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NOME DO

ALUNO:__________________________________________TURMA:_______
_____ HISTÓRIA
CONTEÚDOS ESSENCIAIS: DITADURA MILITAR E O PROCESSO DE
REDEMOCRATIZAÇÃO
OBJETIVOS: Identificar as principais características dos governos militares. •
Perceber que, apesar da repressão, muitos grupos sociais brasileiros se
manifestaram contra o governo militar. • Compreender o papel dos povos indígenas
e quilombolas no movimento por defesa de direitos e resistência à ditadura civil-
militar. Conhecer as manifestações culturais na ditadura: canções de protesto e a
música enquanto um documento histórico; analisar os principais aspectos da
redemocratização no Brasil.

Meus queridos, nessa aula iremos estudar sobre a Ditadura Militar no Brasil. Em
1964, apoiados por civis, os militares aplicaram um golpe de Estado e tomaram o
poder no Brasil. Eles implantaram uma ditadura que se estendeu por mais de 20
anos. Nesse período, os brasileiros viveram sob o autoritarismo, e os opositores do
regime sofreram violenta repressão. Mesmo assim, muitas pessoas fizeram
oposição à ditadura e lutaram de diversas maneiras pela liberdade.

Link Ditadura Militar: https://www.youtube.com/watch?v=HGrq8Eit31E


Link sobre a redemocratização do Brasil: https://www.youtube.com/watch?
v=pFl4Kdwf2a0
Vou disponibilizar meu número de WhatsApp para tirarem dúvidas sobre a matéria:
(14) 99140 2611

Os militares no poder
Na manhã de 1o de abril de 1964, cidadãos das principais cidades do país
acordaram com o barulho da movimentação de tropas do Exército, pois havia um
golpe civil-militar em andamento, que tinha como objetivo depor o presidente João
Goulart.
A justificativa dos golpistas era a necessidade de garantir a ordem interna no
país. Os golpistas contavam com o apoio de uma parte da sociedade brasileira,
formada por latifundiários, grandes industriais e banqueiros, além de parte da classe
média.
Esses grupos sentiam-se ameaçados pelos “agentes de Moscou”, supostos
comunistas que pretendiam transformar o Brasil em um país socialista.

A implantação da ditadura
Após o golpe, a cúpula das Forças Armadas assumiu as funções de governo,
contando com o auxílio de uma parcela da população civil, com a qual dividiu parte do
poder e dos privilégios. Os militares garantiam o controle social por meio do
autoritarismo e da repressão policial.
O regime instaurado agia de modo arbitrário, limitando a liberdade de
expressão e também o exercício dos plenos direitos dos cidadãos. Nessa época, uma
das principais estratégias do governo para se manter no poder e para conter o avanço
da oposição foi a manipulação da imprensa e dos meios de comunicação.
Assim, nos meios de comunicação, só eram veiculadas mensagens que
estivessem de acordo com as políticas e os interesses do regime civil-militar. Aquilo
que não fosse conveniente à manutenção da ditadura era censurado.

O regime militar
Após o golpe, os militares tomaram uma série de medidas autoritárias a fim de
exercer o controle sobre a população e centralizar as decisões políticas. Entre essas
medidas estavam os Atos Institucionais. Ao longo da ditadura, foram promulgados
17 Atos Institucionais que estabeleceram, por exemplo, eleições indiretas para
presidente e governadores, além de suspenderem os direitos civis das pessoas
consideradas inimigas políticas do regime.
Depois da promulgação do AI-2, em outubro de 1965, todos os partidos foram
extintos e foram criados outros dois: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que
era um partido alinhado ao regime militar; e o Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), que fazia oposição ao governo e defendia a redemocratização, mas que sofria
com as restrições impostas pela ditadura.
As perseguições, o exílio e a censura fizeram parte do cotidiano brasileiro
durante o regime civilmilitar e limitaram a participação da sociedade na vida política
do país.

O Ato Institucional nº 5
O AI-5 foi uma das medidas mais duras do período e
concedeu plenos poderes ao presidente, que fechou o Congresso
Nacional, as Assembleias Nacionais e as Câmaras de
Vereadores.
Além disso, o presidente podia cassar mandatos e nomear
interventores. Com a aprovação do decreto, os cidadãos
perderam totalmente seus direitos. Muitas pessoas foram
perseguidas e presas de modo arbitrário no período do AI-5 por
serem consideradas inimigas do governo.
O decreto marcou a vitória da chamada “linha dura” do
Exército, que defendia uma maior repressão aos inimigos do
regime militar.

