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Metodologia da Pesquisa/TCC AULA 6

Fabiana Sena da Silva

INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARAÍBA

Conhecendo a ABNT

1 OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM

„„ Aprender a utilizar as normas técnicas


referentes à pesquisa científica;
„„ Refletir sobre a importância da formatação;
„„ Apreender as normas de citação e referências.
Conhecendo a ABNT

2 COMEÇANDO A HISTÓRIA

Por que tratar de formatação, citação e referências de um trabalho acadêmico?


Por que se faz necessário fazê-las? Qual a importância das regras da ABNT?
Para produzir trabalhos acadêmicos, é preciso conhecer os padrões exigidos
em diversos detalhes e estar atento a eles. A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) define as normas de formatação dos projetos de pesquisa
e monografias no país. A cada ano, a ABNT costuma revisar as suas regras e
atualizá-las. As mudanças efetuadas são poucas, mas é de suma importância
que o estudante procure conhecê-las a fundo para adaptar a formatação dos
seus trabalhos.

Assim, as citações servem para dar credibilidade e fundamentação ao trabalho


científico; indicar informações sobre os trabalhos desenvolvidos na área de
pesquisa; apresentar exemplos de pontos de vista semelhantes ou divergentes
sobre o objeto de sua pesquisa. Já as referências permitem ao leitor/pesquisador ter
o conhecimento da lista ordenada dos documentos efetivamente citados no texto.

Nesta aula, iremos apresentar as regras para a produção de um trabalho


científico. Colocar o Trabalho de Conclusão de Curso ou monografia dentro
das normas da ABNT não é uma tarefa fácil. Por isso, vamos agora arregaçar as
mangas, conhecer essas normas e aplicá-las!

3 TECENDO CONHECIMENTO

3.1 Formatação
Fonte e Margem

O corpo do texto deve ser digitado na cor preta, com fonte tamanho 12. As fontes
mais recomendadas são Arial ou Times New Roman. Há exceções a essa regra:

1) Pode-se utilizar outras cores somente para as ilustrações;


2) Em citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas
de tabelas e figuras, deve-se usar fonte com tamanho menor que a do
texto e uniforme.
Todos os textos devem iniciar no anverso da folha, ou seja, na frente. O trabalho
deve ser impresso em folha tamanho A4, branca ou reciclada. Recomenda-se
que as impressões sejam na frente e no verso das folhas.

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Para o anverso, isto é, a frente da folha, as margens devem ser: esquerda e superior


de 3 cm e direita e inferior de 2 cm.

Para o verso, as margens direita e superior são 3 cm e a esquerda e inferior são


2 cm. Confira, no exemplo a seguir, um modelo de anverso:

Figura 1

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Espaçamento

Todo o texto deve ter espaçamento de 1,5 entre as linhas. As citações com mais de
três linhas, notas de rodapé, referências e legendas devem ter espaçamento simples.

Figura 2

As notas de rodapé devem estar separadas do texto por uma linha fina e ter
espaçamento simples. A fonte deve ser menor que a do texto e, caso haja mais
de uma nota, elas devem estar alinhadas levando em consideração a primeira
letra de cada uma.

Figura 3

Títulos e Subtítulos

Os títulos das seções sempre começam no anverso, ou seja, na frente das folhas.
Eles devem estar localizados na parte superior da mancha gráfica e sempre
alinhados à esquerda. A numeração dos tópicos dependerá do desenvolvimento
do trabalho. Entretanto, existem normas específicas que garantem a clareza
desse sistema no texto.

O sistema mais usado em monografias é a numeração progressiva que segue


as regras da ABNT/NBR-6024. De acordo com suas determinações, cada seção
deve ser numerada usando apenas algarismos arábicos. Seguindo essa ordem,
os títulos de capítulos surgem como seções primárias, os primeiros subtítulos
como seções secundárias e assim por diante. Faz-se necessário saber que
tais divisões vão apenas até as seções quinárias (veja quadro com exemplo
abaixo). Para identificá-las, utilizam-se números separados por pontos, a partir
da seção secundária. Entre o título e os indicadores de seção (números) não há

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separação por pontos, hífens ou quaisquer sinais gráficos. Apenas dê um toque


na barra de espaço (caractere).

