Você está na página 1de 26

Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem
sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser
desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver,


compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a
vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa
economia cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em
mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de
professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas,
empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a
quem aproveitamos desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos
ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa e criatividade e
empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão
para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

1
1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra


no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como
objectivos:

• Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
• Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo diversificado, flexível e
profissionalizante.
• Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação dos estudos
como para o mercado de trabalho e auto emprego.
• Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


• O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os
objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de
implementação;
• Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
• O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
• Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que
visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem
a aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma
componente pré-vocacional e por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes
para uma integração plena na vida política, social e económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do


mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das
Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros
desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético,
de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os
seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de
tomar em diversas circunstâncias da sua vida;

2
Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos
científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a
interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e
naturais;

Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;

Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é, saber
comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes para
que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos
responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel da
escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes
quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se,
assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus
conhecimentos ao longo da vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para
enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto
significa que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e
criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de
conhecimentos, práticas e valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a
realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as


competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita,
matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como
cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

3
a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;
b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de aprendizagem e
busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e
apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica social do
país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem
com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem
como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.

Estas competências são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja preparado para
produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a
uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas
habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de
problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias
ocupações ao longo da vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é
chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema
parecidas com as que se vão confrontar na vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos
temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes
dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver
com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores.

4
O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo
do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua
abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas
transversais.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as


disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores
deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às
diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante
nas produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura
(concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões para
a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades culturais em
datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa situação
concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e
seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos
órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a
buscar informações e a sistematizá-la.

Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso
da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos constitui
um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na


família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para
a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para
a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à
disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este consiga:

5
• organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos,
habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;
• encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de
competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um
problema que os obriga a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de outras
áreas do saber;
• acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e
corrigi-los durante o processo de trabalho;
• criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e
transformá-lo;
• avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à profissão,
aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa pelo
trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste sentido,
não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade se os
professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias
disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá envolver
diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e
correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de


análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o
desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o


desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um
centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e
memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O
aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação,
reflectindo criticamente sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e


aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar
implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da
heterogeneidade vivencial dos alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e


utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito
competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela
integração social e vocação profissional.

6
O Ensino-aprendizagem na disciplina de Física

Os programas de Física concebidos para o ciclo, oferecem aos alunos os elementos essenciais do
quadro físico do mundo para que possam ser capazes de desenvolver a sua identidade como
indivíduos criativos, sociais e possuidores de atitudes, hábitos, habilidades e conhecimentos úteis a
si mesmo e à sociedade e para a continuação com os estudos.

Estes programas abordam os conteúdos relacionados com os fenómenos mecânicos, térmicos,


luminosos, eléctricos e electromagnéticos. A sua estruturação permite continuar a formação
paulatina dos alunos, centrada na aquisição de elementos fundamentais do conhecimento e do
desenvolvimento de habilidades e atitudes.

Na concepção da estrutura da disciplina, parte-se do ponto de vista macroscópico dos fenómenos


do mundo circundante mais próximo dos alunos, portanto, mais acessível aos órgãos sensoriais,
para depois se tratar das noções elementares sobre a estrutura da substância, que servirá de base
para analisar os fenómenos térmicos, os relacionados com a estática dos fluídos e os
electromagnéticos a um nível microscópico.

A lógica que segue o ordenamento do sistema de conhecimentos baseia-se na análise de um


fenómeno que, do geral, passa-se para a caracterização qualitativa deste, seguindo-se a
determinação quantitativa do mesmo (o valor e as suas unidades) e por último, a lei
fenomenológica que relaciona as grandezas físicas.

Em consequência, como métodos de ensino prevalecem o indutivo, dedutivo e de analogias,


apoiados numa forte base experimental, de tal modo que se reduz o volume de informação teórica
secundária em muitos dos conteúdos tratados. Pretende/se fortalecer o trabalho com os conceitos
fundamentais e incrementar o tempo para o desenvolvimento de habilidades, tanto intelectuais
como práticas, que permitam aos alunos participar activamente e com certo grau de independência
na aquisição de conhecimentos, assim como serem capazes de utilizá-los na explicação dos
fenómenos que os rodeiam.

O trabalho com gráficos (sua leitura, interpretação e construção), e a resolução de problemas (com
o uso obrigatório do Sistema Internacional de Unidades, sendo possível o uso das unidades
derivadas) e o desenvolvimento de actividades práticas e experimentais constitui aspectos
essenciais no desenvolvimento dos programas, pois contribuem no desenvolvimento e
consolidação das competências definidas para o ciclo.

Com a inclusão de alguns elementos de enfoque histórico nos programas pretende-se, em


particular, que os alunos conheçam aspectos da vida, obra, actividade e pontos de vista de
eminentes cientistas e desenvolvam valores morais adequados.

Devem também formar parte importante dos conteúdos da disciplina no ciclo e, portanto, constituir
objecto específico de aprendizagem, as implicações da Física para outras ciências assim como a
sua relação com as mesmas (tais como, a Matemática, Química, Geografia, etc.), seu vínculo com a
tecnologia, à sociedade e em geral com a cultura integral.