A Doutrina de Segurança Nacional


A base ideológica da política autoritária
instituída pelos militares se apoiava na Doutrina de
Segurança Nacional.
Elaborada pelos militares da Escola Superior de Guerra (ESG) no início da
década de 1960, essa doutrina tinha como objetivo identificar e eliminar as pessoas
consideradas contrárias ao regime, como os comunistas, os socialistas e todos os que
tivessem ideias opostas às dos militares e demais defensores do regime. Essa
doutrina serviu como justificativa para as ações repressoras do governo contra
aquelas pessoas consideradas perigosas à ordem social.
A prática da delação
Durante a ditadura civil-militar foram criados vários órgãos que visavam
identificar e perseguir indivíduos acusados de subversão. Em nome da “segurança
nacional”, órgãos como o Serviço Nacional de Informações (SNI), o Departamento de
Operações Internas (DOI) e o Centro de Operações e Defesa Interna (CODI) tinham a
função de controlar as informações que circulavam no país e de desarticular as
organizações consideradas subversivas, localizando e prendendo seus militantes.
Muitas pessoas que faziam oposição ao regime foram perseguidas por esses
órgãos: políticos, estudantes, trabalhadores, artistas e escritores, que podiam ser
presos, torturados ou exilados. Muitos opositores ao regime militar acabaram fugindo
do país, pois corriam grande risco de serem assassinados.
Durante a ditadura, as delações de inimigos do regime eram incentivadas pelo
governo, o que criou um clima de desconfiança generalizada entre os brasileiros.

Endurecimento do regime
Além da violência institucionalizada pela ditadura civil-militar, como a censura,
as prisões e o exílio, havia também práticas de repressão e tortura não oficializadas.
A promulgação do AI-5 dava respaldo a essas práticas, permitindo prisões arbitrárias
e violentas, sem direito a defesa.
Os torturadores agiam conforme a orientação de seus superiores e se
aproveitavam da impunidade para praticar os mais terríveis métodos de repressão e
violência, sistematizados pela ditadura, contra os inimigos do regime. Muitas pessoas
morreram ou sofreram danos irreversíveis ao serem submetidas à tortura, utilizada
nos interrogatórios ou como punição por crimes contra a ordem.

A censura
As proibições impostas pela censura também faziam parte da Doutrina de
Segurança Nacional. A censura foi instaurada oficialmente pelo Decreto-Lei no 1 077,
de janeiro de 1970. De acordo com esse decreto, ficava proibida a divulgação de
obras com conteúdo considerados subversivos e que colocassem em risco a
“segurança nacional”.
Na prática, a censura já era exercida desde 1967, quando foi criada a Lei de
Imprensa, porém, ao longo dos anos, a censura atingiu todos os meios de
comunicação.
Programas de televisão e de rádio, jornais, revistas, livros, letras de música,
peças de teatro, filmes, enfim, quase toda a produção cultural e intelectual brasileira e
estrangeira que desejasse entrar no Brasil tinha que passar pela censura. Conteúdos
que criticassem ou transmitissem uma visão negativa do regime, alinhados ou não
com a ideologia comunista, eram considerados impatrióticos e, então, censurados.
Redações de jornal, bancas de revistas, livrarias e editoras foram fechadas e muitas
vezes se
tornaram alvo de violentos ataques dos militares.

O poder da propaganda
Ao mesmo tempo que proibia a circulação de informações e ideias
consideradas impatrióticas, o governo divulgava massivamente a sua própria
ideologia por meio da propaganda nos meios de comunicação e de instituições
educacionais.
Lemas como “Brasil, ame-o ou deixe-o” ou “Ninguém mais segura este país”
buscava transmitir ideais nacionalistas e desenvolvimentistas, valorizando o país e
promovendo uma imagem positiva do governo.
Nas escolas, a partir de 1969, o ensino de Educação Moral e Cívica se tornou
obrigatório em todos os níveis. Nessa disciplina os alunos aprendiam conceitos e
valores alinhados à ideologia da ditadura civilmilitar.

