Você está na página 1de 31

CIRCUITOS MAGNÉTICOS

CIRCUITOS MAGNtTICOS

1. Introdução

1.1 - Resumo histÓrico

Desde as experieilcias fundamentais com os imãs natu-


rais é reconhecido o fato da existência de fÔrças no espaço que agem sô
bre certos máteriais metálicos tais como: ferro, niquel, cobalto e a1
gumas ligas que contêm êsses elementos~ Isto evidencia um campo de a-
ção a dist~cia chamado campo magnético~
A direção das fÔrças e a configuração do campo mag-
nético podem ser fàcilm.ente traçadas por meio de limalhas de ferro, ou
com o emprêgo de pequenas agulhas magnetizadase
Os conceitos de linhas de fÔrça, linhas de indução
,
ou linhas de fluxo são empregados pàra caracterizar o campo magnetico.
A possibilidade da criação de um campo magnético por
meio das correntes elétricas passando em condutores foi demonstrada no
ano de 1820 pela experiência de Oersted~ Nesta experiência, a corre,!l
I •
te eletr~ca que passa no condutor corresponde ao deslocamento de car-
gas (elétrons) dentro do condutor, devido a um potencial elétrico.
Posteriomente, no ano de 1876 1 Rowland demonstrou
I A I
que as cargas eletricas em deslocamento mecanico gerao tambem um campo
magnético. Nessa experiência clássica as cargas são localizadas na
periferia de um disco isolado ~do de elevada rotação e produzem um
campo magnético que é indicado por meio da deflexão de uma agulha mag-
nética centrada em relação ao discoG
I
O campo magnético criado por um condutor e resultan
te da somatÓria dos efeitos das cargas elementares em movimento es~

do assim associado, a cada uma delas, um campo magnético.,


Com base na experiência de Bowland pode-se compre-
ender a possibilidade da existência de imãs permanentes,. admitindo-se
que os elétrons de certas Órbitas dos átomos do material se movam em
Órbitas orientadas e paralelas, de modo a somarem seus efeitos magnét_i
c os.
Em relação ao efeito externo do campo magnético,'foi
"'
introduzido por Farad.ey o conceito de linhas de força que, em cada um.
de seus pontos, coincidem em direção com o vetor intensidade do campo.
-2-
'.)./ -
'~"~bo \s:?> I 'i :~- '};. O :fluxo magn.et;:ü!0 é representado pelo número de li-
nhas ae fÔrça :interc~epi.;a:.,do qualquer sec~,:.ão e a intensidade do campo
-~'1 ..
n0.1.1JJ.CU. a superff~c::.e
,, au num.er:i.camen
.. " t e d e t erm.l.ll8.
. d a p ela densidade das li
nhas de fÔrça~ :isto é~ pelo n1J:mero de l>i.nhas por unidade de áreao
O fluxo magaét:icc é conside:rado como o efeito, seil
...
do a :força-magnetomotri.z tf o!ll.o!D.o. a ca:u,sao
' )
Em grande numero de casos a
li'

força·-ma.gn.etomot:t:'iz e C:!."'iada
•?
p~!la cir~ulaçao
~~

de UirLa corrente a traves de


I

um condutor enrol.adv (r;;a:rgas g_ue se deslocam através de um volume IJlaC[tS

Q • )
cop:tco como no c:aso das espiras de uma bo'IJ:lila#o
11
Em. Ot•T.T.'OS ~a,'30S a origem d.essa f emomo esta na estru
tura atÔmi.ca do mate:riaJ. 9 .-~e,mo no caso dos: imãs permanente., Nesse CJ!

so~ quando pr~viamet;te magrJ.~"";:lz.ao.Oq os momentos magnéticos dos átomos


"
dos cristais ficam o::;:-irantaa.t:Je e som.am seus ef'ei tos~ como se fossem P::t:Q.
duzidos por pequ.enas ,~orre"'.!.":;es cir~arec:: 9 dando assim origem à fomom ..
do imã permanenteo

Embc;:r.9o 0 s::':.stema. MoKo So Giorgi ganhe cada vez mais


terreno no dom:i.n.i.o da flsica pelas vantagens indiscut:f.veis que apresea
t a, " da
aJ.D. o " t
SJ.S ema Co'-"o"-'o
,... <::' eD .i.ac::'gamenwe
.1- q
empregad o en t • t"~s t as
re os prOJe
e fabricantes de dü-;pusitivos e1etrtJmagt:.éti0os e também pela literatuza
técni.~ao
A segt;±C' dare.:r.J.os 9 na tabe}.a 1~·~.llll8. lista das princi-
pai.s gran.dezas magnéticas q.J.e aparer}~ nc·B problemas de circuitos mag-
néticos9 bem como suas re.sper.rt17''3.:S un:.:.daC.F::t{ 9r.;,os sistemas M.,KoSo racion&
lizado e CGS eletromagné·t.~~do

Jt12:.Di\IJES
GRANCEZA s2.r~m~ RELAÇÕES
~'J o E. o :3o CoGoSo

força
'j arJpe:r·e- ·esp:.r o gilbert
lA= 0~4lL Gb
magrretom:::Jtr:.z [A) (Gb}
f'lux~ 8
R
~ ~·r~~f m:~:;;y~J1 lWb= 10 M
magn.e-'3.~e:') Vfb

.
in.dução
magr~.et:.v::a.
"
"B
t~·'"l~

r1' r;<J r~/;:c2J


n 1

[Gf! [~,) c~ 2] lT = 104 G

[~ / :D'J
) -,ersteG.
carp.~o
H lA/m=4 iT.1õ 3
ID8.o"118 i üO ~')~c [ ~t/emJ Oe

:reJ..utarc:::.a
ç~
!
f
['} ) ~ff]
c··/ ]!, lA/Wb=$16 ·::JGb
l ·' '•'J
'! .,
"'"',} ..L-".r'b~
mag::!e "----<"~ M
l /:!!J-') [·
'-

perneabi:~. '.da.:1 c;
magné ·i; '..c a r 11·' "T- 1 r
1_!:·~ ~,] [Jt/üe] ··o G/Oe
1 H;m=.!_
L

4it
N'otag C:::Jmo I·= T{~ 1~2"-' dimensão~
"( .fi
'• ..... e~ltac
)t ·:=__::::._}:~ [ H/rt e a

l
~--~~
Et. J
[~H~
·- rq·2s
-3-
1.3 - SimplificaçÕes

Os dispositivos que empregam materiais ferromagné~


, I ,.. A

cos ( reles, eletro~as, transformadores de baixa frequencia,reatores de


nÚcleo saturado, motores~· geradores etc) tendem a concentrar os campos
"
magnéticoa no interior das regiÕes limitadas pelas superficies dos nú-
cleos.
Adicionando a ;sse fato outras h ..pÓteses simplifica
doras decorrentes das analogias existentes entre os campos magnéticos e
os campos de correntes estacionárias, os: problemas de campo podem ser
reduzidos aos de circuito valendo 11 para ~sses Úl tim.os~ regras simila-
res ~uelas usadas na análise de circuitos elétricos e
Os problemas de campo são reduzidos aos de circule
por meio das se~tes simplificaçÕese
a) As linhas de fluxo estão totalmente confinadas ao nÚcleo e são pa
' I ' A A
ralelas as superf~cies do mesmo o A v.ezes levamos em conta a existencia
de"_ fluxo de dispersão e de espraiamento de fluxo no entreferro através
de coeficientes semi-empiricoso

b) A densidade de fluxo é uniforme em todos os pontos de qualquer


secçao transversal normal à "linha média" do tubo de fluxoo

cJ A intensidade de campo H ou a pe:nneabilidad~ constantes ao


longo de cadà trecho do circuito o

d) O comprimento do circuito magnético é igual ao comprimento de ''li


nha média" do tubo de f'luxo.,

2. EquaçÕes empregadas na resolução de circuitos magnéticos

Nessas equaçÕes sÓ interv~ unidades do sistema l'll.


K.s. racionalizado.