7
1. Competências a desenvolver no 1º Ciclo
A nível do primeiro ciclo o ensino da Física visa desenvolver, nos alunos, competências que lhes
permitam:
• Descrever os factos históricos da Física num contexto de pesquisa cientifica;
• Pesquisar informações relativas a Física e a descobertas cientificas e tecnológicas;
• Reconhecer o papel da Física no sistema produtivo, compreendendo a evolução dos meios
tecnológicos e sua relação dinâmica com a evolução do conhecimento cientifico;
• Comunicar-se em língua portuguesa usando terminologia Física adequada e elementos de
sua representação simbólica;
• Apresentar os resultados de experiências, descrevendo conhecimentos físicos de forma
adequada;
• Fazer uso de várias fontes para obter informações e utilizar na resolução de problemas
concretos;
• Usar criativamente conceitos, leis e princípios físicos na resolução dos problemas do dia a
dia;
• Emitir juízos de valor em relação a situações sociais que envolvam aspectos físicos;
• Enfrentar situações problema do quotidiano, valendo-se do conhecimento de fenómenos
físicos;
• Apontar os eventuais impactos ambientais resultantes da utilização de diferentes formas de
energia de uso social;
• Desenvolver o espírito de inter-ajuda durante a realização dos trabalhos em grupo
• Usar leis e princípios físicos para interpretar fenómenos naturais;
• Examinar os fenómenos naturais e representa-los utilizando métodos gráficos;
• Elaborar esquemas estruturados de temas físicos relevantes já estudados e articular com
conhecimentos de outras áreas do saber cientifico.

2. Objectivos gerais da disciplina


Pretende-se que a aprendizagem da Física no ESG contribua para a formação de uma cultura de
ciência e tecnologia efectiva, que permita ao aluno:
- fazer a interpretação dos factos, fenómenos e processos naturais;

8
- compreender os procedimentos técnicos e tecnológicos do quotidiano domestico,
social e profissional;
- socializar o conhecimento físico e ajusta-lo a uma realidade socio-cultural,
ambiental e tecnológica;
- compreender a evolução dos meios tecnológicos e sua relação dinâmica com a
evolução do conhecimento cientifico;

3. Visão geral dos conteúdos do 1º ciclo

8a Classe
Unidade I: Estrutura da Matéria
Unidade II: Cinemática:
Unidade III : Dinâmica: Leis de Newton
Unidade IV : Trabalho e Energia

9ª Classe
Unidade I- Fenómenos Térmicos
Unidade II : Estática dos Sólidos
Unidade III : Estática dos Fluidos
Unidade IV : Óptica Geométrica

10ª Classe
Unidade I: Electrostática
Unidade II: Corrente Eléctrica Contínua
Unidade III: Oscilações e Ondas Mecânicas
Unidade IV: Electromagnetismo
Unidade V: Corrente Alternada

9
4. O Ensino da Física na 8ª classe:
Esta classe é a primeira onde o aluno tem interacção com a disciplina de Física. Porém ele já possui
alguns conhecimentos aprendidos nas ciências naturais no Ensino Básico. Deste modo, o aluno será
introduzido ao capítulo base da Física, a Mecânica. O estudo da Mecânica iniciar-se-á com o
estudo da estrutura da matéria, seguindo-se a Cinemática, Dinâmica e terminando com o capítulo
sobre o Trabalho e Energia Mecânica.

Estes conteúdos serão ministrados num período de cerca de 72 aulas, nas quais se incluem aulas de
tratamento de novos conteúdos, actividades experimentais e de exercícios.

Sugere-se aos professores de Física a abordagem dos conteúdos, a partir de situações


problemáticas.
Estas situações podem ser criadas através de experiências simples, ou a partir dos conhecimentos
empíricos do aluno. Isto significa que o professor deve criar situações para que o aluno possa, por
si só, chegar ao conhecimento, o que torna o processo de aprendizagem do aluno mais
independente e criativo. Esta forma de trabalho pode ser incentivada através do trabalho em grupo,
dentro e fora da sala de aulas, pois, o trabalho em grupo permite, também, desenvolver habilidades
para o aluno se relacionar com os outros e cooperar para a resolução de problemas.
Através da medição de algumas grandezas físicas como o comprimento, tempo, volume, massa, e a
realização de experiências por parte do aluno, o professor pode alcançar e aumentar a destreza e a
habilidade dos mesmos no trabalho prático.

Na Cinemática, na Dinâmica e no Trabalho e Energia, há uma grande relação com a Matemática,


especialmente:
- na interpretação das fórmulas físicas, isto é, nas relações de proporcionalidade directa e
inversa,
- na construção e interpretação de gráficos,
- nos cálculos algébricos,
- na medição de grandezas físicas.
- na conversão de unidades,
Em relação à Química há uma estreita ligação:
- na estrutura da matéria,
- nos estados físicos da matéria,
- nas forças entre as partículas.

Este é o primeiro ano em que o aluno tem contacto com a Física. Por isso, é importante motivar o
aluno através de:
- aulas experimentais,
- círculos de interesse,
- visita a indústrias, fábricas e instituições, por forma a prepará-los para a continuação dos
estudos e para a vida laboral.

