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Ficha Técnica

Título: Agro-Pecuária, Programa da 8ª Classe


Edição: ©INDE/MINED - Moçambique
Autor: INDE/MINED – Moçambique
Capa, Composição, Arranjo gráfico: INDE/MINED - Moçambique
Arte final: INDE/MINED - Moçambique
Tiragem: 1500 Exemplares
Impressão: DINAME
Nº de Registo: INDE/MINED – 6242/RLINLD/2010

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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário
Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade
de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se
faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida
continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram


desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o
mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem
em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de
professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições
públicas, empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço da
transformação curricular e a quem aproveitamos desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas,


apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa
criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que
amanhã contribuirão para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que


se enquadra no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da
Educação e Cultura e tem como objectivos:

• Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
• Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo
diversificado, flexível e profissionalizante.
• Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação
dos estudos como para o mercado de trabalho e auto emprego.
• Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


• O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que
contém os objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e
as estratégias de implementação;
• Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
• O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
• Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas


orientadoras que visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes
instrumentos relevantes para que continuem a aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre
uma componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de
competências relevantes para uma integração plena na vida política, social e
económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às


exigências do mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades
comunicativas, ao domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, à
resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação,


assegurando uma formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares,
assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual,


crítico e estético, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos
autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na
base das decisões individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias
da sua vida;

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Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de
conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários
para a compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos
sociais, económicos, políticos e naturais;

Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida,


um espírito empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só
ao meio produtivo actual, mas também às tendências de transformação no
mercado;

Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do


Homem, isto é, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua
família e aos outros homens de diversas culturas, religiões, raças, entre
outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação


se organize em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para
compreender o mundo, agir sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e
comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas


relevantes para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como
indivíduos, e como cidadãos responsáveis e úteis na família, na comunidade e na
sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa
que o papel da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou
de transmitir grandes quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia
ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada vez mais importante preparar o
aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da
vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena
na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo
mobiliza para enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na
vida quotidiana. Isto significa que para resolver um determinado problema, tomar
decisões informadas, pensar critica e criativamente ou relacionar-se com os outros
um indivíduo necessita de combinar um conjunto de conhecimentos, práticas e
valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola,


mas também à sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas
importantes, tendo em conta a realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo,


não só as competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de

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comunicação, leitura e escrita, matemática e cálculo, mas também, as competências
gerais, actualmente reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento do indivíduo
e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;


b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de
aprendizagem e busca metódica de informação em diferentes meios e uso de
tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização
e apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida
económica social do país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se
relacionar bem com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da
comunidade bem como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente
ou em grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências,
idosos e crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos


na prática educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de
aprender a fazer fazendo.
(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de
experimentar situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num
ambiente limpo se a escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços
escolares. O aluno cumprirá as regras de comportamento se elas forem exigidas e
cumpridas por todos os membros da comunidade escolar de forma coerente e sistemática.
PCESG:27
Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça,
solidariedade, humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o
amor à pátria, o amor próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo
próximo e pelo bem comum, deverá estar ancorado à prática educativa e estar
presente em todos os momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG
esteja preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os
estudos nos níveis subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é,
adaptar-se a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que
exigem cada vez mais novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção
de perspectivas múltiplas na resolução de problemas, competitividade, motivação,

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empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao longo da
vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica


com vista um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda
a comunidade escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-
os na resolução de situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na
vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e


dos temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem
impregnados nas competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que
as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo
dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os outros e bem
fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima
definidas de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente
escolar e fora dele contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as
actividades curriculares e co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e
estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores.

O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma


explícita, ao longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina,
são dadas indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões
metodológicas e no texto de apoio sobre os temas transversais.

O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégias


que permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências
treinadas em várias áreas de conhecimento para resolver problemas concretos.
Assim, espera-se que as actividades a realizar no âmbito da planificação e
implementação de projectos, envolvam professores, alunos e até a comunidade e
constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo


globalizado. No currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas
Moçambicanas, línguas estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento


conjugado de todas as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas
de línguas. Todos os professores deverão assegurar que alunos se expressem com
clareza e que saibam adequar o seu discurso às diferentes situações de
comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante nas
produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção
da leitura (concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse
dos alunos, sessões para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de

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pesquisa, exposições, actividades culturais em datas festivas e comemorativas, entre
outros momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão
ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores,
a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos
órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma
apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.

Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das
línguas e, no caso da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras
de autores moçambicanos constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto
patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e


responsáveis na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade)
ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos,
envolvendo-os em actividades ou projectos, colocando problemas concretos e
complexos. A preparação do aluno para a vida passa por uma formação em que o
ensino e as matérias leccionadas tenham significado para a vida do jovem e possam
ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará


mais sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os
conteúdos inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante


que este consiga:

• organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus


conhecimentos, habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas
de soluções;
• encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o
desenvolvimento de competências. Por exemplo, envolver os alunos numa
actividade, projecto ou dar um problema que os obriga a recorrer a
conhecimentos, procedimentos e experiências de outras áreas do saber;
• acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos,
motivá-los e corrigi-los durante o processo de trabalho;
• criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender
o mundo e transformá-lo;
• avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas,
numa perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao


saber, à profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso

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deste programa passa pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores
de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode falar em desenvolvimento de
competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não dialogam, não
desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um
projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá envolver
diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura,
redacção e correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de
fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da
região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar


em equipa, de análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima,
contribuindo assim para o desenvolvimento das competências mais gerais definidas
no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas


para o desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o
professor não é mais um centro transmissor de informações e conhecimentos,
expondo a matéria para reprodução e memorização pelos alunos. O aluno não é um
receptáculo de informações e conhecimentos. O aluno deve ser um sujeito activo na
construção do conhecimento e pesquisa de informação, reflectindo criticamente
sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando


os recursos e aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de
uma comunidade escolar implica ainda que seja um mediador e defensor
intercultural, organizador democrático e gestor da heterogeneidade vivencial dos
alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva


de conceber e utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em
grupo; entusiasmo, espírito competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo
raciocínio e debate de ideias; o interesse pela integração social e vocação
profissional.