O Movimento Estudantil
Representado principalmente pela União Nacional dos Estudantes (UNE), o
Movimento Estudantil desempenhou um importante papel na luta contra a ditadura no
Brasil. Seus membros organizaram vários Centros de Cultura Popular (CPCs) e
implantaram o programa UNE-volante, que passou a divulgar propostas a favor de
uma cultura nacional revolucionária, popular e democrática. Alguns estudantes, por
outro lado, se engajavam em movimentos de direita, como o Comando de Caça aos
Comunistas (CCC), o que demonstra que, assim como a população civil em geral, os
interesses estudantis não eram homogêneos.
O Movimento Estudantil avançou como vanguarda dos protestos de resistência e de
contestação, até o decreto do AI-5. Depois disso, em consequência da violenta
repressão e perseguição aos seus líderes, o movimento se desestruturou e perdeu
grande parte da sua capacidade de mobilização.

As guerrilhas
Durante o governo Médici, entre 1969 e 1974, o regime ditatorial se
caracterizou pela violenta repressão aos seus opositores, pela forte censura aos
meios de comunicação e pelo rígido controle da sociedade. Nesse contexto, as
guerrilhas tornaram-se uma estratégia de resistência ao regime.
Focos de resistência popular armada começaram a se formar tanto em áreas
urbanas como em áreas rurais. Muitos estudantes, operários e camponeses ligados à
esquerda política se engajaram em organizações guerrilheiras como a Ação
Libertadora Nacional (ALN), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e o
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).
Uma das primeiras organizações guerrilheiras a entrar em atividade foi a ALN,
criada em 1967 sob liderança de Carlos Marighella, militante de esquerda e ex-
membro do PCB. Depois, surgiram outras organizações inspiradas na iniciativa de
Marighella.
Embora houvesse vários grupos com estratégias e ideologias diferentes,
geralmente eles se organizavam em duas frentes: os grupos de ação, em que
atuavam os guerrilheiros que sabiam atirar, usar e fabricar explosivos, planejar e
praticar assaltos e sequestros; e os grupos de apoio, que produziam documentos
falsos e material de propaganda, roubavam veículos para utilizar nas ações,
estocavam armas, munição e dinheiro, além de abrigar guerrilheiros dos grupos de
ação em suas casas, quando fosse necessário.

A resistência indígena e quilombola


O governo ditatorial incentivou e financiou políticas de expansão territorial e
desenvolvimento econômico no interior do país. Para isso, empreendeu obras de
construção de rodovias e de usinas hidrelétricas. Além disso, autorizou a exploração
de terras por empresas de mineração e o desmatamento para o desenvolvimento da
agropecuária.
Entretanto, muitas dessas ações foram realizadas sem nenhuma preocupação
com a população que vivia nos territórios afetados, como os povos indígenas e as
comunidades quilombolas. Esses povos foram amplamente prejudicados com essas
políticas expansionistas, sofrendo diversos tipos de violência.
No final da década de 1970, por exemplo, a construção de uma barragem no
estado da Bahia alagou uma vasta área de territórios quilombolas das comunidades
de Barra, Bananal e Riacho de Pedras, no município de Rio de Contas. Os
alagamentos causaram uma situação de miséria nessas comunidades, que não
receberam qualquer tipo de indenização ou suporte do governo militar pela perda de
suas terras.
Em meio ao processo de desenvolvimento econômico promovido pelo
governo, houve também ocupação irregular de terras indígenas. Muitos povos foram
expulsos de seus territórios e houve perseguição, prisão, tortura e morte de lideranças
indígenas que reivindicavam os direitos de sua população.
Em 1980, como maneira de resistir à violência praticada pelo Estado e seus
aliados, lideranças indígenas fundaram a União das Nações Indígenas (UNI), uma
organização de caráter nacional comandada por indígenas com o objetivo de
defender os direitos desses povos.

O “milagre econômico” brasileiro


O plano econômico adotado pelo governo ditatorial baseava-se na entrada de
capitais estrangeiros e na instalação de indústrias no Brasil. Para isso, foram feitos
grandes investimentos na construção e modernização de portos e rodovias. Por outro
lado, o governo tentava aumentar o volume de exportações e, para isso, procurava
conter o crescimento do consumo interno mantendo os salários baixos.
Para estimular a entrada de capitais estrangeiros, o governo alterou a lei que
restringia o envio de lucros para o exterior. Desse modo, as empresas multinacionais
tinham certeza de que o lucro sobre o capital investido no Brasil retornaria às suas
matrizes no exterior.

