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Análise:

Mar morto- Jorge


Amado
Aula 1

Profª Ingrid Costa


Biografia de Jorge Amado
CARREIRA LITERÁRIA:

Publicou seu primeiro romance, "O país do


carnaval," em 1931.
Formou-se em Direito na Faculdade Nacional
de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935.
Não exerceu a profissão de advogado.

ATIVISMO POLÍTICO:

Militância comunista
Exílio na Argentina e no Uruguai em 1941 e
1942
Filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro
(PCB)
Biografia de Jorge Amado

CARREIRA POLÍTICA:

Eleito deputado federal mais votado pelo estado de São Paulo em


1945.
Responsável pela emenda 3.218, que permitiu a liberdade de culto
religioso (artigo 141, parágrafo 7º da Constituição de 1946)
EXÍLIO

Exílio na França de 1947 a 1950, devido


à perseguição política.
Exílio em Praga de 1950 a 1952.
Retornou ao Brasil em 1952 para se
dedicar inteiramente à literatura.

Jorge Amado era um respeitador e


praticante da sacralidade africana, sendo
obá de Xangô e filho e ogã de Oxóssi.
Biografia de Jorge Amado
ARTIGO 141 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 18 DE
SETEMBRO DE 1946

§ 7º - É INVIOLÁVEL A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA


E ASSEGURADO O LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS,
SALVO O DOS QUE CONTRARIEM A ORDEM PÚBLICA OU OS BONS
COSTUMES. AS ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS ADQUIRIRÃO
PERSONALIDADE JURÍDICA NA FORMA DA LEI CIVIL.
Biografia de Jorge Amado
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

REGIONALISMO:
Foco na cultura, costumes e ambiente do nordeste brasileiro.
Ambientação vívida que cria um senso de lugar nas
narrativas (descrições da paisagem)
ÊNFASE NAS CLASSES MAIS BAIXAS:
Foco nas vidas e experiências das classes trabalhadoras e
marginalizadas.
RETRATO DE COSTUMES E FESTEJOS POPULARES:
Abundância de detalhes sobre tradições, festivais e celebrações
populares.
Carnaval, festas religiosas e eventos culturais desempenham
papel significativo nas obras amadianas.
Biografia de Jorge Amado

LINGUAGEM SIMPLES E COLOQUIAL:


Prosa acessível, próxima do cotidiano.
Uso de uma linguagem popular
ALIANÇA ENTRE LIRISMO E CRÍTICA
SOCIAL:
Mescla de elementos líricos e poéticos na
prosa.
Literatura como veículo para abordar críticas
sociais, como desigualdade e preconceito.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA
Acontecimentos históricos no Brasil

Crise econômica mundial de 1929: Revolução Constitucionalista de 1932:


Em 1932, São Paulo liderou a Revolução
A quebra da Bolsa de Valores de Nova
Constitucionalista contra o governo de Getúlio
Iorque, em 1929, desencadeou uma grave
Vargas.
crise econômica global. Promulgação da Nova Constituição (1934):
O Brasil foi afetado pela queda dos A promulgação da nova Constituição em 1934
preços do café, seu principal produto de resultou na permanência de Getúlio Vargas no
exportação. poder.
Revolução de 1930: Lei de Segurança Nacional (1935):
A Revolução de 1930 levou à deposição Em resposta à oposição política, Vargas
do presidente Washington Luís e à aprovou a Lei de Segurança Nacional em 1935.
ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Isso levou à perseguição de comunistas e
artistas.
Isso marcou o fim da política do "café
Estado Novo (1937):
com leite", liderada por São Paulo e
Em 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de
Minas Gerais(Oligarquias)
Estado e estabeleceu o Estado Novo, um
regime autoritário de inspiração fascista.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA
Contexto mundial

Segunda Guerra Mundial (1939-1945):