2.1 ... Obtenção do fluxo magnético ~


Quando a indução magnética B é uniforme na secção &
<P1 = B,t Sl (1)
2.2 - Obtenção da fÔrça magnetomotri~
d
Quando a intensidade de campo H e uniforme no trecho
de comprimento ~
J= H.. n_
). ).. x..L

quando é conhecida a corr·ente-cont:!nua I na bobina


de N espiras:
J=N I
-4-

2o3 - Lei circuital de Ampere (Figo 1)

onde H. é a intensidade de campo magnético no trecho i (suposta cons~


~ A

tante ao longo desse treCho);


,
L. e o comprimento do mesmo trecho io
J.

NI é a soma algébrica das correntes concatenadas com a nlinha mé-


dia" do tubo de fluxo (Figo l)o

2o4 - Relação entre B e H


B.
J.
= f (H.)
J.
(5)
-
Essa equaçao e geralmente
, e~

pressa em forma de grá.:rico ou por


meio de tabelao A curva B.xH difere
de material-para material.
O ar apresenta uma relação 1~
Figo 1 near entre B e Hg

H = 79 9 6 o 10 B
4 (6)
Às v~zes 7 além da relação (5) 9 conhece-se a função:
JJ..
/ :.(
=f (H )
i
(7)
, , ,
que tambem e dada sob a for.ma de tabelas ou gráf'icoo
- A I
2~5 - Obtençao da Relutancia Magnetica Rg

'i{ = fi (a)
u-S-J..
rx
2o6 .... EQuaçÕes básiaas dos circuitos magnétiaos

Valem, para os airaui tos magnétiaosv equaçoes aná.:I.-2,


gas às de airaui tos elétricos e
Para um ramrog ooooo<> J== '*1.J
ffi_ tj{_.
l. J..
(9)

Para um nÓgo.,<>ooooo 2:: ct1==0 (10)

Para uma malhasoooo ~:r== g{_. ~ (ll)


l. :.t.'+'
3o .Analogia entre airauito magnético e circuito elÉ~

3ol - Circuito elétriao


-5-
I

"
a) No caso de circuito elétrico a corrente elétrica (I) é
considerada como efeito e a :f'Ôrça eletromotriz (E) é considerada como
causa.. O suporte material para a passagem da corrente é o circuito ele
trico, que é caracterizado por sua resist~cia (R) ou sua condu~cia
(G)o
b) Para 1~ trecho do circuito elétricoj a relação entreaca~
g
sa e o ef'ei to gerEJ..mente e constante e expressa pela :,ei de Obn g

(v=Rrl
ou lr=GYj
c-) A resist~cia (R) e a condut~cia (G) podem ser tamb~ de
terminadas a partir da geometria (comprimento
s) e do material (resistiT.idadef ) 9 pela ex:pressãog

d) Para a maioria dos materiais empregados em elétricia.8.de,a


le área da secção reta
R =,? +
resistividade <..P) ou a sua rec!pr~ap a conchttivi.dade ( r hsão cons-
\antes, mas há casos de materiais não l:i.t:&ear~s em que as ri.Lações:V/I
ou ê /J não são constanteii~ Nesses casos as f'unçÕesf~ (J) e 'f=f (J)
11 '*'!:) (Jt;D a:;~- ,

tambem nao aao lineares e sao comumente apresentadas em f'oma. gratica.


e) Os circuitos nos quais existem elementos não lineares mui
# -
A I A ~

tas vezes so podem ser resolvidos por tentativas, a eles nao sendo
poss!vel aplicarem-se os métodos de superposição dos efeitos, válidos
..
sÕmente para si~ temas .].ineares o
f') Para circu.i tos elétricos dispomos de uma grande ·variedade
de materiais, .alguns dos quais cam ~esistividades tão baixas que se
medem em)JiLCLU.(como. o cobre para o.qual P= 1~78~.Ao..u.) e outras tão
1~ J 6
elevadas que se medem em. 10 :h. !"11'1 (como c epoxi~f=2,3~o10..t"L ,.,..,)o Isto
permite caracterizar perfeLtamente ·as classes de materiais condutores
e isolantes pois a relaçã~ entre as resistividades Chega a lo
24
o

g) Assim, num circuito empregando condutores~ isolado conv.e-


~ q
nientemente, podemos desprezar as. correntes que passam a traves do is_q_
lante, pois são muito pequenas (despreziveis) em relação às correntes
do circuito o Êste fato pe:rm:i te que possam ser ignorados· os fenÔmenos
de dispersão da corrente elétrica por outros caminhos que não aqu~les
definidos pelo c:ircui to propriamente di to o
3o2 - Circui~o MSgnético
,
a) No c9:so· do circuito magnético :r o fluxo magnético ( p) e
""
considerado como e:fei to ·e a força magnetomotriz vry,& ~onsiderada como
causao
O suporte material para a passagem do .fluxo é o circuito niagnético cpe
é caracterizado po:r; sua relutância ('li. ) .ou sua pe:rmeâ.ncia ( 'P) o
-6-

b) Para um trecho do c:::.rcui_tü magnétj_cc• 9 a relação entre a causa


e o efeito geralma~ é constante e

dada pela lei de Bosanquet,
conhecida como lei de Rowland, anaJ..oga a'" lei d.e Ohmg
também

J=Q.~ e<t cf>=9.J'


c) A relut~cia (<i<_) ou perme~:ncia (<]J) podem ser determinadas a
partir da geometria (comprimento i e áerea da secção reta S)e do material
(permeabilidade jl)!i pela expressãog Cj? = _l_. ____,l
.., }L s
d) No caso dos circuitos magnéticoE~ os mate~:-iais ferromagnéti.cx:s
não t~ cara_cteristicas lineares e assim. a :ftmçao B = :f (H) é representa-
da gràticamente por uma curva e portanto f"= f (H)~ também será representa
da gr'ê.ficamente ..
e) Em virtude de não ser linear o circuito magnético 9 não pode sa-
aplicado o processo de superposiçao dos efeitos e frequentemente tem que
ser aplicado ao mesmo o processo de ten~ati,ffiso

:f) A relação entre as permeabilidades, no caso dos materiais :ma_g


·. néticos 9 é relativamente pequena .. Ê assim que os materiais magnéticos t~
uma permeabilidade de apenas algumas dezenas de milhares de v~zes maior
que a do ar; nos casos comuns 9 entretanto~ raramente essa relação excede
. a alguns milhares. Há casos excepcionais como o Permalloy ~ para a qual a
~ 6 ? A
permeabilidade relativa que pode atingir a cerua de lO .. Devido a esse :fa
to não é poss::Í.vel caracterizar um material C·Jmo isolante magnéticoo
g) :Eln_virtude do que foi exposto no ite.n (f') 9 no caso dos circui
tos magnéticos, a dispersão do fluxo magnétlco pode ser importante, isto
é~ além do fluxo principal no circtri to magnético considerado, existe :flu-
xo que se dispersa no arl) e que pode ser uma porcentagem importante da to
tal .. Dai, nem sempre ser ignorado o :fluxo de dispersão.,
3.3e -Pelo exposto 9 verifica-se que a analogia apenas :formal e não :rf-
sica entre o circuito magnético e o elétric·::• é ma.:i.or quando consideramos
um circuito elétrico constituído de elementos não lineares mergulhado em
um meio nao isolante, como por exemplo um eletrÓlitoo Neste caso a corr~
te de dispersão não é desprezfvel e o circuito" não sendo linear~ torna
,
mais per:fei ta a analogia com circuito magneticoo
É importante, entretanto 9 que não se perca de vista o :fato de no
circuito elétrico haver transporte de cargas elétricas e portanto uma ~
dição dinâmica, mesmo tratando-se d·e corrente cont:f.nua~~ enquanto que noca
so do :fluxo magnético constante a COndição é estáticao Portanto a analo-
gia é apenas :formal e não ffsi.cao No circuito elétrj ··o (V" I) é pot~cia
(condição dinâmica) e no magnético (Y.~ )é energia (condição estática)e
-7-
3.4 - Quadro Comparativo das Grandezas Elét~icas e Magnéticas

Sistema MKS GIORGI

CIRCUITO E!JtTRICO
nao
v E I J E 1
R G t Linear !Linear
J J
v W/q I I/S V /m V/I I/ V J I~

VOLT

v
Joule
Coul.

