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Psicopatologias de acordo com as abordagens tradicional e funcional

Gina Nolêto Bueno 1


Letícia Guedes Nobrega
Maíra Ribeiro Magri
Lohanna Nolêto Bueno
Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Resumo

Este trabalho tem como objetivo investigar a forma de atuação e práticas clínicas desenvolvidas
pelas abordagens tradicional (biológica) e funcional (comportamental) no estudo das chamadas
psicopatologias. Uma ampla pesquisa em ambas as áreas foi realizada utilizando publicações
em veículos científicos. A psicopatologia é uma área do conhecimento que objetiva estudar os
estados psíquicos relacionados ao sofrimento mental. O tratamento feito por médicos psiquiatras
é estabelecido por meio dos diagnósticos por eles realizados e da utilização da farmacoterapia. Já
Skinner, influenciado por Darwin e seu modelo de seleção natural, coloca que os comportamentos,
inclusive os ditos patológicos, podem ser explicados pelo modelo de seleção por consequências,
ou seja, pelos efeitos que produzem no ambiente. Para a Análise do Comportamento é incorreto
rotular o comportamento como “doença” ou “psicopatológico”, dado que ele é uma ação emitida pelo
organismo na interação com o ambiente. Assim, este estudo descreve que enquanto a abordagem
tradicional trata as psicopatologias como doenças, a Análise do Comportamento busca a função
daquilo que nomeia como comportamento-problema e aplica um programa de intervenção que
busca o seu controle, por exemplo, através da instalação de classes de respostas alternativas.

Palavras-chave: psicopatologias, comportamento-problema, abordagem tradicional, abordagem funcional,


análise do comportamento aplicada.
Comportamento em Foco 4 | 2014

1 Contato: ginabuenopsi@gmail.com

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Psicopatologia é uma palavra composta por três radicais gregos: psychê, pathos e lógus. Psychê
tem o sentido de mente, alma, psiquismo; pathos de doença; e lógus de estudo, saber. Sendo assim,
o significado literal de psicopatologia é o estudo das doenças da alma ou patologia do psiquismo
(Cecarelli, 2005).
A classificação de doenças mentais é uma prática presente desde o século 5 a.C. na Grécia antiga.
Naquela época, Hipócrates utilizava palavras como histeria, mania e melancolia para caracterizar
algumas doenças mentais. A partir desse momento histórico, esses e outros termos passaram a fazer
parte do jargão médico (e. g., loucura circular, catatonia, hebefrenia, paranoia, dentre outros). E a
loucura, segundo Hipócrates, era uma consequência de uma desorganização orgânica no homem.
Logo, foi retirada qualquer influência divina da explicação da loucura. Contudo, foi com os estudos
de Emil Kraepelin que surgiu o primeiro sistema de classificação abrangente e de caráter científico
(Cecarelli, 2005; Matos, Matos & Matos, 2005).
Há décadas o diagnóstico de doenças mentais tem sido feito por meio de entrevistas clínicas que
buscam informações sobre (a) a identificação do paciente (e. g., nome, idade, gênero, ocupação,
dentre outros), (b) suas queixas (e.g., qual a queixa e sua duração), (c) a história da moléstia atual
(e. g., descrição cronológica dos sintomas apresentados), (d) os antecedentes psiquiátricos (e. g.,
diagnósticos, tratamentos, hospitalizações, medicamentação psiquiátrica), (e) antecedentes pessoais
(e. g., doenças médicas, cirurgias), (f) história social (e. g., história ocupacional, relacionamentos,
escolar, religiosa), (g) hábitos e dependência de substâncias (e. g., tabagismo, uso de álcool e outras
substâncias), (h) antecedentes familiares (e. g., transtornos mentais e doenças clínicas dos familiares),
(i) medicamentos (medicações com ou sem prescrição que o paciente faz ou fez uso), e (j) alergias (e.
g., agentes de reação alérgica) (Guarneiro, Alvarenga, Leite & Cordeiro, 2008).
A entrevista clínica depende da percepção do médico acerca do caso e do relato verbal dos
pacientes e de familiares destes. Assim, por ser baseado em relatos verbais e não em resultados
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laboratoriais, tampouco em exames físicos, como em outros tipos de patologias, nota-se que o
diagnóstico pode sofrer influência da interpretação de quem o faz. Para lidar com essa falta de
precisão no diagnóstico, as doenças mentais foram classificadas com critérios de avaliação (Cecarelli,
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2005; Matos, Matos & Matos, 2005).


