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Conteúdo

– Crise do modelo político populista.


– Governo de Jânio Quadros.
– Governo de João Goulart.
– Golpe de estado de 1964.
– Ditadura civil-militar.
– Ditaduras na América Latina: Argentina e Chile.
– Questões dos negros e indígenas.
Habilidades

– EF09HI19 - Identificar e compreender o processo


que resultou na ditadura civil-militar no Brasil e
discutir a emergência de questões relacionadas à
memória e à justiça sobre os casos de violação dos
direitos humanos.

– EF09HI21 - Identificar e relacionar as demandas


indígenas e quilombolas como forma de contestação ao
modelo desenvolvimentista da ditadura.
– EF09HI29 - Descrever e analisar as experiências
ditatoriais na América Latina, seus procedimentos e
vínculos com o poder, em nível nacional e
internacional, e a atuação de movimentos de
contestação às ditaduras.

– EF09HI30 - Comparar as características dos


regimes ditatoriais latino-americanos, com especial
atenção para a censura política, a opressão e o uso
da força, bem como para as reformas econômicas e
sociais e seus impactos.
Povo lindo...

o texto de abertura introduz o tema que será trabalhado neste capítulo: a


ditadura civil-militar brasileira. A partir dele, é possível apresentar esse
período da história do país, além de iniciar a reflexão sobre o uso do termo
“civil-militar” para caracterizar esse processo, que geralmente é analisado a
partir de interpretações que excluem a participação importante de alguns
setores da sociedade na construção e sustentação do regime.

Já no que diz respeito à reflexão sobre a concepção da memória acerca de


determinados acontecimentos históricos, o autor ressalta a influência de
fatores como interesses, intencionalidades e hábitos diversos em torno dessa
memória.
Para ampliar o entendimento sobre a atuação das Ligas
Camponesas, uma sugestão é assistir ao documentário
Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho
(1984). A narrativa desdobra-se em torno da
história de João Pedro Teixeira, um dos fundadores
da Liga Camponesa de Sapé, na Paraíba,
assassinado a mando de latifundiários da região.
[M3]

POR QUE ASSISTIR "CABRA MARCADO


PARA MORRER"? [M2]
GALERINHA...

Vamos pensar um pouco sobre como as ideologias políticas


podem ter significados diversos, dependendo do momento
histórico. João Goulart não era socialista. Ele tinha chegado ao
alto escalão do governo brasileiro, quando foi Ministro do
Trabalho de Getúlio e, por isso, teve seu histórico político
ligado ao ideal nacionalista e trabalhista varguista. Naquele
momento de grande tensão da Guerra Fria, como Jango
defendia a independência da economia nacional, sem
interferência dos EUA, foi visto como associado aos interesses
“inimigos”, no caso, o socialismo.
É interessante trabalhar com os alunos que Jango, por
mais próximo que fosse das camadas populares, não se
alinhava ao comunismo; era, antes de mais nada, um
herdeiro do varguismo, que buscava na satisfação das
demandas populares o apoio necessário para manter-se no
governo. No contexto da crise de 1964, a proposta de
Reforma de Base estava relacionada muito mais a uma
demanda popular e nacionalista do que aos interesses do
comunismo.
a. (x) Não há como saber com precisão o número de pessoas
que compareceram à Marcha da Família com Deus pela
Liberdade. Contudo, de acordo com o texto publicado
pela revista O Cruzeiro, estima-se que aproximadamente
um milhão de pessoas tenham participado dessa
manifestação pública. Na Marcha da Família com Deus
pela Liberdade estavam presentes grupos de oposição a
Jango (formados por civis, membros da Igreja etc.), além
dos militares e setores da direita que desejavam a
deposição do presidente.
d. (x) A ditadura civil-militar foi marcada por três características políticas
interligadas: o Serviço Nacional de Informações (SNI), que, por meio
do serviço de agentes infiltrados em toda a sociedade, coordenava as
forças públicas (policiais e forças armadas), para que o controle
político e social do Brasil pudesse ser efetivo; a repressão aos
opositores do regime, por meio de polícias políticas, como a
Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) e o Destacamento de
Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna
(DOI-CODI); e os Atos Institucionais, leis outorgadas pelo poder
Executivo, que “atropelavam” a Constituição vigente.
Os Atos Institucionais tinham o objetivo de sobrepor os
interesses do poder Executivo aos dos poderes
Legislativo e Judiciário, colocando-os sob seu controle.
Portanto, foram ferramentas que possibilitaram a
construção e a sustentação do autoritarismo do governo
militar.
Livro "Os anos de chumbo"
mostra como ditadura militar
suspendeu os direitos básico do
ser humano (Foto: Reprodução)
Pontos Negativos
•Aumento da pobreza
•Aumento da inflação
•Redução do poder aquisitivo do trabalhador pobre
•Investimento mínimo em saúde, educação e previdência social
•Desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar
•Aumento da dívida externa
•Corrupção e favorecimento a empreiteiras ligadas ao governo
•Dependência de empréstimos do exterior, principalmente dos
Estados Unidos
Cartaz pede anistia sem restrições (à
esquerda) e charge de Nani, jornal
“Pasquim”, dezembro de 1978 (à
direita).
fonte:
https://ensinarhistoria.com.br/linha-do-tempo/promulga
da-a-lei-da-anistia/ - Blog: Ensinar História - Joelza
Para Ernesto Geisel, de que forma deveria ocorrer a
abertura política no Brasil?