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O ensino-aprendizagem na displina de Agro-Pecuária

O ensino-aprendizagem na displina de Agro-Pecuária, integra as actividades práticas e


tecnológicas que pretendem desenvolver competências orientadas para a actividade
prática relacionada com a actividades psico-motoras, estéticas e úteis à vida, numa
perspectiva do desenvolvimento integral do homem.
A introdução da disciplina de Agro-Pecuária no ESG visa desenvolver competências
práticas e tecnológicas que lhes permitam contribuir para a redução da vulnerabilidade e
da pobreza absoluta no país, através da aplicação de novas técnicas de produção agro-
pecuária, conservaçãode produtos agro-pecuários bem como a conservação dos recursos
disponíveis.
A aprendizagem da Agro-Pecuária visa:
• Desenvolver nos alunos actitudes e hábitos positivos em relação ao trabalho,
contribuindo assim para a resolução de problemas da família e da comunidade;
• Desenvolver habilidades necessárias para a concepção de pequenos projectos de
produção;
• Contribuir para a aplicação de novas técnicas de produção na família e na
comunidade, como forma de aumentar a produção e a produtividade, melhorar a
dieta alimentar e garantir a segurança alimentar.
No processo de ensino-aprendizagem de Agro-Pecuária deverá ser previlegiada a
componente prática. Esta pressupõe a existência de espaços apropriados dentro ou fora da
escola para que os alunos possam experimentar, observar e fazer o acompanhamento das
técnicas aprendidas. Outra componente importante são os instrumentos, equipamentos,
máquinas agrícolas e sementes necessárias para a prática de Agro-Pecuária.
As aulas práticas incluem simulações, participação em actividades produtivas nas
plantações, locais de criação de animais no âmbito das actividades de férias (vide
OTEO´s: actividades de férias e produção escolar). Outras formas de aprendizagem, por
exemplo, através do uso das TIC`s (internet, vídeos), poderão ser exploradas no ensino da
Agro-Pecuária

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Competências gerais a desenvolver no I ciclo:

1. Comunicação nas línguas portuguesa, moçambicana e inglesa.


• Explica as técnicas de produção de plantas e animais na comunidade
2. desenvolvimento da autonomia pessoal e auto-estima, de estratégias de
aprendizagem e busca metódica da informação em diferentes meios e uso de
tecnologias.
• Busca as informções e inovações tecnológicas para a melhoria das actividades agro-
pecuárias na comunidade.
3. Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na
realização e apresentação dos trabalhos.
• Interelaciona as zonas agro-climáticas e as culturas a explorar na comunidade
4. Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida
económica e social do país e do mundo.
• Elabora pequenos projectos de produção e promove feiras agro-pecuária na
comunidade
5. Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidades para se
relacionar bem com os outros.
• Realiza a negociação do uso e aproveitamento da terra com as comunidades.
6. Uso de leis, gestão e resolução de conflitos.
• Explica as leis do uso e aproveitamento da Terra e gestão de recursos naturais
existentes na comunidade.
7. Desenvolvimento do civismo e da cidadania responsável.
• Interage com os camponeses no processo de produção agro-pecuária e valoriza com
muita responsabilidade as experiências das comunidades.
8. Adopção de comportamentos pensados e responsáveis em relação à sua saúde e
da comunidade, bem como em relação aos vícios (tabagismo, alcoolismo,droga).
• Promove pequenas associações de jovens agro-pecuários nas comunidades como
forma de prevenção e combate ao uso de drogas.

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9. Aplicação da formação profissionalizante para a redução da pobreza.
• Promove pequenos cursos de formação aos pequenos agricultores e criadores.
10. Capacidade de lidar com a complexidade , diversidade e mudança.
• Interlaciona as fases de denvolvimento da agro-pecuário em Moçambique.
11. Desenvolvimento de projectos e estratégias de implementação individual ou
em grupo.
• Elabora e organiza pequenos projectos de produção agro-pecuária quer
individualmente ou em pequenas associações.
12. A adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências,
idosos e crianças.
• Oferece produtos agro-pecuários aos portadores de deficiência, idosos e crianças,
como forma de garantir uma boa dieta alimentar e longevidade.
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Visão geral dos conteúdos do I ciclo:

1. Conteúdos de Agro-Pecuária na 8ª classe


35 semanas a 2 aulas por semana = 70 aulas por ano
1.Unidade: Introdução a Agricultura
2. Unidade: Preparação do solo
3. Unidade: Propagação de plantas
4. Unidade: Praticas culturais
5. Unidade: Colheita e armazenamento
6. Unidade: Introdução a pecuária
7. Unidade: Tecnologia de criação de galinhas
8. Unidade: Tecnologia de criação de patos
9. Unidade: Tecnologia de criação de perús

2. Conteúdos de Agro-Pecuária na 9ª classe


35 semanas a 2 aulas por semana = 70 aulas por ano
1. Unidade: Culturas alimentares
2. Unidade: Culturas de rendimento
3. Unidade: Tecnologia de criação de coelhos
4. Unidade: Tecnologia de criação de suínos

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3. Conteúdos de Agro-Pecuária na 10ª classe
35 semanas a 2 aulas por semana = 70 aulas por ano
1. Unidade: Fruteiras
2. Unidade: Silvicutura
3. Unidade: Tecnologia de criação de bovinos
4. Unidade: Tecnologia de criação de ovinos e caprinos
5. Unidade: Produtos pecuários, sua importância e conservação.

