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flbert~instev

eopo Infel
A EVOLUÇAO
DA FISÍCA i%-
De Newton até à Teoria dos quanta - ,
2.
p e c c ã o Vida e Cuitura M W i i tivrosdoBrasl-li&m F:
- CAMPO, RtlATIVIDADt
O CAMPO COMO REPRESENTAÇAO

a segunda m t a d e do W o xix foram introdueidas


D
URANTE
(mf ísim ideias novas e revol~wiondrias;&ias que abri-
o caminho para u m nova mpreenaão fi~ldfica,d i v m
da compreensão mecanùclsta. O multado dos h a i b a ~ h sde
Fa9aday, Maxwell e Hmz detmnimu o dwenvolvimento
da f&a madama e lemumx à &ção de novos conceitos
pam ta canstrqão de um novo qwacliro da realidade.
A m w tarefa agora m ~ m e - s eem c k a e ~ > e os
r dwmm
nâPiU6mos que ases conçeitas provocaram ~o campo uemitffico
c mostrar como gmiuhen,te foram eles gauhhiaùdu em cihmza
s v*. Seguiremos m t e estudo a maacha lógica, nm
incamadmdo com a &em cma16gica.
Os novos conteitos origiaacm-se m rei~nodas fedmmos
eléctricos, mas é mais simples i n i c h ~ l ma~pnesãnitá-losm v é J
da mecânica. Sabemm que duas prdculas se atraem mutua-
mente e que esta força de atracção demace com o quwhado
da W~nciri.Podemos representar este f a ~ i ode um rn& dife-
ente, ainda que seja difícil c r n n e e r que vaùlmapts hd.
C cíiroulo m m 1 1 do nrxsso desenho 1ppmmtra um corpo
an-actor, digam06 o %I. Na reallidade a figura deve ser imgi-
nada cm espap e não num plano. O círculo, p r m t o , valle
por uma esfara no açpqo, o %I. Um corpo vindo de qualquer
parte para as pnoxi~ddadesdo Sol, será ~ a í dna ~ ,diffecção
da linha que liga o cen~tmdo Sd m d e caiipo. kssian, as
linhas do nosso diegeniho hdicaiu~á dlneoção da fcqa de a&x-
do Sol pariia dife3.eautes posicões do cuffpo, A flecha de c&
linha mostra que a força é d i g h pma o Sal - a farça de
aitraqão. São estas aa linhas de força do cmpo gravítico. De
momento ido ntk passa & um me não h4 razão p mra8s.
Mas IDO $esearho h& uan aspecto ammdmim que acentua-
remo8 depois. As linhas de f o ~ g asãv con~hniida8m -o

d e não existe matéria nenhuma. Por enquanto todas as linha5


de farça, ou, abreviadamente, o campo, indicam a ~ p n mcomo
um sapo se cumpartaria ala vizinihlm~ada esfera para a qual
o campo foi a m s ~ f d o .
As linhas do niosso espapmodelo são sempre prpendi-
u l m à superffcie da esfera. E desde que todas divergem de
um p z o , são mais afaetdas. Se a~limmtamde dum ou
três vezes a distância da esfera, então ai densidade das linhas
do mm modelo espacP1 ( e m h lmão m dmnlho) será q w m
ou n w e vezes menor. Deste modo as linhas servem a um
propósito duplo. Piimieiro, moçtralm a diipcção da forca
actuamte mbre um corpo nas vizinùiamp da deribsol. !iegundo,
a densidade das h ~ h wm espaço masm como a fmça vairia
com a, didincb. O desenho da c a p o , O C C W ~ ~ ~ W I B I ~h
~ t
v -
tadb, a dimcção da fmça gmitica e a sua1 d i e p
d k i a da distâaciia, Em mi dieserdh'o paiem ler a lei da gra-
vjitaCãa t k clahanneoite como em patavtm, au na em- e
ccoaiSanica liiqpagem miaitdrticaa representaçdo do
campo, com lhe dm-, podk paemr cl~ame iatem-
mte, mas n ã h& ~ meão para crer que marque qualqmr avapi@
pcsitiv~.Seri~muito dificil provar a sua utilidiade m caso da
gravitqão. Talvez dguém ache Útil oi~hacesaias linhas como
algo mais que desenho, i m w m d o mais agões de fwça pas-
d o pw elas. Isto pode aconma, ml& então a velocidade
das acções ao longo das linhas de f a a p d e m sar tidas cano
infini-k grandes! A f q a emre dbis carpas, segundo a
Id de Newtani, depende s6 da distâ~iucia;o m p o não mm no
q u e . A f c q a rem de pisar de um corpo pam auitm em
z m Iwrnpu! Mas conn, pam uma pessog m d v e l o mvimieniito
com velocidhde infinita não quer dizer caisai nenhwmu, a ten-
tativa de fazer no nosso desenho allgo matis que um modelo não
l e n a coisa nenhuma.
Não é ideia no mr>mmm di'scu6irai lei dai guarvitação.
Es&eproblema d u m o s u o i d c a u n ~como init~rod.u@oexpla-
n~F6riaide similaire~m6tod06 de ~aciochiona taurifaida elec-
tricidade.
Camqaremos cam al disamão da experi6hcia que criou
r&s dificddades à i n i m q ã o mecânica dos f a r y ó m w s
da Natureza. Já vimos m a c m t e eléctrica fluindo aimv&
de uan oinruitto em fonmri, de círculo. No meio eçtava ulma
a g u h msignética. No momento em que a c a m t e começou
.i filuir, m a forp Nova aparrieceu, a acióuia~r sobre o p610
m ~ ~ t i ec perpendicular
o à d i m ç ã ~das linlhm que ligassem
s fio ao pób. Esta foqa, se camada p uma carga circuIaaiite.
dkpmdia, m o a experi6nciai de Rowlauud demonbmui, da velo-
cidade da carga. E s k s factos experimentais cantmdiziam o
caniceito filos6fjloo de que toda as forgas agem na direcção
da linha que iiga as ptíIculas e só d e p e h da distância.
,.A expnessão exma da f a q a & iama cmmk que w n
sobre um #o magnétii é muito c a m p l d a i -muito mais
que a expmwão das for* ~vimcicmais.Padleanos, tod&via.
vhalizar as acções, cairnu, o fizemos m aaso da força mivi-
taiaimial. Eis a m a questão: com que f c q a a mmte actua
s o b um pdlo map6tim c01wc& riia ma viziinihanp? É uni
tainto difícil descrever asta f m p cam paiavras e ammno a m a
ÍÚIrmulia matemática m i a c0rn1plicad.a.Melhm será pepirieslepiirar
tudo q1~ain.msabemos ai irespeito dQs forças rnww por um
desenho, ou, antes, por uun modelo espacial, com Mas de
f q a . S u u p algumas d i f i d h k s wdas pio facto de
um pólo nnagdtiico só existir em cmexãio cam autm p610
magn8tic0, iimmudo um clipUlo. Podamos, d a v i a , imaginar
ai aaulha m~gméticade twl extensão que t m i c â 1 1 1 a ~hrqa
act~umtesabre o pólo mais próximo da -te seja tamada
e m canta. O oum má distante de mais, de modo que a foqa
que mk mma se t m a desprezível. P m evitar annbiiidade
direanaç que o pó10 magnético psóxlmo do circuito é positivo.
O carácter d~ for9 actuante sob o pólo mtg&tico posi-
t i m e 4 f i g u d o no n m o b h o .
2: como @ m i o 6 encontrar no desenho a direcção da foqa
em qluraaqiue;r p a o Iy0 eqYdço?
A regra paria em tral rmgddo ler a direcção de uma farsa
n& é tão simples m o no nosso exemplo anterior, no qual
as linhas de f q a m m
i rierras. Para esclarecer o processa
na figura abaixo só a t d desenilw urna M a ! de força.
O vector da forp é raigeme à linha de f a q a como má
graficaanmte indncaKùo. A flecha do vmmr e as fl& da linha
de h ç a apmtam paita ia mesma cii~recçZo.Asim, esta é a
dh-ecçZu, em que a farçri age sobre um p61o mgdtico neste
ponito. Um bam desenho, oui anelhar. um h d e 1 0 espa-
ciail, t m b 11uas diz a~lgurnamim s o k D comipriunento do
vecbr daLíbya em qudquer F. Este mt'cjr t a que ser
mis comprido onde as linhas &o mais denúas, isto é, próximo
dosfio, e mais culto onde as linhas são menos densas, isto é,
lange do fio.
Deme mado as lirahm de farça, UIU o capo, habilitam-NOS
ai i$abanninair as f a p s a~~tuamas mbne inn pólio m e
em qualqum p t o do earpcyo. Par enquanto é esta a úaka
juetificaqão da laihiosa cxmimqão do campo. M o
o que o campo ~@~Y~YI;E, exaIm;Lleprws som muito mais &e-
risse as linhas de h ç aa-c à mmte. Estas linha
são ciarudm que envolviam o fio e estão mm plam peapendi-
cdar àquele ean que está simado o fio. Lendo 1x10 desenho o
sentido da furça, ohgm umm vez anais à conclusão dk que
ela age enn d i r q ã o pqadicuUair a qmliquer linha que ligue
o fio ao pmfm de x q ã o da foga, parque a tangente de uni
círaulo é sempre p e n p a d i d a r aio 5õu mio. Todo o nmso
~.anihsolmwtoda6 forças actuamta pode sar mumido na c m -
trqão do campo. E n u m i l h o mmeito de cannpo e n t o ~ da
ccmrenk e o do pólo maignético paira repremntmos ats forças
a c b u m ~ sde um ando h simples.
A cada c a r m t e esta assaciado um campo ma~gdtico,isto
C, u m l força actua m p m sobre um pólo magn6tico jacente
perto do fio p r onde ai corrente flui. N a a r e m de passagem
que esta prapriedíade nos ha~bilitaa comaruir apalrelhos seii-
dvek que asinalam a existência de uma c o m t e . Aprendido
o m& de ler m modelo de campo de ulma c o m t e o sentido
das forças anagnIéticaç, podemos w q a r o campo que rodeia o
h poa d e flui a m m k , de modo Q m p n t a r a, acção
das forcas m g d t i c a s enn quadqm p t o do espalço. O nmso
primeiro e m p l o é o &amado saleui6ide. que C uma espiral de
a m e como se vê m t W n h o abaixo. QuieUeanúç pela exye-
r i k i a apreender o mais que pudermm a respeito do campo
nra@dtiw associado cam a c a m t e que flui ait~ravésdo sole-
ndiinle; esãe mnhechen~roserá imcoqmrado à construqãa do
b.As linhas de foqa dirigam-se db p510 positivo paina o
n@w. O wtur da foaíga ard sampre nniaa tangente à
linha de fwa e C mais longo perito dos pálos, parque a den-
sidade das liirhas t a m h é d a r niesses pw.O vector da
f.arFa reprmra a acgão do imã sobre uni p61o rnagndtico
positivo. Neste cam o magnato, e não a corrente, C a «fonrtebv
do mp.
0 s nansr>sdiais úl%immh n b s devem ser cuidadrxsaanente
clampairadm. No primeimo, tama o m p o miagdtim & uaia
c a m i t e que flui amn suEenóide; no ~ u o i d omos o m p o
magnético de urna bama rnagn6tiaa. sqnim~aanwo solenóide
c a barra, p a o-rmos a p a s os dois c a a n p . I~madi~ta-
mente veremos que são do mesmo carácter; nas Qk c=
as linhas de força vão de um extremo do wlenóide ou da bma
ao ~ I extremo
W do solmóide ou da h m .
A pe-wão do c m p o cK o seu primeiro fnuto! Srid
difícil a n m t r a r qualquer siuni~lmiddembre a cwnenik que flui
NO mlenóide e u m (barra se não fmse a reval~lgãoque ruxr dá
a nama comm@o do campo.
O m c e i t o de campo @e ser agora submetido a uma
pmva muito mais ripmsa~Veriflaarramw am breve se há a@+
mais do que uma nova ~ p r e s e n t q ã odas forças mFuiauiites.
W e m s por u~múfllllllen~toadlmirir que o campo caracteriza
tadas as a q k de idbticas miodalkhies detmmkdae pelas
suas dum diikmm fontes. Isto é lafpeoiasumia w u ~ ~ ãeoquer ,
dizw que, se um sobn&i&e m a b.anna magnética tiverem o
m w n o wmpo, nesse caso t& as mas iaidluêacias devam sai
as mamas. Quer dizer que dois denibidles ooaidu2.indo m m
elrkwica se campouitaun como duas bramas magnéticas, atraisi-
deise m nz!peiaiidm, exaetaunmte corno no oam das bam,
de acordo cam as suas p r & b relativas. Também Q@fica
que ulm mlen6ide e ma. b m se atmm e xqelean do mesmo
miado que dum h a s . Em wsumo: s i m c a que todas as acções
de um dieadide aitrmés do qual1 um c o m t e flui &o as
rnes~nrisque as de uma h a mag&iura, d d e que 96 o campo
é nspnsável par mas a q k , c nas diais casos o campo tem
o ;meamo cauber. A ierxpanência &innna em i a ~ l u t oesta
SU,@@Y)!
Mas comw> seria difícf chqyr ai iesm factus, se não fasse
o eonmito de camp! É mito complicada a expm&o de nmmn
L a mudança de um campo eléctrico, produzida
ca1ácWmi06:
pelo movimento de uma carga, é sempre acompanhada por
um campo magnético.
A nossa acmdmk bdseiwe na e x m h de O e d ,
OS DOIS PILARES DA TEORIA DE CAMPO

«A mivdmqa de lum campo eléctrico é amanpanhada pcu.


um campo map9ico.n Se tr0c;tnmx)~as p d a w «elécn-icm
e umagnética~»a *naasa pposiçáo ficará arnçlm: ((A m d a n y a
de um campo ético é acurnpaniihada~par um capo. eléc-
trico.» S6 a expeniêmcia pode decidir se há ou não vedade
misto. Mas o Seia de fomularr este prabiemiai foi sugeri& pelo
u m da linigmgem de campo.
Há justameme cem anos F d y rea~lizou uma expe-
riência de que adwb a grande desmbmla chas comentes
indurtivas.
A democnstiitaqão é simples. N d m tiipenim de um
w l d i d e , ou qdquea oiuitro ciirouiro, um k a ml@ica
e um das 'muitos I t i p de a p d h o ç q i s t á d da exist-
de uma cimente e l h i c a . Começa-nos par manter má b a m
moguiética em repouso pento de um denóide que fanme cir-
:uito fechado. Nenhum ccmmte fshuii rm fio, porque nenhuma
fmte 6 p x m . S6 há o caanpo magmrwtáitico dri. h m
rnai@.ca, que não muda m o t a p o . Al~teremusagm a
pmiqão do imã, afastamtio0 au apawximlanideo do solenóiie, i
vanroade: uma comente a p a ~ durante
~ á lulm cuirto intervaào
de tempo e logo se walrá. %pm que a, posifão do im5 6
mudada, a corremite reaparece e pode ser registada por um
í~parelhosufkientema~tesensível.

Mas, do p n t o de vista dla teoria de calmpo, ulma c a r m t e


significa a existência de uim campo eléotrico que determilna a
p a l m p dos f l u h eléctricw aaitavéç do fio. A corrente c,
p r a n t o , também o campo desaparecem qumdo o imã fica
de novo em repouso.
Imaginemos por um instante que a linguagem de catmpo
a ' k d a nãu é c o n h ~ i d ae que os resultados desta experiência
tem de ser descritos quiainitit'aitiva e quditativammte na! lin-
guagem da velha mecáaica. A n u m experiência mosralrá então
que, pelo movimento de um dipalo magnlético, uma força nova
se criou, movendo o fluido elktrico no fio. Su~rgea pergunta;
de que depemde esta faqa? Respxta difícil. Temw de inves-
tigar a dependência em que a força está da velocidade do imã,
da sm forma e da forma do circuito. Alem disso esta expe-
riência$ se interpretada na lin~guaganvelha, iaão nùos dá qud-
quer sugestão sobre se a corrente induzida pode ser exciimd~
pelo movimento de outro circuito conduzindo uma correnilte.
em vez de pelo mwimenta de uma hma mqn6tica.
Tudo muda& se e m p g m o s a linguagem de campa t
xlrnitivtos que aI x9ão é detamiaiada peh campo. Vemm
imdiaimimenih qwe o mledide ctmvés do quad a corrente fl~ux
serve tão bean q u a m a barca mgnética. O desenho miosim
dois solen6ides: um, pequeno, mravés do qual a comente flui.

e o oniitro maior, no qual ai mmmte induzida é regista,da.


Podemos ~ V B To pequeno w l d i d e , mm a a b e r i ~ ~ ~ ~ ~ ~ l
movíbu110s a h i im~gnética,crian~loiiainua, o o m hdnieida

no solmóide maior. Além disso,em vez de m v e r o pequeno


s o l d i d e Meanos d a i r e destmir um m p o magnético pala
cu-iatção ou de&mi@o de uma m k , isto é, a i h d i o ou
f.echdo o circuito. Uma vez mais os m w filcbos sugeridos
pela teoria de campo recebem +a cwlfimmçiio da expexiihia!
Tomemos m exemplo mais simples. Tmaç aqui um cír-
culo fechado s m ~nenilliumafonte de comaite. Nas vizinbmps
114 um campo magnético. Não tem importânh que a h t e
desse campo m1gn6ticoseja outro circuito através h qml a
comlte flua, ou suja uma b m mgnétia. A m s a iüpra
mwba o circuito fechado e x lhhw de f q a , magnética. A dies
crição qualitativa e qumtitativa h ~ ~ ~ ~ R Ida indqão
I I K )

tomase mluito simples q u d o feim nia linguagem do campo.


C o m a t 5 marcado ma figura, a i p m linhas de fargai m a -
vawan a superfície c W a r limitada pelo fio. Há que &-
&ar as linhas de força que atravessam o plano que tsm o fio
como moldura. Nenhum arrente eléctrica se manifesta en-
quanto o caanpo não muda, poir maior que seja a força deste.
jfas uma mnmlte m m q a a flueir iatnavés do fio logo que
muda a n ú i m m de linhas que aitmveswm a superfície cercada
pelo fio. A comrite C detemimda pela mudanp do n ú m m
de linihas que attravemm a superfície. &ta 'mudanqa m n(6mierca

de linhas de força constitui o único mncei~toessencial paua a


desuri@io qwmtitartiva e quaiitativa da m t e intimida. «A va-
ri@o do axúmem de linhas)) dgxifiua que a demidade dais
l i d a s mitd'ii. e isto, cocmw, já vimos, significa que a brp do
cmpo d.
-
Mudaqa de campo magn6rico c m k induzida -rnc
vim- -
de carga exktencia de caanpo eléctrico: eis os
ponto6 esmciais da mms cadeia de raciocinio.

Parramo: um campo magnético variável é acompanhado


ror um campo eléctrico.