O crescimento econômico
A nova política econômica permitiu ao país receber várias indústrias
multinacionais, principalmente estadunidenses, elevando a produção de bens de
consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos.
Parte dos empréstimos estrangeiros era utilizada na construção de grandes
obras de infraestrutura, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu e a Rodovia
Transamazônica, com mais de dois mil quilômetros de extensão no meio da floresta
Amazônica. Em sua propaganda, o governo apresentava essas obras como
demonstração de desenvolvimento do país, criando um clima de otimismo, desviando
a atenção da população dos graves problemas sociais e também da violenta
repressão política.
A crise na economia brasileira
Para atender às demandas do crescimento, o governo recorreu a novos
empréstimos estrangeiros, aumentando a dívida externa e a dependência brasileira
em relação ao capital estrangeiro. Em 1973, teve início uma crise internacional, que
ocasionou um grande aumento no preço do petróleo em uma época em que o Brasil
importava a maior parte do combustível que consumia. Além disso, o governo passou
a ter dificuldades para conseguir novos empréstimos estrangeiros e houve um
aumento nos juros da dívida externa.
Diante dessa situação, o governo procurou aumentar as exportações, com a
desvalorização da moeda brasileira. Como consequência, no início da década de
1980, a inflação disparou e os recursos provenientes das exportações passaram a ser
utilizados, em sua maior parte, para pagar as parcelas e os juros da dívida externa.
Desse modo, chegava ao fim o “milagre econômico”, deixando como resultado uma
economia estagnada e endividada.
CANTANDO A REVOLUÇÃO
Muitos compositores e cantores fizeram de sua arte uma forma de protesto
contra a opressão e a violência da ditadura.
As músicas de protesto abordavam problemas sociais, econômicos e políticos
e expressavam o ideal de construir uma sociedade igualitária e democrática.
Um dos principais artistas do período foi o cantor e compositor paraibano
Geraldo Vandré. Em 1968, Vandré lançou o disco Canto Geral, o quarto de sua
carreira, considerado um dos discos mais contundentes de crítica à ditadura militar,
pois boa parte de suas letras trata do cotidiano do povo brasileiro, como a canção
“Ventania”. No mesmo ano, Vandré compôs a canção “Pra não dizer que não falei das
flores” e a apresentou no III Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. A
canção, que conquistou o segundo lugar, acabou se transformando em um hino de
resistência à ditadura. Por causa disso, ela foi censurada pelo governo, e Vandré teve
de deixar o país.
Outro artista que se destacou pelas canções de protesto foi Chico Buarque.
Também ligado aos festivais das décadas de 1960 e 1970, suas composições ficaram
marcadas por driblarem a censura prévia imposta pelo governo com o uso de letras
de duplo sentido.

https://www.letras.mus.br/blog/musicas-da-ditadura/
Driblando a censura
É interessante compreender os mecanismos que os artistas procuravam usar para
“driblar” a censura. Um exemplo está em uma das canções mais conhecidas de Chico
Buarque, intitulada “Apesar de você” e composta em 1970. A canção traz os seguintes
versos: “Apesar de você/Amanhã há de ser/Outro dia”.
Os versos, que aparentemente retratam uma briga de namorados, na verdade fazem
referência ao presidente Médici. Inicialmente liberada pela censura, foi proibida quando
o governo se deu conta de seu verdadeiro significado.

