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A POLITICA EDUCACIONAL

BRASILEIRA NA DITADURA MILITAR :


OS ANOS DE CHUMBO
A Ditadura Militar brasileira foi um período que durou de 1964 a 1985 marcado por uma intensa
perseguição politica e repressão aos que eram contrários aos ideais militares. Foram
duas décadas de confronto entre forças políticas e sociais. Neste conflito ambos os lados, governo e
oposição, utilizaram todos os seus recursos: censura terrorismo, tortura e guerrilhas. Uma época
também de muitas mudanças em toda a sociedade brasileira, inclusive na educação.
Educação: mais uma vítima do regime militar no Brasil.
No ano de 1964 diante do problema do analfabetismo
(40% da população acima de 15 anos era analfabeta), dos
resultados do censo escolar, os especialistas em educação e
dos altos índices de reprovação nas primeiras séries da
educação fundamental, o Estado, sob o governo de
Humberto Castelo Branco (1964-1967), se viu obrigado a
demonstrar sua preocupação com a situação.
Em 1967, o governo anunciou o Programa de
Alimentação Escolar e a Campanha Nacional Escolar. Em
seguida, já no comando de Artur de Costa e Silva (1967-
1969), o governo anunciou a reforma administrativa no
ministério da Educação e a continuação das políticas de
treinamento de professores e administradores educacionais.
Educação: mais uma vítima do regime militar no Brasil.
No comando de Médici a Lei n°5.692/71 ou Lei de Diretrizes
e Bases da Educação de Primeiro e Segundo Graus chega a ser
finalmente aprovada, que renova uma nova era para educação e
promove um grande entusiasmo entre os educadores e as
inovações cientificas e tecnológicas que despertaram esperança
de mudanças. A duração da educação de primeiro grau foi
estendida para oito anos. E estabelece que o ensino secundário
ou 2° grau se tornasse profissionalizante. A implementação desta
lei foi um tarefa muito difícil para o Estado que com o tempo
acabou fracassando. Com o objetivo de legitimar o Estado,
métodos e planejamentos foram estabelecidos para organizar o
ensino fundamental, como por exemplo, o Plano setorial de
educação e cultura (1972 – 1974). Seus objetivos eram respeitar e
desenvolver uma educação humana voltada para o trabalho,
tendo em vista o crescimento econômico do país.
Educação: mais uma vítima do regime militar no Brasil.
Em suma, comparando com os períodos anteriores, o Regime Militar foi o mais longo, presenciou
anos de excepcional crescimento econômico e contou com recursos humanos altamente treinados, na
liderança da educação. Entretanto, a orientação política do governo durante a maior parte do período
teve forte influência no relacionamento do Estado com a educação fundamental e Universitária.
João Goulart (1919 - 1976)
No período em que Goulart governou o país – entre 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, e 1964
–, a principal proposta apresentada ao Congresso foram as chamadas Reformas de Base. As medidas
incluíam alterações estruturais em diversos setores – como a realização da Reforma Agrária – e
causaram desconfiança em alguns setores da sociedade, que o acusaram de flertar com o
comunismo em plena Guerra Fria. As consequências? A aproximação dos Estados Unidos dos grupos
econômicos e políticos que se opunham a Goulart e que, por fim, deram o Golpe em 1964.

Marechal Castello Branco (1897 - 1967)


Castello Branco foi eleito em 11 de abril, logo após o golpe. Era considerado um dos militares da
“linha branda”, composta por militares que pretendiam restabelecer a democracia após o primeiro
governo, e declarou ter a intenção de, ao final de seu governo, restaurar a Democracia, o que não
aconteceu. Foi sucedido pelo Marechal Costa e Silva, em 1967, que pertencia à chamada “linha dura
Marechal Arthur da Costa e Silva (1902 - 1969)
Criação do Ato Institucional nº 5 (AI-5) , aplicação de uma política econômica voltada
para o combate da inflação e expansão do comércio exterior, investimentos nos setores
de transporte e comunicações e por fim uma reforma administrativa.

Emílio Garrastazu Médici (1095 – 1985)


Repressão política; "Anos de Chumbo" - exílios, tortura, prisões, desaparecimento de
pessoas, combate aos movimentos sociais e censura. "Milagre Econômico" - forte
crescimento do PIB.
Ernesto Geisel (1907 - 1996)
Propôs a abertura política desde que fosse "lenta, gradual e segura“, aumentou o
mandato de presidente de 5 para 6 anos, criação do senador biônico, alta da inflação
e dívida externa, restauração do habeas corpus e fim do AI-5.