Deste modo ieaicmmmos os dois mais hpntarutãç pilares


de sustentaição da temia do campo eléotrico e do mna~&ticio.
3 primeiro é a conexão ieam o m p o eléctrico variável e s
campo mapéticio. Decorx da experiência de Oeosted sobre a
deflexiio da agulha magn&ica e leva-nos a esta mxlusão:
um campo eléctrico varidvel é acompanhado por um campo
magnético.
O segundo liga o campo eléctrico v d v e l com a cimente
induzida e decorre d a expwiênicia de Fmday. A m m bf m a m
3 bwe para a descrição quantitativa.
Novmeniite o c m p o eléctrico que acompanha o campu
m ~ g d t i c ovariável nas a p w e coa0 algo ml. Tivamos ante-
normmte de i n u a g h r o campo magouético de uima colireaite
sem pólo. Sanelh~antemente,tem= de a l e p aqui que o campo
eléctrico exilste sem que o fio prove a presença de uma c m n t e
rndnizida.
De facto, os nossa dois pilares podem ser reduzida ;i
um- o bamado na expedncia de Oemed. O r e s u l t d ~ )da
experiência d e F d a y pode ser deduzido daquela pwrr meio
d'a lei da can~seirva~ão da energia. Mantemos os dois pilares
cinicamente por amor 5 clareza.
Ouitra consequ&ncia da descrição de ca!mpo deve sar men-
Temos um circuito que recebe a comente de uma
pilha voltaica. A ligasão entre o fio e a pilha, isto é, a f m t e
da c o m t e , intermmpe-se bruscamente. Claro que não há
niaa5 corrente! Mas durante essa c u r a intermlpcãa rn ilnitrin-
cado processo se realiza - uim processo que também @ a i a
sex previsto pela teoria d o campo. Antes da I n i t e r r u ~ ã odda
corrente havia u,m ca~mpo mqtn6tico r o d a n d o o fio. Esse
campo cesmu de existir quando a c m t e foi i n t m m p i d a
Partanto, gagas A htenupção de uma curremte, um campo
m\agnStico d e s a p m e u . O n ú m m de linhas de força passando
a t m v k da superfície rodada pelo fio mudou rapidmemte. Mas
essa rápida ~muulançacriou uma comente induzida. O que =i-
mente importa, é a mudança d o cajmpo magnbtico, sendo a
comente induzida mais fmte se a mudmqa é mlaior. Esta come-
quência vaile por outra prova &) teuria. A inteirmpção de uma
c m t e deve ser a c a m p h a d a pelo surto de uma fone e
momm~tâneacomente induzida. E a experi6ncia confirma esta
predição. Quem quer que haja interrompido uma c o m i t e terri
notado a faísca que sai. Esta faixa revela a farte d i f q a de
potencial causada pela rápida m d a n p do campo m~gnéitico.
O mesmo paurcessx, pode ser observado de outro ponto de
I ista -o da magia. Um campo magnético desaparece e urna
faísca salta. Ora,uma faixa r e p m t a einwgia; logo, o campo
magnético ~ m b é mrepressn~taenergia. Usando com rigor o
conceito de campo, temias de olhar o campo magnético comi\
fonte de energia. Unicamente deste modo poderemos desc~vei
os fenulmenos eléotricos e magnéticos de acordo cam a lei da
carmrva~ãoda energia.
Partindo de um eaigen~hosomodelo, o campo torna-se cada
\ çz mais reall. Ajdamm a compreender velhas factos e leva-

- IIOWK. A attribuiqão de energia ao campo é um pm a mmis


n o desenvolvimento do mnceito de ca<mpo,e as ideias de su'b-
tincia essenciais na teoria mecânica perdem terreno.

A REALIDADE DO CAMPO

A desêriçio quantitativa, mmemática, das kis do campo


estão resumidas no que chalmaimos as «equlaalções de Maxwell) .
0 s factos até aqui mencionados levam-nos à f d a q b demo
equações, mas o seu conlteúdo é mais rico do que podemos
119dicair.S6 um estudo ouidadoso nos revelia a sura profundidade,
A famuila@io dessas equqões coinsti~tuio mais importamte
xonteci~mmtoda física d e d e Newtoai, não s6 por causa da
riqueza do miteúdo, como t m k pooulue ehs dão fcmma A
iini novo tipo de lei.
Os aspectos ca,racrerbicos das e q u a ç k de Maxwell podmr
sei resumidos numa pdavra. Reprsentaim a estrutura do
campo.
Em que diferem em forma e raaicter as equações de
' Iaxwell das equaiçks da mecânica.' Que queremos dizer, afii-
nimdo que elas descrevem a estrutura do ca~mpo.'Como r
gaççíwl qnre d a experiências de k s t d e Fmaday possaunos
criar um novo tipo de lei d e trarma4d-n impmância~paira os
s física?
futuros ~ v o l v i m m t o da
Vimim, da experiencia d e k t e d , como uun a m p s
rnagdtico envolve uim caunpo décrrica variável; e da, expe-
ri&& de Facraday vimos como um campo eléctrico nodeia um

-L-=) g L
1

r
-

'
-
i
-I
1

-
I
-

--

a m p magnético va~ável.Para delinear algumas dais caracte-


r.isticaa da temia de Maxwell, ponhamos a, uiiossa a~tençãonuma
destas duas expe&ncias, a de Faraday, por exemplo. Vamo$
repetir a figura em que uima corrente é induzida par um calmpo
magdtico variivel. Já sabemos que uma corrente inuiuzida
aparece quiamdo o númem de linhas de força palssando p l ~
wperfície limitada pelo fw muda. A corrente a~parecerá,se o
.mpo magnético muda ou qulando o circuilto sofre defoma~$io
.PU se (movimenta: isto é, desde que o nilmero de linhas m a ~ n e -
m a s passando pela superfície mude, seja qual for a causa da
mudamqa. Levar em c w t a todas estas várias possibilidades e
cliscutlr as suas influêlncias, seria ma~téna pauia uma teoria
m i t o somplicrida. Mas não paderíamos simplificas o problema '
i xprimertternos eli~rniniardas nossas considmqões tudo que
se refira à fcarma do circuito, seu cmprimwto e supexffcie
:,ircunscrita. Im&nmm que o circuito da nossa última figura
se ;conna cada vez menor, reduzindo cada vez mais o e s p a ~ o
que ele ciramcreve. Nesse caso, p e d e o valor tudo qumto
diz & i a fanma e tamanho. Com o e s p a p limitado pelo
circuito reduzido a um p o , mniaaho e f m e 6 0 elaemtos
que d c s a m -e n6s obtemos leis qlw cwreilacirrniam as
mdaaqas doi campo eléctrico e magnético num arbitrário
ponto do espaço. num arbitrário momento de ;tampo.
Eis uni dos passos ~c~ que h ~ às m equgões de
Maixweil. Temos de n o w aqui e m experiência iddizada
ima@ilditivaanemte-a mpetieo dh de Faraday cam um cir-
cuBm AueMlo a um ponto.
%ria melhor considerar meio passo. em vez de um passo
inreiru. Atd aqui a massa aoerqão fixou-se na experiência de
Fatraday. Mas o pilar da nossã tearita, baseado na experiência
de Omtd rsted. que e iigudmenite estudah e dk manieira
similw. Nesta expiência as linhas de faqa mq~n&ticarodeiam
a mnrwnte. Reduzindwas a um ponto, o segundo meio passo
estará obtido -e o passo inteiro revela m d a i ç ã o entre as
mudanqas dos caimps eléctrico e magnhtico num arbitrário
pmto no espaço. num arbitrário mommto de tempo.
Mas há aimdai autro paso i n d i i d v e l . De acordo coni
a experiência de Fmday, deve existir um fio que prove a
ixi&ência da comn(tedo campo eldctrico, como m experiência
de Oersted deve existir um pólo magn6tico. ou agulha, que
prove a exhtênciai de um campo maign&im. Mas a teoria de
Mmwell vai a16m destes factos experimcn~rais. O calmpo
4éctrico e magniétim, ou. mais cmcenaradmmte, o campo
zlectromagn6tico, é na teoria de Maxwell algo real. O campo
t 16ctrico é produzido pela muda~nçado campo magnético, haja
w não o fio que prove a sua exhência; um campo magnéticc~
I prodnieido pela mudança de um campo eléctrico, haja nu
não um pó10 magnético que prove a sua existência.
,4siirn, dois pwx essenciais levam 9s equações de
klaxwell. Primeim: de acordo com as experiêndãs de Oersted
e Rowland, a linlhia ci~rcuhrdo campo magin6tico que m d e i ~
3 corrente, bem m o o c m p o eléctrico variável, rednieiram-se
2 u p ponto; de acordo com a experiência de Faraday, a linha
,-ircular do campo eléctrico que rodeia o campo magnético
tambem se reduziu a, um ponlto. O segundo passo consiste nla
ndmissão do campo como algo real; o campo electmagnCtico
existe, age e muda de amríto cam as leis de Mãxwell.
-4s equações de Maxwell d m w m a emmura do campo
rlectromagn&ico. O espaqo inteiro constitui o cenário dessa.
leis. e não, como na teoria mecânica, unicamente os ponto.
em que a matéria ou carga estão presentes.
Relmbremos aqui a wlha mecânica. Cmihwemdo a posiçãu
e velocidade de p t i c u l a num dado instante, e c d e c e n d o
3. forcas actuianites, toda ai f u m a órbita da palfitícuila poderia
ser prevista. Na m n a de Mmxmll, se conhecemos o campo
num dado inaauute podemas deduzir como o campo inteiro
muda no espap e no tampo. Essas eqwaçk habilitam-nos A
reguir a história do c a p o , do miamo modo que as equaiaiçõeis
mecânicas n a habilitam a seguir a h8btimória das p d c u ~ l a s
materiais.
Mas há ainda u m diferenp essencial mw *asleis mecá-
nicas e as equações de Maxwell. A cumparaqão das leis da
gravitação de Kewton com as leis do c a p o de Maxwell frisaan
alguns aspectos cara~terioticosexp- por estas equações.
Com o auxílio das leis de Newton podemos dednizilr c
movimento da Tema pela força ammnlte entre a Tenra e o Sol.
.As leis 1~igm-no movimento da T m com a a c ~ ã odo Sol.
A Terra e o Sol. embora .tão dilsbamtes, são actanes IID jogo
das forças.
Em Maxwell não há actores anaiterhis. As suas equa@k\
matemáticas expnaçsaun as leis que regem o camipo electre
magnético. Não ligam, como as de Newton, duas c o h aunlpla-
mente sepa,radas: não ligam o que xonltece aqui com a$
I ondições de além. O calmpo aqui e agora depende do campo
dt. imediata vizinhança, nulm tampo recém-passado. E s w
í.qua@es prunim-nos predizer o que acantecerá u)m p u c c
alem no espap, num tempo pouco depois, se sabemos o que
nconlteee aqui e agora. ~ i t e m passo ~ , a passo, o m s t
mnthecimento do campo. Por meio da soma de- passo*.
podemos deduzir o que a m t m e aqui pelo que aconi'temu lcmge
daqui. Na tearia de Newton, pelo contrário, s6 6 0 adanisíveis
oí grandes passos que ligam coisals distantes. As experiência<
de Oersted e Faraday @em ser deduzidas da teoria dc
Wixwell, mas unicammnite pela agregacão de pequenos passor,
. nda um das qunris é pvemado pelas equaqões.
Um d o mais profundo das eqwqões de Maxwell mostn
,1uenovas e inesperadas conclusões podem ser extraídas, poù.qut
.i$ mnwquências tehricas são de carA~terqumtitativo e mve-
Iada6 por toda uma cadeia de aqymen~toslógicos.
Imaginsmc~sde ncwo uma experihcia idealizada. U8m.i
pequena esfera m caqa eléctrica é foqada por uma iniifluên-
{ia e x t m e a1 oscihr rapidamente mmo um pêndiu~lio.. Cm-
3 canhecimmts que já temos das m u h p s do campo, coanc,
descrever em linguagem de campo tudo o que se passa?
-4 oscilayão da carga produz m campo eEmico variável
i.por consequênicia 1taanMm uni m p o magn6tico variável. Se

um fio formaindo s M m C c o h d o nas vizinihanps, enXãtãc


novamente o campo magnético variável lsrA acoanlpanhado p i
uma corrente d&trica ao circuito. Isto n5o passa de m0r.1
repetisão de factos oarihiecidos, ma5 O estudo das equayõies de
Vaxw~lIda uima visão mais profunda do pmblema da cairgd
oscilante. Por deduyão ma,temática das e q q õ e s de Maxwell
podemos apreender o carác,ter do campo que rodeia uma carg.7
oscilante, a sua e m t u r a próxima oni afmad~ada fanite e a sur
valriqão m o tampo. O ~emil~tado de al dduqão foi a ondu
k.tectromagn6tica. A euimgia escapse da carga oscilaaiia, via-
,mdo com velocidade definida auavés do espaylo: mas a traas-
ferência de energia -o mvimentto de um estado - i caractc
ri'çtica de todos os fenihmos de onda,
Difemtes tipos de onda já foram considegauiw. Vimos 3
anda Imgimdiml c d a pela dm puisaaxe, na qual as
mzidaqas de dmskkk se ppgm através do meio. Viirnos
I, meibgeleia em que a d a trammwsal se ppaga; uma
deformiaqão da geleia, causada pela mwão dla esfwai, movia-se
através do meio. Que t i p de m u d q a s se dão agora! m caso
d% onda ~ t r w n a M~d m~ç a?s de um campo e l e ~ t r ~ -
mgneitim! Cada mudança de um campa el6ctrim prodiux um
a n p o mcignétim; cadh mudamip deste campo magnético
g d w z um campo eiéwtrico; cada mudanya de..., e assim por
diiainte. Como o campo represeata energia., m i a s as mudaaqs
~alizadasm spaqo. ccun velocidade definida, practuzem m a
a .linhas eléctricasi e magné-
> d a . Como se deduz da l ~ ~ r iais
;icas de força, estão s e m p em plamm perpandicu~lmesà direc-
:ão da propagqão. A d a p d u z i d ~é, por isso, itraasversal.
ds aepectas ariginaits do quadro do campo que f d m o s com
1s experiências de Oented e Fairday ainda penmainecem, mas
>emai agora que pasmem significaqão mais profundo.
A anda clec~tnumagniéticapropaga-se no q a p . TamGni
,\to decoxxe da temia. Se s~~bita~menite a carga ascilante deixa
ie se mover, o seu campo tmna-se elecamtático. Mas as dries
l e ondas criadas pela osci~laçãocanitjinuaim a propagar-se. -4s
zndas têm existhcia independente e a história das suas mu-
:ancas pode x r ampanhcida do mesmo modo que a de qual-
p e r objecto materiaL
Outro ponto importante. Com que velocidade a ond.1
clwtr<rmagn8tica se propaga no espaço vazio? A teoria dá-nos
resposta clara: « ~vloçidadede uma onda electromagnética e
p a l ti velocidade da luz.
As experiências de Oerçted e Farday ffamaram a basr
Ias leis de Maxwell. Todos os muload'os até aqui obtidoi
provieram de um cuid!aidoso estudo destas leis, expresso eni
iiniguagm de campo. A descoberta &rica de uima onda
ileotrama&tíca propagando-se cam a velwidade da 11wcon+
+ituE uma da&grades conqIuims da ciência,
Os i a e m experimtiais cmfi~nmmaana p d q ã o da teoria.
=ela primeira vez há cinquenta ainos, Hmtz p m u ai exis-
:ência dias andas electrxmna~@&tlca,e expaimendmmte con-
fimnou que elas têm 0 w1wida~ieda lua. Milhões dk pesoas
se utilizam hoje das ondas electmmagnétictas, de todg e em
: d a a parte expedidas ie recebidas. O q a m i h o em u m é muito
m i s m p l i c a d ~que a de Hentz, e andas partidias de
rni~l~hwesde qui1ólrnen-m de diaância, e não apenas de p u c o s
inem.

CAMPO E IXER

A d ekctmag&ca é ~ m a n s v e de paiopaga-se mni


a velocidade da1 luz no espaqo vazio. O facto de e s m velocidades
xmm idênticas sugere unia íntima relaqão e m os fenbmenos
upticos e as electmmqpéticoç.
Quando tivemos de eswlher entre a temia carp1w:uilaù e
. onduhtó?ia, decidiimrrnas em favor desta. A ~c~ da luz
influiu m nossa, escolha. Mas nião c m l m r i m o s nenhuma
das explicaçk das factos ópticos, se admitiumos que a onda
luminosa é electromagnética. Pelo m á r i o ; outras conrlcuusões
ainda podem ser tiradiats. Se é realmente mim, então deve
cxisitir algum nexo a t r e as propriedades ópticas e eléctricas
da matéria, que p s a ser deduzido da teoria. O facto de quc
comlu& deste tipo possaim ser tiradas, qmiatndo o julga-
m n t o da expi&ncia, é um bom argumento a favor da teoria
electrumaigdtica da luz.
Este gramde multado &mo10 h temia do campo. Dois
ramos da ciência, aparemtemente sem ligação, socorrem-se da
m m a teoria. As equações de Ma~xwelldescrevem tanto a
jndqão eléotrica camo a refracção óptica. Se é nossa intenção
descreves aido que acontece, ou pode acontecer, por meio de
m a temia, então a união da Óptica e da eleatricidade constitui
~m grande pa&so em frente. Do p n t o de vista fisiw a ú~n,ica
d i h ç a entre a onda electmm~agdticae a an& de luz está
no campritmenro: (muito pequem para as ondals luminosa6 per-
ceptfveis pela vista humana, e grande paira as ondas e l e c t n
magnéticas captáveis pelas r5dioureceptom.
'A velha teoria mecânica tentau reduzir r o d a ar f&
menos do mundo a forças aclmndo entre partícula. Uma das
decorrências foi o ingénuo conceito dos fluidas elécbrims. Para
os físicos do começo do século xrx o campo m ã o existla. S6 a
wbaância e as suas mudmqas aram reais. Procuravam dw-
r ~ w ar acção de duas cargas eléctricas un~icmenitepor meicr
de conceitos com elas relacionadas.
No comqo, o conceito de campo não passou de um r n d c
de facilitar a compmmão dos feaiámenos, A luz da teoria
mecânica. Mas, na nova linguagem, é a descricão do c a m p
eaac as duna cargas, e não as ccl.rgas em si, que é essencial!
para a compreensão do modo camo elas agem. A admissão dm
iiovos cmceitos foi rdpida, e par fm a ideia de whstância
cedeu o lugar A ideia de csumpo. Vimos logo que algo de g r d e
importância sucedera A física. Uma mva mlidade se criava
icm novo conceito sem cabimento na velha desoriçãio mecânica
I-entmente, e com luta!, o cmceito de campo abriu caminho
e mtmnizoue canuo um dos c~ruieiímbásicos da física. par^
os sábios de hoje o campo elec;tramagn&ico é rão read camo
n cadeira em que se sentam.
Mas seria falso pensar que o novu, conceitu de campc
libertou a ciência dos e m da teoria dos fluidos elbtricos, ou
que a nova temia destdi as mqukms da velha. A m a teoria
ressalta os méritos, bem cornu>as lilmitqões, da velha, e habiibi-
litcwnm a mmnstrui~ros velhos conceitos p r meio dessa ~ v i s ã a
2 nifvel mais alto. B Isto d a d e i m não só para os conceito\
de fluido e campo, c m o para tbdas (asmudam~asnas teoria,
físicas. por mais mvohciluná~ri~ que p a q i m . No c m en-
discluinção, por exwnpio, ainda c m c c m m m na temia de
Vatuwell o coaiceito da caùgá eléan-ica, umbara campreendidcl
uniaimente c o m fmte do campo eléctrico. A lei de Codomti
ziinda está de pé e entra ~nnsequaqões de Maxwell, das quaic
pode ser deduzida como uma das suas muitas cunsequ6ncias.
Podemos aplicar a velha teoria m p m que i n w t i g m a s factos
que a não invalidem. Mas também p i e m o s aplicar a nova,
desde '&e t d a os factos con!heckh se ajustem h t r o delta.
Falando irnaghativamente, podkmm dizer que o cr4ar de
m a nova teoria niio c o m p d e ao demolir d e ulm paudieiro
para a c o ~ ã deo um manlha4us. k A m e s subir a, uma
nonrainha para alcanpr visão mk dilatada e descobrir i m p -
vistas l i m õ e s e m o riam punito de pairtida e os a n r e d m .
Mais o punito de onde paultimas aisnda existe e pode ser visto,
~mnquamtoa p r q a cada vez m m m e f o m e ulma parte bem
-nlnúmla da grande paisiagem desvendada pela almpliaqão do
~cwsocampo visual.
Tempo se p a w u a t e s que o conteúdo tutal das teorias de
i.lau<well Eosise apreemdiido. O c a p o h i nb começo quallquer
ioisa que mais tarde t h h a de receber interpretação mecânica
.unm o auxílio do éter. Isso, porém, tomou-se impossível; os
~esukadosd a temia de caunpo já se tinihaim mmtrado m i o
.dias e vaistos p - a . caberem no velho molde. Além d b , a
gmblema de prefigwar o modelo mecânico do éter ia-se aos
p u c m a$astando de qualquer mlução, ecm vi'sta d o carácter
'orçado e artificial desse meio.
A wsa única saídai é tomlaiilmos como assente que o espaço
:em a propriedade física de tralnsmitir ondas decm;umagn&icas
- e mão n m incam&rniu>s com a significaqão &te princípio.
Podemos ainda w a, pallavra éter, ma6 apendls; para exprimir
~lgiuimapropriedade física do espap. Não será a primeira vez
que mo curm d o dmmvdvilmento da ciencia assa palavra muda
de significaqão. Hoje já não é um (crnlew» corustituído por palr-
5culas. Mas a sua história ainda má longe do fim, e vai ser
iontinuiada pela teoriia da relaitividade.
O ANDAIME (MECÂNICO

LNeste pomo do nmso p&o tem de voltair atrás, à lei


da ingrcia de Gailileu. Diz ele:

Cada mrpo permanece no estado de repouso, ou de mo\ I-


menw mIfu11rllle m linha m r a , q u d o não campedido a
mudar de macio pela a q ã o de forqs sobre ele exercida.

