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SERRANO, Carlos.

Angola, nascimento de uma


nação: um estudo sobre a construção de identidade
nacional. Luanda: Edições Kilombelembe, 2009. 377 p.

DANIEL DE OLIVEIRA CUNHA

A alegada oposição entre colonialismos eu- referência das mais importantes para quem
ropeus e nacionalismos africanos marcou a queira se debruçar sobre o tema da formação
história contemporânea da África. Entretanto, do Estado-nação angolano e da chamada an-
mais precisamente que oposição – assim mani- golanidade – o perceber-se como angolano.
festa sempre que há necessidade de clareza na Trata-se da análise objetiva de um investigador
opção política, ou no esquematismo teórico, que, todavia, foi observador participante da
como nos famosos “retratos” apresentados pelo luta pela independência das colônias portu-
tunisiano Albert Memmi (2007) –, o que se guesas na África, desde que, na passagem dos
verificou nos processos coloniais foi mais uma anos cinquenta para os sessenta, ingressou na
relação de contrariedade, ou ainda, de contra- Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa,
ditoriedade, entre as sociedades coloniais e as e depois foi, juntamente com muitos dos seus
colonizadas. São os desdobramentos históricos conterrâneos, obrigado ao exílio político em
das tensões políticas, jurídicas e socioeconô- Paris, Argel e Lausanne, e à incessante busca
micas que marcam a passagem do sistema e de uma nova identidade baseada nos valores e
dos discursos coloniais à tomada de voz dos princípios de todos aqueles da terra natal.
colonizados, na busca da autodeterminação. Um diferencial valioso de sua abordagem:
Muitos entre aqueles que antes eram parte de registrar a palavra dos próprios africanos nas
uma estrutura injusta e opressiva passam então vésperas e durante a guerra de libertação nacio-
a confrontá-la, a lutar pelo seu colapso, e deci- nal – ao contrário da maioria dos livros afins,
dem que, em conjunto e ao longo de muitos que costumam tratar enfaticamente dos discur-
anos, formarão um sistema autônomo de cren- sos dos colonizadores. Como lembra Marc Fer-
ças, isto é, uma nova nacionalidade, no contex- ro, fazer a história a partir de uma única fonte
to daquilo que Charles Tilly (1975) descreveu “cheira a impostura ou a tirania” (apud Serra-
como “nações por desígnio”. no, 2008, p.77). A contra-história apresentada
É deste modo dialético que o antropólogo e é, portanto, sujeita a variações, é polifônica.
professor universitário Carlos Serrano, nascido Cabe então, como aponta Carlos Serrano, fazer
e criado em solo africano, aborda o desenvol- a recuperação do discurso autônomo.
vimento histórico do nacionalismo angolano, A obra divide-se em oito capítulos, mas três
em Angola, nascimento de uma nação. A obra grandes temas são tratados: africanismo/ango-
valeu ao autor o Prêmio Nacional de Cultura lanismo no mundo, colonialismo português
e Artes em 2009, na área de Ciências Huma- e nacionalismo angolano. O primeiro tema,
nas e Sociais, sob o patrocínio do Ministério equivalente ao primeiro capítulo, é uma meta-
da Cultura da República de Angola. É já um discussão sobre o “estado de arte” da literatura
clássico das ciências sociais naquele país, uma acadêmica na altura em que o autor apresentou,

