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Caro Professor
É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.
Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve a necessidade de
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem
sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser
desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.
As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram garantir compreendem
um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a vida que permitam ao graduado
do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e
competitiva.
Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é
resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das
várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e
organizações, que colocaram a sua experiência neste exercício de transformação curricular e a quem
aproveito desde já, agradecer.
Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelo ao estudo
permanente das sugestões que eles contêm. Para que convoquem a vossa e criatividade e empenho para
levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã engrossarão o contingente
nacional para o combate à pobreza.
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1. Introdução
O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a
formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a aprender
ao longo de toda a sua vida.
O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma componente
pré-vocacional e por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para uma
integração plena na vida política, social e económica do país.
Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:
Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de
modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus
próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em
diversas circunstâncias da sua vida;
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Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual, mas
também às tendências de transformação no mercado;
Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é, saber
comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de diversas
culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129
Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize em
torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir sobre ele,
cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.
Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes para que
os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos responsáveis e úteis
na família, na comunidade e na sociedade, em geral.
A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel da
escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes quantidades de
conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada vez mais
importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da
vida.
Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?
Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a realidade
do país.
Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as competências
viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita, matemática e cálculo,
mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento
do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:
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d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica social do país e
do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem com
os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem como
em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.
Estas competências são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja preparado para produzir o
seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis subsequentes.
Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a uma
economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas habilidades
relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de problemas,
competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao
longo da vida.
A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é chamada
a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema parecidas com
as que se vão confrontar na vida.
No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos temas
já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos seus
intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os outros e
bem fazer.
Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal forma
que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam para o seu
desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares sejam
suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores.
O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo do ano
lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua abordagem
no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas transversais.
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A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas estrangeiras
(Inglês e Francês).
O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura (concursos
literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões para a apresentação e
discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades culturais em datas festivas e
comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão
ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores, a escrever sobre
temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos órgãos de comunicação social, a
expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.
Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso da
língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos constitui um
pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.
O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na família,
no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.
Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para a
vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para a vida
do jovem e possam ser aplicados a situações reais.
O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à disciplina, às
componentes transversais e às situações reais.
Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este consiga:
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• criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e
transformá-lo;
• avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa perspectiva
formativa.
Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à profissão, aos
alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa pelo trabalho
colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode falar
em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não dialogam,
não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um projecto de recolha
de contos tradicionais ou da história local poderá envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e
correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes; -
Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da
região; - Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.
Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de análise,
de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o desenvolvimento das
competências mais gerais definidas no PCESG.
Este é o programa da disciplina de Geografia do Ensino Secundário Geral (ESG), da 8ª classe, que
resulta das experiências adquiridas ao longo dos tempos com o ensino da Geografia em Moçambique,
especialmente com a introdução do Sistema Nacional de Educação em 1983 e, mais recentemente, com
o enriquecimento do programa intermédio, que vigorou nos anos lectivos de 2006 e 2007.
O enriquecimento deste programa teve como foco principal a definição de competências do ciclo e a
reformulação dos objectivos, conteúdos e sugestões metodológicas, tendo em conta a filosofia do
currículo do Ensino Básico e os princípios definidos no Plano Curricular do ESG.
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A Geografia é, por excelência, uma disciplina que permite a ligação entre a teoria e a prática. O seu
objecto de estudo é a superfície terrestre, onde ocorrem vários fenómenos físico-naturais e humanos.
Com este programa pretende-se orientar o professor na realização da sua acção docente-educativa.
Assim, o professor tem que trabalhar com o programa de forma flexível, crítica e criativa.
As competências a serem desenvolvidas pelo aluno ao longo do ciclo contemplam de forma integrada
conhecimentos, capacidades, habilidades e atitudes relevantes para a vida. Assim, são definidas as
seguintes competências:
Usa expressões geográficas adequadas para relacionar fenómenos físico-geográficos e
socioeconómicos com as diferentes actividades produtivas da comunidade, do país e do mundo.
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Participa em actividades que concorrem para a melhoria da qualidade de vida tais como limpeza
de instituições e locais públicos e participação em projectos de geração de rendimento.
Participa na escola e/ou no bairro, nos debates que abordam a problemática do tabaco, álcool,
droga e outros vícios.
Realiza acções concretas para o aproveitamento racional dos recursos de que Moçambique
dispõe.
Convive com as pessoas que o rodeiam respeitando a sua condição física e idade.
