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PERÍODO DA DITADURA MILITAR

Sumário
1 – Um disfarce legalista para a ditadura de 1964-1968 ................................. 4
2 – Anos de Terror de 1969 a 1978 ................................................................. 9
2.4 - Solidariedade internacional ................................................................... 13
2.5 - A “democracia relativa” .......................................................................... 14
2.6 - Greves, manifestações e um general candidato de oposição ............... 15
3 – A reabertura da Política de 1979 a 1985 ................................................. 16
3.1 - Anistia restrita e recíproca ..................................................................... 17
3.2 - Reorganização partidária....................................................................... 18
3.3 - As greves operárias contestam a ditadura ............................................ 19
3.4 - Recessão e divergências: terrorismo de direita ..................................... 20
3.5 - As eleições de 1982: vitória da oposição .............................................. 21
3.6 - Diretas já! .............................................................................................. 21
4 - Governos Militares no Brasil ..................................................................... 24
5 - Cronologia da Ditadura Militar .................................................................. 29
Bibliografia: .................................................................................................... 40

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1 – Um disfarce legalista para a ditadura de 1964-1968

Os militares desde o início sinalizaram quem estava no comando. Foram eles


que escolheram os ministros, entre os quais predominavam os fardados, com espaço
modesto para os civis que participaram do golpe. Imediatamente foram revogadas as
leis e os decretos de João Goulart, como a nacionalização das refinarias de petróleo,
a desapropriação de terras para a reforma agrária e, um pouco depois, a lei que
controlava a remessa de lucros das empresas estrangeiras.

Os investimentos estrangeiros, que haviam sido negados ao governo de


Goulart, retornaram e o Fundo Monetário Internacional (FMI) deu sua benção para o
reescalonamento da dívida externa brasileira. A dupla de economistas conservadores
Roberto Campos e Gouveia de Bulhões adotou políticas ortodoxas para dar um
rigoroso combate à inflação, a partir de um forte arrocho dos salários e da revogação
de conquistas trabalhistas, como a da estabilidade no emprego. Até 1979, os salários
sempre foram reajustados abaixo da inflação e somente a cada 12 meses.

Foi imposto um arrocho salarial ao mesmo tempo em que as entidades


sindicais foram reprimidas: 452 sindicatos de trabalhadores sofreram intervenção. Em
vários deles, foram realizadas prisões. Os 17 dirigentes do Comando Geral de
Trabalhadores (CGT), por exemplo, foram condenados a muitos anos de cadeia. Nos
interrogatórios, já se adotava a tortura, conforme denúncia do advogado Sobral Pinto
ao Superior Tribunal Militar.

A resistência popular ao golpe começou a se manifestar. Nas eleições para


governador de onze estados, em 1965, os candidatos do governo foram derrotados
em cinco deles: Minas Gerais, Guanabara, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e
Mato Grosso. Em represália, o governo impôs um endurecimento, que resultou no Ato
Institucional Nº 2 (AI-2), de 27 de outubro de 1965. No preâmbulo, ele anuncia: “não
se disse que a revolução foi, mas que é e continuará”.

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O AI-2 determinou que a eleição presidencial passasse a ser indireta, extinguiu
os partidos, reafirmou as cassações e a suspensão de direitos políticos, transferiu
para a Justiça Militar os julgamentos de civis pela Lei de Segurança Nacional, ampliou
os poderes arbitrários do presidente da República para impor estado de sítio e intervir
nos estados. Também determinou a criação de novos partidos, apenas dois: um de
apoio ao governo, que seria a Aliança Renovadora Nacional (Arena), e o outro, de
oposição “responsável”, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

O Ato Institucional Nº 3 (AI-3), de fevereiro de 1966, tornou indiretas também


as eleições para governadores dos estados. Com cassações e pressões, o regime
conseguiu criar um clima de constrangimento durante as eleições, e a Arena, o partido
do governo, ampliou sua hegemonia nos estados, no Congresso Nacional e nas
assembleias legislativas. Na sucessão presidencial, o general Costa e Silva, após
bem sucedidas articulações entre os militares, impôs sua candidatura e foi eleito pelo
Congresso em 1966.

Outra decisão do governo foi a de revogar a Constituição de 1946. Castelo


Branco decretou o Ato Institucional Nº 4, pelo qual convocou extraordinariamente o
Congresso, que estava em recesso, para aprovar o projeto da Nova Carta
Constitucional, que havia sido formulado por quatro juristas em 72 horas. A nova
constituição foi aprovada exatamente em 33 dias, no dia 24 de janeiro de 1967.

Além disso, a “Constituição Liberticida”, como foi chamada por seu caráter
autoritário, estabeleceu eleições indiretas para presidente e governadores e
determinou que os governadores nomeassem os prefeitos das capitais. Os decretos-
leis passaram a ter 60 dias para serem votados no Congresso. Vencido o prazo, eram
considerados automaticamente aprovados. Ela incorporou a doutrina de segurança
nacional: o Conselho de Segurança Nacional foi definido como instância máxima. Os
poderes da União foram ampliados, em detrimento de Estados e municípios.

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1.1 - Governo de Costa e Silva: fortalecimento da resistência e
a radicalização da repressão

O general Costa e Silva tomou posse como presidente em março de 1967, no


mesmo dia em que a nova constituição entrou em vigor. Prometia um regime mais
“liberal” e “humano”, e uma revista chegou a anunciar o evento como “a posse da
esperança”. Durante o governo Castelo Branco, muitos liberais que apoiaram o golpe
tinham rompido com o regime, assustados com as cassações, com os inquéritos
policiais e militares, com os Atos Institucionais, que pareciam consolidar uma ditadura
militar, apesar das promessas feitas pelos golpistas de uma intervenção rápida. A
crise econômica também preocupava, desgastando o governo.

Mas no decorrer de 1967 e 1968 a resistência à ditadura se ampliou muito, a


começar pelo movimento estudantil, que foi engajando setores da classe média em
manifestações de rua cada vez maiores. Os trabalhadores também ensaiaram uma
reação ao arrocho salarial, fazendo as greves de metalúrgicos em Contagem e
Osasco. Elas foram fortemente reprimidas, com prisões, seguidas da elaboração de
listas para que, quem tivesse participado, não conseguisse mais emprego em
nenhuma indústria. A retomada do crescimento econômico ainda não era claramente
percebida pela classe média e o país continuava a viver os efeitos da crise
econômica.

Os estudantes se mobilizavam contra a ditadura, mas também por questões


específicas: contra a privatização do ensino superior e pela ampliação de vagas nas
universidades. Os secundaristas estavam muito mobilizados, tanto quanto os
universitários.

No Rio de Janeiro, o assassinato do estudante Edson Luis pela polícia militar,


em março de 1968, durante uma manifestação contra o fechamento de um
restaurante estudantil, criou um clima de grande indignação. Cerca de 50 mil pessoas
compareceram ao enterro do jovem. Já na missa de sétimo dia, a PM atuou com
grande truculência.

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A violência policial contra populares e estudantes no Rio de Janeiro atingiu seu
ápice no dia 21 de junho de 1968, chamado de “sexta-feira sangrenta”, com dezenas
de feridos e quatro mortos. Em resposta, a Passeata dos Cem Mil, que ocorreu em
junho, foi a maior manifestação de massa do período, causou tanta repercussão que
levou o governo a negociar com os estudantes, mas sem acordo. Em julho daquele
ano, as manifestações de rua foram proibidas pelo ministro da Justiça.

