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DITADURA MILITAR 1964 a 1985

Esse regime foi instaurado no poder de nosso país por meio de um golpe organizado tanto pelos
meios militares quanto pelos civis.
- Esse golpe, orquestrado não só por militares, mas também pelo grande empresariado do
Brasil, com o apoio dos Estados Unidos, visava à derrubada de João Goulart (vinculado ao PTB)
e do projeto trabalhista. Organizado a partir de 31 de março de 1964, e concluído por meio do
golpe parlamentar, que se deu em 2 de abril de 1964.
O saldo da ditadura foi de 434 entre mortos e desaparecidos, além da morte de milhares de
indígenas.

GOVERNO DE JANGO
-A posse de Jango aconteceu porque o então presidente Jânio Quadros renunciou à
presidência em agosto de 1961. Pela Constituição de 1946, o vice-presidente (Jango) deveria
assumir, mas militares e conservadores em geral não aceitavam a posse de Jango, o que
resultou na citada campanha da legalidade, a qual garantiu a posse de Jango.
-Após o risco de uma guerra civil, a solução encontrada foi permitir a posse de João Goulart
em um regime parlamentarista, isto é, com poderes políticos reduzidos. A partir de janeiro de
1963, o sistema presidencialista retornou ao Brasil, e Jango deu início a sua agenda reformista.
O projeto de reformas estruturais de seu governo ficou conhecido como Reformas de Base.
-As Reformas de Base organizavam reformas profundas em áreas essenciais do Brasil, tais
como as áreas de habitação, bancária, agrária, educacional etc. Dentro das Reformas de Base,
a única que foi amplamente debatida e que gerou grande desgaste para o governo de Jango foi
a reforma agrária, principalmente porque ela mexia com os interesses dos grandes
proprietários de terra.
-Com o golpe civil-militar que derrubou João Goulart, Ranieri Mazzilli foi nomeado presidente
provisório. No dia 9 de abril, foi emitido o Ato Institucional nº 1, dispositivo de lei que
estabelecia o aparato de repressão da ditadura. Humberto Castello Branco foi escolhido, em
eleição indireta, como o presidente da ditadura, que se estendeu por 21 anos.

PRESIDENTES MILITARES
- Ao longo dos 21 anos da Ditadura Militar, o nosso país possuiu cinco presidentes, todos
eleitos por meio de eleições indiretas. Os cinco presidentes militares foram:
 Humberto Castello Branco (1964-1967)
 Artur Costa e Silva (1967-1969)
 Emílio Gastarrazu Médici (1969-1974)
 Ernesto Geisel (1974-1979)
 João Figueiredo (1979-1985)
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
A ditadura ficou marcada tanto pelas prisões arbitrárias, cassações, expurgos, tortura,
execuções, desaparecimento de cadáveres e até mesmo por atentados com bombas; como
também foi marcada por ser um período de exceção, no qual todo tipo de arbitrariedade foi
cometido pelo governo em nome da “segurança nacional”
Repressão: O aparato de repressão da ditadura deu-se por meio de diversos mecanismos.
-O primeiro mecanismo foram os Atos Institucionais, o suporte jurídico que possibilitava aos
militares perseguir e aprisionar todos os que eram considerados opositores do regime.
Exemplificando, o AI-1 permitiu à ditadura aprisionar pessoas, indiscriminadamente, em locais
como navios e estádios de futebol, e a expurgar pessoas do serviço público.
- Por meio do AI-1, 4841 pessoas perderam seus direitos políticos, e 1313 militares foram
colocados na reserva. Além disso, dezenas de juízes foram expurgados, e 41 deputados tiveram
seus mandatos cassados. |1| Sindicatos, como a Liga Camponesa, e instituições estudantis, como
a UNE, também sofreram com a repressão governamental.
-Com o tempo, o direito da população de escolher seu presidente foi retirado por meio do AI-
2, decretado no final de 1965, e o AI-3 estabeleceu um sistema bipartidário no Brasil. Os dois
partidos que existiam era:
Aliança Renovadora Nacional (Arena): partido do regime;
Movimento Democrático Brasileiro (MDB): oposição consentida (ou seja, não toda e
qualquer oposição).
-O período 1964-68 é entendido por muitos como o período da “ditadura branda”, mas, na
verdade, esse período foi utilizado pela ditadura para criar o aparato de repressão. O aparato
jurídico da repressão dos militares teve seu auge durante o AI-5, decretado durante o governo de
Costa e Silva. Esse decreto ampliou os poderes dos militares e determinava o seguinte:
-O presidente teria direito a fechar o Congresso;
-O presidente poderia intervir nos estados e municípios se achasse necessário;
-O presidente poderia cassar políticos e demitir funcionários públicos;
-Suspendia-se o direito a habeas corpus para crimes contra a “segurança nacional” etc.

