Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALUNO:__________________________________________TURMA:_______
_____ HISTÓRIA
CONTEÚDOS ESSENCIAIS: DITADURA MILITAR E O PROCESSO DE
REDEMOCRATIZAÇÃO
OBJETIVOS: Identificar as principais características dos governos militares. •
Perceber que, apesar da repressão, muitos grupos sociais brasileiros se
manifestaram contra o governo militar. • Compreender o papel dos povos indígenas
e quilombolas no movimento por defesa de direitos e resistência à ditadura civil-
militar. Conhecer as manifestações culturais na ditadura: canções de protesto e a
música enquanto um documento histórico; analisar os principais aspectos da
redemocratização no Brasil.
Meus queridos, nessa aula iremos estudar sobre a Ditadura Militar no Brasil. Em
1964, apoiados por civis, os militares aplicaram um golpe de Estado e tomaram o
poder no Brasil. Eles implantaram uma ditadura que se estendeu por mais de 20
anos. Nesse período, os brasileiros viveram sob o autoritarismo, e os opositores do
regime sofreram violenta repressão. Mesmo assim, muitas pessoas fizeram
oposição à ditadura e lutaram de diversas maneiras pela liberdade.
Os militares no poder
Na manhã de 1o de abril de 1964, cidadãos das principais cidades do país
acordaram com o barulho da movimentação de tropas do Exército, pois havia um
golpe civil-militar em andamento, que tinha como objetivo depor o presidente João
Goulart.
A justificativa dos golpistas era a necessidade de garantir a ordem interna no
país. Os golpistas contavam com o apoio de uma parte da sociedade brasileira,
formada por latifundiários, grandes industriais e banqueiros, além de parte da classe
média.
Esses grupos sentiam-se ameaçados pelos “agentes de Moscou”, supostos
comunistas que pretendiam transformar o Brasil em um país socialista.
A implantação da ditadura
Após o golpe, a cúpula das Forças Armadas assumiu as funções de governo,
contando com o auxílio de uma parcela da população civil, com a qual dividiu parte do
poder e dos privilégios. Os militares garantiam o controle social por meio do
autoritarismo e da repressão policial.
O regime instaurado agia de modo arbitrário, limitando a liberdade de
expressão e também o exercício dos plenos direitos dos cidadãos. Nessa época, uma
das principais estratégias do governo para se manter no poder e para conter o avanço
da oposição foi a manipulação da imprensa e dos meios de comunicação.
Assim, nos meios de comunicação, só eram veiculadas mensagens que
estivessem de acordo com as políticas e os interesses do regime civil-militar. Aquilo
que não fosse conveniente à manutenção da ditadura era censurado.
O regime militar
Após o golpe, os militares tomaram uma série de medidas autoritárias a fim de
exercer o controle sobre a população e centralizar as decisões políticas. Entre essas
medidas estavam os Atos Institucionais. Ao longo da ditadura, foram promulgados
17 Atos Institucionais que estabeleceram, por exemplo, eleições indiretas para
presidente e governadores, além de suspenderem os direitos civis das pessoas
consideradas inimigas políticas do regime.
Depois da promulgação do AI-2, em outubro de 1965, todos os partidos foram
extintos e foram criados outros dois: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que
era um partido alinhado ao regime militar; e o Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), que fazia oposição ao governo e defendia a redemocratização, mas que sofria
com as restrições impostas pela ditadura.
As perseguições, o exílio e a censura fizeram parte do cotidiano brasileiro
durante o regime civilmilitar e limitaram a participação da sociedade na vida política
do país.
O Ato Institucional nº 5
O AI-5 foi uma das medidas mais duras do período e
concedeu plenos poderes ao presidente, que fechou o Congresso
Nacional, as Assembleias Nacionais e as Câmaras de
Vereadores.
Além disso, o presidente podia cassar mandatos e nomear
interventores. Com a aprovação do decreto, os cidadãos
perderam totalmente seus direitos. Muitas pessoas foram
perseguidas e presas de modo arbitrário no período do AI-5 por
serem consideradas inimigas do governo.