Competência geral da disciplina de Agro-pecuária no I ciclo


O aluno aplica as técnicas de produção de Agro-Pecuária e de gestão de recursos naturais
na comunidade.

Competências da disciplina de agro-pecuária na 8ª classe


- Interelaciona as diferentes fases de desenvolvimento da agricultura;

- Interelaciona as diferentes zonas climáticas e as culturas;

- Realiza a preparação do solo e propagação de plantas;;

- Aplica as técnicas de cultivo das plantas;

- Realiza a colheita e armazenamento;


- Integra a produção pecuária no contexto da economia nacional;
- Identificas as qualidades zootécnicas das galinhas, patos e perús na comunidade;
- Aplica as técnicas de criação de galinhas, patos e perús na comunidade;

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Objectivo geral da disciplina no I ciclo

O aluno deve ser capaz de aplicar as técnicas de produção Agro-Pecuária e de gestão de


recursos naturais na comunidade.

Objectivos específicos da disciplina na 8ª classe

- Explicar a importância e as diferentes fases da agricultura;


- Explicar as prespectivas actuais da agricultura em Moçambique;
- Localizar as zonas agro-climáticas das diferentes culturas.
- Descrever as diferentes etapas de preparação do solo;
- Realizar a preparação do solo.
- Descrever diferentes tipos de propagação;
- Identificar os diferentes tipos de semente;
- Determinar o poder germinativo da semente;
- Realizar a sementeira;
- Descrever os diferentes tipos de propagação vegetativa;
- Fazer viveiros;
- Identificar as práticas culturais;
- Descrever os diferentes sistemas de rega;
- Identificar os diferentes métodos de controle de pragas, doenças e infestantes;
- Identificar os diferentes tipos de adubos;
- Realizar a adubação;
- Descrever as diferentes formas de colheita e de armazenamento;
- Identificar as épocas de colheita;
- Explicar as condições de armazenamento;
- Explicar a importância da pecuária na comunidade;
- Identificar as diferentes espécies animais criadas pelo homem;
- Aplicar as técnicas de criação de galinhas, patos e perús na comunidade.

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Visão geral dos conteúdos de Agro-Pecuária na 8ª classe por trimestre:
35 semanas a 2 aulas por semana = 70 aulas por ano
I trimestre
1.Unidade: Introdução a Agricultura
Definição e importância da agricultura; 4 horas
Breve historial da agricultura
Prespectivas actuais da agricultura em Moçambique;
Principais sistemas de produção e intervenientes na agricultura en Moçambique;
Distribuição agro-climática das culturas

2. Unidade: Preparação do solo


Definição e tipos de solo; 10 horas
Objectivos da preparação do solo;
Etapas de preparação do solo;

3. Unidade: Propagação de plantas


Tipos de propagação;
3.1. Propagação generativa
Definição da propagação generativa; 10 horas
Definição da semente;
Tipos de semente;
Preparação e tratamento da semente; Avaliação do poder
germinativo;
Sementeira (directa e indirecta).
3.2. Propagação vegetativa
Definição da propagação
Objectivos da propagação vegetativa;
Tipos da propagação vegetativa (estaquia, mergulhia e enxertia);
Estabelecimento de viveiros

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II trimestre
4. Unidade: Práticas culturais
Definição das práticas culturais;
Definição de infestantes e seu controlo (sacha e monda); 10 horas
Definição de pragas e doenças;
Métodos de controlo de pragas e doenças (cultural, biológico e químico)
Definição de rega;
Sistemas de rega;
Definição de adubação
Tipos de adubação (cobertura,fundo)
Tipos de adubos (orgânicos e inorgânicos);
Desbaste;
Amontoa;
Desponta;
Tutoragem;
Poda.

5. Unidade: Colheita e armazenamento

Definição de colheita e armazenamento; 4 horas


Tipos de colheita;
Épocas de colheita;
Formas de armazenamento;
Condições de armazenamento

6. Unidade: Introdução a pecuária


Definição da pecuária; 2 horas
Origem e evolução da pecuária
Importância socio-económica da pecuária em Moçambique;
Diferentes espécies domésticas criadas em Moçambique.

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7. Unidade: Tecnologia de criação de galinhas

Introdução ao estudo da criação de galinhas e seus propósitos produtivos;


Exterior das galinhas e sua importância
Sistemas de criação (Familiar, em piso e em bateria); 8 horas
Localização dos aviários;
Instalações avícolas ;
Equipamentos avícolas (cama, comedouros, bebedouros, aquecedores poleiros, ninhos);
Alimentação de galinhas (cereais e seus subprodutos, bagaços de oleaginosas, rações industriais - A1, A2, A3, A4, A5, restos das
machambas e de cozinha;
Saúde e higiene no aviário (Limpeza e desinfecção);

III trimestre

7. Unidade: Tecnologia de criação de galinhas (continuação) 8 horas


Doenças mais frequentes nas galinhas (Coccidiose, Newcastle, gumboro e doenças respiratórias);
Medidas preventivas e tratamento(vacinações, desparasitações, vazio sanitário);
Criação de poedeiras e frangos de corte (acondicionamento, recepção de pintos, rações e maneio).

