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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino
Secundário Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve


necessidade de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a
integração do aluno se faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão
importantes para a vida continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo
ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram


desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário
Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e
competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que


hoje tem em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do
INDE e da DINEG, de professores das várias instituições de ensino e formação,
quadros de diversas instituições públicas, empresas e organizações, que colocaram a
sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a quem aproveitamos desde
já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes


programas, apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que
convoquem a vossa e criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa
de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

1
Ministro da Educação e Cultura

2
1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que


se enquadra no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da
Educação e Cultura e tem como objectivos:

 Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
 Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo
diversificado, flexível e profissionalizante.
 Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação
dos estudos como para o mercado de trabalho e auto emprego.
 Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


 O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador
que contém os objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de
estudos e as estratégias de implementação;
 Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
 O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
 Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas


orientadoras que visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes
instrumentos relevantes para que continuem a aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre
uma componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de
competências relevantes para uma integração plena na vida política, social e
económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às


exigências do mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades
comunicativas, ao domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, à
resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação,


assegurando uma formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares,
assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual,


crítico e estético, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos
autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na
base das decisões individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias
da sua vida;

Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de


conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários
para a compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos
sociais, económicos, políticos e naturais;

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Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida,
um espírito empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só
ao meio produtivo actual, mas também às tendências de transformação no
mercado;

Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do


Homem, isto é, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua
família e aos outros homens de diversas culturas, religiões, raças, entre
outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação


se organize em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para
compreender o mundo, agir sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e
comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas


relevantes para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como
indivíduos, e como cidadãos responsáveis e úteis na família, na comunidade e na
sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa
que o papel da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou
de transmitir grandes quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia
ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada vez mais importante preparar o
aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da
vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena
na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo
mobiliza para enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na
vida quotidiana. Isto significa que para resolver um determinado problema, tomar
decisões informadas, pensar critica e criativamente ou relacionar-se com os outros
um indivíduo necessita de combinar um conjunto de conhecimentos, práticas e
valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola,


mas também à sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas
importantes, tendo em conta a realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo,


não só as competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de
comunicação, leitura e escrita, matemática e cálculo, mas também, as competências
gerais, actualmente reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento do indivíduo
e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;

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b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de
aprendizagem e busca metódica de informação em diferentes meios e uso de
tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização
e apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida
económica social do país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se
relacionar bem com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da
comunidade bem como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente
ou em grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências,
idosos e crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos


na prática educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de
aprender a fazer fazendo.

(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de


experimentar situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver
num ambiente limpo se a escola estiver limpa e promover o asseio em todos os
espaços escolares. O aluno cumprirá as regras de comportamento se elas forem
exigidas e cumpridas por todos os membros da comunidade escolar de forma
coerente e sistemática.
PCESG:27

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça,


solidariedade, humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o
amor à pátria, o amor próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo
próximo e pelo bem comum, deverá estar ancorado à prática educativa e estar
presente em todos os momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG
esteja preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os
estudos nos níveis subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é,
adaptar-se a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que
exigem cada vez mais novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção
de perspectivas múltiplas na resolução de problemas, competitividade, motivação,
empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao longo da
vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica


com vista um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda

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a comunidade escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-
os na resolução de situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na
vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e


dos temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem
impregnados nas competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que
as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo
dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os outros e bem
fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima
definidas de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente
escolar e fora dele contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as
actividades curriculares e co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e
estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores.

O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma


explícita, ao longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina,
são dadas indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões
metodológicas e no texto de apoio sobre os temas transversais.

O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégias


que permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências
treinadas em várias áreas de conhecimento para resolver problemas concretos.
Assim, espera-se que as actividades a realizar no âmbito da planificação e
implementação de projectos, envolvam professores, alunos e até a comunidade e
constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo


globalizado. No currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas
Moçambicanas, línguas estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento


conjugado de todas as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas
de línguas. Todos os professores deverão assegurar que alunos se expressem com
clareza e que saibam adequar o seu discurso às diferentes situações de
comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante nas
produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção
da leitura (concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse
dos alunos, sessões para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de
pesquisa, exposições, actividades culturais em datas festivas e comemorativas, entre
outros momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão
ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores,
a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos
órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma
apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.

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Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das
línguas e, no caso da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras
de autores moçambicanos constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto
patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e


responsáveis na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade)
ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos,
envolvendo-os em actividades ou projectos, colocando problemas concretos e
complexos. A preparação do aluno para a vida passa por uma formação em que o
ensino e as matérias leccionadas tenham significado para a vida do jovem e possam
ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará


mais sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os
conteúdos inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante


que este consiga:

 organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus


conhecimentos, habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas
de soluções;
 encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o
desenvolvimento de competências. Por exemplo, envolver os alunos numa
actividade, projecto ou dar um problema que os obriga a recorrer a
conhecimentos, procedimentos e experiências de outras áreas do saber;
 acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos,
motivá-los e corrigi-los durante o processo de trabalho;
 criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender
o mundo e transformá-lo;
 avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas,
numa perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao


saber, à profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso
deste programa passa pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores
de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode falar em desenvolvimento de
competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não dialogam, não
desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um
projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá envolver
diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura,
redacção e correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de
fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da
região;

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- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar


em equipa, de análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima,
contribuindo assim para o desenvolvimento das competências mais gerais definidas
no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas


para o desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o
professor não é mais um centro transmissor de informações e conhecimentos,
expondo a matéria para reprodução e memorização pelos alunos. O aluno não é um
receptáculo de informações e conhecimentos. O aluno deve ser um sujeito activo na
construção do conhecimento e pesquisa de informação, reflectindo criticamente
sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando


os recursos e aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de
uma comunidade escolar implica ainda que seja um mediador e defensor
intercultural, organizador democrático e gestor da heterogeneidade vivencial dos
alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva


de conceber e utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em
grupo; entusiasmo, espírito competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo
raciocínio e debate de ideias; o interesse pela integração social e vocação
profissional.

