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Secretaria de Estado da Educação

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Roteiro de Atividades de História - EAD

Professor: Componente Curricular: Ano/Série:


Juliana Helena Silvano Orácio História 3ª série ano A - EM

Conteúdo: Ditaduras cívico-militares na Semana: Aulas Previstas:


América Latina. (Continuação da atividade 20/10/20 a 31/10/20 04 aulas
anterior)

Habilidades: Estabelecer as relações entre guerra Fria e os golpes militares na América Latina.

Para os estudantes:
Nesse roteiro de estudo você irá aprender sobre as características, diferenças e semelhanças dos regimes
ditatoriais em países da América Latina.

Para tanto, assista a vídeo aula transmitida pelo CMSP do dia 30/10/20, disponível
https://www.youtube.com/watch?v=tJmoD4VDbfI&t=122s

Assista a aula, leia os textos e responda.

ATIVIDADE:

1- Desenvolva a Pesquisa seguindo o roteiro:

ROTEIRO DE PESQUISA
 País: Brasil
 Período de vigência da ditadura.
 Ditadores
 Nú mero de mortos e desaparecidos.
 Grupos de resistência e estratégias utilizadas para combater a ditadura.
Quando falamos em governos militares no Brasil, referimo-nos aos 21 anos de vigência de
um regime ditatorial que teve início com a destituição do então presidente João Goulart e que
teve fim em 1985, quando houve a reabertura política. Durante esse período, o chefe do Poder
Executivo era escolhido via eleição indireta.
Nesse contexto, vale ressaltar que o mundo estava vivendo a Guerra Fria, que influenciou
diretamente os rumos políticos da época. Cada governo imprimiu uma característica distinta ao
regime, que teve três fases principais: “O disfarce legalista para a ditadura (1964-1968), Anos de
Terror de Estado (1969-1978) e Reabertura Política (1979-1985).
A posse de João Goulart (Jango), em 1961, na Presidência da República, ocorreu em meio a
uma série de crises políticas envolvendo o Exército e o principal adversário político de Jango, a
União Democrática Nacional (UDN), o que já prenunciava que o exercício do seu cargo não seria
nada fácil.
Vivendo uma forte inflação no começo dos anos 1960, Jango anunciou um plano de recuperação
econômica chamado de Plano Trienal, proposto por seu Ministro do Planejamento (Celso
Furtado), mas que não obteve êxito. Anunciou também as chamadas Reformas de Base, que
pretendiam realizar uma reforma educacional, urbana, tributária, bancária, eleitoral e agrária.
Essas reformas, no entanto, sofreram ampla oposição dos setores mais conservadores. O governo
de Jango passou a ser acusado por setores da sociedade, pela UDN e parte considerável do
Exército de estar promovendo um golpe comunista no Brasil.
Vale ressaltar ainda que o mundo vivia um clima de animosidade política por causa da Guerra Fria.
Diante desse cenário e com apoio direto dos Estados Unidos da América contra João Goulart, teve
início a articulação que resultou em 21 anos de ditadura no Brasil após um curto período
democrático, de 1946 a 1964, sucedido pela ditadura do Estado Novo.