Ernesto Geisel assumiu a presidência do Brasil em 1974, durante o


período da ditadura civil-militar. Na época, o presidente tinha o
objetivo de promover a abertura política e, para isso, buscou
controlar diversos setores da sociedade, a fim de que essa abertura
ocorresse de forma lenta, gradual e segura.
Pontos Positivos
•Construção de obras importantes,
como a ponte Rio-Niterói e a usina de
Itaipu
•Aceleração da industrialização
•Incentivo à indústria da construção
civil com a criação do Sistema
Financeiro Habitacional
Pontos Negativos
•Aumento da pobreza
•Aumento da inflação
•Redução do poder aquisitivo do trabalhador pobre
•Investimento mínimo em saúde, educação e previdência social
•Desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar
•Aumento da dívida externa
•Corrupção e favorecimento a empreiteiras ligadas ao governo
•Dependência de empréstimos do exterior, principalmente dos
Estados Unidos
Os militares ampliaram o controle do Estado sobre a economia
e fizeram o país crescer em marcha acelerada para
ganhar legitimidade, mas criaram desequilíbrios que só
puderam ser corrigidos muito tempo depois, com a volta da
democracia [M5]
Segundo o trecho da entrevista transcrita anteriormente, como podemos
compreender a posição política durante a ditadura civil-militar para a questão
das terras e culturas indígenas no Brasil? É possível relacionar essa posição
com outros momentos históricos? Quais seriam essas relações?

A posição defendida pelo ministro Costa Cavalcanti demonstra uma


política de não respeito aos direitos dos povos indígenas, propondo
o fim da demarcação de terras e a aculturação desses povos,
considerados inferiores. Podemos fazer uma relação com as teorias
racistas que sustentaram a exploração dos africanos pelos europeus
durante o Neocolonialismo.
Desde o início da República no Brasil, havia uma discussão
sobre como os diversos povos indígenas do território brasileiros
deveriam ser tratados pelo Estado. Era consenso que as terras
indígenas deveriam ser demarcadas, mas como o indígena era
considerado incivilizado, teriam o estatuto de menores de
idade, portanto as terras demarcadas seriam ocupadas por eles,
mas de propriedade do Estado.

Na década de 1970, com os investimentos do governo no aumento da


exploração do território, as terras indígenas demarcadas passaram a ser
tomadas por obras para a tal integração econômica nacional.
A partir do texto, reflita: é possível afirmar que o crescimento econômico
ocorrido no Brasil durante a ditadura civil-militar foi realmente positivo para o
país? Por quê?
Ditaduras militares na América Latina dos anos 1960-70 [M1]
DITADURA
ARGENTINA: 1966 -
1973

“Revolução
Argentina”
Ditadura argentina
• Essa ditadura se inicia com um golpe sobe o então presidente
Illia, que pertencia a Internacional Socialista
• Revolução Argentina – Sem prazo para se encerrar
• A Ditadura Argentina tem princípios, não prazos
• Estatuto da Revolução Argentina
• Juan Carlos Onganía (1966 – 1970)
• Perseguição a opositores
• Suspensão de direitos
• Partidos políticos colocados na ilegalidade
• Participacionismo do poder executivo
• Desvalorização da moeda argentina congelando o salário
• Perseguição a estudantes
Ditadura civil militar
argentina (1976 – 1983)
SEGUNDA DITADURA MILITAR
ARGENTINA
• Maria Estela Martinez Peron (Presidente da época)
• Reorganização nacional
• O governo seria regido por juntas militares chefiadas
pelos 3 poderes militares (exercito, marinha e
aeronáutica), escolhendo um representante que
controlaria o executivo e o legislativo
• O poder Militar esta acima da legislação
• O primeiro presidente eleito pela junta foi Jorge Rafael
Videla
• Alinhamento com os EUA e o Plano Condor