U'ma vez cnmpmdida a ideia de inércia, paiwce estnanh<\


que algo mlais passa ser diao a respeito. O problema, enoretanito
par mais diiscu(tido que tenha sido, a i d a não está eqpuado
S u p o n h a m um d b i o que admita que a lei da in6rcia
pode ser provada au negada por meio da, experikia. Esse
sábio im~pele pequem16 bolas mim m a mwsa hrizontal.
proamando reduzir o a ~ ~ &aoo mínimo, e verifica que o movi-
rn m se t m a maik luoilifme q u m o mais as bolas e a mesa
9ã0 lisas. E q m d o Rstá pestes a p l m a ia lei de delileu,
algiuéim ilrilesipe-e faz-lhe uimai partida. O m sábio
twibailha num apmemo sem jaauelw, sem mhum mmmica@o
cam o mundo exterior. Alguém inala rim vizinihan~~âs zirm
mecanismo que faz o gaibimete gimair ribrpidamienite sobre um eixo
que lhe passa pelo c-. Lago que Ia m t q i o principia, s
sAbh depaira com uma mova e imprevista experiência. As bolas,
que estavam em nnovimetn~oumifme, procuram afastar-se o
mais pam'w1 do m m e apmxiumrse das @lar do ccnnpar-
thento. O p6pai~sálbio sente mzi estraaha f m p impeli1ndo-o
de encontro i parede, experimmtautdo a senwão que nb
cm1boio em mairda nm dá m a cuim; oni, melhor, a se~isação
de um camasise1 em movimento. Todos os multados que d e
obtivera ~ K Iestudo da inéwia se baralham.
O nmm sábio teria de dedazm-se da lei da inércia e cm-
quemtemmte de todas as lei mecânicals. A lei da i&cia fora
o seu pointr, de partida; se muda, haverá que m u d a tam;t>élm
todas as conclusões. Um obse~adorcondenado a pamar a vida
intei~ramm gabinete mmtivo, nele f d o as suas experiências,
teria necessidade de leis mecânicas difereateti das nosas. Çe.
por oulm lado, ele penetra no gabilnete mm um profundc\
:onihecimmto e uma sálida fé nm princípjios da física, a sua
explicação para o aparente daastre dn mecânica seria a de quk%
r ? gabinete girava. E por m i o de experiências mecânica podei2
~ i l d averifim~rcomo o gabinete girava.
Parque apmnmm,os aqui este exemplo do obervador
dentro de um recinto rotatívo? Simplesmtmte porque n&, na
Tema, de certa modo vivamos em situqãu, mmelhainte. Copér-
riico ensinou-nos que a Tara gira sobre o seu eixo e se move
em tamo do Sol. Mas até essa ideia, tão simples e clara paira
t&t não foi deixada irilmcta pela avanqx da cihcia. Par
ulm momento, porém, ~ ~ I I I ~ Kisto X Sde I d o e aceitemos o
ponto de v i m de Gopéwico. Se o mso observdor roraltivo
não pôde confirmar als leis mecânicas, &, no aasvo planem,
~mlibeimnão o padamm fazes. Mas a rotação da Tema, 6 rela-
r i m e n t e mrmxça, de m d o que QS seus delitos são pouca
perceptíveis. Não obsraite há muiitas experihk aeveladom
de um pequeno desvio das leis imecânicm, e ipso facto demcuns-
tradoras da nxrtaqão da Tema.
Inifeiizmeate nio a m e g u h colwair-nos entre a Terra
e o Sol paira provar a pmkira validade da (lei da inÙércia e ter
;i vi60 da Terra girando. Isto só pode mr feito em imagiruaqão.

T& as mssas expriências têm que ser waliz& nia Tema1


em que &aonos. Ou, mais cimtifiaaimmte: a Terra é o nosso
sistema coordenado.
Para mostrar clmmeuiite a significaqãu, destas pailavm,
tomemos um exemplo. E-11yrs padvel predizer, em qualquer
mamem, a posiqão de wma padra lauyada dR uma e im e
xmfimmar pela o b q ã o a predição. 5 u m escala m6trica
ia coi& ao h g o tia podamia~predizer que p ~ m
dela arará a. pedra num da& momento. A tom e a exala
obviaimma niio devem ser feitas de bomacha ou qiualquier
material que possa sofrer alterações duraate a obsermqão. De
tacto, uma exala imutávd, rigidamente ligada à t a r a , e ulni
bapi relógio são tudo qualnu> ntx basta p m a pmval. Na, posse
&to, podemos ignorar não só a arquitectura do torre como a
ma &@ia presentp. btas swposições são tnvia'11s e m c a
retardadas na d ~ r i @ o de tais experiênck - mas mostram
.amo em cada, afimoção m a existem suposições multas. &o
am p r m t e , admitimos a existencia de uma esoab rígida e
de um relógio, sem o que seria í o n ~ ' v e 1provar a lei de
Gailiileu relativa i qulediê dos m p o s . Com esses simples, ma.;
zítndmentais, aapasehos físicos, ' m a escala e um relógio. po-
,lemos provar a lei da queda das corpos çam çwto grau de
precisão. Cuidadosamente realizauia, a prova nevelará d k r e -
+ncias entre a teoria e a experiemia, devidas a~ faato de que
as leis mecânicas, como as temos, não são ãigoux>saanante
.álidas nim sistemla coordenado rigidamente ligado à Terra.
Em todas als experiências mecânics, de qualquer tipo que
\e]am, havemos que determinar p o s i ç k de pontos materiais
nium tempo definido. c m vimos x i m prefigwada.~ Devemos
ier o que ~ha~maimicxço sistema de referência, um andaime
mecânico que nos habilite a detenminar a posiqão d m corpos.
Xa descrição da posi$ilu dos homens e coisas de u m cidade.
3s avenidas e ruas formam s sistemla a que tudo se refere. Até
aqui não nos preocupámos m m desarever um sistema quando
stabelecmos l e i mecânicas. porque, c m o vivemios na T e m .
não 6 difícil, em qualquer caso, fixar um ponto de refesnrici
@idamente ligado a da. &te sistema de referência de toda as
:i~>ssas observapaçõey recebe o nome de sistema coordenado. C m o
vamos repetir muitas vezes esta expressão, par comodidade
~ b r e v i i l a a m mem duas letras: SC. SC qlmr dizer, pois. Sistema
Caordenado.
Em tada a e x p i ç ã o feita até aqui há a nutalr a, falta dt
qualquer coisa. Essa faltá é que todw as oohservaQ3~devem
3er feitas em relaçio a um Sistema coorde~ado,ou a um SC,
nair; em vez de descrever a e s t m t w deste SC, andamos a
por cima dde, fio o t o d o em consldemqão. Qlziaundo
dizemos que «~wn cmpo se move d o r n m e i m w . . .» devm'mos
dizer: uum wrpo move-se udbmemeniee am r e l q ã o a! um
dado SC...D A num experiência cwn o gabinete m t i v o
ensinaas qwe as d a a d o s experiências mec%nicaspodm
depender d o SC esdhido.
Se dois SC g h m em relação uim aio o u m , as leis mecâ-
niçiae m i o podem ser vhlidas em aanbos. Se a superfície da 4giua
de umri piscina (um dos SC) é h w i z d , anfio no onutro a
m p d k i i de urmra p k h a similar toma a f m a curva de quem
mexe o caf6 cosn a c o l l h d a .
Quando estaibeleçiennos as principais piarás m â & a s ,
d'eix4nics de lado uun ponto h p m n t e : não dech6myx1: para
que SC rnelas válidas. Por esse m i m , toda ai veha mecâ-
nica está susperisâ m ao; desde que não sabermo6 a que SC se
rdm. Mas de momento ponhamos isto de lado. Aclmimos,
para qumeinicar, que em cada SC rigidamente l i g a d ~h Tem
as leis da v& mecânica são vásMas. Embora s a i 4 . m ~que ~ a
T e m não é um adequado sistema de referêInciab m m n i t m e a -
mente adanimms que o seja.
Admitida f i a , pominto, a exhtbnci~a de um SC para o
qual as leis da mecânica são válida. Mas ser6 esse SC o único?
Surpoaiiia-se que tmm uan SC tad camo uun comboio, uim navio,
um avião em movimieazo. Serão as leis dh mecânica váli&
panai esses mvos SC? Sabemos dsfiuiidmnente que mim sangre
são vailidas, cumo no caso d o combrio que faz m a c u m , de
um navio que &a &s ou de m avião que d- em
p d u s o . C m m m cam o caso mais s i m p k . Um SC move-se
u-emm em relqão ao nosso «bam»SC- k b é, uan
no qual w leis mecânicas são válidas. E x e m p b u m c m b i o
ideal1 wni um ruavio em mm-cha lenta, em linha redal, aun veio-
cidade mmte. Por whservaqão di&& sabemos que esses dois
SC & chns»; que as exper0.Bncias fisim r e a l i d a s nuim
comboio ou navio diaçses çUão os mesmas mesulcados que
dariam se K i na terra f h e . Mas se o comboio p h ou
subiOaunenite a r e l a a vdcciie, ou se o mar está bram, coisa4
estrmh.as ai0ailtem-n. No çamboiio, a~ malta6 m~iecm+seb h g a ~
e NO mvio as cadeiras @wrn e os viajantes eaiijuíum. O que
tu& significa que, cbo pmto de vista fd5jia0, t s $bisda mecânica
não @.em ser a@icaicùas a esses SC, que são « ~ SC. »
h o ~ pode ser~ expmssa o pelo chmado «prin-
cípio da relatividade de Galileu)); se as leis da mecânica são
válidas num SC, entao são também válidas para qualquer SC
que se mova uniformemente em relação ao primeiro.
Se temaç d& SC que se m o v a não u n i f o r m e m t e em
relação m ao oniltno, então as I& da mecânica mGo podem
ser válidas m ambos. Aios chons)) SC, isto é, hqueks paaã os
qmis as kis me~~ânricas60 v 5 W , más chQlmtam sistemas
irrerciais. A questão de se u m sismm inercial existe, a4ùida! não
está reslvidla. Mas se a- existe, então h'merá um mhnero
infinito d d e . Gada SC que se move u~niformermwniteeni relação
ao SC inicial, é ( p a a n i h uim SC inercia.1.
Consideremos o cmw> de d ~ iSC s que p t e m de uma posição
conhecida e se movem u n i f m m e n t e em relação um ao oum,
cam velocidade c d m i d a ~ .Um comboio QU um mvio, par
exemplo. As i& da mecânica padem ser expedmep1i~'lrnente
cmhunads tanto na terra cano no coanKo ou n o navio de
miaircha iuaiihe. Mas difloullWe5 sulrgam se obsewadom dos
dois sistemas ccunsçaim a discutir u w õ e s do mesmo facto,
feitas do p t o de vista dos seus diferentes SC. Cada q w l
quererá ItmmtsFd~ as d o ma-o para a sua @pia
lingwa. Mais !um exemplo: o maano m v i m m t o de uma par-
ti& é o k a d o de dois SC, a [tema e o cambaio em mamha.
Tema e comboio são imrciiak. Mas bastará ç â i k o que foi
&semado em m SC para. conhecer o que foi absavado nio
o w , se m d d o mamemto as wlocid6 e posicões dos
d& SC hm d e c i d a s ? Pam a desaicão de factos é esslea-
c h l saber aoimo passar de ~iumSC paira aiutm, desde que são
mbas equiivahm e igoualmieairte adequados h descrição dos
fa~mNa realidade, basta conhecer os , m l - de um para
ter os & wtm.
Ooinsideram~ a questão de um pcmto de viera mais
a m b . sem (30i13hbOU nlavio. Para simpljificx aí matéria
inivãçt&aneimcs s6 o mkeniifo em linha recta. Temas uma
escraia dgida e m relógio. A escalla, a
ida,-en rm movi-
memo rectPineo. m SC equiiva~lmbeA escala dia t o m na expe-
riência de Galih. É m p r e ~n.a.issimples e melhor, no caso
do movimento arbitrário m lespap, um andaime rígido cam-
posta de bpantllehs e peqmdidaops, em vez de estaamos
as voltas com torres. mù~15,mas, ate. Suponha-se!que mas,
nu, mçso oaw> mais simples, dois SC, que são dz~asbamw
rígidas. blocamwlw uma sobre ri. ouara e ~rar;rsiaimiosa dene
miná-las o <ra!lto))e o «baixo))SC. Adimit!amios que os dois SC
se movem curm a velocidade definida unn em da@o ao aurtno,
de mado que rinn desliza wbre o outro. Admitanos que as duas
ba~mastêm m a exmn&o infinita. tendo pontas iniciais, mas
sem extremidades. Um relógio bamrá para os dois SC, porque

o fluir do twnpo C o ~ ~ B S para


T ~ Oa m b . No começo da m s s i
observa@o o poauto de partidia clas duas barras coinicidm.
.A paçição de um p t o material C nesse momento dabmiaiada
pelo mesmo número nas dois SC. Mas, se as bms se mwem
uriiihmemnnte, uma em ~ l a q ã oA aum, os dmen>s mrm-
ptmlerum h posições dos p um serão difanenites depois de
r n ímnpo, digamos um segundo. Considmmas um puna0
111amia1 da bama de cima. O nIíbnuem que detamina a mia
pmição neste SC que permiamece imóvel aão muda ccun o
tempo; mas o l n 6 m ~ na h de Mxo que
desliza, muda. Em vez de «o número mespondente a urna1
p i g o do porùro))diremws com mais hiievidade a coordenada
de um ponto.
Vemos no desenho que e ~ ~ ~ b oa r sentença
a que wgue
p&ep i1ntrincada,exprime dgo muito simples. A cwodemda
de lucm p t o no baixo SC é igud à suta cau* no alto SC,
mais a coordenada de a r i ~ r ndo a1to SC em da* ao baixo
SC. A coisa impmbmte é que sernpne p a d m mlçuiar ti, posi-
ção de umti particuls naum SC, se! sabemw a sua posição no
outro. Para esse fim tamas de ccxnhmr as Panções relativas
dos dois SC em cada ~miummto.Erm~boraisto prtreça a d i q ã o ,
é n a d i d a d e muito simpla e p m m m e d b r de debate
minlwho -e v e r e m a, sua utilidade mais rairde.
É vantajuço luatar a difemnqa entre determilm a posição

de um ponto e O tampo de u m facto. Cada o b s e d w está


com a sua ou tem o seu SC, mm o mlógio é muan a
ambos. 'Tempo é algo ccabmluto)) que flui iiplrnmte para os
okwadores de tuda os SC.
Agora outro exemplo. Um hcnnem caminha com a v d ~
cidade de três quilóme~rospor h m ao longo do convés de um
n~avio.Três quilómeónxç é o veilocidade em relq50 aw> barco,
aui, por outras plawm, moiebtiva a a SC rigidmmIbe ligado
ao barco. Se a1 v d w i d d e da m h c a q ã o é de criaita quilb
metros por hora m ~relqãoà costa, e se as velocidades uni-
fmmes do h m e m e do navio têm ã mema dilrecqão, nesse
c m a velocidade do hwnem será de trlrtra e três qniilómeteas
por hora em d a ç ã o Ia um ohervador na mta,e de cirês q~iZ16-
i n e m par hora em nalqão ao amvio. Podamuç foamniim mais
abst~mtamemteeste f a m : a velocidade de um p t o matexiel
em mvimmto relativo ao baixo SC é igiaaù à sua velocidade
nlWiva ao alto SCJ mais m menos a velocidade do alto SC
em ro<qão aio baixo SC-&OIIIT~R as velocidades têm a
m m t au oposta clkmçâo. Podema, pois, tmndorni;ùr 160s6
as gmí@es como também as velocidadw, de um SC para outro,
se cixdwmm as w l o c ~ e relativas
s dos dois SC. As posições.
ou m m a s , e as velocidades, são exemplos de quiamkhdes
d ~ ~ eme difwmtes
s SC ligados por mtm leis de trans-
formaçbo.
Existem, todavi% quamtidades que se conservam as miemnas
nos dois SC e paira ais quais não necessitairnos de n d u m a lei

de tr-mqão. Tomemos como exemploJ não um, mas dois


ponm fixos nta h m de cima, e consideremos a distância que
os separa. Esta dimâmia C ai d i f w m ~ aentre as c o a r d d a s dm
c b i i pontos. Para aahm as posições de dois pantcs d a t i v o s a
difemntes SC, tiennos de empregar as leis de ~risfolmaqão.
Mas, can~tiruhcbas dife?ie?aças de duas posições, as t m d o r -
maiç&s devidas aos difemmm SC aoiRii1iaunse mutuaunenk e
desparecem, como vemos claramente no desenho. T a o s de
acresoenrar e subtrair a distância mtlre ias arigens dos dois SC.
P. distâmoia de d d s pontm é por isso invariante, isto C , inde-
pendente da escolha do SC.
O imediato exemplo de uma quantidade I n d e p d e n t e do
SC é a mudanp de velocidade, ccmceito que já estudámos nia
mecâniical. Um ponto m b e r h i m v d o - s e em linha recra é
observado de de SC. A sua rndanp de velocidade é, piara
o u m d o r de cada SC, uma d i f m f a entre duas velocidades,
e as ~ r r a n s f m g õ e sdevidas ao movimento u n i f m e ~Eaitivs
dos dois SC anulam-se qutamdo c a h l a m esta dife~enqa.Por
mo a miudaùiç~de velocidade é uma «invaUiiaaiite», embora
s0aneait-e quamdo o rnovimenrto reliativo das noaos dois SC é
m i f o m . Eniitnetamo a mindtunp de w h i d a d e será diferente
em cada SC, sendo esta difereqa cletarminada pela variação
de vedocidade das movimentos dativos das duw barras que
repxsnraun os nossos sistemas dmaidaç.
E, por fim, um último exemplo! Temos dois p t o s mate-
riais, com forças aonuando mtm si, 96 m dependência da
distância. No c a w do movimemto rectilineo, a disthch, e
p m m m a forp, é inv-. A lei de Newtoai, que liga a
força com a rnuckmp de velocidadie, é, pois, válida nas dois SC.
I\iova~mentec h e g h m a uma a h & o que a experiência de
todos os dias confirma: se as leis da mecânica são válidas m m
SC, d o &no também em todias os SC de movimento uni-
t o m em r & @ ~ao primeiro SC referido. Os nowx exemplos
foraim das mais simples, mãs as c m c p d~e m ser sesu-
midas como se segue:

I. Não saibemos de regras para identificar um sistema


inwcial. E n c m m d ~ que
) seja um, podemos descobrir
um m k o infinito, d& que os SC que se movem
uniformemente um em relaqão ao outro são sistemas
inerciais, já que um o é.

2. O tempo correspondente a um facto é o mesmo em


todos os SC. Mas as coordenadas e velocidades são di-
fenantes, e mudam de acordo com as leis da tmsfor-
mqão.

3. Embora as coordenadas e a velocidade mudem quando


psamos de um SC patra outro, a for* e s rnuda3ya
de velocidade e, portanto, as leis da mecânica são
inrauiarttes com Irespeito às leis da transformação.
As kis de transformação paira caordendas e velocidades
chaùnmmos ((leis da velha mecânica)), ou, mais sintetica-
mente: transformação cldssica.