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na Universidade de São Paulo – seu endereço Esses comerciantes foram a ponta de lança do
profissional –, em 1988, a tese de doutoramen- sistema colonial, pois, como no exemplo do te-
to, a partir da qual resultou o livro, pratica- mido colono português José Bernardo, fluente
mente sem modificações de conteúdo. Naquele em língua kimbundu e casado com ao menos
momento, assim como atualmente, abundavam quatro angolanas, comandaram a passagem do
os trabalhos acadêmicos sobre Angola produzi- regime de escravidão – embora já há muito
dos nos Estados Unidos, França e Inglaterra. proibido – para o regime do contrato, estabe-
De uma amostra das duzentas obras mais im- lecido em 1928, e relacionado ao Estatuto do
portantes, apenas 5% são de angolanos no exí- Indigenato, promulgado pouco antes.
lio, ao passo que 67% são de origem daqueles Já a antropologia administrativa, que prece-
três países. Serrano menciona e avalia sucinta e de a Antropologia como disciplina acadêmica,
criticamente os autores e trabalhos mais impor- procurou sistematizar os conhecimentos sobre
tantes, desde que tratem também da visão de as estruturas tradicionais de poder, para melhor
mundo dos angolanos e apontem em direção a utilizar as autoridades africanas como ponto de
uma visão global da questão nacional. apoio para o poder português. Fomentaram-se,
A segunda parte, que corresponde ao segun- desde o início do século XX, inquéritos sobre
do capítulo, é uma anatomia das concepções de os “usos e costumes dos gentílicos”, para a “boa
mundo oriundas da sociedade colonial, em seu administração dos indígenas”. Os marcos insti-
processo de consolidação. Quatro figuras des- tucionais dessa sistematização foram a criação,
pontam: os homens do Comércio, os homens na capital do império, de uma cadeira de Et-
do Estado, os homens da Guerra, os homens nologia e Etnografia Colonial, e a realização de
de Deus. Seus discursos, naturalmente, servi- congressos de Antropologia Colonial. Foram
ram à melhor gestão das relações de dominação produzidos inúmeros relatórios de funcioná-
e, ao incluírem o conhecimento sobre o outro, rios administrativos, mas a verdade é que, ao
fizeram o esforço de o excluírem ideologica- longo de todo o regime colonial, a produção
mente. Cada um desses personagens produziu antropológica foi escassa e, nas palavras de
um conjunto daquilo que Paul Mercier (1971) René Pélissier, a maior parte está “abaixo do li-
chamou de antropologia espontânea, ou do que miar científico mínimo” (apud Serrano, 2008,
Alf Schwarz (1979) denomina de obras precur- p.94), preenchida por uma linguagem exótica,
soras da Antropologia colonial. estereotipada, moralizante, paternalista, que
Os pioneiros do contato entre europeus e serve, sobretudo, como álibi para a dominação
africanos foram os comerciantes, que ao longo cultural dos colonizados.
do tempo receberam diversas denominações, Sucessora tardia dessa produção é a Antro-
como assinala Alfredo Margarido: feirantes, pologia militar – Serrano chama-a sugestiva-
pombeiros, ambaquistas, colonos, entre outras mente de “antropologia da morte” –, surgida
(cf. Serrano, 2008, p.83). Uma forma privile- após o início da guerra colonial, em 1961. Era
giada dessa relação se deu por meio dos casa- o derradeiro esforço dos militares em compre-
mentos múltiplos, que geraram os primeiros ender a natureza da mobilização dos naciona-
mestiços. Mas também, desse contato, surgiu listas nas possessões ultramarinas, tendente a
a figura intermediária do africano europeizado, desestruturar as formas de organização tradi-
antecedente direto do negro assimilado, e que cional das populações locais para seu mais efi-
facilita o estabelecimento de redes de aliança caz controle, por meio de seu agrupamento em
que se estendem do litoral para os interiores. novos aldeamentos estratégicos.

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Mas o principal contributo à posteridade é vos da região em contato com as conjunturas