Ao mesmo tempo em que a repressão ia inviabilizando as ações pacíficas,


surgiam às primeiras ações armadas de guerrilha. No dia 7 de março de 1968, um
comando da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) promoveu o primeiro de uma
série de 370 assaltos a banco que seriam feitos pelos vários grupos de guerrilha
urbana até 1970. O segundo assalto foi um mês depois, promovido pela recém-
formada Ação de Libertação Nacional (ALN), comandada por Carlos Marighella. Daí
se seguiu as ações em série.

No decorrer de 1968, as ações da guerrilha urbana, cada vez mais frequentes,


tencionaram os governantes e seus apoiadores. De início, o aparato policial estava
despreparado para fazer frente a essas ações clandestinas. Mas logo se articulou e
a repressão começou a obter vitórias. Em 12 de outubro de 1968, a polícia prendeu
cerca de mil estudantes, participantes de um Congresso da UNE, em Ibiúna, no
interior de São Paulo. Toda a liderança estudantil foi presa. Todos foram fichados
pelo DOPS e os líderes mais conhecidos foram mantidos na cadeia. Foi uma ação
muito significativa, porque permitiu a identificação de um grande número de futuros
guerrilheiros. Conhecidos e perseguidos pela repressão, muitos desses jovens
apressaram sua entrada nas organizações de luta armada.

Três fatos em particular causaram grande tensão na tropa que pressionava o


governo por mais repressão. A manifestação de 1º de maio na Praça da Sé, em São
Paulo, em que o governador Abreu Sodré foi expulso do palanque a pedradas; a
bomba atirada por um comando da VPR contra um quartel do Exército, em julho de
1968, que provocou a morte de um soldado. E o terceiro, que foi a gota d´água: um

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discurso do deputado Marcio Moreira Alves na Câmara dos Deputados, propondo um
boicote aos militares.

A resposta do governo foi decretar, no mesmo dia, o Ato Institucional Nº 5 (AI-


5), no dia 13 de dezembro de 1968, que consolidou a fase mais terrível do período
ditatorial. A partir de então o presidente podia, sem qualquer limitação:

• Fechar o Congresso Nacional, as assembleias legislativas e as câmaras


municipais;
• Cassar mandatos legislativos e executivos, federais, estaduais,
municipais;
• Suspender direitos políticos;
• Demitir, remover, aposentar funcionários civis e militares;
• Demitir ou remover juízes;
• Decretar estado de sítio sem restrições;
• Confiscar bens para punir corrupção;
• Legislar por decreto, baixar atos institucionais e complementares.
• Além disso, os acusados de crimes contra a segurança nacional
perderam o direito a habeas corpus e passaram a ser julgados por tribunais militares,
sem recurso. Para completar o quadro, os atos com base no próprio AI-5 não podiam
ser objeto de apreciação do Judiciário.

Ainda no dia 13 de dezembro, o presidente fechou o Congresso por tempo


indeterminado. As Forças Armadas e a polícia foram postas de prontidão. Havia medo
de uma reação popular, por causa da memória das passeatas recentes. Mas a
esquerda mais mobilizada apostava em outro projeto: a luta armada.

No dia 30 de dezembro, saiu mais uma lista de cassados, entre eles os


deputados federais Marcio Moreira Alves, Mario Covas e o líder da direita, Carlos
Lacerda, grande conspirador contra Goulart e aliado dos militares que, vendo suas
aspirações à presidência da República frustradas, havia passado para a oposição.

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Um balanço dessa primeira fase mostra que a ditadura alcançou a burocracia
estatal em todos os níveis: as Forças Armadas, o Poder Judiciário, as universidades,
os sindicatos, outras entidades de classe e as organizações estudantis. Prendeu
milhares de pessoas, que foram processadas pela Comissão Geral de Investigações
(CGI). Em consequência dessas prisões e processos, milhares de pessoas –
militares, cientistas, professores, juízes, funcionários de empresas estatais e
privadas, operários, marinheiros e portuários, jornalistas, artistas, intelectuais e
lideranças sindicais – também perderam o emprego. Muitos foram proibidos de
trabalhar em sua profissão.

Quanto à liberdade de opinião, desde o início o regime militar fechou dezenas


de jornais da imprensa comunista, socialista, e de caráter operário e sindical.
Provocou a venda e a descaracterização da rede de jornais nacionalista Última Hora,
e constrangeu à falência o Correio da Manhã, jornal liberal e independente. Uma das
iniciativas mais arbitrárias da ditadura foi à destruição do grupo econômico do
empresário nacionalista Wallace Simonsen, o que levou ao drástico fechamento da
TV Excelsior, o canal de televisão mais moderno e de maior audiência no país,
caracterizado por um jornalismo progressista.

2 – Anos de Terror de 1969 a 1978

A partir desse momento, o general-presidente podia tudo, passou a acumular


poderes absolutos. E começou a fazer uso deles, caracterizando um período de
arbítrio completo. Em 1969, Costa e Silva manteve fechado o Congresso e várias
assembleias legislativas, aposentou intelectuais, como Caio Prado Jr., Florestan
Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni, cinco ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF), e o general Peri Bevilacqua, do Superior Tribunal Militar
(STM). Cassou os mandatos de quatro senadores e de 95 deputados federais.
Prendeu Juscelino Kubistchek e Carlos Lacerda. Em onze meses, impôs doze atos
institucionais, 59 atos complementares e vinte decretos-lei.

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O sistema de segurança exacerbou as ações de violência, desrespeitando as
próprias leis do regime, com a justificativa de que se vivia uma “guerra revolucionária”.
O presidente Costa e Silva encomendou ao vice, Pedro Aleixo, uma reforma
constitucional para reduzir o grau de arbítrio do AI-5 e restabelecer a “legalidade”. Em
junho de 1969, anunciou que reabriria o Congresso para a reforma fosse apreciada.

Não conseguiu. Em agosto daquele ano, o presidente sofreu uma trombose e


não tinha mais condições de governar. Seu sucessor legal, o civil Pedro Aleixo, que
havia sido contrário ao AI-5, foi impedido de assumir por um golpe palaciano. Em seu
lugar tomou posse uma Junta Militar, formada pelos ministros das três armas
(Marinha, Aeronáutica e Exército), por decisão do Alto Comando das Forças
Armadas, formalizada pelo Ato
Institucional Nº 12.

Quatro dias depois de sua posse, a Junta Militar iria enfrentar um grande
desafio: o sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, por um
grupo de guerrilheiros de duas organizações de esquerda, a Dissidência Comunista
da Guanabara, que a partir de então iria se denominar Movimento Revolucionário 8
de Outubro (MR-8), e a Ação Libertadora Nacional (ALN). Em troca do embaixador, a
Junta Militar cedeu às exigências dos sequestradores: aceitou divulgar um
comunicado escrito por eles e enviou ao México 15 militantes que estavam presos.

Em represália, foram decretados três atos institucionais (número 13, 14 e 15)


e uma versão ainda mais radical da Lei de Segurança Nacional. Caracterizando a
situação como de guerra revolucionária, a nova legislação previa pena de morte por
fuzilamento, prisão perpétua e banimento para alguns crimes, como as ações
armadas. Também autorizava a prisão de qualquer cidadão, mesmo com residência
e profissão fixas, em regime de incomunicabilidade por dez dias.