Veja o exemplo a seguir:

Seção primária Seção Seção terciária Seção Seção


(título) secundária (subtítulo 1) quartenária quinária
(subdivisão) (subtítulo 2) (subtítulo 3)

1 1.1 1.1.1 1.1.1.1 1.1.1.1.1

Figura 4

No corpo do texto, a numeração fica desta forma, sempre alinhada à esquerda:

1 TÍTULO (Deve ser colocado em maiúsculas e em negrito)

1.1 Subtítulo (Pode ser escrito todo em maiúsculas, ou apenas a primeira letra.


Também se usa negrito)

1.1.1 Subdivisão do subtítulo (Tem apenas a primeira letra em maiúscula e


aparece em negrito)

1.1.1.1 (igual ao anterior)

 1.1.1.1.1 (igual ao anterior)

Caso seja necessário dividir uma seção ou subseção, deve-se usar alíneas.
Nelas, em vez de números, utilizam-se letras seguidas por parênteses, como no
exemplo a seguir:

a) xx; 

b) xx; 

c) xxx. 

Lembre-se de que a numeração dos títulos, subtítulos e a subdivisão do subtítulo


devem corresponder exatamente ao que está no sumário.

Numeração de páginas

A parte pré-textual de seu trabalho (folha de rosto, lista de ilustrações, sumário,


etc.) deve ser numerada sequencialmente com números romanos. A numeração
com algarismos arábicos deve começar a partir da parte textual e continuar até
o pós-textual. O número das páginas, em ambos os casos, deve estar localizado
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no canto superior direito, a 2 cm das bordas direita e superior, de acordo com


o exemplo a seguir:

Figura 5

3.2 Citações
As citações ao longo do texto da monografia são necessárias porque sustentam a
argumentação do trabalho. Para garantir a clareza das citações, a ABNT estabeleceu
uma série de normas que padronizam o modo como tais menções devem ser
realizadas, tanto no texto como na bibliografia.

Saiba que essas regras são obrigatórias e devem ser utilizadas em qualquer tipo
de trabalho acadêmico, pois o uso inapropriado ou mal colocado de citações
pode incidir em suspeitas de plágio, o que torna a pesquisa inválida. 

Citações diretas

É a frase que está transcrita dentro do texto precisamente como na obra de que
foi retirada. O sistema utilizado para creditá-la costuma ser o de autor-data, que
pode ser expresso de dois modos diferentes. Pode-se colocar o nome do autor,
seguido de parênteses com o ano de publicação da obra e a página da referida
citação antes das aspas. Ou após a citação, já contendo o sobrenome do autor
em letras maiúsculas, a data e o número da página. Seguem, respectivamente,
os modelos:

Para Foucambert (1994, p. 16), “Quem é leitor não considera o livro como
um objeto sagrado; já os que freqüentam o livro esporadicamente tem
uma atitude inferiorizada em relação a ele: o livro está com a razão e eles
estão errados.”

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Podemos afirmar que “a linguagem é uma legislação. A língua é seu código”


(BARTHES, 2007, p. 12).

É possível, também, fazer citações diretas de obras escritas por dois ou mais
autores. Nesse caso, pode-se seguir o primeiro modelo, acrescentando os
nomes na ordem em que aparecem no livro, para o caso de creditá-los antes
das aspas. Já no segundo modelo, em que os sobrenomes aparecem dentro dos
parênteses, estes devem ser separados por ponto e vírgula, como demonstram
os exemplos a seguir:

Ao falar do trabalho de Antonio Henrique Amaral, Giovannetti e Kiyomura


(2004, p. 27) comentam: “a forma surge no movimento dos gestos, dançando
ou caindo ao acaso na compulsão da cor”.

No trabalho de Antonio Henrique Amaral, “a forma surge no movimento dos


gestos, dançando ou caindo ao acaso na compulsão da cor” (GIOVANNETTI
e KIYOMURA, 2004, p. 27).