o discurso dos missionários católicos e protes- econômicas mundiais. Também uma leitura
tantes, com importantes descrições etnográfi- geopolítica dos interesses europeus e sul-africa-
cas, a despeito de muitos estereótipos e juízos nos está aí presente.
de valor com teor religioso. Os trabalhos pio- O quarto capítulo trata da gênese do na-
neiros e mais profundos da antropologia mis- cionalismo africano em geral, e angolano em
sionária são os do missionário metodista suíço particular, desde princípios do século XX. O
Héli Chatelain e do padre alsaciano Carlos despertar moderno da consciência nacional nas
Estermann, da Congregação do Espírito San- colônias africanas de Portugal terá como pon-
to (cf. Serrano, 2008, p.103). Há ainda muitos to de inflexão a criação, em Lisboa, do Centro
outros de grande importância do ponto de vis- de Estudos Africanos, em 1951, aonde irão
ta antropológico, entre os quais algumas teses se reunir ilustres nomes, como os angolanos
defendidas nos Estados Unidos, a exemplo da Agostinho Neto e Mário Pinto de Andrade,
de Gladwyn Murray Childs, sobre os Ovim- o guineense Amílcar Cabral e o são-tomense
bundu do Planalto Central, um doutoramento Francisco José Tenreiro. Em Angola, o divisor
que esteve sob a orientação de Ruth Benedict de águas cultural será o surgimento do movi-
(cf. Serrano, 2008, p.105). A posição dos mis- mento “Vamos Descobrir Angola!” (de 1948),
sionários nas estruturas sociais coloniais é quiçá cujo mentor é o poeta Viriato da Cruz. A cria-
a mais ambígua de todas. Serviram eles – so- ção da revista literária Mensagem, também em
bretudo os católicos – como elemento essen- 1951, é outro marco importante do processo
cial para a implantação dos sistemas coloniais, de autonomização intelectual dos angolanos.
mas também estiveram por trás da ascensão O início da luta de independência, a chamada
da militância nacionalista, pois foi dentro de Fuga dos Cem – dos estudantes das colônias
suas escolas que se formaram muitos daqueles suspeitos de atividades subversivas, em direção
que pegaram em armas contra o colonialismo. à França – e o encerramento forçado da Casa
Quem inclusive deu o passo inicial para a luta dos Estudantes do Império aos poucos levaram
armada em Luanda foram os seminaristas do os jovens nacionalistas africanos a optar pela
cônego Alves das Neves, no assalto às cadeias luta armada. E os primeiros campos de treina-
da cidade durante a simbólica data de 4 de fe- mento nos quais estiveram foram no Marrocos
vereiro de 1961. e na Argélia, e depois no Congo-Brazzaville, já
Se o discurso colonial pode ser sintetizado na fronteira com o território angolano. O exí-
em apenas um capítulo, o discurso e a ação na- lio e a clandestinidade (corrente exterior do na-
cionalistas – na terceira, mais extensa e mais cionalismo), portanto, antecederam a guerrilha
importante parte do livro – é analisado ao lon- (corrente interior).
go dos próximos seis capítulos. Trata-se, natu- Os primeiros movimentos políticos moder-
ralmente, de registrar a vontade e a palavra do nos de Angola também datam dos primeiros
homem político angolano, de sua elite nacio- anos da década de 1950. O Partido da Luta
nalista, de seus distintos projetos de nação. O Unida dos Africanos de Angola (PLUAA) é de
terceiro e interessante capítulo, sobre os “Ho- 1953, e foi um dos agrupamentos que deram
mens da Terra”, não se reduz a uma estéril des- origem ao Movimento Popular de Libertação
crição das populações autóctones de Angola. É de Angola (MPLA), oficialmente fundado em
antes a narração dos fluxos humanos associados 1956. Será este, dentre todos, o movimento
às dinâmicas econômicas que puseram os po- mais amplo em termos regionais, étnicos e ra-