J I c
.Amp~re ilmE~re2

A
metro

A /m
2
Volt Obm
metro

V;1ri. .n
Siemem

s
ilmE~re
volt.m

A/V .. m
:;
I r·/
1
é

1
E
R.-=v·-s
CIRCUITO MAG~TICO

'J J 4> B H ~ f-> ~

J . J p B B
:r dW
~ d~ B

a:"
v[·!H·J
dS Q <P J H

llmp.
Tesla IAmE~re llmp~re
Joule we-oer Weber
Espira Weber .. }L
Weber tnetro metro llmpere llmpam
I ·.···H
J A A Wb Wb
A W6 Wb T
m W5 A :iLm ~=;cs
i 1
.
3.5 -Leis de Kirchhoff para os circuitos magnéticos

Como vimos pelas expressÕes (9) a (11), a anlogia entre 'Os


circuitos magnéticos e elétricos estende-se não somente ~ lei de Obm(9h
mas também às leis de Kirchhoff (10) e (ll)il que podem ser expressas da
seguinte forma analÓgica:

Circuito elétrico Circuito ma~ético

mal:bas 1::.
~=i
~· =O 'L
J=.l.
1·J =O (12)
Yl

nos
I

f:
,(,. .l
L: =O L
i:!
épl =O (13)

Na aplicação das leis de Kirchhoff é necessário preliminarmen-


te determinar o sentido dos fll.D!:os magnéticos e a polaridade dás :f~rças
magneto-motrizes.
Tomar-se-á como positivo da fomom o pÓlo nvrte magnético, como
eI determindado pela regra da mao
-
direita ou da sacarrolhaoNo caso de u-
ma bobina, pela qual passa a corrente em uma direção conhecida, basta.
abarcar a bobina cCID. a m.ão .. direita, de modo que as pontas dos dedos indi
I.
-8-

quem a direção em que a corrente está passando nas espiras para que o
polegar colocado perpendicularmente aos outros dedos, indique o pÓlo
tA. , - -
norte da bobina. Este polo para as conveçoes de sinal na aplicaçao das
leis de Kircbhoff, receberá a polaridade (+) e o pÓlo sul a polarida-
de (-)o
Admite-se que o fluxo vá do (+) norte para o (-) sul,através
do circuito externo~ percorrendo a fonte de fomomo do (-) sul para o
(+) norteo
P~ facilitar a aplicação correta das leis, é convenientefa
zer-se em cada caso a analogia com o ci.rcui to elétrico, como é indic-ª
do a
. f'ig. 2.

A-----"

3o6 - Aplicação da analogia elétrica ao circuito da f'ig. 2

a) são conhecidas tÔdas as dimensÕes e é dado o fluxo q? e a


curva B = f' (H) para os materiais magn.éticoso

Pela analogia elétrica 9 obtemos de (12):

E._ -IR
~ AB
-IR_
-.se-IRCD=IRDE- E
2
=IR_-T_R__
-~, -"FA
=O

Passando ao circuito magnético, obtemos de (15)

~ -Jz. = R AB + ~C + RCD + ~E + ~ + ~A (16)

J .1.- .:12. = '~t ' -


rr !. -•-iAs
-- + f!\
~ ~
1 o hc
- - - + " o o o ... o
(17)
. J-lm S AB flBc S BC

~I -12. _j_._L_ _QAB+ _Lo....L_ P._Bc +.. "" • .,


= (18)
8
S .AB Jl.AB BC fl-Bc

J J. - J = BAB t AB + 5 BC 1_ BC + • • •• • • ..
2
(19)
J.i-AB fLBC
-9-
~l.-]; = HABe ..Q.AB +~C" .Q_BC + ••oou = ~.AB +1c + ~CD+ •• (20)

Dessa Úl. tima expressão verifica-se que, para o cálculo do circuito,


basta dete:rminar H das expressÕes ( 5) ou dos g:rá.ficos B =~ (H) pa-
ra os vários materiais magoéticoso O valor B para cada parte do c~
cuito é dete~o pela expressão (1) ou B= ~ , onde S é a área
da secção reta de cada trecho consideradoo
b) São OOllhecidas as dimeilSÕes geométricas d 38 partes com-
ponentes do circuito magoético, as curvas B = ~ (H) para os vários
materiais magnéticos e as correntes ~ e I nas bobinas. Neste caso
2
conhece-se a fÔrça magnetomotriz. (J) resultanteo
O cálculo s~mente pode ser feito~ neste caso, pelo proceJ!
so grá.fíco ou pelo processo de tentativas assume-se um fluxo P.t ,
qualquer, calcula-se todo o circuito e assim determina-se :f1 •
Repete-se o cálculo para um nÔvo val.or P2. obtendo-se ) 2 e por meio
grá.:rico verifica-se a orientação que deve ser dada para outras te.s,
tativas, · fEIZendo-se uma interpolação ou extrapolação, como mostra a
figura 3o ~_..,

Para p1 1 obt~ve-se um val.or de J1 inferior ao 'J dadoo


Assumindo-se P2. ainda assim :52. foi abaixo do valor 'J dadoo Assumiu-
se por extrapolação linear, o valor ~3 .. RecalcuJ.ando obteve-se ::Jl
acima do valor J dadoo Uma int~lação pode ser :feita entre os ~
lores de J;. e J; assim dete:rminando-se um valor ~ que,provàvelme_a
4
te, cam aproximação satisfatÓria, 'J"
será cOilSiderada a solução ~ o ~r-------~

O método de tentativas, no caso Jl---------..:ir'--::""1

de circuito magnético com vários


~ 1------71"
trechos diferentes, é evidente- ~t----;;r ~
.~·
-;J:.

-
' __ ,~; _,• r

mente trabal.hoso e pode mesmo le


..
var a dete:rminaçao de um grã.fico ,,
,
completo P= f (~)do tipo da Figo
,
3 para o circuito todo por meio do qual, evidentemente 1 se podera
ter o valor do :fluxo ~ correspondente a qualquer :fom~m. 3.
lh qualquer caso, é conveniente· :fazer o cálculo ordenada-
damente, em forma deiá.belJ,, como é indicado ~ tabela 2o
~ r.a o'@ leituras
,
cO
~r.a
.p
Q :>
·r-1
Bl B
2 B3· graficas 'Jl ']2 33 r:t
&:~~
Q)
E-I.P B= (H)

1ª cpl ~l çpl ~ H l H H
~.Ql H2~ H3 .Q.3 'Jl+ '32+ 33
2 3
s1 52 53

_b Hl I H, H ~ H _Q_~ '11+ '"J2+ ']"3


2ª ~2 r-h g)2 H
2 -
H
1
Í,.... 2 2 3 -'
s1 s2 53 ..

3ª etc, - - - - - - - - - -

4ª' etc. - - - - - - - - - -

Tabela 2

3.7 - ObservaçÕes
a) A permeabilidade do espaço vazio é dada por:

/I> =1 · no sistema c.G.s. eletromagnético em !;.j;~;'em}


ou por 0 =i:. 1õ")no sistema M.K.s. racionaJ.izado en(I:H~~H ~ 1
Como a permeabilidade do vácuo é unitária no sistema c.G.s.,
geralm~as permeabilidade dos materiais são dadas relativamente ao
vácuo. Assim a permeabilidade/' de um dado material é igual. ao produ-
to da permeabilidade relativa )i pela permeabilidade do vácuo,fb isto é

/-" =!'-)C. .A
b) O ar tem permeabilidade relativa pràticamente igual ~ do
,
vacuo, de modo que:

isto é: A. :=! (CoGoSo eletromagnético)

ou JL
I ar
~ L,fl
i.o
10-6=1,256.1~ (MoKoSe racionalizado)

Como f''"tJJ,. é constante, não havendo saturação para o ar, a rel~


ção B =~ar H é muito utilisadao
Logo: B =H (CoGoSo eletromagnético)
ar ar

Bar = ~g 6
1õ Har (MoKoS., racio~lizado)
ou, como já vimos em (6)~ H = 79o6 x 104 B (MoKoS.)racionalizado~
ar ar
c) Em mui tos catálogos as unidades de fluxo e indução m.agnéti
cos são expressas respectivamente em linhas e k:Uolinhas por centi.-
-li-

metro quadrado (no sie~ema ingl;s en linhas por polegada quadrada).