Apesar de os critérios das categorias diagnósticas apresentarem certa confiabilidade, sua validade
tem sido questionada por conta da arbitrariedade com que são definidos e da baixa correlação com
a etiopatogenia dos transtornos mentais. Ainda assim, o modelo médico ampara-se no sistema de
classificação como auxílio para o diagnóstico de doenças mentais. Tendo em vista a necessidade
de ferramentas que auxiliem profissionais na tarefa de classificar patologias, manuais diagnósticos
foram criados e são, de tempos em tempos, atualizados, por exemplo, a Classificação Internacional
das Doenças (CID) e o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM) (Guarneiro
et al., 2008).

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Este estudo selecionou para análise o DSM, com base em dois critérios: (a) por ser um manual
específico de doenças mentais, e (b) por sua frequente utilização tanto nos Estados Unidos quanto
no Brasil (ainda que algumas entidades já tenham salientado sua decisão de não mais utilizá-lo
como referência).
A primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-I, com 132
páginas e 106 categorias de transtornos mentais foi publicada em 1952 pela Associação Americana
de Psiquiatria (APA). Desde então, novas edições foram publicadas: o DSM-II, em 1968, com 134
páginas e 182 categorias, o DSM-III, em 1980, com 494 páginas e 265 categorias, o DSM-III-R, em
1987, com 597 páginas e 292 categorias, o DSM-IV, em 1994, com 886 páginas e 292 categorias,
e o DSM-IV-TR, em 2002, com 880 páginas que constituiu-se apenas em uma revisão da edição
anterior, na qual tanto as categorias diagnósticas quanto a maioria dos critérios específicos para os
diagnósticos foram conservados.
Em 2013, o DSM-V, com 947 páginas, foi lançado sob a égide de inúmeras críticas, dentre as quais
ser um manual que criou doenças para estabelecer um consumo maior de medicações, dado que o
tratamento médico-psiquiátrico assim se pauta (APA, 2013; Kaplan, Sadock & Grebb, 1997; Matos,
Matos & Matos, 2005;).
A partir da análise da primeira edição do DSM fez-se saliente o termo reação, observado em cerca
de 40% das categorias. Depreende-se daí a suspeita de que, na década de 50, a doença mental foi
considerada como algo que surgia na vida do paciente e que poderia ser transitória. Ou seja, não
possuía causa biológica, mas estava ligada a problemas e a dificuldades da vida da pessoa. Outra
forte influência observada nessa edição foi a da psicanálise. Observa-se um grande número de
termos tipicamente psicanalíticos, como mecanismo de defesa, neurose, dentre outros (Burkle &
Martins, 2009).
Já no DSM-II verificou-se um aumento das categorias, - avançando para 76. A categoria deficiência
mental, por exemplo, que era dividida em apenas dois tipos no DSM-I (deficiência mental - familiar
ou hereditária - e deficiência mental - idiopática), passou a ser descrita como retardo mental,
compreendida por seis subtipos (retardo mental boderline, retardo mental leve, retardo mental
moderado, retardo mental grave, retardo mental profundo, e retardo mental não especificado).
Já o termo reação, muito utilizado na edição anterior, foi praticamente extinto. Com isso, supõe-
se que a ideia de que os transtornos poderiam ser passageiros e decorrentes de situações sofridas
pelo paciente perdeu força, dando lugar à ideia de que os transtornos são tipicamente biológicos e,
desse modo, sem cura. Ademais, observou-se também um aumento no uso de termos psicanalíticos
(Burkle & Martins, 2009).
As duas primeiras edições do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais sofreram
fortes críticas em função de não terem descrito detalhadamente os sintomas. Tal situação gerou
dificuldades para se classificar o que era patológico e o que não era. Assim, o DSM-III dedicou-se a
apresentação de uma classificação mais detalhada e com mais critérios a serem observados no ato do
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diagnóstico (Burkle & Martins, 2009).


Matos, Matos e Matos (2005) afirmam que o DSM-III foi um marco na psiquiatria moderna, uma
vez que nele novas categorias diagnósticas foram descritas (e. g., neurose de angústia foi subdividida
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em transtorno de pânico com e sem agorafobia e em transtorno de ansiedade generalizada). E ainda,


alguns termos antes utilizados foram substituídos (e. g., doença mental por transtorno mental) para
não suscitar questões etiológicas relacionadas com as causas.
A partir da terceira edição o DSM passou, também, a fazer uso da abordagem multiaxial para a
elaboração do diagnóstico. Desse momento em diante os diagnósticos passaram a ser submetidos
às classificações apresentadas nos cinco eixos propostos: Eixo 1 – síndromes clínicas, Eixo 2 –
transtornos da personalidade e do desenvolvimento, Eixo 3 – condições e transtornos físicos, Eixo
4 – gravidade dos estressores psicossociais e Eixo 5 – avaliação global do desenvolvimento (Burkle
& Martins, 2009).