ETER E MOVIMENTO

O princípio da! relatividade de Galileu é válido para os


fenómenos meçânicos. As mesmas leis da mecânica aplicam-se
a todos os sistemas inerciais que se movem rela~tivamente
uns aos outros. Mas será princípio igualmente válido para
os f e n 6 m o s não-mecânicos, s o k t u d o aqueles para os quais
os conceitos de m po se revelaram tão importantes? Todos
os pmblemas concmtrados em redor deste ponto nos levam
à tmrial da relatividade.
Recordemos que a velocidade dal luz no vácuo, ou no éter,
é de trezentos mil quilómdros pw segundo, e que esm luz
é uma)anda electromagnéticai que se propaga l méter. O campo
electromagn6tico conduz energia que, uma vez emitida pela
fan,te, mmost~vida independente. Par enquanto m t i n u a m o s
a admitir o éter como o meio através do quaI as &s elec-
tromagnéticas, e, portanto, a luz, se propagam, embora$ re-
conheçamas as muitas dificuidades ligadas i estrutura mecânica
desse éter.
Suponhamwm s e n a o s n u n m i n t o estanque, tão iso
lado do mundo exterior que nem o ar entra ou sai. Se estaanos
faiasido, estaanos do ponto de vista1 fisico criando ondas de som
que saiem da fonte com a velocidade do som no ar. Se não
houvesse no d t o nenhum ar. ou qualquer outro meio entre
a boca que fala e o ouvido que ouve, não poddimos ouvir
nenhu<ms m . A experiência t e m mostrado que ai velocidade
do çam no a~ré a mniesmai em todas as iiiwz@es, se não há
vento e o ar está em repouso no SC escolhido.
Imaginemos agora que o aicem m i n t o estanque se move
unifomemente no espaço. Através das Paapdes de vidro do
recinto em movimento (ou comboio, se preferem) um homem
de fora vê tudo quanto se passa lá dentro. Com k nas medi-
ções do observador que vai dentro, ele pode deduzir a wloci-
d d e do mm relativa ao seu SC ligado ao #meiocircuadante,
e r e l a x i v ~ aao q w l o recinto se move, Aqui temos de
novo o velho e tão debatido problema da determinaqão da
velocidade em um SC, caço já a tenlhamos verificado num
oum.
O observador dentro do ~recin,todiz: d velocidade do som
é para mim a mesma em todas as direcçk.
O observador de forai diz: ai velocidade do som propagadò
no recinto em m~vi~rnento e determinada m meu SC, não
é a mesma em todas as direcções. E maior que a vehxidade
normal do som na di~mqãodo movimento do recinto em movi-
mento e menor na direqão o p t a .
Estas conclusik são tiradas da transformação clássica
e podem ser confirmadas pela experiência. O recinto condu;r
dentro de si o meio material, o ar através do qual as onda?;
sonoras se propagam, e a' velacidade do som m á par isso dife-
rente para os dois observadores, o intarno e o externo.
Podemos ainda tirar outras conclusões da teoria1 do som
como onda propagada, atralvésde um meio material. Um modo.
embora não o mais simples, de não ouvirmos o que dgukni
está dizendo, é corrermos Cbm velocidade maior que a do som
produzido por quem falla. Nesse caso as ondas mnms pradu-
zidas nunca' nos akançarão as t f i n p o s . Por outro lado.
se perdamos uma palavra. impmtante que nunca será repe-
tida, temos, para apanhá-la, de c o m com velocidade maior
que a do som. Nada há de i~rraciomlnestes dois exemplos,
excepto em que ambos os casos terímm de c m r c m a vele
cidade de trezentos e sessenta metros por segundo, veloci-
dade, aliás. que o desenvolvimmto técnico pode tornar possí-
vel. Uma bda projectada por u m camhão realmmte move-se
com velocidade maior que a1 do som. e rum homiean mimado
dentro dessa baia nunca poderá ouvir o estrondo do tiro.
Tados estes exeanplos são de cadcter puramenlte mecânico,
e permitemmx f m u l a r =tas i m p t a n t e s quu%t&s ser-
-nos-á ,possível repetir para o caso da onda de luz o que disse-
mos da onda sonorai? A p l i w s e á tanto aos f e n h e n m me-
c h i m s como aos Ópticos e déctiricos o princípio de relatividade
de Galileu e o d a ~ s f o r m g ã oclássica? Seria amkcado rn
ponder a estas perguntas com ((sim» ou «não», antes de ver
mais a fundo o que significam.
No caso dai onda sonora n o recinto em ~movimmtouni-
forme relativo ao observador externo, os seguintes pa~m
intermediários tomamn-se essenciais para a nossa conclusão:
A ) O recinto volante conduz o a r em que a onda mnora
se propaga.
B) As velocidades observad* em dois SC que se movem
uniformemente um em relaqão a o wm, Jão r e k i o m d a s pela
transformaqão clássica.
O correspondente problema, da luz tem que ser fornalado
de modo um pouco diverso. Os obw.rvadores do recinto
olante já não estão falando, rnas envia~ndosinais luminosos.
ou ondas de luz, em todas as dinxções. As ondas luminosas
movem-se através do &ter do mesmo modo que as ondas
sonoras no ar.
Pergunta-se: é o éter conduzido pelo recinto como o foi
o ar? Desde que não temos uma repmentação mecânica do
éter, tomase extremamente dificil mponder à questão. Se
o recinto é estanque, o ar de dentro tem que mover-se c o r
ele. Já com o éter não podemos pensar m i m , porque pelo
concepção que dele temos toda a matéria está nele ilmersai.
Yão pode havw janelas fechadas para o kter. O recinto
1-olante, agora,, significa apenas uim SC em movimeaito, ao
qual está rigidamente ligadai a fonte de luz. Mas está em n&
imaginar que o m i n t o volante com a sua fonte Iznminosa
conduz comigo o éter, do mesmo modo que o ar e s fonte
sonora eraim conduzidos pelo m i n t o estanque. Mas também
podemos imaginar o i n v m : que o recinto caminha através
do éter cama um mvio sobre um mar peolfeiitarmente calmo,
sem levar consigo nmhumai parte desse mar. Na nossa pri-
meira imagem, o recinto que se move cam a fonte de luz
coidue o &a-.Uma aoiiallogia c m a i1artda.mra é posslvel
e conclusões similares podem ser tiradas. Na nossa, segunda
imagem, o recinto que se move c m a fante luminosa não
conduz o éter. Não há aqui nenhuma alnalogia com a onda
sonora, e as canclusões tiradas para o caso do som não
servem para o caso da! cmdh de luz. São s ets as duas possibi-
s
a
lidades. Podemos imaginar a possibilidade ainda mais com-
plexa de que o éter só C parciallmente conduzido pelo recinto
volante - mas não há razão para, d!iscultir o mais complexo
antes de verificar o que diz a experiência em rela~ãoaos dois
casos mais simpies.
Vamos de momento retornau ao primeiro caso e admitii-
que o Bter é conduzido pelo recinto volante. Se cremos no
princípio da tramformqão das velocidades das ondas sonoras,
podemos aplicar as nossas mcIusõaç às ondas luminosas.
Não há m ã o para duvidar dai lei da wimsfonna~ãornechica
pela qual as velocidades têm que ser somadas em certas casos
e subtraídas em outros. De momento, partaaito, aceitemos a
transformação clássica e a ccandu$io do éter pelo recinto
volante.
Se eu acendo a luz, cuja fonre está &idamente ligada ao
meu recinto, esse sinal luminoso terá ai velocidade conhecida
de trezentos mil quilómetros por q u m l o . Mas, como o obser-
vador de fora permbe o movimieaito do recinto e portaaito
taunb6m o da f m t e luminm~,a sua conclusão deve seir: a vele
cidade da luz no meu SC a t e m é diferente em diferente';
dhcções. Na direcção do movimento d o recinto é maior que
a velacidade inomãd; e na direcção opusta C menor. A nossa
c m l u s ã o ser& se o d e r é levaido com o recinto v a h t e e se
as leis da mecânica são válidas, então a velocidade da luz
de@ da velocidade dai fonte de luz dentro do recinto
vhte. A l'uz q w chega aos nossos olhos vinda de uma, fonte
-I que se move, terh velocidade maior se o movi-
mento C n@ 'nossa dkecçiío, e menor, se C em diriecçã~cvn-
xárita.
Sê a nossa velocidade fosse maior do que ai da luz, pode-
ríamos damar-nos de uon sinal luminoso. Chegando antes das
ondas luminosas emitidas, podeiáauncrs ver coisas do passado.
P o d . . o s alpanhá-las em sentido contrário a~ da emissão,
e os acmteciimemm d o nosso planeta ~ ~ i c como
i m
um filme passado imvemenite d o fim para o c m q o . Todas
estas c o n c l resultaan
~ da admissão de que o SC em movi-
mento conduz consigo o éter e as leis da transformqão me-
cânica são válidas. Sendo assim, a anailogia entre a luz e o
som torna-se pfeita,.
Mas não há qualquer indica$io de que estas conclusões
sejam ve3.dadeim. Pelo contrário, vemo-1% ~ b ~ t i d por
a s todas
as observqões que tentam prová-lx. Sobre isto não há a
menor dúvida, eanbonai a demonstra+ seja obtida por expe-
riêaiciar; mdlrrectae, em virtude das difiauldades dzm directas.
A velocidade da luz, sempre a mesma em todos os SC, ntío
depende do movimento, nem do modo de movimento da fonte
luminosa.
Não vaunos detálhar as muitas exprihcias de que esta
importante concl~usãoresulaa. Podemos, todavia, mar ailguns
armem& muito simples, que, embora não provam que
a velocidade d'ai luz n30 depende do movimento da,fonte lumi-
nosa, tornam o facto c o m ~ v e i .
No moeso &terma pianetálrio, a Terra e os outros planetas
m o v a m e em d o r do Sol. Não saihos da existência de
m o s simmas p l d d a semelhm& a o nosso. Há, entre-
w w , n z u b sktame de estreb d u m : dum estrelas que
se movem ao d a r de um ponto que C o seu centro de gravi-
dade. A o-ão do movhento dessas estreias demonstra
a validade da lei da gmvitqão de N e m . Suponhamos agora
que a v e l d a d e dh luz depende da velocidade do corpo que
a emite. Neta= cam a s raMs de luz de uma es!mh caminha-
riam mais rapidamente ou mais lentamente de acordo com
a velocidade da meh no mmento do raio ser emitido.
A confusão dos movimentos não permitiria aceitar a validez
da lei de gravimção do \nosso sistema planetáirio.
Vajamms outra exwência baseada numa ideia muito
simples: uma roda que gira1 rapidamente. De acordo com a
nossa suposição, o éter é cmduzido pelo movimento e nele
toma palte. Uma onda luminosa que paçsasse perto da roda
teria uma velocidade quando a roda estivesse em movimento,
e outra quando estivesse em repouso. A velocidade da luz no
&ter em repouso m i a diferente da, velocidade da luz no éter
conduzido pela rada em movimento, do mesmo modo que a
velocidade de uma onda m o r a não é a mesma m m dia
calmo ou num dia de vento. Mas essa diferanp não 6 apreen-
dida#! De qualquer ângulo que encaremos o assunto, e seja
qual for a experiêaicia que fqamos, o veredicto é sempre
contra a hipótese do &ter conduzido (pelo movimento. Assim.
o resulrado das nossas considerações vem a ser:
A) A velocidade da lurr. não depende do movimento da
fonte emissora.
E) Não pode ser admitido que o corpo em movimento
conduza consigo o éter avolvente.
Temos, portanto, de abaaidonau a analogia entre as o h s
s o n m s e as luminosas, e retomar à segunda possibilidade.
que a ma'téria se move atmvés do éter, o qual não toma parte
ao movimento. Isto quer dizer que admitimos a existência
de ulm oceano de 6ter com todos os SC asentes nele ou
movendo-se em d a @ o a ele. Abandonemos por wn instante
a preocupaqão de que a experiência prove ou negue esta teoria,
e familiarizemo-nos com ai significação desta hip6tese e com
as condusões que dela possaai. tim.
Existe um SC em mpouso em rela@o ao ocemo-éter.
Em mecânica, (nenhum dos muitos SC em movimento mifarme
e m rela~ãoum ao outro pode ser distinguido. Todos esses SC
são igualmente ((bons)) ou ((maus)). Se ternos dois SC em
movimento uniforme, um em relação a o outro, nada significa,
em mecânica, indagar qual deles está em movimento e qual
em &pu90. Só o m v l m n t o umifmme rdatiw, pode ser
0bse~ad0. Com base n o principio da relatividade de Gdileu
não pademos falar do movimento uniforme absdu~to. Que
significa dizer que o movimmto unifmne absoluto existe?
Quer dizer que existe um SC no qual algumas leis da Naturem
são diferentes das que regem todos os outros SC. Quer dizer
ainda que cada observadiw pode aprender se o sãu SC está
em repouso ou em movimento, pela comparação das leis nele
válidas c m as que só são válidas mo SC ccnn o monopólio
de possuir o repouso absoluto.
Que c01~3lusõeshá a tirar se admitirmos o movimento
atrav6 d o &er? Que existe um SC distinto de todos os outros,
em repouso relativmmte ao o c e a d t e r . Toma-se perfeita.
mente clacro que dgumas das leis dai Natureza devem ser
diferentes neste SC; de contrário a expressão ccrnoviimento
através do é t m ) não teria 'sentido. Se o princípio dh relativi-
dade de Ga'lileu é válido, então o movimmto através do &ter
não tem sentido. Impoan'vel conciliar as duas ideias. Se, entre-
tanto, existe um SC especial fixo no éter, nesse caso as
expressões ((movimento aibsoiluto)) e ((repouso absoluto)) têm
signifkqão definida.
Não há escolha. Procunamos çailvair o princípio da mlati-
vidade de Galileu com a admissão de que sistemas coordenados
conduzem no seu movimento o éter, mas isto choca-se com
a experiência. O único meio dk sair do impasse C abandonar
o princípio da relaltividade de Galileu e admitir a ideia de que
todos os corpos se movem através d o calmo oceaùio-éter.
O paso imediato é estudar dgumas concliisões que con-
tradizem esse princípio de GaJileu e apiaim ai ideia do movi-
mento através do éter. e submetê-las h prova da experiência.
Tais experiências são fáceis de imaginar e difíceis de 3.ealizar.
Mas, camo estarnos lidando com ideias, não nos prieocym
dificuldades materiais.
Voloemos de novo ao mso recinto volante e aos dois
observadom, o i,nterno e o emerno. O externo rqmsentar'á
o SC normal, designado pelo oceandter. Nele al velocidade
da luz tiem sempre o mesmo vaiar estabelecido. Tcdas as
fontes de luz, em movimento ou em repouso no oceanoéter,
a emitem com a mama velocidade. O recinto volmte e o seu
observador interno m o m - s e no éter. Imagine-se que o luz
dentro dele se acmde e apaga, e que as p&es são trmspa-
rentes, de modo que os dois ob6ervadOIw podierm medir-lhe
a velocidade. Se indagamnos das mdlções que esses obser-
valores obtiveram, a, Rsposta será assim:

Observador externo: O meu SC é designado pelo ocemo-


éter, e nele a lua tm'o valor m r d . Não me preocupa que
a fonte de luz ou outros copos estejaun ou não em movi-
mento, porque o meu éter não é canduzido por essa fonte de
luz ou esses corpos. O meu SC distingue-se de todos os outros
e a velocidade da luz tem neste SC o s u valor exacto, inde-
pendente da direcção do raio lu~minosoou do movimento da
sua fonte.

Observador interno: A minha d a , ou recinto, move-se


através do oceano&r. U m das paredes afasta-se da luz
e outra aproxima-se dela. Se a minha d a viajasse com ã velo-
cidade da luz, então a luz emitida do centro dela jammis
alcançaAa a parede que se afasta cam a velocidade da luz.
Se a sala caiminhatsse cam a velocidade menor que a luz,
então a onda emitida, do centro dela alcanpria uma das
paredes antes de alcqarr a outra). A parede que se move
para a luz mia alcanpda antes da que se afasta da luz.
Por isso, embma a fonbe de luz esteja rigidamente liga&
a o meu SC, a velocidade da luz nPo será a mema em todas
as dinxçóes. Será menor'na di-o do movimento dal parede
que se afasta e d o r na &*ao coma+.
Assim, d no SC distinguido pelo oceano-éter a vele
cidade da luz seria igual em todas as dirieoções. Para outros SC
em movimeato relativo ao oceaaidber, dependerá da díxqão
que medirmos.
. Essa1 expmiênciai crucial habilitamos a tirar a prova da
temia do t mo vim to através do oceanoéter. A Natureza,
de facto, põe A nasai -@o um sistema m 6 d de alta
!elocidade: a Terra na sua rotaição em d o r do Sol. Se a
nossa suposição está certa, então a velocidade da luz na
dinxção do movimento da Tima diferirá da velocidade da luz
na direcfão oposta. As dikrenps podam ser ca~lculadase uma
expeiriência, pode ser concebida. Uma experiência fannos fai
imaginada por M i c h e h ie Mmley, de que resultou a («morte)*
da teoria do calmo oceanoéter a,ttrrivés do qual a matéria se
moveria. Não foi tnrantradai nenhuma dependência da veloci-
dade em relação à di~cqZoda luz. Nem a velocidade da luz,
nem qualquer outro fenómeno de campo mostraraan depender
dos SC em movimento, se e teoria do m n o é t m fosse levada
em contal. Todas as experiências u l t e têm ~ ~dado a mesma
negativa da de Michelson-Morley, não *velando qualquer
dependência entre a 1w e a direcção do movimento da Terra.
A situação tornaee cada vez m i s séria. Duas supições
foram experimentadas. A primeira, que os corpos em movi-
mento conduzem consigo o éter. O facto de que a velocidade
da luz não depende do movimtn~to da origem contradiz esta
suposição. A segumda~, que existe um SC distinto e que
os corpos em movimento não levam comigo o Cter, mas m i -
nham nele como num mar cdmo. Mas, se é assim, ent3o
o principio da relatividade de Calileu não é válido, e a veloci-
dade da luz não pode ser a mesma em cada SC. Novamente
temos a experiência ai contrariar a, suposição.
Outras teorias ainda mais alrtifkiais foram propostas,
como a de que o é t a só é conduzido pa~ialmiente.Mas falha-
raun. T d a s tentaram explicar o fenheno electromagnético
num SC em movimento com o aw'lio do movimento do éter,
ou com o movi~mentoaitravés do éter, au com ambos, e todas
falharam.
E temos aqui urna das mais dramáticas situqões reveladas
pela história dai ciência. Talas as suposiqões relativa ao éter
não canduziafm a na&! A experriêrilciai vetou-as todas! Olhando
para trás vemos que o éter, logo depois de &do, se tornou
o ctenfant terrible)) do clã das substâncias f i s i a . Primeira-
mente, ai construção de uma imagem mecânia do é t a reve-
lou-se impossível, sendo abandonada(. Isto foi em grande parte
a causa do desmoronamento dai mria mecanicista. Depois,
tivemos de a~banidonara esperaaqa de que stravb ou1 por
meio dai presença do ocean& um SC pudesse perma-
necer à pnte e permitir a admissão do movimento aibduto,
não apnas do relaltivo. Isto teria sido o único meio de o &r
justificar a sua existência. A d este momento todas as nossas
tentativas pala1 tomar o ékr uma realidade fadhairrwn. O &er
não revelou ai sua esta-utural mecânica, nem revelou movimento
absolu.to. Nadai ficou1 de todas as propriedades do &r, A v o
aquela para qual fora inventado: a capacidade de transmitir
as: ondas electromagnéticas. As nossas tentativas para des-
cobrir as suas propriedades levaa-am-nos a dificuldades e con-
traidilções. Depois desta odisseia, claro que chegou o momento
de esquecermos o éter, e de nem sequer lhe pronunciarmos
mais o nome. Devemos dizer: o espaço tem a propriedade de
transmitir ondas -evitando deste modo ai enuaickqão de uma
pa'latvraimarta.
A amissão de uma paiiavrai do nosso v~cabu~lário, entre-
tanto, não constitui m é d i o para o nosso caso. Há muita coisa
mais a ser resolvida ainda!
Mencionemos os factos suficiienteanente coafirmados pela
experiência. sem ma'is mos preocupamnos com o problema
do ((6...N:
I. -4 velocidade luz nuun espaqo vazio tem um v a h
fixo, indepe~identedo movimento da fonte luminosa
e do rmzptor dai onda.

2. Em dois SC que se movem unifomemente em reláção


um ao ou,tro, todas as leis da Natuma são exacta-
mente idênticas, e não h& meio de distilnguir o movi-
mento u4nifomabsoluto.

Muitas experiências confirmam estas conclusões e ne-


nhuma as infima~.A primeira afimqão exprem o c d o t e r
constante da velocidade dai luz; a segunda generalizo o pin-
cípio da relatividade die Galileu formulado para os ffenhenos
mecânicos, ou seja, tudo que acontece na Natureza!.
Na! mecânica já vimos que, se ai velocidade de um ponto
materiaJ é tail em tmla~qãoai um SC. então será diferente para
outro SC que se mova uniformemente em relaqão ao primeiao.
Isto decorre dos princípios da tmnsfarmaqão mmânica~.É dado
i~mdimamentepela m ça intuição (um h o m m mvendese
em relaqão ao mvio e 3 praia) e aparentemente nadai pode
estar errado! Mas estal lei da transformaqão mecânica está em
contradição wm o carácter constante dai velocidade da, luz.
Daí um terceiro princípio:

3. Posiqões e velocidades são transformadas de um sis-


tema inerciad p r a outro de acordo com a trmsfor-
rnalção clássica.