A abertura política
Durante o governo do general Ernesto Geisel, começou a ser esboçada uma
abertura política. Geisel, que pertencia ao grupo dos militares moderados, adotou um
programa de abertura que deveria acontecer de maneira “lenta, gradual e segura”.
Nesse contexto, a censura e a repressão política foram moderadamente
diminuídas e, além disso, foram estabelecidos diálogos e negociações com os
oposicionistas do regime.
O general Golbery do Couto e Silva, nomeado ministro-chefe da Casa Civil, foi
o principal articulador do projeto de abertura iniciado por Geisel. A abertura, no
entanto, teve diversos momentos de endurecimento e retrocesso, pois a ala militar
conhecida como “linha dura” comandava os aparelhos repressivos do regime. Esse
grupo era contrário a qualquer abrandamento do regime e tampouco aceitava a
possibilidade de restauração da ordem democrática.
Nas eleições parlamentares de 1974, por exemplo, que deram a vitória à
oposição, os aparelhos repressivos recorreram à violência, perseguindo jornalistas,
sindicalistas e acusando militantes comunistas de serem os responsáveis pela
expressiva votação obtida pelo MDB. No auge dessa reação conservadora, ocorreram
as mortes do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, e do metalúrgico Manoel Fiel, em
1976, ocorridas nas dependências do DOI-CODI de São Paulo. O presidente Geisel,
em resposta, afastou o comandante do II Exército, general Ednardo d’Ávila Mello,
responsável pelos aparelhos repressivos em São Paulo. Além disso, em 1977, o
general Sylvio Frota, ministro do Exército e candidato dos setores da “linha dura” à
sucessão presidencial, foi demitido.

O fim da ditadura civil-militar no Brasil


Ao mesmo tempo que tomava medidas para incentivar a abertura, Geisel
abusava dos poderes ditatoriais. Temendo o avanço eleitoral do MDB nas eleições
parlamentares de 1978, Geisel fechou o Congresso e lançou uma série de medidas
conhecidas como Pacote de Abril. Essas medidas alteravam o sistema eleitoral,
determinando que um terço dos senadores fossem indicados pelo presidente (os
chamados senadores “biônicos”), que a eleição dos governadores continuasse
indireta e que o mandato presidencial fosse ampliado de cinco para seis anos. Apesar
dessas medidas, Geisel manteve a proposta de abertura, revogando os Atos
Institucionais decretados desde 1964, inclusive o AI-5.
Para substituir Geisel na presidência, foi escolhido o general João Baptista
Figueiredo, que assumiu o governo prometendo continuar a abertura e redemocratizar
o país. Em agosto de 1979 foi aprovada a Lei da Anistia. A lei anulou os crimes
políticos das pessoas consideradas subversivas e também perdoou os agentes de
repressão responsáveis por mortes e torturas.

Lei da Anistia. Foto: reprodução


Em fevereiro de 1983, o deputado federal Dante de Oliveira, do PMDB,
apresentou ao Congresso uma emenda constitucional que restabelecia as eleições
diretas para presidente. Inúmeras manifestações populares foram organizadas no
país pela aprovação da emenda, campanha que logo recebeu o nome de Diretas Já.
Cerca de um milhão de pessoas se reúnem
em frente à Igreja da Candelária, no Rio de
Janeiro, na campanha das Diretas Já.
Fotografia de abril de 1984.

A emenda, porém, foi derrotada na Câmara Federal e o próximo presidente da


república seria escolhido, mais uma vez, pelo Colégio Eleitoral, em janeiro de 1985.
Os candidatos inscritos para disputar as eleições foram Paulo Maluf, político
do PDS apoiado pelos militares, e Tancredo Neves, governador de Minas Gerais pelo
PMDB.
Apoiado por dissidentes do PDS e por partidos da oposição ao regime militar,
Tancredo foi eleito presidente, mas não assumiu o governo. Na véspera da posse, em
março, o presidente eleito adoeceu e foi internado. Faleceria em abril.
Em seu lugar assumiu o vice-presidente eleito, José Sarney. Sarney assumiu a
presidência tomando medidas para conter o aumento dos preços e retomar a ordem
democrática no país. As principais medidas foram a convocação de uma Assembleia
Constituinte e a execução de um plano econômico para controlar a inflação, o Plano
Cruzado. Esse plano previa o congelamento dos preços e dos aluguéis e reajustes
automáticos dos salários sempre que a inflação atingisse 20%.
O congelamento dos preços promoveu a elevação do poder de compra dos
salários, o que gerou um grande aumento do consumo. Com os preços congelados,
industriais e comerciantes começaram a boicotar o plano. Tais medidas provocaram o
retorno da inflação, que chegou a 85% ao mês.

