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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário
Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade
de se reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se
faça sem sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida
continuem a ser desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram


desenvolver, compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
necessários para a vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o
mundo de trabalho numa economia cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem
em mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG,
de professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas
instituições públicas, empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço
da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas,


apelamos ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa
e criatividade e empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens
que amanhã contribuirão para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se


enquadra no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e
Cultura e tem como objectivos:

 Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
 Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo diversificado,
flexível e profissionalizante.
 Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação dos
estudos como para o mercado de trabalho e auto emprego.
 Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


 O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que
contém os objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as
estratégias de implementação;
 Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
 O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
 Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras
que visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para
que continuem a aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma
componente profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências
relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências


do mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das
Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre
outros desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando
uma formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e


estético, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos
e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões
individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias da sua vida;

Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de


conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a
compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais,
económicos, políticos e naturais;

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Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um
espírito empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio
produtivo actual, mas também às tendências de transformação no mercado;

Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto
é, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros
homens de diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se


organize em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para
compreender o mundo, agir sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e
comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas


relevantes para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e
como cidadãos responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o
papel da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir
grandes quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre
outros. Torna-se, assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a
aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na
vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza
para enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida
quotidiana. Isto significa que para resolver um determinado problema, tomar decisões
informadas, pensar critica e criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo
necessita de combinar um conjunto de conhecimentos, práticas e valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas
também à sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes,
tendo em conta a realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as


competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e
escrita, matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente
reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu
bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;


b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de
aprendizagem e busca metódica de informação em diferentes meios e uso de
tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e
apresentação dos trabalhos;

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d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica
social do país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se
relacionar bem com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da
comunidade bem como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em
grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e
crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na


prática educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer
fazendo.

(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar


situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a
escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as
regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da
comunidade escolar de forma coerente e sistemática.
PCESG:27

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça,


solidariedade, humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor
à pátria, o amor próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e
pelo bem comum, deverá estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os
momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos
níveis subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é,
adaptar-se a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem
cada vez mais novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas
múltiplas na resolução de problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a
flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao longo da vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com


vista um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a
comunidade escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na
resolução de situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na vida.

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No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos
temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas
competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a
cabo na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam
um modelo do saber ser, conviver com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas
de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele
contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e
co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores.

O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao


longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas
indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no
texto de apoio sobre os temas transversais.

O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também com uma estratégias que


permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em
várias áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as
actividades a realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam
professores, alunos e até a comunidade e constituam em momentos de ensino-
aprendizagem significativos.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado.
No currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de


todas as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os
professores deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar
o seu discurso às diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser
uma exigência constante nas produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da
leitura (concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos
alunos, sessões para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa,
exposições, actividades culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros
momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados
a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores, a escrever sobre
temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos órgãos de comunicação
social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a buscar informações e
a sistematizá-la.

Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e,
no caso da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores
moçambicanos constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação
da moçambicanidade.

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1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis


na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-
os em actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação
do aluno para a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas
tenham significado para a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais
sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos
inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este
consiga:

 organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus


conhecimentos, habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de
soluções;
 encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o
desenvolvimento de competências. Por exemplo, envolver os alunos numa
actividade, projecto ou dar um problema que os obriga a recorrer a conhecimentos,
procedimentos e experiências de outras áreas do saber;
 acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-
los e corrigi-los durante o processo de trabalho;
 criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o
mundo e transformá-lo;
 avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à


profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa
passa pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas.
Neste sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de
interdisciplinaridade se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou
se fecham nas suas próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da
história local poderá envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e
correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

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Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em
equipa, de análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim
para o desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o


desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é
mais um centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para
reprodução e memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e
conhecimentos. O aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e
pesquisa de informação, reflectindo criticamente sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os


recursos e aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma
comunidade escolar implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural,
organizador democrático e gestor da heterogeneidade vivencial dos alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de


conceber e utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo;
entusiasmo, espírito competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e
debate de ideias; o interesse pela integração social e vocação profissional.

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O Ensino da disciplina de História

Este Programa de Ensino foi elaborado a partir do que vigorou até 2008. No geral os
conteúdos não sofreram grandes alterações, contudo, alguns conteudos foram reorientados
para uma abordagem centrada em África em geral e Moçambique em particular.

Neste programa foram introduzidas alterações referentes ao a processos históricos de


Formação do Sistema Capitalista ao Imperialismo e também são sugeridas formas vias de
abordagem que se aproximam da estratégia definida para o Ensino Básico.