8. Unidade: Tecnologia de criação de patos

Introdução ao estudo da criação de patos e seus propósitos produtivos; 8 horas


Exterior dos patos e sua importância;
Sistemas de criação (familiar, em barragens, represas, arrozais e industrial);
Alojamento e equipamento (cama, comedouros, bebedouros, aquecedores e ninhos);
Alimentação de patos (pasto, cereais e seus subprodutos, bagaços de oleaginosas, restos das colheitas e de cozinha);
Saúde e higiene (limpeza e desinfecção);
Doenças mais frequentes nos patos (cólera aviário, peste dos patos ).
Medidas preventivas e tratamento(vazio sanitário, limpezas e desparasitações);

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9. Unidade: Tecnologia de criação de perús
Introdução ao estudo da criação de perús e seus propósitos produtivos;
Exterior dos perús e sua importância;
Sistemas de criação de perús( livre, em pastoreio e em confinamento);
Alojamento e equipamento (comedouros, bebedouros, aquecedores e ninhos) 6 horas
Alimentação de perús (pastagem, subprodutos agrícolas e rações industriais)
Saúde e higiene (limpeza e desinfecção)
Doenças mais frenquentes (histomonose, coccidiose).
Medidas preventivas e e tratamentos

Funções das aulas de Agro-Pecuária na 8ª classe

Nas aulas de Agro-Pecuária os alunos aprendem os conteúdos básicos sobre agricultura e pecuária ,assim como as técnicas básicas de
produção de plantas e animais, bem como a saúde e regras de higiene.
Neste nível, os alunos são confrontados com as técnicas de produção agro-pecuária. Este novo conhecimento vai contribuir para a
redução da pobresa absoluta pois, permite dotar os alunos de conhecimentos técnico-científicos nesta àrea, o que vai permitir o
aumento da produção, criando a possibilidade da diversificaçào da dieta alimentar nas comunidades.

Temas transversais

Os temas transversais são aqueles que , dada a sua complexidade e importância não podem ser abordados numa disciplina de forma
insolada mas sim aproveitando as potenciallidades dos conteúdos das outras disciplinas para que sejam consolidadas. Os conteúdos
transversais dos programas da 8ª classe são:
• Cultura de paz, direitos humanos e democracia;
• Direitos humanos e democracia;
• Saúde reprodutiva(Educação sexual, ITS,HIV/SIDA);
• Saúde e nutrição;
• Prevenção e combate ás drogas,ao tabalismo e ao alcoolismo;
• Uso sustentável dos recursos ambientais;
• Calamidades naturais(cheia, seca, ciclone, sismo);
• Segurança rodoviária;

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• Prevenção do património cultural;
• Identidade cultural e moçambicanidade;

Na disciplina de Agro-Pecuária , o tema Cultura de paz , direitos humanos e democracia e o uso sustentável dos recursos ambientais,
enquadram-se na unidade temática Introdução á agricultura e pecuária. Ex: Ao falar da agricultura e pecuária em Moçambique o
professor poderá fazer referência às leis de uso e aproveitamento de terra para a criação de animais e produção agrícola.
Nas actividades práticas agro-pecuárias,o professor deverá considerar a questão do género e equidade.
Os temas saúde e nutrição,saúde reprodutiva, enquadram-se melhor na unidade temática Colheita e armazenamento na parte agrícola e
Tecnologia de criação de animais em pecuária, onde o professor poderá fazer abordagem sobre o valor nutritivo dos vegetais e
produtos pecuários para a dieta alimentar.
No concernente ao uso sustentável dos recursos ambientais o professor fará uma abordagem integrada nas unidades temátuicas:
Práticas culturais, preparação do solo e na tecnologia de criação de animais.
O conteúdo calamidades naturais pode ser abordado nas unidades temáticas; Introdução á agricultura, Práticas culturais, Introdução a
pecuária e na Tecnologia de criação de animais.

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Programa detalhado da 8ª classe
Unidade 1: Introdução á Agricultura

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Tempo


O aluno deve ser capazes de: O aluno:
-Explicar a importância e as • Definição e importância da agricultura;
diferentes fases da agricultura; • Breve historial da agricultura -Interelaciona as diferentes
- Explicar as prespectivas actuais • Prespectivas actuais da agricultura em fases de desenvolvimento da 4 horas
da agricultura em Moçambique; Moçambique; agricultura;
-Localizar as zonas agro-climáticas • Principais sistemas de produção e
das diferentes culturas. intervenientes na agricultura em -Interelaciona as diferentes
Moçambique; zonas climáticas e as culturas.
• Distribuição agro-climática das culturas

Sugestões metodológicas:
O professor poderia introduzir o tema de forma participativa, aproveitando as experiências vivenciais dos alunos, o seu conhecimento
sobre os problemas actuais e passados da agricultura e todas as actividades com ela relacionadas de forma a motivar o seu interesse.
Seria aconselhável visitar uma machamba de sector familiar e uma empresa agrícola, onde poderão ser observadas as características
de cada um destes intervenientes e analisados de forma comparativa (por exemplo: diferenças entre as áreas cultivadas, insumos
usados, destino da produção, etc.).
Sobre a distribuição climática das culturas, será muito importante o uso de mapas, com a apresentação dos diferentes climas e solos,
uma descrição geral das exigências edáfo-climáticas das principais culturas e sua adaptação. O importante é dar a conhecer ao aluno,
que cada cultura tem a sua exigência em termos de clima e solo.
Indicadores de desempenho
• Identifica a agricultura como actividade fundamental para a alimentação, vestuário, emprego e exportação;
• Decide sobre as melhores regiões para o cultivo das culturas em conformidade com as exigências edáfo-climáticas.