A Lei de Segurança Nacional ainda previa penas pesadas para coibir a


manifestação de pensamento, principalmente a veiculada por meio de comunicação.
Esses dispositivos foram postos em prática de maneira generalizada, submetendo

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imprensa escrita, rádio, TV, música, teatro, cinema e literatura à censura prévia,
intimidação, processos e prisões de jornalistas, artistas e intelectuais.

2.1 - A eleição do general Médici

O general Emílio Garrastazu Médici foi eleito no dia 25 de outubro de 1969 por
oficiais generais referendados pelo Alto Comando, formado pelos ministros militares
e os oficiais de Estado-Maior. O último ato institucional, o AI-17, de dez dias antes da
eleição, declarou vago o cargo de presidente da República e autorizou a junta a punir
atos de inconformismo de militares contra a escolha de Médici, sinal de radicalização
das divergências internas. O ato tentava evitar o divisionismo nas Forças Armadas,
sobretudo à ação do general Albuquerque Lima, considerado um aventureiro e
excessivamente nacionalista, em política econômica.

2.2 - Quando tortura e assassinato se torna política de Estado

Mesmo contando com esse aparato legal extremamente rigoroso, o regime


militar extrapolou suas próprias leis e praticou amplamente ações ilegais, cometeu
crimes contra os direitos humanos e crimes de lesa-humanidade.

O governo do general Médici inaugurou essa etapa mais sombria do regime,


que foi a aplicação do terror do Estado para enfrentar a resistência dos opositores.
Para isso, a ditadura já vinha se preparando há anos, formando uma legião de oficiais,
muitos deles recebendo treinamento nos Estados Unidos.

2.3 - Geisel: distensão lenta e gradual

No final de 1973, encerrava-se o ciclo de crescimento econômico financiado


pelos investimentos internacionais e pelo petróleo barato. Os baixos preços do
petróleo e a guerra árabe-israelense levaram os países árabes produtores de petróleo
a criar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a adotarem em

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conjunto a elevação do preço. Para amenizar o abalo em sua economia grande
consumidora de óleo, o governo dos EUA promoveu uma forte elevação dos juros. O
Brasil, dependente da importação de petróleo e endividado com os Estados Unidos,
foi duplamente atingido pela elevação do preço do petróleo e pela forte subida dos
juros. A economia brasileira entrou em crise.

A nova conjuntura fragilizou o governo militar no campo de suas maiores


conquistas: o crescimento econômico por meio do estímulo ao consumo da classe
média. As condições de vida decaíram, a oposição cresceu. O regime se debateu em
divergências internas sobre o presidente que substituiria Médici e o indicado, o
general Ernesto Geisel, representava a tendência que buscava uma nova
institucionalização do regime, em oposição à “linha dura”, defensora de repressão
direta e sem “sutilezas” jurídicas. Afinal, a resistência armada já havia sido derrotada
e o regime precisava se articular politicamente, ampliar sua base de apoio.

A eleição indireta de Geisel para presidente, prevista na Constituição de 1969,


foi feita em janeiro de 1974, num Colégio eleitoral e por delegados das assembleias
estaduais, com vasta maioria da Arena, o partido do governo. O deputado Ulysses
Guimarães, líder da oposição, participou com sua “anticandidatura”, apenas para ter
espaço para fazer propaganda pela democratização (com isso, pôde viajar por todo
país defendendo suas ideias).

Geisel tomou posse em março daquele ano, anunciando um programa de


distensão política, lenta e gradual. Suspendeu a censura ao jornal O Estado de S.
Paulo. Buscou uma nova base de sustentação do regime e apostou nas eleições
parlamentares que ocorreriam em novembro para a renovação da Câmara dos
Deputados, de um terço do Senado, e das assembleias legislativas.

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição consentida,


estava tão enfraquecido por causa da derrota eleitoral de 1970 e do clima de
repressão e censura que vários de seus membros pensavam em sua autodissolução.
Mas, como o governo deu alguma liberdade para debates na TV e no rádio durante a

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campanha eleitoral, o partido aproveitou para denunciar a repressão e as injustiças
sociais. Para surpresa geral, e não menor do próprio MDB, a oposição ganhou 16 das
22 vagas disponíveis. E na Câmara dos Deputados, sua bancada avançou de 87 para
165 cadeiras, passando a ter número suficiente para impedir emendas à constituição
e mudanças legais que viessem do governo, sem falar na possibilidade de ter maioria,
em médio prazo, no próprio Colégio Eleitoral que elegia o Presidente. Nas
assembleias estaduais, o MDB fez maioria em São Paulo, Rio Grande do Sul,
Guanabara (atual estado do Rio de Janeiro), Amazonas e Acre.

2.4 - Solidariedade internacional

Embora submetidos a uma pesada censura prévia, jornais da imprensa


alternativa, como Opinião, Movimento, O São Paulo (este da cúria metropolitana de
São Paulo, porta voz do arcebispo Evaristo Arns), começaram a passar as matérias
censuradas a jornais estrangeiros, como o inglês The Guardian, e as denúncias se
espalharam. Movimentos e entidades internacionais de defesa dos direitos humanos
aproveitaram esse material para promover campanhas denunciando a política de
repressão terrorista do governo brasileiro, o que prejudicava cada vez mais sua
imagem no exterior, dificultava negócios e relações diplomáticas.

O empenho da ditadura em desmentir esse cenário ficou mais uma vez


desmoralizado quando ocorreu o chamado “Massacre da Lapa”. Em dezembro de
1976, o Exército surpreendeu uma reunião do Comitê Central do PC do B, assassinou
três dos seus dirigentes, e prendeu mais seis militantes, que foram submetidos a
torturas sistemáticas. Esses crimes ganharam grande repercussão na Europa e nos
EUA. E mesmo no Brasil, porque jornais como O Estado de S. Paulo, já livres da
censura, ousaram cobrir esses fatos.

Em 1977, Jimmy Carter tomou posse como presidente dos EUA. Sua política
de afastamento das ditaduras, que os governos que o antecederam haviam
estimulado, e de defesa dos direitos humanos provocou dificuldades para o governo
de Geisel e o arrefecimento das relações entre os dois países.

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2.5 - A “democracia relativa”

O período que vai de 1974 a 1977 foi um verdadeiro carrossel de emoções


políticas. O governo Geisel, que prometia mudanças, assustado com os resultados
das eleições, resolveu se fechar novamente. Por um lado, aceitou a vitória do MDB,
mas liberou a linha dura para fazer uma caça às bruxas vermelhas. Os comunistas
do PCB, considerados os articuladores da vitória do MDB, foram duramente
perseguidos a partir de janeiro de 1975.

Para não ter outra surpresa eleitoral, o governo proibiu a campanha com
debates no rádio e na TV, através da Lei Falcão. O governo se sentia tão senhor da
situação que, em 1977, lançou o “Pacote de Abril” e fechou o Congresso. Ao mesmo
tempo em que afrontava os liberais e os que exigiam liberdades democráticas, o
governo Geisel tentava controlar a oposição da “linha dura” militar.

Em outubro de 1977, foi demitido o general Silvio Frota, ministro do Exército


que se opunha à política de “abertura”. Quando tudo parecia controlado, à esquerda
e à direita, explodiram as primeiras manifestações públicas depois de 1968, de
estudantes e operários. Os operários também começavam a se agitar, cujo melhor
exemplo foi a campanha salarial dos metalúrgicos do ABC paulista. Mesmo sem
apelar para a greve, os metalúrgicos denunciaram o “arrocho” salarial a que foram
submetidos pela política econômica do governo militar, enchendo novamente as
assembleias sindicais.