A contradiqão torna-se evidente. Não podemos cmbina1r


as três conclusões. A transformaqão clássica pauece muito
Óbvia e amplies para que alguém mte mudá-la. Já experhen~
rámos mudar o ( r ) e o (2) e a expeaiência desaatorizou-nos.
Todas as temias r e l a t i v ~ao movimento do «em requerem
uma alteracão do (r) e do (2). U m vez mais verifkhos
o ca1rácter muito &io h nossas dificuldades. Nec&taanm
-
de uma mova pista a qual é dada pelas aceitação da suposição
funbamental ( I ) e ( 2 ) e, por mais man.ho que o pareça,
peisi ,rejeiçãu de (3). A nova pista p r e de uma málire do
conceito irna& fm-táil e firn.idm; vaimos mostirar c o m
esta alnáik nas fmpt a mudar as mossas velhas ideias e
remove todas w dificddades.

TEMPO, DISTÂNCIA, RELATIVID,4DE

As nossas suposições são:

I. A velocidade da luz no vácuo é a mesma em todos


os SC que se movem uniformemente uns em relação aos
outros.

2. Todlas as leis da Natureza são as mesmas em1 todos os


SC que se movem uniformemente uns em relação aos
outros.

A teoria da relatividade comegâ coan estas duas suposições.


De agora em diante não usammos a ~ t r a n s f o ~clássica,
o
porque já sabemos que ela contradiz tais suposições.
É essencial aqui, como o é sempre na ciência, desligamno-
-nos dos pnxonceitos profunidos, frequentemente xpatidos sem
nmhulm discmimento. Desde que vimos que as mudanças
em ( I ) e (2) levam a contrad~içóescom s experiência, preci-
s m o s ter a coragem de adrniti~-lhachraamente a vailidade
e atacar o ponto possivelmente fraco -o modo pelo qual
posiqões e velocidade são wansíormadas de um SC para outro.
A nmsa htengão é tirar conclusões de ( I ) e (2); ver onde e
como iesças suposições contradizem ai biãinsfo-o clásçica;
e encontrar a significação fisica dos iiesulltados obtidos.
Uma vez mais o exexnplo da sala volante pude ser &o.
Sinais são emitidos do centro da 4% e de novo perguntamos
aos dois observadores, o interno e o e x m o , o que C que eles
contam observart, aldminindase unicaimate os mosi90s dois
princípi& e esquecendo quanto foi dito em rdaqão ao meio
atmués d o qual1 a luz caminha. E i
s o que responderão:
Observador interno: O silnad lumin0~0que paù-te do centro
da sala a l c q a r á as duas pairedes a o mesmo tempo, iama! vez
que as paredes estão a i g d distância da fonte luminosa
e a velocidade hluz é a memm ean todas as direcções.
Observador externo: No meu SC a velucidade da luz é
exactalmente ã mesma obsemada dentro &a (sala volante.
Pouco importa que ia fonte de luz se !mova ou não no meu SC,
darde que o movimento da fonte não influencia a! veiaidade
da luz. O que vejo é um sinal l u m i m o viajando com a veloci-
dade uiurma~l,que é a mesma em todas as d i m c w . Uma das
p d e s da d a volante p u r a fugir, e outra pmcura apmxii-
mar-se d o siniai luminaso. Por imo, a pwde que foge será
atingi& s h d luainioso u m pouco depois de eme ainuail ter
atingido a parede que se apmximci. Embora a diferença^ seja
se a velocidade da sala for pequema em c o m ~ a ç á o
rniiiirniiiihai,
com a dai luz, o sinal luminoso não alcainprá simultaplieiarmenife
as duas paredes opostas, que são perpendiculalrs à direcção
do movimento.
Comparadas as 'resposta dos dois observadom, o d-
t d o contradiz os conceitos, na\ aparência, bem fundado6 da
f&ca clássica Dois factos, isto é, os dois raios de luz que
d a n ç a m as paredes, são slmultâms parai o observador de
d e n m , mas não o são p a i o de fora. Na física clássica tamos
um relógio só para todos os ohxrvdares em talos os SC.
O t a p o , e, partamto, palavras tais m o «simulmaunente»,
(mais cedo)), ((mais tarde)), têm uma signifiqão albsoluta~,que
depende de. qualquer SC. Dois factos sucedidos ao mesmo
tempo num SC ção n-e simultâneos a tados as
outros SC.
As ~uposi$ks (I) e (2). isto é, a teoria da relativjdaKle,
foqa-nos a, abandonar &e p t o de vista. Descrevemas dois
factos c a n h d o s a o mesmo t a p o iaum SC, mas em tempos
d i h n t e s noutro SC. A nossa tarda é coanpreendm esta
consequência -compreender ai significaqão destas pailama&:
doi factos simultâneos num SC podem não ser simultânm
em outro.»
Que qureEmoç dizer cam «clois factos simultâneos num
SCN?Inniitfvmanre todo o mundo jdgo compreeuiidãr a signi-
f i c a @ ~da frase. Mas temos de desconfiar & intuição. Estu-
demos o caso, mas antes d k m há uma questão ai propr.
Que é um rel&gio?
A impressão subjectiva do fluir do tempo levanos a admi-
tir que um facto acanrteae amim e mtm depois. Mais, pam
mostrar que o intemdo de tempo entre os dois factos é,
par exemplo, de dez seguùùdos, ternos necessidade do relógio.
O relógio objectiva o conceito de tempo. Quaiqmr f&eno
físico pode ser usado camo relógio, contaoito que seja repetido
quantas vezes o desejarmos. Tomando como unidade de tempo
o inbervalo entre o com- e o fim de um facto, intervalos
arbitrários de tempo podem ser medidos pela repetição deste
processo físico. Todos CAS relógios se k i a m n e m ideia.
Na ampulheta, a unidade de m p o é o intervalo da passagem
da areia da parte superior para, a inferior. V i i r d o s e a m p u -
lheta, o feinómmo repete-se.
Em dois pontos distaaciadm temos dois relógios perfeitos
que marlam exactalmnte o mesmo tempo. Mas que acontece
na &alidade? Como podemos ter a certeza de que dois relógios
distanciados um do outro m & m exactamente o mesmo
tempo? Um método de controle poderia ser a tekvisão-
mas não se esquqa que lembramos isto camo exemplo e não
camo essencial A nossa aqumanta@o. Posso estar junto a1 um
dos relógioç e pelas televisão ver o outro. É-me possível então
julgar se de facto marcam o mesmo tempo. Mas isto não c o m
tituhia boa prova. A visão do outro relógio, que eu receberia
pela telev55ã'o. ser-me-ia dada por uma onda electmmagnética
-a quail caminha m ai velocidade da luz. De modo que nZo
há simdmeidade, porque, n o relógio junto ra mim, vejo uma
c& j4 passada. já ;iltnasadaj. Mas usa dificuldade pode ser
removida e eu receber pela televisão a neprieseai,ta#o dos dois
relDgios; para ism basta que eu esteja en- ambos. i g u a h m t e
afastado de almbos. Niesse caso, se ia imagem das dois me for
transmitida simultaneamente, recebê-losai no mesmo instamte.
Na mecânica usávamos uùn só relógio, o que nos foqava
a tomar todas as medidas nu vizinhanp desse relógio. Mas,
olhando para o ~mlógioa, distância, par meio, por exemplo.
da relevisão, havemos çempne de nos lembmr & que o que
no momento estaunos vieaido aconteceu m pouco antes, como
se dá no cam do pôr do Sol, que vemos oito onjirwitw depois
de o Sol m a r desapmcido. Cumpre, pois, fazar correcções em
todas as nossas leituras de tempo.
É portanto inconveniente ter um só relógio. E como nos
é dado saber o meio de vexificar a B m o n i a de vários relógim.
podemos imagináh tantos quaaihos quisemos mim dado SC,
cada qual a determinar o tempo d o que sucede, na sua vizi-
nhança. Os relógios estão todos em repouso relativo ao SC.
São «bons» relógios e sincronizados, o que significa que m o s
tram simultaneamente o tempo.
Estamos, pois, agoral usando muitos ,relógios sinmnkadas
em vez de um só, e facilmente poderemos julgar se dois factos
são ou não simuitâneos num dado SC. Dizar que uim dos factos
distantes acontece antes de outro é &a que já tem signi-
f icação definida.
Isto representa um a c d o com a velha física e não uma
t ontradição cam ai transfonmaqão cláaica.
Para! la defini~ãbde factos simul~tâneos, os relógia são
sincronizados por meio de sinais. Tma-se essencial, no nosso
esquema, que esses sinais caminhem com a velocidade d a luz,
irto é, a velocidade q,ue representa o papel fundamental na
teoria da relatividade.
M e que desejamos w t a r do impartante p b l e m a de
dois SC ern movimento u n i f m e nelativo um ao outro, teanos
de considerar duas barras, ccada qual com o seu re16gio.
O'vbse~adorem cada, um dos dois SC está com a sua b r r a
e os seus relógios rigidamente fixos.
Quando na1 mecânica, clássica discutimos medidas, &OS
uim d6gio para todm os SC; aqui, temos muitos m16gio6 em
cada SC. Esta d i f e r q não tem importância Um mlógio
seria suficiente, mas ningwh pode objleobair o o m o emprego
die aiPiMtos, d d que todo5 fundo- sinicmizaidaanemte.
Estamo-ùios aproxhamdo da p t o em que a transforma7
ção clássica se põe em conitradiição c m a teoria da rehtivi-
dade. Que acontece quando dois conjuntos de relógias se
movem unifmemmte em d a 6 0 rec-i'proca? O velho físico
responde: mada'; conservam o mesmo ritmo. e para ai ~ c a ç ã o
do tempo tanto pudemos usair relógios am repouso como
relógios em movimento. De acardo com õ velha, física, dois
factos simultânieos em um SC 9ã0 também shultânieos
noutcm SC.
Mas esta não é a única resposta possi'vel. Iguatlmente
podem<)s Mioghw rmi rel6gio em movimento que tenha itm
ritmo difmmte de o u m em mpouso. Discutamos esta1 p s i -
biIad'ade sam par cmpaata decidir se os mlógias mudmm de
rimo com o movimento. Que q u m w dizer com a su.pOSição
& que pn relógio em mavimemto muda de ~tinw? ArEmicamw>ç,
por amar à siunpliciwe, que temos u m s6 'relógio no SC
e muitos no baixo SC. Todos possuiem o mesmo maquinismo,
e os do baixo SC são siuicmnizadm, isto C. mos^ simulta-
neamente o ,mesmo tempo. Desenhemos agora três posições
wbsequentes de dois SC em movimerum relativo um ar> outro.
No printeino desenho as posições da ponteiros dos relógios
de cima e de baixo são convmionhente as mesmas. Todos
os *relógios mostram o mesmo tempo. NO segundo d d o
vemos as posições relativas dos dois SC algum tempo depis.
Toda as relógios no baixo SC mostram o mamo tempo.
mes o relógio n o d t o SC está fora do ritmo. O ritmo mudou
e o tempo difere, porque o relógio se move em relagáo ao
baixo $C. No terceiro desenho viemos na pc&@o dos ponteiros
a diferença aumentada com o tempo.
Um ohse~adorem repouso no baixo SC pode verificar
que um reI6gio em movimento muda h mitmo. A CO~S
se o relógio se movesse em relação w observadar em repus0
no alto SC; neste caso haveria muitos ~elógiosno d t o SC
e um só no baixo, AS leOr da Natureza devem ser as mesmas
nos dois SC que se movem em rsl;nção um ao outro.
Na anechica antiga era ta-ente admitido que uni
relólgiio em 'movimento não mudava de ritmo. Isto parecia
6bvb de mais piam ser lembrado. Mas naia deve peca
óbvio de mais: se m k t e visamos a precisão, temas de
asiadimr !todas as suposi@es até aqui~~ do ffsicá.
Uma supos@o não pode ser cansiderdai como não ra-
zoável simplesmente porque contraria ras da física cl4ssica.
Podemos, pois, imaginar que um relógio movate muda de
ritmo, se as leis da m u d w a são as -mas para todos os SC
inerciais.
Ainda outro exemplo. Tmemos um metro material, isto é,
ulma vara que tem um menu> de comprimto, enquanto está
em repouso num SC. Faqamo-10 mover* uniformemente <sobre
a barra1 que Teipresenta o SC. O comprimento da vara pa-
recerá ainda de um metm? Temos pmiiminaùimente de h
como determinar a extensão da vara. E n q w t o ela estam em
repouso, as suas extmnidades coincidiam com ai macrcâ de
um metro no SC. Disto coaicluimw>s que a exttmdo da m a
em repouso era de um metro. Mas como nisdi-la durante o
movimento? PaderA ser s i m : num Mio momento dois obser-
vadores fotogrdam simdtanieaanienite as extxrniddes da vam.
Se as instantâneas foram ti~aclossimultrune;bmente, podemos
comparar as marcas na bana SC com que as extsemidades
da vara coincidem. Estará determinada a sua extensão, Não
há r z ã o para crer que o resultado de tal m d d a seja o mesmo
obtido no caço da vara em repouso. M e que as fotqipfix
foram tomadas simulmeamente, o que vem a ser, m o já
vimos, uun conceito relativo dependente do SC, pame possível
que os resultados da mensuração sejam diferentes, em diie-
rentes SC que se movem em relqão um ao outro.
Podemos imaghax que não (sóo relógio movente muda de
ritmo como tamMm que a vara movente muda de extensão,
já que pam todos os SC hmiiais as leis & mudaqa são as
masmas.
A p a s temos discutido algumas novas possibilidades, m
dizer como as justificaas.
Wmbremm isto: a velocidade dai luz é a mesma em todos
os SC inerc*. I m v ' v e l conciliax eshe facto com a lm-anç
i'orma+o clássica. O c í ~ m l odeve ter-se quebriado em q d q u e r
parte. Não será justamente aqui? Não poderemai mipr
mudanças no ritmo do rel6gio e aia extensão da vara que
provenham dktamenite da constância da velocidade da luz?
Na reallidade piemos! E aqui está o primeim exemplo de
radical desacordo entre a velha física e a teoria da dativi-
dade. O niaru> argumento pude inverter-se: se n wlocidaide da
luz é a mesma em todos os SC, então a vara Imovente pude
mudalr de extensão e o relágio movente pude mudar de ritmo.
com as leis que govemam essas mudanças rigorosamente deter-
minadas.
Nada, há de imisterioso nisto. Na fkica velha sempre foi
admitido que relógios em movimento e em repouso th
o miesmo rimo, e que varas an movimento e em repouso teip
ri mesma extensão. !k a velocidade da luz é a (mesmaem todos
os SC e se a teoria da ~ ~ vé válida,
i ~nesteecaso temos
de sacnificair m a admissão. É muito dificil desfaemmnos
de velhas ideias, mas não 'Mm é d i o . Do ponto de vista da
relarividade os cmiehs lariitiga~ptammm a m b i c r ~ .Porque
h a m o s de crer no tempo absoluto, fluindo do mesmo modo
para todos os o k a d o m em tudo6 os SC? Paique ha~i~mkx
de c m em distância imutável? O tampo é determinado pela
relógios; o espqo é d e n a d o p ~ rvarras; o xesuiltado das
detemirilações pode depender do comportamento desses reI&
gios e varas quando em movimenito. Não há motivo para crer
que se cmportem como nós desejamos que se comportem.
.i obsernqão unosm, indktmnente, por meio ddas fenómentls
do campo electromagn$tico, que um dógim m movimaito
muda de ritmu>e uuna vrinia em movim- ~mu& de ex~nsão,
ernbma cum baw nos feai6mm fisicas rn supniséssems
que assim fosse. Temm de areiúar o conceito do tempo relativo
em' cada SC, pooque é o mdhor meio de vencermos as dificul-
dades. Posterior avanp científico oriundo da mlativldade
m a que este novo aspecto não deve .ser considerado
um md necessário, visto saem evidenites os méritos d;i teoria.
AtC aqui temos procurado aicstra~o que leva às s u p i -
ções fundamentais dai teoria dai xlatividade, e como m a
teoria força) a mvisão da ~ m s f m g ã oclássica por meio
de um novo exame do t m p o e do espap. O nosso objectivo
é indicar as ideias básicas de uma nova física e de m a nova
visão filodfica. Essas ideias são sim*; mas na f m a em
que aqui f m m formuladas não levam a conclusões ao m m o
tempo quantitativas e qualitativas. Temos de voltar ao oiasso
velho mCtudo de explicar só as ideias principais e apmentar
outras sam provas.

Para tornar clara a diferença entre as ideias dos velhos


físicos e as dos modernas, iimaghaimcs um diáIogo entre
4 e M -o antigo e o moiimo.

A: Creio no princípio da datividade de a i l e u , porque sei


que as leis da mecânica são as mesmas para dois SC que se
movem unifarmemente em um ao outro, ou1 por outras
pahwas, porque essm leis são invaaiantes relati~aanen~teà
tramsforunação clássicac
M: Mas o princípio da t-eIatividade deve se.r aplicado
a tudos os factos do mundo exrenio. Não só as leis da me-
câaica, mas também tudas as l& da Natureza devem ser as
meaimas nus SC que se movem uniformemente em relação um
ar, out!ro.
A: De que mudo podem as leis da Naitiírem ser as mesmas
paria esses SC? As equações de campo de 1- iuão são
invaniantes reI~tivmmteà transfma@o cIássica. O fen&
memo da velocidade da luz moamo com clareza. De acordo
com a txamformaqão clássica\, essa velocidade não pode ser
3 mesma nos dois SC.
M: Isto apenas mostra que a transfonnaqão clássica não
pode ser aplicada e que ai conexão entre dois SC deve .e dife-
rente; que nós não podiemos ligar c d e n a d a s e velocidades
como 6 feito nessas leis de braawfmaição. Temas de apresem
tar novas leis deduzidas das supasi@es funnlaimenctais da d a -
tividade. Não nos incomodemos com a expnessão maitanática
desoas novas leis de rnsfurrmaqão; cmtentemenm can saber
que são diferentes das clássicas. E denaminemdas abreviada-
mente tmnsformação de Lorentz. Pode ser mostrado que as
eqm@es de Maxwell, isto é, que as leis de campo ção inw-
Bimtes para a nãaisforma@o de Loreniz, do mesmo modo
que as leis da mecânica são invakiaui~tespara a t r a n s f m q ã o
clássica, Lernbmcmos de como era na física clássical. Tínha~
mas leis de h m s f o r m ~pam ,- leis de aãais-
fornação para velocidades; mias I& da mecânica! esam as
mesmas parai os dois SC em cam~Tínhamos leis de transfor-
mação para o eqmp, mais não para o tempo, porque o tempo
eiã o mesmo em t d a s os SC. Na teoria da ,relatividade não
é assim. Temos leis de ~ m a ~ difemtes ~ á odas clássicas
pam o espaço, o tempo e a velocidhdie. Mas as leis dai Natureza
d e v a ser as ,mesmas panai todos os SC. As leis dai Natureza
devem ser constantes, não, como antes, wn relalção à trauis-
faran;bção dásrioa, aras em rehçáo aio mvy) tipu de tranusfm-
rn-o, o de Lomtz. h) .t.odosos !X Entzciab as i s s leis
são válidas e a tmmiqão de um para auctro é dadai peh rr%nis-
f o ~ deobnmz.
A: Aceito isso que diz, mas quero conhecer a difarega
entre a transfomqão clássica e a de Lorea~tz.
M: Cite alguns aspectos da tranisformaqáo clássica e eu
procwarei explicar se estão ou não premados na1 de Laiiaitz,
e em caso contrário que mudanças sofreram.
A: Se dgo acontece m certo ponto e em certo tempo no
meu SC, então o observador em outro SC, que se move unifor-
memente em xlaqão ao meu, marcai um d i f m t e número
para a m ã o em que isso acorutm, mas marca o mesmo
tanpo. Usámos o m ~ relógioo em todar; os nosços SC,e 16s
rem itmpxtância que o relógio se mova. l? isto também
dei0 para, a sua teoria,?
M: Não. Cada SC &ve ser equipxio com os seus pa6prios
relógios em repom, u m vez que o movimmto lhes muda
o ritmo. Dois observadores em dois diferentes SC assinaiam
mão só diferentes números para e posição, camo rarnbém para
o tempo em que adgo acontece.

A: Isso quer dizer que o tempo não é u m invairiante.