Tortura
A tortura também foi um dos mecanismos da repressão e do autoritarismo da Ditadura Militar.
A tortura era realizada, principalmente, contra opositores do regime, pessoas que, na ótica dos
militares, eram vistas como subversivas.
"A respeito da ditadura, as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling afirmam:
No Brasil, a prática da tortura política não foi fruto das ações incidentais de personalidades
desequilibradas, e nessa constatação residem o escândalo e a dor. Era uma máquina de matar
concebida para obedecer a uma lógica de combate: acabar com o inimigo antes que ele
adquirisse capacidade de luta. |4|"
-As formas de tortura realizadas pela ditadura foram inúmeras, e os métodos de tortura
utilizados pelos agentes do Exército e do governo foram ensinados pelo exército francês. Dentre
as formas de tortura, podem ser destacados as seguintes:
. Pau de arara: método no qual a pessoa era pendurada em uma barra de ferro, que passava
entre os punhos amarrados e as dobras dos joelhos. A vítima presa no pau de arara era colocada
sob outros métodos de tortura, como o uso de choques elétricos.
. Choques elétricos: eram dados por meio de fios que eram ligados ao corpo da pessoa. Os
locais mais atingidos durante as sessões de choque eram as partes íntimas, mas outras partes do
corpo também eram submetidas aos choques elétricos.
. Uso de animais: muitas vítimas eram colocadas em recintos junto de animais selvagens e
perigosos, como cobras.
>Algumas das vítimas:
-Carlos Alexandre Azevedo: como citado anteriormente, Carlos Alexandre tinha apenas um
ano e oito meses quando foi preso e encaminhado ao Departamento Estadual de Ordem Política
e Social (DEOPS), lugar no qual foi torturado na frente de seus pais, em janeiro de 1974. Na
ocasião, Carlos teve um dente quebrado e levou choques elétricos. Cresceu com problemas
psicológicos e fobia social, e, em 2013, cometeu suicídio.
-Maria Auxiliadora Lara Barcelos: foi presa em 1970, quando tinha 25 anos. Sofreu tortura
com palmatória e choques elétricos nos seios e vagina. Seus torturadores estupraram-na por
meio da simulação de atos sexuais e de carícias indevidas feitas em seu corpo. Exilada em 1971,
Maria Auxiliadora cometeu suicídio na Alemanha Ocidental.
-Inês Etienne Romeu: Inês tinha 29 anos quando sua prisão aconteceu, em 1971. Inês sofreu
torturas físicas e psicológicas, foi obrigada a ficar nua na frente de seus torturadores e foi
também estuprada.

Economia
A economia na ditadura teve fases distintas, cada qual com suas peculiaridades. No final do
período de 21 anos, a ditadura deixou um saldo de endividamento, inflação elevada e uma
grande desigualdade social. As distintas fases da política econômica, segundo o historiador
Marcos Napolitano, durante a ditadura foram |3|:
-Uma fase voltada para a contenção de gastos (Controle, moderação ou continência), da
qual se destacam desaquecimento do consumo e o arrocho do salário dos trabalhadores. Ocorreu
entre 1964-67.
-O período do “milagre econômico”, marcado por expansão do crédito, do consumo, pela
realização de grandes obras públicas e crescimento econômico notável e acelerado. Ocorreu
entre 1968-73.
-Continuidade da política desenvolvimentista do período do milagre, mas voltada para a
diversificação da matriz energética do país e o desenvolvimento de indústria de base, com
forte endividamento do governo. Ocorreu entre 1974-80.
-Tentativas de controlar os efeitos da crise combatendo a inflação e a dívida externa. Ocorreu
entre 1980-85.