10
5. Objectivos da Disciplina na 8ª Classe
A disciplina de Física na 8ª classe está dirigida a:

• Contribuir na formação da concepção científica do mundo mediante o


tratamento do material didáctico, em particular sobre a base da relação entre a teoria e a prática
no estudo dos fenómenos naturais.

• Formar um sistema de conhecimentos físicos e desenvolver habilidades que preparam o aluno


para que seja capaz de:

- Utilizar os conceitos estudados para interpretar e explicar a um nível elementar os


fenómenos mecânicos, a estrutura da matéria, assim como as Leis de Newton e o principio
de Conservação de Energia Mecânica.
- Descrever as experiências fundamentais que provêm da manifestação dos fenómenos
mecânicos.
- Construir e interpretar gráficos da dependência entre as grandezas físicas, tais como s x t,
v x t e a x t.
- Interpretar em situações concretas as Leis de Newton e a Lei de Conservação da Energia
Mecânica.

• Resolver problemas qualitativos e quantitativos com variante na qual não intervenham mais
de duas grandezas, incluindo a dedução de qualquer das grandezas que intervêm na
fórmula, relacionadas com:
- O espaço, velocidade e suas unidades no Movimento Rectilíneo Uniforme.
- O espaço, velocidade e aceleração no Movimento Rectilíneo Uniformemente
Acelerado.
- A queda livre dos corpos.
- As Leis de Newton.
- O trabalho, potência e energia.

• Exemplificar os fundamentos de alguns processos tecnológicos de carácter geral e


importante para o nosso desenvolvimento económico, em particular os que estão
relacionados com os fenómenos mecânicos.

• Realizar experiências donde, a partir da orientação do professor, realizará medições directas


e indirectas das diferentes grandezas físicas, seleccionando adequadamente os instrumentos
de medição correspondentes, suas escalas e unidades.

11
6. Visão geral dos conteúdos da 8ªclasse Nº de aulas

1º Trimestre

Unidade I: Estrutura da Matéria..................................................................................8

Unidade II: Cinemática.............................................................................................10


Grandezas Físicas e suas unidades
Noções Fundamentais do Movimento

Avaliação e revisão.................................................................................................7

2º Trimestre

Unidade II: Cinemática (continuação)......................................................................16


Movimento Rectilíneo Uniforme
Movimento Variado

Avaliação e Revisão.........................................................................................7

3º Trimestre

Unidade II: Cinemática (continuação)....................................................................... 6


Queda Livre dos corpos
Unidade III : Dinâmica
Leis de Newton.................................................................................................6
Principio de inércia (1ª lei de Newton)
Lei fundamental (2ª lei de Newton)
Acção e reacção (3ª lei de Newton)

Unidade IV : Trabalho e Energia............................................................................6


Trabalho mecânico
Potência
Transformação de energia
Principio de conservação de energia

Avaliação e Revisão.........................................................................................6

Total...............................................................................................................72 aulas

12
7. Plano temático
1 Trimestre
Unidade I: Estrutura da Matéria
Objectivos Conteúdos Competências Carga
Horária
• Classificar factos e fenómenos a sua volta segundo os • Introdução ao estudo da • Identifica as características fundamentais dos
aspectos fiscos relevantes Física. fenómenos físicos.
• Descrever fenómenos físicos em linguagem cientifica • Corpo e Matéria.
• Distinguir Corpo e matéria
• Comparar as forças entre as partículas nos diferentes • Propriedades gerais da • Aplica os conceitos de Coesão e Adesão a
estados físicos matéria. situações diversas no contexto da tecnologia e
• Explicar fenómenos físicos com base nas das actividades quotidianas
8
propriedades gerais da matéria.
• Explicar fenómenos físicos como a capilaridade com • Força de coesão e adesão. • Interpreta o fenómeno da Capilaridade na
base nas forças de adesão e coesão. • A capilaridade. técnica.
• Aplicar o conhecimento sobre o comportamento das • Exercícios de aplicação. • Usa os conceitos Matéria, Corpo, Coesão,
partículas na explicação da diferença entre os estados Adesão e propriedades gerais da matéria para
físicos. intervir e interpretar em situações e
actividades quotidianas.

Sugestões metodológicas

Na introdução ao estudo da Física, o professor aborda a Física como uma ciência experimental, na qual se permite explicar
os fenómenos que acontecem à nossa volta, ou seja, os fenómenos naturais, bem como a importância que tem na técnica e na produção,
pois os conhecimentos físicos possibilitam a exploração e a aplicação das forças da Natureza ao serviço da humanidade;

Na base de exemplos concretos, o professor procurará dar uma visão sobre os ramos da Física (Mecânica, Óptica, Electricidade,
Termodinâmica e Acústica) e sua relação com outras disciplinas.

