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Tabajara Ruas
Tabajara Ruas
• Uruguaiana, 1942
• Escritor, jornalista e cineasta
• Viveu dez anos no EXÍLIO: de 1971 a 1981, entre
Uruguai, Chile, Argentina, Dinamarca, São Tomé e
Príncipe e Portugal
• Trabalhou muitos anos como jornalista do Jornal
do Almoço, do Grupo RBS
• Em 1999, co-redigiu com Beto Souza, roteirizou e
produziu o longa-metragem Netto perde sua alma,
baseado em seu livro homônimo
• Entre 2002 e 2003 foi consultor especial da Rede
Globo para a produção da minissérie A casa das
sete mulheres
• Em 2007, lançou o documentário longa-metragem
Brizola - Tempos de Luta, sobre o político Leonel
Brizola
Contexto Histórico
• O romance se passa durante os anos de mudança em toda a América
Latina, em especial na América do Sul. A ascensão dos Estados Nacionais
(Brasil em 1964, Argentina em 1966, Bolívia em 1968, Peru em 1972,
Equador, Uruguai e Chile em 1973) fez com que parte da sociedade,
normalmente estudantes universitários, adotasse a luta armada como
forma de reivindicar seus direitos.
Personagens secundários
Micuim Alemão Sgt. “Doutor”
Aparício (responsável
pela tortura de
Grosso Ana e
Pedrinho)
Eu também quero vingar Bia. Ela era minha irmã, pô! Eu acordo de noite me lembrando
dela. Acordo gritando. Tu sabes. Mas agora não é hora. Cada coisa tem sua hora (p. 19)
• Ob. Sepé abandona Lourdes para engajar na guerrilha e encontrar João Guiné em
Santa Maria da Boca dos Montes/RS; Sepé viajaria de carro de Fortaleza, e Guiné de
Navio do Chile.
Não sabemos o motivo da viagem, só que fora uma ordem do Partido.
Capítulo 2
• 2ª parte: o golpe de Estado no Chile – a batalha de La Moneda
[...] Depois de dada a volta à chave na fechadura tinham ficado parados na varanda,
ouvindo o silêncio da casa, compreendendo que a despedida era para sempre o que
deixavam lá dentro estava enterrado como as armas no fundo do poço e pensar em
desenterrá-las, munidos de cordas, numa remota madrugada, foi uma ilusão a que se
entregaram conscientemente, parados na varanda, ouvindo o silêncio da casa.
• 4ª parte: Josias, depois de três anos preso, é libertado e foi ao encontro do filho
mais novo, Luís (metalúrgico)
• 1ª parte: Dorival, ex-boxeador, negro, líder sindicalista,
tem um delírio – vê e ouve os amigos mortos (p. 63-66) Capítulo 3
• 4ª parte: três anos antes, quando da prisão de Josias, o esquema caiu e muitos
foram presos ou morreram – Bia fora a vítima da vez (p. 114)
Na prisão, o Comissário Alves tortura Josias e tenta convencê-lo de que Sepé,
seu filho, era um infiltrado da polícia. Porém, ele fora duro na queda e resistiu a
tudo (p. 156-157)
• 6 parte*: João Guiné não aceita a falta de atitude dos jovens acadêmicos, a
burguesia pensa demais, brinca de ser revolucionário, é medrosa; ele resolve sair
para comprar café e cigarros, mas acaba realizando o assalto ao banco sozinho.
o que é uma Revolução:
Revolução é coisa de macho e de pobre, não desses menininhos bem falantes dessas
bacanas metidas a santas ou então a falar palavrão em cada frase que dizem como se
isso as tornasse mais independentes ou lhes dessem igualdade aos machos. (p. 129)
• 1ª parte: Não lembrar. Ser humilde ao menos uma vez. (p. 134).
Parece que não lembrar é uma forma de Marcelo acreditar que Capítulo 5
nada está acontecendo
• 3ª parte: um momento lírico, a primeira vez de Hermes e Bia, na praia à noite – uma descrição
sensual; Bia era mais velha que Hermes, mas virgem. (p. 193)
Estou gelada.
Vamos ali para as dunas.
Começaram a secar-se freneticamente com as camisas. Ele parou. Olhava-a, fascinado.
Ligeiramente trêmula, a mão com a camisa deslizou pelas costas dela, pelos ombros, deteve-se
num seio. A outra mão atraiu-a. beijaram-se. Atraiu-a mais. Ela sentiu o sexo dele roçar seu ventre.
Beijaram-se com mais intensidade. A mão dele percorreu-lhe o corpo, ansiosa. Ela afastou-se.
Tremia. Olharam-se nos olhos. Ela diz num sussurro.
É a minha primeira vez.
Ele sente o coração, ouve latidos longínquos de cães. Apossa-se da calcinha, começa a baixá-la.
Ela ajuda-o. ele paira acima das dunas e do mar, suavemente arfa. Ela a pequena mão dela
toca-lhe o sexo. Ele treme.
Capítulo 7
• 2ª parte: Alemão era milico e foi expulso do Exército por ser homoafetivo, uma
confissão que espantou o grupo, ainda mais Marcelo e Dorival (p. 216-217)
esta personagem marca o preconceito dentro do Exército e na sociedade
Ob. CAMPANHA DA LEGALIDADE foi uma revolta civil e militar, 14 dias após a
renúncia de Jânio Quadros da Presidência do Brasil, no Sul e Sudeste em 1961, sendo
liderada por Leonel Brizola (governador do RS e cunhado de Jango) e o general José
Machado Lopes. Diversos políticos e setores da sociedade defenderam a manutenção
da ordem jurídica, que previa a posse de João Goulart.