Resistencia a Ditadura
Ao longo dos 21 anos de ditadura, diferentes formas de resistência foram organizadas na
sociedade brasileira. Primeiramente, é importante mencionar o papel das manifestações
populares que aconteceram entre 1964 e 1968.
-Como Rio de Janeiro, por exemplo, foi palco de manifestações gigantescas que sofreram dura
repressão da ditadura.
Aconteceram também demonstrações de resistências nos meios políticos, das quais duas
destacaram-se:
-Nos primeiros anos da ditadura, existiu a Frente Ampla, movimento político criado por
Carlos Lacerda — político conservador que apoiou o golpe, mas rompeu com o regime quando
a eleição presidencial de 1965 foi cancelada.
-Outra demonstração de resistência política deu-se em 1968, quando os deputados brasileiros
se recusaram a punir Márcio Moreira Alves, deputado que acusou o Exército de ser um
“valhacouto de torturadores”. A intensificação das oposições contra a ditadura foi uma das
justificativas usadas pelos militares para endurecer o regime por meio do AI-5.
Por fim, com o endurecimento do regime, a partir de 1968, uma nova forma de resistência à
ditadura surgiu no Brasil: a resistência armada:
-O grupo que se lançou à resistência armada era composto, em maioria, por membros da classe
média e estudantes que não concordavam com o autoritarismo do regime e que não viam outra
solução — já que o regime não os permitia manifestar-se pacificamente — senão lançar-se à
resistência armada.
-A resistência armada realizou uma série de ações, como atentados com bombas, como o
ocorrido contra a embaixada americana, em 1968. Houve, também, assaltos e sequestros
realizados por membros desses grupos como formas de luta contra a ditadura. Entre os nomes de
destaque da resistência armada estão Carlos Marighella e Carlos Lamarca.
-A repressão da ditadura contra esses grupos que atuavam no início da década de 1970 fez a
resistência armada praticamente desaparecer do país.
ABERTURA DEMOCRATICA
. A partir do final da década de 1970, a ditadura começou a caminhar para uma abertura, mas
se, à primeira vista, essa abertura parecia ser uma democratização da ditadura, ela era, na
realidade, uma abertura controlada que buscava manter os governos alinhados aos interesses
do Exército sem a necessidade de se ter presidentes militares.
. Esse processo, no entanto, falhou drasticamente, uma vez que as forças de resistência contra a
ditadura ganharam nova vida e anteciparam o fim da Ditadura Militar no Brasil.
. O fortalecimento das oposições e o descontentamento popular com a grave crise, que atingiu a
economia brasileira a partir da década de 1980, fizeram com o projeto de abertura controlada da
ditadura fracassasse.
A partir de 1979, uma série de medidas foi tomada no sentido de promover maior abertura da
política brasileira. Foi decretada a anistia, lei que permitia a todos os exilados retornarem ao
Brasil e perdoava todos os crimes cometidos durante a ditadura. Houve também o retorno do
pluripartidarismo, que levou ao surgimento de novos partidos no Brasil. Os partidos que
surgiram foram:
-Partido Democrático Social (PDS) — conversão do Arena;
-Partido dos Trabalhadores (PT);
-Partido Democrático Trabalhista (PDT);
-Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
-Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) — conversão do MDB;
Outra medida notável desse processo de abertura controlada foi a revogação do Ato
Institucional nº 5, que aconteceu em 1979. Na década de 1980, o último presidente da ditadura,
João Figueiredo, fracassou no projeto dos militares de realizar a abertura controlada. A
mobilização popular, aliada com a mobilização política, fez com que a ditadura terminasse.
A transição para a democracia no Brasil, por sua vez, ficou marcada pela cautela. Essa transição
foi realizada de maneira conservadora, e isso é perceptível pelo fato de o primeiro presidente
civil, após 21 anos de ditadura, ter sido escolhido por eleição indireta, já que a Emenda das
Diretas Já tinha sido derrotada. Até hoje, os agentes do governo que cometeram crimes e todo
tipo de violação contra os Direitos Humanos não foram julgados e condenados. Isso se atribui-
se, principalmente, à Lei da Anistia, que perdoou os crimes cometidos pelos agentes na ditadura.