O professor explica os métodos utilizados em Física (observação directa, experimentação e construção de modelos) para se descobrir às
regras e as leis que são válidas na natureza;

Com exemplos do quotidiano do aluno o professor aborda a aplicação da Física para o bem da humanidade (uso de maquinas simples,
roldanas e planos inclinados, nos poços de água e na construção de edifícios, produção de energia eléctrica, hidroeléctrica,
termoeléctrica eólica nuclear, no desenvolvimento das telecomunicações, etc.), bem como as aplicações nocivas da Física (tais como

13
fabrico de bombas, aviões de guerra, etc.). Ao abordar as aplicações nocivas da Física (tais como fabrico de bombas e aviões de guerra)
o professor poderá fazer uma ligação com o tema transversal “Cultura de paz, direitos humanos e democracia”. Nessa abordagem o
professor promove um momento de debate aonde os alunos vão apresentar os seus pontos de vista sobre a pertinência ou não da
utilização de materiais letais na resolução de conflitos e o perigo do seu uso para a humanidade.

No estudo da estrutura da matéria, é importante a relação com a Química, porém, os aspectos físicos devem dominar em relação aos
aspectos químicos.

No tratamento do conceito de Corpo, o professor faz referencia as forças de interacção das partículas constituintes, bem como o facto de
que tem peso e ocupa espaço.
É fundamental que o professor apresente experiências demonstrativas, por exemplo, tinta espalhada na água, força entre dois pedaços de
vidro humedecidos/dois pedaços de papel colados, água subindo num pedaço de pano ou papel/ no tubo de uma caneta, para explicar
alguns fenómenos naturais como forças de adesão, difusão, a capilaridade, incluindo propriedades gerais e especificas da matéria.
Depois de observarem as experiências apresentadas pelo professor os alunos emitem suas opiniões sobre os fenómenos.

Experiências recomendadas

Demonstração de fenómenos físicos, (aqueles que não alteram as propriedades da matéria) tais como:
-Aquecer água num balão ou saco plástico; (o calor da chama não destrói o plástico).
-Pressão atmosférica (exemplo: virar um copo cheio de agua tapado com uma folha de papel verifica-se que o copo não se destapa
devido à existência da pressão atmosférica)
-Asfixiar a chama de uma vela com um copo de vidro numa tina com água verifica-se que a coluna do liquido contido na tina sobe
dentro do copo logo que a vela se apagar o que demonstra que o ar ocupa um espaço.
-Movimento Browniano (exemplo: deitar umas gotas de tinta na água contida num copo transparente observa-se que a tinta se espalha
gradualmente no liquido)
-Forças de adesão (exemplo: dois pedaços de vidro humedecidos/dois pedaços de papel colados, observa-se que é difícil separa-los
devido à força aderente entre as suas partículas que os mantém ligados).
-Capilaridade (exemplo: mergulhar num liquido contido num recipiente uma extremidade de um pedaço de algodão/pano/torcida
verifica-se a passagem do liquido, através do pedaço de algodão/pano/torcida, para fora do recipiente).

Indicadores de desempenho

Reconhece as relações entre o desenvolvimento cientifico e tecnológico da Física e aspectos sócio-culturais;


Reconhece a importância do estudo da estrutura da Matéria para o desenvolvimento da produção humana;

14
Utiliza conceitos físicos, Matéria, Corpo, Coesão, Adesão, Capilaridade, para explicar fenómenos da natureza;
Descreve as propriedades gerais da matéria (Impenetrabilidade, Compressibilidade, Divisibilidade).

Unidade II: Cinemática

Carga
Objectivos Conteúdos Competência
Horária
• Identificar as grandezas físicas fundamentais. • Grandezas físicas • Mede grandezas físicas.
• Medir o comprimento, fundamentais:
• Medir o tempo de duração de um determinado comprimento, massa,
fenómeno, tempo.
• Medir a massa de um corpo
• Distinguir grandezas físicas derivadas e • Grandezas físicas • Calcula grandezas físicas derivadas e faz
fundamentais; derivadas. conversões de unidades de medida.
• Mencionar as unidades de comprimento, massa, • O Sistema Internacional • Relaciona unidades de medida usadas para
tempo, área e volume no SI. de Unidades. diferentes grandezas (comprimento, área,
volume, massa e tempo). 10
• Calcular áreas e volumes. • Exercícios de aplicação • Usa os conceitos grandeza física fundamental e
• Estimar ordens de grandeza (medição das medidas de derivada, unidade de medida para intervir e
comprimento, interpretar em situações e actividades
determinação de áreas e quotidianas.
volumes, leitura de
escalas em mapas).
• Diferenciar estado de repouso e de movimento • Repouso e Movimento • Identifica a relação funcional entre grandezas
• Aplicar o significado físico da velocidade na • Velocidade e unidades da físicas (comprimento, velocidade, tempo) e
resolução de exercícios concretos. velocidade. aplica na explicação de situações do dia a dia e
Converter de m/s a km/h e vice- versa. na resolução de problemas da técnica.
• Calcular a velocidade de um corpo em • Exercícios de aplicação. • Usa os conceitos repouso, movimento, espaço,
movimento tempo, velocidade na resolução e explicação de
problemas do a dia a dia.

15
Sugestões metodológicas

Partindo de exemplos concretos do dia a dia do aluno o professor vai introduzir as grandezas físicas fundamentais (tais como
comprimento, massa e o tempo), as grandezas derivadas (área, volume, velocidade), indicando suas unidades no sistema internacional.