O processo de redemocratização; A Constituição de 1988


A Constituição de 1988 foi resultado da Assembleia Constituinte empossada
em 1987. É considerada o marco que inaugurou o período democrático do Brasil
conhecido como Nova República e foi formulada atendendo a diversos interesses e
demandas da população brasileira. Seu texto final foi promulgado por Ulysses
Guimarães, o presidente da Constituinte, e é considerado bastante avançado em
relação às questões sociais e garantias das liberdades individuais. Apesar disso, a
Constituição sofre algumas críticas de juristas e intelectuais.
A Constituição de 1988 é considerada um grande marco para o Brasil e
inaugurou o período de maior democracia da nossa história, no qual grandes avanços
sociais aconteceram. Os grandes avanços da Constituição Cidadã aconteceram nas
questões relacionadas aos direitos sociais. Como exemplo de avanço, pode-se citar o
reconhecimento das culturas indígena e afro-brasileira como partes da cultura
nacional, conforme estabelecido no artigo 215.
A Constituição também garante o direito de liberdade de imprensa e atribui a
defesa do meio ambiente e da família como dever do Estado. Além disso, a
Constituição assegura aos indígenas os direitos de preservação de sua cultura e de
demarcação de seus territórios.
Os ganhos que a Constituição trouxe ao Brasil são diversos, mas,
naturalmente, o texto é alvo de críticas. As críticas à Constituição estão, sobretudo,
relacionadas ao tamanho do documento e ao seu detalhismo sobre questões que os
juristas entendem que não deveriam constar na Constituição. Isso, no entanto, é
entendido como resultado do contexto em que foi produzida, pois a nação, na defesa
de seus direitos, procurou inseri-los na Constituição como forma de garantir que
fossem aplicados.
Exercícios de Compreensão:
1- Em 1964, houve ruptura institucional no Brasil com a implementação da
ditadura civil--militar, que instaurou um regime autoritário por mais de duas
décadas. Com base nos conhecimentos referentes a esse período histórico,
assinale a afirmativa correta: a- ( ) Foi uma fase de censura, de repressão
política e de falta de liberdades políticas. b- ( ) Durante a ditadura civil-militar,
prevaleceu a estagnação econômica, com baixos índices de crescimento da
economia.
c- ( ) Embora a sustentação do regime fosse militar, os presidentes
eram civis. d- ( ) Foi o período do desenvolvimento das liberdades
individuais, caracterizado pelo fim dos monopólios estatais.

2- Observe as duas imagens a seguir. A primeira é um exemplo de propaganda


política criada pela ditadura civil-militar brasileira para estimular o sentimento
nacionalista na sociedade. A segunda imagem, é uma charge feita pelo
quadrinista Ziraldo em 1970. Com base na análise das imagens, faça o que se
pede:

a) De que modo a charge denuncia o caráter violento da propaganda utilizada


pelo governo?
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3- - No período da ditadura militar que se instaurou no Brasil após 1964, existiam


apenas dois partidos políticos. Quais são eles?
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4- O Ato Institucional nº 5, AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968, durante o


governo do general Costa e Silva, foi a expressão mais acabada da ditadura
militar brasileira (1964-1985). Vigorou até dezembro de 1978. Qual alternativa
abaixo descreve o AI-5?
a- ( ) determinou o fim do regime militar no Brasil.
b- ( ) O AI-5 foi uma das medidas mais duras do período e concedeu plenos
poderes ao presidente, que fechou o Congresso Nacional, as Assembleias
Nacionais e as Câmaras de Vereadores.
c- ( ) implantou as eleições indiretas para presidente no Brasil.
d- ( ) não foi um instrumento utilizado pelos militares na repressão aos que não
apoiavam o regime democrata.

5- Explique como era realizada a censura na época da ditadura.


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6- Qual o nome do plano econômico adotado pelo governo ditatorial que se


baseava na entrada de capitais estrangeiros e na instalação de indústrias no
Brasil.

a- ( ) Plano de Metas
b- ( ) Plano Cohen
c- ( ) Plano Diretas já
d- ( ) Plano Milagre econômico

7- Qual foi a maior consequência para economia brasileira com o fim do


“milagre econômico”?
a- ( ) uma economia estagnada e endividada.
b- ( ) uma economia forte e equilibrada
c- ( ) uma economia desestruturada e equilibrada
d- ( ) nenhuma das alternativas acima está correta
8- (UPE/2013) O Regime Militar Brasileiro (1964-1988) foi marcado por
uma bipolarização no âmbito da política e da arte, entre os que
apoiavam e os que criticavam o regime.