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• Assumir a necessidade de exploração racional dos recursos naturais;
• Preconizar o princípio da protecção da Natureza e da educação ambiental como fundamentos da
correcta relação entre a Sociedade e a Natureza;
• Valorizar a diversidade natural e cultural como riquezas da humanidade;
• Desenvolver o amor à Pátria moçambicana, o espírito de patriotismo e de solidariedade.
4. Objectivos Da 8ª Classe
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Desenvolver o amor à Pátria moçambicana;
Desenvolver o hábito de manter os livros, cadernos e outros materiais limpos e conservados;
Adquirir hábitos correctos de estudo; Adquirir hábitos de trabalho independente; Valorizar
o trabalho em equipa.
2.2.2. A atmosfera
2.2.2.1. A estrutura vertical e composição da atmosfera:
características das camadas da atmosfera
2.1.2.2. Importância da atmosfera
• Temperatura
• Humidade
• Nebulosidade
• Precipitação
• Pressão atmosférica e ventos
• Massas de ar
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2.2.3.2. Factores do clima:
• Latitude
• Altitude/ Relevo
• Vegetação
• Continentalidade
• Correntes Marítimas
2.3. A Hidrosfera
2.3.1. Os oceanos e mares
2.3.1.1. Caracterização e localização
2.3.1.2. Os movimentos das águas dos oceanos e mares: ondas, marés
II e correntes marítimas
2.3.2. Rios
2.3.2.1. Elementos de um rio
2.3.2.2. Rede e bacia hidrográfica
2.3.2.3. Caudal e regime hidrográfico
2.3.2.4. Formas terminais dos rios: delta e estuário
2.3.2.5. Principais rios do mundo e sua localização geográfica
2.3.3. Lagos
2.3.3.1. Origem e tipo de lagos
2.3.3.2. Principais lagos do mundo e sua localização geográfica
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2.4 A Litosfera
2.4.1. A estrutura interna da Terra: crusta, manto e núcleo
2.4.2. Grandes tipos de rochas: magmáticas, sedimentares e
metamórficas
2.4.3. Os solos
2.4.3.1. Formação do solo
2.4.3.2. Importância do solo
III
2.4.4. O relevo terrestre
2.4.4.1. Características gerais
2.4.4.2. Agentes internos: construtores do relevo
2.4.4.2.1. Movimentos lentos
• Falhas e dobras
2.4.4.2.2. Movimentos rápidos
• Sismos e vulcões, sua distribuição geográfica
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6. Plano Temático Introdução Ao Estudo Da Geografia
• • Identificar os elementos do Universo; 1.1. O Universo e seus elementos • Aplica os conhecimentos sobre a Terra
Relacionar o planeta Terra com os 1.2. O Sistema Solar: O Sol e os planetas no Universo para compreender os
• outros planetas do sistema solar; 1.3. A Terra e os seus movimentos diversos fenómenos;
Definir Universo; 1.4. A importância do estudo do
• • • Explica a importância do estudo do
Identificar os movimentos da Terra Universo
Explicar as consequências dos Universo.
•
movimentos da terra;
Explicar a importância do estudo do
Universo.
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Sugestões Metodológicas
O programa de Geografia da 8ª classe centra-se no estudo dos aspectos físico-naturais de uma forma geral.
O aluno, na 8ª classe, estuda a Natureza e as leis que regem o seu desenvolvimento. Em concordância com as competências a desenvolver,
o programa estrutura-se em duas unidades: a primeira trata da Terra no Universo (Evolução e importância do Universo, o Sistema Solar, a
Terra e seus movimentos) e a segunda estuda a Terra e suas Esferas: - Atmosfera e Biosfera
- Hidrosfera
- Litosfera
Os saberes que a disciplina de Geografia proporcionam ao aluno, despertam o seu interesse e amor pela Natureza, como fonte de riqueza
que o ser humano aproveita e transforma em seu próprio benefício e da sociedade.
O processo de ensino-aprendizagem desperta no aluno o interesse pela investigação da Natureza, estabelecendo relações causa-efeito dos
fenómenos, mediante uso de métodos científicos apropriados.
Os objectivos constantes do programa constituem metas a alcançar pelo aluno com a ajuda do professor ao longo do processo educativo,
tendo em vista a mudança de atitudes, desenvolvimento de habilidades e competências para a vida. Assim, para o cumprimento dos
objectivos desta disciplina, é importante que o professor planifique as aulas tendo em conta o ambiente, a experiência e a realidade concreta
do aluno, bem como as condições reais da escola.
As sugestões metodológicas constantes do programa são úteis para orientar o professor na planificação e realização do processo educativo.