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Outra característica da terceira edição foi a hierarquização dos diagnósticos, isto é, o paciente que
recebia um diagnóstico (e. g., de esquizofrenia) não poderia receber outro diagnóstico simultâneo
(e. g., de transtorno de pânico). Por essa perspectiva, a patologia mais grave era considerada
hierarquicamente superior ao outro quadro. Logo, a pessoa recebia apenas o diagnóstico da
patologia mais grave, ou seja, uma única patologia era utilizada para explicar todos os sintomas que
compunham o seu quadro clínico (Matos, Matos & Matos, 2005).
Contudo, no DSM-III-R essa hierarquia foi extinta e o diagnóstico de mais de uma patologia
passou a ser possível. Foi nesse momento que surgiu o termo comorbidade. O termo manteve-se no
DSM-IV, e tem se perpetuado desde então (Matos, Matos & Matos, 2005).
No DSM-III-R foram apresentadas mais 27 novas categorias de patologias. Notou-se também que
o diagnóstico de neurose, herdado da tradição psicanalítica, deixou de ser usado definitivamente.
Nessa edição também foi criado o apêndice Categorias Diagnósticas Propostas Necessitando Estudos
Adicionais. Tal seção demonstra que o DSM é um instrumento em contínua construção e que, por
isso, necessita sempre de investigações complementares que sirvam ao propósito de torna-lo mais
completo e preciso (Burkle & Martins, 2009).
O DSM-IV, apesar de apresentar 82 novas categorias, assemelha-se muito com as duas últimas
edições (Burkle & Martins, 2009). Uma das críticas direcionadas ao DSM-IV diz respeito à excessiva
fragmentação dos quadros clínicos. Pondera-se que a partir do referido fracionamento pacientes
passaram a receber vários diagnósticos, uma vez que os sintomas ultrapassam os limites rígidos
propostos pelo próprio manual. Deriva de tal constatação que a comorbidade passou a ser, quase
sempre, uma regra, quando, em verdade, deveria figurar como exceção (Matos, Matos & Matos, 2005).
Em 2002 foi publicado o texto revisado do DSM-IV – o DSM-IV-TR. Esse novo texto trouxe
poucas modificações em relação à sua edição anterior, não houve, portanto, novidades relacionadas
aos critérios diagnósticos e novas categorias. Questionada, a APA justificou ser aquela uma edição
com o propósito exclusivo de corrigir a defasagem de mais de 12 anos sem uma nova edição (Burkle
& Martins, 2009). Todavia, a instituição afirmou que a quinta edição do manual (DSM-V) seria
um compêndio com inovações, especialmente quanto aos critérios diagnósticos e à apresentação
de seus textos.
Cumprindo a promessa, observa-se que no DSM-V a APA promoveu mudanças significativas, por
exemplo, o englobamento dos diagnósticos de transtorno autista (autismo), transtorno de asperger,
transtorno desintegrativo da infância, transtorno de rett e transtorno invasivo do desenvolvimento
sem outra especificação foram todos englobados no DSM-5 em um único transtorno: transtorno do
espectro do autismo (APA, 2013).
Dentre as inúmeras alterações, destacam-se as estabelecidas nos critérios diagnósticos para o
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Foram acrescentados itens com o intuito
de facilitar o diagnóstico, por exemplo, a idade de início para sua descrição foi alterada. Em edições
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anteriores do manual, os sintomas de hiperatividade e desatenção deveriam causar prejuízos antes dos
7 anos, já no DSM-V esses sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos. No DSM-V passa a ser
permitida a comorbidade desse diagnóstico com o transtorno do espectro do autismo (APA, 2013).
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Os dados até aqui apresentados deixam claro que a proposta básica do diagnóstico médico-
psiquiátrico é ocorrer pela exclusão. Todavia, para o alcance dessa proposta, esse diagnóstico só se
daria depois de concluída a exclusão de toda e qualquer possibilidade de causa orgânica (Alvarenga,
Zanetti & Del Sant, 2008). Nesse sentido, exames físicos voltados a descartar qualquer possibilidade
de alteração orgânica seria uma condição sine qua non deste.
Guarniero et al. (2008) afirmam que “(...) o diagnóstico sofre influências da cultura e da
personalidade do médico (...). Isso quer dizer que não há uma fórmula correta para o diagnóstico
psiquiátrico, tampouco ‘precisão milimétrica’ do mesmo.” (p. 14, grifos dos autores). Porém, como
adverte Britto:

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(...) desequilíbrios neuroquímicos alegados, em suporte ao diagnóstico dos transtornos mentais, não são
observados em pacientes individuais para comprovar o que geralmente postulam (Britto, 2004b, 2012;
Wilder & Wong, 2007).

Na ausência de achados laboratoriais independente acerca dessas alterações, o diagnóstico oferecido


é baseado unicamente nos relatos verbais do indivíduo, que satisfazem os critérios estipulados pelo
DSM-IV-TR (APA, 2000/2002) para os diferentes transtornos. Por esse motivo, nenhum exame
laboratorial ou de técnicas de análise cerebral por imagens é usado para identificar se uma pessoa
é portadora ou não de um transtorno mental. Em outras palavras: o diagnóstico oferecido não é
submetido à verificação independente por meio de instrumentos laboratoriais (Britto, 2005, 2012;
Ross & Pam, 1995; Wilder & Wong, 2007).
A partir do diagnóstico médico-psiquiátrico estabelece-se o tratamento: realizado por meio
da prescrição de psicofármacos. Por essa perspectiva, psicofármacos são substâncias capazes de
alterar a atividade psíquica, gerando o alívio de sintomas e alterações tanto na percepção quanto
no pensamento. O que difere os psicofármacos dos demais fármacos é a necessidade de atravessar
a ‘barreira’ hematoencefálica para atingir os seus objetivos. Chaves, Demétrio e Alvarenga (2008)
salientam alguns fatores que podem interferir no efeito de um psicofármaco: (a) características
individuais (e. g., idade, sexo, peso, composição corpórea, alimentação, fatores genéticos), (b)
doenças (e. g., hepática, renal, cardíaca, infecções) e (c) padrão de uso (via de administração, dose,
ambiente em que o fármaco é usado, a hora do dia em que o medicamento é administrado, a interação
medicamentosa, o uso de álcool ou tabaco).
Tendo em vista os argumentos apresentados, é possível tecer algumas críticas à abordagem
tradicional. Como destacado por Britto (2012), a ausência de critérios claros que definam o que
seja o transtorno mental é dado mais que evidente. Para a autora, é possível observar influências
reducionistas do dualismo mente e corpo na visão tradicional, pois, para além de todas essas
limitações no diagnóstico dos transtornos mentais, logo, no tratamento das pessoas que recebem
tal diagnóstico, o que se impõe é que os “(...) transtornos mentais podem ser conceituados em
termos biológicos, haja vista que não existe nenhuma anormalidade laboratorial específica
associada a essa causalidade (...).” (Brito, 2012, p. 58). Britto (2012) adverte ainda que “(...) a visão
do comportamento como indício ou sintoma de transtorno mental predomina no contexto cultural
e no contexto científico.” (p. 58). Conclui-se, portanto, ser crítica essa visão, dado que o que aceita
como comprovação das alterações das respostas fisiológicas são conceitos bibliográficos e não
evidências apontadas por instrumentos laboratoriais.
Logo, a abordagem funcional está em oposição à visão tradicional. A abordagem funcional,
como salientam Bueno e Britto (2013, p. 39), “(...) se prima por investigar, sistematicamente, as
relações entre comportamentos-problema e eventos ambientais. Dessa forma, a proposta básica
da metodologia de análise funcional é identificar as variáveis controladoras e mantenedoras do
comportamento de interesse (...).”. Essa metodologia foi proposta por Iwata, Dorsey, Slifer, Bauman e
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Richman (1982/1994), quando estudaram, em ambiente natural, o comportamento de nove crianças


que emitiam o comportamento de autolesão, e que foram diagnosticadas como autistas e com atraso
no desenvolvimento. Os métodos empreendidos por essa metodologia incluem “(...) a avaliação das
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propriedades funcionais do comportamento-problema.” (p. 40).