No início de 1977, o general Geisel enviou ao Congresso um projeto de reforma


do judiciário. Para ser aprovado, precisava de dois terços dos votos. Mas a Arena,
partido do governo não tinha maioria absoluta. O governo precisava de votos de uma
parte do MDB. Os emedebistas, no entanto, consideraram insuficientes as garantias
para os juízes e para os habeas corpus para crimes políticos, e se recusaram a apoiar.
Geisel reuniu o Conselho de Segurança Nacional e, em abril de 1977, fechou o
Congresso Nacional. Usou a negativa do MDB como pretexto para impor um conjunto

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de medidas autoritárias que ficou conhecido como “Pacote de Abril”, tudo com base
no AI-5.

O Pacote de Abril ampliou os mandatos dos próximos presidentes para seis


anos; suspendeu a eleição direta para governador, que estava prevista para
1978; impôs a eleição indireta de um terço do Senado (senadores “biônicos”
que seriam indicados pelo presidente); aumentou o número das bancadas de
deputados dos estados menores, dominados pela Arena; ampliou as restrições da Lei
Falcão sobre a propaganda eleitoral; e baixou de dois terços para maioria simples o
quórum para aprovar mudanças na Constituição. O objetivo principal era evidente:
evitar uma nova derrota eleitoral.

Depois de afastar o general Silvio Frota do ministério da Guerra, que ameaçava


um golpe de estado, articulado com setores militares que resistiam à “abertura”, o
general Geisel acelerou as medidas de distensão. Em junho de 1978, revogou a
censura prévia aos jornais Movimento, O São Paulo e Tribuna da Imprensa. Enviou
ao Congresso a emenda constitucional nº 11, aprovada em agosto daquele ano, que
revogava o AI5, substituindo-o por salvaguardas constitucionais (a oposição
considerou as ainda muito restritivas e votou contra, mas a maioria simples, graças
ao Pacote de Abril, foi suficiente para a aprovação). A Lei de Segurança Nacional foi
abrandada, as penas de morte e prisão perpétua foram abolidas e o direito de habeas
corpus foi restabelecido. A revogação do AI5 passou a valer a partir de 1979.

2.6 - Greves, manifestações e um general candidato de


oposição

Geisel indicou o candidato à sua sucessão, o general João Batista Figueiredo,


e enfrentou grandes divergências entre os militares. Surgiu uma candidatura de
oposição, do general Euler Bentes Monteiro, que conseguiu unir em seu apoio tanto
setores militares, quanto a oposição civil composta por deputados do grupo
“autêntico” (a esquerda do MDB), assim como também outros setores da sociedade.

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O clima era tenso, ainda mais porque o movimento operário se reanimou e já
pelo segundo ano promovia grandes greves no ABC paulista e na capital. O
movimento estudantil, que já era protagonista de protestos públicos desde 1977,
reorganizou a UNE e faz grandes manifestações, reivindicando a anistia dos
oposicionistas presos e exilados e uma Assembleia Constituinte.
A imprensa alternativa cresceu exponencialmente no período, centenas de
pequenos jornais se espalharam pelo país com posições críticas à ditadura. Mesmo
tendo suspendido a censura prévia em jornais como Movimento, o governo do general
Geisel moveu intensa campanha contra esses veículos, apreendeu edições,
processou jornalistas pela Lei de Segurança Nacional, procurou inviabilizá-los com
sanções econômicas. Militares praticaram atos de terrorismo, depredando e jogando
bombas nas redações e bancas de jornal.

A campanha eleitoral para a presidência foi bastante conturbada, mas, graças


ao Pacote de Abril, Figueiredo recebeu a maioria dos votos na eleição indireta no
Congresso Nacional, em outubro de 1978. O quinto e último general-presidente da
ditadura tomou posse em março de 1979 para o mandato de seis anos.

3 – A reabertura da Política de 1979 a 1985

O general Figueiredo tomou posse, anunciando o propósito de “fazer deste


país uma democracia”. A “abertura”, seu projeto de governo, significava reduzir aos
poucos os aspectos mais autoritários da ditadura, institucionalizar o regime, mas sem
ceder o poder à oposição, nem absorver suas propostas democratizantes. Ele
controlou a situação, aproveitando as divergências que iam surgindo dentro da
oposição.

Assim mesmo a oposição cresceu as greves operárias no ABC paulista se


espalharam para outras cidades e categorias de trabalhadores, o movimento pela
anistia ganhou corpo e foi às ruas. O Comitê Brasileiro pela Anistia formou núcleos
em diversos estados e realizou manifestações expressivas. Em diversos países da

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Europa e da América, os exilados receberam apoio dos movimentos democráticos e
formaram dezenove comitês. Queriam uma anistia ampla, geral e irrestrita.

Figueiredo começou rejeitando a proposta de anistia, pois queria apenas a


revisão de algumas penas. Mas havia resistência no Congresso e suas propostas
limitadas não avançavam. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se
pronunciou pela anistia. Alguns presos políticos fizeram greve de fome em apoio à
anistia. A “linha dura” militar, encastelada em seu sistema de informações e
repressão, se opôs fervorosamente à ideia.

3.1 - Anistia restrita e recíproca

O governo enviou ao Congresso um projeto de anistia restrita. A oposição


apresentou um substitutivo de anistia ampla. Em 21 de agosto de 1979, com as
galerias do Congresso lotadas, vaiando pesadamente os políticos governistas, os
debates se alongaram por horas. O projeto governamental foi aprovado por votação
simbólica, depois que a emenda de Djalma Marinho, que ampliava a anistia do
governo, tinha sido rejeitada por 206 a 201 votos.

A luta pela anistia foi longa. A lei de 1979 não foi bem vista pelos militantes e
familiares que exigiam uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. Já em 1968, algumas
vozes, até moderadas, falavam em anistia, mas naquele momento a esquerda tinha
outra agenda, a luta armada. Depois da derrota das guerrilhas, o tema da anistia
começou a tomar corpo entre os exilados brasileiros.

Mas essa luta entrou para a agenda política efetivamente após 1975, com a
criação do Movimento Feminino Pela Anistia (MFPA), liderado por Therezinha Zerbini.
Em 1978, surgiu o Comitê Brasileiro de Anistia (CBA), apontando para outro sentido
da palavra. Enquanto o MFPA defendia a anistia como “reconciliação da família
brasileira”, os CBAs, mais ligados à militância de esquerda, defendiam essa medida
como primeiro passo para a justiça e para a investigação das violações aos direitos
humanos cometidos pelo regime em nome do combate à subversão.

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Nos anos de 1978 e 1979, ocorreram vários comícios e manifestações públicas
a favor da anistia. O tema foi incorporado pelo regime, mas apropriado de maneira
diferente das demandas do movimento. No final, a anistia legal foi parcial e restrita, e
ainda por cima beneficiou os torturadores, através do perdão aos “crimes conexos”
praticados para combater os “subversivos”.

Ainda que limitada, a anistia permitiu que milhares de pessoas perseguidas ou


com seus direitos políticos cassados recuperassem sua cidadania. Imediatamente
milhares de exilados começaram a voltar. Dos 200 presos políticos, 19 tiveram
libertação instantânea. Os outros foram sendo libertados nos meses seguintes. A
Justiça Militar elaborou uma lista oficial de 374 anistiados, entre eles o histórico líder
comunista, Luís Carlos Prestes, o líder trabalhista, Leonel Brizola, e o ex-governador
de Pernambuco, Miguel Arraes.