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O ensino e aprendizagem de História

Este Programa de Ensino foi concebido e estruturado com base no Plano Curricular do
Ensino Secundário Geral, (PCESG), tendo em conta o processo de revisão curricular
realizado no Ensino Básico.

Neste programa foram introduzidas alterações que consistiram na redução parcial dos
conteúdos referentes à história universal tendo-se mantido o essencial; foram igualmente
introduzidos conteúdos referentes a processos históricos de África e de Moçambique e
indicadas vias de abordagem que se aproximam da estratégia definida para o Ensino
Básico.

Mais do que o referido no parágrafo anterior, a mudança reside na metodologia de


abordagem do programa e dos conteúdos nele prescritos, bem como das sugestões de
actividades a realizar em cada unidade temática, e da filosofia que sustentou a elaboração
deste Programa de ensino.

Este programa assim como todos os outros devem ter em conta os temas transversais que
deverão ser integrados ao longo da planificação das unidades temáticas. Para complementar
a abordagem dos temas transversais poder-se-ão realizar através de actividades
extracurriculares. O ensino desta disciplina contribui para o desenvolvimento de atitudes de
respeito pelos direitos e crenças dos outros, de solidariedade, de tolerância, consciência
patriótica e vontade de participar activamente na construção de uma sociedade
moçambicana democrática.

O Programa da 12ª Classe é constituído por cinco unidades, nomeadamente:


1. Periodização da História de Moçambique;
2. Moçambique - Da comunidade de caçadores e recolectores ao surgimento das
sociedades de exploração;
3. Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira;
4. O período da dominação colonial em Moçambique;
5. Moçambique pós-independente

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Competências a Desenvolver no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral

 Usa e aprofunda a terminologia da disciplina de História para descrever


acontecimentos sócio-históricos;
 Usa as línguas (portuguesa, inglesa, local e outras) para a recolha e
sistematização de informação de interesse sócio-histórico, cultural e patrimonial;
 Busca permanentemente estratégias independentes de aprendizagem e de
informação em diferentes meios para aprofundar seu conhecimento sobre matérias
de História Universal, de África e de Moçambique;
 Relativiza os factos e revela o sentido crítico perante o fluxo de informações que
lhe chegam através de vários meios de comunicação;
 Usa os conhecimentos que possui sobre o mundo, adquiridos quer através das
ciências naturais, quer através das ciências sociais, para analisar e compreender
as relações e os laços que unem homens e mulheres ao seu meio ambiente;
 Participa nos esforços da comunidade e do país na luta contra a pobreza através
do seu envolvimento consciente em acções de produção em seu benefício e da
comunidade;
 Tem consciência de ser e pertencer a uma nação a fim de dispor de referências
que lhe permitem situar-se no mundo e respeitar as outras culturas;
 Promove acções visando a defesa dos direitos humanos, de cidadania, da
democracia e tolerância pelas diferenças.
 Promove o espírito de cooperação inter-pessoal, entre as comunidades e povos;
 Age em conformidade com a lei na gestão e resolução de conflitos sociais;
 Respeita as leis nacionais, internacionais e de cada país.
 Discute a importância de resolução pacífica dos conflitos;
 Participa na organização dos processos político-sociais do país.
 Aplica os conhecimentos no desenvolvimento de projectos que beneficiem a sua
comunidade e o país.

Objectivos Gerais do Ciclo

O objectivo central deste Programa de Ensino pode assim resumir-se no seguinte:


 Analisar criticamente e problematizar os factos sociais;
 Dominar os conceitos e outros instrumentos operatórios da História;
 Adquirir hábitos de exigência e de rigor, ensaiando metodologias de investigação;
 Reconhecer a relatividade e a constante reconstrução do saber histórico;
 Perceber que a História de África é parte integrante da História Universal;
 Reconhecer a existência de factores externos que condicionaram o
desenvolvimento do continente, designadamente a intromissão colonial;
 Reconhecer a existência de uma teoria científica sempre em evolução e não fazer
da História apenas uma simples colecção de factos;

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 Identificar na História as referências e o papel das suas comunidades no contexto do
património histórico nacional;
 Estabelecer analogias, semelhanças e diferenças entre o “eu” e o (s) outro (s) de
diversos tempos e lugares, como a procurarem o sentido das permanências e
mudanças culminando com a compreensão da realidade presente;
 Analisar conteúdos numa base global nacional, como forma de contribuir para o
fortalecimento da unidade nacional;
 Levaros alunos a estabelecerem nexos entre os conhecimentos teóricos da aula e a
experiência prática, devendo a pesquisa dos alunos ter como ponto de partida o
levantamento de problemas reais e actuais;
 Compreender a dinâmica da História do país nos níveis sócio-politico e económico.