Os alunos fazem medições de objectos de forma regular com ajuda da régua ou fita métrica e utilizam os dados obtidos para determinar
áreas e volumes.

O fenómeno mais óbvio e fundamental que se observa à nossa volta é o movimento. Nesta unidade abordar-se-á a descrição do
movimento de um corpo, em função do valor da velocidade e da trajectória traçada.

O professor deverá usar o símbolo “s” para designar o espaço e “t” para designar o tempo.

Experiências recomendadas

-Medição de comprimento em centímetro, decímetro e metro;


- Medição do volume de corpos regulares (em cm3, mm3, m3).
- Medição de tempo de duração dum evento (em segundos)
-Medição da massa ou simplesmente comparar as massas de dois corpos sem o uso da balança convencional;
-Determinação experimental do conceito de velocidade de um corpo (m/s, km/h, etc.).

Indicadores de desempenho

Distingue grandezas derivadas e fundamentais;


Identifica e relaciona unidades de medida usadas para as grandezas físicas (comprimento, massa, tempo, área, volume).
Estima grandezas físicas (comprimento, massa, tempo, áreas, volumes, velocidade) associadas a situações do dia a dia;
Identifica e usa correctamente instrumentos de medição para avaliar as grandezas comprimento, massa, tempo.
Escreve correctamente as medidas, obedecendo as regras do sistema internacional de unidades;
Relaciona diferentes unidades das grandezas físicas
Calcula áreas de figuras planas;
16
Calcula volume de corpos regulares e irregulares;
Calcula distâncias em mapas que envolvam escalas;
Caracteriza o estado de repouso e de movimento de um corpo;
Interpreta o conceito velocidade de um corpo.

2º Trimestre

Unidade II: Cinemática (continuação)

Carga
Objectivos Conteúdos Competências
Horária
• Caracterizar um MRU. • Movimento Rectilíneo • Usa os conceitos trajectória, espaço
• Interpretar as leis do MRU Uniforme (MRU). percorrido, velocidade e leis do MRU para
• Leis do MRU. explicar e intervir na resolução de situações-
problemas.
• Aplicar as leis do MRU na resolução de • Exercícios de aplicação: • Usa as leis e equações do MRU na resolução 16
exercícios concretos. (Aplicação das formulas v= s/t , de situações-problemas do dia a dia e da
s= v.t , t= s/v) técnica.

• Ler gráficos, da distância e da velocidade em • Gráfico da distância em função • Interpreta graficamente a relação funcional
função do tempo, dum MRU. do tempo (s x t). entre as grandezas físicas espaço e tempo,
• Interpretar gráficos, da distância e da • Gráfico da velocidade em velocidade e tempo.
velocidade em função do tempo, dum MRU função do tempo
• Construir os gráficos da distância e da • Exercícios de aplicação • Utiliza tabelas e gráficos para descrever
velocidade em função do tempo dum MRU. (Construção de tabelas e gráfico movimentos do dia a dia.
• Representar por meio de tabelas o MRU do MRU)
• Distinguir o movimento acelerado do • Movimento acelerado e • Usa o conceito aceleração para explicar os
retardado. retardado. movimentos do dia a dia
• Caracterizar a grandeza aceleração • Conceito de aceleração.
• Aplicar o conceito de aceleração na • Usa os conceitos aceleração espaço percorrido,
resolução de exercícios concretos. • Exercícios de aplicação. velocidade para explicar e intervir na
• Distinguir aceleração de velocidade resolução de situações do dia a dia.

17
• Caracterizar um MRUA. • Movimento Rectilíneo • Identifica movimentos presentes no dia a dia
• Interpretar as leis do MRUA Uniformemente Acelerado segundo as suas características (aceleração,
(MRUA). velocidade, trajectória)
• Leis do MRUA.
• Construir o gráfico da velocidade em função
do tempo de um MRUA. • Gráfico v x t de um MRUA. • Interpreta graficamente a relação funcional
• Interpretar o gráfico v x t do MRUA entre grandezas físicas velocidade e tempo

Sugestões metodológicas

Na Cinemática o aluno terá que interpretar gráficos, tabelas e equações, dada a relação estreita com a Matemática.
No tratamento de equações o professor vai trabalhar com a regra de três simples no cálculo das grandezas
A descrição dos movimentos dos corpos em função da velocidade, Movimento Rectilíneo Uniforme(MRU) e Movimento Rectilíneo
Uniformemente Acelerado(MRUA) o professor poderá fazer a partir de experiências simples, bem como das equações, tabelas e
gráficos, (use só a equação v = t a velocidade como razão entre o espaço e o tempo, que indica a rapidez da execução dum
s

movimento). Desenvolver habilidades do aluno para conversão de unidades de tempo, de espaço e de velocidade (metro a quilómetro;
metros por segundo a quilómetro por hora).
Exercitar o aluno sobre a interpretação de tabelas, leitura e construção de gráficos e uso das relações de proporcionalidade expressa nas
equações do Movimento espaço em função do tempo, velocidade em função do tempo e aceleração em função do tempo.
O professor poderá usar exemplos da vida diária tais como (o movimento de pessoas, de carros, animais, etc.) para introduzir o
Movimento Uniformemente Acelerado.
A partir dos exemplos o aluno vai descrever o Movimento Rectilíneo Uniformemente Acelerado e suas leis

Usa só as equações e ( a = v
t , aceleração como razão entre a velocidade e tempo)

Desenvolver habilidades no aluno, usando tabelas, construção e análise de gráficos (v x t) velocidade em função do tempo e (a x t)
aceleração em função do tempo do Movimento Rectilíneo Uniformemente Acelerado.

