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Ditadura civil-

militar e
Nova
República
Sarah Mayumi 2B N16
• Slide 3 – Ditadura Civil-Militar • Slide 18 – Governo Sarney
SUMÁRIO • Slide 4 – Governo João Goulart • Slide 19 – Governo Collor
• Slide 5 e 6 – Governo Castelo Branco • Slide 20 Constituição de 1988
• Slide 7 – PAEG • Slide 21 – Plano Real
• Slide 8 – Governo Costa e Silva • Slide 22 – Governo Itamar Franco
• Slide 9 – Governo Médici • Slide 23 – Nova República
• Slide 10 - "Milagre Econômico" • Slide 24 – Era FHC
• Slide 11 – Sistema Repressivo • Slide 25 – Neoliberalismo
• Slide 12 – Governo Geisel • Slide 26 – Era Lula
• Slide 13 – Democracia Outorgada • Slide 27 - Mensalão
• Slide 14 – Governo Figueiredo • Slide 28 – Bolsa Família
• Slide 15 – Greve dos Operários
• Slide 29 – Governo Dilma
• Slide 30 – Governo Temer
• Slide 16 – Lei Da Anistia
• Slide 31 - Eleição de Bolsonaro
• Slide 17 – A Força das Urnas e as
Diretas Já
DITATURA CIVIL-MILITAR

• Período em que militares estiveram no governo. A ditadura militar no Brasil seu início com o golpe militar em
1964, quando o até então presidente João Goulart, envolvido com comunistas, fugiu do país, e foi eleito então o
Marechal Castelo Branco. O regime militar brasileiro ainda hoje provoca intensas polêmicas no debate político,
sendo chamado de revolução ou contrarrevolução pelos seus apoiadores, no uso do argumento de que o
regime buscava pela defesa e democracia diante da iminência de um golpe de esquerda por Joao Goulart.
• Fatores como as revelações dos esquemas de corrupção, descontentamento com os mecanismos de
representação social e o ressentimento social causado pela intensificação da recessão econômica estão entre
os motivos que levam algumas pessoas a encararem a ditadura como uma solução.
• A partir de 1974 foi iniciado um processo de “abertura lenta e gradual” que pretendia restaurar as liberdades
políticas da democracia representativa. Em 1979, foi decretada uma anistia aos presos políticos e aos exilados,
permitindo ainda a formação de novos partidos políticos. Em 1978, intensas greves ocorreram na região do
ABC paulista, o que contribuiu muito para o enfraquecimento do regime.
• O esgotamento final do regime militar aconteceu, principalmente, em decorrência da realização de inúmeras
manifestações de massas nas principais cidades brasileiras pedindo a realização de eleições diretas para
presidente da República. Realizadas por milhões de pessoas, essas manifestações ficaram conhecidas por
Diretas Já.
Governo João Goulart (1961-1964)

• Jango era vice-presidente de Jânio Quadros, que renunciou. Logo, tornou-se presidente, porém, ele sustentava
discursos e teses comunistas, mas o Brasil e o Congresso não. Jango permitiu que o Brasil chegasse a uma inflação de
100%. Havia estímulo a greves e também forças armadas para pressionar o Congresso. Surgiu neste período o PCdoB
(Partido Comunista do Brasil) incitando revolta armada e guerrilhas.
• Os obstáculos encontrados por João Goulart surgiram desde antes de assumir a presidência e permaneceram,
sobretudo, quando ele tentou implantar no Brasil as conhecidas Reformas de Base. Seu governo teve o fim antecipado
com a realização do Golpe civil-militar entre 31 de março e 2 de abril de 1964.
• Dentro das Reformas de Base, havia projetos que estipulavam a realização de: Reforma Agrária, Tributária, Eleitoral,
Bancária, Urbana e Educacional.
• Após assumir a presidência do Brasil, Jango encontrou um país cheio de problemas e com tensões sociais prestes a
estourar. O grande problema imediato era o pagamento de 1,5 bilhão da dívida externa já para 1962. Isso era um
problema grave porque o governo não tinha dinheiro para pagar essas dívidas, e o governo americano recusava-se a
facilitar as condições do pagamento.
• Além disso, a inflação em alta era um problema e havia tensões muito grandes no campo pela não realização de uma
reforma agrária no Brasil, a baixa quantidade de alimentos produzidos e também nos meios educacionais, sobretudo
pela baixa quantidade de vagas disponibilizadas nas universidades brasileiras, que não supriam as necessidades do
mercado local e não abrigavam todos os estudantes.
• Essa perda de apoio, somada à crise econômica e à convulsão social causada tanto pelos grupos de esquerda quanto
pelos grupos conservadores, intensificou a crise política e abriu caminho para que o grande empresariado aliado com
os militares e o governo americano iniciasse os preparativos para a realização do Golpe Civil-Militar de 1964.
Governo Castelo Branco (1964-1967)