No final de março de 1964, o movimento golpista já estava em marcha dentro do Exército. Após
tentativas frustradas de contê-la, Jango refugiou-se no Rio Grande do Sul, sua terra natal,
enquanto o Congresso preparava-se para votar o impedimento do presidente.
Vale ressaltar, mais uma vez, que os Estados Unidos da América apoiaram o golpe em uma
operação que ficou conhecida como Brother Sam, na qual a frota americana deslocou-se do
Caribe para o litoral brasileiro, prestando apoio logístico aos golpistas e, se necessário fosse, uma
intervenção direta.
Com esse quadro já estabelecido, no dia 2 de abril de 1964, o senador Auro Soares de Moura
Andrade, naquela ocasião Presidente do Congresso Nacional, decretou a vacância do cargo de
Presidente da República, embora Jango estivesse em território nacional.
Consolidado o golpe, assumiu um governo provisório, e João Goulart refugiou-se no Uruguai. É
importante ressaltar também que o Golpe de 1964 foi uma espécie de laboratório que geraria
uma série de golpes, também apoiados pelos americanos, em diversos outros países latino-
americanos.
Na esfera política internacional, o mundo vivia o clima da Guerra Fria, em que as duas principais
potências aliadas na Segunda Guerra Mundial (EUA e União Soviética) passaram a disputar poder
de influência em diversos países. Isso serviu de pretexto para políticas mais centralizadores,
sobretudo no caso da ditadura brasileira.
Ao longo do processo de consolidação dos militares no poder, intensificam-se as perseguições
políticas, torturas, desaparecimento de corpos assassinados pelo Estado, censura, sobretudo após
dezembro de 1968, quando houve a promulgação do Ato Institucional nº 5.
Ao mesmo tempo, foi um período de intensa produção artística no Brasil. Surgiram movimentos
históricos importantes, como o Cinema Novo, Cinema Marginal, Tropicália, Concretismo, entre
outros.
Outra característica, própria de regimes autoritários, era a falta de transparência do governo, ao
tentar omitir os problemas do regime. Por essa razão, houve ampla censura à imprensa. Jornalista
eram demitidos por desferirem críticas ao governo e alguns até foram assassinados – como o caso
do Vladimir Herzog.
É importante destacar que a maior parte dos setores das mídias apoiou o movimento golpista de
1964. Contudo, ao longo do arrefecimento do regime, esse apoio foi diluindo-se.
Do ponto de vista institucional, em 1967, surgiu uma nova Constituição, que colocou o Ministério
Público, aparelho fundamental na defesa dos direitos coletivos e combate à corrupção,
subordinado ao Poder Executivo, ou seja, aos militares, muito diferente do que ocorre hoje em
dia. Atualmente, com a Constituição de 1988, o Ministério Público é uma instituição
independente, tendo, inclusive, capítulo próprio na Carta Magna.
Embora entre os anos de 1969 e 1973, o Brasil tenha vivido o chamado Milagre Econômico,
durante a ditadura, os índices sociais tiveram uma regressão importante, como a concentração de
renda e, consequentemente, o aumento da desigualdade social.
Limitados pela Constituição vigente de 1946, os militares precisavam de instrumentos legais para
aplicação de suas ações políticas. Assim, surgiram os Atos Institucionais (AI), que estavam acima,
até mesmo, da Constituição. Entre os anos de 1964 e 1969, foram decretados, ao todo, 17 atos
institucionais.
O AI-2, por exemplo, instituiu a eleição indireta para presidente. O AI-4 convocou o Congresso
para a construção de uma nova Constituição, afinada com os ideais dos militares no poder.
Merece destaque o AI-5, editado em dezembro de 1968, durante a presidência de Artur da Costa
e Silva. O ato empregava ao Presidente da República o poder de suspender direitos políticos,
cassar mandatos, suspender o Congresso, entre outros. Esse ato, em especial, deu margem para
o endurecimento do regime, sendo considerado também o “golpe dentro do golpe”, uma vez que
teria sido arquitetado por movimentos específicos dentro das Forças Armadas.
Sequência dos presidentes do Brasil durante a ditadura (nenhum foi eleito diretamente por meio
das urnas)
Disfarce legalista (1964-1968)
- Ranieri Mazzilli (1964)
- Humberto Castelo Branco (1964-1967)
Anos de Terror (1969-1978)
- Artur da Costa e Silva (1967-1969)
- Pedro Aleixo (1969) – Impedido de tomar posse
- Junta Governativa Provisória (1969)
- Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)
- Ernesto Geisel (1974-1979)
Reabertura Política (1979-1978)
- João Figueiredo (1979-1985)

Os movimentos de resistência à ditadura militar no Brasil ocorreram desde manifestações


artísticas, muitas vezes lançando mão de alegorias para realizar críticas que não poderiam ser
feitas abertamente ao regime, a movimentos de enfrentamento mais direto, caracterizando
as lutas armadas, que se desenvolveram no Brasil sobretudo entre 1968 e 1972.
Nem todos os grupos possuíam os mesmos objetivos. Havia, inclusive, aqueles que eram liderados
por ex-militares, como Carlos Lamarca, um dos comandantes da Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR), fundada em 1966. Destacou-se também o ex-deputado, caçado pelo
regime, Carlos Marighella, que ajudou a fundar, no final de 1967, a Ação Libertadora Nacional,
também como tentativa de combate à ditadura.
Na arena estritamente política, era muito difícil fazer frente ao regime, sobretudo após 1968, com
a instituição do AI-5. O próprio partido de oposição “permitido” pelos militares, o MDP, possuía
sérias limitações no que diz respeito ao nível de atuação política.
Até o final de 1968, ano do AI-5, a tortura ainda não tinha se tornado praxe nos cárceres
brasileiros. "Ela já começava a ser praticada, mas não com a frequência do final dos anos 60 e
começo dos 70", diz o historiador Jorge Ferreira, da Universidade Federal Fluminense.
Entre 1964 e 1968, foram torturados e mortos 34 opositores do regime. Sabe-se até quem foi o
primeiro torturado: o líder comunista pernambucano Gregório Bezerra, que no dia 2 de abril foi
preso, arrastado pelas ruas de Recife, amarrado em um jipe e depois espancado por um oficial do
Exército com uma barra de ferro.
Os militares governaram o Brasil por 21 anos, de 1964 a 1985. Durante esse período, muitas
pessoas foram torturadas, assassinadas e também desapareceram. A Comissão Nacional da
Verdade, fundada em 2011 pela ex-presidenta Dilma Rousseff, foi criada no objetivo de investigar
as graves violações de direitos humanos ocorridas na época.
Em 2014, um relatório final foi divulgado listando o nome de pessoas que foram mortas ou
desaparecidas durante o regime. 191 assassinadas e 243 desaparecidas — ou seja, 434 pessoas no
total. Segundo a organização internacional não governamental de direitos humanos, a Human
Rights Watch, aproximadamente 20 mil pessoas foram torturadas no período brasileiro.
O documento consolidado pela Comissão da Verdade foi redigido por seis comissários que
afirmaram que os crimes cometidos no período, como assassinatos, a prática da tortura,
desaparecimentos políticos e ocultação de cadáveres foram "crimes contra a humanidade" e
alegaram que os atos fizeram parte de uma “política sistemática” que durou todos os anos da
ditadura. Os números, segundo o coordenador da Comissão, Pedro Dallari, ainda não são
definitivos e podem aumentar.
Nome: Gabriel Rufino 3ano A

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