-8
1 linha • 1 Maxwell = 10 Weber

l kilolinha = 103 Gauss = 1Õ1 T e s f a


cent!m.etro quadrado

1 kilolinha = 155 Gauss = 1,55 o 10


-2
T e s la
o
polegada quadrada

3o8 - Exemplo de circuito magnétiGo utilizado em máquinas elétricas


A figura 4 mostra um exemplo de circuito magnético de um gerador

elétrico mul tipolaro A t'Ôrça magnetomotriz é criada pela passagem de uma


corrente de excitação If nas N espiras das bobinas de campoo O circuito
magnético se desenvolve através dos polos (P), a.nnadura (A), carcassa (~)
e entreferro (E); como mostra a figura 4a
Como se pode ver neste caso,
o fiuxo se divide en dois cf.!:
cui tos paralelqs~, Os materiais
ferro magnéticos .encontrados
são diferentes e o tratamento
do sistema é análogo ao do
item 3o6.•
Conhecendo-se o cam-
po H em cada trecho do cir-
1
cuito e o com.pr:illlento i..J.. da
linha média de fiuxo no mesmo,
a expressão geral para a t'Ôrça
magneto-motriz J é obtida de
(3) e (4)o
t'igo 4

+ ~5 ~ 3 -!.. . . . . . . -+- ~ n
-rtÁn
(21)

No caso do circuito da t'igo 4 cada bobina cria t'omomo ~ neces-


sária a vencer ós caminhos AEPCo

4e Problema Geral dos Circuitos Magnéticos

Dois tipos gerais de problemas são propostos sÔbre circuito mag-


néticos:
-12-

4.1 - Determinar a fÔrça-magnetomotriz necessária para produzir um da


do fluxo magnético, numa certa região do circuito magnético.
... . ,
Esse problema resolve-se em circuitos simples de uma so malha,
cam as relaçÕes (1), (2) e (4) 9 quando é conhecida a relação (5),B=f(H),
ou com aS relaçÕes (1), (8) e (9) no caso de ser conhecida a relação(7),
_,«.= ~ (\-!)
4.2 - Determinar o fluxo magnético produzido numa certa região do c~
cuito magnético, dadas as fÔrças-magnetomotrizeso
... ,
Esse problema e mais complexo mesmo elá· circuitos simples devido
à não linearidade dos materiais ferromagnéticoso Nos casos mais simples
empregam-se geralmente processos gráficos.Quando a complexidade aumenta,
recorre-se ao processo de aproximaçoes sucessiYaae -
5. SoluçÕes de Problemas
5ol- R~solveremos, inicialmente, alguns problemas do tipo 4.l,istoé:
dado<liachar '1 •
5.1.1 - Um fluxo de 3o200p.Wb deve ser estabelecido num toráide
de aço fundido comum indicado à figura 5. Calcular a indução magnética B,
a intensidade de campo magnético H e a fÔrça magnetomotriz ~ requerida
na bobina de excitação.

a) Densidade de fluxo B :
8 = _j_= 3200 X 106 =1,24 T
s 25 s x 1o4
'
8=12400G
b) Intensidade de campo H :
;pelo grá.:rico
8 l( H ( 1ab. 6 ou f i g. 2 O)
:22-='a B= l~ 24 -H= 672 A/m.
c) FÔrça magnetomotriz 3 :

J = H.~ =672o l, 52 = 1021 A

fig. 5
5o lo 2 - Calcular a f ..m.mo 1' necessária para es-tabelecer um fiU;xo
de 1500;c'Wb no nÚcleo da figura 6o ~l = l~g4 am~
"' ~ = 32g3 íml.
® l.L.= lp02 m
Sz 1~ = Og30~I m
® --- aço :fundido
®---- f·erro comum.
6


-13-

a)' Cálculo das intensidade de campo H nos trechos 1 e 2:

B .:.
1 -.oc.-, sl
p l?oo x 10""
6
1~94· ~·J.o-3
= O 773 T
~
= 7730 G-

da curva de magnet:ização do aço fundido temos que a = 256 ~m(Tab .. 6)


~ -- =6 .1
B = '!r 1500x 10, ~ = o 9 ~.64 T = 4630 G
2 ~ 3~23 x lo=3

da curva de magnetização do ferro camum temos que H = 214 ~m(Tabo6)


2
"b) FÔrça ma.gnetamotriz nec~ssária
'J = N• I = 2: Hi .Q i = ~ ~ 1 f H2 ~2
· N.I = 256 x 1,02: + 2 9 14 X 0 1 305 = 261. + 65 = 326 A
c) Se N = 1000 espiras, qual a bitola do fio suficiente para suportar a
corrente ?
I = 326 = 0,326 A
1000

e da Tabela 7 tiramos # 27 A W Ga

5.1.3 - Calcular a f .m ..mo 'J para criar um fluxo de 2000 ).1... no entre-
,
ferro do nuc1eo da figura 7&

aço fundido

0..= 5 9 00 em
r - - - - - - - - - - - - - - - -- -,
I I
I I
.t-= 5,lffi em
I
I

i~= 0,7620 m
. I
I
I
I
lt= 0,4 mm
I I
~-- ----------- ----.!

7
a) Intensidade ·de campo He no entreferro
, . ...
A area da _secçao transversal efetiva do entref'erro S
,
e um pouco ~
e
mentada devido ao espraiamento de fluxo nessa regiãoo

. Calcula-se Se apro:x:imadamente por~


2
S = (a;+ ) ) :x ( b + 1 ) = ( 5 ~O + O~ 04) ( 5 11 16 + O, 04) = 26,2 em
e e e
-6
Então: B = 2000 X 10 = 76 5 X 10- 2 •r = 7650 G
e 26,2 x lo-4 '
Pela equação ( 6) teremos g
2
4
H = 79,6 X 104 = 79,6 X 10 X 76~5 X 10-
e 4
H = 61,0 x 10 A/m
e
-14-

b) Intensidade de campo H.f no ferro

2 -4 2
sf = 25,8 em = 25,8 x 10 m

onde <J?r .: pe + fluxo de dispersão


Considerando fluxo de dispersão O11 5% temos g
-6
B = 2010 x lO o 78 2 Wb/m2
11
f 2,58 x lo-4 = '
Para o aço fundido comum (Tabela 6) twremos Hí' = 127 A/r.i

c) F.m.m. ~ necessária
~= N.I =H Í +H R_
f f e e 4 -4
N.I = 127 x 0,762 + 61~0 X 10 X 4x 10 = 96 + 264 = 360 A
Notar que um entreferro de 0~0004 m exige 73% da f.m.m. total ap~
sar de ser c~rca de 2000 vêzes menor em comprimento o Nos casos em que não
há saturação no ferro e que o entreferro seja apreciável (c;rca de alguns
milésimos do comprimento do ferro) 9 despreza-se em primeira aproximação a
f.m.m. necessária para o material ferromagnético 9 visto ser ela muito pe-
quena em relação aos amperespira totaiso

5.1.4 - As dimensÕes de um certo nÚcleo de ferro comum são dadas á


. figuras.
O fluxo no ramo l é de lOOOJLWbo Determinar os fluxos nos ramos 2
e 3 e a f.m.m. da bobina de excitaçãoo S1= 1~29 X lO=;m~;~ = 0,305 m
S = 1 9 29 x 10 m ;~ = 0,203 m
2 2
s 3= lv94. x l.O-3m2 ; ~ = o,407 m
Para maior clareza indicamos à figu-
ra 9 o circui.to elétrico análogo ao
circUito magnético dado à figura s.
Na solução do problema elétrico, da-
dos ~ e ~ 11 calcular!amos a tensão
fig. 8 VAB = I R g conhecido Rs,,obter-se-
1 1
ia I o
A 2
Portanto 9 somando-se 1 com 1 , re-
2 1
sultaria ~ o Detenninar..:.se-ia então
R R
2 1 a queda de tensão r R a qual, adi-
3 35
cionada ~ tensão VAB , daria finaJ.-
I . Il mente a foe.mo E procuradao
2

