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NOME: Francisca Ruana Monteiro da Silva

MATRÍCULA: 201901181618
TURMA: 1004
SALA: 304-A

Princípio do Devido Processo Legal

Inspirado pelo Direito Anglo-Saxão e considerado por muitos como o princípio


mais importante do ordenamento jurídico, uma vez que serve de base para outros
princípios, o princípio do devido processo legal tem previsão no artigo 5º, inciso LIV da
Constituição Federal brasileira.

Desta forma, na qualidade de cláusula pétrea, não pode ser suprimido ou


diminuído, garantindo, portanto, a todos o direito a um processo que respeite todas as
etapas previstas em lei, assegurando, assim, que o indivíduo só será privado de sua
liberdade ou terá seus direitos restringidos mediante processo que obedeça às normas
processuais, uma vez que objetiva impedir as arbitrariedades do Estado, tais como o abuso
de autoridade.

Insta salientar que, apesar de originalmente ter sua natureza caracteriza como
puramente processual, o princípio do devido processo legal foi ganhando novos
contornos ao longo do tempo, de modo que a doutrina começou a analisá-lo sob dois
aspectos: o devido processo legal da garantia (“procedural due process of law”), ou
formal, e o devido processo legal substancial ou material (“substantive due process of
law”).

Na acepção formal determina-se o respeito e a observância às normas pré-


estabelecidas, sendo este processo composto de garantias constitucionais como o juiz
natural, o contraditório, a duração razoável do processo, entre outras. Ademais, assegura
que a relação processual seja tratada isonômica e equilibradamente, de modo a respeitar
o contraditório, na busca de um resultado adequado e justo ao processo.
O devido processo legal material no Brasil, por sua vez, diz respeito à elaboração
e interpretação das leis, de modo a impedir arbitrariedades do poder público, devendo o
processo legislativo, bem como a interpretação das leis, seguir parâmetros razoáveis e
proporcionais.

Ante o exposto, temos, pois, que as dimensões formal e material não se


contrapõem. Isso porque enquanto o aspecto formal diz respeito à atenção aos princípios
processuais, ou seja, ao momento do processo; o aspecto material, por sua vez, como
discorrido alhures, refere-se ao momento de produção de leis (processo legislativo), bem
como de interpretação delas, de modo que o legislador não pode abusar do seu poder de
legislar, tampouco as leis podem ser aplicadas de modo abusivo.

Conclui-se, portanto, que o princípio do devido processo legal é uma garantia


contra a tirania, não podendo nenhuma norma jurídica ser criada sem que se observe tal
princípio fundamental, devendo a produção normativa seguir adequadamente seu
respectivo processo criativo, sob pena de nulidade.

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