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DITADURA MILITAR
Presidente: João Goulart - medidas de esquerda, como a Reforma Agrária,
Reforma no Sistema da Educação, direito aos analfabetos a votar; e o
aumento dos direitos dos trabalhadores;
Como resposta, acontece a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, com
mais de 500 mil pessoas pedindo a saída de Jango. Foi a 1º em SP e depois
tiveram outras no Brasil;
Jango também faz uma medida para que esses marinheiros não sejam
presos, complicando ainda mais sua imagem com os militares;
Com medo da Guerra Fria, os EUA estavam com medo dos países se
tornarem socialistas e se tornarem uma nova Cuba, onde inclusive
ajudam no golpe de estado em diversos países na América;
Jango vendo que não tinha o que ser feito e que até os EUA
estavam ao lado dos militares vai para o Uruguai;
AI-2 - Bipartidarismo entre Arena (militares) e MDB (oposição). 1965 nas eleições para
governador os militatres só ganham em 6 dos 11 estados;
AI-3 - eleições indiretas para governador e prefeitos passam a ser indicados pelos
governadores - (1966)
Excesso dos dois lados, mas o número de pessoas mortas pelo governo
foi muito maior, mais armas, mais recursos.
DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) - desde os anos 1920, foi o
principal responsável por identificar e acabar com movimentos políticos e
sociais contra o governo;
DOI-CODI
Entre os anos 1964 e 1985, mais de 400 pessoas foram mortas e desaparecidas
Gobery do Couto e Silva - Chefe da Casa Civil ajuda Geisel na abertura da política;
Símbolo deste período - Vladimir Herzog; Protestos e pedidos por Direitos Humanos,
inclusive pedidos dos EUA que viram o descontentamento da população;
Trabalhou na BBC, FAAP, USP e em 1975, Vladimir Herzog foi escolhido pelo
secretário de Cultura de São Paulo, José Mindlin, para dirigir o jornalismo da TV
Cultura.
VLADIMIR HERZOG
"VLADO"
A versão oficial apresentada pelos militares, foi a de que Vladimir Herzog teria se
enforcado com um cinto, e divulgaram a foto do suposto enforcamento.
Para nâo dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré
A música começa com a referência de uma passagem bíblica: "Pai, se queres, afasta de mim este cálice"
(Marcos 14:36). Lembrando Jesus antes do calvário, a citação convoca também as ideias de perseguição,
sofrimento e traição.
Usada como forma de pedir que algo ou alguém permaneça longe de nós, a frase ganha um significado ainda
mais forte quando reparamos na semelhança de sonoridade entre "cálice" e "cale-se". Como se suplicasse
"Pai, afasta de mim esse cale-se", o sujeito lírico pede o fim da censura, essa mordaça que o silencia.
Assim, o tema usa a paixão de Cristo como analogia do tormento do povo brasileiro nas mãos de um regime
repressor e violento. Se, na Bíblia, o cálice estava repleto do sangue de Jesus, nesta realidade, o sangue que
transborda é o das vítimas torturadas e mortas pela ditadura.
ANÁLISE DA LETRA
PRIMEIRA ESTROFE
Infiltrada em todos os aspectos da vida, a repressão se fazia sentir, pairando no ar e atemorizando os indivíduos. O sujeito
expressa a sua dificuldade em beber essa "bebida amarga" que lhe oferecem, "tragar a dor", ou seja, banalizar o seu
martírio, aceita-lo como se fosse natural.
Refere também que tem que "engolir a labuta", o trabalho pesado e mal remunerado, a exaustão que é obrigado a aceitar
calado, a opressão que já se tornou rotina.
No entanto, "mesmo calada a boca, resta o peito" e tudo o que ele continua sentido, ainda que não possa se expressar
livremente.
ANÁLISE DA LETRA
2ª ESTROFE
Nestes versos, vemos a luta interior do sujeito para acordar em silêncio a cada dia, sabendo das violências
que aconteciam durante a noite. Sabendo que, mais cedo ou mais tarde, também se tornaria vítima.
Chico faz alusão a um método bastante usado pela polícia militar brasileira. Invadindo casas durante a
noite, arrastava "suspeitos" das suas camas, prendendo uns, matando outros, e fazendo sumir os restantes.
Perante todo esse cenário de horror, confessa o desejo de "lançar um grito desumano", resistir, combater,
manifestar sua raiva, na tentativa de "ser escutado".
ANÁLISE DA LETRA
TERCEIRA ESTROFE
Aqui, ganância é simbolizada pelo pecado capital da gula, com a da porca gorda e inerte como metáfora
de um governo corrupto e incompetente que não consegue mais operar.
A brutalidade da polícia, transformada em "faca", perde seu propósito pois está gasta de tanto ferir e "já
não corta", sua força vai desaparecendo, o poder vai enfraquecendo.
Novamente, o sujeito narra sua luta quotidiana em sair de casa, "abrir a porta", estar no mundo
silenciado, com "essa palavra presa na garganta". Além disso, podemos entender "abrir a porta" como
sinônimo de se libertar, nesse caso, através da queda do regime. Numa leitura bíblica, é também símbolo
de um novo tempo.
ANÁLISE DA LETRA
QUARTA ESTROFE
Contrastando com as anteriores, a última estrofe traz um esperança nos versos iniciais, com a possibilidade do mundo
não se limitar apenas àquilo que o sujeito conhece.
Percebendo que sua vida não é "fato consumado", que está em aberto e pode seguir diversas direções, o eu lírico
reclama seu direito sobre si mesmo.
Querendo inventar seu "próprio pecado" e morrer do "próprio veneno", afirma a vontade de viver sempre segundo as
próprias regras, sem ter que acatar ordens ou moralismos de ninguém.
Para isso, tem que derrubar o sistema opressor, a que se dirige, no desejo de cortar o mal pela raiz: "Quero perder de vez
tua cabeça".
Sonhando com a liberdade, demonstra a extrema necessidade de pensar e se expressar livremente. Quer se reprogramar
de tudo o que a sociedade conservadora lhe ensinou e deixar de estar subjugado a ela ("perder teu juízo").