Visão Geral dos Conteúdos do Ensino Secundário Geral

8ª Classe 9ª Classe 10ª Classe 11ª Classe 12ª Classe


1- A História 1- Formação do 1 - As Contradições 1: Sobre a
como Ciência Sistema Capitalista Imperialistas, dos 1- Introdução à periodização da
do Século XV- finais do século História História de
XVII XIX até ao final da Moçambique
Iª Guerra Mundial
2- Origem e 2 - O Capitalismo 2- O Mundo entre 2- Invasão, 2: Moçambique -
Evolução do Industrial e o a 1ª e 2ª guerra Partilha e Da comunidade
Homem Movimento mundiais (1918- ocupação efectiva de caçadores e
Operário nos 1939) de África, recolectores ao
séculos XVIII-XIX surgimento das
sociedades de
exploração
3- As 3 - Do Capitalismo A II guerra Mundial 3- África no 3- Os Estados de
diferenciações Industrial (século 1939-1945 período colonial Moçambique e a
sociais e a XVIII-XIX) ao penetração
Formação de Imperialismo fim mercantil
estrangeira
Estados do século XIX e
início do século XX
4. As relações O Mundo entre a 4- Movimento de 4: Da dominação
sociopolíticas confrontação e o Libertação colonial em
na Europa e na desanuviamento Nacional e as Moçambique à
África entre independências independência
nacional
século V-XV 1880- 1980
5- Problemas 5: Moçambique
Africanos de Hoje pós-independente
1960 –aos nossos
dias

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3. Objectivos da aprendizagem da História na 12ª Classe

 Explicar as fontes, cronologia e periodização da História de Moçambique;


 Descrever as primeiras comunidades em Moçambique – quanto a origem,
actividades, organização social e os sistemas políticos;
 Caracterizar as formações políticas (Estados) em Moçambique e a penetração
mercantil estrangeira - as fases de ouro, de marfim e de escravos;
 Compreender os períodos da dominação colonial portuguesa em Moçambique:
 Contextualizar o Movimento de Libertação Nacional, a Independência Nacional
e o período pós - independência;
 Questionar cientificamente as realidades sociais do passado e do presente
fazendo uso de atitudes e competências metodológicas;
 Estimular a valorização da produção cultural nacional na sua diversidade;
 Desenvolver a consciência da cidadania na sua dimensão nacional e universal de
modo a incentivar uma intervenção responsável na vida social e política;
 Aplicar fluentemente os conceitos inerentes às matérias leccionadas em
exposições orais ou trabalhos escritos;
 Elaborar independentemente monografias sobre assuntos tratados nas aulas ou
com eles relacionados.

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Visão Geral dos Conteúdos da Disciplina de História da 12ª classe
Unidades Temáticas Conteúdos C. Horária
1:Sobre a periodização da
História de Moçambique
1.1. Periodização da História de Moçambique:
1.2. As fontes da História de Moçambique
3
Sistematização
2: Moçambique - Da
comunidade de caçadores
2.1. A comunidade de caçadores e recolectores
2.2. Os povos de origem Bantu:
9
e recolectores ao Sistematização
surgimento das
sociedades de exploração
3: Os Estados de 3.1. Abordagem teórica sobre a origem do Estado.
Moçambique e a 3.1.1. O surgimento da diferenciação social.
penetração mercantil 33
estrangeira 3.2. Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira
3.2.1 O Estado do Zimbabwe:

3.2.2.O Estado dos Mwenemutapas:


.2.3. O Estado Marave
3.3. A penetração árabe-persa:
3.4. A penetração mercantil europeia
3.4.1. A presença portuguesa e o Estado dos Mwenemutapa (1505/1693):
3.5 Os Prazos da Coroa em Moçambique:
3.6. A decadência do Estado dos Mwenemutapas:
3.7 A presença portuguesa e o Estado Marave (1693-1750)
3.8 O comércio do marfim e a expansão colonial:
3. 9. O Ciclo dos Escravos (1750/60- 1836/ século XX) - Aspectos gerais

3.9.1 Os principais Estados esclavagistas:

3.10. O Estado de Gaza

4: Da dominação colonial 4.1 Colonização e teorias de resistência


em Moçambique à 4.2. O colonialismo português em Moçambique, de 1890-1930
independência nacional 4.2.1 A II Corrida à África (revisão)
4.2.2. O papel específico de Portugal na penetração imperialista em
Moçambique 42
4.2.3. As resistências no norte, centro e sul de Moçambique
4.2.4. A montagem do Estado colonial
4.2.5. A Economia colonial: características gerais
4.2.5.1. O Norte e a Companhia do Niassa
4.2.5.2. Os prazos e a Companhia da Zambézia
4.2.5.3. O Centro e a Companhia de Moçambique
4.2.5.4. O sul e o trabalho migratório
4.2.6. A política social
4.2.7. As primeiras formulações nacionalistas
4.3. O período do colonialismo português a partir de 1930
4.3.1. A Conjuntura política e económica e os marcos de viragem
4.3.2. A política social: a crescente importância da colonização mental
4.4. Alterações na política colonial
4.5. O nacionalismo moçambicano
4.5.1. Os factores do nacionalismo moçambicano
4.5.2. O papel das Associações e movimentos estudantis:
4.5.3. A luta anti-colonial

13
.