Sem entrar no detalhe das equações o professor vai abordar o Movimento retardado, partindo da analise das grandezas que o
caracterizam.

Na utilização das formulas a linguagem matemática, que essa formulas representam, deve estar vinculada ao seu significado físico.

18
Na sistematização das características dos movimentos MRU e MRUA o professor poderá abordar o tema transversal “Segurança
rodoviária”. Abre um espaço para os alunos apresentarem suas experiências e cuidados a ter na prevenção de acidentes rodoviários.

Experiências recomendadas
-Verificação experimental das leis do MRU
-Determinação experimental e gráfica do conceito de aceleração
-Verificação experimental das leis do MRUA (com ajuda de um plano inclinado de dois metros de comprimento, o aluno mede o tempo
gasto para diversas inclinações do plano e com ajuda de uma tabela poderá definir a velocidade do objecto que se movimenta ao longo
do plano).

Indicadores de desempenho

Identifica os movimentos presentes no dia a dia segundo suas características (trajectória, velocidade e aceleração);
Identifica as grandezas relevantes na avaliação do movimento de um corpo;
Distingue as grandezas velocidade e aceleração de um corpo;
Relaciona as grandezas que caracterizam o tipo de movimento dos corpos (espaço percorrido, tempo gasto, velocidade,
aceleração);
Analisa qualitativamente dados quantitativos relacionados a movimentos do dia a dia;
Interpreta diferentes formas de representação dos movimentos (tabelas, gráficos, equações);
Representa graficamente a relação funcional das grandezas que caracterizam o MRU;
Representa graficamente a relação funcional das grandezas que caracterizam o MRUA;
Apresenta uma conclusão com base nos resultados expressos em gráficos s x t, v x t do MRU;
Apresenta uma conclusão com base nos resultados expressos em gráficos v x t, a x t do MRUA.

19
3º Trimestre

Unidade II: Cinemática (continuação)

Carga
Objectivos Conteúdos Competências
Horária
• Diferenciar MRU e MRUA • Exercícios de aplicação. • Usa leis do MRU e MRUA para explicar e intervir na
resolução de situações do dia a dia.
• Descrever o movimento da • Queda Livre dos corpos. • Usa as leis da Queda livre para interpretar o
Queda livre dos corpos. • Leis da Queda livre dos corpos. movimento da queda dos corpos no dia a dia. 6
• Aplicar a lei da queda livre dos • Exercícios de aplicação. • Usa as leis da Queda livre na explicação e resolução
corpos na resolução de exercícios dos fenómenos da natureza associados ao movimento
concretos. da queda dos corpos.

Sugestões metodológicas

O professor, para tornar o conteúdo Queda livre acessível e compreensível para os alunos, poderá partir de exemplos simples do
quotidiano (os cocos que caiem a terra, os sinistros dos aviões, etc.) e experiências de mão livre (abandono de borrachas acima da janela
da sala de aulas, da casa, da arvore, etc.).
É importante referir que a queda livre dos corpos é um caso particular do MRUA (pois, os corpos em queda livre caem com aceleração
constante).
Os exercícios de consolidação devem ser formulados sem o uso das equações analíticas do movimento.
O aluno terá que interpretar as situações reais da queda dos corpos, relacionando-os com as leis físicas.

Indicadores de desempenho

Identifica os movimentos presentes no dia a dia segundo suas características (trajectória, velocidade e aceleração);
Identifica as grandezas relevantes na avaliação do movimento da Queda livre
Descreve a Queda livre dos corpos como um caso particular do MRUA;

20
Unidade III: Dinâmica—Leis de Newton

Carga
Objectivos Conteúdos Competências
Horária
• Caracterizar a força; • Conceito de força. • Usa o conceito de força para
• Relacionar a força e movimento em • Efeitos de uma força (alteração do estado de repouso explicar e intervir na
situações reais ou movimento; deformação do corpo, etc.). resolução de situações do dia
• Elementos duma força (ponto de aplicação, direcção, a dia.
sentido, intensidade) Representação gráfica da
resultante de forças colineares. • Usa as leis de Newton para
• Leis de Newton: explicar e intervir na
Principio de inércia (1ª lei) resolução de situações do dia 6
Lei fundamental da mecânica (2ª lei) a dia.
Principio de Acção e Reacção (3ª lei)
• Resolver problemas qualitativos e • Exercícios de aplicação. • Usa o conceito de Força e as
quantitativos sobre as Leis de (Representação gráfica da resultante de forças colineares leis de Newton a situações
Newton bem como o à resolução analítica diversas no contexto da
-Aplicação das leis de Newton em situações concretas. tecnologia e das actividades
quotidianas.