João Baptista Figueiredo (1918 – 1999)


Início da transição para o sistema democrático. Crise econômica, greves,
protestos sociais e restabelecimento das eleições diretas para governadores dos
estados.
A violência ...
Durante a ditadura, foi enorme a censura sob às
produções culturais que contrariavam as doutrinas
Ato Institucional nº1: Escrito em 1964. Com 11 artigos, dava ao governo
militares, uma evidência dos anos de repressão desse
militar o poder de alterar a constituição, cassar mandatos legislativos,
regime.
suspender direitos políticos por dez anos e demitir, colocar em
Usavam de Critérios políticos para realizar essas
disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que
ações.
tivesse atentado contra a segurança do país, entre outras determinações.
Aqui vemos alguns exemplos :
Ato Institucional nº2: Escrito em 1965. Com 33 artigos, instituiu eleição
indireta para presidente da República, dissolveu todos os partidos
políticos, reabriu o processo de punição aos adversários do regime,
estabeleceu que o presidente poderia decretar estado de sítio por 180
dias sem consultar o Congresso, entre outras determinações.

Ato Institucional n°5: É considerado o mais duro golpe na democracia e


deu poderes quase absolutos ao regime militar. Escrito em 1968. Este ato
incluía a proibição de manifestações de natureza política, além de vetar o
Ato Institucional n°13: Escrito em 1969. “habeas corpus” para crimes contra a segurança nacional. - Impunha a
Endureceu ainda mais o regime militar, censura prévia para jornais, revistas, livros, peças de teatro e músicas.
institucionalizando o banimento ou Concedia ao Presidente da Republica enormes poderes, tais como fechar
expulsão do Brasil de qualquer cidadão o Congresso Nacional, cassar mandatos parlamentares, entre outras
que fosse considerado inconveniente determinações.
para o regime.
A violência ...
Muitas pessoas se opuseram ao regime, e começaram a
se organizar em grupos que buscavam um governo popular.
Entretanto, a repressão que caiu sobre o país foi imensa;
estava extinta a liberdade de expressão.
A desobediência as regras do governo, podia resultar em
outras consequências como afastamento ou demissão de
funcionários
A violência que ocorreu na Ditadura Militar ainda nos é um
pouco oculta, mas todos sabem que essa foi uma época de
torturas, mortes, exílios, assassinatos e sequestros.
A mídia e meios de comunicação foram vedados
(censuradas).
Foram diversos os casos em que pessoas inocentes foram
mortas ou simplesmente desapareceram no período
Ditatorial. Aquela foi uma época de terror geral. Existiam até
centros clandestinos de tortura.

Em Contra Partida ... Foi uma época de muita Resistência e


de movimentos contra a Ditadura.
Movimentos Estudantis que pressionavam o governo não só
por conta da repressão, mas também em virtude da política
educacional do governo.
Atos violentos ...
Divino Maravilhoso
(Caetano Veloso – Gal Costa)

Atenção ao dobrar uma esquina Atenção


Uma alegria, atenção menina Tudo é perigoso
Você vem, quantos anos você tem? Tudo é divino maravilhoso
Atenção, precisa ter olhos firmes Atenção para o refrão
Pra este sol, para esta escuridão É preciso estar atento e forte
Atenção Não temos tempo de temer a
Tudo é perigoso morte
Tudo é divino maravilhoso Atenção para as janelas no alto
Atenção para o refrão Atenção ao pisar o asfalto, o
É preciso estar atento e forte mangue
Não temos tempo de temer a morte Atenção para o sangue sobre o
Atenção para a estrofe e pro refrão chão
Pro palavrão, para a palavra de ordem Atenção
Atenção para o samba exaltação Tudo é perigoso
Bibliografia :
 http://www.historiaemperspectiva.com/2014/04/sobre-educacao-desenvolvimentismo-e.html

 http://educacaointegral.org.br/noticias/educacao-mais-uma-vitima-regime-militar-brasil/

 http://revistaescola.abril.com.br/ditadura-militar/

 Livro : Aranha, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia. São Paulo: Moderna, 2005.

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