A Segunda Guerra Mundial eclodiu na Europa em
1939.
Lançamento das Bombas Atômicas
A Segunda Guerra Mundial chegou ao fim em
1945, com o lançamento das bombas atômicas em
Hiroshima e Nagasaki.
O nacionalismo extremista na Europa levou ao
fortalecimento de regimes como o fascismo na
Itália e o nazismo na Alemanha.
2ª Geração do Modernismo: Romance
de 30 ou fase de amadurecimento

Estética do Romance de 30
Regionalismo
Abordagem realista- neorrealismo
Neonaturalismo: exploração do determinismo
Literatura partidária/ engajada: denúncias sociais/ romances
proletários
Linguagem simples e coloquial
Valorização do espaço narrativo: foco na descrição do Nordeste
Principais autores
Raquel de Queiroz- O Quinze
Graciliano Ramos- Vidas Secas
Jorge Amado- Capitães da Areia
José Lins- Menino do Engenho
Características da 2ª fase
modernista na poesia

Ampla diversidade temática:


Questões sociais, históricas, culturais, filosóficas, religiosas e
cotidianas.
Universalismo
Liberdade formal e criativa:
Os poetas desfrutaram de liberdade formal, experimentando a
estrutura e a métrica dos versos.
Tom melancólico, intimista e pessimista
Principais autores
Cecília Meireles
Carlos Drummond de Andrade
Vinícius de Morais
Características da 2ª fase
modernista presentes na
obra

Romance regionalista: valorização da


linguagem simples e coloquial, que Neonaturalismo: influência do
representa o vocabulário do povo espaço no comportamento das
Neorrealismo: dentre os aspectos de personagens (determinismo)
denúncia, destacam-se: Universalismo: conflitos
Perigo das viagens no mar: tempestades/ existenciais e a luta pela
tubarões/ falta de postos de salvamento sobrevivência
Vista da prostituição, em decorrência do Valorização do espaço narrativo:
abandono do Estado a paisagem costeira da Bahia
Baixa escolarização: importante lembrar pode ser considerada um
que nessa época grande parte da personagem por si só.
população brasileira era analfabeta
Neonaturalismo:
determinismo

‘’Trazia bem pouca coisa da sua infância de filho do mar,


cujo destino já estava traçado pelo destino do pai, do
tio, dos companheiros, de todos os que o rodeavam
naquela beira de cais: seu destino era o mar e era um
destino heroico’’ p.46
‘’O destino deles já estava traçado. Era a proa de um
saveiro, os remos de uma canoa, quando muito as
máquinas de um navio, ideal grandioso que poucos
alimentavam.’’ p.48
Baixa escolarização

Neorrealismo

‘’Estivera pouco tempo na escola. Não levavam (..)


mais que o tempo de aprender a soletrar uma carta e
a garatujar um bilhete (...) Muito que fazer esperava
em casa ou no oceano, eles iam logo.’’ p.47
Baixa escolarização

Neorrealismo

‘’Gostava de Rufino desde a escola. Sem pai, criado pela


mãe, Rufino pouco durara na escola. O que aprendera lá
se reduzia a quase nada (...) Largou a escola, foi
sustentar a mãe e a irmã. Emprestou seus braços de
gigante a todos os canoeiros.’’ p.53
Denúncias da realidade
trabalhista

Neorrealismo

‘’João Pequeno não voltou da aventura. O Governo deu


uma pensão à mulher dele, mas depois cortou por
economia. Hoje de João Pequeno só resta a fama na beira do
cais.’’ p.66

‘’— O senhor falou em João Pequeno? Que foi que ele


ganhou? Nem o descanso do Inferno (..) Que foi que ele
ganhou? Deram uma mesada só para o tapear... Tiraram
logo...’’ p.69
Denúncias da realidade
trabalhista

‘’Ele (Besouro) lutava contra os barões, condes, viscondes,


marqueses, que eram e são donos dos engenhos, dos campos
verdes de cana, que estabeleciam as tabelas de fretes para os
saveiros e canoas, ele invadia os engenhos, tirava um pouco do
que era deles e dividia pelas viúvas, pelas crianças (...) Os
barões, viscondes, marqueses e condes faziam discurso no
Parlamento, conversavam com D. Pedro II, bebiam vinhos caros,
defloravam escravas, surravam negros, tratavam os saveireiros e
canoeiros como a criados’’ p.126
Perigos dos
trabalhos marítimos