Outra forma para as citações diretas ocorre quando o trecho tem mais de três
linhas. Tais referências devem ter um parágrafo próprio, escrito com fonte menor
que a do texto. Ou seja, como o texto deve ser escrito no tamanho 12, a citação
pode ser em tamanho 10 ou 11. É preciso fazer um recuo de 4 cm da margem
esquerda da folha. Nesse caso, os créditos ao autor devem ser colocados de acordo
com o modelo abaixo, com o sobrenome, o ano e a página entre parênteses.

Com Ferdinand Saussure [...], a investigação científica


passou das línguas (todas as existentes) à língua (de
concepção abstrata), percebida como e enquanto
meio de comunicação do pensamento e definida
como sistema de relações, determinado por
suas propriedades internas, cujas possibilidades
combinatórias oferecem-se à verificação empírica:
as regras gramaticais. (RIZZO, 1998, p. 22).

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Citações indiretas

No texto não é necessário transcrever palavra por palavra do que seu teórico
de referência disse. É possível abreviar a ideia e, ainda assim, manter os créditos
ao autor. Para isso, são utilizadas as citações indiretas, as quais podem ser feitas
de três formas diferentes. Seguem os exemplos:

Morin (2000) afirma que todo conhecimento sobre o mundo é decorrente


da interpretação de nosso cérebro acerca do universo percebido pelos
sentidos, multiplicando assim os riscos de erro.

Todo conhecimento sobre o mundo é decorrente da interpretação de


nosso cérebro acerca do universo percebido pelos sentidos, multiplicando
assim os riscos de erro (MORIN, 2000).

As citações indiretas de diferentes documentos de um mesmo autor devem ser


demonstradas da seguinte forma: o nome do autor aparece primeiro, em letras
maiúsculas, e, logo depois, os anos da publicação de cada obra:

(DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)

3.3 Referências

Assim como as citações, as referências também são partes fundamentais de


uma boa monografia, pois seu raciocínio será embasado por elas. Os elementos
fundamentais na referência são: autor, título da obra, número da edição, local
de publicação (cidade), editora e data (ano). Confira a seguir as regras para cada
tipo de referência:

Monografias

Segundo a norma da ABNT NBR 6023, essa categoria: “Inclui livro e/ou folheto
(manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário etc.) e trabalhos acadêmicos
(teses, dissertações, entre outros)”. Os elementos obrigatórios de uma referência
à monografia completa são: autor(es), título, edição, local, editora e data de
publicação.
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Caso seja necessário, é possível adicionar mais informações à referência para


facilitar a identificação do documento, como página, catálogo de uma biblioteca,
etc. Uma referência contendo apenas os elementos obrigatórios deve ser feita
desta maneira:

GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998.

Uma referência com mais elementos pode ser feita desta maneira:

GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p.,


21 cm. (Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131-132.

HOUAISS, Antonio (Ed.). Novo dicionário Folha Webster’s: inglês/


português, português/inglês. Ismael Cardim (Coeditor). São Paulo: Folha
da Manhã, 1996. Edição exclusiva para o assinante da Folha de S. Paulo.

No entanto, essa categorização não se aplica para monografias em meio eletrônico.


Caso você tenha consultado esse documento em mídias digitais ou on-line, é
preciso seguir regras específicas. Para as monografias que estejam contidas em
CD, DVD, disquetes e outros meios, deve ser adicionada a descrição da mídia,
como no modelo a seguir:

KOOGAN, André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e dicionário


digital 98. Direção geral de André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta:
Estadão, 1998. 5 CD-ROM.

Já para consultas on-line, é imprescindível que se use a expressão “Disponível em”,


seguida do endereço do site, entre os sinais gráficos < >. Depois desse elemento,
deve ser escrita a expressão “Acesso em” contendo a data de visualização do
documento. Se quiser, também é possível adicionar o horário da visualização,
com as horas e os minutos.

ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível em:
<http: www.virtualbooks.com>. Acesso em: 10 jan. 2002, 16h30m30s

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Conhecendo a ABNT

Também se deve fazer a referência quando esta é uma citação feita por um
terceiro autor dentro de uma monografia, informando-se, assim, o autor e o
título e inserindo a expressão “In:”. Logo após, faça a referência completa do
trabalho que você consultou e especifique em qual parte dele estava a citação.
Veja o exemplo:

ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.;


SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996. p. 7-16.

