Matrículas: 201610196911 Disciplina: História da África Prof. Dra. Ângela Roberti
Fichamento: PEREIRA, Jose Maria Nunes. Colonialismo, racismo,
descolonização. Caderno Cândido Mendes – Estudos Afro-Asiáticos 2. Rio de Janeiro, maio – agosto de 1978.
1. Colonialismo
1.1. O colonialismo cultural no estudo das Ciências Humanas no Brasil
“O estudo das Ciências Humanas, e o da História em particular, padece no
Brasil de um europocentrismo, de uma visão mundo imposta pelo centro do sistema político dominante (Europa-Eua), que deriva da permanência entre nós de um colonialismo cultural” p.1. “[...] processo histórico mais importante da segunda metade do nosso século: a descolonização” p.1. “O modo como a África é vista, ou a imagem que dela nos é dada para consumo, constitui um exemplo marcante desse colonialismo cultural” p.1. “As metrópoles possuiriam cultura de valor universal; a África, costumes exóticos” p.1. “No estudo da formação da nossa nacionalidade, a participação dos africanos e seus descendentes é escamoteada e relegada a uma “contribuição ao folclore, à culinária, ao misticismo”” p.1.
1.2. O fenômeno colonial no contexto do capitalismo
“A ocupação colonial da África corresponde a um período de perda da
hegemonia britânica no comercio internacional” p. 2. “Elucidar as causas profundas da partilha da África remete, portanto, a determinação das causas dessa conjuntura de expansão das potencias europeias – França e Alemanha em especial” p.2 “No interior das nações capitalistas o fenômeno da colonização não foi realizado sem um reajuste de interesses das diversas frações da burguesia” p.2.
1.3. As diferentes formas de colonização
“A diversidade nas formas de colonização, ou os meios de apropriação colonial,
não resultou apenas da política de cada potência ou das condições geoclimáticas do território ocupado” p.3. “As colônias de povoamento caracterizam-se pela instalação no território subjugado de uma minoria europeia numericamente expressiva” p.3. “A burguesia fundiária vai beneficiar-se da força de trabalho, a preço irrisório, dos africanos despojados das terras que ela passou a ocupar” p.4. “Nas colônias de exploração, a presença do colonizador manifesta-se essencialmente por meio de um enquadramento militar e policial e de uma estrutura administrativa de cúpula” p.5.
1.4. As estruturas econômicas
“A introdução da economia colonial na África efetiva a desestruturação dos
modos de produção da economia existentes, ao implantar relações capitalistas de produção através de mecanismos econômicos e extra - econômicos” p.6.
1.5. As ideologias do colonialismo
“O colonialismo, além de subjugação política e econômica, exerce igualmente
uma dominação cultural europocêntrica” p.7. “A colonização, como realidade dinâmica, requer uma prática sempre renovada e politicamente conduzida” p.8.
2. Racismo
2.1. Racismo, ideologia orgânica do colonialismo
“A história de vezo europocêntrico pretende fazer-nos crer que o racismo é um
fenômeno que, através dos tempos, te vitimado os “povos de cor” p.9. “O racismo, como ideologia elaborada, é fruto da ciência europeia a serviço da dominação sobre a América, África e Ásia” p.9. “A eliminação do racismo não pode ser tarefa imputada prioritariamente a ciência contemporânea, por mais ilibada que esta se apresente das concepções europocêntricas” p.10.
2.2. Características da atitude racista
“Estabelecer diferenças culturais entre povos não é, em sim, uma atitude
racista. Tais diferenças provêm da diversidade de processos históricos e sociais” p.11.
3. Descolonização
3.1. As duas vertentes da descolonização: a luta pela libertação nacional e
neocolonialismo.
“A descolonização pode ser descrita como um processo histórico,
primordialmente político, ocorrido em especial após a Segunda Guerra Mundial, e que se traduziu na obtenção gradativa da independência das coloniais europeias situadas na Ásia e na África” p.11. “A descolonização apresenta-se historicamente em duas vertentes simultâneas: a luta dos povos colonizados pela sua libertação e desenvolvimento social e a política de “concessões”, de manobras de estratégia neocolonialista, feita pelas grandes potencias com a cumplicidade das burguesias e burocracias autóctones” p.12.
3.2. As políticas metropolitanas de descolonização
“A política francesa utilizou desde o associonismo [...] até o “integracionismo”,
segundo o qual a Argélia, por exemplo, era considerada um departamento - e não uma colônia – da França” p.13. “Nas colônias de exploração era utilizada, sobretudo pelos ingleses, a dominação indireta, sob a lei de dividir para reinar; nas de povoamento, a fórmula de comportamento colonial poderia se resumir em: “bastante sujeição, muito pouca autonomia e uma gota de assimilação. A colonização portuguesa e a belga levavam esta fórmula as últimas consequências” p.14. 3.3. As ideologias da luta anticolonial
“As ideologias elaboradas pela intelligentsia afro-asiática se caracterizam por
uma amplitude que tem correspondência direta com o caráter generalizante da dominação colonial” p.14. O Renascimento Islâmico foi iniciado no final do século XIX, como um movimento de renovação cultural p.15. O Pan-arabismo, reuni todos os países de religião muçulmana e língua árabe com o intuito de criar uma “pátria árabe” p.15. “O Pan-africanismo. [...]. Surgiu de um sentimento de solidariedade e consciência de uma origem comum entres os negros das Antilhas e dos Estados Unidos, envolvidos numa luta semelhante contra a violenta segregação racial que sofriam” p.15. “A negritude[...] “Objetivamente, a negritude é um fato: cultura. É o conjunto dos valores – econômicos e políticos, intelectuais e morais, artísticos e sociais – não somente dos povos da África negra, mas também das minorias negras da América, inclusive, da Ásia e Oceania [...]”” p.16. “O afro-asiatismo. Tendo como objetivo a cooperação na solução de problemas comuns e a luta conjunta contra o colonialismo e o racismo, o movimento afro- asiático caracterizou-se também pelo neutralismo em relação à política de formação de blocos das duas grandes potencias, Estados Unidos e União Soviética” p.17.