‘’Destroços de três saveiros boiavam. O temporal tentava


naufragar os que vinham salvar. Pessoas seguravam-se em
pedaços de tábua, nos cascos dos saveiros. E gritavam,
choravam (...) Os tubarões já tinham pegado dois e de um
terceiro arrancaram a perna. Mestre Manuel começou a
recolher gente no seu saveiro (...) saveiros iam e vinham,
alguns náufragos se soltavam das tábuas onde se seguravam e
não tinham tempo de alcançar o saveiro, desapareciam no
fundo da água.’’ p.198
Denúncia da
precariedade da saúde
pública do cais

‘’A princípio o Dr. Rodrigo ia sempre à cidade. Ia propor


medidas de higiene para as casas do cais. Nunca foi
atendido. Deixou de ir.’’ p.117

‘’Guma entra na sala que serve de consultório (...) O menino é


só osso, tosse de quando em vez e, quando tosse, o faz com
tanta força que chega a chorar (...) A mãe conta: — Inté às
vezes eu penso, Deus me perdoe — e bate com a mão na boca
— que era melhor Deus chamar ele logo... é um sofrimento sem
par, um sofrimento pra todos.’’ p.118
Retrato da condição
feminina: prostituição
e abandono

‘’Como pode viver uma mulher no cais sem o marido?


Umas lavam roupa para as famílias da cidade alta,
outras se prostituem e bebem no Farol das Estrelas.
São tristes umas e outras, tristes as lavadeiras que
choram, tristes as prostitutas que riem entre copos e
canções.’’ p.144
Retrato da
condição feminina

‘’— Nunca foi uma mulher chorando à sua casa? Nunca


foi uma recém-viúva? Muitas eu vi casar como Lívia. E
depois vão lá em casa chorando porque o marido ficou no
mar. Eu não sei o que dizer... — Não faz muito tempo
morreu um homem no meu consultório, se se pode chamar
aquilo de consultório... Morreu com uma bala na barriga.
Só falava nas filhas, era canoeiro...’’ p.147
Retrato da
condição feminina

‘’Sua marcha nupcial fora aquela canção de


Canção que resumia a vida do cais. "Ele se foi a
afogar", podia qualquer mulher dizer quando o
marido saía. Destino triste o dela.’’ p.153
Retrato da
condição feminina

‘’Outras mulheres do cais olhavam indiferentes os


maridos que partiam. Mas aquelas haviam nascido ali,
haviam assistido à chegada do corpo do pai, de um irmão,
de um tio (...) era a lei do cais (..) era uma sina
milenar, era um destino traçado. Choravam os pais,
arrancavam os cabelos quando os maridos ficavam, se
atiravam com fúria ao trabalho ou à prostituição até que
os filhos crescessem e se fossem também por sua vez.
Elas eram do cais, traziam os corações já tatuados.’’
p.160
Retrato da condição
feminina: aborto

‘’Ele recomendava muito que as mulheres que se achassem


grávidas fossem a ele (...)Muita mulher abortara sem a ajuda do
Dr. Rodrigo.
(...)
— Essas pobres vivem sofrendo o diabo, passando fome, vendo
os maridos morrerem. É justo que muitas delas não queiram mais
ter filhos. As vezes têm oito ou dez, sem ter com que criar. Vêm
me pedir, o que é que eu vou fazer? Deixar que abortem com
essas curandeiras daí? É pior...’’ p.173
Análise estrutural da narrativa
Personagens
Enredo
Narrador
Tempo
Espaço
Personagens
GUMA LÍVIA ESMERALDA