Se o autor da obra que você pesquisou tiver citado outra obra de sua autoria
no trabalho, você precisa fazer a referência usando a expressão “In:” seguida de
um traço composto por seis espaços

SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In: ______. História


do Amapá, 1º grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3.

Publicações Periódicas

É possível, também, referenciar, em sua monografia, qualquer tipo de publicação


periódica, como jornais e revistas. Existem duas maneiras de fazer essa referência:
a publicação como um todo, ou uma seção, artigo, reportagem ou encartes
específicos. Caso prefira referenciar uma edição completa de uma publicação
periódica, os elementos obrigatórios são: título, local de publicação, editora e
data de início da publicação. Porém, caso prefira, é permitido adicionar mais
informações para facilitar a identificação do documento.

REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939- . Trimestral.


Absorveu Boletim Geográfico, do IBGE. Índice acumulado, 1939-1983. ISSN
0034-723X.

BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978. Trimestral.

SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL. São Paulo: Associação Paulista de Medicina,


1941- . Bimensal. ISSN 0035-0362.
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AULA 6

Agora, se você precisa referenciar somente um determinado volume ou


edição, a maneira de fazer isso é diferente. Nesses casos, deve-se colocar o
título, local, editora, número e data da publicação. Veja:

DINHEIRO. São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000.

Para referenciar um artigo de revista, é essencial colocar autor(es), título do


artigo, título da publicação, local, ano ou numeração correspondente, fascículo
ou número, página e data. Veja o exemplo:

SEKEFF, Gisela. O emprego dos sonhos. Domingo, Rio de Janeiro, ano 26,
n. 1344, p. 30-36, 3 fev. 2002.

Porém, se essa consulta foi feita em meio eletrônico, deve-se incluir o tipo da
mídia consultada:

VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa. Neo Interativa,


Rio de Janeiro, n. 2, inverno 1994. 1 CD-ROM.

Se o material estiver disponível on-line, é possível incluí-lo, usando o mesmo


sistema adotado para as monografias on-line, com o endereço do site e a data
de acesso. A regra também é a mesma para artigos de jornais. Veja o modelo:

SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. .Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção
Ponto de Vista. Disponível em: <http: www.brazilnet/contexts/brasilrevistas.
htm>. Acesso em: 28 nov. 1998.

Especialmente para jornais, é importante ficar atento a alguns aspectos: além


do que já foi explicado, é obrigatório colocar a data da publicação, a seção,
caderno ou parte do jornal em que a referência se encontra.

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Conhecendo a ABNT

NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São


Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.

Eventos

Documentos e conteúdos relacionados a eventos, como atas, também podem


ser referenciados em uma monografia. Os elementos essenciais para esse tipo
de referência são: nome do evento, ano e local de realização, seguido do título
do documento e dados da publicação (editora, local, data). Por exemplo:

REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 20., 1997, Poços


de Caldas. Química: academia, indústria, sociedade: livro de resumos.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 1997.

Se você quiser referenciar um trabalho apresentado em um evento, é necessário


seguir a regra do “In:”, ou seja, além de colocar todas as referências obrigatórias
do evento, evidenciar também os dados do trabalho. Veja:

BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD


orientado a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9.,
1994, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16-29.

Em qualquer uma das situações, se você teve acesso a esse documento em meio
eletrônico, faz-se necessário mencionar o tipo de mídia digital ou, se a consulta
foi on-line, colocar o link e a data de acesso, como nos exemplos abaixo:

SABROZA, P. C. Globalização e saúde: impacto nos perfis epidemiológicos


das populações. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EPIDEMIOLOGIA, 4., 1998,
Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: ABRASCO, 1998. Mesa-
redonda. Disponível em: <http://www.abrasco.com.br/epirio98/>. Acesso
em: 17 jan. 1999.

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Documentos de acesso exclusivo em meios eletrônicos

Caso a sua referência só possa ser visualizada em meios eletrônicos, é importante


que isso esteja evidenciado ao referenciá-la no seu trabalho. Essa referência inclui
bases de dados, listas de discussão, sites, arquivos em disco rígido, programas,
conjuntos de programas, mensagens eletrônicas, etc. Os elementos essenciais
são: autor(es), título do serviço ou produto e, se houver, versão e descrição física
do meio eletrônico. Para consultas totalmente on-line, é imprescindível colocar
o link e a data de acesso. Seguem os exemplos:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas.doc.