QUARTA REPÚBLICA, república populista


A Quarta República, também conhecida como República Populista, foi um período da história
brasileira iniciado em 1946, com a posse de Eurico Gaspar Dutra, e finalizado em 1964, com o
Golpe Civil-Militar que marcou o início da Ditadura Militar no Brasil. A República Populista foi
marcada por intensas tensões políticas e pela política desenvolvimentista do Brasil.
Ao longo dessa fase, o Brasil foi presidido por nove presidentes, entre os quais cinco foram
eleitos em eleição presidencial (incluindo João Goulart, vice de Jânio).
Com o fim do Estado Novo, estabeleceu-se uma democracia liberal no Brasil, a qual
expressava os valores de grupo, como bem evidenciou a Constituição de 1946. Esse período
ficou marcado por fortes tensões políticas, sobretudo na disputa travada entre PTB/PSD e UDN,
e por altas taxas de crescimento da economia.
- Quatro eleições presidenciais diretas (ou seja, período de redemocratização);
- Aumento da industrialização nacional para reduzir a dependência de produtos
manufaturados;
- Urbanização acelerada tendo em vista as novas demandas de trabalhos nas cidades. O
Sudeste foi a região que mais se urbanizou a partir dos anos de 1940;
- Marca negativa da urbanização pela falta de planejamento é surgimento de favelas,
habitações precárias e com baixas condições que poluíam o solo e o ar;

PRESIDENTES DA QUARTA REPÚBLICA


O Brasil possuiu uma série de presidentes ao longo do período da Quarta República, no qual
aconteceram quatro eleições presidenciais: em 1945, 1950, 1955 e 1960.
-Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), do partido PSD (partido social democrático) e do PTB
(partido trabalhista brasileiro). Promulgação em 1946 da nova Constituição (para fortalecer a
democracia); garantiu ao cidadão a liberdade religiosa política e filosófica; Abertura de mercado
interno para produtos estrangeiros (medida econômica liberal), portanto houve o aumento de
dívida externa; plano salte foi criado para contornar a crise econômica com investimentos na
área da saúde alimentação transporte e energia, porém não conseguiu financiamentos
necessários e poucos projetos saíram do papel.
-Getúlio Vargas (1951-1954), do PTB; Vargas era muito criticado pela política de intervenção
estatal que retirava investimentos estrangeiros de áreas consideradas importantes para grandes
grupos corporativos; governo iniciado em plena crise política e de desenvolvimento econômico
do Brasil. Duas linhas eram debatidas nessa época uma que defendiam a autuação de empresas
estatais em setores estratégicos da economia limitando a influências do capital estrangeiro. A
outra linha acreditavam que o desenvolvimento deveria ser realizado com capital estrangeiro e
uma intervenção mínima do estado; plano de reaparelhamento econômico- plano Lafer, a meta
era criar novas estatais para exploração de recursos naturais; inclinação de Vargas para a política
nacionalista; em 1953 criada a estatal Petrobrás; em 1953 houveram duas manifestações que
demonstraram que Vargas estava perdendo o apoio da classe trabalhadora urbana: A marcha das
panelas vazias e a segunda que foi A greve dos 300 mil; 24 do 8 de 1954 Vargas se suicidou.
-Café Filho (1954-1955) vice-presidente de Vargas que rompeu com o mesmo em 54 antes do
suicídio de Vargas, dois meses na presidência.
-Carlos Luz (1955) presidente da câmara dos deputados, após a saída de café filho tentou dar
um golpe de estado e governou por um mês sendo derrotado por setores militares, essa situação
ficou conhecida como movimento dia 11 de novembro.
-Nereu Ramos (1955-1956) vice-presidente do senado, que ficou governando em regime de
estado de sítio (medida provisória que determina que direitos e garantias dos cidadãos são
suspensos temporariamente e os poderes legislativos e judiciais ficam ao executivo
-Juscelino Kubitschek (1956-1961) promessa 50 anos em 5, após tomar posse pediu fim do
estado de sítio e aboliu a censura à imprensa. Lançou o plano de metas que agrupava 30 metas
agrupadas em 5 setores da economia: energia, transporte, indústria de base, educação e
alimentação. Sendo que na última hora foi incluída 31 meta para a transferência da capital
federal; o plano que mais foi favorecido foi o plano industrial que cresceu mais de 80% entre 56
e 61; em 60 foi construída Brasília e rio de janeiro deixou de ser a capital do brasil; ampliação
de cultura de massa (comunicação em massa para atingir o maior número possível de
consumidores); endividamento do brasil e controle estrangeiro em diversos setores da economia
nacional.
-Jânio Quadro (1961) principal discurso combate à inflação corrupção e redução dos gastos do
governo. Jânio não possuía articulação política e passou a ter atritos com UDN, Jânio retomou
contatos com a união soviética e depois um pouco mais que seis meses apresentou sua denúncia
-João Goulart (1961-1964) foi vice do Juscelino e no final da quarta república

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