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Unidade 2: Preparação do Solo

Objectivos Específicos: Competências


O aluno deve ser capaz de: Conteúdos O aluno: Tempo

- Descrever as diferentes etapas de • Definição e tipos de solo;


preparação do solo; - Realiza a preparação do
• Objectivos da preparação do solo; solo na comunidade.

- Realizar a preparação do solo. • Etapas de preparação do solo: 10 horas


- limpeza do terreno;
-lavouras;
- gradagens;
- nivelamento;
- Sulcagem/abertura de covas.

Sugestões metodológicas:
O professor pode pedir aos alunos para fazer a recapitulação dos conhecimentos adquiridos nas classes anteriores, onde abordarão a
definição, tipos e características solo.
Pode recorrer a todos os meios e métodos didáticos conhecidos de modo a facilitar a compreensão da matéria pelo aluno. Sugere-se
que dê ênfase ás principais operações com vista a uma adequada preparação do solo. Em cada uma das etapas de preparação do solo
( limpeza, lavoura, gradagem, sulcagem e coveamento), o professor explica a sua finalidade e o momento ideal para a sua realização,
considerando que tais operações são realizáveis quando o solo estiver em condi;cões apropriadas para a sua preparação, dando ênfase
aos intervalos entre estas etapas.
Dentro das possibilidades da escola, o professor poderá nesta unidade, organizar campos de produção escolar onde os alunos poderão
realizar algumas práticas. Porém, o professor pode levar também os alunos a assistir a realização das lavouras, gradagem e sulcagem
nas empresas mais próximas.

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Indicadores de desempenho
• Identifica os principais tipos do solo diferenciando os solos arenosos, limosos e argilosos;
• Identifica as etapas sequenciadas, alfaias e época da preparação do solo.

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Unidade 3: Propagação de plantas

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Tempo


O aluno deve ser capaz de: O aluno:
• Tipos de propagação;
-Descrever diferentes tipos de a) Propagação generativa
propagação; - Definição da propagação generativa;
- Definição da semente;
- Identificar os diferentes tipos de - Tipos de semente;
semente; - Preparação e tratamento da semente;
-Avaliação do poder - Realiza a propagação de plantas 10 horas
- Determinar o poder germinativo da germinativo; na comunidade
semente; -Sementeira (directa e indirecta).
b) Propagação vegetativa
- Realizar a sementeira; -Definição da propagação
-Objectivos da propagação vegetativa;
- Descrever os diferentes tipos de - Tipos da propagação vegetativa
propagação vegetativa; (estaquia, mergulhia e enxertia);
- Estabelecimentos de viveiros
- Fazer viveiros

Sugestões metodológicas:
O professor poderá junto com os alunos desenvolver um viveiro para a realização de práticas sobre a propagação de plantas.
Em relação aos tipos de semente, preparação, tratamento e avaliação do poder germinativo, o professor poderá organizar a turma em
grupos em que cada um deverá ter um tipo de semente para o ensaio germinativo. Os grupos devem partilhar entre si as suas
experiências para que todos tenham a ideia, por exemplo, da relação entre o tamanho da semente, profundidade de sementeira, da
relação entre as características particulares de cada semente com o tipo de tratamento necessário.
Neste tema, seria importante o professor com os alunos realizar os diferentes tipos de enxertia, estaquia e mergulhia. Sobre a
mergulhia, o professor poderá usar as plantas disponíveis ao seu redor como fontes de demonstração técnica.

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Poderá também organizar uma excursão para os alunos observarem diferentes tipos de alfobres, viveiros e plantações.
Indicadores de desempenho
• Selecciona os tipos de propagação de cada cultura;
• Selecciona e prepara a semente botânica para a propagação generativa das plantas;
• Desenvolve práticas de uso de estacas, mergulhos e enxertos para a propagação vegetativa das plantas;
• Monta diferentes tipos de viveiros em função de cada cultura.

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Unidade 4: Práticas Culturais

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Tempo


O aluno deve ser capaz de: O aluno:

• Definição das práticas culturais;


• Definição de infestantes e seu controlo (sacha e
- Identificar as práticas culturais; monda);
• Definição de pragas e doenças;
- Descrever os diferentes sistemas de • Métodos de controlo de pragas e doenças
rega; (cultural, biológico e químico) 10 horas
• Definição de rega;
- Identificar os diferentes métodos de • Sistemas de rega;
control de pragas, doenças e infestantes; - Aplica as técnicas de
• Definição de adubação;
cultivo de plantas na
• Tipos de adubação (cobertura,fundo)
- Identificar os diferentes tipos de comunidade.
adubos; • Tipos de adubos (orgânicos e inorgânicos);
• Desbaste e poda;
- Realizar a adubação. • Amontoa;
• Desponta;
• Tutoragem;

Sugestões metodológicas:
O professor, para introduzir este tema, poderá fazer perguntas aos alunos acerca de práticas culturais que eles conhecem.
Seguidamente explica as diferentes práticas culturais como: rega, adubação, desbaste, amontoa, desponta, tutoragem, poda, controlo de
pragas, doenças e infestantes.
Poderá organizar uma visita ao campo ou horto-botânico se a escola tiver, para realizarem as diferentes práticas culturais bem como a
prática da recolha de amostras de infestantes, pragas e seus inimigos naturais e plantas afectadas para o estudo na sala de aulas ou no
laboratório.
As infestantes colectadas, poderão ser usadas para a produção de um herbário, visando o agrupamento e a identificação dessas plantas.