• No dia 2 de março, uma Junta Militar se autointitulou como o Comando Supremo da revolução, Sendo composta de Francisco
de Mello, Augusto Rademaker e o general de Exército Artur da Costa e Silva. Após somente duas semanas, foi declarado o
primeiro Ato Constitucional (AI-1) dando plenos poderes para a Junta Militar demitir, aposentar ou cassar qualquer cidadão que,
segundo os militares, atentasse contra a segurança do país. Em 11 de abril, o Congresso elegeu Castelo Branco, ex-coronel da
Força Expedicionária Brasileira, como novo presidente do país.
• Era considerado liberal e até mesmo obteve apoio de civis ao prometer restaurar a ordem e as garantias Constitucionais.
• No fim de seu governo, o PIB chegou a 4,5%, e a inflação caiu para 25%. No entanto, esse crescimento econômico promovido
pela ditadura militar levou ao aumento das desigualdades sociais e estava ancorado no cerceamento das instituições de
representação política, tais como os partidos, na proibição de greves e no tratamento das questões sociais como casos de
afronta à segurança nacional. Seu governo provocou um rearranjo jurídico e institucional que limitou os mecanismos de
representação política de modo a restringir a democracia brasileira.
• Além disso, pôs em prática o fechamento do Congresso, cassações, perseguições, desaparecimentos e torturas. A partir do AI-
1, iniciaram-se perseguições e prisões de todos aqueles que eram vistos como inimigos pelo comando supremo. Com isso,
invasões a domicílio começaram a acontecer indiscriminadamente, e estádios e navios da Marinha começaram a ser usados
como prisões. Nesse período, começaram a ser registrados os primeiros casos de tortura realizados por agentes do
governo. Além disso, as perseguições também alcançaram os meios políticos e resultaram na cassação de dezenas de políticos.
Somente na Câmara dos Deputados, 41 deputados tiveram seus direitos políticos cassados. Ao todo, a maioria dos que
perderam seus direitos era vinculada ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Governadores que não apoiaram o golpe (como
Mauro Borges, de Goiás) foram depostos de suas funções.
Governo Castelo Branco (1964-1967)

• O Ato Institucional nº 2 (AI-2) foi decretado no final de 1965 e determinou que a escolha dos presidentes do
país aconteceria por eleições indiretas, além disso criou prerrogativas que resultariam no fortalecimento do
Executivo em detrimento dos outros poderes. O decreto AI-2 fez com que figuras conservadoras da política
brasileira, como Carlos Lacerda e Ademar de Barros, rompessem com a ditadura.
• O rompimento de Carlos Lacerda levou ao surgimento da Frente Ampla, grupo político de oposição que
articulava o retorno da democracia ao país, sobretudo para que eleições presidenciais diretas acontecessem. A
Frente Ampla contou com apoio de João Goulart e JK e, no começo de 1968, a foi colocada na ilegalidade pela
ditadura.
• Já o Ato Institucional nº 3 (AI-3) estabeleceu o bipartidarismo no Brasil, com o partido da situação chamado de
Aliança Renovadora Nacional (ARENA), e o partido da oposição consentida chamado de Movimento
Democrático Brasileiro (MDB). O AI-3 também estendia a realização de eleições indiretas para governadores e
prefeitos.
• Outro acontecimento marcante do governo de Castello Branco foi a outorga de uma nova Constituição para o
país, em 1967. O governo de Humberto Castello Branco, conforme mencionado, estendeu-se até 1967 e foi
substituído pelo governo de Artur Costa e Silva, que consolidou o que ficou conhecido como “anos de chumbo”.
Plano de Ação econômica do Governo (PAEG)

• O PAEG – Plano de Ação Econômica do Governo – foi lançado em Agosto de 1964 pelo Ministério do Planejamento e
da Coordenação Econômica com o intuito de direcionar a política economia e social do Brasil através de mecanismos
político-econômicos de combate à inflação associados às reformas institucionais (tributária e financeira). O PAEG foi
comandado pelos ministros Roberto Campos - do Planejamento - e Octávio Gouveia Bulhões - da Fazenda.
O Programa de Ação Econômica do Governo funcionou durante 4 anos.
• O objetivo dessa estratégia era justamente recuperar e corrigir o caos que se encontrava a economia brasileira. O
diagnóstico definido pelo presidente e seus ministros, era de que havia inflação por demanda no país, causando
desastres em conjunto com a falta de organização legal e institucional da nação.
• Entre as prioridades do PAEG, foram listados alguns pontos fundamentais, entre eles: a retomada do crescimento e
desenvolvimento econômico através de políticas de investimento capazes de absorver uma quantidade crescente de
mão-de-obra; corrigir as disparidades setoriais e regionais; estabilizar preços e corrigir os déficits do balanço de
pagamentos; normalizar as relações com os órgãos financeiros internacionais; e, principalmente, conter a inflação.
• As mudanças na estrutural institucional da economia brasileira adaptaram-na as novas necessidades industriais,
colocando fim ao período de crise. Além disso, o governo pode aumentar sua capacidade de arrecadação de recursos
junto à sociedade, em função da nova estrutura do sistema tributário. Por fim, os órgãos e instrumentos que foram
instituídos ao sistema financeiro facilitaram o acúmulo de poupança pelos agentes econômicos, e a sua consequente
canalização para investimentos produtivos.
Governo Costa e Silva (1967-1969)

• Artur da Costa e Silva foi o segundo presidente do Brasil durante a Ditadura Militar, governou o país entre 1967 e 1969
e foi afastado da presidência por problemas de saúde. Durante seu governo, foi aplicada uma política econômica
desenvolvimentista, e a repressão da ditadura à sociedade foi ampliada.
• Durante o processo de transição em que Costa e Silva era apontado como sucessor de Castello Branco, o discurso
proferido por Costa e Silva afirmava a necessidade de restabelecer a democracia no Brasil, por isso o marechal foi visto
por muitos grupos da sociedade como uma esperança de liberalização/democratização do regime. No entanto,
contrariamente ao discurso proferido, o governo de Costa e Silva consolidou a transição para o período de maior
repressão da ditadura. Os mecanismos repressivos foram ampliados, e movimentos, como o estudantil e o operário,
foram duramente perseguidos e desmobilizados. Esse processo de endurecimento foi concretizado com o decreto do
Ato Institucional nº 5 em 1968.
• As manifestações de oposição ao regime militar cresceram durante os anos do governo Costa e Silva. Esse confronto
de diversas camadas da sociedade contra a ditadura fez com que os militares tomassem o caminho do endurecimento e
do aumento da repressão. Isso concretizou um processo que estava em andamento desde 1964. No campo da política,
uma das demonstrações mais consideráveis de oposição ao regime deu-se com o rompimento daqueles que haviam
defendido o Golpe de 1964 e, consequentemente, a ditadura. Um nome de destaque nesse sentido foi o de Carlos
Lacerda, grande conservador brasileiro e ardoroso defensor do golpe.
• Diante desse cenário de oposição dos movimentos sociais e dos meios políticos, a opção dos militares foi
institucionalizar a repressão. Para isso, foi criado o AI-5, que dotou os militares de novos direitos para perseguir e
prender opositores, assim como para censurar meios de comunicação. Além disso, tornou a tortura uma prática comum
dos militares.
Governo Médici (1969-1974)