4.5.4 A fusão dos três movimentos e a criação da Frente de Libertação de


Moçambique
4.5.5. O desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.
4.5.6. A crise do Colonialismo português.
4.5.7. A Independência Nacional: a República Popular de Moçambique
A independência e o seu significado

5:Moçambique pós-
independente
5.1A independência Nacional e a RPM:
5.1.1 Política interna
12
5.1.2 Política Externa
5.1.3 Constituição da República
Carga Horária Por Trimestre

Trimestre Unidade Temática Carga


Horária
1º Unidade 1 Sobre a periodização da História de Moçambique 3
Trimestre

Unidade 2 Moçambique - Da comunidade de caçadores e recolectores ao surgimento das 9


sociedades de exploração

Unidade 3 Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira 12


3.1. Os reinos Afro- islâmicos da costa
Avaliação 6
Unidade 3 Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira 3
2º 3.2.6 Estado de Gaza
Trimestre Unidade 4 O período da dominação colonial em Moçambique 27
4.2.3.7 As primeiras formulações nacionalistas
Avaliação 6
3º Unidade 4: O período da dominação colonial em Moçambique
Trimestre 4.3.O período do colonialismo português a partir de 1930
17

Unidade 5: Moçambique pós-independente 10


Avaliação 6

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Plano Temático

Unidade 1.: Sobre a periodização da História de Moçambique

Objectivos Conteúdo Competências básicas Carga


específicos Horária
- Definir os 1.1. Periodização da
conceitos de História de Moçambique Elabora gráficos de
periodização e 1.1.1. Os conceitos de tempo sobre a
cronologia periodização e Cronologia. periodização da
1.1.2. Proposta de História de
- Identificar os periodização da Moçambique
períodos da História de
História de Moçambique. Analisa os diferentes
Moçambique 1.2. As fontes da História de tipos de fontes
Moçambique: existentes sobre a
- Explicar 1.2.1. Os tipos de fontes História de
limitações das 1.2.2. As suas limitações Moçambique
fontes da História 1.2.3. A importância da
de Moçambique. tradição oral Avalia a importância
das fontes orais na
- Explicar a Sistematização reconstituição da
importância da História de
tradição oral na Moçambique
reconstituição da
História de
Moçambique

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Sugestões metodológicas

Para esta unidade sugere-se que se explore as competências que os alunos desenvolveram
nas classes anteriores.
No que respeita à periodização, sugere-se que o professor trabalhe com os seus alunos na
elaboração de gráficos de tempo e quadro - resumos, indicando as principais
características de cada período.
Importa também referir sobre o carácter relativo e subjectivo da periodização que depende
do historiador das fontes utilizadas e dos critérios de periodização. Deverá discutir com seus
alunos a proposta de periodização apresentada no livro Historia de Moçambique, Vol I, pp
1 /7.

Em relação as fontes da História de Moçambique o professor pode conduzir os seus alunos


a compreenderem os problemas que se colocam na reconstituição da História de
Moçambique no que se refere a disponibilidade, credibilidade, acesso e distribuição das
fontes.

Sugere-se que se trabalhe com os seguintes conceitos: cronologia; periodização, fontes


históricas

Indicadores de desempenho

- Definir período histórico, periodização e cronologia


- Explicar a importância da categoria “tempo” em História
- Elaborar uma proposta de cronologia da História de Moçambique
- Diferenciar as diversas fontes da História de Moçambique

Bibliografia

SERRA, Carlos (ed) História de Moçambique – Parte I – Primeiras sociedades


sedentárias e impacto dos mercadores, 200/300 – 1885, Vol 1, Maputo, Universidade
Edurado Mondlane, 2000, pp. 1-7

JOSÉ. A. e MENEZES. Paula M.G. Moçambique 16 anos de Historiografia: Focos,


Problemas, Metodologia, Desafios para a Década de 90. Vol . Maputo: 1991. pp. 17-27

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Unidade 2: Moçambique - Da comunidade de caçadores e recolectores ao surgimento das
sociedades de exploração
Objectivos específicos Conteúdo Competência

-Caracterizar a vida das 2.1. As comunidades de caçadores e recolectores:


comunidades de caçadores e os Khoisan
recolectores;  Elabora mapa
2.2. Os povos de origem Bantu: expansão bantu,
-Relacionar a expansão Bantu com 2.2.1. A expansão e fixação Bantu: tecnologia do fe
a difusão da tecnologia do ferro; - As causas da expansão etno-linguísticos
- Analisar as diversas teorias sobre - As diversas teorias sobre a expansão bantu Moçambique;
a expansão Bantu; segundo Martin Hall
 Usa correc
-Diferenciar as primeiras 2.2.2. As sociedades moçambicanas após a vocabulário h
comunidades sedentárias; expansão Bantu expressar as suas
- As actividades económicas;
-Explicar a importância da - A organização social e política;  Pesquisa, selecci
tecnologia do ferro para as - A ideologia. informação para
sociedades moçambicanas 2.2.3. O início da diferenciação etnolinguística em conhecimento m
- Explicar o papel da ideologia nas Moçambique
sociedades moçambicanas - As linhagens matrilinear e patrilinear:  Utiliza elem
- Diferenciar a linhagem características gerais antropologia pa
matrilinear da patrilinear - A localização dos grupos etnolinguísticos de origem da
- Localizar no mapa os grupos Moçambique. etnolinguística d
etnolinguísticos de Moçambique
Sistematização

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Sugestões metodológicas

Nesta unidade sugere-se exploração dos pré-requisitos que os alunos possuem de classes
anteriores sobretudo as principais características das sociedades e sedentárias.

Em relação as diversas teorias sobre a expansão Bantu, deve basear-se fundamentalmente


em Martin Hall que resumiu em três aspectos fundamentais, as grandes discussões que
linguistas, arqueólogos e historiadores têm realizado sobre a expansão bantu: i) a teoria
rácica ; ii) a teoria linguística e iii) a teoria da domesticação das plantas e animais e da
expansão da metalurgia do ferro. Deve-se destacar que a teoria linguística é a que
apresenta os argumentos mais consistentes sobre as razões da expansão bantu. Para
consolidar, sugere-se que os alunos elaborem mapas sobre a expansão bantu e a
tecnologia do ferro.