Recomenda-se que na abordagem dos conteúdos se tome em consideração os princípios didácticos gerais, como por exemplo, do simples
ao complexo, do conhecido ao desconhecido, da teoria à prática assim como os princípios especiais do ensino da Geografia,
designadamente, (i) princípio da inter relação do estudo do território e dos componentes, (ii) princípio da inter relação do conhecimento das
ciências naturais e sociais, (iii) princípio da inter relação do estudo da estrutura e do desenvolvimento territorial, (iv) princípio da variação
da escala e (v) princípio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno.
Na leccionação das aulas de Geografia deve-se priorizar o método de observação directa tanto em redor da escola como em locais mais
distantes. Para o efeito, os professores terão que planificar e realizar excursões, que em alguns casos serão interdisciplinares. Esta forma de
organização do processo de ensino-aprendizagem permite a ligação do aluno com a realidade; do abstracto com o concreto e da teoria com
a prática. É indispensável ainda o recurso ao método de observação indirecta, analisando factos ou objectos geográficos representados nos
mapas, globos, fotografias, livros e outros meios possíveis.
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A Terra no Universo
O estudo da unidade temática “A Terra no Universo” facilita a compreensão das unidades subsequentes.
A abordagem dos conteúdos desta unidade permite que o aluno compreenda a importância e as particularidades que a Terra apresenta em
comparação com outros planetas do Sistema Solar. Para tal, o professor pode mostrar por meio de esquemas, a constituição do Sistema
Solar, conduzindo o aluno à explicação da importância do estudo do Universo com base nos conhecimentos das classes anteriores. Sugere-
se, na medida do possível, a marcação de trabalhos de pesquisa sobre as viagens espaciais e os meios que a humanidade foi utilizando ao
longo dos tempos para o conhecimento do Universo.
O professor tem que tomar em consideração a realidade concreta do aluno, realizando experiências a partir dos meios locais, pois só assim
é que o ensino ganha a sua plenitude. Aconselha-se a utilização de frutos de formato arredondado, como por exemplo laranja, massala, para
elaborar maquetes do Sistema Solar e ainda para explicar os movimentos da terra.
Partindo da realidade do aluno, o professor poderá orientar trabalhos em grupos, como por exemplo trabalhos de pesquisa, elaboração de
material didáctico entre outros. Importa referir que durante a realização dos trabalhos o professor tem que estar seguro que cada aluno tem
tarefa(s) a realizar, de modo que o produto do trabalho venha a ser realmente do grupo. Este tipo de actividade não só permite que no aluno
se desenvolva o gosto, interesse e aperfeiçoamento pela pesquisa, mas também a auto-estima e o espírito de cooperação.
No decurso do processo de ensino-aprendizagem é necessário atentar aos conteúdos transversais, tais como, Direitos Humanos, Infecções
de Transmissão Sexual - ITS, HIV/SIDA, prevenção de doenças endémicas e epidémicas, desastres naturais e os provocados pelo ser
humano, sismologia, educação patriótica, entre outros, tendo em conta as habilidades para a vida e as competências básicas que se espera
que o aluno desenvolva. Para a abordagem destes temas o professor pode usar várias estratégias como dramatização e jogos de papéis,
chuva de ideias, debates, visitas de estudo entre outras. Pode ainda contactar localmente alguém com mais informações sobre estes assuntos
e outros relevantes no ensino da Geografia, a fim de proferir palestras e realizar outras actividades importantes para a aprendizagem dos
alunos.
Indicadores de desempenho
Os conteúdos desta unidade, tal como as competências básicas evidenciam, potenciam o aluno com conhecimentos científicos, permitindo-
lhe a compreensão dos fenómenos que ocorrem no Universo. Assim, no tratamento desta unidade, verifique se o aluno:
• Identifica os elementos do Universo;
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• Explica a evolução do Universo;
• Explica os fenómenos que ocorrem no Universo e a influência destes na vida diária;
• Identifica as consequências dos movimentos da Terra;
• Relaciona o planeta Terra com os outros planetas do sistema solar.
• Identificar as esferas da Terra; 2.1. Introdução ao estudo das esferas Explica a importância das esferas para a
• Explicar as interligações entre as vida na Terra;
esferas; 2.1.1. As esferas Localiza e caracteriza as zonas
• bioclimáticas e os principais tipos de
• Explicar a importância das esferas para a 2.1.1. 1. Noções gerais sobre as esferas
vida na Terra; clima;
2.1.1. 2. Caracterização das esferas •
2.1.1. 3. Interligação das esferas Participa em acções que visem a
elevação da qualidade do ambiente ;
• Descrever a composição da Atmosfera; Participa em actividades de mitigação de
• desastres naturais;
• Explicar a importância da Atmosfera; 2.2: A Atmosfera e a Biosfera
• Diferenciar tempo de clima; Desenvolve espírito de tolerância e
• cooperação e a habilidade de viver com os
• Diferenciar elementos de factores do
clima; outros.