• Após a morte de Costa e Silva em 1969, antes do término de seu mandato, os grupos militares acabaram conseguindo
aprovar o nome do general gaúcho Emílio Garrastazu Médici à presidência. Representante dos setores militares mais
conservadores, Médici governou o Brasil em um contexto de considerável estabilidade política, aspecto que se deu em
grande parte graças à repressão policial-militar sistemática a toda forma de oposição.
• Este período é considerado como o de maior repressão da história do Brasil. A partir de 1968, houve um amplo uso de
instrumentos de tortura com o fim de conseguir confissões dos suspeitos acusados de se oporem ao regime, sem
contar a grande repressão que os órgãos de imprensa sofriam, o que impossibilitava as denúncias contra os abusos
cometidos pelos militares.
• Ao mesmo tempo em que a economia crescia como nunca, o governo Médici realizava grandes obras de infraestrutura,
como a construção da hidrelétrica de Itaipu, a ponte Rio-Niterói e a faraônica rodovia transamazônica. Todos estes
fatores contribuíam para a criação de uma sensação de modernidade, uma imagem ufanista de um “Brasil potência”. O
governo explorava esse clima de euforia atribuindo o sucesso econômico ao regime militar, por meio da criação
de slogans como “Ninguém mais segura este país” ou “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
• No entanto, o crescimento econômico brasileiro estava muito mais atrelado a fatores externo do que à administração
dos militares. Desta forma, quando ocorreu a crise do petróleo em 1973 o Brasil foi fortemente afetado, visto que
praticamente todo o combustível no país era importado. Findava-se assim a época das “vacas gordas” geradas pelo
milagre econômico e se iniciava um período de grande aumento da dívida externa brasileira e da concentração de
renda.
"Milagre Econômico" brasileiro

• A combinação do autoritarismo com o controle da economia pelo governo central era vista como uma solução acertada
pelos defensores do regime militar.
• Durante vários anos o Brasil não recebia investimentos estrangeiros, por causa da instabilidade econômica, da inflação,
resultados políticos do Governo de Jânio Quadros, e do tumultuado governo de esquerda de João Goulart.
• O motivo pelo qual os recursos voltaram ao Brasil foi a estabilidade política e econômica propiciada pelos militares, que
também coibia o “esquerdismo”.
• Os recursos estrangeiros chegaram ao Brasil em volume muito grande, com isso, tanto empresas privadas quanto
estatais foram beneficiadas, além das multinacionais, lembrando que tais recursos foram usados no
seguimento industrial.
• Valendo-se da abundância de linhas de financiamento internacionais da importação de petróleo a preços baixos e do
aumento das exportações brasileiras, o Governo Federal incrementou os investimentos em infraestrutura pelo território
nacional.
• As empresas multinacionais que aqui se instalaram tiveram benefícios em máteria-prima, e também mão-de-obra, já
que o governo mantinha os salários sempre baixos, quaisquer manifestações em busca de melhoria salarial eram
respondidas de forma violenta por parte do governo. O governo estabilizou os ganhos dos pobres e favoreceu
acréscimo aos rendimentos da classe média e dos profissionais especializados.
• Foi nesse período que o Brasil, de forma concreta, entrou no processo de industrialização, mais de certo modo foi um
processo sem planejamento social e que agravou mais ainda as desigualdades.
Sistema Repressivo

• Os militares no poder procuraram sempre atuar a partir de uma “legalidade autoritária”. Mas para combater qualquer um
que contestasse o regime mais diretamente, os chamados “subversivos”, não deveria haver limite jurídico, ético ou
moral. Assim, principalmente a partir de 1968, o Estado brasileiro patrocinou uma repressão ao mesmo tempo legal e
ilegal, baseada em censura, vigilância, tortura sistemática, prisões ilegais e desaparecimentos.
• Os centros de tortura estavam diretamente ligados às instituições oficiais do regime militar. Os torturadores eram
agentes burocráticos que produziam relatórios, recebiam soldos, alojamentos provisórios e garantias de que não seriam
responsabilizados ou punidos pelo cumprimento das ordens recebidas
• A censura nos anos 1960 foi eficaz como parte do tripé repressivo, limitando o alcance da criação artística e a
circulação de opinião e de informações de interesse geral, sobretudo encobrindo as notícias sobre a luta armada e a
tortura. Em grande parte, a censura complementava o trabalho dos setores de informação e repressão. Era mais dura
na proibição de programas de TV e de rádio, assim como de textos e montagens teatrais, função mais antiga e
plenamente estabelecida pela legislação anterior ao regime. Mas essa função ficou um tanto ampla e implacável após
1964, dada a importância e o reconhecimento intelectual que o teatro ganhou como espaço da resistência e de
afirmação de uma liberdade pública. A censura cinematográfica era mais complicada, pois o cinema brasileiro era uma
indústria frágil e um campo de expressão com muito reconhecimento no exterior à época.
• Estima-se que, pela Casa de Morte, tenham passado mais de 20 pessoas, cuja maioria foi morta. O local era
conhecido entre os militares por "casa de conveniência", pois era onde os agentes da repressão procuravam
converter os guerrilheiros e, colaboradores da ditadura, para torna-los infiltrados nos grupos de luta armada para obter
informações.
Governo Geisel (1974-1979)