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ciais. Sua orientação ideológica é o marxismo afirmação do convívio em combate como meio
e seu slogan será, até hoje, “um só povo, uma de conscientização nacional; e então, a mobi-
só nação”. Desde o início da guerra, seus mili- lização e o recrutamento dos militantes. No
tantes se estabeleceram no norte da colônia, na primeiro encontra-se a influência conceitual de
fronteira com o Zaire, onde foi constituída a um dos mestres do professor Serrano, Georges
Primeira Região Político-Militar do MPLA, de Balandier. Segundo o cientista social francês, a
um total de cinco, criadas ao longo da década retomada da iniciativa não é o mero retorno aos
de 1960 em todo o território. valores culturais pré-coloniais, mas é a transfor-
Paralelamente ao MPLA, e em concorrência mação da consciência coletiva que faz o trajeto,
com este, surgiu também em meados dos anos pela ação revolucionária, da ordem antiga para
cinquenta a União das Populações do Norte de uma ordem do devir (cf. Serrano, 2008, p.143-
Angola (UPNA), liderada por Holden Rober- 4). O processo revolucionário é um fenômeno
to, e baseada entre as populações bakongo das social total (Balandier, 1961, p.23), conforme
regiões nortenhas e identificada com os valo- a acepção de Marcel Mauss (1974, p.37), mas a
res ideológicos dos Estados Unidos. A UPNA, representação da unidade na luta de libertação
responsável pelos massacres de colonos portu- deve ser forjada. Os meios e os fins devem ser
gueses e empregados bailundos nas roças de devidamente contemplados, assim como a es-
café do norte, em março de 1961, será ainda tratégia e as táticas devem ser bem articuladas.
reformulada como União das Populações de Assinala Serrano: “O programa é apenas uma
Angola – UPA é também uma palavra mágica figura fragmentária e provisória do projecto.
entre os bakongo – e, em 1962, como Frente Os programas passam, o projecto permanece”
Nacional de Libertação de Angola (FLNA), já (Serrano, 2008, p.146). O projeto nacional
com vistas a ser também um movimento que é a própria “reconquista da História”, e deve
englobasse todo o território colonial. Será de buscar construtivamente a superação do espon-
suas fileiras que surgirá, em 1966, outro movi- taneísmo voluntarista – de aspecto muitas ve-
mento, a União Nacional pela Independência zes destrutivo – das massas em revolta contra a
Total de Angola (UNITA), sob a liderança do dominação colonial.
ovimbundu Jonas Malheiro Savimbi. Este, que Se o MPLA se propõe a ser um movimen-
ao longo de trinta anos foi o principal adver- to de unidade nacional, que congregue todas
sário do MPLA, até sua morte em 2002, era as regiões, todas as origens “tribais” e todas as
inicialmente identificado com o maoísmo, religiões, deve-se então “pressupor um novo
mas depois logo passou a ser um simpatizante homem com valores intrínsecos e uma nova
dos interesses estadunidenses. Recorde-se que totalidade, que não é mais uma totalidade abs-
Holden Roberto era ligado às missões batistas tracta construída pelos intelectuais, mas forja-
inglesas, e Savimbi, aos congregacionais norte- da na luta, na acção dos guerrilheiros em sua
-americanos, bem como o líder histórico do relação com o todo” (Serrano, 2008, p.152).
MPLA e primeiro presidente de Angola, Agos- Este trecho resume um dos pontos de transição
tinho Neto, era filho de pastor metodista. fundamentais do projeto revolucionário, o da
O quinto, o sexto e o sétimo capítulos for- passagem da utopia que representa a “comuni-
mam um triplo que trata da práxis revolucioná- dade imaginada” para a concreticidade da luta.
ria: respectivamente, aborda-se a “recuperação Dois outros slogans daquele movimento des-
da palavra” pelo discurso autonomista angola- pontam então: “A luta continua!”, e “A vitória
no; em seguida, a “palavra das armas”, isto é, a é certa!”.

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Como é mostrado no sexto capítulo do O oitavo e último capítulo aborda o pla-