2.2.2. A Atmosfera •
• Caracterizar os principais elementos do
clima; 2.2.2.1. A estrutura vertical e composição da
Atmosfera: características das camadas da
• Caracterizar os principais factores do
Atmosfera
clima;
2.1.2.2. Importância da Atmosfera
• Identificar os instrumentos de medição
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relativos à meteorologia; 2.2.3- Tempo e clima: elementos e factores de
• Descrever os principais fenómenos clima
meteorológicos; 2.2.3.1. Elementos do clima:
• Localizar as zonas bioclimáticas e os
principais tipos de clima; • Temperatura
• Caracterizar as zonas bioclimáticas e os • Humidade
principais tipos de clima; • Nebulosidade
• Identificar os problemas ambientais que • Precipitação
afectam a atmosfera e a Biosfera; • Pressão atmosférica e ventos
• Propor acções que possam minimizar os • Massas de ar
efeitos negativos na Atmosfera e na
Biosfera.
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• 2.3.2.3. Caudal e regime hidrográfico
2.3.2.4. Formas terminais dos rios: delta e estuário
• • Explicar o ciclo da água; 2.3.2.5. Principais rios do mundo e sua • Explica o ciclo da água.
Identificar as principais formas de poluição localização geográfica
• das águas;
Propor soluções para minimizar os efeitos 2.3.3. Lagos
negativos da poluição das águas. 2.3.3.1. Origem e tipos de lagos
2.3.3.2. Principais lagos do mundo e sua
localização geográfica
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Caracterizar a estrutura interna da 2.4 A Litosfera Explica a inter relação entre a
• Terra; geodinâmica interna e externa na
Descrever a formação do solo; 2.4.1. A estrutura interna da Terra: crusta, formação do relevo.
Descrever a formação das rochas; manto e núcleo Reconhece a importância do solo na
•
Relacionar os tipos de rochas; 2.4.2. Grandes tipos de rochas: magmáticas, actividade económica.
•
Explicar os efeitos dos sedimentares e metamórficas
• • agentes construtores e •
modeladores do relevo; Relacionar os 2.4.3. Os solos
• • sismos com os vulcões; Localizar as 2.4.3.1. Formação do solo
regiões sísmicas e 2.4.3.2. Importância do solo •
• • vulcânicas;
Indicar as eras geológicas;
2.4.4. O relevo terrestre
• Explicar as fases da evolução geológica
2.4.4.1. Características gerais
da Terra;
2.4.4.2. Agentes internos: construtores do relevo
• Caracterizar as fases do
ciclo geológico; 2.4.4.2.1. Movimentos lentos
Explicar a importância da protecção e • Falhas e dobras
conservação da Litosfera
2.4.4.2.2. Movimentos rápidos
• Sismos e vulcões: sua distribuição
geográfica
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Sugestões Metodológicas
Esta unidade pretende levar o aluno a compreender a importância das condições da Terra que
proporcionam a vida. Neste sentido, para explicação das ligações entre as várias esferas, o professor
tem que procurar exemplos do ambiente do aluno, claros e adequados aos conteúdos desta unidade.
Dada a estreita relação entre a Atmosfera e a Biosfera, para facilitar a compreensão dos conteúdos
recomenda-se uma abordagem simultânea, procurando sempre estabelecer a interelação entre as duas
esferas. Isto é, o professor pode dar exemplos procurando estabelecer a inter relação entre a
Atmosfera e Biosfera, dada a sua influência recíproca para a repartição da flora e fauna na superfície
terrestre.
O estudo da Atmosfera tem uma importância particular, porquanto os conhecimentos adquiridos são a
base para compreensão dos conteúdos da Biosfera, Hidrosfera e Litosfera. Neste estudo, o aluno
observa, compara, relaciona e tira conclusões a partir das ilustrações e diagramas contidos no livro
escolar ou outras fontes.
Para uma melhor compreensão, o aluno tem que utilizar mapas variados e o Atlas Geográfico. O uso
do Atlas é também recomendável para a realização de trabalhos para casa, pois o desenrolar da aula e
o TPC complementam-se com vista a consecução dos objectivos preconizados.