Sugestões metodológicas
No quotidiano, o aluno vem sempre usando a palavra força. Com situações concretas e experiências simples o professor vai abordar o
uso da força no sentido Físico e real, como levantar uma carteira, mesa, cadeira, o arrancar dum carro ou na sua travagem, a força de
tracção dum tractor para puxar a charrua, movimentar uma secretária mudá-la de posição “lugar”. As demonstrações devem mostrar e
não só o efeito da força, como também as alterações da forma que concorrem a uma deformação do corpo, do repouso ou de movimento
de um corpo; a mudança de direcção e sentido assim se pode elucidar que a força é uma grandeza vectorial. Para isso, é, importante que
os alunos avaliem a intensidade da força e a façam a representação gráfica desta.
Usar exemplos concretos do quotidiano para formulação da lei da inércia (1a lei de Newton).
Para formulação da 2a lei de Newton, orienta os alunos para realizarem algumas experiências qualitativas como, por exemplo, o aumento
da massa dum corpo em movimento sob acção de uma força constante. Os alunos apresentam as suas constatações a partir das quais o
professor apresenta o enunciado da 2ª lei de Newton.
É fundamental referir que acção e reacção são duas forças que nunca actuam sobre o mesmo corpo.

21
Experiências recomendadas

-Verificação experimental dos efeitos de uma força, como por exemplo: amolgar uma lata de refresco, quebrar uma barra de gelo, chutar
uma bola, deformar uma mola, etc.
-Verificação experimental do principio de inércia (1ª lei de Newton), por exemplo, quando se empurra uma parede e esta não se move,
outro ainda pode ser, por exemplo, partir um pau seco com ajuda dum jornal.
-Verificação experimental da 2ª lei de Newton, por exemplo, puxar uma caixa contendo alguns objectos e durante o movimento ir
acrescentando mais objectos, observa-se à redução da velocidade da caixa em movimento.
- Verificação experimental da 3ª lei de Newton, por exemplo, com ajuda dum balão cheio de ar é possível verificar que quando o
largamos, o ar que se escapa do balão faz com que este se mova em sentido contrário. Ou ainda pode o aluno construir um arco e flecha,
verificará que no acto do lançamento o arco se moverá (quando esticado e largado) em sentido contrário ao da flecha.

Indicadores de desempenho

Caracteriza uma força mecânica que age através de contacto


Identifica os efeitos de uma força mecânica (alteração do estado de repouso ou movimento de um corpo, mudança de direcção do
movimento, alteração da forma do corpo, etc.).
Relaciona força e o movimento em situações reais;
Interpreta as três leis de Newton relacionando-as situações do quotidiano (como movimento dos corpos, funcionamento de
alguns instrumentos);
Analisa a importância das leis de Newton no desenvolvimento da humanidade;
Classifica os fenómenos do dia a dia segundo os aspectos físicos (principio de Inércia, principio de Acção e Reacção).

22
Unidade IV: Trabalho e Energia

Carga
Objectivos Conteúdos Competências
Horária
• Identificar situações em que um corpo • Trabalho mecânico; • Utiliza os conceitos de Trabalho, Potência e
realiza trabalho. • Potência Energia a situações diversas no contexto da
• Distinguir os diferentes tipos de energia. • Energia e tipos de energia tecnologia e das actividades quotidianas.
• Relacionar energia e potência em • Transformação de energia • Identifica diferentes formas de energia de uso
situações quotidianas • Princípio de conservação de energia. social, suas transformações e aponta seus
eventuais impactos ambientais.
• Utilizar a definição de trabalho para o • Exercícios de aplicação. • Utiliza o conceito de trabalho para o calculo da 6
calculo da energia necessária para a -Cálculo do trabalho realizado por uma energia necessária para a realização de diversas
realização de diversas actividades (por força actividades;
exemplo, subir escada, arrastar objectos). -Cálculo a potência duma máquina • Utiliza o principio de conservação da energia
• Aplicar o significado de potência na -Análise do princípio de conservação de mecânica para explicar e intervir em situações
resolução de exercícios concretos. energia num lançamento vertical de uma diversas no contexto da tecnologia e das
pedra, ou com ajuda dum pêndulo actividades quotidianas
simples.

Sugestões metodológicas

A clara distinção do conceito de trabalho com a linguagem frequente poderá facilitar a compreensão do mesmo.
Na definição quantitativa do trabalho, o professor vai considerar W=F.d (d-deslocamento) para força constante e paralela ao
deslocamento.
Com base em situações concretas da vivência do aluno, o professor indica quando se realiza trabalho mecânico.
Abordar a potência como a rapidez de execução do trabalho por unidade de tempo.

O conceito de energia deve ser explicado a partir do trabalho, mostrando a relação intrínseca que existe entre os conceitos.
O professor vai fazer a ligação do trabalho com a energia para permitir a compreensão do princípio da conservação de energia mecânica.
A partir do processo de transformação de energia, o professor vai procurar exemplos esclarecedores para chegar ao Principio de
Conservação da Energia.
Os tipos de energia devem ser explicados com exemplos concretos (queda livre dos corpos, subir escadas, arrastar objectos etc.) sem a
dedução das equações.

