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3- COOPER, Fredrik. Condições análogas à escravidão.

- Escravidão e colonialismo não são paralelos em contextos diferentes e não são, por si sós,
alvos da mobilização política.

- A crítica à escravidão no século XIX se concentrou nas violações da ideologia da mão-de-obra


livre, evitando outros aspectos do domínio colonial.

- Participação dos escravizados no processo de emancipação.

- Protagonismo dos dominados na formação da nova ordem política.

=> O capítulo se propõe a mostra o relacionamento dialético de uma das lutas mais recentes,
entre Costa do Marfim e França, nos anos após a Segunda Guerra. O debate na França e na
África francesa sobre o trabalho forçado entre 1944 e 1946; discussão sobre política
trabalhista.

- Repressão francesa aos trabalhadores da colônia, tal qual houve na metrópole.

- O capítulo fala sobre o arcabouço teórico relativo ao trabalho livre, que surgiu na Inglaterra
no final do século XVIII.

- Transformação dos empreendimentos colonizadores europeus do final do século XIX num


projeto moral e coeso, mediante a libertação dos africanos das diversas formas de servidão.

=> A mão de obra livre torna-se um conceito vital para distinguir o colonizador progressista do
início do século XX dos saqueadores, bandidos, sequestradores e compradores de carne
humane, que durante séculos representaram a Europa no ultramar.

- Contradições éticas na forma com que o pensamento europeu conduziu a evolução do


trabalho assalariado nas metrópoles, sendo responsável pela escravidão nas colônias, agora
conduzia o processo de participação política da população, sendo a impositora do poder
externo sobre o continente africano.

- O declínio do comércio de escravos ultramarino, decisivo em 1850, não fez diminuir a


escravidão na África imediatamente. Houve continuidade no comércio doméstico.

- Violência e ciclo de miséria e dependência causados pela escravidão.

- John Speke – Ciclo de violência e miséria da escravidão

- David Livingstone – O comércio de escravos foi uma barreira insuperável ao progresso moral
e comercial.

- Dificuldades políticas de modernização das condições de trabalho: os chefes africanos


mantinham-se ao lado dos senhores de escravos e comerciantes deles.

- As potências colonizadoras, no fim do século XIX, concebendo-se como “civilizadoras”,


começaram com um discurso humanizante.

- A final da primeira década do século XX, os britânicos, franceses, belgas, portugueses e


alemães tinham eliminado a existência legal da escravidão, pelo menos no papel, as práticas
escravistas estavam em declínio.

- A presença britânica mudou as relações de poder, mão de obra livre. Deixou de levar em
conta a complexidade do sistema social africano.
- As novas formas de trabalho impostas pela colonização alteraram a dinâmica das relações
sociais de trabalho, antes escravistas.

- Surgimento do trabalho ocasional, considerados “vadios” ou criminosos pelas autoridades.

=> A condenação da prática da escravidão não continha preocupação com o bem estar dos
escravizados. O compromisso era com uma noção europeia de progressismo. Levar o progresso
a povos atrasados.

- Conflitos locais determinavam a forma com que os ingleses agiam, mudando relações de
trabalho e com a terra.

=> Permitir que a mudança acontecesse dentro dos limites da cultura africana tornou-se a
razão de ser do regime colonial.

- O mito do atraso e da tradição africanos ocultou o fato de que as principais potências


coloniais não transformaram nem exploraram a África, como supunham suas promessas
anteriores.

- Relações matrilineares foram atingidas pela escravidão (p.235). Elemento cultural alterado
pelo fim da escravidão. Incremento do poder às mulheres.

=> Em várias regiões da África, a revolução que se seguiu à emancipação não foi pretendida.
Em vez disso, provocou uma transformação nas relações de poder e gênero, tratada no
discurso oficial como manutenção da tradição. (p.238)

- Os estados europeus vigiavam uns aos outros, transformando em exemplos os membros mais
fracos da comunidade colonizadora, no sentido de determinar o estilo de colonização mais
aceitável.

- França e Inglaterra condenavam, no discurso, os trabalhos forçados, contudo, o utilizaram


vastamente da modalidade em suas colônias.

- Domínio sutil e indireto das relações de poder, com os chefes locais, no intuito de controla-
los e não expor as relações de trabalho escravo, colocando as verdadeiras interações às
ocultas.

- A Liga das Nações e a Convenção do trabalho forçado de 1930 da OIT delimitaram o conceito
de “trabalho forçado”. (p.244)

- O governo francês se recusou, até 1937, a ratificar o acordo.

- A França mantinha a prática da exploração dos trabalhos forçados para empreendimentos


públicos, estatais, legalmente, e as relações privadas eram mantidas em segredo.

- A reconhecida hipocrisia francesa ao defender a importância do trabalho livre e assalariado,


mantendo trabalhos forçados nas colônias. (p.248)

- A Segunda Guerra fez com que a situação se degenerasse. Aumentando, principalmente apís
a derrota em 1940.

- O trabalho forçado teve fim em 1946, com uma grande greve. (p.252).
- A pressão dos africanos pela extinção dos trabalhos forçados consistia no argumento do
“ideal civilizatório” do imperialismo, defendido pela França. A incoerência presente nesse
paradoxo hipócrita foi a base da argumentação dos opositores criticando a prática.

- A mudança do pensamento oficial francês aconteceu, principalmente, devido à iniciativa


africana.

- A reascensão da economia na África Francesa do pós Segunda Guerra foi resultado do


trabalho dos fazendeiros africanos e seus trabalhadores. Costa do Marfim (p.256)

- O mito da peculiaridade do africano.

=> Houve uma mudança na forma e na qualidade do trabalho ofertado. Condições melhores
foram oferecidas, com mais autonomia sobre o ritmo do trabalho, aumentando o interesse dos
trabalhadores.

- A Greve Geral de 1945 e a luta pelo fim da distinção entre súditos e cidadãos.

=> Os cidadãos coloniais começaram a usar o arcabouço da cidadania para questionar todo
tipo de desigualdade no que já fora o império francês. Agora, união francesa.

- Os africanos deveriam assimilar e não serem assimilados pela cultura francesa.

- As leis de trabalho livre de 1946 evoluíra para um código trabalhista em 1952.

- As ideias de cidadania foram tomando corpo na sociedade francesa, a ponto do Estado


francês repudiar a unidade do próprio império, tudo pelo custo demasiado dos conflitos e
contradições dos ideais da república com a realidade colonial.

- A ideia de universalidade francesa dava força não só ao capitalismo, mas à classe


trabalhadora. Os sindicalistas africanos subverteram essas ideias em seu favor.

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