No que respeita as sociedades moçambicanas após a fixação bantu, sugere-se que se


enfatize as principais transformações ocorridas no aspecto económico, político social e
ideológico, destacando os locais de interesse histórico que provam a presença bantu em
Moçambique nomedamente: as estações arqueológicas na Matola, em Xai-Xai,
Vilanculos, Marrape, Hola-Hola, Mavita, Chongoene, Bilene, Zitundo, Serra Maúa,
Monte Mitukué, entre outros locais. Nas escolas próximas destes locais, podem ser
organizadas excursões e visitas de estudo.

A elaboração do mapa sobre os grupos etnolinguísticos de Moçambique, ajudará a


compreender melhor as diferenças entre o norte e o sul de Moçambique bem como a
diversidade multi-cultural das sociedades moçambicanas, ajudando a forjar o sentimento
de pertença a uma nação.

O professor deverá trabalhar os seguintes conceitos: bando, clã, família alargada,


linhagem e, sociedades de exploração

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Indicadores de desempenho

- Comparar a sociedade moçambicana antes e depois da expansão Bantu;


- Diferenciar a linhagem matrilinear da patrilinear
- Localizar os diferentes grupos etnolinguísticos de Moçambique

Bibliografia básica:
SERRA, Carlos (ed). História de Moçambique, Vol.1, Maputo, Livraria
Universitária,2000.

SOUTO, Amélia Neves de. Guia Bibliográfico para o estudante de História de


Moçambique, Maputo, UEM/CEA,1996

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Unidade 3: Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira
Objectivos específicos Conteúdo Competê

- Explicar o processo do surgimento 3.1. Abordagem teórica sobre a origem do Estado.


do Estado 3.1.1. O surgimento da diferenciação social.

3.2. Os estados moçambicanos e a penetração mercantil estrangeira


- Explicar o processo de formação 3.2.1 O Estado do Zimbabwe:
dos Estados Moçambicanos;  Origem;
 Actividades económicas;
 A organização político-social
 A decadência Elabora re
penetração
3.2.2.O Estado dos Mwenemutapas: estrangeira e
 Origem
 Actividades económicas Localiza no
 A organização político-administrativa corresponde
dos Estados
 A estrutura sócio-económica
- Explicar o papel da ideologia nos
 A ideologia
Estados Moçambicanos
Descreve a
3.2.3. O Estado Marave
formação e
 Origem cada um dos
 Actividades económicas
 A organização político-administrativa
 A estrutura sócio-económica
 A ideologia

- Caracterizar forma de actuação do 3.3. A penetração árabe-persa:


capital mercantil em Moçambique  .Os factores da penetração: geográficos, técnicos e económicos
 Os contactos ao longo da costa e suas repercussões
 As marcas da presença árabe nos nossos dias
Analisa as p
3.4. A penetração mercantil europeia da penetra
 Factores económicos, sociais e religiosos da penetração Europeia
- Relacionar o processo de europeia
desenvolvimento dos Estados 3.4.1. A presença portuguesa e o Estado dos Mwenemutapa (1505/1693):
Moçambicanos com a actuação do  Os lutas entre portugueses e árabes;
capital mercantil  Os acordos de 1607 e 1629: suas repercussões

3.5 Os Prazos da Coroa em Moçambique:


 Formação
- Explicar a importância do capital  Localização
mercantil para o reforço da classe  Base económica
dominante
 Estrutura social e aparato ideológico
3.6. A decadência do Estado dos Mwenemutapas:
 os conflitos inter-dinásticos na sociedade shona;
 o papel do capital mercantil no Mwenemutapa
- Explicar a importância do capital  a revolta de Changamire Dombo (1693)
mercantil para a desestruturação dos  As consequências do Ciclo do Ouro Pesquisa,
estados moçambicanos organiza in
3.7 A presença portuguesa e o Estado Marave (1693-1750) transformar
 o papel do capital mercantil nos Estados Marave conheciment

12
Objectivos específicos Conteúdo Competê

 a decadência dos Estados Marave

- Caracterizar as diversas etapas da 3.8 O comércio do marfim e a expansão colonial:


penetração mercantil em  as principais zonas do comércio do marfim
Moçambique  os principais intervenientes
 a Companhia dos Mazanes: seu papel
 a separação de Moçambique de Goa (1752): sua importância
 a makuana Analisa o p
mercantil e
- Diferenciar a actuação do capital 3. 9. O Ciclo dos Escravos (1750/60- 1836/ século XX) - Aspectos gerais Moçambique
mercantil árabo -persa da europeia  o início do tráfico de escravos em Moçambique posicioname
 Locais de recrutamento
 Destino dos escravos
 Impacto do tráfico de escravos para as sociedades
moçambicanas
- Explicar o surgimento das novas 3.9.1 Os principais Estados esclavagistas:
unidades políticas em Moçambique
 Os Estados Militares do Vale do Zambeze
 Os Estados Ajaua
- Considerar a escravatura como um  Os Estados afro-islâmicos da costa
crime contra a Humanidade
3.10. O Estado de Gaza
 O Mfecane e o Estado de Gaza
- Analisar o impacto da penetração  Formação
mercantil Europeia (portuguesa) para  Base económica
os Estados Africanos  Estrutura social e aparato ideológico Elabora map
 Decadência localização
estados

Explicar a importância do capital


mercantil para o reforço da
aristocracia dominante
Analisa a
económica
sociedades d
nas véspera
europeia de

13
Sugestões metodológicas

Nesta unidade sugere-se que se explorem as competências que os alunos possuem de


classes anteriores sobre o processo do surgimento do Estado, destacando o papel do
excedente, que, ao ser apropriado pelas classes dirigentes, contribuiu para o surgimento
da diferenciação social.