Doutrina de segurança nacional (dsn)
• Surgia na América Latina durante as décadas 1960 e 1970 uma
mobilização social, reivindicando maiores participação e condição
social
• Direitos sociais
• Movimento ruralista
• Distribuição da propriedade de terras
• Grande influência na Revolução Cubana (1959)
• O Brasil foi o primeiro a experimentar um regime abertamente
ditatorial, sendo sucedido pela Argentina (1966 e 1976), Chile (1973)
e Uruguai (1976)
• Participação ativa das forças armadas
Revolução cubana
• Movimento de caráter popular e socialista
• Independência Cubana
• Auxilio norte americano
• Theodor Roosevelt – (Big Stick)
• Emenda Plat – Protetorado norte americano (1901 – 1933)
• Sentimento antiamericano
• Fulgêncio Batista – nome eleito com base no seu alinhamento
com os EUA
• Proximidade da elite cubana e o mercado estunidense
Nomes da revolução cubana
• Fidel Castro e Raul Castro tentam tomar o quartel general de Moncada
• Exilados no México
• Che Guevara – Argentino, médico e guerrilheiro
• Marxismo – Analise social economica baseado no conflito de classes
• Retornaram a Cuba – Sierra Maestra – Passagem de conquista até Havana
• Batalha de Santa Clara
• Revolucionários tomam Havana em 1959
• EUA x Cuba
• Embargo econômico de Cuba
• Expulsão da OEA
• Tentativa de invasão
Fim do governo Allende
• Carlos Prat aconselha Allende a declarar estado de sitio
• Carlos Prat se demite e quem assume seu lugar é o
general Ausguto Pinochet
• 11 de setembro o palácio La moeda é bombardeado
liderado por Augusto Pinochet
• Transmissão na rádio Margalhães enquanto o palácio era
bombardeado

https://www.youtube.com/watch?v=I5PE0skB0jo
DITADURA MILITAR CHILENA (1973 –
1990)
• A ditadura chilena tem inicio após o golpe que derrubou e
assassinou Salvador Allende, tendo inicio a ditadura governado
por uma junta militar
• Em 1974 Augusto Pinochet se transforma no presidente interino
• Alinhamento com os EUA – Plano Condor – Perseguição a
oposição
• Ditadura rígida – Campos de prisioneiros – Estado Nacional de
Santiago
• Aspectos fascista da ditadura chilena – pastor evangélico Paul
Schafer Schneider fundador da Colônia Dignidade
• Dina – Direção de inteligência Nacional
Atuação de Pinochet
• Plano liberal estabelecido pelos “Chicago
Boys”
• Enxugar o estado, diminuindo os gastos públicos
em 20% e demitindo 30% dos servidores públicos
• Concentração de renda
• Rompimento entre Chile e EUA (1976)
• Orlando Letelier é assassinado dentro dos EUA
• Isolamento do Chile
• Denuncia do presidente Jimmy Carter
Fim da ditadura chilena
• Crise econômica - pois apesar do crescimento do PIB existe
uma concentração econômica que leva a desvalorização do
peso chileno
• Lei da anistia, perdoando militares e civis
• Pinochet aprova legislação legalizando seu poder
• Sofre tentativa de assassinato pela oposição
• Em 1987 retornam os partidos políticos
• 1988 ocorre um Plebiscito, avaliando o fim da ditadura de
Pinochet
• 1989 tem fim a ditadura chilena
• Pinochet se torna senador vitalício
As Reformas de Base propostas por Jango eram um
conjunto de reformulações que visavam reduzir o
abismo social do país por meio de medidas de caráter
nacionalista e antiliberal, fazendo com que as elites se
sentissem sob a ameaça de perder seus privilégios.
O plano em questão recebeu o nome de Operação Condor.
Ele tinha como principal objetivo aniquilar opositores
desses regimes militares.
A ditadura brasileira foi amplamente apoiada por diversos
setores da sociedade civil, que, por receio de que João
Goulart, em seu governo, promovesse medidas que tirassem
os privilégios desses setores, apoiaram a intervenção militar.

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