• O Governo de Ernesto Geisel foi marcado pela necessidade de se administrar o avanço das oposições legais frente os sinais de crise
da ditadura. Mesmo sabendo que não chegariam ao poder, a chapa do MDB correu em campanha denunciado as falhas do regime
militar e a opressão do sistema.
• Em face aos problemas enfrentados naquela época, o governo Geisel convocou Mario Henrique Simonsen para assumir o
Ministério da Fazenda. Anunciado o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II-PND), o governo buscava conciliar a retomada do
crescimento econômico com a contenção da onda inflacionária. Dando prioridade ao desenvolvimento de bens de capital, o novo
governo investiu principalmente nas empresas estatais.
• Entretanto, as reformas não repercutiam o efeito esperado, pois a economia nacional não tinha condições próprias para se
recuperar de seus problemas. Assim como o Brasil sofreu os efeitos da crise do petróleo, as grandes potências econômicas também
passavam por um momento de retração generalizada. Em meio a uma economia enfraquecida, os setores de oposição política
oficial ganhavam maior força de atuação política.
• Em seu governo, a censura se manteve vigorosa sobre os setores artísticos e meios de comunicação e o Congresso foi fechado
durante 15 dias. Houve também, um total de 39 desaparecimentos e 42 mortes de opositores pela repressão.
• As campanhas eleitorais foram restritas, o mandato presidencial passou para seis anos e as leis seriam aprovadas por maioria
simples. Com o isso, a ditadura conseguiu garantir uma maioria de integrantes políticos favoráveis à situação. Reafirmando seu
projeto de reabertura política “lenta e gradual”, o general Geisel afastou os radicais do governo para abrir portas à eleição de João
Batista Figueiredo. Ao fim de seu mandato, Ernesto Geisel tomou uma última atitude que representou bem o tom conservador de
sua abertura política: revogou o AI-5 e, logo em seguida, deu ao próximo presidente o direito de decretar Estado de Sítio a
qualquer momento.
Democracia outorgada

• Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog, conhecido pela sua oposição crítica à ditadura, foi
assassinado nos corredores do II Exército de São Paulo. Segundo as fontes oficiais, o jornalista teria se
matado na prisão. No entanto, as fotos do incidente estranhamente mostravam seu pescoço amarrado a um
lençol e com os pés ao chão, provocando suspeitas quanto á causa da morte.
• O episódio acabou dando forças para que diversas entidades representativas se unissem em torno de duas
grandes reivindicações: a anistia aos presos políticos e a realização de uma nova Constituinte. Entre as
entidades que encabeçaram essas lutas se destacavam a Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação
Brasileira para o Progresso da Ciência, a Associação Brasileira de Imprensa, Comitê Brasileiro pela Anistia, as
Comunidades Eclesiais de Base e a União dos Estudantes do Brasil.
• Em 31 de outubro, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns promoveu um culto ecumênico com o rabino
Henry Sobel, na Catedral da Sé. Cerca de 8 mil pessoas estiveram presentes, e o evento se tornou uma
manifestação pública de protesto contra a ditadura. O cardeal fez questão de demonstrar que não estava
convencido da tese do suicídio. O "Caso Vlado" revelou a permanência das práticas de violações dos direitos
humanos e acabou reativando diversos protestos sociais. Foi reconhecido então, em 1996, que ele foi
assassinado por agentes da repressão.
Governo Figueiredo (1979-1985)

• O governo do general Figueiredo foi marcado por uma enorme crise econômica e o processo de reabertura política do país. Uma
das principais medidas tomadas por esse novo governo foi abolir o sistema bipartidário e realizar a anistia política dos militares e
perseguidos políticos. Inicialmente, o projeto de anistia não iria beneficiar todos envolvidos com crimes políticos, no entanto, o
projeto de lei sofreu alterações que perdoava todos os acusados de praticar tortura e devolvia direitos políticos plenos aos
exilados.
• O governo tratou de garantir a convergência de interesses entre o Poder Executivo e o Legislativo,, além da centralidade das
decisões econômicas. Em relação a economia, a crise persistiu e foi acentuada devido a um novo choque do petróleo em 1979.
A dívida externa cresceu, passando de 12,5 bilhões de dólares em 1973 para 81,3 bilhões de dólares em 1983. A inflação passou de
15,6% em 1973 para 211% em 1983, e o PIB de 14% em 1973 para -2,8% em 1983.
• Em meio à crise econômica que assolava o país, diversos grupos políticos se mobilizaram em favor da aprovação da emenda “Dante
de Oliveira”. Essa emenda estabelecia a realização de uma nova eleição presidencial direta para o ano de 1985. A emenda acabou
não sendo aprovada e um novo plano de transição democrática acabou vigorando. Nas eleições de 1985, o processo eleitoral foi
disputado por dois candidatos civis. Tancredo Neves, candidato apoiado pelos grupos democráticos, venceu o pleito.
• No entanto, o novo presidente não chegou a assumir o cargo devido às complicações de um câncer no intestino que o levou à
morte. Com isso, o vice-presidente, José Sarney, foi o responsável por contornar os problemas econômicos do país e garantir o
retorno das liberdades democráticas. A partir de então, iniciou-se um novo período na história política do Brasil conhecido como
“Nova República”.
Greve dos Operários