livro, parte dessa conscientização será feita no positivo da construção da Nação, desde o
pelos Centros de Instrução Revolucionária do nativismo jornalístico de princípios do século
MPLA, o que diferencia qualitativamente este XX até às vésperas da descolonização política.
movimento dos restantes. Em uma declara- No Programa Maior do MPLA, em seus pri-
ção tão surpreendente quanto decepcionante, mórdios, é vislumbrada uma possível união
Holden Roberto, da FNLA, terá dito em fins federativa entre as diversas “nações”. Mas tal
dos anos sessenta: “Nós pensamos que não é perspectiva é logo posta à margem, em razão da
possível prever desde agora um programa po- luta armada e das clivagens ideológicas e raciais
lítico preciso, porque o que conta antes de entre os movimentos e no interior do próprio
tudo, nesse instante, é a independência” (Ser- MPLA. A oposição a toda tentativa de divisão
rano, 2008, p.164-5). Totalmente contrária será doravante uma condicionante da ação po-
a esta postura está a de Agostinho Neto, que lítica do movimento. A diversidade étnica, no
assevera, na mesma época: “O MPLA tem por entanto, é aceita, desde que como autonomias
objectivo não somente a independência polí- culturais. No fim do capítulo, são apontados
tica do país, mas também, e essencialmente, a alguns caminhos para a solução de conflitos
transformação dos homens e é necessário que também entre as classes de idade, entre os mais
o Homem Angolano possa se integrar de ma- velhos – os sobas – e o poder do partido-gover-
neira dinâmica no mundo moderno” (Serra- no. É assim que o formalismo ideológico deve
no, 2008, p.165-6). ceder espaço ao pragmatismo da realidade em-
A mobilização e o recrutamento dos com- pírica e da sabedoria popular, que é também
batentes, e não apenas no MPLA, mas, em um elemento de base para a construção – ainda
princípio no seio dos outros movimentos, irá hoje em curso – da angolanidade.
ainda fomentar o convívio entre os indivíduos Cabem algumas considerações finais sobre
de diversos grupos étnicos e regionais. O cará- a premiada obra de Carlos Serrano. O prefácio
ter nacional será, assim, forjado com a tomada foi escrito por um dos mentores intelectuais do
de consciência de que um lunda, um cabinda, autor, Alfredo Margarido, que é também um
um ovimbundu, um bakongo, um kwanya- dos maiores intelectuais portugueses do século
ma, um tchokwe, um herero, um ambundu, XX. Este é por si só um sucinto, embora valio-
um ovambo, entre tantos outros, são também, so, registro da segmentação étnica e racial, bem
e acima das diferenças, angolanos. O convívio como da questão da identidade crioula, entre
entre estes elementos, a luta contra o adversá- os angolanos. A edição do livro, pela editora
rio comum – o sistema colonial e o regime au- Kilombelembe, esteve aos caprichosos cuida-
toritário português –, o uso da mesma língua dos do antropólogo angolano Virgílio Coelho.
e o destino comum são o que fazem com que Há ainda quatorze documentos históricos re-
todos, em seu conjunto, pertençam à Nação produzidos nos anexos, dispostos em ordem
Angolana. Assim como a descolonização das mais ou menos cronológica, desde o editorial
mentes é um processo longo e cheio de difi- do jornal O Negro (1911), até a declaração
culdades, a construção da angolanidade tam- final da Conferência das Organizações Na-
bém o é. Um dos problemas que tanto a FNLA cionalistas das Colônias Portuguesas (1961),
quanto a UNITA não conseguiram ultrapassar passando pelo Manifesto do MPLA (1956). O
foi o constrangimento do etnonacionalismo no recorte temporal do livro vai até ao momento
interior das fronteiras étnicas. da independência, em 1975, mas o autor tem

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dado continuidade ao seu projeto de pesquisa, MAUSS, Marcel. “Ensaio sobre a dádiva”. In: Sociologia e
com recentes trabalhos de campo realizados em antropologia. São Paulo: E.P.U.; Edusp, 1974.
MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido de re-
Angola.
trato do colonizador. Rio de Janeiro: Civilização Bra-
sileira, 2007.
MERCIER, Paul. Histoire de l’Anthropologie. Paris: PUF,
Referências bibliográficas 1971.
SCHWARZ, Alf. Colonialistes, africanistes et africains.
BALANDIER, Georges. Phénomènes sociaux totaux et Montréal: Nouvelle Optique, 1979.
dynamique sociale. Cahiers Internationaux de Sociolo- TILLY, Charles. The formation of national States in Wes-
gie, v. 30, Paris, 1961. tern Europe. Princeton: Princeton University Press,
1975.

autor Daniel de Oliveira Cunha


Mestrando em Direito / USP

Recebida em 22/08/2011
Aceita para publicação 26/09/2011

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