Tendo sido imposta a um Congresso mutilado e atemorizado sob o peso das


leis draconianas da ditadura, decadente, mas ainda presente, a anistia foi cada vez
mais considerada insuficiente pela sociedade, por ser recíproca, isto é, estabelecer
que também os crimes cometidos pelos agentes do Estado nas ações de repressão
fossem anistiados.

Passados mais de trinta anos do fim da ditadura, esse continua a ser um dos
problemas políticos mais graves e um entrave ao processo de plena democratização
do país. Até porque, encorajados pela impunidade dos torturadores do passado, na
atualidade os agentes policiais continuam praticando a tortura de maneira
generalizada em todo o país.

3.2 - Reorganização partidária

Percebendo que o bipartidarismo imposto em 1966 não atendia mais a seus


interesses, já que a cada eleição a oposição avançava, o governo de Figueiredo
enviou um projeto de reforma partidária ao Congresso. Ela foi aprovada em novembro

18
de 1979, contra o voto do MDB. A intenção era dividir a oposição e ampliar a base de
apoio do governo, conforme denunciavam os emedebistas.

Arena e MDB foram extintos e surgiram seis novos partidos. De fato, a


oposição ficou dividida.

O Partido Democrático Social (PDS) foi o herdeiro da Arena, portanto, passou


a ser o novo partido de apoio ao governo. Já o MDB deu origem ao PMDB, sem os
chamados “moderados”, que foram compor o Partido Progressista (PP), com setores
minoritários da Arena. O PP se dizia independente, mas seria um partido de apoio
disfarçado ao regime.

O governo dificultou a Leonel Brizola a posse da sigla do Partido Trabalhista


Brasileiro (PTB), sua antiga legenda. Brizola fundou o Partido Democrático
Trabalhista (PDT), procurando aglutinar as bases tradicionais trabalhistas e
getulistas. Ainda banidos, o PCB e o PC do B se acomodaram dentro do PMDB.

Havia a proposta de criação de um partido de trabalhadores, tendo como base


os operários do ABC, as comunidades eclesiais de base da Igreja católica, e
organizações de esquerda de cunho trotskista, classista e desligadas da tradição da
esquerda existente anteriormente. Essa articulação se concretizou na formação do
Partido dos Trabalhadores (PT), no início de 1980. Essa foi a mais importante
novidade do novo cenário político, conforme o futuro confirmaria.

3.3 - As greves operárias contestam a ditadura

A inflação chegava a 78% ao ano. Os metalúrgicos do ABC organizaram


grandes greves, de 1978 a 1980, sustentadas por assembleias com até 80 mil
operários reunidos no Estádio de Vila Euclides, em São Bernardo. Essas greves
confrontaram o poder e foi alvo de grande repressão.

19
A de 1980 se estendeu por mais 16 cidades do interior de São Paulo. O
sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo foi alvo de intervenção, e 16 líderes da
greve foram presos, inclusive o presidente do sindicato, Luís Inácio da Silva.

A greve terminou no dia 11 de abril, após 41 dias de paralisação em meio a


novas prisões e a uma maciça intervenção da polícia militar. Embora vencida, a greve
contribuiu para comprometer o projeto de manutenção do poder da ditadura. A mais
completa cobertura jornalística dessa greve está no jornal Movimento.

3.4 - Recessão e divergências: terrorismo de direita

Em 1982, a taxa de inflação foi a 99% ao ano, a economia entrou em recessão,


a produção da indústria automobilística caíram 30%, milhares de trabalhadores foram
demitidos. A dívida externa explodiu e os investimentos externos fugiram do país.

Setores militares que se opunham à política de abertura manifestaram seu


inconformismo, promovendo uma escalada de ações terroristas. Jogaram bombas,
fizeram sequestros, incendiaram bancas que vendiam jornais da imprensa alternativa.
Uma carta-bomba enviada ao escritório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do
Rio Janeiro provocou a morte de uma funcionária, Lyda Monteiro, em agosto de 1980.

Alguns meses depois, na noite de 30 de abril de 1981, duas bombas


explodiram no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro, onde se realizava
um evento de comemoração do 1º de maio, com a presença de cerca de 20 mil
pessoas. Uma das bombas explodiu dentro de um automóvel ocupado por um capitão
e um sargento do Exército. O segundo morreu no local e o primeiro ficou gravemente
ferido. A segunda atingiu a casa de força do edifício.

Diante da evidência de que o ato terrorista havia sido cometido por militares,
criou-se uma crise política. O governo prometeu esclarecimentos e um inquérito foi
aberto pelo Exército. Mas o relatório final informou que os dois militares estavam a
trabalho no local de uma festa de comunistas e foram vítimas de um atentado

20
provocado por um grupo não identificado. O sargento foi sepultado com honras de
herói militar.

Na época houve forte contestação até mesmo no Superior Tribunal Militar


(STM), mas o inquérito acabou arquivado. Embora o general Figueiredo tenha
manifestado sua indignação com o acontecimento, documentos sigilosos do STM só
divulgados em tempos recentes indicam que ele e outros altos oficiais sabiam
previamente do atentado.

3.5 - As eleições de 1982: vitória da oposição

O governo legislou abundantemente, buscando enfraquecer e dividir a


oposição: restabeleceu o voto direto para governador, mas proibiu coligações,
obrigou o voto vinculado (só em candidatos da mesma legenda) e o lançamento de
chapas completas ao Executivo e ao Legislativo. Para completar, fez ser aprovada a
Emenda Constitucional que ampliou o número de deputados federais dos estados
menos populosos onde seu partido, o PDS, era mais forte.

Mesmo assim, não conseguiu impedir o clima plebiscitário que a eleição


assumiu entre PDS e PMDB. Este chegou ao governo em nove estados, inclusive os
dois de maior eleitorado, São Paulo, com Franco Montoro, e Minas Gerais, com
Tancredo Neves. No Rio de Janeiro, venceu Leonel Brizola, do PDT, alvo da ojeriza
do sistema militar, o que causou até ameaça de golpe. A oposição passou a governar
a maior parte da população do país.

3.6 - Diretas já!

Os governadores eleitos se defrontaram com recessão, inflação alta, dívida


externa impagável, desemprego, greves de funcionários públicos e de operários. Não
conseguiram atender às necessidades da população.

21
No plano político, surgiu a bandeira de eleições diretas para presidente em
1984. Um programa liderado pelo senador Teotônio Vilela defendeu eleições diretas,
assembleia constituinte, moratória da dívida externa, conversão da dívida interna em
“bônus de guerra”.

Em junho de 1983, Ulysses Guimarães, líder do PMDB, se surpreendeu com o


apoio a um ato em favor das diretas em Goiânia, quando dez mil pessoas foram às
ruas. Criou-se uma frente dos partidos de oposição pelas eleições diretas.

Em 27 de novembro de 1983, um comício convocado pelo PT em frente ao


estádio do Pacaembu reuniu 15 mil pessoas. No dia seguinte, dez governadores
assinaram um manifesto propondo as diretas. Foi criado o slogan “Diretas já! Eu quero
votar para presidente”, e a cor amarela foi adotada como símbolo. A campanha
envolveu todos os grupos de oposição, e contou até com dissidências do regime,
angariando amplo apoio na sociedade civil, independente de filiações ideológicas
mais à esquerda ou mais à direita.