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Uma colecção de pragas, organismos de controlo biológico, pode também ser importante para despertar o interesse dos alunos. Para
demonstrar a validade do controle de pragas por comportamento, o professor poderá solicitar que os estudantes tragam plásticos
transparentes a serem enchidos com agua e pendurados em vários cantos do local para verificar se as moscas domesticas aproximam-se
ou não. O farelo humedecido com adição de açúcar pode comprovar a atracção ou repelência a moscas domésticas.
O professor pode também macerar folhas de feijão e pulverizar em diferentes cantos para verificar se atraem ou não populações de
insectos. Os sumos de frutas fermentadas podem fazer parte dos testes para verificar que insectos são atraídos.
As armadilhas de cores ou de ferromonas podem serem adquiridas no comércio para testar a atracção das fêmeas virgens por essas
substancias.

Indicadores de desempenho
• Propõe um plano de combate ás principais pragas, doenças e infestantes das culturas;
• Planifica a rega, adubação, amontoa, desbaste, poda e tutoragem.

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Unidade 5: Colheita e Armazenamento

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Tempo


O aluno deve ser capaz de: O aluno:
• Definição de colheita e
-Descrever as diferentes formas armazenamento;
de colheita e de armazenamento; • Tipos de colheita; 4 horas
• Épocas de colheita; - Realiza a colheita e armazenamento.
- Identificar as as épocas de • Formas de armazenamento;
colheita; • Condições de armazenamento.
- Explicar as condições de
armazenamento.

Sugestões metodológicas:
O professor poderá recorrer a todos os meios e métodos de ensino que facilmente ajudem o aluno a compreender a matéria.
Ao abordar esta unidade, pode referir-se aos factores respeitantes a própria cultura, como é o caso da maturação (fisiológica e técnica)
e da humidade do solo, assim como a factores técnico organizativos, isto é, a organização e planificação do pessoal e/ou das máquinas
para a colheita, transporte, material para embalagem e o lugar para o armazenamento.
Para o armazenamento dos produtos o professor referir-se-á aos diferentes tipos de instalações, desde os celeiros tradicionais até aos
armazéns convencionais, ressalvando no entanto os cuidados a ter em conta para a protecção dos produtos armazenados contra ratos,
pássaros, insectos, humidade, chuva, entre outros.
Para uma melhor compreensão dos conteúdos tratados poder-se-á programar uma prática dentro da escola ou nas empresas vizinhas,
onde os alunos poderão participar em trabalhos de colheita e armazenamento de diferentes produtos agrícolas.
Indicadores de desempenho
• Propõe o momento de colheita e sua realização;
• Organiza os materiais adequadas para a colheita e as condições de armazenamento.

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Unidade 6: Introdução a Pecuária

Objectivos Específicos Conteúdos Competências Tempo


O aluno deve ser capaz de: O aluno:

- Explicar a importância • Definição da pecuária;


da pecuária na • Origem e evolução da pecuária em - Integra a produção pecuária
comunidade; Moçambique; no contexto da economia e 2 horas
• Importância socio-económica da pecuária em nacional.
- Identificar as diferentes Moçambique;
espécies de animais • Diferentes espécies domésticas criadas em
criadas pelo homem. Moçambique.

Sugestões metodológicas:
O professor, ao introduzir este tema, poderá explorar os conhecimentos e experiências que os alunos trazem acerca da pecuária, sua
importância sócio-económico na sua comunidade.
Poderá organizar a turma em grupos para nomear os animais que eles criam e a sua utilidade. Igualmente, poderá organizar uma
excursão a uma unidade de produção pecuária para os alunos observarem os diferentes tipos de animais, sistemas de criação e maneio.
O professor poderá promover a produção de animais na escola, onde os alunos poderão pôr em prática as técnicas de criação para
melhorar a sua dieta alimentar ou para venda.
Indicadores de desempenho
• Identifica as zonas de criação de diferentes espécies animais em Moçambique;
• Identifica a pecuária como actividade fundamental para alimentação, vestuário, caçado, emprego e exportação.

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Unidade 7: Tecnologia de criação de galinhas.

Objectivos Específicos Competências Tempo


O aluno deve ser capaz de: Conteúdos O aluno:

• Introdução ao estudo da criação de galinhas e


seus propósitos produtivos;
• Exterior das galinhas e sua importância
• Sistemas de criação (familiar, em piso e em - Identifica as qualidades
bateria); zootécnicas das galinhas;
• Localização dos aviários;
• Instalações avícolas ;
• Equipamentos avícolas (cama, comedouros,
bebedouros, aquecedores poleiros, ninhos); 16 horas
- Aplicar as técnicas de criação
• Alimentação de galinhas (cereais e seus
de galinhas na comunidade; subprodutos, bagaços de oleaginosas, rações
industriais - A1, A2, A3, A4, A5, restos das - Aplica as técnicas de
criação de galinhas na
machambas e de cozinha);
comunidade.
• Saúde e higiene no aviário (limpeza e
desinfecção);
• Doenças mais frequentes nas galinhas
(Coccidiose, Newcastle, gumboro e doenças
respiratórias).
• Medidas preventivas e tratamento (vacinações,
desparasitações, vazio sanitário);
• Criação de poedeiras e frangos de corte
(acondicionamento, recepção de pintos, rações e
maneio).