O decreto marcou a vitória da chamada “linha dura” do
Exército, que defendia uma maior repressão aos inimigos do
regime militar.
Endurecimento do regime
Além da violência institucionalizada pela ditadura civil-militar, como a censura,
as prisões e o exílio, havia também práticas de repressão e tortura não oficializadas.
A promulgação do AI-5 dava respaldo a essas práticas, permitindo prisões arbitrárias
e violentas, sem direito a defesa.
Os torturadores agiam conforme a orientação de seus superiores e se
aproveitavam da impunidade para praticar os mais terríveis métodos de repressão e
violência, sistematizados pela ditadura, contra os inimigos do regime. Muitas pessoas
morreram ou sofreram danos irreversíveis ao serem submetidas à tortura, utilizada
nos interrogatórios ou como punição por crimes contra a ordem.
A censura
As proibições impostas pela censura também faziam parte da Doutrina de
Segurança Nacional. A censura foi instaurada oficialmente pelo Decreto-Lei no 1 077,
de janeiro de 1970. De acordo com esse decreto, ficava proibida a divulgação de
obras com conteúdo considerados subversivos e que colocassem em risco a
“segurança nacional”.
Na prática, a censura já era exercida desde 1967, quando foi criada a Lei de
Imprensa, porém, ao longo dos anos, a censura atingiu todos os meios de
comunicação.
Programas de televisão e de rádio, jornais, revistas, livros, letras de música,
peças de teatro, filmes, enfim, quase toda a produção cultural e intelectual brasileira e
estrangeira que desejasse entrar no Brasil tinha que passar pela censura. Conteúdos
que criticassem ou transmitissem uma visão negativa do regime, alinhados ou não
com a ideologia comunista, eram considerados impatrióticos e, então, censurados.
Redações de jornal, bancas de revistas, livrarias e editoras foram fechadas e muitas
vezes se
tornaram alvo de violentos ataques dos militares.
O poder da propaganda
Ao mesmo tempo que proibia a circulação de informações e ideias
consideradas impatrióticas, o governo divulgava massivamente a sua própria
ideologia por meio da propaganda nos meios de comunicação e de instituições
educacionais.
Lemas como “Brasil, ame-o ou deixe-o” ou “Ninguém mais segura este país”
buscava transmitir ideais nacionalistas e desenvolvimentistas, valorizando o país e
promovendo uma imagem positiva do governo.
Nas escolas, a partir de 1969, o ensino de Educação Moral e Cívica se tornou
obrigatório em todos os níveis. Nessa disciplina os alunos aprendiam conceitos e
valores alinhados à ideologia da ditadura civilmilitar.
O Movimento Estudantil
Representado principalmente pela União Nacional dos Estudantes (UNE), o
Movimento Estudantil desempenhou um importante papel na luta contra a ditadura no
Brasil. Seus membros organizaram vários Centros de Cultura Popular (CPCs) e
implantaram o programa UNE-volante, que passou a divulgar propostas a favor de
uma cultura nacional revolucionária, popular e democrática. Alguns estudantes, por
outro lado, se engajavam em movimentos de direita, como o Comando de Caça aos
Comunistas (CCC), o que demonstra que, assim como a população civil em geral, os
interesses estudantis não eram homogêneos.
O Movimento Estudantil avançou como vanguarda dos protestos de resistência e de
contestação, até o decreto do AI-5. Depois disso, em consequência da violenta
repressão e perseguição aos seus líderes, o movimento se desestruturou e perdeu
grande parte da sua capacidade de mobilização.
As guerrilhas
Durante o governo Médici, entre 1969 e 1974, o regime ditatorial se
caracterizou pela violenta repressão aos seus opositores, pela forte censura aos
meios de comunicação e pelo rígido controle da sociedade. Nesse contexto, as
guerrilhas tornaram-se uma estratégia de resistência ao regime.