23
Experiências recomendadas

-Experiência sobre conceito de trabalho mecânico (conhecida a força pode se arrastar um corpo sobre uma superfície lisa, medindo o
deslocamento pode se calcular o trabalho).
-Experiência sobre conceito de energia (exemplo, deixar cair de uma dada altura um objecto, uma pedra, bloco, caderno, etc.).

Indicadores de desempenho

Explica o que é energia;


Reconhece a que energia está presente no dia a dia;
Classifica diferentes formas de energia presentes no uso quotidiano;
Identifica fontes de produção de energia;
Identifica diferentes formas de energia e suas transformações;
Explica o principio de conservação de energia relacionando a situações do quotidiano;
Relaciona trabalho e energia, em situações reais;
Relaciona energia e potência em situações do dia a dia;

24
8. Avaliação
A avaliação no seio da actividade de aprendizagem é uma necessidade, tanto para o professor como
para o aluno. A avaliação permite ao professor adquirir dados que o tornem capaz de situar, de modo
mais correcto e eficaz possível, a acção de guia do aluno, isto é, permite ao professor definir o nível
e o tipo de ensino adequados. Ao aluno a avaliação permite verificar em que aspectos ele deve
melhorar durante o processo de aprendizagem.
O foco da avaliação deve estar no desenvolvimento de competências dos alunos e não no conteúdo.
Portanto, considerar a avaliação como mais uma oportunidade de aprendizagem para o aluno. O
processo de avaliação deve trazer novas oportunidades de aprendizagem, permitindo que o aluno
reflicta sobre o seu desenvolvimento e, partindo de intervenções do professor (observar, questionar,
dar feedback) possa ter uma atitude pró-activa.

A avaliação na Física focalizará no alcance de habilidades de experimentação, habilidades de


analisar os processos de resolução de problemas físicos e outras habilidades que auxiliem o
desenvolvimento de competências.

Para desenvolver competências é preciso trabalhar por resolução de problemas e por projectos,
propor tarefas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos, habilidades e
valores.

Estratégia para tornar o programa mais relevante.


Promover um conhecimento contextualizado e integrado a vida dos alunos;
Abordar as leis e princípios físicos a partir dos elementos próximos, práticos e da vida diária;
Estimular a observação, classificação e organização dos factos e fenómenos observados no
quotidiano segundo os aspectos físicos;
Promover realização de experiências simples para explicação dos fenómenos;
Trabalhar com modelos, introduzindo-os através da discussão de modelos microscópicos;
Construir modelos a partir da necessidade explicativa dos factos, por exemplo, (arco de
flechas, etc.);
Promover realização de visitas de estudos, por exemplo, (ao porto, aeroporto, caminhos de
ferro, fábricas, oficinas, machambas, etc.).
Estimular o acompanhamento de noticias cientificas,

25
9. Bibliografia

INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMNETO DA EDUCAÇÃO. (2006) Programa


Intermédio de Física 8ªclasse. INDE/MEC: Maputo-Moçambique
____________ (2003) Programa do Ensino Básico 2º Ciclo. INDE/MINED: Maputo-Moçambique
____________ (2003) Programa do Ensino Básico 3º Ciclo. INDE/MINED: Maputo-Moçambique
____________ (1999) Plano Curricular do Ensino Básico. INDE/MINED: Maputo-Moçambique
____________ (2007) Plano Curricular do Ensino Secundário Geral. INDE/MEC
____________ (2005) Resultado do Diagnostico do Ensino Secundário Geral. INDE/MEC:Maputo-
Moçambique
FINNISH NATIONAL BOARD OF EDUCATION. (2003). National Core Curriculum For Upper
Secondary Schools. Vammalan Kirjapaino Oy: Helsinki-Finland

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MEDIA E TECNOLOGICA.(2002) Parâmetros Curriculares


Nacionais Ensino Médio. Ministério da Educação/Secretaria de Educação Media e Tecnológica:
Brasília-Brasil

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BASICA.(2004) Orientações Curriculares do Ensino Médio.


Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica: Brasília-Brasil

Roegiers, Xavier & De Ketele, Jean-Marie. (2004) Uma Pedagogia da Integração; Competências e
aquisições no ensino.2ª ed. ARTMED EDITORA S.A: Porto Alegre-Brasil

Guimarães, Maria Isabel. (2005) Avaliação como Oportunidade de Aprendizagem. Sua Escola a
2000 por hora. www.institutoayrtonsenna.br

Teixeira, Gilberto. Avaliação da Aprendizagem. www.serprofessoruniversitario.pro.br

Department of Education. (2002) Revised National Curriculum Statement Grades R-9 (Schools
Policy), Natural Sciences. Pretoria/ RSA
__________ (2003) National Curriculum Statement Grades 10-12 (General) Overview.
Pretoria/RSA
__________ (2003) Teacher’s Guide For The Development of Learning Programmers, Natural
Sciences. Pretoria/RSA

26

Você também pode gostar