Em relação aos primeiros Estados Moçambicanos sugere-se que se elabore tabelas -


resumos, destacando os seguintes aspectos: i) Estado; ii) Ano de fundação; iii)
Organização político-administrativa; iv) Classes Sociais; v) Formas de exploração
económica; vi) Fontes económicas do poder dos chefes; vii) Decadência.

Ao caracterizar a forma de actuação do capital mercantil estrangeiro em Moçambique,


sugere-se que se diferencie a actuação do capital árabe - persa do europeu, pois enquanto
que o primeiro se preocupava fundamentalmente com a actividade comercial, mantendo
boas relações com os Estados Moçambicanos, o segundo preocupava-se em controlar
tudo, penetrando até na esfera ideológica, impondo a sua presença.

Ao destacar os ciclo do ouro, do marfim e dos escravos, deve chamar a atenção que o
ciclo do ouro que começa com a chegada dos árabes – persas e prolonga-se com a
chegada dos europeus.

Sugere-se que se explore o papel da religião africana nos Estados moçambicanos, pois a
legitimidade do chefe só era reconhecida se passar por cerimónias mágico - religiosas.
Ainda sobre o capital mercantil, deverá debater com seus alunos o papel do mesmo no
reforço do poder da classe dominante e na desestruturação das sociedades moçambicanas.

Ao abordar os estados de Moçambique no século XIX é importante destacar o processo


de formação desses estados, o envolvimento dos Estados Militares do Vale do Zambeze,
Ajaua e Afro-Isâmicos no tráfico de escravos, fazendo referência ao impacto deste facto
tanto no florescimento como na decadência dos mesmos.

Sobre o comercio de escravos, poderá enfatizar que o mesmo é considerado actualmente


um crime contra a Humanidade, procurando com seus alunos exemplos de escravatura
dos tempos modernos, contribuindo assim para desenvolver uma atitude de repulsa contra
todas as formas de escravatura.

No que respeita ao Estado de Gaza, sugere-se que se destaque o papel do M’fecane na


formação do mesmo. Ao terminar a unidade, sugere-se que recomende aos seus alunos a
elaboração de um resumo sobre o impacto da penetração mercantil estrangeira,
destacando as fases do ouro, marfim e escravos.

Sugere-se que se trabalhe os seguintes conceitos: Excedente; Estado; Classes Sociais;


Capital mercantil; Ideologia.

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Indicadores de desempenho
- Localizar no mapa os Estados de Moçambique entre os séculos XV e XIX ,
- Explicar o processo de formação e declínio dos diferentes estados,
- Explicar a importância do comércio de ouro e de marfim no desenvolvimento dos
estados de Moçambique
- Caracterizar as relações entre os europeus e os povos de Moçambique no âmbito da
penetração mercantil estrangeira
- Analisar o impacto dos escravos nas formações políticas moçambicanas

Bibliografia básica:

SERRA, Carlos (ed). História de Moçambique, Vol.1, Maputo, Livraria


Universitária,2000.
SOUTO, Amélia Neves de. Guia Bibliográfico para o estudante de História de
Moçambique, Maputo, UEM/CEA,1996

ARPAC, Vida e Obra de José Phahlane Macamo, 2008

ARPAC, II Congresso da FRELIMO, 2008.

ARPAC, Vida e Obra deTomás Nduda, 2008.

15
Unidade 4: O período da dominação colonial em Moçambique e os Movimentos de
Libertação Nacional
Objectivos específicos Conteúdo Competência

Explicar as teorias da resistência 4.1 Colonização e teorias de resistência


africana.  Teorias de resistência segundo Terence O. Ranger Analisa o coloniali
 A importância e consequências das resistências mal contra os direit

Explicar o papel desempenhado pela 4.2. O colonialismo português em Moçambique, de 1890-1930


economia de tráfico até se chegar à
fase imperialista; 4.2.1 A II Corrida à África (revisão)
 As viagens de exploração
 A Conferência de Berlim (1884-85)
Explicar o papel específico de 4.2.2. O papel específico de Portugal na penetração imperialista em
Portugal na penetração imperialista Moçambique
em Moçambique;
 A corrida imperialista e a delimitação das fronteiras de - Analisa o papel
Explicar o processo de delimitação Moçambique Portugal na
das fronteiras moçambicanas  As campanhas de pacificação e a ocupação de Moçambique imperialista
 A delimitação das fronteiras moçambicanas
Analisar a natureza do duplo poder
Estado Colonial/Companhias até 4.2.3. As resistências no norte, centro e sul de Moçambique
1930;
4.2.4. A montagem do Estado colonial
Explicar as formas de dependência
de Moçambique em relação ao 4.2.5. A Economia colonial: características gerais
capital estrangeiro não português
4.2.5.1. O Norte e a Companhia do Niassa
 A periodização da história da Companhia do Niassa e principais
Caracterizar a economia colonial em
acontecimentos;
Moçambique;
 O papel dos grupos financeiros;
Caracterizar a actuação do  As formas de exploração deses grupos financeiros
colonialismo português em  O declínio da Companhia
Moçambique, no âmbito económico,
político e social 4.2.5.2. Os prazos e a Companhia da Zambézia
 A acção do Estado Colonial e a transformação dos prazos em
plantações
Explicar o papel das companhias no  O surgimento da Companhia.
contexto da Economia Colonial  O impacto do mussoco e do trabalho nas plantações, para a
população camponesa
4.2.5.3. O Centro e a Companhia de Moçambique
 A origem da Companhia de Moçambique
 O sistema tributário: o mussoco e o imposto de palhota; Analisa a depe
 A política concessionária; Moçambique a
Caracterizar as formas de exploração  A política laboral estrangeiro não por
de força de trabalho moçambicana 4.2.5.4. O sul e o trabalho migratório
nas plantações e minas da África do  A situação política e económica do sul do Save em 1880
Sul  Os acordos sobre o trabalho: 1867; 1897,1901, 1909 e 1928
 a entrada do sul do Save na economia -mundo
 as vias de comunicação