fig. 9
-15-

~ solução do problema magnético segue marcha análoga,que se fixa


transpondo para o circuit~ magnéti~o © raciocfnio feito acimao
a) cálculo de tensão magnética no trecho lg J.AB
~ ~
B =.....,._..\_ = 1 1)00 X l•T = 0!1775 T
l i:> ·"" .....!";'29 X l:,5""":Y
Da cuna B x H para ferro cozm:nn (tabela 6 ou figura 20) obtemos:
E]_ = 215 A./!I! 'J AB ~, Hl 1., :.o z:..~ x 0 9 30'3 = 6:196 /1 ~;
b) cá.:tculo do fluxo no trecho 2g 'P ')
E 'JAR 652.6 323 .A/m -
2 =--z!:F· l'c 21ir .__.
Da tabela 6 obtemoff'g '"'...- B? :-= C 9 8J~ L1
~
'*'2 ::: B S
2' 2 ~ O.. ao~
, '.,) ..,. ~... ;;>q -... l-~r'l~3 "'
~
:.::: O". OOD ;,Ju::: W'o. = 115000 M
.A. "": g -" ·""
2 "

c) CáJ..culo de :f'lwro D.CI trecho


~6 -6
1'1\
'!3
ffi
= 't'J. +
ih
"t'.2
;t,
"!'
3
~ 1000 X lO + 1150 ·X 10 = 2150.10-6}LWb
d) Queda de potencial magn~tl.cr:; no trecho :3 g 3'3
B . =~/S"'= ( 2~15 x lO~' )1(1.,94~ X lO-))= l9l.l T
3 .. '·'--'
Da tabela 6 obtem<Os H~ ::;; 547 .1\./B.
'J3 =· --3 n =.: 6ii~
F . .1(.3 "ff'•a ~
.in~'d
..,. c)· ~-r- 26'. :· '=:
J
A

e) F.,momo da 'bobina de exci taçâQ_g i\ I


N I ~ + 3?) YAB
= 26'3 + 6396 = 328~6 A
Se a bobina ~possuir 100 espiras a roo:rren te necessária para. criar essa
f ..m.ome será 3!' 28 A e o fif:íi que supor ta essa ~o:;Jrrente deverá ter uma ses
ção não inferior ~ do # líi(tab~la 7).,
5o2 = Resolveremt:Sp agora~ a1.gu.ns problemas do tipo 4o2visto é detenni
nação do fluxo numa certa região do ~:i.rc.';u:ito magn.ético~produzido por uma
dada :fomomo
5o 2ol = Para o nÚcleo de BÇó :f\m.dido (f'ig., lO) calcular o fluxo
, o -
maXJmo que pode ser estabelecido se a bç,bina de excitaçao tem 2000 espi-
ras de :fio # lS ( A W r+ :'
Soluçãog Nesse caso particular ,
em que o nÚcleo é constituído de
um Único material e apresenta .B,-
-
ma secçao ete problema
transversaJ.,o
pode ser resolvido diretamente ,
ssn maiores dificuldadeso
a) cálculo da f olD.olllo

Pela tabela de fios (tabela 7~


o de bitola 19 pode suportar,sem.
perigo par2 sua isolação,cor.ren-
:fig., 10 te da ordem de 2 9 0 A,quando en-
rolado em fo:rma de bobina9 entã,,::
"1 , ~ 71 . T ,;· ; -; ::::. ?O;'V) x 2 - 4 (1(u) p_
Jm.a.x . <. :i:t-'?X
-16-

b) Intensidade de cam:eo H
H ,
4000
= 1,52
H= lJ ma.x = 2. 670 A/m
.l
c) Fluxo má:rimo
Da tabela B x H , para o aço fundido (tabela 6),obtemos:
B , = 1,545 T donde ~ , = B , X S = 1,545 x 25,8.10-4 = 4,18x
ma.x ma.x max 10-3Wb
5. 2. 2 - Calcular o fluxo produzido por uma f .m.m. de 2500 A no
, .
nucleo da f1.gura 1.1..

il = 1,020 Ll

.9. 2 = o, 305 m
r-·-·-·-· sl= 19,4 c m
2
2
I ~ = 32,3 c m
I Q)-- aço :fundido
I ®--ferro comum
L _______ _
fig.ll
I - Solução por a:eroximaçÕes sucessivas

Assume-se um valor de pe calcula-se o valor de 'J co:rresponde,a


I A
te, o qual e comparado com a femamo dada no problema. Se a discrepancia
fÔr mui to grande, um nÔvo valor de <l) é assumido, para o qual correspon-
de um nÔvo valor de J• Procede-se dessa forma até que a diferença en-
tre o valor de calculado e o valor dado seja pequena ou nula.
a) Cál.cul.o de :r' :eara ~' = 2, 2 x 10~ Wb (valor assumido)
I ..:1;. 11 -3
B = ~ = 2,2 xlO = 1,130
T
1 51 19,4xlo-4
que para o aço fundido nos dá (tabela 6)p Hi = 536 Alm
B' = ~P = 2,2 x 10-3 = 0,680 T
2 s 2 . 32,3 x lo-3
que para o ferro comum nos dá (tabela 6) : H; = 162 Alm
'}"=H'
1• 1
~ +H'
2
Q2 = 536x1020 + 1,62x0,305 = 546,7 + 49 1 4= 596,1A
,
que e inferior ao valor dado de 2500 Ao
Sabemos que a :função qJ(3) , embora não sendo linear,é cresce,a
te e portanto o nÔvo valor de pa assumir deve~· ser maior do que 2, 2xl0- 3Wb

" 3
b) Façamos ~ = 3,0 x 10- e calculamos o 3 corres:eondente
11

z B'' - qi" = 3,0 x lo-3. = 1,546 T


1 s1 ~9 4 x 1o-4
que para o aço fundido nos da (tabela 6) ; H{' = 2 ó90 A/m
B" = ~~~ = 3,0 X 10-3 = 0,928 T
2 S2 32,3·x 10-4
-17-

que para o ferro comum nos dá (tabela 6): H2 = 369 A;in

J~H"Ql+H"~2= 2690 X 1,020 +'369 + 0,305 = 2856,3 A


que ~ superior ao valor dado de 2500 Ao
;h -3
c) Finalmente encontremos por tentativas: '±' = 2,952 x 10 Wb

-
I I - Soluçao por processo gratico
" ,
Podemos resolver o mesmo problema gr~icamente, Conhecidas as
curvas Bi x H de temi namos as curvas
1
lPi x 3"..:. dos diversos trechos do
circuito magn~tico, através das equaçÕes (1) e (2), pois S;_ .e. li.. são
conhecidos·.
A seguir traçamos a curva qJ x 3= ,. onde 'J =~. l: , segundo
as equaçÕes (3) e (4). Essa curva ~ denominada "curva de magnetização
total do circuito", representada na figo 12.
I{>('Wio)

aço fundido
P.
.(OI

.i.. -3 total
1.!1=2,95 lO

~= 2500 'J'(A)
fig. 12
5'.2.3 - Calcular o fluxo no entreferro criado por uma bobina
que produz força magnetomotriz de 600 Amperespiras no nÚcleo da fig.13.
Desprezar o efeito de eapraiamento de fluxo no entreferroo
s-f
f erro comum
~--·
if = o, 7620 m
~ = 0,4 m
Sr.= .25,8 em
2
2
se;= 25,8 em

fig. 13
SoluÇão: Êste problema, embora solucionável por aproximaçÕes sucessi~
· apresenta uma solução gráfica muito interessante, por ser um
circuito magnético composto de dois trechos apenas.
-18-

Apresentaremos portanto a solução gráfica~


H = 79 9 6 x 10~ 4 o B ( trecho de ar no entreferro )
e e

logo: Je = 79~6 x 104 13 .2. = 79 9 6 x 104 ~js X~


e e e e
que pode ser escrito Je = Ke o ~

onde = 79 4
K e-~ "'0
Xl.
4
~e/S e (23)-
a f .. m.,ma total será dado por ~J== 3" + J.
e então, teremos ~f= 'J = Ke = cp e f (24)

que é equação de umareta que corta os eixos coordenados (~ 1 ~)nos pontos


(o1;,Je( J:~o)com inclinaçã~ ~)em relação ao eixo da abecissas ( ':ff)
e e ... _
Por outro ladoS! r:J'f. deve satisfazer a curva de magc.etizaçao do
material ferromagnético~ ~ x ~f SI obtida da curva B f x Hf' do material
(ferro comum) através das equaçÕes (1) e (2), como segue:
~= 25,8 X 10-
4
B:f e 3t = 0 9 7620 H:f
O fluxo correspondente à intersecção das duas curvas será a so-
'
lução dO problema (figa 14).
K = 79 6 x-104 x 0,0004 -
e .' 25,8.10-4
4
= 12,34 X 10 A/Wb
L("\ ferro comum 3= 600 A e 'J 600 X 10-4
O'l
C\J l<e 12,34
o
\.0 o... = 48,6 X 10 4 Wb
~ o
o
o.... a Resposta:
o
11
~ = 0,00295 Wb =29500 M