Em 12 de janeiro de 1984, um comício em Curitiba reuniu 60 mil pessoas. No


dia seguinte, em Porto Alegre, 10 participaram de uma passeata. No outro dia, num
comício em Camboriú, em Santa Catarina, estiveram presentes 15 mil veranistas. No
dia 25 daquele mês, aniversário de São Paulo, um comício na Praça da Sé reuniu
uma multidão estimada em 250 mil pessoas. A Caravana das Diretas percorreu todas
as capitais com grande agenda de comícios. A adesão popular superou de longe as
expectativas. O objetivo era aprovar a emenda apresentada pelo deputado Dante de
Oliveira (PMDB-MT).

A campanha crescia a cada dia. Em 10 de abril de 1984, um comício na


Candelária, no Rio de Janeiro, atraiu uma multidão de 1,2 milhões de pessoas. Em
16 de abril, no Anhangabaú, estima-se em 1,5 milhões o número de participantes.
São as maiores manifestações de massas da história do país, até hoje não

22
superadas. Em 18 de abril, Brasília amanhece tomada por tropas do Exército, pois
tinha sido decretado estado de emergência na capital.

Em 25 de abril, o Congresso votou a emenda constitucional das diretas, que


conseguiu o apoio da maioria, com 298 votos, mas ainda faltaram 22 para alcançar
dois terços do total, o quórum necessário para aprovar uma emenda à Constituição.
Uma grande frustração tomou conta do país. Mas ouviu-se por toda parte o grito: “a
luta continua!”.

Para as eleições indiretas, a oposição lançou a candidatura de Tancredo


Neves, apoiado pelos dez governadores oposicionistas. Na convenção do PDS
saiu vitorioso Paulo Maluf, o ex-governador indireto de São Paulo, o que causou
tremenda insatisfação e um grande racha no partido. Parte dos delegados se
bandeou para a candidatura de Tancredo, inclusive José Sarney, que viria a ser seu
vice.

A campanha transcorreu em clima de tensão, com grande irritação dos


militares, e ameaças de golpe que não se concretizaram. Até que, em novembro, os
chefes militares concordaram que a sucessão se fizesse “de acordo com a lei”.

Na votação do Colégio Eleitoral, constituído pelo Congresso Nacional,


Tancredo Neves derrotou Maluf com folga, por 480 votos a 180. No discurso da vitória,
anunciou a Nova República, comprometendo-se a convocar a Assembleia
Constituinte. Mas Tancredo não chegou a tomar posse, pois adoeceu antes da
cerimônia, vindo a falecer em abril, depois de uma longa agonia que comoveu a
população brasileira.

Em 15 de março de 1985, ele não compareceu à cerimônia de posse. Quem


assumiu a presidência foi o ex-governista José Sarney, seu vice. Revoltado com
Sarney, a quem considerava um traidor, o general Figueiredo não lhe passou a faixa
presidencial, saindo pela porta dos fundos do Palácio do Planalto. Esse foi o momento
final da ditadura militar no Brasil.

23
4 - Governos Militares no Brasil

Governo Castello Branco (1964-1967)

Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente
da República em 15 de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a
democracia, porém ao começar seu governo, assume uma posição autoritária.

Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos


políticos. Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos
cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os
sindicatos receberam intervenção do governo militar.

Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só estava autorizado o


funcionamento de dois partidos: Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança
Renovadora Nacional (ARENA). Enquanto o primeiro era de oposição, de certa forma
controlada, o segundo representava os militares.

O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o


país. Aprovada neste mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza
o regime militar e suas formas de atuação.

Governo Costa e Silva (1967-1969)

Em 1967, assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva, após ser


eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Seu governo é marcado por protestos
e manifestações sociais. A oposição ao regime militar cresce no país. A UNE (União
Nacional dos Estudantes) organiza, no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil.

24
Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários paralisam fábricas em
protesto ao regime militar.

A guerrilha urbana começa a se organizar. Formada por jovens idealistas de


esquerda, assaltam bancos e sequestram embaixadores para obterem fundos para o
movimento de oposição armada.

No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número


5 (AI-5). Este foi o mais duro do governo militar, pois aposentou juízes, cassou
mandatos, acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão
militar e policial.

Governo da Junta Militar (31/8/1969-30/10/1969)

Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta militar formada pelos
ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio
de Sousa e Melo (Aeronáutica).

Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN sequestram o embaixador dos EUA


Charles Elbrick. Os guerrilheiros exigem a libertação de 15 presos políticos, exigência
conseguida com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo decreta a Lei de
Segurança Nacional. Esta lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de
"guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva".

No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi morto pelas forças de
repressão em São Paulo.

Governo Medici (1969-1974)

Em 1969, a Junta Militar escolhe o novo presidente: o general Emílio


Garrastazu Medici. Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do período,

25
conhecido como “anos de chumbo”. A repressão à luta armada cresce e uma severa
política de censura é colocada em execução. Jornais, revistas, livros, peças de teatro,
filmes, músicas e outras formas de expressão artística são censurados. Muitos
professores, políticos, músicos, artistas e escritores são investigados, presos,
torturados ou exilados do país. O DOI-Codi ( Destacamento de Operações e
Informações e ao Centro de Operações de Defesa Interna ) atua como centro de
investigação e repressão do governo militar.

Ganha força no campo a guerrilha rural, principalmente no Araguaia. A


guerrilha do Araguaia é fortemente reprimida pelas forças militares.

O Milagre Econômico

Na área econômica, o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969
a 1973 ficou conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia
a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com
investimentos internos e empréstimos do exterior, o país avançou e estruturou uma
base de infraestrutura. Todos estes investimentos geraram milhões de empregos pelo
país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram executadas, como a Rodovia
Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói.

Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser
paga no futuro. Os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada
para os padrões econômicos do Brasil

Governo Geisel (1974-1979)

Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel que começa um lento


processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do milagre
econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. A crise do petróleo e a
recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos
e empréstimos internacionais diminuem.

26
Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política
começa a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos
para o Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da maioria das
grandes cidades.

Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel,


começam a promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o
jornalista Vladimir Herzog á assassinado nas dependências do DOI-Codi em São
Paulo. Em janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho aparece morto em situação
semelhante.

Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho


para a volta da democracia no Brasil.

Governo Figueiredo (1979-1985)

A vitória do MDB nas eleições em 1978 começa a acelerar o processo de


redemocratização. O general João Baptista Figueiredo decreta a Lei da Anistia,
concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais
brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Os militares de linha dura
continuam com a repressão clandestina. Cartasbomba são colocadas em órgãos da
imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). No dia 30 de Abril de 1981,
uma bomba explode durante um show no centro de convenções do Rio Centro. O
atentado fora provavelmente promovido por militares de linha dura, embora até hoje
nada tenha sido provado.

A volta dos partidos

Neste governo, o pluripartidarismo foi restabelecido. A Arena mudou a sua


denominação e passou a ser PDS (Partido Democrático Social); o MDB passou a ser

27
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Surgiram novas siglas, como
o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).

O governo Figueiredo também enfrentou a resistência de militares radicais, que


não aceitavam o fim da ditadura. Essa resistência tomou a forma de atos terroristas.
Cartas-bombas eram deixadas em bancas de jornal, editoras e entidades da
sociedade civil (Igreja Católica, Ordem dos Advogados do Brasil, Associação
Brasileira de Imprensa, entre outras). O caso mais grave e de maior repercussão
ocorreu em abril de 1981, quando uma bomba explodiu durante um show no centro
de convenções do Rio Centro. O governo, porém, não investigou devidamente o
episódio.