• O primeiro trimestre de seu governo assistiu às maiores paralisações operárias até então
ocorridas no país. Essas mobilizações foram as primeiras greves iniciadas em mais de dez anos e
frearam as produções dos pátios industriais da Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz e Scania.
• No prazo de duas semanas apenas, os sindicatos contaram com o apoio de artistas, intelectuais,
partidários do MBD e setores da Igreja Católica e levaram mais de 200 mil operários a cruzar os
braços reivindicando um reajuste salarial de 78,1%
• Apesar da repressão política e prisão de líderes operários, as negociações entre os setores da
Federação da Indústria de São Paulo (Fiesp), o governo e os representantes sindicais
continuaram até que. Em 13 de maio, houve a aprovação de um reajusta salarial de 63%.
• Além da conquista da pauta econômica, a mobilização dos trabalhadores consolidou a
independência do movimento, dando origem também a um dos novos partidos políticos que
protagonizam até hoje a vida pública brasileira, o Partido dos Trabalhadores (PT)
Lei da Anistia

• A Lei da Anistia faz parte de um conjunto de medidas tomadas no contexto da abertura política do regime
militar que vigorou por 21 anos no Brasil e faz parte de uma estratégia de avanço e recuo do domínio dos
militares utilizada por Geisel e continuada por Figueiredo. Portanto, trouxe benefícios à sociedade civil, mas
também aos militares. Portanto, trouxe benefícios à sociedade civil, mas também aos militares.
• A proposta defendida pelo CBA não envolvia a anistia dos crimes cometidos pelos agentes da repressão, mas
a lei criada pelo governo militar não seguiu essa orientação e assegurou o perdão dos inúmeros episódios de
violação dos direitos humanos cometidos durante a ditadura pelos agentes institucionais da repressão.
• Apesar do processo de abertura, a linha-dura continuava em atuação e, em abril de 1981, o alvo foi um show
com grandes nomes da MPB. O Riocentro, uma casa de convenções na zona oeste carioca, recebeu naquela
noite 20 mil pessoas para um espetáculo relativo à celebração do Dia do Trabalhador. Por volta das 21h,
ouviram-se duas explosões: a primeira era de um artefato num carro mp estacionamento, e a
segunda, ocorreu na subestação de energia do Riocentro. Dentro do carro estavam o
sargento Guilherme Rosário e o capitão Wilson Machado, o primeiro era técnico em explosivos, e o segundo
era técnico de informações. Ainda hoje o evento é cercado de rumores, existindo três versões históricas
elaboradas e divulgadas até então
A Força das urnas e as Diretas Já

• As eleições gerais realizadas em novembro de 1982 foram um teste para o regime militar, pois incluíram as
primeiras eleições estaduais desde 1960, além de contarem com os novos partidos criados após a sanção da
Lei Orgânica, em novembro de 1979. Entre as forças políticas, estavam:
- Partido Democrático Social (PDS)
- Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
- Partido Democrático Trabalhista (PDT)
- Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
- Partido dos Trabalhadores (PT)
• O PMDB obteve significativo resultado nas eleições, conquistando o governo de nove dos 22 estados
brasileiros, incluindo os três mais ricos: São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
• As eleições de 1982 foram sucedidas de um recrudescimento das manifestações sociais. Ao longo desses
eventos, ganhou corpo a pauta das Direitas Já, ou seja, a defesa das eleições diretas já no pleito de 1985
Governo Sarney (1985-1990)

• O Governo Sarney ficou marcado por ter sido o primeiro governo civil a assumir o Brasil após 21 anos de
Ditadura Militar. José Sarney assumiu a presidência após a trágica morte de Tancredo Neves, o presidente
eleito em 1985. Sarney foi o responsável por conduzir o retorno do país à normalidade democrática.
• Um dos grandes marcos desse governo foi a formação de uma Assembleia Constituinte que redigiu e
promulgou a Constituição de 1988. O governo de José Sarney também ficou conhecido por fracassar no
combate à crise econômica que assolava o país. O político maranhense governou o país entre 1985 e 1990.
• O Plano Cruzado I foi lançado e substituiu o cruzeiro pelo cruzado como moeda oficial. Em curto prazo, o plano
foi capaz de fazer a inflação cair e estabilizar os preços. Entretanto, na medida em que alimentos, produtos de
limpeza e combustíveis começaram a escassear, houve práticas de sobrepreço que geraram insatisfações.
• Uma semana após as eleições de 86, foi lançado o Plano Cruzado II, com um nojo ajuste fiscal decretando o
aumento dos preços de combustíveis e serviços básicos, como telefonia e energia. O governo ainda precisaria
atuar na frente cambial, pois o congelamento dos valores sobrevalorizou a taxa de câmbio, estimulando as
importações em detrimento das exportações.
Governo Collor (1990-1992)

• O governo de Fernando Collor de Mello ficou registrado na história brasileira por ter sido o primeiro eleito diretamente
após o final da ditadura. Collor foi eleito em meio a uma disputa acirradíssima que contou com mais de 20 candidatos.
Defendia uma agenda liberal e o enxugamento do Estado, derrotando o candidato petista, Lula.
• O governo de Collor, no entanto, foi um grande fracasso, e ele ficou conhecido por agir de maneira autoritária, tentando
impor a sua vontade e não respeitando os ditames da democracia. Collor também fracassou no combate à crise
econômica do Brasil, e, após ser denunciado por envolvimento direto em esquema de corrupção, sofreu impeachment.
• O conhecido Plano Collor vinha para solucionar os problemas da economia brasileira e trouxe medidas drásticas. A
mais conhecida delas foi a determinação do governo de realizar o confisco dos valores depositados nas poupanças. Por
ela o governo permitiu o saque de valores de até 50 mil cruzados novos (algo correspondente a 17 mil reais
atualmente). O que não fosse sacado ou que excedesse a isso, seria confiscado pelo governo e devolvido a partir de
setembro de 1991. Essa medida gerou pânico e filas nos bancos, uma vez que todos queriam sacar suas economias.
• O plano ainda incluiu ações como congelamento de preços, reajustes salariais e redução das tarifas alfandegárias. O
plano inicialmente até teve sucesso no combate à inflação, uma vez que afetou diretamente o consumo, mas
acabou fracassando, e a inflação voltou a crescer.
• As denúncias de Pedro Collor falavam que o presidente havia sido o grande beneficiário de um esquema de
arrecadação de verba ilícita por parte de PC Farias, e que ele havia arrecadado cerca de 60 milhões de reais pelo
recebimento de propina para nomeações e concessão de favores políticos. Em junho, novas denúncias aconteceram e
Collor foi acusado de ter despesas pessoais pagas com dinheiro sujo obtido por PC Farias. A CPMI, que tinha
começado frágil, ganhou força, e a investigação iniciada apenas contra PC Farias também ganhou outra dimensão,
passando a buscar o impeachment do presidente.
Constituição de 1988