• Sepé está dirigindo rumo a Santa Maria.
Aqui, seu pensamento assume a narrativa.
Capítulo 9
• 3ª parte: referência à queda de Che’ Guevara na Bolívia; a visão de Bia é humana e parece
estar aquém de tudo que acontece (p. 278);
[...] No dia que o Che caiu Bia ficou longo tempo sentada no jardim da Faculdade de Direito
olhando o céu limpo e o brilho macio dos flocos de paineira que desciam em suave bando
sobre a grama. Não pensou nele como Guerrilheiro Heróico ou o Comandante ou qualquer
outro clichê. Pensou nele como um ser humano cheio de amor e de coragem, ferido, indefeso
e só, nas mãos dos inimigos.
• 4ª parte: Mara e Hermes estavam numa festa de vizinhos de prédio no Chile; era uma
emboscada dos Momios (adeptos do golpe), o conceito de COMUNISTA para a direita. (p. 285)
• 5ª parte: João Guiné e Sepé chegam à Santa Maria; Sepé é perseguido na cidade,
enquanto João enfrenta os militares numa barreira; eles foram pegos numa emboscada,
alguém os traiu (p. 317)
Guiné sequestra um caminhão-tanque de gasolina e a travessa a barreira à força,
chocando-se com uma estação de ônibus, causando três enormes explosões;
Sepé consegue fugir do cerco e observa a tudo, assisti ao fim do Azulão (p. 331);
Capítulo 11
• 2 parte: Sargento Aparício Grosso, amigo de Sepé quando serviram no exército, tinham
uma amizade muito forte (p. 336-337);
foi o sargento quem armou um esquema para que Sepé fugisse da prisão; a atitude
foi em memória da amizade dos dois (p. 339-340)
Sepé não quis dar o braço a torcer, mas o sargento teve uma atitude surpreendente
• 4ª parte: quando Josias foi preso pela segunda vez, o Comissário Alves confessa que
tentou implantar a informação de que Sepé era um infiltrado da polícia no Partidão (p.
346)
Josias havia resistido na ocasião sem entregar ninguém, muito menos acreditar no
que dizia o comissário
Sepé não era o traidor
[...] Fizemos um tratamento completo e o velho Josias firme. Nem nome nem endereço.
Nada. Uma rocha. Foi a única vez na minha carreira que eu me senti desmoralizado.
Depois, no pau-de-arara, lhe deu uma parada cardíaca, se lembra? Claro que se lembra.
Foi minha esperança. Depois dessa, eu pensei, ele vai afrouxar. Se eu digo que penduro
ele lá outra vez ele vai afrouxar. Afrouxou? Afrouxou nada. O seu Josias nem parecia
deste planeta. Nem no papo de que o filho era gente nossa ele caiu. E olhe que foi
conselho de psicólogo, diplomado e tudo. Não caiu. Palavra que eu fui ficando
desmoralizado pouco a pouco, até a patroa estranhava que eu não funcionava mais
direito. (p. 346)
• 5ª parte (continuação do cap. Dois, 2ª parte): COMBATE DE LO HERMIDA
a guerrilha estava sem armas e munição adequada;
Marcelo, Alemão, Micuim com um grupo tentam emboscar um caminhão que
carregava armas e munição do Exército Chileno, mas caíram na própria armadilha;
em meio a um tiroteio num declive, os egos de Marcelo e Alemão se
confrontam, parece que a guerra é outra: Quem esse viado pensa que é para me
olhar desse jeito? Sou tão macho quanto ele. (p. 356)
Micuim é ferido e sente a morte chegar, quando confessa a Marcelo ser o
traidor, que entregara Bia e, depois, Guiné porque eles o menosprezavam.
Marcelo o larga no rio Mapocho, e ele é lavado pela correnteza (p. 363-364)
• 6ª parte: Alemão não quer fugir, parece que deseja encarar a morte porque é viado
e não lhe resta mais nada; (p. 366)
Quem nos desviou assim para que tivéssemos/ Um ar de despedida em tudo que
fazemos?/ Como aquele que partindo se detém na última colina/ Para contemplar
o vale na distância e, ainda uma vez/ Se volta, hesitante, e aguarda assim
vivemos nós/ numa incessante despedida. (Rilke)
Sepé Vive uma crise de relacionamento com o pai após uma briga; engaja na
carreira militar, mas no fundo deseja ser um guerrilheiro como Josias
Micuim Poeta, intelectual, que deseja ser reconhecido e ganhar uma bolsa na
França. Contudo, sofre com a desvalorização dos amigos e companheiros
de guerrilha, por isso trai a Revolução.
I. João Guiné e Sepé representam a esquerda radical, que agia antes de pensar. João
encontra a morte ao cair numa emboscada da polícia, jogando o caminhão que
dirigia sobre um posto de gasolina.
II. Ana e o filho Pedrinho são violentamente torturados, sendo ela estuprada quando
não reconhece quem é o homem quase morto que está a sua frente.
III. Josias e Degrazzia são uma espécie de professores da guerrilha. Josias estivera
preso por três anos por causa de suas ideias comunistas e buscava reconquistar o
carinho da família, porém, um de seus filhos, Luís, tinha vergonha do pai.
A. Apenas I.
B. Apenas II.
C. Apenas III.
D. Apenas I e III.
E. I, II e III.
UFRGS 2016
UFRGS 2016