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Sugestões metodológicas:
O professor poderá introduzir o tema, pedindo aos alunos falarem da importância da criação de galinhas na sua comunidade e também
das formas de criação utilizadas, instalações, equipamento, maneio alimentar e sanitário.
Poderá organizar visitar algumas empresas de produção de galinhas, onde os alunos terão a oportunidade de aprender as técnicas de
criação e, finalmente, poderão produzir relatórios sumarizando toda a informação prática apreendida.
Poderá também promover a produção de galinhas na escola, onde os alunos poderão pôr em prática as técnicas de criação para
melhorar a sua dieta alimentar ou para venda.
Indicadores de desempenho:
• Selecciona o equipamento necessário para o acondicionamento das galinhas;
• Planifica a recepção, maneio alimentar, vacinação e tratamento das galinhas;
• Identifica o período de abate e da recolha dos ovos.

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Unidade 8: Tecnologia de criação de patos

Objectivos Específicos Competências


O aluno deve ser capaz de: Conteúdos O aluno: Tempo

• Introdução ao estudo da criação de patos e seus


propósitos produtivos;
• Exterior dos patos e sua importância;
• Sistemas de criação (familiar, em barragens, - Identifica as qualidades
- Aplicar as técnicas de criação de represas, arrozais e industrial); zootécnicas dos patos;
• Alojamento e equipamentos (cama,
patos na comunidade; comedouros, bebedouros, aquecedores e
ninhos);
• Alimentação de patos (pasto, cereais e seus
subprodutos; bagaços de oleaginosas, restos 8 horas
das colheitas e de cozinha); - Aplica as técnicas de
• Saúde e higiene (Limpeza e desinfecção);
criação dos patos.
• Doenças mais frequentes nos patos (cólera
aviário, peste dos patos ).
• Medidas preventivas e tratamento(vazio
sanitário, limpezas e desparasitações);

Sugestões metodológicas:
Tal como na criação de galinhas, o professor, poderá pedir aos alunos para explicarem a importância de criação de patos na sua
comunidade, tipos de instalações utilizadas, equipamento, maneio alimentar e sanitário. Poderá organizar uma excursão as empresas de
exploração de patos para os alunos aprenderem as técnicas de criação em uso.
O professor poderá também promover a produção de patos na escola, onde os alunos poderão pôr em prática as técnicas de criação
para melhorar a sua dieta alimentar ou para venda.

Indicadores de desempenho

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• Selecciona o equipamento necessário para o acondicionamento das patos;
• Planifica a recepção, maneio alimentar, vacinação e tratamento das patos;
• Identifica o período de abate e da recolha dos ovos.

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Unidade 9 : Tecnologia de criação de perús

Objectivos Específicos Competências


O aluno deve ser capaz de: Conteúdos O aluno: Tempo

• Introdução ao estudo da criação de perús; e seus propósitos


produtivos;
- Aplicar as técnicas de - Identifica as qualidades
criação de perús na • Exterior dos perús e sua importância; zootécnicas dos perus;
• Sistemas de criação ( livre, em pastoreio e em
comunidade confinamento);
- Aplica as técnicas de 6 horas
• Alojamento e equipamento; (comedouros, bebedouro,
aquecedores e ninhos); criação de perus.

• Alimentação de perús (pastagem, subprodutos agrícolas e


rações industriais);

• Saúde e higiene (limpeza e desinfecção);

• Doenças mais frequentes nos perús (histomonose,


coccidiose);
• Medidas preventivas e tratamentos.

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Sugestões metodológicas:
O professor ao introduzir este tema, poderá pedir aos alunos para caracterizarem o perú e estabelendo diferênças entre o perú e a
galinha e o pato. Em seguida, pede aos alunos para falarem da importância da criação de perús na sua comunidade, sistemas de
criação, alimentação e maneio sanitário, instalações e equipamento utilizado na criação de perús.
O professor poderá organizar uma excursão às empresas de criação de perús para os alunos observarem as técnicas de criação. Poderá
também promover na escola, a produção de perús com fins alimentares ou lucrativos.
Indicadores de desempenho
• Selecciona o equipamento necessário para o acondicionamento das perús;
• Planifica a recepção, maneio alimentar, vacinação e tratamento das perús;
• Identifica o período de abate e da recolha dos ovos.

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Avaliação:
A avaliação é uma tarefa didáctica, necessária, contínua e sistemática do trabalho do professor em todo o processo de ensino e
aprendizagem na escola. É através desta, que se pode acompanhar a par e passo, o domínio das matérias pelos alunos e também obter
resultados que vão surgindo no decorrer do trabalho inter activo professor-aluno e vice versa.
A avaliação é uma tarefa muito complexa que não pode ser entendida e nem resumida simplesmente em provas e atribuição da nota ao
aluno.
Alguns estudos feitos mostraram que no actual sistema de ensino existe uma discrepância entre o nível de mediação pedagógica e o
nível de assimilação, sendo a maior preocupação dos professores o cumprimento dos programas no fim do ano, sem no entanto, se
certificarem de que a maioria dos alunos aprendeu o que se esperava que aprendesse.
No ensino secundário, o professor precisa de saber o que vai avaliar. Apesar de todos os conteúdos terem a sua importância, nem
todos vão ser avaliados, senão aqueles que correspondem directamente às competências básicas e aos objectivos da classe.
Estes objectivos podem ser avaliados de diferentes formas: provas sistemáticas, trimestrais, quer na forma oral, escrita ou em
trabalhos práticos.
O professor deverá fazer perguntas que permitam aos alunos responderem aos objectivos referidos no programa de ensino. As
perguntas não devem reprodutivas, mas devem dar possibilidades aos alunos para aplicarem os conhecimentos relacionados com a vida
prática.
Assim, a avaliação deve ser uma componente essencial e sistemática, tendo como finalidades:

• Avaliar as habilidades dos alunos através de trabalhos ou exercícios práticos.