Dentro do segundo grupo, destacaram-se os músicos que produziram canções de


protesto, algumas das quais vinham envoltas em metáforas, além de outros
recursos estilísticos, no intuito de ocultar à Censura sua mensagem subliminar.
Dentre essas músicas, pode-se identificar a “Canção da despedida”, de Geraldo
Vandré no seguinte trecho:

“Já vou embora, mas sei que vou voltar/ Amor não chora, se eu volto é pra
ficar/ Amor não chora, que a hora é de deixar/ O amor de agora, pra sempre
ele ficar. / Eu quis ficar aqui, mas não podia/ O meu caminho a ti, não
conduzia/ Um rei mal coroado, / Não queria/ O amor em seu reinado/ Pois
sabia/ Não ia ser amado...”

Com base na crítica retratada pela letra da música, é CORRETO


afirmar que a- ( ) aquele período parecia um conto de fadas, com
estórias de reis e amores impossíveis. b- ( ) a difícil experiência do
exílio forçado foi vivenciada durante o período. c- ( ) Geraldo Vandré
costumava musicar suas desilusões amorosas.
d- ( ) a tranquilidade vivenciada pela sociedade permitia a composição de
canções de amor.

9- Quando teve início a abertura política


no Brasil? Quais foram as principais
medidas tomadas pelos militares para
conduzir esse processo?
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10- . (Ifba 2012)


A imagem acima é representativa da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) e
permite caracterizála como um período marcado pela

a- ( ) perseguição aos opositores do regime, que sofreram todo tipo de


repressão, legitimados pela Doutrina de Segurança Nacional.
b- ( ) estabilidade política marcada pela ausência de oposição e pela adesão
imediata e apoio da maior parte dos brasileiros ao regime militar.
c- ( ) liberdade de expressão garantida pelo próprio regime, embora a
constituição estabelecesse limites à imprensa através da censura prévia.
d- ( )manutenção dos principais direitos do cidadão, como o voto direto para os
cargos do executivo, embora houvesse forte perseguição à oposição.

11- (FURG/2006) A Campanha das "Diretas-Já" foi um episódio marcante


ocorrido na década de 1980, constituindo um dos significativos momentos do
processo histórico brasileiro conhecido como:
a- ( ) republicanização
b- ( ) coligação
c- ( ) Redemocratização
d- ( ) conciliação

12- (CFTMG 2016)

A charge representa um contexto marcado pelo(a)


a- ( ) intensificação da repressão após a criação do Ato
Institucional nº 5.
b- ( ) avanço das lutas pela redemocratização do Brasil no final do
regime militar.
c- ( ) crescimento do apoio ao regime presidencialista durante o
governo João Goulart.
d- ( ) ampliação da oposição ao presidente Collor ao longo do seu processo de
impeachment.

13- Em agosto de 1979 foi aprovada a Lei da Anistia. Qual das alternativas
abaixo explica esse fato?
a- ( ) Uma organização de caráter nacional comandada por indígenas com o
objetivo de defender os direitos de todos os povos.
b- ( ) A lei que implantou as eleições indiretas para presidente no Brasil.
c- ( ) A lei anulou os crimes políticos das pessoas consideradas subversivas e
também perdoou os agentes de repressão responsáveis por mortes e torturas.
d- ( ) A lei que condenou os presos políticos e agentes de repressão.

14- Observe o gráfico a seguir.

a- Qual fenômeno da economia brasileira o gráfico representa?


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b- Qual é o período representado no gráfico?


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c- De acordo com o gráfico, qual era o valor da dívida externa brasileira em


1970?
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d- Qual era o valor da dívida em 1985?


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e- Qual a diferença entre o valor da dívida externa em 1970 e 1985?


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Fontes Consultadas: Vontade de saber: história: 9o ano: ensino fundamental: anos finais /
Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto
Editorial, 2018.
Araribá mais: história: manual do professor / organizadora Editora Moderna; obra coletiva
concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Ana Claudia
Fernandes. --1. ed. -- São Paulo: Moderna, 2018. Inspire história: 9o ano: ensino
fundamental: anos finais /Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Reinaldo Seriacopi. –1.
ed. – São Paulo: FTD, 2018.
https://www.stoodi.com.br/blog/historia/especial-regime-militar-tudo-sobre-ditadura-no-

brasil/ https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/constituicao -1988.htm

https://www.portaldovestibulando.com/2016/07/ditadura -militar-no-brasil-questoes-de.html

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