Ao caracterizar os tipos de clima, terá que se referir não só à forma como se manifesta a temperatura,
a humidade e a precipitação, mas também associar a vegetação e a fauna correspondentes. A este
respeito, recomenda-se a apresentação das principais associações vegetais, grupos de espécies
animais das grandes zonas bioclimáticas, isto é Zona Intertropical, Zonas Temperadas e Zonas Frias.
Quanto ao estudo da Hidrosfera o professor tem que utilizar como principais materiais didácticos o
livro escolar, Atlas Geográfico e fotografias que ilustrem vários fenómenos (ex: variação do caudal
do rio, seca ou cheia) entre outros, procurando igualmente orientar o aluno a elaborar mapas
hidrográficos.
Para além disso, o professor tem que utilizar mapas do Atlas Geográfico para explicar e localizar os
vários fenómenos e efectuar visitas de estudo à costa, margem do rio, lago, etc.
Para a Litosfera é importante que o professor reúna mapas físicos, fotografias e quadros de paisagens
que representem as formas de relevo, de modo a usar esse material para trabalhar com os seus alunos.
Terá ainda que orientá-los na elaboração de mapas mudos para representar, a cores, as diferentes
zonas de relevo e as várias formações montanhosas.
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É também importante conduzir o aluno a observar os diferentes aspectos da paisagem que circundam
a escola, descrever e interpretá-los.
Através da análise do material recolhido, o aluno identifica as diferenças entre as formas de relevo,
sob orientação do professor.
O professor tem que tomar sempre em consideração a realidade do meio em que está inserido o aluno,
a escola, as particularidades culturais da região, os meios locais, a experiência e vivência do próprio
aluno na escola e na sociedade em geral.
Sugere-se ao professor trabalho conjunto com o aluno, em paralelo com as outras disciplinas, com
vista a produção e utilização de material didáctico de baixo custo, usando materiais existentes no
local onde a escola está inserida. Por exemplo, com base na cartolina podem-se produzir mapas
referentes a determinados conteúdos geográficos em coordenação com o professor de Desenho,
desenvolvendo assim habilidades no aluno sobre a escala de ampliação do mapa-múndi e a
distribuição dos fenómenos à escala mundial. Esta é apenas uma forma de realizar a
interdisciplinaridade, porque muitas outros existem, como planificar actividades conjuntas com
outras disciplinas, como por exemplo Biologia, Química, para efectuar excursões geográficas. Desta
maneira, contribuímos para um ensino de Geografia mais útil e relevante.
A abordagem de questões ambientais é transversal no currículo do ESG. O professor no dia a dia tem
que debater com seus alunos os principais problemas ambientais, desenvolvendo neles uma atitude
crítica e responsável sobre a necessidade de protecção e conservação da Natureza e uma melhor
qualidade de vida na terra. Assim, podem ser tratados temas como queimadas descontroladas,
poluição, erosão, processo de desertificação, saneamento do meio entre outros. No fim de cada
unidade o professor terá que sistematizar com os seus alunos as principais questões ambientais
tratadas.
Indicadores de desempenho
A disciplina de Geografia sintetiza conhecimentos tanto de natureza física como socio-económica,
sendo imprescindível considerar os seguintes indicadores de desempenho do aluno:
• Identifica as esferas da Terra;
• Explica as interligações entre as esferas;
• Explica a importância da Atmosfera;
• Diferencia elementos de factores do clima;
• Caracteriza as zonas bioclimáticas e os principais tipos de clima;
• Identifica os problemas ambientais que mais afectam a Atmosfera e a Biosfera;
• Explica a dinâmica das águas dos oceanos e mares;
• Explica a importância das águas;
• Identifica as principais formas de poluição das águas;
• Explica a formação dos solos;
• Relaciona sismos com vulcões;
• Localiza regiões sísmicas e vulcânicas;
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• Explica as fases da evolução geológica da Terra.
7. Avaliação
A aprendizagem de Geografia passa por actividades e exercícios que permitem ao aluno adquirir
conhecimentos, dominar os conteúdos e desenvolver capacidades, habilidades e atitudes.
A avaliação destina-se a promover a aprendizagem e terá que ser realizada de modo a acompanhar a
evolução do aluno ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Assim, o professor não deve
cingir-se apenas aos testes, podendo também considerar outras formas de avaliação, como por
exemplo:
• Colocação de dúvidas;
• Exposição de ideias: com clareza, sequência lógica, tom de voz, dicção, construção frásica e
outros aspectos.
Trabalhos práticos
8. Bibliografia básica
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NAKATA, Hirome e COELHO, Marcos Amorim (1983). Geografia Geral. S. Paulo, Editora
Moderna.
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