto, a AMAN desempenhou um papel fundamental na formação de oficiais militares
que atuaram na repressão política durante a ditadura. Muitos dos graduados da academia
ocuparam cargos importantes nas forças armadas e participaram ativamente de operações de
controle interno, como a perseguição a opositores políticos, a censura, a tortura e outros abusos
de direitos humanos.

É importante ressaltar que essa descrição se refere à influência e à prática geral na AMAN durante
a ditadura militar. No entanto, é possível que houvesse variações e diferentes experiências entre
os cadetes e oficiais formados na academia durante esse período.
Alguns dos principais ensinamentos militares durante a ditadura incluíam:

Hierarquia e disciplina: Os militares eram ensinados a valorizar e respeitar a hierarquia militar,


reconhecendo a autoridade dos superiores e obedecendo às ordens sem questionamentos. A
disciplina rígida era enfatizada como parte essencial da formação.

Obediência e lealdade ao regime: Os militares eram instruídos a serem leais ao governo militar e
a defenderem os interesses do Estado, conforme definido pela cúpula militar. A subordinação ao
regime e o cumprimento de suas políticas eram considerados deveres essenciais.

Doutrina de segurança nacional: A doutrina de segurança nacional era um conceito central na


formação militar durante a ditadura. Ensinava-se que a segurança do país estava ameaçada por
inimigos internos e externos, e os militares tinham a responsabilidade de proteger a nação contra
essas ameaças, inclusive por meio de ações repressivas.

Combate à "subversão": Os militares eram treinados para identificar, monitorar e reprimir


qualquer forma de oposição política considerada "subversiva" pelo regime. Eles eram ensinados
a combater e neutralizar supostos inimigos internos, incluindo movimentos sociais, partidos
políticos de oposição, sindicatos e estudantes engajados politicamente.

Técnicas e táticas militares: Além dos aspectos ideológicos, os militares recebiam treinamento
prático em técnicas e táticas militares, incluindo estratégias de combate, operações de campo,
armamento e defesa territorial. Essas habilidades eram essenciais para a atuação das Forças
Armadas em seu papel de controle interno e na segurança nacional.

GOVERNO FERNANDO COLLOR (1990-1992)


Fernando Collor de Mello foi presidente do Brasil de 1990 a 1992. Sua presidência foi marcada
por polêmicas significativas e terminou em impeachment.
Collor chegou ao poder com grandes expectativas, prometendo combater a corrupção e trazer
estabilidade econômica ao Brasil. No entanto, sua administração logo se envolveu em escândalos.
Em 1992, seu irmão, Pedro Collor, fez acusações de corrupção e lavagem de dinheiro contra o
presidente, desencadeando uma grande crise política.
As alegações levaram a uma investigação do Congresso brasileiro, que descobriu evidências de
um esquema de corrupção em larga escala envolvendo Collor e seus associados próximos. O
escândalo, conhecido como Caso Collor, incluía acusações de peculato, suborno e tráfico de
influência.
À medida que a indignação pública crescia, protestos maciços ocorreram em todo o país, exigindo
o impeachment de Collor. Em setembro de 1992, a Câmara dos Deputados votou pelo
impeachment, e o caso foi enviado ao Senado para julgamento. Em dezembro daquele ano, Collor
renunciou à presidência poucas horas antes de o Senado votar seu impeachment, na esperança de
evitar a destituição do cargo.
Após sua renúncia, Collor enfrentou um processo de impeachment no Senado, que resultou em
sua condenação e na imposição de sanções políticas. Ele foi proibido de exercer cargos públicos
por oito anos.
Nos anos seguintes ao seu impeachment, Collor gradualmente voltou à política. Foi eleito senador
por Alagoas em 2006, reeleito em 2014, e cumpre seu segundo mandato consecutivo.
Vale ressaltar que as informações que tenho são atualizadas até setembro de 2021, então posso
não ter os detalhes mais recentes sobre as atividades políticas de Collor desde então.

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