Na área econômica, a atuação do governo foi medíocre, os índices de inflação


e a recessão aumentaram drasticamente.

A Redemocratização e a Campanha pelas Diretas Já

Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A


inflação é alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o
surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.

Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de


brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à
aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para
presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela
Câmara dos Deputados.

No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado


Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da
República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado
pelo PMDB e pela Frente Liberal.

28
Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de
assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é
aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os
rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

5 - Cronologia da Ditadura Militar

A seguir, apresentamos uma cronologia do regime militar no Brasil e seus


desdobramentos.

1961
25/08 - Renúncia de Jânio Quadros
30/08 - Ministros militares declaram-se contrários à posse de João Goulart
02/09 - Instituído o sistema parlamentar de governo como resultado do acordo que
possibilitaria a posse do vice-presidente João Goulart
07/09 - Posse de João Goulart

1962
02/02 - Criação oficial do Instituto de Pesquisas Sociais (Ipês), que conspiraria
contra o governo Goulart.

29
1963
24/01 - Retorno ao sistema presidencialista de governo, após plebiscito
realizado no dia 6, que não referendou o parlamentarismo.
07/08 - Projeto de Milton Campos sobre a reforma agrária é rejeitado. 23/08 -
Comício do CGT pelo aniversário da morte de Getúlio Vargas com a presença de
Goulart. Presentes exigem definição do presidente durante seu discurso. Goulart
promete que reformas serão implementadas. 12/09 - Revolta de sargentos da
Aeronáutica e da Marinha em Brasília. 07/10 - Goulart retira o pedido de decretação
de estado de sítio em função da ampla oposição que gerou.
17/10 - Rejeitada emenda do PTB sobre reforma agrária na Câmara dos
Deputados.
Novembro: Greve dos cortadores de cana em Pernambuco e parte da Paraíba.

30
1964
17/01 - Regulamentação da lei de remessa de lucros.
13/03 - Comício da Central do Brasil ou “das reformas”.
19/03 - Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade em São Paulo (SP),
espécie de resposta ao Comício da central.
20/03 - O chefe do Estado-Maior do Exército, general Castelo Branco, divulga
circular reservada entre seus subordinados contra João Goulart.
21 a 29/03 - “Marchas” da família, com Deus, pela Liberdade, em diversas
cidades de São Paulo.
31/03 - Inicia-se o movimento militar em Minas Gerais com deslocamento de
tropas comandadas pelo general Mourão filho.
01/04 a 08/06 - “Marchas” da Família, com Deus, pela Liberdade em São Paulo,
Minas, Rio de Janeiro, Piauí, Paraná e Goiás.
02/04 - João Goulart segue de Brasília pra Porto Alegre. De lá, sairia do Brasil.
02/04 - General Costa e Silva autonomeia-se comandante-em-chefe do
Exército nacional e organiza o “Comando Supremo da Revolução”. 04/04 - O nome
do general Castelo Branco é indicado para a Presidência da república pelos líderes
do Golpe.
09/04 - Decretado o Ato Institucional que confere ao presidente da República
poderes para cassar mandatos eletivos e suspender direitos políticos até 15 de junho
de 1964, entre outros poderes discricionários.

31
10/04 - A sede da UNE é incendiada por participantes do movimento político
militar.
13/04 - O Diário Oficial publica decreto que extingue o mandato de todos os
membros do conselho diretor da Universidade de Brasília Ocorre uma invasão policial
e a intervenção na UnB.

Abril GPMI – Grupo Permanente de Mobilização Industrial – foi o primeiro de


uma série de instrumentos gerados para adaptar o poderio bélico das Forças
Armadas à nova doutrina de segurança.

13/06 - Criado o Serviço Nacional de Investigações (SNI).


27/10 - Declarada a extinção da União nacional dos Estudantes (UNE). 09/11
- Sancionada a Lei n. 4.464 (Lei Suplicy) proibindo atividades políticas estudantis. A
Lei Suplicy de Lacerda coloca na ilegalidade a UNE e as UEEs, que passam a atuar
na clandestinidade. Todas as instâncias da representação estudantil ficam
submetidas ao MEC.

1965
Ato Institucional Nº.2 extingue os partidos existentes, atribui à Justiça Militar o
julgamento de civis acusados de crimes contra a segurança nacional e confere ao

32
presidente da república poderes para cassar mandatos eletivos e suspender direitos
políticos até 15 de março de 1967, entre outros dispositivos.
Início: A UNE convoca um conselho para eleger, com mandato-tampão, o
presidente que a chefiará até o 27º Congresso, em julho. Alberto Abissâmara, de
tendências progressistas, é escolhido.
05/02 - Ato Institucional Nº 3 estabelece eleição indireta para governadores.
01/04 - No dia 1º, o Conselho Universitário, presidido pelo reitor Pedro Calmon,
dissolve a diretoria do CACO – Centro Acadêmico de Direito UFRJ. 12/04 - No dia 12,
agentes do Dops e a Polícia Militar impedem com violência uma reunião do CACO –
Centro Acadêmico de Direito UFRJ. As aulas são suspensas.
Agosto: Surgem os Diretórios Acadêmicos Livres.
23/09 - São feitas manifestações contra a Lei Suplicy, no Rio de Janeiro. 03/10
- O general Costa e Silva é eleito presidente da república pelo Congresso Nacional.
20/10 - O general Castelo Branco decreta o recesso do Congresso Nacional
até 22 de novembro em função da não aceitação de cassações.

1966
O período de 1966 a 1973 é o da ilegalidade da UNE.
Março: Uma passeata em Belo Horizonte contra o regime militar é brutalmente
reprimida. A violência desencadeia passeatas estudantis em outros estados.
28/07 a 02/08 - Mesmo na ilegalidade é realizado o XXVIII Congresso da UNE,
em Belo Horizonte, que marca a oposição da entidade ao Acordo MEC-Usaid. - O
congresso acontece no porão da Igreja de São Francisco de Assis. O mineiro José
Luís Moreira Guedes é eleito presidente da UNE. Setembro: As aulas na Faculdade
Nacional de Direito são suspensas e 178 estudantes paulistas são presos durante um
congresso realizado pela UNEUEE, em São Bernardo do Campo.
O General Castelo Branco cria o Movimento Universitário para o
Desenvolvimento Econômico e Social (Mudes).
14/09 - Alunos da Faculdade Nacional de Odontologia entram em greve de
protesto e colocam cartazes nas imediações da faculdade. Há choque entre os
estudantes e policiais do Dops.

33
18/09 - A UNE decreta greve geral.
22/09 - A UNE elege o dia 22 como o Dia Nacional de Luta contra a Ditadura.
23/09 - A polícia invade a Faculdade de Medicina da UFRJ e expulsa
estudantes com violência. O episódio ficou conhecido como o Massacre da Praia
Vermelha.

1967
24/01 - Promulgada a nova Constituição do Brasil.
11/03 - O general Castelo Branco edita nova Lei de Segurança Nacional.
15/03 - O general Costa e Silva é empossado na Presidência da República.
Agosto: É realizado o XXIX Congresso da UNE, em Valinhos (SP), na
clandestinidade. Luís Travassos é eleito presidente da entidade.