RUFINO SEU RODOLFO


FRANCISCO
Personagens
DOUTOR
PROFESSORA ROSA
RODRIGO
DULCE PALMEIRÃO

MARIA
GODOFREDO MESTRE CLARA
MANUEL
Personagens
Seu Francisco: tio de Guma, que o criou como filho. Exímio contador de
histórias do cais, conhece todas as músicas do cais e representa,
basicamente, a memória daquele povo:
‘’(...) conhece essa música e esse mundão de estrelas que se reflete no mar.
Senão, de que valeriam quarenta anos passados em cima de um saveiro (...)
Conhece também todas as coroas, as curvas, os canais da baía e do rio
Paraguaçu, todos os portos daquelas bandas, todas as músicas que por ali são
cantadas.’’ p.29
Pode-se relacionar seu papel à figura do griô que, de origem africana, é
responsável por transmitir o conhecimento e saber do povo.
É responsável por garantir que as histórias não sejam esquecidas. Ele é uma
espécie de guardião da memória das lutas e glórias dos moradores do cais, o
que mostra a importância da memória coletiva de um povo. Além disso, os
moradores do cais mal sabem ler e escrever, daí a importância da contação de
histórias. Assim, ele também representa a valorização da oralidade.
Na narrativa, Francisco não comanda mais os
saveiros, apenas remenda as velas.
Metaforicamente, ao tecer e consertar as velas,
associa-se essas atividades ao ato de contar,
moldar e tecer a história de seu povo. Uma
metáfora da (re)construção da oralidade
popular.
Guma: herói da narrativa. Tem uma morte semelhante à de seu pai.
Assim como o seu corpo, o de seu pai também nunca foi encontrado.
Ambos morreram da mesma forma: salvando alguém.
‘’Quem ficou naquela noite foi Frederico, o pai de Guma. Corpo que
ninguém encontrou porque ele morrera para salvar Francisco e por isso
fora com Iemanjá para outras terras muito lindas.’’ p.29

Sua vida é permeada pelo binômio mãe/esposa. Desde a adolescência,


ele se depara com a figura de sua mãe biológica e, sem saber do
parentesco, a deseja como a mulher da rua, capaz de satisfazer seus
desejos sexuais.
Desperta os mais sinceros sentimentos em Rosa Palmeirão, uma mulher
corajosa e "sangue quente" da Bahia, que o ama como filho e como
homem sedutor e valente.
Marido de Lívia
Trai Lívia com Esmeralda
Durante quase toda a narrativa, acredita-se que
ele representa o verdadeiro herói, mas essa
visão é descontruída por 2 motivos: o adultério e
sua relação com o contrabando. Além disso,
também quebra a ‘Lei’ do cais, traindo o seu
amigo Rufino.
Rufino: amigo de infância de Guma. Mantém um relacionamento com
Esmeralda. . Em algumas passagens são narradas agressões dele a
Esmeralda:
‘’Ficou nessa angústia até ouvir os passos de Esmeralda entrando e a sua
voz para Rufino:
— Demorei, meu nego. Mas tava vendo as coisas. Maginei que tu aparecia.
— Sua cachorra, onde é que tu andou? Ninguém viu você lá.
— Ora, naquele mundão de gente. Eu até vi Lívia...
Depois ouviram o estalar das bofetadas. Ele dava nela, com certeza:
— Se pego tu me enganando, te mando pras profundas.
— Arrenego. Não me bata.’’ p. 197
Após saber da traição de Esmeralda com um marinheiro, leva a moça para
matá-la no mar. Esmeralda, sabendo que morreria ali, conta para Rufino que
também o traiu com Guma. Ele, ao saber da traição do amigo, comete
suicídio.
Rodolfo: irmão de Lívia. Vive inconstantemente no cais,
pois está sempre indo e vindo. Está sempre se
encrencando e se relacionando com trabalhos criminosos.
Já foi preso algumas vezes.
Seu Godofredo: representante da companhia de navios.
Em uma noite, seus filhos estão à beira da morte no
Canavieiras e convence os marinheiros a irem salvá-los
(movido por seus interesses pessoais).
Toufick: mestre de saveiro árabe que trabalha no
contrabando de mercadorias. Convida Guma para
trabalhar com ele por trajetos poucos conhecidos, mas
que Guma dominava.
F.Murad: árabe mais rico do contrabando. Representa a
burguesia. Age sempre em prol dos próprios interesses.
No desfecho da obra, seu filho é salvo por Guma
Doutor Rodrigo: médico da comunidade. Ao lado da
professora Dulce, representa a consciência social. Por
ser um homem bondoso, alguns homens do cais
acreditam que ele seja descendente de trabalhadores
marítimos.
Lívia: esposa de Guma. Não se conforma com a vida
de pobreza e angústia no cais e, até determinado
momento da narrativa, está sempre implorando a
saída do casal daquele ambiente marítimo. No
desdobramento do desfecho, revela-se como a
verdadeira heroína da história, de modo subversivo,
ao lado de Rosa Palmeirão.
Convém notar que, durante toda a narrativa, a
imagem que se constrói de Lívia é a de uma mulher
angustiada, que espera ansiosamente o marido
voltar das viagens marítimas. Por isso, a atitude
dela no desfecho da obra pode surpreender o leitor.
Rosa Palmeirão: está sempre com navalha na saia e punhal no
peito. Em ‘’Acalanto de Rosa Palmeirão’’, observa-se que ela,
antes de ser temida por todos, é uma mulher muito querida:

‘’ROSA PALMEIRÃO É UM NOME QUE SOA BEM aos ouvidos da gente


do cais. Contam muitas histórias dessa mulata. O velho Francisco sabe
inúmeras, em prosa e verso, porque Rosa Palmeirão já tem abc e até os
cegos do sertão contam as suas estrepolias. Os homens do cais, que a
conhecem, gostam dela e nenhum lhe nega fogo para o seu cachimbo e
um largo aperto de mão. E junto de Rosa Palmeirão ninguém conta
valentia’’ p.56

Também representa a subversão dos papéis sociais de


gênero ao desafiar as normas impostas no contexto da
época.
Além disso, ela mantém um romance com Guma. Ele, bem mais novo
do que ela, ainda florescendo. Ela, mais velha, deseja muito ter um
filho.
Essa vontade de ser mãe mostra que ela não se limita às
convenções sociais: pode ser forte e destemida, mas também ser
mãe.
Assim, Rosa Palmeirão desafia a ideia de que a maternidade é
exclusivamente associada às mulheres que se encaixam em
estereótipos de feminilidade. Ela demonstra que uma mulher pode
ser forte, corajosa e independente, enquanto também experimenta a
vontade de criar uma família e nutrir laço maternos.
Isso subverte a visão estereotipada de que apenas as mulheres que
se enquadram em padrões femininos convencionais são capazes de
sentir e expressar esse tipo de afeto e desejo de formar uma família.
Maria Clara: esposa de Mestre Manuel. Representa a
mulher resignada com a realidade do cais. Acompanha
frequentemente seu marido nas viagens a bordo do
Viajante sem Porto, cantarolando as melodias que sempre
falam do mar e do destino trágico.
Esmeralda: amásia de Rufino. É descrita como uma mulher de corpo
muito sensual e desejada por muitos homens do cais. É vizinha de Lívia e
faz companhia para a moça quase sempre.
Trai Rufino com vários homens. Na obra, ela ‘’seduz’’ Guma, que trai
Lívia, por não resistir aos desejos de Esmeralda.
É uma personagem que, apesar de dizer que não se apega a homens,
aceita também a vida que leva, inclusive, o relacionamento abusivo
com Rufino
Depois que Rufino descobre as traições da moça, ela é morta
violentamente por ele. Os restos do seu corpo foram achados dias
depois no mar.
Há certa inveja e malícia em sua personalidade
Professora Dulce: representa, ao lado de Rodrigo, a consciência social
Na comunidade do cais, espera por um "milagre" que possa mudar suas
vidas. Ela acredita que, por meio da educação, essas crianças podem
escapar do destino pré-determinado e alcançar uma vida melhor. Sua fé
nesse "milagre" é o que a motiva a continuar ensinando, apesar das
dificuldades.
Há um aspecto melancólico na descrição de sua
personalidade devido à realidade do cais.

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