~
(!;o
1- = 236 A
' Je = 364 A
~(A)

figo 14
6. Propriedades dos materiais magnéticos

6ol - Ciclo de histerese


Consideremos um material ferromagnético completamente desmagn~
tizadoo Quando aplicamos uma fÔrça magc.etizante (campo H)observamos que,
a princ1pio 9 há um aumento pouco sens{vel da densi0ade de f'luxo(indução
B) correspondente ao trecho ~ do gráfico da :figura 15o

-19-

Aumentando progressivamente H além do trecho ..!!. ocorrerá um aume&


to de B pràticamente proporcional a H,
correspondente ao trecho ]1 do gráfico B
da :figura 15. Passada essa região, o
, '
material magnetico tende a saturaçao~ -
trechos do gráfico da figura 15o

Atingindo o ponto A, ( HM'l J R,,.,) )


H
se :formos reduzindo H, a curva de retÔr
no não coincidirá com a prirne:l..1"'8. curva
citada. Assim, quando H retornar a zero 1 .

existirá um valor de B residual, Br.


Continuando esta curva para valores ne-
gativos de H (ver :ftg. 15), o val.or de B fig. 15
se anulará para um valor de H igual a Hce Aumentando c valor absoluto de
H, ainda sÔbre a mesma curva, até atingir um valor H....., idêntico ao é.nte-
rior, porém de sinaJ. contrário, obteremos o valor de B igual a-8.....,Inici-
an.do nesse ponto uma nova curva, com a redução de H, obteremos para H i-
guaJ. a zero um nÔvo valor -B o Voltando novamente H a crescer gradatiV..ê;
r
mente em valores positivos, aumentando até atingir o valor original Hm.
verificamos que não é atingido o mesmo Bm. 11 isto é, A' não coincide can.A.

Para conseguirmos uma figura reprodutivel é necessário repetira


... Q ...

processo acima descrito muitas vezes, ate ficar estabilizado ciclicamen-


te o laço da histerese .. âste fato mostra um aspecto importante que deve
ser levado em conta no estudo do material magnético que é o valor da hilt
tÓria anterior dos processos magnéticos a que foi submetido o mesmo mate
rial.·
Num laço de histerese estabilizado, com simetria cÍclica, pode-
mos definir: Rem.an~ncia (Br), que é a densidade residual do fluxo,obtida
para fÔrça magnetizante nula; Coercitividade (Hc), que é o valor da fÔr-
ça magnetizante necessária para levar a densidade de fluxo a zero.

6.2 - Justificação teÓrica da curva de magnetização

Admite-se, no estudo dos materiais magnéticos, a exist~ncia de


domínios, considerados como tais pequenas regiÕes completamente magneti-
zadas, devido aos momentos magnéticos dos átomos nos cristais do materi~
al.. Apesar disto, devido ~ distribuição aleatÓria dos cristais no corpo
, ,
da prov-& amorfo, e possJ.vel ter-se um certo volume do material desmagne-
tizado, mesmo existindo os pequenos damfnios completamente magnetizados.
Assim o magnetismo resultante d;sses vários domfnios pode produzir uma
-20-

resultante nula de seus momentos ma&~éticose


Subst~ que possuem tais domfnios espontineamente magnetiz~
dos são chamadas ferromagnéticas. Os cristais dos materiais ferramagné-
ticos não são magntizados com a mesma facilidade em qu~quer direção.
Existem direçÕes privilegiadas para as quais a magnetização é mais fá-
cil.
No primeiro trecho (a) da curva da figo 15 admite-se que a fÔr
ça magnetizante consegue apenas alargar alguns domir.ios já existentes,
""' ; ,.. (J -
justamente aqueles que ja tem os momentos magneticos na direçao geral do
campo aplicado. O efeito global externo resultante é relativamente pe-
queno.
No segundo trecho (b), os momentos de todos os elétrons alinha
dos dentro de um dominio passam simul ta.neamente a se alinhar em outra di
reção preferencial ,do cristal, porém mais prÓxima da direção do
., . campo
externo, dando lugar a aumentos descontJ.nuos; pequenos sal tos na densi-
"'
dade de fluxo,mesmo que a força magntizante seja aumentada de maneira
I . ,.. A . , -

cont~ o Esse fenomeno de aumento descontJ.nuo da induçao pode ser de-


tectado e amplificado de maneira a tornar-se audit{vel e é conhecido c~
mo efeito Barkhauseno
Na parEJlefinal (c) 9 os prÓprios momentos dos domkios alinham
sob o efeito Barkhausen se aproximan mais da direção do campo, ~ medida
que o material vai ficando saturadoo Uma vez saturado o material, a c~

va tende a ficar quase paralela ao eixo das abcissas, com uma inclina-
ção pequena prÓpria do espaço vazio ~ )o

6o3 - Analogia entre as caracterfsticas magnética e elétrica


Conhecemos já a caracter!stica estacionária de um bipolo gera-
dor na qual a tensão em vazio\fo =[,e a corrente de curto circuitoi=Ic•
Representando I em ordenadas e V em abcissas~considerando con~o ~
tensão aplicada nos terminais,conforme figo 16a 9 podemos fazer a analo-
gia dessa curva com o trecho da curva de magnetização do segundo qua-
drante do ciclo de histereseo Neste caso teremos Hc em lugar de Eo e Br
em lugar de Ic 9 conforme figo l6bo
Multiplicando-se B, pela área S da secção reta temos: <l>Jt =B.lt .S
Multiplicando-se Hc pelo comprimento do material 9 temosg = Hc .Q l. o

Assim, com as simples mudança de escala teremos um gráfico ~ =f {'J)


análogo a s =f( V) o

A fÔrça coercitiva ~c (fÔrça magnetomotriz interna),correspol!


deria ;_ diferença de potencial em vazio[, (f~rça e.1.etromotriz interna)
e o fluxo residual p ;_ corrente de curto~circui. to Ie .
-21-

No bipolo gerador po~emos


-
determinar a condiçao de potencia ma-
~ ,
:rlma que no caso não linear ~ indicada na fig~ 16 pelo ponto Pmo J?ara o
material magnético, a condição de energia má.x:i.ma é análoga e está indic~
da na figura 16b, pelo ponto ?bo I ·
é
estudo de -
Êste conceito
,
J.maS
importante no
permanentes para os q~ I
c
is deve-se dimensionar o circuito mag-
,
netico de tal morio que possa ser obti-
v
da a condição de mârima energiao O Pr.Q.
o
duto l3H é energia por unidade de volu=
circuito elétrico
me do material e o produto é euer~ pJ f'igo 16a
gia, enquanto que o produto I. V é pO=
B
t~ncia.
Os materiais destinados a imãs
permanentes devem ter um valor elevado
de capacidade de realizar trabalho dev~

do, por isso, ter um grande valor de C':2,


ercitividade (Hc)o Isto corresponderá ~ H
elevada capacidade de transferir potên~
cia que um gerador de grande valor de aircuito magnético
f'igo 16b
Eo possui.,
A Rem.anescência (Br) elewada corresponde à capacidade de produ-
zir grande fluxo no curto~circuito magnético anàlogamente ao elevado va-
lor de Ic no circuito elétricoo
, ~,

Os materiais empregados para 1maa pennanente~ possuem elevados


valores de B e H e são consider3Cloa: materiais magn'éticamente duros., A
r c
Tabela 3 indica os volumes de Br e Hc dos materiais mais importantes
ra ,-
mas pennanenteso
p~

6o4 -Materiais magnéticos para :f.mãs permanentes(magn;ticámente duros)


Eaerg:La '-ri
mama
v"~o:l r...~
Ti p o Br ~~=(T) A )
relativa a{a.,.. H,.,)
A

Aço tungestenio Of192 5o000 14%


17% aço cobalto Ov98 12.,000 32$)5%
36% aço cobalto ll101 20o000 6o%
alnico (1) 01170 37 oÜI::30 7(11/o ITa bela
Nipezomag 0~52 52o000 64% 3
::.;;E.;;.t- aço magnético (2) Ov10 Õ2o000 loo%
-22-

(1) liga de n!quel, alurnfnio, cobalto e :ferro.