Curitiba, 1998. 5 disquetes.

ALLIE’S play house. Palo Alto, CA.: MPC/ Opcode Interactive, 1993. 1 CD-ROM.

3.3.1 Casos especiais


Dependendo do tema abordado em sua monografia, você poderá entrar em
contato com materiais raros e difíceis de catalogar. Nesses casos, é comum encontrar
documentos sem título, ou cujo autor e data de criação são desconhecidos. Veja
a seguir como proceder em situações como essas:

Autores
Se não souber a identidade do autor, não coloque como anônimo. A entrada
da referência deve ser feita somente com o título da obra. Segue o exemplo:

DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira


do Livro, 1993. 64 p.

Já para textos cuja autoria se atribua à(s) entidade(s), é o nome dela(s) que deve
aparecer. Em caso de duplicidade, é possível diferenciar as duas entidades por
meio da unidade geográfica da instituição, entre parênteses, logo após o nome:

UNIVERISDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de São


Paulo, 1992. São Paulo, 1993. 467 p.
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Datas

Existem várias especificações técnicas para esse item. De acordo com a orientação
da ABNT, o autor da monografia deve procurar aproximar a data ao máximo, mas,
caso isso não seja possível, algumas regras devem ser seguidas. A data deve ser
sempre colocada entre colchetes [ ].

No caso de dúvida somente entre dois anos, colocam-se os dois, separados pela
palavra “ou”: [1991 ou 1992].

Já quando se trata de um intervalo de tempo (que deve ser menor que vinte
anos), usa-se a palavra “entre”: [entre 1906 e 1912].

Se existir uma data provável, mas não confirmada, emprega-se um ponto de


interrogação: [1925?].

Quando existir uma aproximação do século ou da década, utilizam-se traços. A


referência [18--] significa que há certeza apenas sobre o século e [187-] demonstra
que a década também é conhecida.

Nos documentos produzidos em diferentes datas, as datas da primeira e da última


publicação devem ser indicadas desta forma: 2001 – 2005. Caso a publicação
ainda esteja em andamento, é obrigatório colocar a data da primeira edição
assim: 1985 - .

Se qualquer um desses itens for uma aproximação ou se não houver certeza, o mais
correto é colocar os traços e pontos de interrogação, como neste exemplo: [18--?].

Títulos

O título e o subtítulo (se for usado) devem ser reproduzidos tal como figuram
no documento, separados por dois pontos. Exemplos:

PASTRO, Cláudio. Arte sacra. São Paulo: Loyola, 1993.

PASTRO, Cláudio. Arte sacra: espaço sagrado hoje. São Paulo: Loyola,
1993. 343 p.

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AULA 6

Para o caso de trabalhos sem títulos, a referência deve ser feita com uma
explicação, entre colchetes, que faça a sua descrição, conforme apresentado
no exemplo abaixo:

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 1. 1978, Recife. [Trabalhos


apresentados]. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 1980. ii, 412 p.

Editora

O nome das editoras nas referências deve ser indicado da mesma maneira como
aparece no livro ou documento, sendo permitido apenas abreviar prenomes e
suprimir palavras de cunho comercial ou jurídico. Caso a publicação tenha mais
de uma editora, ambas devem ser referenciadas com suas respectivas cidades.
Agora, se for mais de duas, somente a primeira ou a destacada deve ser indicada
na referência. Se o responsável pela publicação do livro for o próprio autor, não é
necessário fazer nenhum tipo de indicação. Se a publicação não tiver editora e ela
não puder ser identificada, deve-se usar a expressão “sine nomine”. Por exemplo:

FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de 1993. Brasília, DF:


[s.n.], 1993.

Ilustrações

Podem-se indicar as ilustrações de qualquer natureza pela abreviatura il.; para


ilustrações coloridas, usar il. color. Exemplos:

CESAR, A. M. A bala e a mitra. Recife: Bagaço, 1994. 267 p., il.

AZEVEDO, Marta R. de. Viva vida: estudos sociais, 4. São Paulo: FTD, 1994.
194 p., il. color.