4.2.6. A política social


 a estrutura social;

16
Objectivos específicos Conteúdo Competência

 a emergência do proletariado urbano


Caracterizar as primeiras  I Guerra Mundial e a crise económica e social da década de 20 Descreve manifesta
manifestações nacionalistas 4.2.7. As primeiras formulações nacionalistas nacionalistas
 o papel das associações: o Grémio Africano; a Liga Africana; a
Associação Africana de Moçambique
 a luta do proletariado urbano
 o papel da imprensa
 as manifestações literárias e artísticas
 a resistência no campo - Usa correctament
vocabulário históric
Analisar a conjuntura politica e 4.3. O período do colonialismo português a partir de 1930 para expressar as su
económica de Salazar 4.3.1. A Conjuntura política e económica e os marcos de viragem
 o nacionalismo económico de Salazar: características gerais
 o Acto Colonial e a Carta Orgânica do Império colonial Português
Caracteriza o
 a Crise de 1929 e suas repercussões em Moçambique económico de Salaz
 o capital comercial no quadro da agricultura forçada: o caso do
algodão, arroz e chá
Caracterizar a politica colonial de  a continuação da exportação mão-de-obra e da dependência em
Salazar; relação ao capital estrangeiro
4.3.2. A política social: a crescente importância da colonização mental
 o papel das missões católicas
 a natureza do ensino

4.4. Alterações na política colonial


 o crescimento da população colona
 os colonatos
 os planos de fomento: primeiro plano (1953-1958); segundo plano
(1959-1964),

Caracterizar a resistência anti- 4.4.1. A exploração colonial
colonial;  As independências dos países africanos
 O papel das igrejas

4.5. O nacionalismo moçambicano - Diferencia o


4.5.1. Os factores do nacionalismo moçambicano moçambicano do eu
Explicar o surgimento dos 4.5.2. O papel das Associações e movimentos estudantis:
movimentos nacionalistas.  a Associação dos Naturais de Moçambique
 o Movimento do Jovens Democratas Moçambicanos (MJDM);
 o Núcleo dos Estudantes Secundários de Moçambique (NESAM)
 o papel da Casa dos Estudantes do Império e o Centro de Estudos
Africanos
Identifica as difere
4.5.3. A luta anti-colonial
luta pela independê
 a resistência no campo;
 a formação das primeiras organizações nacionalistas: Convenção
do Povo de Moçambique; União Democrática Nacional de
Moçambique (UDENAMO), União Nacional Africana de
Moçambique Independente (UNAMI); União Africana Nacional
de Moçambique (MANU).

4.5.4. A luta clandestina

17
Objectivos específicos Conteúdo Competência

Analisar o papel de Eduardo 4.5.5 A fusão dos três movimentos e a criação da Frente de Libertação de
Mondlane como o arquitecto da Moçambique (FRELIMO)
Unidade Nacional  O 1º Congresso da FRELIMO Explica a imp
 O 2º Congresso da FRELIMO Independência naci

Analisar a Luta Armada como a via 4.5.6. O desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.
para alcançara a independência  Principais etapas
 Os Heróis da luta armada de Libertação Nacional (exemplos:
Descrever as principais etapas da Luta Eduardo Mondlane, Samora Machel, Josina Machel, Tomás Nduda, Descreve o papel d
Armada de Libertação Nacional Filipe Samuel Magaia, Mateus Sansão Muthemba, John Issa, José pelos Heróis na Lu
Macamo, Paulo Samuel Nkankomba, Francisco Manyanga). Libertação Naciona

4.5.7 A Independência Nacional: a República Popular de Moçambique


 A independência e o seu significado

18
Sugestões metodológicas

Ao abordar-se esta unidade, sugere-se que se faça uma ligação com os conteúdos
abordados na 11ª Classe sobre os sistemas coloniais em África. Ao tratar as teorias sobre
as resistência em África destacar os três postulados defendidos por T.O. Ranger, a saber:
i) em primeiro lugar, afirmou-se que a resistência africana era importante, já que provava
que os africanos nunca se haviam resignado à pacificação europeia; ii) em segundo lugar,
sugeriu-se que longe, longe de ser desesperada ou ilógica, essa resistência era muitas
vezes movida por ideologias racionais e inovadoras; iii) em terceiro lugar, argumentou-se
que os movimentos de resistência não eram insignificantes; pelo contrário, tiveram
consequências importantes, em seu tempo, e tem ainda hoje, notável ressonância.