(2) liga de n!quel, tit~o, cobalto e :ferro.

7. Perdas nos materiais magnéticos


7.1 - Perdas por Histerese
A &-ea do ciclo de histerese corresponde ~ energia dissipada
por unidade de volume do material magnético durante um ciclo e para o
seu estudo recorreremos ~ figura 17.
B B

H H
+H
m

:f

:fig. 17a
B

:fig. 17c :fige 17 d

Se o material :fÔr excitado por corrente al ternad.a, conforme


:fig. 18, teremos a condição do ciclo de histerese estabilizado, ~
cada na :figo 17 •
A energia oferecida ao circuito mag-
nético será dada por: dW = e.i.dt (25)

I
i
r------------,
I
mas com.og e= N.S.* (26)
i(t)
s e i- 1H (27)
e(t) N Nd<i>
I : pois e= N d't""" (28)
L _______ _j - N.I
e H--y- (29)
:fig. 18 dW =V H dB (30)
teremos

onde V= Q. S (31)
é o volume do material magnético.
-23-

Baseados na fige 17 podemos escrever as expressÕesg (32), (33),


(34) e (1:5+~
W =V HodB) O
ac -B
r

Wcif = v1-~• dB) O


+Br
Obtendo a energia de um ciclo de histerese~ dada porg
~ = Wac + WC'\d + Wdf + W:f'a = V~AcJS. oK2 (36)
onde A é a área do ciclo e Kl eK 2 são :fatÔres de esc; ala de H e B respec-
tivamente~

Como não é f'acil obter a área A do ciclo da histerese cos~


utilizar a :fÓrmula de Steinmetz, que considera A como :função exponencial
de Bm :
(37)

onde ~ é denominado coeficiente de Steinmetzc


Sendo uma fÓrmula aproximada utiliza~se na prática usualmente
= 1 1 6o Con:forme o tipo de material magnético'Yl,varia entre 0 11 5 e 2,5 .,

~s valores de 1( são apresentados na tabela 4 para alguns materi-


- ,
aia e sao válidos para Im em Gauss e Wh em erg,~em3 o
v-
material 'I( material '>1.
aço :fundido duro 0~025 ferro laminado 0~004

aço f'orj ado 09020" aço S:i. laminado o,oo1


:ferro :fundido 0 9 013

Tabela 4

Pela fÓrmula de Steinmetz 9 portanto~ a pot~nciaPh dissipada po~


histereae em um material f'erromagnético de volume V e submetido a Uii'F~ilu­
xo alternado de frequ~cia f' ~ será dado por~

(38)

7o2 -Perdas por correntes parasit-aa (Foucault)

As tensões induzidas no material ferramagnético pela variação


do fluxo, geram as chamadas correntes de Fou.caul te 1s perdas ohmicas pr_2
..,
duzidas por essas correntes sao as perdas Foucaulto
-24-
y

® 3 ~ ® ® ®
h
h

@ @ 8
+.,"--D --~,.~,
L
(a) D
1

(~)
® :fluxo positivo
0 :fluxo negativo :fig. 18

Baseados na :fig. 18 podemos escrever:

Px(t) =B(t).2xh (39)

De aeÔrdo com a lei de Indução Eletromagnética de Faraday, apl.!


cada ~ área 2xh de uma lim.ina (fig. 18c), teremos
e (t) = dq?x(t)= 2 x h d B(t)
X d t d t (40)
Se a resitividade do material ferromagnético :frÔr f', a resis-
t~cia encontrada pela corrente ix ( t) será:

R
x
=A
dx
(41)
, ,
onde ~x é o comprimento do caminho .percorrido por ix ( t) e<1z e a area da
seção medida perpendicula:rmente ~ direção da corrente Íx ( t).

Observando-se que:

desde que h >> x e que ~ = L.x


obtemos, substituindo ( 4 2 ) e ( 4 3 ) em ( 4 1 )

R = 2J'h
X Lo X
A pot~cia instant~ea dissipada em um elemento dx pela corrente
,
sera:
2
p (t) = (ex(t))
X R
X

Substituindo-se em (45) as equaçÕes (40) e (44), teremos:

p ( t) = 2 h dB ) ~3
1 (~
X

Fazendo-se z+ ,
_/)

temos a potência instantânea P( t~ dissipada


por 1~. 3
P(t) =h. L. d ( d B ) 2 (46)
8f d t

.(",
-25-

Como hLd é o volume de uma lâmina9 a pot~cia p ( t ) dissipada


,
em. uma lâmina por unidade de volumeíl sera~

p(t) =Lc~
S.f dt
(47)

Sendo V o volume do material. da figo lSa., e v o volume de uma


lâmina do material da fig.. lSb., Supondo V""' r..v 9 sendo 11 o número de li
minas resultará~ D= nd
A I
A potencia PA dissipada pelo material. da fi<;., 18a, sera~

p = _D2 ( d B eV
J
,-, :::: n 2 o d
2 ~
( d B ; u v (4S)
A 8}J d t 8 ,P d t

A potência!J3 dissipada pelo material da :figo lSb, serág


2
2
p
:s = n s;
d (_.@._)
at V (49)

donde (50)
A I 2
Concluimos que potencia di.ssipada no volume da fig., 18a,sera n
v~zes a pot~cia dissipada no mesmo volume da .figo 18b, para qualquer
forma de <P (t)o
Camo a potência médiaP dissipada por lâmina será proporcional
ao quadrado do valor eficaz de tensão E 9 poderemos escrever~

(5l)
Es'ta afirmação é f'~cilmente v:eri:ficada a partir da equação(471
aplicando-se a definição de valor médio para a pot~cia.,
Para ondas baxm~nicas o valor ef'icaz da tensão por lâmina será:
E = ( 2 T[ /-{2) f.. S o B
m
o que... indica que a perda será proporcional. ao quadrado da :frequ~ncia ~
ao quadrado da indução máxima B
mo
Então as perdas Foucaul.t Pf para todo o volume será:
2
Pf = Ko B! o f o V (52)

7.3 - Perdas to-tais nos materiais ~éticos

As perdas totais de pot~ncia ( P ) no nÚel.eo do circuito magné-


tico são dadas pela soma daquelas devidas ~ b2sterese e ~ correntes de
Foucaul.t 9
-26-

então pelas equaçÕes (38) e (52)


2 2
teremos: P ="'tl B.m1 ' 6 • f • v + K .B . f
m
.v (54)

ESta expressão pode ser dada na fonna:


. 2
P=K...of+K
.· 2 .. f
-~

para um dado material. magnético com volume v conhecido,submetido a Bm


fixado.
"'
Medindo-se as perdas totais em duas frequenc::c.as diferentes podem-
se separar as perdas devidas à histerese das de FoucaUlt, a partir das
equaçÕes (54) ou (55). ·
Para facilitar a representação gráfica dividimos as perdas pela
freqü~cia f obtendo as perdas por cicloo

Então: P/f=K +K.f (56)


1 . 2
que é a equação de uma retaq;
Na representação cartesiana, fig. 19, essa reta corta o eixo das
ordenadas para .um va.:J,.or de P/f= IS_ que corresponde às perdas por histereee
em um ciclo (Ph/f'· ), que é constanteo A reta é obtida pela medida daspe.!.
das totais em pelo menos duas freqü~ncias distintas "f1 e fi. o.l construção
gráfica indica a separação das perdas de histerese por ciclo Ph/t (cons-
tante) das perdas de Foucault por ciclo Pf/f (proporcional a f ).