• Elaborada por uma Assembleia Constituinte de 559 parlamentares com diversas crenças políticas,
ela não só restabeleceu a inviolabilidade de direitos e liberdades básicas como instituiu uma
vastidão de preceitos progressistas, como a igualdade de gêneros, a criminalização do racismo, a
proibição total da tortura e direitos sociais como educação, trabalho e saúde para todos. Em sua
face menos liberal, contudo, ela permitiu certo inchaço do Poder Executivo e decretou
o monopólio estatal em áreas como a exploração de recursos do subsolo e do petróleo.
• O momento político exigia uma espécie de marco zero, uma refundação constitucional no país.
A última Carta Constitucional vigente, de 1967, não seria como referência, posto que estruturou o
regime militar. Dessa maneira, houve o acordo de que, assim como em 1933, os membros da
assembleia Constituinte comporiam também o Congresso Nacional após a promulgação final,
para que fossem evitados os desgastes de novas eleições.
• Embora seja um dos textos mais completos do mundo em termos de garantias individuais, o que
lhe rendeu o apelido de "Constituição Cidadã", ela até hoje recebe críticas por seu inchaço e pela
grande discrepância entre sua teoria e a realidade brasileira, que, quase três décadas depois,
continua relativamente pobre e profundamente desigual.
Plano Real

• A partir do segundo semestre de 1993, o ministério da Fazenda, o Banco Central e a Casa da Moeda trabalharam
juntos para pôr em prática o chamado Plano Real, cuja proposta era promover a transição o cruzeiro real para uma
nova moeda, o real, que teria paridade com o dólar.
• O novo plano econômico foi o sétimo em menos de dez anos e exigiu conciliação política e o decisivo apoio dos meios
de comunicação para a explicação e divulgação das medidas que seriam tomadas.
• O Plano Real representa hoje um marco em nossa história recente por ter criado condições de combate para o grave
problema da hiperinflação e, consequentemente, o descontrole fiscal do Estado brasileiro. Foi também responsável pela
criação do real, a moeda que circula até os dias de hoje na economia brasileira.
• O Plano Real também possibilitou feitos distributivos significativos, pelo menos em seus primeiros anos após a
implementação. Isso foi importante, sobretudo em uma sociedade com níveis de desigualdade social tão elevados como
o Brasil. No entanto, há um grande debate entre economistas de diferentes linhas de pensamento sobre a importância
do papel do Estado no combate aos problemas sociais, sobretudo a desigualdade.
• Com o Plano Real e com o grupo político que ascendeu ao poder após a sua implementação, houve uma visão de
política de Estado voltada para a contenção de gastos públicos e responsabilidade fiscal. Isso anulava, em partes, as
próprias funções delegadas ao Estado brasileiro pela Constituição de 1988, que visava destinar subsídios para a
resolução de problemas fundamentais, como a própria desigualdade social.
Governo Itamar Franco (1992-1994)

• O governo de Itamar Franco foi resultado do impeachment de Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil entre 1990
e 1992. Itamar acabou governando o Brasil no restante do mandato que seria de Collor. Assumiu a presidência em 29
de dezembro de 1992 e saiu em 1º de janeiro de 1995.
• Esse governo ficou marcado por ter realizado um dos grandes feitos da história recente do país: a estabilização da
economia e o controle da inflação. Isso ocorreu por meio da nomeação de Fernando Henrique Cardoso ao Ministério da
Fazenda. O trabalho dele e de sua equipe de economistas na estabilização da inflação no Brasil efetivou-se por meio
do Plano Real.
• A posse de Itamar foi bem aceita pela população, mas causou certa apreensão nos setores financeiros. Ao assumir o
governo, ele apelou à unidade nacional e adotou uma nova política econômica que incluiu corte de gastos,
renegociação da dívida e reajustes fiscais.
• O Plano Real foi implantado em três etapas ao longo de 1993 e 1994 e passou por aprovação no Legislativo. Havia
bastante desconfiança sobre o fato de o plano poder prejudicar os trabalhadores mais pobres e, por isso, partidos como
o PT não deram seu apoio. As três etapas incluíram a estabilização das contas públicas, com redução de gastos e
aumento da arrecadação; lançamento de uma moeda virtual para preparar a transição do cruzeiro real para o real e, por
fim, o lançamento da nova moeda, o real.
• De imediato, o Plano Real mostrou ser de sucesso, pois fez com que a inflação no Brasil caísse consideravelmente. Em
1993, a inflação anual no Brasil era de 2477%; em 1994, 916%; em 1995, 22%.
Nova república