Focos de resistência popular armada começaram a se formar tanto em áreas
urbanas como em áreas rurais. Muitos estudantes, operários e camponeses ligados à
esquerda política se engajaram em organizações guerrilheiras como a Ação
Libertadora Nacional (ALN), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e o
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8).
Uma das primeiras organizações guerrilheiras a entrar em atividade foi a ALN,
criada em 1967 sob liderança de Carlos Marighella, militante de esquerda e ex-
membro do PCB. Depois, surgiram outras organizações inspiradas na iniciativa de
Marighella.
Embora houvesse vários grupos com estratégias e ideologias diferentes,
geralmente eles se organizavam em duas frentes: os grupos de ação, em que
atuavam os guerrilheiros que sabiam atirar, usar e fabricar explosivos, planejar e
praticar assaltos e sequestros; e os grupos de apoio, que produziam documentos
falsos e material de propaganda, roubavam veículos para utilizar nas ações,
estocavam armas, munição e dinheiro, além de abrigar guerrilheiros dos grupos de
ação em suas casas, quando fosse necessário.
O crescimento econômico
A nova política econômica permitiu ao país receber várias indústrias
multinacionais, principalmente estadunidenses, elevando a produção de bens de
consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos.
Parte dos empréstimos estrangeiros era utilizada na construção de grandes
obras de infraestrutura, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu e a Rodovia
Transamazônica, com mais de dois mil quilômetros de extensão no meio da floresta
Amazônica. Em sua propaganda, o governo apresentava essas obras como
demonstração de desenvolvimento do país, criando um clima de otimismo, desviando
a atenção da população dos graves problemas sociais e também da violenta
repressão política.
A crise na economia brasileira
Para atender às demandas do crescimento, o governo recorreu a novos
empréstimos estrangeiros, aumentando a dívida externa e a dependência brasileira
em relação ao capital estrangeiro. Em 1973, teve início uma crise internacional, que
ocasionou um grande aumento no preço do petróleo em uma época em que o Brasil
importava a maior parte do combustível que consumia. Além disso, o governo passou
a ter dificuldades para conseguir novos empréstimos estrangeiros e houve um
aumento nos juros da dívida externa.
Diante dessa situação, o governo procurou aumentar as exportações, com a
desvalorização da moeda brasileira. Como consequência, no início da década de
1980, a inflação disparou e os recursos provenientes das exportações passaram a ser
utilizados, em sua maior parte, para pagar as parcelas e os juros da dívida externa.
Desse modo, chegava ao fim o “milagre econômico”, deixando como resultado uma
economia estagnada e endividada.
CANTANDO A REVOLUÇÃO
Muitos compositores e cantores fizeram de sua arte uma forma de protesto
contra a opressão e a violência da ditadura.
As músicas de protesto abordavam problemas sociais, econômicos e políticos
e expressavam o ideal de construir uma sociedade igualitária e democrática.
Um dos principais artistas do período foi o cantor e compositor paraibano
Geraldo Vandré. Em 1968, Vandré lançou o disco Canto Geral, o quarto de sua
carreira, considerado um dos discos mais contundentes de crítica à ditadura militar,
pois boa parte de suas letras trata do cotidiano do povo brasileiro, como a canção
“Ventania”. No mesmo ano, Vandré compôs a canção “Pra não dizer que não falei das
flores” e a apresentou no III Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. A
canção, que conquistou o segundo lugar, acabou se transformando em um hino de
resistência à ditadura. Por causa disso, ela foi censurada pelo governo, e Vandré teve
de deixar o país.
Outro artista que se destacou pelas canções de protesto foi Chico Buarque.
Também ligado aos festivais das décadas de 1960 e 1970, suas composições ficaram
marcadas por driblarem a censura prévia imposta pelo governo com o uso de letras
de duplo sentido.
https://www.letras.mus.br/blog/musicas-da-ditadura/
Driblando a censura
É interessante compreender os mecanismos que os artistas procuravam usar para
“driblar” a censura. Um exemplo está em uma das canções mais conhecidas de Chico
Buarque, intitulada “Apesar de você” e composta em 1970. A canção traz os seguintes
versos: “Apesar de você/Amanhã há de ser/Outro dia”.