7o4- Materiais magn~ticos para· máquinas elétricas(magneticamente d~­


~)
Os materüp.s. magnéticos destinados às máquinas e;~icas geral-
mente sao - submetidos a fluxos variáveis e por isso devem ter área pe
quena do ciclo de histerese
.

fim de reduzir as perdas ·de


a ' '
histerese,equação (38).
A redução das ·perdas · ·
de Foucault é obtida por dois
métodos:
')

I
I
P/ f 2
Pf/ fl
,., I
em fonna de laminas isoladas -----J:...-
umas das outras(utilizando-a.e
ver.Oiz,oxidaÇão ou·outro meio)
!}pW f1 l}pW f2
de ac~rdo com as equaÇÕes (48)
a (50); fig.. 19
22) pelo emp~~go de material
de resistividade mais· é~ evada do que a do f erro comum, de ac~rdo com a
equação (47)o
-27-

Os materiais magnéticos não retentivos (magnéticamente dÔces)po~


suem ciclo de histerese pequeno, por esta ra.z'ão as máquinas elétricas e os
transformadores são constituidos com seus nÚcleos de aços magn~ticamente
A

doces.
Por outro lado verificou-se que a introdução de silfcio no fe~
em· porcentagens que atingem até 4%~ pode melhorar as caracterfsticas mag-
néticas (menor .ciclo de histerese) e aumentar a resistibilidade elétrica
do material. Isto corresponde a reduzir as perdas de histerese e de Fou-
cault. Esta é a razão da preferência de utilização do ferro-silicioso em
forma de l~inas para a constituição do nÚcleo de máquinas e de transfor-
madores.
·A importincia da liga ferro-silfcio, acompanhado de tratamento
térmico conveniente, sob o ponto de vista de resistividade, pode ser ver~
ficada nà tabela 5a.

Tipo . "'!;·~ io
· . . Dil.l.Cl.O Resistividade
( jJ- .n c:.o.u)

Field grade 1% 16
Arma ture grade 1% 19
Eletrictrical grade 1% 26
Motor grade 2~5% 42
_Dynamo grade ~175% 50

TABELA ;ia

Ferros siliciosos para transformadores, nas chapas de origem am~

ricana, são especificados em t;rmos das perdas em centésimos de watt por


libra, ~ freqüência de 60 Hertz correspondendo ~ chapa calibre 29. O nú-
mero representa as perdas, como nos casos se~tesz 72 (rádio c), 65 (rá
dio B), 58 (rádio A), que correspon.demrespectiva.Iílente à. perda de 0,72;
0,65 e 0 1 58 W/libra; outro exemplo são as "electri~_steel sheets" ( eha
pas fabricadas.pela United States Steel Export Comp ); U.SoSo ·Trans-
former 72, 65 9 58 e 52, etco 9 que são chapas c8.libr n 2 29 para 1 emp~êgoem
transformadores. Essas chapas quando submetidas ~ iliauç~ .de 10.. 000 G (ou
seja 1 Tesla ) à 60Hz, oferecem respectivamente:...as perdas de;0,72i 0,65;
0,58 e 0,52 W/ librao
Para completar, dando uma idéia de como variam as perdas com a e~
pessura das chapas, anexamos a tabela 5b 9 onde são iornecidas para chapas
de vários qalibres as perdas em W/libra à T e 60 Hze
-28-

~
Gage-Number 29 28 27 26 25 24 23 22

al Thickness,inch o_oJ1o 0,0.1~5 0,0./"10 o,oJZ5 0,02W O,OZ!i'O c:>,ozto 0,0310


t
u.s.s. Ar.mature 1,30 1,38 1,46 1955 1,75 1,98 0,23 2,50
u.s .. s. Electrical 1~17 1,23 1,25 1,35 1,50 1,70 1,94 2,17

u.s.so Motor 1,01 1,05 1,09 1,14 1,22 1,30 1,44 1,60
u.s.s .. Dínamo 0982 0,86 0~80 0~94 1,02 1,10 = =
u.s .. s .. Trans:former 72 0~72 0,76 o,ao o,s3 0,30 0,97 = =
u.. s.s .. Trans:former 65 0~65 0~68 0~72 o~ 5 - 7
= = =
u.. s.s .. Transformer 58 0,58 o,61 o,65 0,68 = = = =

u.s .. s. Transforme r 52 0~52 = = = = = = =

Tabela 5b

As densidades de :fluxo (B) utilizados nos materiais magnéticos para


máquinas elétricas variam de 1,3 a 2,0 T para :f~rças magnetizantes (H) da or-
dem de 200 a lOoOOO amperespira por ~etro ( A/m )o
...
Para :fins especiais tais comog transformadores para audio :frequen -
cias, reatores especiais etc .. , são empregados materiais conhecidos pelos no-
mes: Permalloy, Mumetal, Hypernik, etc., Êsses materiais permitem densidade de
5 . A

:fluxo ( B) da ordem. de,0,3 a· 1,0 T com forças magnetizantes (H) muito bai-
xas, da ordem de 2 a·200 amperespiras por metro ( A/m ) ..
8o2o Resumo das caracterfsticas magnéticas dos materiais :ferromagnéticos

As curvas B= :f(H) apresentadas para os materiais magnéticos, devido


~ histerese, devem ser uma famflia de ciclos de histereseo Em um ciclo de hia
terese estabilizado, para cada valor de campo H, haverá dois valores de B coQ
forme figura 19a..
B
Para a resolução de
problemas de circuito magné-
tico, entretantoj os dados
.'··
normalmente apresentados co~
...
respondem a curva normal de
magnetização .. Essa:.: curvapa~
sa pelos vértices dos ciclos
de histereses ( como mostra
a :fig. 19a ) e pode ser ob-
tida pór meio do osciloscó-
"'
pio ou de per.meametroe
Apresentamos, na
tabela 6, as curvas normais
de magnetização de alguns tipos de materiais :ferromanéticos, com os respec-
tivos gráficos indicados na :figo 20o
----~ -- --------~
----- ------:--:---------==-~r--:-:--:: ~-----~~--.-.~-----~--.-~~~~-- .. H----- ___ ;_

---~- J: ----~---~-- __ : __ :_:·:_.:_...:.:..:_.:..:_:__.:...::.-:·---- ~:-;

~
:..
">. ...........
í,~'
./" <
'10'
o
· ~ LIL:t: ::i::: tilitHYlldi ji' :~L l~~j!~i2ii~~"-;~_i!~~~ :~}:~i g..UJJ~~()ilJbjiiJJ~;,_~~L_::_~
-JIX-1
1 o.
i=
-30-

9. Indutância
Consideremos o circuito magnético da figo 2l.o A f'om.mo ~ criada
pela passagem da corrente (i) nas (N) espiras da bobinao O fluxo criado
,
sel!'a:
(57)

r------- - - -,
Supondo-se a permeabilidade(~) .i.=-f<-t) I

constantep Cj) sera constante logog ~ =?. N.I


Se i= f (t),então: ~ =f' (t)
A. f .m ..m. gerada em uma ou- : I
L __ - - - - - - - _L

tra bobina id~tica que esteja enro-


lada no mesmo circui. to magnético ou
a f .m ..mo gerada nas N espiras da pró 2
n. ( ) ( ) _G)) N d i (61)
pria bobina indutorap será e= ~ (60) ou de 57 59 e- d t
d ~ .
Se chamarmos L = Ptl· (62) teremos e =L-ª--=. (63)
d "t
onde L é denominada auto-induti.nciag
Da equação (63) obtemos a expressão de dei"inição de indut~cia:L = d0dt.
Quando a intensidade da corrente varia na razão de um ampere por
segundo (A/s) gerando na bobina a i'oeomo de um volt (v) temos a indutân-
cia de um henry (H) o .

_Como no caso de resist~cise~podemos estabelecer expressÕes que


permitam construir uma dada indut~cia 11 a partir das dimensÕes e das pr..Q.
priedades do material ~éticoo Essas expressÕes são obtidas da equação
(62)
=N_L (65)
I

Como se depreende das expressÕes (65) 9 o cálculo da indut~cia


envolve cáJ.culos de circuito magnético, a fim de ser determinado o :fluxo
provocado po~ unidade de intensidade de corrente ou então a relu~cia
do circuito magnético para condiçÕes determinadas do fluxo.

-ü-Q-ü-ü-0-0-ü-0-0-0-0-

Você também pode gostar