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Conhecendo a ABNT

Ordenação das referências

As referências dos documentos citados em um trabalho devem ser ordenadas


de acordo com o sistema utilizado para citação no texto, conforme ABNT NBR
10520. Os sistemas mais utilizados são: alfabético (ordem alfabética de entrada)
e numérico (ordem de citação no texto).

Sistema alfabético

Se for utilizado o sistema alfabético, as referências precisam estar reunidas no


final do trabalho, do artigo ou do capítulo, em uma única ordem alfabética.
Assim, as chamadas no texto devem estar de acordo com a forma adotada na
referência, com relação à escolha da entrada, mas não necessariamente quanto
à grafia, conforme ABNT NBR 10520.

Veja o exemplo:

No texto:

Para Gramsci (1978) uma concepção de mundo crítica e coerente pressupõe


a plena consciência de nossa historicidade, da fase de desenvolvimento
por ela representada [...]

Nesse universo, o poder decisório está centralizado nas mãos dos detentores
do poder econômico e na dos tecnocratas dos organismos internacionais
(DREIFUSS, 1996).

Os empresários industriais, mais até que os educadores, são, precisamente,


aqueles que hoje identificam tendências na relação entre as transformações
pelas quais vêm passando o processo de trabalho, o nível de escolaridade
e a qualificação real exigida pelo processo produtivo (CONFEDERAÇÃO
NACIONAL DA INDÚSTRIA, 1993).

Na lista de referências:

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (Brasil). Educação básica e


formação profissional. Salvador, 1993.

DREIFUSS, René. A era das perplexidades: mundialização, globalização


e planetarização. Petrópolis: Vozes, 1996.

GRAMSCI, Antonio. Concepção dialética da História. 2. ed. Rio de Janeiro:


Civilização Brasileira, 1978.

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AULA 6

A ABNT oferece outros exemplos para fazer as referências. Apresentamos


algumas delas para que você possa ter o primeiro contato e o conhecimento de
como fazer as referências. Recomendamos que acesse as normas da ABNT para
acompanhar as mudanças que ocorrem e as dúvidas para os casos omissos aqui.

No que diz respeito à apresentação das referências, estas devem ser (BASTOS
et al., 2010, p. 95):

a) Alinhadas à margem esquerda, em espaço simples. Porém, faz-se


necessário identificar cada documento individualmente, por isso
deixa-se um espaço duplo de uma referência para outra.
b) É fundamental adotar os mesmos princípios para todas as referências,
de forma padronizada. Assim, ao optar pela inserção dos dados
complementares, considere-os em cada uma das referências da lista.
Por exemplo: se adotar a especificação do número total de páginas
de um documento referido, faça o mesmo com o restante da lista.
c) A ABNT não especifica o recurso tipográfico (negrito, sublinhado ou
itálico) para a marcação do elemento título, mas determina que seu
uso seja uniforme em todas as referências de um mesmo trabalho.

Observação: Essa forma de marcação não se aplica nos casos em que


não há indicação de autoria e o elemento de entrada é o próprio título,
que se destaca pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra.

Exercitando

A fim de exercitar a compreensão sobre citações e referências, faça as


atividades a seguir:

1) Faça a referência bibliográfica, considerando os seguintes elementos:

„„ Título da obra: Uma história da formação do leitor no Brasil


„„ Autora: Márcia Cabral da Silva
„„ Editora: Eduerj
„„ Local: Rio de Janeiro
„„ Ano: 2009

2) A partir do trecho abaixo, faça uma citação direta e uma indireta:


Autora: Regina Zilberman
Ano: 2003
Página: 72

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Conhecendo a ABNT

A utilização de personagens crianças na literatura infantil não tem a mesma


idade do gênero. Os primeiros livros escritos para a infância continham
contos de fadas, adaptações de obras destinadas a adultos, como Robinson
Crusoe e Viagens de Gulliver, ou ainda narrativas moralizantes, como as de
Madame Leprince Beaumont.

3) Marque com um X os tipos de citações, quando houver:

a) De acordo com Becker (1993, p. 37), na “[...] ausência de reflexão


epistemológica o professor acaba assumindo noções de senso
comum”, pois a noção de conhecimento entre os professores pode
ser vaga ou, às vezes, estes têm dificuldade de responder o que
entendem por conhecimento.