• Avaliar o grau de assimilação da matéria pelos alunos.
• Avaliar a aquisição das competências básicas e o cumprimento dos objectivos propostos no programa de ensino.A
avaliação deve funcionar como termómetro para medição do esforço do professor para a obtenção de informações do seu próprio
trabalho com os alunos.
Algumas actividades que podem ser avaliadas:
1. Em grupos, os alunos podem preparar alguns temas e apresentá-los em seminário, tendo em conta o contexto e disponibilidade
dos materiais. Temas sugeridos:
• Avaliação do poder germinativo das sementes;
• Maneio integrado de pragas e doenças;
• Técnica de criação de galinhas ;
• Técnicas de criação de perús;
• Maneio alimentar dos bovinos

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2. Elaboração de materiais didácticos que ilustrem:
• Diferentes espécies de animais e plantas;
• Diferentes tipos de equipamento pecuário e agrícola;
• Diferentes técnicas de enxertia entre outros.

3. Durante o trabalho em grupo o professor poderá avaliar:


• As formas de expressão utilizadas pelos alunos ;
• O modo como se aperceberam dos aspectos importantes a fazer na descrição de um objecto;
• A descrição de informação quanto ao tipo de materiais utilizados e não só;
• Se os títulos dos trabalhos apresentados resumem o desenvolvimento dos conteúdos;
• Se os materiais apresentam uma sequência lógica e são compreensíveis;

3. Durante a apresentação do seminário o professor deverá ser o moderador e no final deverá fazer a síntese das discussões e
esclarecer as dúvidas apresentadas pelos alunos e não respondidas.

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Unidade Temática I: Criação de galinhas

• Introdução ao estudo da criação de galinhas e seus propósitos produtivos;

• Exterior das galinhas e sua importância

• Sistemas de criação (familiar, em piso e em bateria);

• Localização dos aviários;

• Instalações avícolas;

• Equipamentos avícolas (cama, comedouros, bebedouros, aquecedores poleiros, ninhos);

• Alimentação de galinhas (cereais e seus subprodutos, bagaços de oleaginosas, rações industriais - A1, A2, A3, A4, A5, restos das
machambas e de cozinha);

• Saúde e higiene no aviário (limpeza e desinfecção);

• Doenças mais frequentes nas galinhas (Coccidiose, Newcastle, gumboro e doenças respiratórias).

• Medidas preventivas e tratamento (vacinações, desparasitações, vazio sanitário);

• Criação de poedeiras e frangos de corte (acondicionamento, recepção de pintos, rações e maneio);

• Raças de galinhas e seus propósitos produtivos.

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Unidade temática II: Criação de patos

• Introdução ao estudo da criação de patos e seus propósitos produtivos;

• Exterior dos patos e sua importância;

• Sistemas de criação (familiar, em barragens, represas, arrozais e industrial);

• Alojamento e equipamentos (cama, comedouros, bebedouros, aquecedores e ninhos);

• Alimentação de patos (pasto, cereais e seus subprodutos; bagaços de oleaginosas, restos das colheitas e de cozinha);

• Saúde e higiene (Limpeza e desinfecção);

• Doenças mais frequentes nos patos (cólera aviário, peste dos patos).

• Medidas preventivas e tratamento (vazio sanitário, limpezas e desparasitações);

• Raças de patos e seus propósitos produtivos.

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Unidade Temática III: Criação de perús

• Introdução ao estudo da criação de perús; e seus propósitos produtivos;

• Exterior dos perús e sua importância;

• Sistemas de criação ( livre, em pastoreio e em confinamento);

• Alojamento e equipamento; (comedouros, bebedouro, aquecedores e ninhos);

• Alimentação de perús (pastagem, subprodutos agrícolas e rações industriais);

• Saúde e higiene (limpeza e desinfecção);

• Doenças mais frequentes nos perús (histomonose, coccidiose);


Medidas preventivas e tratamentos;

• Raças de perús e seus propósitos produtivos.

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Unidade Temática IV: Criação de Coelhos

• Introdução ao estudo dos coelhos;

• Definição e importância sócio-económica;

• Perspectivas actuais da criação de coelhos em Moçambique;

• Exterior dos coelhos e sua importância;

• Sistemas de criação de coelhos (familiar e industrial);

• Instalações para coelhos (tipos de instalações, localização, topografia do terreno e material utilizado);

• Equipamento nas instalações cunículas (Comedouros, bebedouros, lâmpadas, gaiolas e ninhos);

• Alimentação para coelhos (pastos e rações, R1 e R2...);

• Medidas de higiene nas instalações cunículas (limpeza e desinfecções);

• Reprodução nos coelhos (Cio, cobrições e partos);

• Cuidados a ter com recém-nascidos;

• Doenças mais frequentes nos coelhos (Coccidiose, sarna e coriza);

• Medidas de prevenção e tratamento;

• Raças de coelhos e seus propósitos produtivos.

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