Ao tratar a partilha e a ocupação de África sugere-se que se elabore mapas de África


antes e depois da partilha para uma melhor compreensão da ocupação efectiva deste
continente. No que se refere a Moçambique, o professor deverá conduzir seus alunos a
explicarem o processo de delimitação das fronteiras moçambicanas, destacando o papel
específico de Portugal na penetração imperialista. É importante referir que perante a
ocupação do seu território os moçambicanos resistiram, destacando o papel dos principais
resistentes. A elaboração de tabelas sobre as resistências no norte, centro e sul de
Moçambique, contribuirá a sistematizar a matéria e a levantar o orgulho de pertença a
uma nação.

Os dois períodos do colonialismo português (1890-1930; 1930-1962) devem ser bem


destacados, mencionando os principais aspectos característicos, enfatizando que com a
subida de Salazar, as colónias passam efectivamente a servirem os interesses da
burguesia metropolitana portuguesa. O estudo de documentos como o Acto Colonial, o
Acordo Missionário, a Concordata, entre outros ajudarão a compreender melhor a
actuação do colonial - fascismo e em particular, o Nacionalismo económico de Salazar.

Sugere-se também que trabalhe com seus alunos, as várias etapas do nacionalismo
moçambicano, desde as primeiras formulações nacionalistas até ao surgimento das
primeiras organizações nacionalista.

Para o estudo do processo que conduziu à formação da Frente de Libertação de


Moçambique (FRELIMO) será útil partir do conhecimento que os alunos trazem das classes
anteriores para dirigir aulas activas baseadas na elaboração e discussão de trabalhos
independentes, individuais ou em grupos. Procedimento idêntico recomenda-se em relação
às organizações políticas e económicas regionais. Para a elaboração desses trabalhos é
importante que o professor defina claramente os aspectos que pretende ver reflectidos
(causas, objectivos, realizações, etc.).
Sugere-se que se trabalhe com seus alunos o significado da proclamação de Independência
Nacional. Poderá organizar visitas de estudo aos museus, convidar combatentes da luta de
libertação nacional entre outras estratégias para melhor consolidar esta ]ultima etapa.

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Deverá trabalhar os seguintes conceitos: colonialismo, imperialismo, economia
colonial, mussoco, proletariado, nacionalismo, nacionalismo económico.

Indicadores de desempenho
- Elaborar mapas sobre as campanhas de pacificação e companhias monopolistas
- Avaliar a actuação do colonialismo português no aspecto económico, político e social
- Recolher e sistematizar informação junto dos seus pais e encarregados de educação,
autoridades locais e outras sobre a importância do mussoco e do imposto de palhota
- Elaborar mapas sobre o avanço da Luta de Libertação Nacional,
- Avaliar o significado da independência nacional.

Bibliografia básica:

ARPAC, Vida e Obra de José Phahlane Macamo, 2008

ARPAC, II Congresso da FRELIMO, 2008.

ARPAC, Vida e Obra deTomás Nduda, 2008.

BOHAEN, A. Adu (ed). História Geral da África- A África sob dominação


colonial,1880-1935,Vol. VII, Paris, UNESCO/Ática, 1991

MONDLANE, Eduardo Chivambo. Lutar por Moçambique. Maputo, Minerva


Central,1995.

SERRA, Carlos (ed). História de Moçambique, Vol.1, Maputo, Livraria


Universitária,2000.

SOUTO, Amélia Neves de. Guia Bibliográfico para o estudante de História de


Moçambique, Maputo, UEM/CEA,1996

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Unidade 5: Estratégia de Desenvolvimento de Moçambique pós-independência

Objectivos específicos Conteúdos Competê


O
- Caracterizar a política interna 5.1A independência Nacional e a RPM:
e externa de Moçambique após 5.1.1 Política interna
a Independência;  Plano Prospectivo Indicativo (PPI) Analisa
 Programa de Reabilitação Económica (PRE) e Programa de reabilitação adoptadas
Económica e Social (PRES) Moçambiq
5.1.2 Política Externa independê
 A Linha da Frente
 Conferência Coordenadora para o Desenvolvimento da África Austral (SADCC)
 Moçambique na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral ( SADC)
 Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)
5.1.3 Constituição da República

21
Sugestões metodológicas

Com esta Unidade pretende-se dotar os alunos de conhecimentos sobre as estratégias de


desenvolvimento de Moçambique pós-independência. Assim, sugere-se o recurso de
convidados (preferencialmente protagonistas da História) para proferirem palestras e
orientarem debates.

Em relação a Constituição da República, sugere-se que se convide um deputado para


explicar este tema. Em grupos os alunos deverão fazer analises de alguns artigos e em
forma de debate discutir na sala de aula.

Indicadores de desempenho
- Explica a política interna e externa adoptada por Moçambique depois da
Independência
- Analisa a Constituição da Repúbica

AVALIAÇÃO

A avaliação é um instrumento do processo de ensino aprendizagem através do qual se


pode verificar como estão senso cumpridos os objectivos e a finalidade da educação,
permitindo melhorar ou adaptar as estratégias de ensino, aos conteúdos e as condições
concretas existentes.

A avaliação permite ao professor tirar conclusões dos resultados obtidos para o


desenvolvimento do trabalho pedagógico subsequente e verificar a necessidade de
reajuste curricular de acordo com as necessidades educativas dos alunos.

A avaliação deve focalizar-se em todas as actividades realizadas pelos alunos de forma


que se obtenha uma imagem fiável do desempenho do aluno e do professor, em termos
de competências básicas descritas no Programa de Ensino.

A avaliação na disciplina de História privilegia:


 as visitas de estudo;
 elaboração de esquemas;
 tabelas;
 gráficos;
 mapas;
 entre outras

22

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