( ) citação da citação ( ) citação direta ( ) citação com destaque


( ) citação com omissão ( ) citação indireta

b) Muitas teorias buscam oferecer as melhores explicações da cognição


e o seu funcionamento, mas deixam em aberto algumas questões.
Vejamos alguns exemplos, como diz Teixeira (2000, p. 16):
Eu posso fechar meus olhos e, numa fração de segundos,
pensar em estrelas coloridas cintilando num céu azul-
escuro. Estrelas que nem sequer sei se existem, e que talvez
estejam a muitos anos-luz de distância. Eu posso imaginar
uma vaca amarela ou então dizer que estou a sentir muito
calor. Entretanto, se alguém pudesse abrir o meu cérebro
e examiná-lo com o mais aperfeiçoado instrumento de
observação de que a ciência dispõe, não veria estrelas
coloridas nem uma vaca amarela. Veria apenas uma massa
cinzenta, cheia de células ligadas entre si.

( ) citação longa ( ) citação direta ( ) citação com destaque


( ) citação com omissão ( ) citação indireta

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AULA 6

4 APROFUNDANDO SEU CONHECIMENTO

As expressões latinas, abreviadas ou não, utilizadas para as subsequentes


citações do mesmo autor e/ou da mesma obra, devem ser usadas na página
ou na folha onde aparece a citação a que se referem.

As únicas expressões latinas usadas no texto, no caso do sistema de referência


autor-data, são:
Apud = citado por, conforme, segundo
Et al. ou et alii = e outros
Algumas expressões latinas usadas somente em notas de rodapé, no caso do
sistema numérico de referência:
Cf. = confira, confronte Ex.: Cf. ANTUNES, 2005.
Ibid. ou Ibidem = mesma obra Ex.: SOLOMON, 2006, p. 21. Ibid., 2005, p. 190.
Id. ou Idem = mesmo autor; igual a anterior Ex.: NAVEGA, 2005, p. 7. Id., 2005, p. 20.
Loc. cit. ou loco citato = no lugar citado Ex.: ALVES; MATTAR, 1997, p. 52-59.
ALVES; MATTAR, 1997, loc. cit.
Op. cit. ou opus citatum ou opere citato = na obra citada Ex.: SANTOS, 1996, p.
42. SILVA, 1990, p. 20-24. SANTOS, op. cit., p. 19.
Passim = aqui e ali; em vários trechos ou passagens Ex.: MOTTA, 1991, passim.
Et seq. ou sequentia = seguinte ou que se segue Ex.: SILVA, 2003, p. 30 et seq.
E.g. ou exempli gratia = por exemplo
Sic = assim.

5 TROCANDO EM MIÚDOS

Conforme foi visto nesta aula, as citações podem ser diretas e indiretas. Elas
possibilitam separar o pensamento alheio do nosso, bem como dar credibilidade
às ideias apresentadas. A presença delas no trabalho científico é considerada
como um complemento para as informações referidas nos trabalhos acadêmicos,
cujo conteúdo é retirado de uma outra fonte.

No que diz respeito às referências, estas são uma ferramenta utilizada nos trabalhos
acadêmicos, sendo composta por um conjunto padronizado de elementos que
permitem a identificação das informações expostas no texto. Dito de outra forma,
é a relação de informações consultadas ou citadas por um autor na criação de
um determinado texto e devem ser apresentadas no final do trabalho.
119
Conhecendo a ABNT

6 AUTOAVALIANDO

Ao final desta aula, a fim de garantir uma compreensão do conteúdo nela


abordado, é necessário que você se faça os seguintes questionamentos:

„„ Compreendo as distinções entre citações diretas e indiretas e a importância


delas no trabalho acadêmico?

„„ Consigo compreender a importância das referências em um trabalho


acadêmico?

„„ Compreendo as diferentes formas de fazer as referências?

120
AULA 6

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e


documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: informação e


documentação - Numeração progressiva das seções de um documento escrito
- Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e


documentação - Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

BASTOS, D.; SOUZA, M.; NASCIMENTO, S. Monografia ao alcance de todos. Rio


de Janeiro: Garamond, 2010.

121

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