Abordagem funcional

Se por várias décadas a psicopatologia vem sendo classificada como um conjunto de


comportamentos ou de classes comportamentais disfuncionais, prejudiciais e bizarros, tornou-
se necessário que o conceito de normalidade e a própria psicopatologia fossem repensados e
modificados, a fim de se adequar a produção científica proposta pelos analistas do comportamento
(Banaco, Zamignani, Martone, Vermes & Kovac, 2012).

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Segundo a abordagem funcional, a psicopatologia configura-se por problemas de comportamentos
apresentados pelos indivíduos, seja quanto ao seu excesso, seja quanto ao seu déficit. Dessa forma, o
que para abordagem tradicional é descrito como transtorno mental, para a abordagem funcional nada
mais é do que complexos comportamentos excessivos e/ou deficitários, geradores de consequências
aversivas tanto à pessoa que os emite, quanto ao ambiente com o qual interage (Bueno & Britto, 2013;
Martin & Pear, 2007/2009). Ou seja, os comportamentos que são descritos nos transtornos, sejam eles
deficitários ou excessivos, são respostas que estão ocorrendo com uma frequência e/ou intensidade
que causam prejuízo, desconforto etc. tanto àquele que se comporta quanto ao seu ambiente. Logo,
está em desalinho com a contingência ambiental com a qual interage (Banaco et. al., 2012; Martin &
Pear, 2007/2009).
Para os analistas do comportamento qualquer resposta é produto de uma seleção por consequência,
bem próxima à seleção natural proposta por Darwin. Desse modo, o comportamento que funciona
para alguém é bem mais provável de ocorrer do que aquele que não funciona. A partir dessa definição,
é destoante entender um comportamento-problema como sendo ocasionado por uma doença mental
(Banaco, et. al., 2012). Mais apropriado é entender os eventos antecedentes e consequentes que
controlam suas ocorrências. Como se observa, “(...) a abordagem analítico-comportamental deixa de
lado as descrições da visão tradicional, ao substituir a noção de causa por uma mudança na variável
independente, e a de efeito por uma mudança na variável dependente.” (Britto, 2012, p. 62).
Nesse sentido, e baseando-se na proposta behaviorista de J. B. Watson, que defendia que o
comportamento deveria ser objeto de estudo da psicologia como uma ciência natural, B. F. Skinner
desenvolve, a partir dos resultados de suas pesquisas, um novo campo do conhecimento científico
sobre o comportamento. Esse campo estabelece a construção de um modelo explicativo para o
comportamento: a Análise do Comportamento. A partir da investigação da variabilidade de respostas
reflexas e de relações operantes, Skinner fundou o behaviorismo radical, cuja proposta filosófica se
deu pelo monismo como visão de homem. Esse mesmo autor também recomendou o estudo e o
aprofundamento da abordagem em relação aos sentimentos e aos pensamentos por meio de uma
ciência do comportamento (Darwich & Tourinho, 2005).
Observa-se assim que, o estudo do comportamento, por esse campo do saber, requer como
condição sine qua non o estudo do organismo em suas relações, contexto no qual está a possibilidade
de se entender a função de um comportamento. Fora dessa metodologia, como adverte Skinner
(1953/2007), o máximo que se consegue é estabelecer um conceito, um nome, ou seja, usar palavras
para se falar daquilo que é observado quando o outro se comporta, momento em que se infere
características ligadas a isso (Catania, 1998/1999).
A definição acerca do objeto de estudo da Psicologia gera um grande embate quanto à designação
problemas de comportamento, bem como com sua compreensão. E essas dificuldades levam ao
comprometimento da análise, assim como das intervenções propostas para evitá-los ou mesmo
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extingui-los. É notório visualizar dois grupos distintos quanto ao entendimento e ao emprego


do termo problema de comportamento. O modelo denominado de médico, aborda esse termo e o
compreende a partir do que eles chamam de sintomas, ou seja, os indivíduos seriam acometidos
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por doenças que seriam classificadas por meio de sua sintomatologia. Já a abordagem funcionalista,
o entende e o avalia definindo-o como déficits ou excessos comportamentais (Bolsoni-Silva & Del
Prette, 2003; Martin & Pear, 2007/2009).
É relevante a evidência de que os comportamentos podem ser de dois tipos: respondentes ou
comportamentos reflexos, e operantes ou comportamentos controlados pelas consequências que
produzem. Os primeiros são eliciados em função de um estímulo, por exemplo, a visão de um
alimento como a carne (estímulo) frente a uma pessoa privada dela, pode provocar a salivação nesse
indivíduo (resposta). Esse repertório reflexo é de extrema importância na vida e na sobrevivência da
pessoa, e faz parte das capacidades inatas dela (de Rose, 1999).