Na aransformqão clássica o tempo é sempre o mesmo em
todos 06 SC. Na de Lorentz o m p o muda, comparta-se coma
a coordenada na velha) ~amsfoma@o.E que há com a distân-
cia)? Na mecânica antiga a vara mantem a sua extensão
tanto a o movimento como no repouso. E na nova?
M: Na novai, não. Dai tmnsformaqão de b r e n k decom
que a vara, em movimento se contra'i na direcção do movi-
mato, e tanto mais quanto mais amemta a velocidade.
Quanto ~maíis~rapidamenitea vam se mover, mais cum pare-
cerá. Mas isto s6 acorre na direcção do movimmto. Do me^
desenho pode ver-se a vara reduzida à metade da sua extensão,
quando em movimento com velocidade aproximada de no-
venta por cento da luz. Na direcção perpendicular ao movi-
mato, p é m , não há contracção, como se vê do segundo
desenho.

A: Isso significa que o ritmo de u m relógio iem movi~mmto


e a extensão de uma vara em movimento dependem da velo-
ridade. Mas como?
M: As mudanças tomam-se m~aisdistimtaç 2i proporção
.que a velocidade cresce. Da transfoirmaqão d e Lorentz decorre
que a vara se reduziria a zero, se a velocidade alcançasse
a dai luz. Si~mila~rmenite,o ritmo de ulm ~ l ó g i oem movimento
toma-se lmais lento comprado com o dos relógios fixos da
bairra de referência, e chegairia a zero se o relágio se movesse
com a velocidade da luz, isto é, se o relógio fosse «bom».
A: Isso parece canoradiuer tadas nossas experiências.
5aibemos que um c a m não fica mais curto quando e m movi-
mento. e talmb6m sabemos que o condutor desse c m o pode
sempre comparax o seu «bom» relógio com os que vê pelo
caminho, verificando que 60 c e m s - O que é conitráno
à aaerção acima.
M: Não contesto. Mas esças velocidades mechicas são
muito pequenas cmpar&as com la da luz, e torna-se groteçf~
a aplicaqão da irelatividade ai 1tai.s f&enos. Cada condutor
de e&ro pode aplicar com s e g m n p a, física antiga, ainda que
aumente a velocidade d o c m o cem mil vezes. S6 p o d a m
esperar desacordo entre a exparihcia e a tnansfomação
clássica quando as miocidades se aproximem da & luz.
Só com as máxilmas velocidades si vaiidade da trainsfomação
de Lorentz pade ser verificada.
A: Mas há ouma dificuldade De m r d o com a velha
me~ân~icaposso imaginar corpos com wlocidades ainda
maiores que a da luz. Um c o r p que se move com ia velocidade
da hz. p t o em ~ h @ com o um w i o em marcha, move-se
em relação à praia com veloaidade maior que a da luz.
Que acontece A vara que encolhe a z m quando a wlocidcbde
igualla a da luz? Não podema esperar uma extensão negativa,
com sind (-), se a velundade é maior que iai da luz.
M: Não há m ã o para IA sarcasmo! DQ ponto de vista
da mlativida~k, um corpo ~mamialnão pode ter velocidade
maior que a da1 luz. A velocidade dá luz é o limite ú1tiuno da
velocidade de tudos os caapos mastakíis. Se a velocidade do
corpo for igual A da luz daitiviaunenre a (um d o , será
também i& à da luz dartivamente h @a. A simples lei
mecânica de adicionar e subtrir velocidades já não é válida,
ou, mais p~isaimeitte,só é válida para p e q u e m v e i d a d t s
-não 'para as que se aproWmaun da da Im. O número que
exprime a velocidade da luz aparece explicitammte na wil~ls-
formaqão de Lorentz, e desempenha o papel de um limite,
cwno na velha mwânica a velocidade infinita &ta teaiai
mais geral não contradiz a trasfonnqão clAsicai nem ai velha
mecânica. Pelo conitránriU, malida os velhos conceitos, mas
l i m i m d o a aos casos de p q u e r m velocidades. Do panto de
vista da relatividade ressaltam os casos em que a física antiga
é váliida e deoirmo de que limites de ficar. Seria grotesco
aplicar a teoaia, da relatividade a movimento de carros, navios
e comboios, como seria tolo usar a maquina de cdcuhr
quando urna simples tabudai de muiltiplicgão é suficiente.

RELATIVIDADE E MECÂNICA

A teoria da relatividade nasceu por força das &iaas


profulndas e insolúveis corutrdições da teoria clássica. E a sua
farça jatz na consistência e simplicidade com que resolve
todas e s s cmtradiqões por meio d o emprego de umas poucas
e muito cmvincentes si~pos~ões.
Embora ai relatividade se ergueme do problema de campo,
tem que albarcar todas ats leis físicas. Uma dificuldade se
a p m t a . As leis de campo, de um lado, e as leis mecânicas,
de outm, são de diferentes tipos. As equações do campo
electromagnético são invdantes com <respeito à transfor-
m g ã o de Larentz e as equqães mecânicas são inùiMpiantes
com respeito à trançfomqão clássica. Esta traindomgão
não passa de um caso especid daquela em que as velocidades
são pequenas. Se é h, a velha mecânica deve mudar de
mudo ai confomar-se com a exigência de invariabilidade dai
transfomaçZo de Larentz. Par mtm palavras: a velha1 me-
cânica não pede ses válida pairril velocidades que se aproxi-
mem da da luz. S6 uma transFomqão de um SC em outro
pode existir: a, de Lomtz.
Foi simples mudaa a velha mecânica de modo que não
contradissesse nem ai temia & relatividade nem a riqueza do
material clássico. A velha mecânica 6 válida para ats pequenas
\-elocidades e f o m a um caso limite dai mecânica novai
Seria interessante considem d p m exemplo de mudança
na mecânica antiga introduzada pela m1aitivida.de.
Adunitmnos um corpo de imiaasra M í , que se move
em linha recta e 'noqual actua uunai f o q a externa na direcção
d o seu movimento. A força, cornu> sabemos, é pparcional
à variação da velocidade. Ou, pam sermos mais explícitos.
não importa se um dado corpo aumenta a sua velocidade
de roo a ror pés por segundo, ou de roo a roo milhas e I pé
pcq segundo, oul de 180 CKIO a 180CKIO milhas e r pé por
segundo. A f o r p actuana sobre um dado corpo é sempre a
mesma paira a mesma mudaaça de velocidade no mesmo
tempo.
É isto verdhdeiro do ponto de vista da rdatividade:
De modo nenhum! Esta lei ç6 vale para as pequenais velocidades.
E qual, na teoria da mdatividade, a lei paw as grandes velo-
cidads próximas da dh luz? Se a velocidade é grande, forças
extremamente fortes são requeridas para mmmtá-lat E, quando
ulma velocidade é igml à da luz, C impossível aumentá-la
ainda mais. Assim, as mzi&ngas emidas peh tecuia da
relatividade não são de surpreender. A velocidade da luz é
o limite último para todas as velocidades. Nenhuma força
finitai. p maior que seja/, pade determinar um aumento
de velocidade l a l h desse limite. Em \rez da velha lei mecânica.
que liga a farsa e a mudança de velocidade, urna) novai lei
aparece, mais cumplexa~.Do novo ponto de vista a vdha mecâ-
nica p a r t e n o s siunples, porque em t& as nossas observa-
ções só lidamos com velocidades muito menom que a da luz.
Um corpo em repouso tem massa definida,, dita massa
em repouso. Saibemos pela mecânica que cada curpo resiste
a mudangas no seu movimento; maior a massa, maior a resis-
tkncia,. Mas, na teoria da relatividade, temos algo mais. Não
só um c o p o resiste mais à mudança, se a massa em re-
pouso 6 maior, como também se a sua velocidade é m a h .
Corpos com velocidades próximas dia da luz oferecerão resis-
têrùck mito fonte As forças e x t e m s . Na velha mecâlnlcri
a resistência de um dado corpo era qualquer coisa de imutável,
caracterizada apenas pela sua massa. Na relatividade a resis-
tência tamase infinitamente maior h medida que a velocidade
se aproxima da dai luz.
Os sesulltados habilitaunmx a submeter a relatividade
à prova da experiência. Projécteis com velocidades próximas
da da luz resistirão h acção de uma força extmai, c m o
admite ai ,teoria? Desde que o estaibeleoido na relativihde
tem carácter quantitativo, podlemos xeim ou rejeitar a teoria,
se conseguimos oul não a possibilidade de emitir projécteis
com velocidades próximas da dai luz.
E na Naturem encontramos projécteis com tais veloci-
dades. Os átomos da matéria radioactiva -do rádio, por
exemplo-agem como ba~ta-ias que lauipn projécteis com
enurmas velocidades. h entraumos em detalhes, pudemos
citair unicamente umai das muittas e importantes novas con-
cepções dai química e da física modernas. Toda a matéria do
Universo é compsta de partículas ejementares de uns tantos
tipos. Tal como numa grande cidade, em que o mais imponente
manha-céu e a mais humiide bmaca fossem cunstm'dos
com o mesmo tipo de tijolos, ou de muito poucos tipos de
tijolos. Assim, todos os elementos do noçso mundo malterid,
desde o hidrogénio, que é o mais leve, até alo urânio, que é
o mais pesado, são fa~bricadoscom os mesmos tipos de tijolos
-as partículas elementares. Os edifícios mais complicados,
isto é, os elementos mais pesados, são instáveis ie desinte-
gram-se, isto é, são radioactivos. Alguns dos tijolos, isto é,
as partículas elemenmm de que os átomos radioactivos são
construídos, projecQm-se com velocidade que às vezes se
aproxima, da da luz. O áltomo de um elemento como o rádio
é uma estrutura complicada,, e a desintegração radioactiva
é um dos fenbmenos em que a constit~~iqão dos átamos revela
ser de partículas ainda mais elementa~res.
Por meio de engenhosas experiências, podemos verificar
colmo as partículas resistem à acção de uma força externa.
Essas experiênciats mostram que a resistência oferecida pelas
partículas depende da velocidade delas, como a relatividade
o previu. Em muitos cal= em que a dependência da mistên-
cia à velocidade é apreendida,, ai experiência revela completo
acordo com a teoria. Vemos aqui uma das mais importantes
feições d o trabalho cien(tífico de criasão: predizer factos que
depois a experiência vem confirmar.
Este resultado sugere u m importante gencra1izgão. Um
corpo em repouso tem massa m não tem ma$a ciné-
tica. Um corpo em movimento tem ambas as coisas, e msiste
à mudança de velocidade muito mais fartemente que o corpo
em ~pipauso.Pariece que ia energia cindtica d o carpo m o v a t e
lhe amplia ai resistência. Se dois mpos têm a mesma «massar
-em-repouso)), o de maior energia d d t i c a resiste mais forte-
mente à acção de uma f o r p externa.
Imaginemos uma caixa c o n t e n h balas, em mpouso no
nosço SC. Para movê-la há necessiiddie de uma força. Mas,
pergunto: a mesma: força lhe aumentará a velocidade, do
marmo vailor e no m a m o tempo, com as bolas a m v a
rem-% rapidaimente dentro da caixai, em todas as direcções,
como as moléculas de um gás, com velocidade próxima da
da luz? Palra mover a caixa m e grande f o q a ser4 necessária.
porque a energia cinética das balas animemta a resistência
da caixa. A energia riesste a o rnovimmto do mesmo modo
que a mama. Será isto verdade para todos as tipos de energia?
A mlahividade deduz da sua suposição fundmentad uma
resposta ckra e convincente-xepxta de carácter quanti-
tativo: toda a energia resiste à m u d a n p de movimento; toda
a energia se comporta como matQia; um pedap de f ~ m
pesa mais quando mbro d o qwe quando frio; a radiaç50 que
viaja pelo espaqo e vem d o Sal contém energia e tem, por-
tanto, mama; o Sol e todas as estrelas perdem massa rn
emitirem radiação. Esta conclusão geral é uma importante
vitória da sehtividade e adequase ai todos os factos com
que é vãrificada.
A velha física introduziu duas substâncias: inat&riae ener-
gia. A p~imeiratem peso; a seguida, não. Na velha física
temos duas leis de cansewa@o: uma paira ai ona~t&ria,outra
para a energia,. Já indagámos se a física m c d m a mantém
esses coaiceitos, e vimos que não. Em vez de duas leis de c m -
servgão só t e m a umaai-ai de energia-massa. De &o com
a relaividadt, não há distinção esmcial entre mas= e ener-
gia. A energia tem massa e massa rqresenta energia -con-
ceito que se revelou fecundo.
Mas como pennaineceu tanto m p o ignorado o facto de
a energia ter massa e de a massa r e v t a r e~iergia?E o
peso de u'm pedaço de ferro aquecido a o rubro maior do
que &a&? A mqmsta de hoje é mim», mias na página eq
deste livro' foi mão)) -e o n x t o initercdado entre as duas
r q m t a s não basta para explicar a contradição.
A dificuldade cam que nos defronramos C do mesmo tipo
da que defmtáimos a~ntes.A vaù.iação da massa que a teoria
predisse é incommsuravelmente menor e não pude ser aweri-
guada pela medição directa, ainda que nas mais sensíveis
balanças. A prova de que a energia tem peso, deve ser feita
por meios indirectos.
A razão desta falta de prova i l t a está na1 pequena
da taxa de câmbio entre a maltériai e energia. Comparada
a massa. ai energia é como ai moeda de um país falido campa-
rada com o dólar. Um exemplo esclarecerá o ponto. A quanti-
dade de calor capaz de converter trinta mil tonel& de á p
em vapor pude pesar um grama,! A energia foi par tanto tempo
considerada sem peso, porque a massa que ela rqmsata
é muito pequena.
A v e l b e n e ~ u b s t â n c i a :eis oultra vitima dai relativi-
dade. A primeirã vítima foi o meio mravés d o qual a~ ondas
de luz se pmpaga~valm-o (ce-o.
A influihcia da teoria da relatividade vai muito allém do
problema que ai g m u . Ersa teoria remove as dificddades
e as contradições da teoria do campo; formula leis mecânim
mais gerais; substitui duas leis de conservação por uma só;
muda o nosso conceito c l á ~ i c ode tempo. A sua validade não
se restringe a o d m í n i o da fí&a,; forma o sistemn gard de
todos os fenámenos da Nairuma.
O CONTINUO ESPAÇO-TEMPO

((A R e v o l q k Francesa c m q m em Paris no dia r4


mo
dee de 1789.)) Nesta sembmp &o declaradaç o lugar
e o tempo de um facto histórico. Ouvirdea pela primeira vez.
urna pessoa que não sabe o que C ((Paris)) pode ser instruida
assim: uma cidade situada a 2" de lmgitude Este e 49" d e lati-
tude Norte. Os dois números caracterizarão o Eugar, e o « 14
de Julho d e 1789)) caracteriza~áo tempo. Em física,, m i t o
mais do que na história. é muito importante a exacta ca~racte-
rizqão do quando e do onde de um facto. porque são dados
que farmarn L da descriqão q ~ t i t a ~ t i v a .
Até aqui. por amor à simplicidade considerámos a p a s
o movimento em linha recta. A barra,, com uma extremidade
inicial mas sem fim, foi o nosso SC. Conservemos esta restri-
cão. Tomemos diferentes pontos nessa barra; as posipes
desses pontos podem ser caraictsrizadas por uim &mero
apenas - a coodenada desse p n t o . Dizer que a coordenada
de um ponto é de sete mil quinhentos e o i m m e seis pés
significa que ek está ,a4sete mil quinhentos e oitmfa e seis pés
de distância da extremidade inicial da barra. Se, pelo contrá-
rio. aJguém me dá qualquer número e utma unidade, eu p s o
encontrar o ponto da barra1 correspondente a esse n6mei.o.
E estaklecemos: um ponto definido na barra corresponde
a cada número. e um número definido corresponde a cada
ponto. Os matemáticos expresaim isto na seguinte sentença:
todos os pontos da barra f a m a m um contínuo unidirnensional.
Existe sempre um ponto tão próximo quanto possível de cada
ponto da barra. Podemos ligar dois pontos distintos p r meio
de passos tão pequenos quanto o queiramos. A pequena inde-
finida' dos passos que ligalm p i t o s distantes cairacíxrizam
o contínuo.
Agora, outro exempIo. Temas um plano, ou, se preferem
coisa mais concreta, a superfície de uma mesa. A posiqão de
um p n t o nesta mesa pode ser cmaccerizúxia p r dois números,
e não, como antes, por um d.Os dois números são as distân-
cias deste -to às beiras perpendiculares da mesa. Não um
número, mas dois ndmeros, m w n d e a n a cada ponto do
plano da mesa: um ponto definido corresponde a um par de
niImeros. Par m a s @,mas o plam~ é um continuo bi-
dimensional. Existem pontos indefinidamente próximos a. cada
ponto do plano. Dois pontos distintos podem ser ligados por
uma curva dividida em passos tão pequenos quanto quisemos.
Assim, a indefinida pequenez dos passos ligadores de dois

pontos distantes, cada qual representado por dois niimeros,


nowamnte oara.ctakai rn conltimo bidimmsiunta~l.
Mais outro examplo. Imagine-se o nosso gabinete como
n m o SC. Isto quer dizer que desejamos descrever todas als
posições am relaqão às paredes da sala. A posição da lâ,mpada
em repouso pode ser demita por três n~úmeros; dois que
determinam as distâncias entre a lâmpada e as @es per-
pendiculazres; e o terceiro, a distância entre o tecto ou o
soalho. Três números definidos correspondem a cada, pcmto
do eepaço; um p t o defmido no espaço comspmde a trb
números. Isto se exprime pela seittenqa: o espaço é um
contínuo tridimensional. Existam pontos extremmente pró-
ximos de cada ponto do espaça. Outra vez a indefinida
pequenez dos passas que ligam pontos distantes, cada qud
representado por três números, mosi~ra-secaracterística de
um contínuo tridi~menswnal.
Mas isto não é fsica. Voltemos a ela. O movimento das
partículas materiais tem que ser considerado. Palra observar
e predizer factos na Naitureza, devemos considmar não so-

mente o lugar, como também o t a p o . Vamos a um exemplo


n i ~ u bsBnÙp1,les:
Uma pedrinha, que pode ser cansiiderd uma partícula,
é l w d a dk uma torre de, summo6, 78,08 m (I) de altura.
Desde o tempo de Cadilau que estamos habilitadas a p!edizer
a cooawlenaidh da pedra num dádo mamenùtm. Eis aqui o ~ h & -
ahu d& posb$b da pedra depois de um, Wi,& e quatm

(I) Os números decimais em metros dtste exemplo resultam de


terem sido transformados para metros os valores em gks do origina:
:iiglês.
Cinco factos gg10 registados no niosso « ~ & i ocada~ ~q~ud
,
represemtado p dais iiúmemm-as c o a r d m b de tempo
e a p a p de cada facto. O primeh facto C o início da, queda
da pedra da &um de 78,08 m acima do chão, am twnpo Zero.
O @o C ai coincidência da pedra com ai mma h (a
tom), a 73.20 m acima h chão. Isto xanitece & 0 primeiro
qmtdo. O iiltimo facto C a coincidência da pedra ocmi o chão.
Padearuoa: npwmtw de modo divem, o OOMhechemto
recolhido do niosso « ~ i oP ~ a d~m .r~piresentriir pres
de númeios no «hodlriio» camo pontos de m a superfide. Mas
p r i m e i escaibel- uma escah. Um d e t e m i d o segmento
cyli1iresmr4 a um pé (I) e outm corresponda4 a um segundo.
Por exemplio:

I I I--4
i00 pés 30,s I uauçàu

Desmhaun[)6 mião dum -1 parpendicillmes, a que eha-


InWtmos, uma, cixo-ctempo; e outra, ei-aap.