• A Nova República é um período da História do Brasil que tem início com o final da Ditadura Militar (1985) até os dias de
hoje. Ou seja, este período começa com a saída do general Figueiredo da presidência do Brasil e a entrada de um civil
no cargo, José Sarney. Esta fase da História do Brasil também é conhecida como Sexta República. O nome faz
referência ao nascimento de um novo período democrático, em oposição ao antigo governo que representava a
censura, falta de democracia e repressão aos movimentos sociais.
• Principais Características:
- Redemocratização do Brasil.
- Fortalecimento dos laços econômicos do Brasil com os países vizinhos no cone sul (Argentina, Uruguai e Paraguai) com
a criação do Mercosul em 1991.
- Retorno das liberdades sociais: imprensa, manifestação política, expressões artísticas e culturais, opinião e etc.
- Aumento das relações econômicas com países da África e Ásia, principalmente com a China.
- Aumento da influência do Brasil no cenário externo.
- Retorno do sistema político multipartidário (no regime militar só existiam dois, ARENA e MDB).
Era FHC (1995-2002)

• A proposta política de Fernando Henrique Cardoso era adequar o Brasil ao neoliberalismo. Assim declarou que o
governo dele poria fim à Era Vargas, ou seja, a intervenção do Estado na economia seria mínima, seriam realizadas
privatizações de empresas estatais, e reduzidos os direitos trabalhistas por meio de flexibilização das legislações. O
primeiro governo presidencial de Fernando Henrique de Cardoso, portanto, foi marcado por privatizações e pela entrada
de capital estrangeiro no país. Dentre as empresas que foram privatizadas nesse período estiveram a Vale do Rio Doce,
a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), e a Companhia Siderúrgica Nacional, todas vendidas por
valores muito aquém do estimado.
• O aumento dos juros e a política de investimento das importações para o país geraram o fechamento de empresas e a
demissão de muitos trabalhadores. Em 1998, a taxa de desemprego atingiu cerca de 9% da população
economicamente ativa no país. No segundo governo de Fernando Henrique Cardoso houve a implementação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, que propunha a universalização do Ensino Básico. Dessa maneira, reduziu
o analfabetismo na população com mais de dez anos de idade, em 4 pontos percentuais, entre os anos de 1995 e 2001.
E ampliou, progressivamente, a inclusão de crianças e jovens na escola, reduzindo em nove pontos percentuais
a evasão escolar
• Outro fator que acarretou nessa diminuição de popularidade do governo FHC foi o “apagão”, secas nas usinas
hidrelétricas causavam falhas na geração de energia, deixando vastas regiões do país sem o fornecimento de energia
elétrica. O governo FHC foi acusado de não ter investido e planejado o suficiente no setor de energia, ocasionando
mudanças nos hábitos da população para a economia desse bem.
Neoliberalismo

• O Neoliberalismo é uma doutrina socioeconômica que retoma os antigos ideais do liberalismo clássico ao preconizar a
mínima intervenção do Estado na economia, através de sua retirada do mercado, que, em tese, autorregular-se-ia e
regularia também a ordem econômica.
• Os neoliberais combatem, principalmente, a política do Estado de Bem-Estar social, um dos preceitos básicos da social
democracia e um dos instrumentos utilizados pelo Keynesianismo para combater a crise econômica iniciada em 1929.
Nessa política, apregoava-se a máxima intervenção do Estado na economia, fortalecendo as leis trabalhistas a fim de
aumentar a potencialidade do mercado consumidor, o que contribuía para o escoamento das produções fabris.
• A crítica direcionada pelo neoliberalismo a esse sistema é a de que o “Estado forte” é oneroso e limita as ações
comerciais, prejudicando aquilo que chamam de “liberdade econômica”. Além disso, a elevação dos salários e o
consequente fortalecimento das organizações sindicais são vistos como ameaças à economia, pois podem aumentar os
custos com mão de obra e elevar os índices de inflação. Dessa forma, os neoliberais defendem a máxima
desregulamentação da força de trabalho, com a diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo.
• Outra premissa básica do neoliberalismo é o desaparelhamento do Estado, ou seja, as privatizações. Nesse contexto,
defende-se que o Estado é um péssimo gestor e que somente atrapalha o bom andamento das leis do mercado, que
seria gerido pela “mão invisível”, anteriormente defendida pelo liberalismo clássico, e que funcionaria pela lei da oferta e
da procura, bem como pela livre concorrência.
Era Lula (2003-2010)

• A vitória de Lula na eleição de 2002 foi resultado da perda de prestígio do governo de FHC e também é
entendida pelo historiador Boris Fausto como “resultado da democratização da política e da sociedade
brasileiras". De toda forma, a candidatura e a vitória de Lula foram vistas com muita desconfiança por muitos
grupos da sociedade brasileira, sobretudo pelo mercado financeiro.
• A candidatura e a vitória de Lula também foram marcadas por uma suavização no discurso político tanto de
Lula quanto do próprio PT em comparação às origens desse partido e sua atuação, sobretudo no final
• No campo econômico, o governo de Lula, sobretudo em seu primeiro mandato, colocou em prática uma política
econômica que trouxe resultados positivos para o Brasil em diferentes aspectos. O controle da inflação e a
garantia da estabilidade do Real foram focos do governo Lula, pois o grande temor, principalmente do mercado
financeiro, era de que o governo Lula não conseguiria controlar esses índices.
• A imagem positiva do governo Lula, cultivada a partir da política econômica de sucesso e de uma política
externa que colocou o Brasil em posição de prestígio internacional, foi fortemente abalada por casos de
corrupção envolvendo pessoas diretamente ligadas à base política do governo. Diferentes denúncias
aconteceram ao longo dos anos do mandato de Lula e, de todos os escândalos, o que mais repercutiu ficou
conhecido como Mensalão e estourou em 2005.
Mensalão

