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O milagre econômico
Mesmo sendo com investimentos externos, o governo Médici não media esforços para investir na
imagem de uma nação que caminhava rumo a grandeza industrial. No governo Médici iniciou-se a
construção da Rodovia Transamazônica, foram criados o Instituto nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA), o Plano de Integração Social (PIS) e o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).
Todos esses fatores contribuíram para o crescimento da economia brasileira:
Ind. Automobilística – cresceu 25% / ano;
Setor eletrônico – cresceu 28 %;
Exportações atingiram cifras de 6,2 bilhões no ano de 1973;
Facilidade de crédito ampliou o consumo interno.
Mais de 80 % das famílias já possuíam carro, televisão, geladeira, fogão, entre outros. Chegaram os
supermercados, cada vez maiores e mais sedutores e os shoppings centers. Muitos até conseguiram
adquirir casa própria através do BNH.
Delfim Neto (Ministro da Fazenda) dizia: “Fazer o bolo crescer para dividi-lo depois”, porém o bolo
cresceu, mas as fatias foram repartidas de maneira desigual, ou seja, só a minoria recebia. As
propagandas oficiais só mostravam um Brasil que caminhava no progresso, o resto: omitia. A estratégia
da propaganda exibia o progresso brasileiro, o futebol e a música, a popularidade do general Médici e
ocultava as prisões políticas, as torturas, a miséria da população rural e urbana, a proliferação das favelas
e o crescimento da marginalidade, a violência. Quando o Brasil foi tricampeão, Médici entregou
pessoalmente prêmios (em dinheiro) aos jogadores, enquanto o prefeito de SP (Paulo Maluf) utilizava
verbas públicas para doar um automóvel a cada jogador. O “milagre” começou a se esgotar no final de
1973, início de 1974, com o desgaste do regime militar e o aumento da inflação: “A economia vai bem,
mas o povo vai mal”, palavras de Médici com a evolução da dívida externa.