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Entretanto, Skinner (1953/2007) salienta que uma parte importante dos comportamentos de um
indivíduo não é eliciada. São os comportamentos operantes que alteram o meio ambiente em que
a pessoa está, e a sua probabilidade de ocorrência é função de sua consequência, reforçadora ou
não. Bolsoni-Silva e Del Prette (2003) advertem que a história de aprendizagem de uma criança
favorece a seleção do seu responder. Se assim, essa história possibilita a compreensão de seus
padrões de comportamentos. Outro ponto importante, é que os problemas de comportamento são
mais frequentes quando há grande número de fatores de risco (e. g., ambiente familiar coercitivo,
disponibilização da atenção social para comportamentos indesejáveis ao contexto, ausência de
reforço aos comportamentos que o ambiente deseje sua frequência de ocorrência aumentada) para a
pessoa em questão, e quando esses fatores encontram-se combinados e/ou acumulados.
Utilizando-se desse conhecimento, Skinner (1953/2007) se pronunciou acerca da probabilidade de
ocorrência de um comportamento baseando-se tanto no condicionamento operante, como na seleção
evolutiva de características comportamentais, em função de ambos produzirem consequências que
alteram a probabilidade futura de sua ocorrência. Advertiu, inclusive, que os reflexos, assim como
outros padrões inatos de respostas, só evoluem por aumentarem a chance de sobrevivência da espécie.
Assim, os operantes apenas aumentam em sua frequência, se forem seguidos por consequências que
são favorecedoras à vida do indivíduo (Darwich & Tourinho, 2005).
Os estudos de Skinner (1953/2007) para a compreensão do comportamento em seu processo de
interação com o ambiente o encaminharam à construção da Análise do Comportamento, como
uma ciência natural, cujo objetivo é a descrição da função do comportamento humano, logo, o seu
controle para, posterior planejamento de sua modificação. Assim, o analista do comportamento deve
voltar sua atenção à condição em que determinada resposta ocorre, bem como as consequências que
esse responder produz (Skinner, 1974/2006).
O conhecimento da Análise do Comportamento começou a ser aplicado na clínica a partir de
experimentos realizados por Skinner, Solomon e Lindsley, em 1953, com pacientes psicóticos,
quando utilizaram técnicas operantes a fim de investigarem a modificação de comportamentos em
humanos (Bueno & Britto, 2013; Rutherford, 2003; Skinner, Solomon & Lindsley, 1954). Desse modo,
a Análise do Comportamento ofereceu uma proposta inovadora para a compreensão das demandas
clínicas, embasada em uma perspectiva científica externalista. Sua premissa destaca contrapor-se a
qualquer tipo de explicação metafísica para a compreensão dos comportamentos-problema (Banaco,
Zamignani & Meyer, 2010).
Nesse sentido, a Análise do Comportamento desvenda o caminho para a identificação e compreensão
dos agentes causadores e mantenedores dos comportamentos, inclusive dos comportamentos-
problema, a saber, a análise funcional (Bueno & Britto 2013; Neno, 2003; Skinner, 1953/2007).
A essência da análise funcional é identificar as interações entre os comportamentos-alvo e as variáveis
que os determinam, por meio de três perguntas básicas: O que acontece?, Em quais circunstâncias? e
G. N. Bueno . Nobrega . Magri . L. N. Bueno

Com quais consequências? (Fontaine & Ylieff, 1981, citados por Vandenberghe, 2002). Assim, para
a condução de um programa de intervenção, isto é, modificação comportamental, as estratégias
necessariamente requererão a manipulação das chamadas variáveis independentes (ambientais), as
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VI’s, seja para aumentar ou para reduzir a frequência de um determinado comportamento (variável
dependente, a VD).
Didden (2007) salienta que a partir das primeiras publicações sobre a metodologia de análise
funcional, há mais de 30 anos, tem-se observado a melhoria da qualidade de vida das pessoas,
especialmente daquelas que apresentam prejuízos comportamentais. Proposta por Iwata, et al.
(1982/1994), essa metodologia foi aplicada, inicialmente, no estudo do comportamento de autolesão
apresentado por crianças diagnosticadas com autismo e atraso no desenvolvimento. Bueno e Britto
(2013) salientam que sua proposta é:

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(...) identificar as variáveis controladoras e mantenedoras do comportamento de interesse e, então,
obter recursos apropriados para levantar hipóteses sobre a função desse tipo de comportamento,
quando será possível selecionar um tratamento adequado a essa função. Portanto, não é a topografia
comportamental o agente definidor do tratamento a ser selecionado e aplicado durante a intervenção.
Isso porque o comportamento-problema não deve ser conceitualizado como um sintoma de uma
característica patológica subjacente ou uma anomalia de fase do desenvolvimento, mas como uma
resposta relacionada às condições ambientais. (Bueno & Brito, 2013, p. 39)

Como advertem Iwata e Dorzier (2008), não se pode prescindir de eliminar a confusão
observada sobre essa metodologia: a distinção entre os métodos descritivos e experimentais por
ela operacionalizados (Bueno & Britto, 2013). Os primeiros referem-se à avaliação funcional, ou
métodos não experimentais que, de acordo com O’Neil et al. (1997), são procedimentos com os
quais se identificam os antecedentes e consequentes associados ao comportamento. Os segundos
dizem respeito a análise funcional experimental. Como o próprio nome destaca, implicam na
manipulação sistemática de condições ambientais a fim de se pesquisar os efeitos sobre as taxas de
comportamentos-problema (Bueno & Britto, 2013; Didden, 2007).
Desse modo, a Análise do Comportamento é uma abordagem funcional e não analisa os
comportamentos classificados como psicopatológicos por sua etiologia. Ao contrário, esse modelo
propõe a identificação das circunstâncias em que um comportamento pode ser observado, para que
sejam verificadas as consequências que o mantém. Portanto, a identificação das funções que esse
comportamento em questão apresenta, favorecerá o delineamento de um programa de intervenção
que alcance a sua modificação (Banaco, Zamignani & Meyer, 2010; Bueno & Britto, 2013).
A metodologia de análise funcional é o procedimento utilizado como recurso científico para
avaliação e descrição da função de um comportamento, além de ser uma ferramenta de manipulação
experimental das condições ambientais das quais o comportamento é função. Ao passo em que
viabiliza a identificação dos “propósitos” do comportamento, a análise funcional se faz central no
processo de modificação do comportamento. Então, se servem a algum propósito, “A aquisição
de um novo padrão de interação que leva ao mesmo resultado pode torná-los desnecessários.”
(Vandenberghe, 2002, p. 38). Vandenberghe (2002) considera que o uso desse modelo de avaliação
possibilita intervenções que estão intimamente ligadas à função operante do comportamento e,
desse modo, favorece ao analista do comportamento o uso de seu conhecimento acerca da análise
experimental do comportamento.
A descrição da função do responder de um indivíduo requer avaliar e reconhecer os três níveis
de determinação do comportamento: filogênese, ontogênese e cultura. O nível (a) filogenético diz
respeito à história da espécie (eu biológico), o (b) ontogenético à história de vida da pessoa (eu
individual), e o (c) cultural às regras sociais e condutas adquiridas a partir da interação com o outro
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[eu social] (Skinner, 1953/2007). Sturmey, Ward-Horner, Marroquin e Doran (2007) colocam que
para a determinação de qualquer repertório comportamental, tanto a evolução biológica quanto a
cultural têm sua importância, seja esse repertório considerado natural ou psicopatológico. Contudo,
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a descrição dessas variáveis não é tarefa fácil, requer a aplicação da metodologia de análise funcional.
As descobertas sobre o comportamento e suas variáveis de controle, assim como a aplicação de
teorias propostas pela filosofia behaviorista radical têm produzido um avanço mais sistematizado de
tecnologias para o avanço da assistência à população clínica a partir de meados da década de 1950.
Num primeiro momento as técnicas eram aplicadas, em sua maioria, em ambientes artificialmente
construídos, por exemplo, instituições psiquiátricas que tinham como público-alvo pessoas com
retardo mental, esquizofrenia, autismo e transtornos psicóticos em geral (Bueno & Britto, 2013; de-
Farias, 2010).