• O Mensalão consistiu basicamente no escândalo em que membros da cúpula do governo realizavam a compra
de parlamentares a partir de Caixa 2 para que apoiassem no Legislativo as pautas de interesse do governo.
• O esquema foi denunciado por Roberto Jefferson e desgastou severamente a imagem de Lula, que viu sua
aprovação cair consideravelmente no período às vésperas das eleições presidenciais. As investigações
destrincharam um complexo esquema de corrupção que envolvia diversas pessoas, e o resultado do escândalo
fez com que parte considerável da cúpula de governo de Lula fosse incriminada.
• Por fim, durante o final de seu governo, Lula, aproveitando-se de sua boa popularidade, lançou Dilma Rousseff
como candidata à sucessão. A candidatura de Dilma, além de contar com o prestígio do governo Lula, também
se fortaleceu quando Lula negociou uma coligação política com o PMDB, que foi manifestada a partir da
nomeação de Michel Temer para a vice-presidência.
O Bolsa Família

• Lançado em outubro de 2003, O Programa Bolsa Família unificou e ampliou uma série de
programas sociais já existentes no Governo FHC. A novidade, estava na centralidade que o
programa passou a ter no combate à miséria e no reajuste das relações sociais brasileiras.
• Em termos técnicos, o programa foi um instrumento de transferência de renda mensal para
famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, desde que seus filhos estivessem
matriculados em escolas e apresentassem a caderneta de vacinação atualizada.
• O bolsa Família foi o responsável pela redução significativa dos índices de pobreza e, portanto, da
desigualdade de renda no país. O programa alcançou cerca de 50 milhões de pessoas em
situação de vulnerabilidade econômica, valendo-se menos de 0,5% do PIB brasileiro
• Combateu a miséria, estimulou o mercado consumidor interno e promoveu mobilidade social sem
onerar as contas públicas.
Governo Dilma (2011-2016)

• Dilma Rousseff é uma política reconhecida por ter sido a primeira mulher a assumir a presidência do Brasil, sendo eleita
presidente em 2010 e reeleita em 2014. Seu governo passou por uma crise econômica, a qual ela não conseguiu
reverter. Dilma Rousseff sofreu um processo de impeachment em 2016.
• Diante da gradativa queda nos índices econômicos, o Governo Dilma adotou um conjunto de medidas como a
redução de juros e a contenção de gastos e investimentos públicos. Essas medidas fracassaram por diversas razões,
uma delas o aumento da inflação, que desestimulou os investimentos externos e o comprometimento significativo dos
cofres públicos.
• O governo Dilma Rousseff manteve o foco do governo Lula, procurando investir em políticas sociais de combate à
pobreza por meio de ações de transferência de renda. Houve também investimentos no campo da educação e no
desenvolvimento de ações em defesa das minorias sociais, mas houve uma forte reação de grupos conservadores
contra essas políticas. Seu governo também investiu nas investigações dos crimes conduzidos pelos agentes da
Ditadura Militar, entre os anos de 1964 e 1985. Apesar disso, não houve nenhuma iniciativa para que esses crimes
fossem punidos na Justiça.
• No final, ela foi derrubada por um processo de impeachment sob a acusação de realizar crime de responsabilidade
fiscal. Em 31 de agosto de 2016, o processo de impeachment foi confirmado, e ela deixou a presidência, mas manteve
os seus direitos políticos. O seu vice-presidente, Michel Temer, assumiu a presidência. O impeachment de Dilma é
entendido como um golpe parlamentar que visava apenas derrubar o governo para implantar uma agenda econômica
mais conservadora e para colocar fim às investigações contra escândalos de corrupção, investigações essas que eram
incentivadas pela própria Dilma.
Governo Temer (2016-2018)

• Enquanto vice-presidente, Michel Temer ficou conhecido por articular a derrubada da titular, Dilma
Rousseff. Assumiu a presidência em agosto de 2016, quando o impeachment foi confirmado pelo
Senado e governo até 2019. Seu governo ficou marcado por políticas de austeridade e por um
escândalo de corrupção com o envolvimento direto do presidente.
• O governo de Michel Temer ficou marcado pela adoção de medidas de austeridade, como o teto
de gastos, mas seu governo foi marcado, principalmente, por um escândalo de corrupção em que
o presidente esteve diretamente envolvido. O governo de Temer quase caiu, mas ele recusou-se a
renunciar e usou seu apoio parlamentar para se sustentar no poder.
• O PMDB e alguns familiares de Temer foram citados nas delações premiadas da Operação Lava
Jato, mas as investigações contra Temer não avançaram no Congresso.
• Seu mandato terminou com menos de 3%de aprovação da população, o índice mais baixo na
história do país.
Eleição de Bolsonaro (2018)

• As eleições de 2018 foram marcadas pelo uso intenso de diferentes redes sociais para
compartilhamento de ideias e posicionamentos políticos, embora maioria fake news.
• Entre os principais pontos de sua campanha estavam o combate à corrupção, reforma da
Previdência, reformulação do Estatuto do Desarmamento e o exercício de uma política livre de
pensamentos ideológicos.
• Mas diante da pandemia e da crescente ameaça de impeachment, Bolsonaro não teve opção que
não se refugiar nas ideias adotadas pela sua militância, mesmo que tais ideias sejam vistas como
excessivas por boa parte da população. Diferentemente de outros populistas autoritários já bem
estabelecidos, o projeto de Bolsonaro ainda estava tentando formar suas bases quando foi pego
no contrapé pela crise sanitária, fazendo-o adiar a ruptura com a ordem democrática.
• De mais de 170 projetos de sua autoria, apenas dois viraram leis. Seus quase 30 anos na Câmera
são marcados por discursos agressivos e radicais, incluindo a defesa de uma ditadura militar, um
novo golpe de estado, entre outros pontos.

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