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A psicologia em
instituições médicas
tendência do século XIX m anteve-se por algum tem po, dife
A renciando-se gradativam ente, sendo que as preocupações es
tritam ente psiquiátricas foram se delineando com m aior clareza e
delim itando m ais explicitam ente suas fronteiras com a Psicolo
gia. Tais fatos ocorreram ainda no interior da M edicina, mas já
caracterizada como especialidade psiquiátrica, particularm ente nas
instituições asilares e em seu correlatos, com o a M edicina Legal
ou a Higiene M ental. A principal evidência disso foi a criação de
laboratórios de Psicologia em diversas instituições psiquiátricas,
cuja produção foi principalm ente de natureza psicológica. O de
senvolvimento dos saberes psiquiátrico e psicológico e suas decor
rências práticas foram fatores fundam entais para que ambas as
áreas adquirissem contornos mais nítidos e, conseqüentem ente,
um a m aior delim itação entre si.
O país encontrava-se ainda na mesm a (e talvez pior) situação
que no século anterior, no que diz respeito às precárias condições
de saneam ento e saúde do povo brasileiro. Intelectuais e políticos
reclamavam da M edicina intervenções concretas por meio de um
projeto profilático, com a finalidade de erradicar, ou pelo menos
minimizar, as inúmeras doenças infecto-contagiosas que assolavam
o país. Esse movimento, no âmbito da M edicina Geral, estava inti
mamente relacionado à questão da Higiene que, nos anos iniciais
do século XX, estava revestido de ampla responsabilidade frente à
realidade. É no bojo de tais fatos que tanto o pensam ento psiquiátri
co quanto o psicológico encontraram fértil terreno para seus estu
dos e para a aplicação de seus conhecimentos por meio da Higiene
M ental, instância derivada da Higiene em sua expressão geral. As
ligas de Higiene M ental foram, assim, importantes fontes de produ
ção de pesquisa e de práticas relacionadas à Psicologia.
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Hospício do Juquery9
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11 Sobre isso, ver: PENNA, A. G. Apontamentos sobre as fontes e sobre algumas das figuras
mais expressivas da Psicologia na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, FGV, 1986.
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13 Eugenia, conceito criado por Galton, significa o estudo dos fatores responsáveis pela
elevação ou rebaixamento das características raciais, do ponto de vista físico e mental.
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14 CASTRO FILHO, B. Higiene Mental nas fábricas, apud CUNHA, M. C. P., obra citada.
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O Movimento Psiquiátrico de Recife % *' ^"vv
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Esse movimento erigiu-se sobre o alicerce representado pelas
idéias e ações de Ulysses Pernambucano, caminhando na contra
mão do pensam ento psiquiátrico corrente na época e contribuindo
significativamente para a Educação (que será especificamente abor
dada no próxim o capítulo).
Form ado na Faculdade de M edicina do Rio de Janeiro,
Pernambucano foi discípulo de Juliano M oreira; porém, sua prática
distanciou-se da Psiquiatria organicista preponderante nos meios
acadêmicos e institucionais de então. Nomeado, em 1924, diretor
do Hospital de Doenças Nervosas e M entais de Recife, aboliu os
calabouços^e as camisas-de-força, implantou a praxiterapia, criou o
Pavilhão de Observações, o Laboratório de Análises e o Pavilhão de
Hidroterapia, tendo também criado o sistema de “internato acadê
m ico” para os jovens médicos estagiarem.
Teve Pernambucano participação fundamental na implanta
ção da “Assistência a Psicopatas de Pernam buco”, assim composta:
serviços para doentes mentais não alienados, com ambulatório e
hospital aberto; serviços para doentes mentais alienados, com hos
pital para doentes agudos e colônia para doentes crônicos; M anicô
mio Judiciário; Serviço de Higiene M ental, com Serviço de Preven
ção das Doenças M entais e Instituto de Psicologia. Sobre o Serviço
de Higiene M ental, afirma João M arques de S á 15:
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16 Sobre isso, ver: FRY, P. Direito Positivo Direito Clássico: a psicologização do crime no
Brasil no pensamento de Heitor Carrilho, in: FIGUEIRA, S. A. (org.) Cultura da Psicaná
lise. São Paulo, Brasiliense, 1985.
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17 PESSOTTI, I. Dados para uma História a Psicologia no Brasil, in: Psicologia, ano 1, n° 1,
maio de 1975. Sobre esse assunto, ver também: LOURENÇO FILHO, M. B. A Psicologia no
Brasil, in: Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, v. 23, n° 3, setembro de 1971.
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