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Já nas décadas de 1960 e 1970, a partir da disseminação dos pressupostos da Análise do
Comportamento e sua aplicação no contexto da intervenção, surgiram o que foi denominado na
época de modificadores de comportamento, pessoas que se utilizavam das técnicas comportamentais
em programas terapêuticos. Essa proposta possuía três aspectos fundamentais: (a) aplicar o que era
proposto em laboratório de pesquisa básica também no contexto clínico, (b) atender à demanda
clínica com o mesmo rigor da produção do conhecimento científico, e (c) realizar atendimento
clínico a fim de produzir melhorias no repertório comportamental daqueles que eram atendidos
(Guedes, 1993).
Foram marcantes algumas características dos chamados modificadores de comportamento, por
exemplo: (a) ênfase nos determinantes históricos e atuais do comportamento, (b) a avaliação do
tratamento se dava por meio da modificação do comportamento manifesto, e essa modificação era
tida como critério de efetividade da intervenção, (c) possibilitar replicação de qualquer intervenção
e/ou tratamento, dado que as especificações eram objetivas, (d) ênfase na investigação básica em
Psicologia, tida como capaz de gerar hipóteses e técnicas terapêuticas eficazes, além de (e) garantir
a precisão nas definições e explicações, bem como na intervenção (Bueno & Britto, 2013; Martin &
Pear, 2007/2009; Skinner, 1953/2007).
Como salientam Martin e Pear (2007/2009), a definição adequada dos comportamentos-problema
é de extrema importância para a modificação do comportamento. Porém, isso não constitui tarefa
fácil, dada a dificuldade para a produção dessas definições, e quando feitas, muitas ocorrem com
falhas e acabam conduzindo a programas de intervenção ineficazes devido a não se pautarem em
definições funcionais, mas sim por estereotipias comportamentais (Bolsoni-Silva & Del Prette, 2003).
Como exposto, a Análise do Comportamento considera que o comportamento atual da pessoa está
em interação não apenas com a contingência em vigor, mas também com os efeitos da sua história.
Ao contrário da visão tradicional, substitui “(...) a noção de causa por uma mudança na variável
independente, e a de efeito por uma mudança na variável dependente.” (Brito, 2012, p. 12), dado que
o termo funcional foi sugerido por B. F. Skinner “(...) para se referir ao efeito de uma variável sobre a
outra, portanto, a ‘relações de causa e efeito’.”(Britto, 2012, p. 62, grifos da autora).

Considerações finais

Os analistas do comportamento consideram como inócuo e ineficaz o emprego de categorias


nosológicas, assim como são utilizadas pela medicina psiquiátrica, por considerarem os princípios
da aprendizagem como o recurso eficiente para se explicar um comportamento. Também não
consideram os princípios subjacentes como os causadores de comportamentos ditos normais ou
anormais. Dessa forma, o behaviorismo radical realiza a análise de casos particulares, individuais,
pois considera como relevantes as idiossincrasias da história de cada indivíduo.
G. N. Bueno . Nobrega . Magri . L. N. Bueno

Além disso, a história pessoal auxilia na correta avaliação comportamental e, como consequência,
na prescrição apropriada do procedimento para a mudança comportamental. Já em um sistema
classificatório, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais – DSM ou a Classificação
Comportamento em Foco 4 | 2014

Internacional de Doenças – CID, a história das pessoas é enquadrada em um conjunto de sintomas


e de rótulos, quando são considerados apenas os relatos verbais destes ou de seus familiares (Lopes,
Lopes & Lobato, 2006).
Conclui-se assim que o comportamento, mesmo que um comportamento-problema, de acordo com
a abordagem funcional, terá sempre função no contexto onde ocorre. Numa investigação pautada na
abordagem funcional, como advertem Britto, Bueno Elias e Marcon (2013, p. 39), “(...) para aquilo
que, convencionalmente, é chamado de psicopatologia. (...) o foco deve ser o contexto em que os
comportamentos-problema ocorrem, ou não, em suas relações com as variáveis ambientais.”. Porém,
essa tarefa é mais hercúlea do que descrever o comportamento como uma patologia. Ela requer

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esforços tecnologicamente complexos, empreendedorismo científico do analista do comportamento
e parceria com aquele que se comporta. Para a Análise do Comportamento é incorreto rotular o
comportamento como “doença” ou “psicopatologia”, dado que ele é uma ação emitida pelo organismo
na interação com o ambiente.
Este estudo conclui que, enquanto a abordagem tradicional descreve e trata as psicopatologias
como doenças, a Análise do Comportamento Aplicada, busca a função do que nomeia como
comportamento-problema e aplica um programa de intervenção que busca o seu controle, por
exemplo, através da instalação de classes de respostas alternativas a este. A abordagem funcional
explica o comportamento-problema a partir de sua funcionalidade, ou seja, admite-se que a
“psicopatologia” não passa de uma resposta que sofreu variação e foi selecionada, (teve sua
probabilidade de ocorrência futura alterada) em função das consequências que seguiram a ela.

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