METROS

$8.60
4.
C
O

Q-30

i
f i i Segundos
-
1 2
Eixo f empo
As distâncias entre as pontas e o eixoespaço repneseaitam
a caardmadtai de tempo, m m está registada nia primeira c o l m a
b,rilosso «hmá&»; e as diwânch entre os p t a s e o eixo-
-tempo repmmtann as c a a n d d de q a p .
Exactamente o meiarnùo fendanem &a m h exp- de
duas mamiras d i m a s , pelm pares de n ú m m CYU pelos ponto(;:
no plano, podendo m a ser tiirida da outra. A escolha mtre
as duas neywõles tornam apenas mhtCra de gasto p ( l ,
pois são equivalentes.
Vamos dar mais um p m o em frente. Imaginemos urm
mol~harnhorárion, qiw dê as po&$a, d o para cada segundo,
mas, diga~mos,para c& cen.tésimo de milésimo de txgmdu.
Teremos então muitos p b o s n i ~ ,nosso pim espaptempo.
Por fim, se a posiqão é dada pam c& instante, out, amo se
dií. em matemática, se a c o o r d d de epaço C da& em
funqão de tempo, a nossa colecção & p m mlil.8euma
lin~h~acontínua. O desenho imediato represeata o movimento
total, e não a~pernas fra~~enm &te movimento como o
a nteriar.
O movimento aw> lango da barra (a mrm), ou o m v i m m t o
num e s p a p unidimensianial. está aqui n e w l a a d b m o

METROS
m v a num candn~~) de e5paptcmpo b i d i m e n s i d . A cada
ponto ao ir, cmthuuo de q a p t e m p o cxmqmd~um par
de iYúmerw, um dos q u i s m a m a d a d a do tempo e o
autm a d a n a d a do espap. Inrvemammte: um ponto definido
m niosro p b de espkiptemipo cmmqmde a cada par de
nlúnems clarractenizadores de um amntecimmm. Dois p t m
adjaiceõiltes q ~ dcis factm,
m doii aconteaimentns em
lugares e em instaates levemente divmm.
Conm a m s a m p m m t a ~pode Qi.$wmontawe d a t e
modo: não há i n u h seaw, m rqmsmm a &de de tempo
por meio de um segmento mecauiri~;illllenteambinùado ccmi o
espaço e fomamlo o continuo bidi~mantsi~al de dois ccmiti-
nuos midimen~imis.Mas t d a m ã o de pmtestair-se contra,
todos os gráficos reprmnitatiw>s da rnudilltltp de tempeiratnira
de Nova Iorque diiuan~teo Último Verão, au o n m r>s graifim
ropra~êairativas das mudaniças do custo da vidia, duiranloe os
iiltiimos alnos, uma vez que o m M o empregado nas dws casos
é o m m o . Nus gráficos de temperatura o amdauo unidlm-
simal da tempemtum combiolae cwn o amtinuo unidimen-
s i m ~ dol tempo palra dar o condnuo bidimsmiml do tempo-
- tempemtm .
V h m à pam'auk que cai da ame. O aiiasrx, gráfico do
movilmento C uma c m v e q ã o útil, j i que caracteriza a m o
da partícula num dado instam. Canhecendo som as pm'-
cdas se movem, gosta,ri;armw de f i a r miais uma vez o seu
movimemto, o que padeirnm comepir de dois ,nmd.osd i f m a e s .
Fiiguráarixrs a partícula que muda de pasiqão no tem~po,
espaço i~nidimemimal.FipáÚitos o r n o h i i t . 0 a m o q u ê n -
cia de B c m no m~timuouaiidkn~siioaaildo espaqo. Não
mhmrámos e q a p e tempo, usamdo uma repesenwão diná-
mica em que as posi+3es mudassem carn o tempo.
Mas podemos fiwrar o mesmo movimie?uao de modo
diverso. Pdmm f a m m m qniiaidnio estático, c m s i d d o a
curva do cmtímw> bidiimeaisid de t m p o e p a p . Nesse c-
o mwvimemto C r e p s m i a d o cano qqualqmr miça que é, que
existe no mtinao bidimeinsiomi ti espaço-ltampo, e não como
qudqum coisa que muda am c ú i i l b midbensianal de
FPw.
h b a s as mpmtaições são ex!actaanate equimlmtes;
-rir uma ou1 autra fica senid~pura matbria de convenição
e de gosto.
Nada h aqui dito quanto à m w t q ã o h ~ v i m m t o
tem adgv que ver com a teoria da &rividade. Amlbas as repre-
sepllta@s podem m iaidistiuiiraùnme usadas, embora a velha

f k i a favoreça a r e ~ t a ç ã dinâmica
o do mvimmto m o
c& que a m t e c e no e q a p e n h como coisa exbtenite no
espaigo-tempo. Mas a rearYa da dlartividade malifita este c o -
cem; favorece a m w ç ã o estáitka e enamm, na nqm-
semta@o do ~ v i m e a i i t ocolmo quialquer mia que existe no
espappempo, uma mprieseaqão mai5 mnvenimte e mais
objeotiva tita realidade. Temas ainda urna questão ai atender:
porque as duas uepreseazaições, equivailmtes do ponto de vista
da ata ainitiga, o não são dio ponto de visaa da rdaitividadel
A respcaa será hc w m p d i d a t se dois SC em movi-
merato d o m e em relação um ao uiatilio Eoram riovmwn~e
COBi;M.
De amrdo cum a fisica a m a , os observadores nos dois
SC aBsnialarão p m um mesmo f a m diferentes c 0 0 1 i d d a de
eqap, mas a mesma c o m i d a de tempo. Assim, no m o
exemplo, a wincidhch da p a r t i d a ann o chão está cmcte-
*r rw, niasso SC pela c&& de tempo ((4)). e pela
i m c d d de espap ( a m u . Seguado a vedh mecânica, para
um observador que se move unifanmenmte m r e l g k a a e
dado SC a pedra dcqaa4 o &tão qurarhp sqpndm depois. Mas
este observador nxferirá a distância ao seu SC e ligairá dife-
nmtes wordeniaidcis de espaço com o facto da colisão, embora
a çoordenwla de tempo seja a mesma para si e para mim 09
observadores em movianato t d m m e . A física antiga sd
cmiihece um «aibsohto» fluir de tempo para d a r ; os obser-
vadores. Para cada SC o canitimio biiimensianal pode ser
tridimmsim!ak e mo cmiitimm unidim-11 de tempo.
O velho fhim pmxuiplirse apleeuas m m a ernn~gio do
v,visto que o wpo é pem ele a b k m . Acha namwl
o desdabrmemto em q a ç o e tempo b c m h o q u a d h -
&mal. Mas dio p t o de vista da d&vid*, o !tempo, bem
~oesprilça.muaiarmna~mdemSCpanao11iEro,ea
t wnhmnação de Luxmtz leva m d e m g ã o as pmpkkdes
da tmsforma@o do ccmirímo ie~pa50mmpdo amm mundo
quaidridi~rnen~m~l.
O mundo dos acoaiifecnnmit~~ pode ser diinmicammie deç-
@rim par um quadro que muda no tempo e se projecta s o k
o fundo triidimensimtal & -0. Do p t o de vista da física
velha as dum mprãsemçães, a, cliinirâmica e ai estática, equi-
v a h - s e . Mas dio ponto de visra da relatividade ta q m m p a ~ ã o
estática é a m ~ i conveniente
s e objectiva.
Também na M a da relatividade podamos ulsair a mpre-
mraqão dhiâmica, se preferirmas. Mas m o s de mos l m b m r
que esta divisão sm tempo e espap mão tem sipificaçdo
objectiva, desde que o tampo já aiião é « ' a i b h u ~ t o » . Nas p & i
seguintes m m r m a 1,hgsialgiem «dinâmical» e não a
(cestátican, tendo m p n e em mente as suas Ihitqões.

RELATIVIDADE GERAL

Há auim pam ia, esclaseiceir. Uma das qwestões hmda-


mentais aiaud~não foi bem &vi&x o dwtema ioueirciai existe?
Apmndemos ailgul~namisa das I& xmumk, a sua in~mriaibili-
dadk epndb a tmndarma~ãode Lomtz, e a siua validade
pam todos os. shmms i d a & em m o v j m m ~ W m e .
7'- as leis, mas não ronihieceanm a esmturai l;il que elas se
refm.
Para melhor &tentar esta dific~u~ldack,anbrevisraremas o
físico velho.
- Que é um sistema inerciall?
-E um SC no q w l as leis d@ mecânica são válidas. Um
ciarpo no q u d nenhuma fwqa externa amua, uno- iuuiifonnie-
meme em itail SC. Esta propriexh.de h&ililta.inos a diwthpir um
SC i d k i a l de qualquer outro.
-Mias que quer dizer que «nenihiumaforça exteraia whiuain?
-Quer dizar que o corpo se move m l i f a r m e n i r e num
SC h x i a l .
Aqui pudRria~mospropor mais uma questão: «Que C um
SC hemiail?), Mas cmio há putas "~paran~ças de obter respossa
diferente da aumior, e x ~ t a e m m ccinsepim- algo mais
e m m e t o com a uniudifica$io da pergunta.
-E enieurhl um SC rigidaunabe ligado à T m f
-Não, p q u e as leis da mecânica mão são rjigaraçaúnmte
vBidas na Tema, visto que a T e m gira. Um SC Ùilgidam~utte
ligaido ao Sol, p i e , para muitos probbiai~:,ser c o n u i d d o
inaciial; mas q,& m ~ m o osSol em rataiçiio, de novo
percebemos que uim SC ligado ao Sal não C ri~gorasammte
ineacid.
-Então que é, cunmcamnite, esse SC imiercial, e c a n o
pode ser detemninado o seu estado de movimeaiito?
-E meramente uma ficiçãw, Útil, mas não tenho ideia d e
corno se realiza. Se eu pudesse afmtar tada os corpos materiais
e libemtar-me de t d a s as i n f l u k i a s entornas, o meu SC seria
então hexiaL
-Mas que quer dizer com ulm SC livre de t& (asinfluiên-
cias externats?
E novamnsk netornmm à questão do princípio!
A msa entrevista mostra u~ma&a dificuidade da ciência
clássica. T m s leis, mas não s a h a s a que aplicáblas. de modo
que toda a n s a estruma física parece constnúda sobre amia.
P d a n m albordar a difiuuidade de um ponto de vista
difeiwite. Expenimatemos imaginar que no Universo s6 existe
um corpo formando o nmso SC. Este corp c m q a a girar.
De &o com a velha mecânica leis da de um
coqm yão diferentes das de um nãmuta'líite. .Se o prhcípio da
inércia é váilih num c m , não o é no m t m . Mas isto mmx
inuim mpeim. Ser6 peonnitido a o unovimemto de
um só mrpo em tado o U$nivieil.w>?Pelo movian6niao de uan
carfro sempre signitkmm a sua mwdaqa de paçição em
rda@io a outro wrpo. Logo, o h - s e m s o fdar do movi-
m a t o de limi 6x5 corpo. A mecânica v&iâ e o bomsemo brigam
nmtepanrto.Anxei~tadeNewtmé:seo~pioda~~
C vAlido, então o SC m á
1 em m-to l d o m ou em
repouso. Se o prindpia da inércia ri20 é v A h , eni% o corpo
est.4 em movimmito miadb. Assim, o mmm d i i m de movi-
mento au olepcniso d e p d e da aplicabiiidade ou não das leis
físicas a um dado SC.
Tlamemc6 dois carpar. o Sol e a Tem, por a m p l o .
O movimento que o b w w a m é relativo. M e ser d d i t o
peliâ ligaqão do SC a luai cwpo rm ao Sol au h T m .
Deste ponto de vista, o p n d e feito de Copémim foi traderirr
o SC dla Tenra pam o Sol. Mas, cano o m v i m n t o é relativo
e quadquar shkma de mfrênaia @e ser &, não há razão
para favoreceir um SC de pref&cia a mim.
A fisiw intervém e !muda o msso de vista dio bom-
-semo. O SC l i g x b ao Sol ap~xirnase& de uan. sistema
inercial do que o ligado h Tara. As leis &icm p o d a melhor
ser aplicadais a um SC de Copérmio do que o um de Ptolwnõ11.
A grandeza dai descokma de Copémico só do p z u de vbta
físico pode ser bem apnecidm. Ilwm a grade vaolimgãm de,
nia descrisão do moviime?iho dos p l m ~ a s ,usamnas um SC
IiglaKIo ao sol.
No & i a velha nenhum movimento unifiarmie existe. Çe
d& SC estão em movimento uuiri~he,nião tem mtido d h :
«Este SC está em repouso e o autm está em miOvjn.ieai,m.» Mas
se os dois SC se mowm 1-160n m i f o m e n t e , c~110ãohá raeão
p m dizer ((estecmpo aniave-se e o mtro wtá a repawo (m
mmdo-se wnif01111eonW))).O mvimieniao rlibsoh nião rem
signiificagão aqui. Há neste ponto um aibiwio entre a ciêncb
clássica e o h + m s o . As dificuldades mmcioaiaKlas (sistema
inercial e movimenta aibgaluto) liigaunse hedioitaimanite enm
si. O movimemito absoluto mistra-~e possível unica!mrnte m a 6
t ideia de m si8tmm hrdaJ onde sejam vfidaa as leis da
Natureza.
F'ak pmmr que mão há d d a pam estm d i f i d a d e s ,
visto qiue nenhuma temia física consegue evitáhs. O flukb do
prwblana está na m~lidadedas leis da Nwmirieza pím apaw
umai classe espe&l de SC, o inarcidll. A possiibi~lldadede solvê-lo
daperade da reqmtn ?I seguinte qwstão: ~podmosf m i u h r lei
fisticas de mado que sejam válida para todos as SC, aiião s6 p
os qiue se movem uinifiumnãmeailte mais também para os que
miovean a r h i M m a t e em w h q ã ~iio iam a m ? !k isto é
yuo6n"viel, as nossras dificuldades terão fim. Podeiriemos ant5o
aplicar as leis dh Natínmza a ,mias as X, e a 1uta1entre cts
ideias de Pmloana e as de C o i p é ~ ~ ~deixarão
im de ter motivo.
Cada SC poderá ser usado ooun i p d funidiaonaniho. As duas
senimqas, ((oSol e& m repousa e e T m xnove+m ou
.qo Sol movese e h Tema está em repouso, signiificairãu q m a s
d w canvenções diferentes aplicadm ai d& SC diifmtes.
M pwdvel cmmmir uma física miativista válida a
, quai não haja lugar paira o movhmtn
cada SC, umia f k i c ~na
ahspbiuto? E!
T e m pelo memos uma indica@, embora fraca, de m o
cmwtmir a m física. Na d * a física relatiivista tãm
que aplicare a todos os SC, ie pommto tmnbéun ao caw>
especial do X iuimid. Já s a ~ m as leis deste SC inercial.
.A nova .lei geral, válida palra todos os SC, deve, m uaso do
sistema inercial, duzir-se às velhas leis conhecidas.
O problema de formudar leis f~~ aria SC foi
resulvido @a chamida teoria da relatividade geral; a, teoria
primitiva que se aplicava unicamente aos sistemas ~ ré c ~
a chamada teoria da relatividade restrita. As dwas temias niío
p d e m míradizerse, M e que devemos inclluir m valhas leis
da ileiatividade irestrita nas leis gerais de um sistema i d d .
M a do anmo miudo que o SC inmial foi outmm o único
para ioi q w l as leis físicas se fomlanam, f m a ele agora o
especial limite, jL que tados os SC que se m o m arbitra-
riaimate m Aaiqão m aas outros são d.midvels.
'
Este é o programa da tearia da xJatiri& garáil. Mas,
trqanic)u o caminho da sua reaiização, devemos ser ainda mais
vagos. N o m dificuldades emergentes no dieuenivollm da, ciência
foaiça~na nossa temia a tomar-se mais e mais absbracn. Impre-
vistas avtveamas nos qerm. Mas o m m Avo fiiml é sempre
a melhar compremsão da realidade. Elas juùiitaan-se à cadeia
lógica que liga temia e obm;ução. Pau-a c b o caunbho que
vai dai rearia à experiência, p.ania limpá-lo de dtxmc*5
sicposiições, para abarcar o miiar niúmem de factos, temo6 de
dilairar mais e mais a c'adBiia~A mais simples e f u ~ 1dw 1
nmss supasições torna-se a mais inaiwada na moma técnica
de raciocínio mateim6ticu; o caminho da mija h observqão
t m - s e imais longo, mlaiis subtil, e mais complicado. Co~RII;Ul]ito
paa-ep p a d o x a i , padiemios dizer: a física moduma é mais
simples que a alntiga e prece, par isso, mais difícil e iinu-hcada.
Quiaotta mais simples for a ~niossafiguracão do mundo exteuaiio e
quanta mais f a o m aibarque, mais f w m e n h e refleotirá no
noa90 espírito a, hlanmania du Universo.
A mssa ideia é simples: c m m i r uma física váli& para
todas os SC. A (tarefadetermim c a m p l i c g k fmmaic; e fcqa-
-nos aw, emprego de instrumemtos ~maitemátimdiversos dos a'tté
aqui em (um na( físioa. Mostramos apats a ligaição mbre a
realizqão deste pmgrdúita e dois altos prabbmias: a gu-avita@o
e a geometria.

DENTRO E FORA DO ELEVADOR

A lei da inércia m a Q primeiro grande avanço da física;


e na realidade o seru começo. Foi apreendida pela caniteimplação
de uma experiência iddizadal- wm cmpo em perpétuo movi-
menm, sem nenhum atrito, nem mhwmia força extern'n
m5ai1do d e . Esce exemplo, camr> taauooS autnx, ~ W ~ ~ J M X S
a importância das expe&nch idiealiztadcis. V m ve~uana
que, embora fmzástica~,muito mx ajuda a1 com@m a
reilatividade.
Já a f n a k b x a experiência dh sala volauihe. Vaimos agora
ver um elevador que cai.
~ e gmde elevador parado no topo de um
~ ~ g i c n i e - cum
amambadu muito mais d t do ~ que mdm os existentes. Su6ilta~
mente o cabo de suporte quebrae e o elevadar despen!hae.
Dentro vão a k a i d a n e s que fazem experi6ncias h t e rù
queda. Nas condiçks ideais k g h a d m , e-l o &to
e a r&nciia do ar. Um dos o b s e r v d m tira do b o h o
1-0 e O iiel6giio. e deixa-os cair. @IR acmtece am dois mrpw?
Para um observadw que esteja de f m , a h a d pela jamia
do elevador, o lenço e o rei@ c a m ex-m do miesmo
miado, com ai mesma atcelaqiio. Teaihms em vista, c m o jb
v h w , que a acekaqão de wm aoaípo que cai é imdepencknite
da sua massa, facto que ~ w l ma iguddde das maasas de
grmita@o e de inhia (p&. 40). R e c o d m m o 6 rnbéim que a
igualdade das d w mamas, a de pvircaqão e a de hé~cla.em,
do p t o de vista da velihia mecânica, m m p b t a m t e acldieatal
e não reprie;seniCava qualquer papel na ma exrumra. Aqui, emme-
m t o , etstat igualdle reflectida na @al adma@o de todos
os corpos que mem é essencial e camtitui a base da m a
aqpnmmqão.
Vol~temmao ileqo e m relógio. Paira o & -
o dk fm
ambm caem com a mesma acekmção. M z o mesmo se dá
com o elevador, coan as s~mpauedes, o seu ,tecto,o mlho.
Doaide: a distância mitre os dois corpos e o soaliho n b mudsi.
Para o observadwrr de d m m , CYS dois coapos, o relbgio e o
ienp, permanecem mctiammte no poaiho em que e s t a m
qnilaindo ele os 1aq-o~~. Esse observador pode ignurair o campo
gmvitatcional, desde que o mamo se origina fora do seu SC.
Ele verifica que deaunio do elevada- m h u ~ m afoqa actua sobre
os dois corpos, de m& que ficam ambos prados ewaotarmente
cabo lax, elevador c 6 a puxá-lo oam força ccmtiltlt~na
din-ecção imdicaidia No d&.
Uma vez que são váilidas neste SC a6 leis da m â n i a , o
e l w d b r move-se com aoeleraçãio a m m n t e na dkcção d o
moviimieatio. Vanuxç ver o que dizem os dois obadK-rres.
Observador externo: O meu SC C inurciiail. O e k v h
move-se cam a c d e q ã i o mmmlte em consequênciia da f q
camtiaaute que nele actua. Os okadi<rrõçh- estão em
movinnento ahsalum, parque para eles as leis da mecânical não