Os versos, que aparentemente retratam uma briga de namorados, na verdade fazem
referência ao presidente Médici. Inicialmente liberada pela censura, foi proibida quando
o governo se deu conta de seu verdadeiro significado.
A abertura política
Durante o governo do general Ernesto Geisel, começou a ser esboçada uma
abertura política. Geisel, que pertencia ao grupo dos militares moderados, adotou um
programa de abertura que deveria acontecer de maneira “lenta, gradual e segura”.
Nesse contexto, a censura e a repressão política foram moderadamente
diminuídas e, além disso, foram estabelecidos diálogos e negociações com os
oposicionistas do regime.
O general Golbery do Couto e Silva, nomeado ministro-chefe da Casa Civil, foi
o principal articulador do projeto de abertura iniciado por Geisel. A abertura, no
entanto, teve diversos momentos de endurecimento e retrocesso, pois a ala militar
conhecida como “linha dura” comandava os aparelhos repressivos do regime. Esse
grupo era contrário a qualquer abrandamento do regime e tampouco aceitava a
possibilidade de restauração da ordem democrática.
Nas eleições parlamentares de 1974, por exemplo, que deram a vitória à
oposição, os aparelhos repressivos recorreram à violência, perseguindo jornalistas,
sindicalistas e acusando militantes comunistas de serem os responsáveis pela
expressiva votação obtida pelo MDB. No auge dessa reação conservadora, ocorreram
as mortes do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, e do metalúrgico Manoel Fiel, em
1976, ocorridas nas dependências do DOI-CODI de São Paulo. O presidente Geisel,
em resposta, afastou o comandante do II Exército, general Ednardo d’Ávila Mello,
responsável pelos aparelhos repressivos em São Paulo. Além disso, em 1977, o
general Sylvio Frota, ministro do Exército e candidato dos setores da “linha dura” à
sucessão presidencial, foi demitido.
a- ( ) Plano de Metas
b- ( ) Plano Cohen
c- ( ) Plano Diretas já
d- ( ) Plano Milagre econômico
“Já vou embora, mas sei que vou voltar/ Amor não chora, se eu volto é pra
ficar/ Amor não chora, que a hora é de deixar/ O amor de agora, pra sempre
ele ficar. / Eu quis ficar aqui, mas não podia/ O meu caminho a ti, não
conduzia/ Um rei mal coroado, / Não queria/ O amor em seu reinado/ Pois
sabia/ Não ia ser amado...”
13- Em agosto de 1979 foi aprovada a Lei da Anistia. Qual das alternativas
abaixo explica esse fato?
a- ( ) Uma organização de caráter nacional comandada por indígenas com o
objetivo de defender os direitos de todos os povos.
b- ( ) A lei que implantou as eleições indiretas para presidente no Brasil.
c- ( ) A lei anulou os crimes políticos das pessoas consideradas subversivas e
também perdoou os agentes de repressão responsáveis por mortes e torturas.
d- ( ) A lei que condenou os presos políticos e agentes de repressão.
Fontes Consultadas: Vontade de saber: história: 9o ano: ensino fundamental: anos finais /
Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco César Pellegrini. — 1. ed. — São Paulo: Quinteto
Editorial, 2018.
Araribá mais: história: manual do professor / organizadora Editora Moderna; obra coletiva
concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Ana Claudia
Fernandes. --1. ed. -- São Paulo: Moderna, 2018. Inspire história: 9o ano: ensino
fundamental: anos finais /Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Reinaldo Seriacopi. –1.
ed. – São Paulo: FTD, 2018.
https://www.stoodi.com.br/blog/historia/especial-regime-militar-tudo-sobre-ditadura-no-
https://www.portaldovestibulando.com/2016/07/ditadura -militar-no-brasil-questoes-de.html