1968
28/03 - O estudante Edson Luís de Lima Souto é morto durante conflito com a
PM no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro (RJ).
29/03 - Marcha de 50 mil pessoas repudia o assassinato de Edson Luis de
Lima Souto.
29/03 - A UNE decreta greve geral dos estudantes.
30/03 - O ministro da Justiça, Gama e Silva, determina a repressão das
passeatas estudantis.
01/04 - Inúmeras passeatas estudantis irrompem em várias capitais brasileiras.
22/05 - Lei N. 5.439 estabelece responsabilidade criminal para menores de 18
anos envolvidos em ações contra a segurança nacional.
04/06 - Sessenta e oito cidades são declaradas áreas de segurança nacional
e, por isso, seus eleitores ficam impedidos de escolher pelo voto direto, os respectivos
prefeitos.
21/06 - Prisão de trezentas pessoas na Universidade federal do Rio de Janeiro.
As aulas são suspensas.
25/06 - O ministro da Justiça, Gama e Silva, proíbe passeatas e comícios -
relâmpago.

34
26/06 - Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro.
16/07 - Greve de Osasco (SP) inicia-se com a ocupação da Cobrasma. 29/08
- Invasão do campus da Universidade Federal de Minas Gerais por tropas federais.
30/08 - Invasão do campus da Universidade de Brasília por tropas policiais
resulta em violência.
02/10 - Invasão do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo (USP) pelo Comando de Caça aos
Comunistas e outros grupos.
Outubro: É realizado clandestinamente o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna
(SP).
12/10 - Prisão de estudantes em Ibiúna durante congresso da UNE. São presas
mais de 700 pessoas, entre elas as principais lideranças do movimento estudantil:
Luís Travassos (presidente eleito), Vladimir Palmeira, José Dirceu, Franklin Martins e
Jean Marc Von Der Weid.
13/12 - Ato Institucional Nº 5 torna perenes os poderes discricionários que
atribui ao presidente da República. O Congresso Nacional é posto em recesso.
Com o decretado AI-5. Centros cívicos substituem os grêmios estudantis.

1969
Início: A UNE tenta manter uma direção com a eleição de Jean Marc Von Der
Weid através dos Congressinhos Regionais.
26/02 - Decreto-Lei Nº 477 dispõe sobre infrações disciplinares praticadas por
professores, alunos, funcionários ou empregados de estabelecimentos de ensino.
Que penaliza professores, alunos e funcionários de estabelecimentos de ensino
público (até 1973, esse decreto atingiria 263 pessoas, a maioria estudantes).
16/05 - O Ato Institucional Nº 10, dentre outros efeitos, levaria centenas de
professores universitários à aposentadoria.
01/07 - Criação da Operação bandeirantes (Oban), embrião da polícia política
conhecida como “sistema Codi-Doi” que seria implantada em todo o país nos moldes
da Oban.

35
31/08 - Junta Militar, formada pelos ministros militares, assume o poder em
função da doença de Costa e Silva, impedindo a posse do vice-presidente da
República, que não concordara com o Ato Institucional Nº 5.
Setembro: O presidente da UNE, Jean Marc Von Der Weid, é preso.
05/09 - O Ato Institucional Nº 14 estabelece a pena de morte.
30/10 - Posse do general Emílio Garrastazu Médici na presidência da
República, já que fora caracterizada a incapacitação definitiva do general Costa e
Silva.

1970
Início: Com quase todas as lideranças presas ou exiladas, o movimento
estudantil realiza atos isolados, dentre eles uma missa pelo segundo aniversário da
morte de Edson Luís.
10/02 - Estabelecimento da censura prévia de livros e revistas pelo decretolei
Nº 1.077.
20/05 - Início das operações oficiais do CIE.
20/05 - Decreto Nº 66.608 cria o centro de Informações de Segurança da
Aeronáutica (Cisa).

1971
30/03 - Decreto Nº 68.447 reorganiza o Centro de Informações da Marinha
(Cenimar).
Setembro: Honestino Guimarães, vice de Jean Marc Von Der Weid, é efetivado
presidente da UNE, em micro congresso. 07/09 - Morte de Carlos Lamarca
Novembro: O governo passa a editar “decretos reservados”.

1972
Início: A AP passa a denominar-se Ação Popular Marxista-Leninista (APML).
O presidente da UNE, Honestino Guimarães, desaparece.
Março: Inaugurada a Escola Nacional de informações

36
12/04 - O Exército inicia o combate à guerrilha comandado pelo PC do B na
região do Araguaia.

1973
30/03 - Alexandre Vannucchi Leme, aluno da Universidade de São Paulo
(USP), é preso e morto pelos militares. A missa em sua memória, realizada em 30 de
março na Catedral da Sé, em São Paulo, é o primeiro grande movimento de massa
desde 1968.
14/09 - A Arena homologa o nome do general Ernesto Geisel como candidato
à presidência da república.
07/10 - Início de nova tentativa, pelo Exército, de combate à guerrilha do
Araguaia.
Dezembro: O Exército derrota a guerrilha do Araguaia.

1974
Início: O Colégio Eleitoral homologa o nome do general Ernesto Geisel para a
presidência da República.
É criado o Comitê de Defesa dos Presos Políticos na Universidade de São
Paulo (USP).

1975
30/01 - O ministro da justiça anuncia que continuam as atividades de repressão
ao comunismo e à subversão.
26/10 - Anunciada a morte do Jornalista Vladimir Herzog em dependências do
II Exército (SP)

37
1976
17/01- Morte do operário Manuel Fiel Filho em de pendências do II Exército
(SP). O general Geisel exonera o general Ednardo Dávila Melo do comando do II
Exército em função doas mortes de Vladimir Herzog e de Manuel Fiel Filho.
19/08 - Bombas explodem na ABI e na OAB.

1977
01/04 - Decretado o recesso do Congresso Nacional por 14 dias. Durante o
período, o gen. Geisel edita uma série de medidas conhecidas como “pacote de abril”.

1978
Maio: Greve dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo
15/10 - O colégio Eleitoral referenda o nome do general João Figueiredo para
presidente da república.

1979
01/01 - Extinção do AI-5.
15/03 - Posse do general João Baptista de Oliveira Figueiredo como
presidente.
28/08 - Decretada a anistia pelo governo Figueiredo.
29/11 - Fim do bipartidarismo

1980
27/08 - Carta-bomba explode na sede da OAB e mata a secretária Lydia
Monteiro. Desde janeiro diversas bombas explodiram ou foram encontradas no país.

1981

38
30/04 - Integrantes do DOI do I Exército explodem acidentalmente uma bomba
que planejam usar num atentado durante show de música no Rio Centro (RJ)

1982
15/11 - A oposição, em conjunto, conquista maioria na Câmara dos deputados.

1983
Inicia-se uma campanha pelas eleições diretas para a Presidência da
República.

1984
25/04 - A emenda constitucional restabelecendo as eleições diretas para
presidente da República é derrotada no Congresso Nacional.

1985
15/01 - Tancredo Neves e José Sarney vencem no Colégio Eleitoral a disputa
com Paulo Maluf pela Presidência da República.
15/03 - Posse do vice-presidente José Sarney na presidência da república em
função de doença de Tancredo Neves.
21/04 - Morte de Tancredo Neves.

1988
05/10 - Promulgada nova Constituição da República definida pelo Congresso
Nacional, mantendo no Título V e Capítulo I o estado de Defesa e do estado de Sítio,
com restrições aos direitos de reunião, sigilo de correspondência e de comunicação,
além de manter a proibição de sindicalização e greve aos militares.

2005
04/07 - Criado pelo Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC o
Memorial dos Direitos Humanos.

39
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