~-ailm. Não pan;ebem qlue estão em repum os c o p s m quais


f o g a s não actuam. Se wn corpo é I';w%do lá d m m wlide logo
coim o chão, porque o chão move-se para cima ao aniconm do
COTFYO. E isto amnkce tanto p m um 1 - camo paim uùn.
relógio. A mim paremme muito esmamho que o observador
interno deva estar seanpre em c a n t x m com o chão, parque se
ele pula, imãdiriirmaw o chão o alcança mva~mtme.
Observador interno: N ~ Qv ' o razão para crer que o meu
ele- esteja em movimento a b d u t o . Conm& que O SC
nlgidamente ligado a o meu devadar C mimente hrciaa,
mas 60creio que tenha adgo que ver com o movimento h
O observador interno, o q d &W o carmpo g o r i v i ~
a agir em tcdw os abjectos do seu eilevadm não há moviaaeriito
a q d d o do ele&, mas 901iue31t.e a acção de um camp
~ v i ~ . U a n & & l I ~ a i ã o ~ p e a w > e p i a w , n g U é
a f d o @a gravitqih. Se £ar Im@o e m li& hmizontad,
ese mio a4cmnçard ai p u d e no ponto eximamente ao
de tnmah
F m e da disumsão que há panribiiidade de decidir enáae
estes dois pomos de vista contiráaiús, jjá que o fenóanieuu,saia
Memme para us dois observadores. !k Se&há & ilógico nas

diaas suposir~citadb, d o a ùiloás;r wgmenimção está


destruí& e aiião podeimos diescreyer radm os feaiómam de duas
manieii.as igualmente sólidas, m a ccun, e o u m sem campo
$ravimhl.
1Mu há fdimmmte nmm gmve falha no r a c ~ h i doo a k -
v&r htm, q m nm vem d w a Diz ale:
((Ummio de luz m60 tem peso e p r isso não pode s a afectado
pela gawidade.)) Mo está certo! U m mio de luz tem eamgb,
e o energia tiem massa. Om, cada maça hwcid é aitraída pelo
campo g r a v i m i d , parque as as inarbis e e p v i t a -
c i d quivalmse. U m auio de h z m a m a s e num campo
g m v h ~ i m 1do
1 mesnw, modo que um carpa hmizmtdmente
GEOMETRIA E EXPERIÉNCIA
no seu SC iuiiercial os mesma dois cimhs, @ e pequem,
. .
qnue remos ~ U Odisco mtmte, e fazer que cmndam. A geammh
de Euçlides é válida inu> SC dese absenádw, jjá qm é um SC
inmrbi, de d o que para ele a relação das -ias é
i p l A cùos h.
Mas... e pam 00-ar dodisco? Doponmo d~ vi6iba
clássim e tm~bémd!a relatividade qecid. o sem SC está p i -
&. Mas se o ~ 0 6 1 ~intento
0 é gnmmr l e i ~físicas válidas em

tada os SC, eatão item08 de minar m dois ahservlm cam


iwad respeito. Nós, cá & fara, damos a weam m absenradm
de d m do disco, eon,pahdo em moanm, par medi&, a
c5mdaihciã e o mio do &co mtmte. Esse -a
emprega a riniamna m a métrica d a peio-a dk fm.
A m e m a » não significa d m m f e a mama, hé, e m q u e
pelo aàçervaidar de fma; ao de deuuoro, ou,que a d g m$.tnca
~
imha o m e m o aamprheiubo q d mimmia em cada SC.
00- de h m começa peh rncdi@o do naiae da
chmkdncia do circullo pequeno. O o i t a i d o que obth
deve ser o obtido pelo &servaidor exteuiruo. O eQmsabre o qml
pcdemm fugir a esta mnclusão, se ~ i que todosi os ~
SC são parmissi'veis.
As mudanças t r a ~ k bpela rehtivkhie geral oomtffniiarm-se
apenas ao e p a p . Na mktivídade rãstnjma vimos em cada SC
d5gim em pouso que tinham o >miesmoritmo e mmamwm
-ente o mesmo tempo. Que çuiciede a u m relógio
mrn SC &o immiai? A experiência ccun o disco pode mva-
mmáe ser a i z a d a . O -o de fora (temno seu SC váaios
mlóglos, e d o c a ~ ) 6 ,um no pequmo drmlo iatermo e cnim
m grade círculo extmo. O i.el6gio do circulo M t m rem
pequem w h c a e relotiv~umwwao o b s e ~ a d mde fora.@'i
die3nos, por h,mcoaic que o ritmo desse relógio m-4 o
m m m do relógio de fava. Mas o mkigb do dmdo p m k
revela considerável docidade, m- de ritmo em relrição
a= relbgios do observadar de fora, e, pmtmtn, tamItarmbém em
relaição aos relógios cdocadm m m círcul~peqwmo. Assim, os
dois re16gios ro~mtester& difemms rianos, e, aplicados os
pridpiuis da mlaitividde d t a , vemos de amvo que, aio nosso
SC mmte, não piemos estaitrelec~i.kis slmilams ans de um
SC iaÙer&I.
Para turrmar claras as ccoaùcluiçcues a iextmir desta@ expe-
riências, t r a m a s o possível diáiogo e m A e M, isto é, entre
o físim antigo e o moderno. A, é o o k w a d a r de fm~ no SC
inùeaiciial e M, o obsemador de dentro do disco mtariite.
A: No v- SC a geometria de h c l k h não é válida.
AcampIlhiei as vossas mediqões e admito que a relaição entre
duw ckuutferências não é, mo vosso SC, i g d à relação entre
os dois raiw. Mati isto nmma que o vosso SC é (umSC pmiMdo.
C) meu SC, emmtmto, é de carácter kcia11,e nele posso aplicar
cam mpmnqa ia geometria euclidiaw. O vosso d i m &e em
movimento absoluto, e de acordo com a velha física fonm um
SC pmibido, no qual as leis da mecânica não são válidas.
M: Não q m ouvir falar de anovimenito a~bsuluto.O mau
SC é tão barm como o mso. O que observei fai ai vossa roita@o
A discussão ficou remira 'm cuntdnuo b i d i i d d . Na
tecuia da reiaitividade gemi o p t o em caiusai ainda é mais
oamplido, já que em vez de dum dimneães temos de ccm-
siderar um coautlnnuu de qmtro. Mas as ideias são as esboçdas
panã o caso de duas dwniensães. Não pdwmlos usan na relativi-
dade p a l , cano o fa~eonaçna &ta, o jogo mecânica das
bainras paralelas e ppeoidiculanes, e dos m16gios sinicraizizados.
Num SC mbitrhio, não padmos, por meio do w das barras
e ~ C A Srelógios sinwmizady1ç, d~~ o panito e o iniscaaiite
em que algo sucede, cornu> fzemy)6 no SC ioueorihl da dativi-
dade restrita. Podwntx ordenar os factos cwn as aiiossas barras
fio euclidiaiyas e os ossos dóglas f m de &mo. Mas medi-
çães mis, requerendo b s Agi& e pedeiiw relógios sincuo
nizdw, s6 são podveis m o SC iinercid e locatl. Aqui a relativi-
dade mtritã é válida; mas o nosso «bom» SC é unicaimente
l d , pois o seu carácter Inerriiail é limitado em -o e
tempo. No nosso SC arbitrário aida padiemios prever o mul-
ta&~ d'as medidas feitas no SC inmial Iocd. Mas p a isso
p i s a m n a amhcer o carácter geométrico do ny1â90cmtíimiio
de e s ~ t a m p o .
As nosas experiências ideail~izabindicam a p s o c d c -
ter g d da nova física dativisa. Mwíira.m que o nasso pro-
blema fmdlil~ni~nml é o da gravitqão. Mmtrann-nos também
que a lativ vida de geral nos leva a maior generalização dos
ccxniw de espaqo e mpo.
RELATIVIDADE GnRAL
E SUA VERIFICAÇAO
qiuailqiuer resultado, por mais a m i v o que seja, tem que sar
rejeitaido q& aãK, c a n d a com os factos. Cunrw, suporta
a mova temia da gmvltqfio esta prova de experiência? Esta
p&gmta pode sea nqxmdnh assim: a v&a temia d a i
uim caso eãpecid limite da mova tmrh. !k as fixym p v b
ciomh forem 1pM-e f m , s velha lei de New8mcom-
titu* uma boa! aproximqiio das m v a leis da gravitqão.
Asinion, radw os observadoires qwe apitam a temia clássica
apa4máo também a miatividade geral. h aita da nova timina
rn~m a velha.
Ainda qe n d u m a obmvaqã~dici& possa ser citada
em favar dia nova teaia. se a m a explanação fotsse tão boa
camo a da antiga de- pmpender para a mvã, se hm-
v- m a acoIha, livre. I>o ponto de v h f d as eqmçãeç
da nova teoria são mais cmplíaaidaa, imas do ponto de vim
dcs pkcfpios fundaonentais as suw supsiçõeç 60muito mais
shpiies. Os dois w l h w eqecaoç, kmp absoluto e sistema
inwciail. desaparecem. A pista da quiv&ch da aniaaça gravi-
~~1 e imierckd Gu, panaaaiiece mlim. Nteniih,uaa suposição
a p m p ó s h das forças g r á v i t a 9 k e siia dependência da
distâlùcia ire mria necesáiria. As e q u q h grawhcioo~aistêm
a forma de lek de asmftum-á fanma q u e r i d a a toda as
leis f i c a s depois da grande descolmta da tearia de campo.
Algumas novas deduções n á ~ m t i d a s m lei de Newmn
podem ser timdias das novas iek gravitacianais. Ulma, a curva-
twa das raios de luz no campo gravitaçional, já citada. Duas
w i t m coot<3epu€mch meaieclem meqão.
! e as velhas leis a m m m as novas quando as forças
S
do campo gravitachad são frams, d podemm esperar desvios
da lei de Newton em campos de h q a s gravi~tachnaism p a -
rativmwnte fontes. Vejaunos o oca0 sistema solar. Os planetz
movem-se em ! d o r do Sol em 6r;biras dípticm. Mercúrio é o
mais próximo do %l. A atracção mtre Merczírio e o Sul é mais
forte que m e o SU1 e qualquer autro planeta, visto que a
distância entre o Sol e Macúoio é menor. Se pretdiemos
N b d Mercúrio gira am tam do Sol, camo a dipse qnme ele
demtve deve g i m muito latarmemk m relaqão ao SC Ligado
ao 901. Esta xora~ãoda elipse exprime o m v o deito da relalti-
vidade gerail. A nova temia prediz 'a gramdeza deste feito.
X dipse de Merrúrio realiza a rota@o ccunpldxi ezn & d h k
de anos! Vemos qruião pequeno C o efeito e quão inútil ser5
pr.0cum-á-10 no c a de planetas mais affasirados do %I.
O desvio da elip m inovimenm de Mercúrio foi percebido
antes que a tewia da relatividade estivesse formulada- e ne-
nhutma, e x p l i q ã o apareceu. Por o u ~ m ladoDa relatividade geral
- ~ rmhuma, a l q ã o para c.xrm &e pb1em.a
d e 9 e ~ 1 v o l w seim
especid. S6 mais tarde é que a cancllustão sobre ai rotaçZo da
eli~psem mvianlenito de um plameta foi deduzida das novas
eq;m@es dai gmvidade. No caso de Mercilrio a nova teoria
explicou s a l t i & a t o r i ~ r oe desvio que esre movimento apre-
senta das i& de Newton.
Mas há ainda outra conc1uÇãi0 tiradai da t lati vida de geral
e verificada pela m p i ê n c i a . Já v i m que um relógio colocado
no círculo &e do disra em rotasão tem ritmo difiemnte do
~ ~ no círcuilo
i d
pequem. ~ e i i n u t e m t num, mlógio
c o l d o no Sol terá o rimio d i f a m t e de um colocado na Terra,
pois ai influência do campo gravitacioaal é muito mhiur
M S O ~do que ria. -r-.
Na pág. 94 ohçerv- que o Scrdio inicaniK1-te emite
luz amarela hcnnughea de um comprimmto definido de anda.
Na suta radiaeo o ártionw, revela um dos s0u6 rimas; o átomo
ta, digamos, um dógio, e o comprimento da onda
emf.tidai um das seus dtmcs. De acordo cwn a relatividade
geral, o comprimieaiito de uma onda de luz emitida por um
itamo de sddio colocado, digamos, na Sol, deve ser levemente
que o da anda de luz m i M a p r um Altomo de sódio
na1 Tma.
O problema de verificar as ~ q u i 3 n c i a sda datividade
&edpor mio da obrva@o é initrincado e ainda não foi
ddinitivaùneate resolvido. Como ei~tmwa- lidando com
as id& principais, &o pretendiemos mtmr a fundo mlmatéria,
mas apenas estabelecer que o v d a o da experiência parece,
até a g m , m f i i m as conclusões tiiradas da relatividade geral.

CAMPO E MATERIA

Vimos como e p q u e o puriito de vista mecanickta se


desmoronou. Era impann'vel explicair todos cs f&wnos pela
admiwão de que forças simpls agem entre partículas irialte-
ráveis. As m a s m primeiras mcaitivas para ir dém do ponto
de vista m e c â h e ilmtroduzirr os cmmitcx de c a p o p v a -
rim melhor m domhios dos fenbmwm elecmmagnéticos.
As leis de esmmra do campo eleowomgnético foram formu-
ladas; leis que ligavam entre si eventos muilto próxi~mosno
espaap e no tempo. Essas leis adaptam-se à estrutura da rela-
tividarie mtrilral, desde que não vvianirum inia ~ t r m f o n m ç ã ode
I,omrm. Depuis a t d da relatividade g d f1~111dm as lejs
g~avita+naiis. São leis de atmtmm que dscwvem o campo
gsrilrltacianid entre paortúcuilw nmtarhh. Também foi fácil gene-
ralizar as leis de Ma~wie11de modo que pudessem seir aplicadãs
a. qudquer SC, como as l& g r a v i m i d t s da rellaitividade p l .
T a 0 6 duas realidades: matéria e campo. Não pudemos
hoje imaginar o cunijunto físico mquòlteotadia sobre o conceito
de matéria, como sucedeu aos físicos do s b u b xrx. De mio-
m m o milramos as & comceitm. Mas podemas pemm em
matéria e camp como duas raàidadaç dibintao? Dada urna
pequem piitícula de ntatr5-b é poan'wl fiplrm, imgmm-,
que há u m definida supafície da pam'mici, am que ela cessa
de eximir e o seu campo gmvitacimd aiparece. Na mossa figu-
ração, a região em que as leis do campo são v4lidas: separmse
abruptamente da ragião em que 0 m t 6 h está p m r t e . Mas
qziais os criit6rim ffsicus de distilyifia enm matéria e campo?
Antes da aewici, da datividade poderimtos responder desta
maneira: a zníut6rie tem nias~aie 0 campo MO. C m ~ repre- p
senta energia e matéria r e p e m t a massa. Mas já sabemos que
tal resposta é iInadeqwda p e m t e os mwx coai~hecimmtos
adquiridos. A teoria da relatividade &mias que a maiténia mpre-
senilta vastas reservas de emergia e que a energia represemta
m&iíi~l. Qiuaniitiraitiv-te, não podemos distinguir euiw ma-
téria e campo, umia vez que a distinção mtre mam e energia
náo é qualitativa. A mariior pmte drt entergia está concmtrada na
matéria; mw o Cáirn~poviziniho A paaímla também repiriesenita
energia, mbxa em qmtidiade i n c m ~ a w l m e a i kmeaiar.
Podmw, pantanito, dizer: maltéria é o& a concmwafão da
energia é g m d e ; campo, onde a) w n q ã o é pequena. Mas,
se é este o caso, &o as d i f e n m p enare matéria e energia
são qniantimtim, não quailitaitivas. Não fae sentido &derar
mt6rial e campo como dulas qualidades difaames entre si. Não
podemos ilmagiw uma linha definida que distin~tacmentesepare
mate-ria e campo.
Surge a mesma Niddaide pam a carga e o seu campo.
Paitece iimpasãível foaimular um & de didmpão entre
maip%a e m p o ou entre carga e m p o .
As leis estni~hmisde Maxwell e as I& gaivibacionais
falham para as grandes cmx:cmtrqões de emergia, m, m e h ,
onde fontes de campo, jSbO é, carga déati3icas ou matéria, se
aprie9~nctan.Mas não gadm'mus modificar levemeate as maas
equia- de mado que fossem rállidas por tada a parte, e
ainda em %iões ande a energia má tmmmmmldeccmceaiffrada~?
Emposm'vul erguer a física apenas 5 o h o conceito da
matéria. M a a! divisão em matéria e campo,dopais da admissão
da equivalêlncia dia maasa e da eaiergia, C d s a27tificial e não
clririrammre definido. Paderemos rejeitar o d t o de niatQia
e crurrif~tmirum pum campo fSioo? O que hnpiiançiana os nosas
sentidos camo matéria é mamemte uma &e amcmmqão
de energia num iespgiço oompanaibimme pequm. Teanos de
c k b l r a matéria c a n o regitia do e q m p ande o w m p o C
extremamente forte. Deste ando um m v o fundo filosófico
emerge. O seu objectivo fim11será a explamcqib de mdm a
e v m m da Nahiaieza por meio de leis esmmmlis válidas p
tcda a pam e senilpaie. U m pedra amem- é, desse pmto
de vista, u m campo variável, onde os estados de maior i'mtem
sidade do ampo minhiaim nto açpap com ia veGocidade da
pedra. Não h á lugar ma nova física para catmpo e matéria, pois
a Única malidade C a do campo. M e movo conceito é mgieoldo
pehs g r a d a realimç& dia fítsim, pb n w m s itnilunrfos no
expnhir as kis da ehickla.de, do imagnieitiaimo e da grawkqão
mb fonma de leis estmtumis, e, final-, pela equivalência
entre mama e energia#.O nomo Último problema será modificar
as leis de campo de modo que não falhem rn m g i k de energia
enormemate canioentrda.
Mas até agora não cansegniimm redizar este programa de
maneira cCWlia9teoiite e canvimmte. A &ci&o fhiail está no
futuro. Tmcxs a i d a hoje de manter nas mossas cwmtnuqões
tehiicas d u readidades:
~ ~ campo e maitérta.
RESUMINDO:

Um novo conceito aparece na ffsica, o mais importante


desde o tempo de Newton: o campo. E necessário grande ima-
ginação cientifica para compreender que o essencial na des-
criçúo dos fenómenos físicos não é a carga ou a partfcula, mas
o campo no espaço entre as cargas e as partículas. O conceito
de campo mostra-se o mais aceitável e conduz à formulação
das equações de Maxwell, que descrevem a estrutura do campo
electromagnético e governam tanto os fenómenm eléctricos
como os ópticos.
A teoria da relatividade surge deste problema do campo.
AS contmdiçÕes e inconsistências cihs velhas teorias forçam-nos
a atribuir novas propriedades ao continuo espaço-tempo, cenúrio
de todos os eventos do nosso mundo físico.
A relatividade desenvolve-se em dois rumos. O primeiro
leva ao que é conhecido como relatividade restrita, aplicada
somente ao sistema coordenado inercial, que é aquele em que
o lei dri inércia formulada por Newton é válida. A relatividade
restrita baseia-se em &as suposições fundamentaia as leis fí-
sicas sdo as mesmas em toda os sistemas de coordenadas que
se movem uniformemente em relação um ao outro; a velocidade
da luz tem sempre o mesmo valor. Destas suposições, plena-
mente confirmadas pela experiência, são deduzidas as proprie-
dades das barras e relógios em movimento, as suas mudanças
em extensão e ritmo dependentes velocicihde. A teoria da
relatividade altera as leis da mecânica. As velhas leis ficam
invalidadas se a velocidade da partícula em movimento se apro-
xima da da luz. As novas leis para um corpo em movimento,
como foram formuladas pela relatividade, confirmam-se esplen-
didamente no campo experimental. Uma posterior consequência
da relatividade é a ligação entre massa e energia. Massa é
energia e a energia tem massa. As duas leis, da conservagão da
massa e da conservação da energia, combinam-se em uma: a
lei da conservação da massa-energia.
A teoria da relatividade geral dá ainda uma análise mais
profunda do contínuo espaçetempo. A validade da teoria já
d o se restringe aos sistemas de coordenadas inerciais. A teoria
ataca o problema da gravitaçao e formula novas leis de estru-
tura para o campo gravftico. Força-nos a analisar o papel repre-
sentado pela geometria na descrição do mundo físico. Considera
o facto du igualdade da massa inercial e gravítica como essen-
cial e não, como na mecânica antiga, meramente acidental. As
consequêl~ciasexperimentais da relatividade gero1 diferem leve-
mente das da velha mecânica. Suportam a prova do experiência,
sempre que a comparação é possível. Mas a força da retatili-
dade jaz na sua consistêncicr interior e na simplicidade dos seus
postulados fundamentais.
A teoria da relatividade frisa a importância do conceito de
campo. Mas, como ainda não conseguimos formular um puro
campo físico, remos provisoriamente de admitir a existência de
ambos os conceitos: campo e matéria.

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