Mais do que o referido no parágrafo anterior, a mudança reside na metodologia de


abordagem do programa e dos conteúdos nele prescritos, bem como das sugestões de
actividades a realizar em cada unidade temática, e da filosofia que sustentou a elaboração
deste Programa de ensino.

Este programa assim como todos os outros devem ter em conta os temas transversais que
deverão ser integrados ao longo da planificação das unidades temáticas. Para complementar a
abordagem dos temas transversais poder-se-ão realizar actividades extracurriculares.

O ensino desta disciplina deve contribuir para o desenvolvimento de atitudes de respeito pelos
direitos e crenças dos outros, de solidariedade, de tolerância, consciência patriótica e vontade
de participar activamente na construção de uma sociedade moçambicana democrática.

O Programa é constituído por três unidades, nomeadamente:


1) A Formação do Sistema Capitalista Mundial do Século XV ao Século XVIII;
2) O Capitalismo Industrial e o Movimento Operário nos Séculos XVIII a XIX;
3) Do Capitalismo Industrial ao Imperialismo.

Este Programa retoma o estudo da História Universal iniciado na 8ª classe e sugere o


enquadramento da História da África como parte importante da História Universal. Além
disso, no campo das metodologias, aconselha a adopção de várias estratégias e técnicas
inerentes à disciplina, mas com enfoque para o método participativo de ensino centrado no
aluno.
Na sequência do estudo feito na 8ª classe sobre o modo de produção feudal, o programa da
9ª Classe aborda a acumulação primitiva do capital como condição fundamental para a
transição do feudalismo ao capitalismo, até a fase do Imperialismo. Por conseguinte, é
preciso que durante o processo de ensino - aprendizagem, os conhecimentos, habilidades e
convicções das classes anteriores sejam ligados, aprofundados e reforçados com a nova
matéria.
Pretende-se, com este Programa, que os alunos possam:
 Utilizar e alargar os conhecimentos adquiridos no Ensino Básico para a interpretação
do mundo à sua volta;
 Contribuir para a formação e consolidação do espírito crítico;
 Desenvolver e consolidar o hábito de trabalhar colectiva e independentemente com
disciplina e perseverança;

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 Desenvolver e consolidar o imaginário social comprometido com o ideal da pátria;
 Contribuir para a compreensão da sociedade, sua génese e transformação e os
múltiplos factores que nela intervém, como produto da acção humana e a
compreensão de si mesmo como agente social e os processos sociais como
orientadores da dinâmica dos diferentes grupos humanos.
 Desenvolver e consolidar atitudes, comportamentos, ancorados nas competências do
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
 Despertar nos alunos a compreensão dos elementos cognitivos, afectivos, sociais e
culturais que constituem a identidade própria e a dos outros;
 Contribuir para a consolidação de um espírito democrático e comprometimento para
construção de uma sociedade solidária através da acção cooperativa e não
individualista.
 Utilizar adequadamente a linguagem própria da História na escola, no trabalho e em
todos os contextos da vida.
Assim, a disciplina de História continuará a desenvolver as competências adquiridas nas
classes anteriores, versando, por um lado, a História Universal, e por outro, o entrosamento
da História do continente africano e da pátria na história universal.
Para o efeito, dever-se-à privilegiar à combinação de métodos e técnicas com vista a
desenvolver nos alunos capacidades de observação, análise, recolha de informações,
contextualização dos processos e acontecimentos, interpretação e síntese.

Competências a Desenvolver no 1º Ciclo do Ensino Secundário Geral

Ao longo do 1º ciclo do Ensino Secundário Geral, (8ª, 9ª e 10ª Classes) os alunos devem
desenvolver as seguintes competências gerais para a vida:

 Interpreta acontecimentos diversos usando a língua portuguesa;

 Recolhe e divulga a história, os hábitos de saúde e alimentação da sua região;

 Usa adequadamente o vocabulário histórico para descrever acontecimentos


históricos, sociais e culturais;

 Adopta, de forma independente, estratégias e métodos de estudo adequados;

 Emite opiniões sobre os processos históricos, sociais e culturais que ocorrem em seu
redor, no país e no mundo;

 Promove o respeito pelos órgãos nacionais e internacionais de defesa dos direitos


humanos e de cidadania;

 Demonstra compreensão dos problemas económicos e sociais do seu país e sugere,


a seu nível, vias de solução em seu benefício e em benefício da comunidade em que
está inserido;

 Envolve-se em projectos e campanhas de protecção e uso sustentável dos recursos


ambientais;

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 Promove atitudes de solidariedade, tolerância e respeito pelas diferenças;

 Respeita as leis nacionais e internacionais;

 Age em conformidade com a lei na resolução e gestão de conflitos;

 Desenvolve o sentimento patriótico através de visitas aos locais de interesse


histórico-sociais e participa activamente nos processos político-sociais do seu país;

 Usa conhecimentos gerais para melhor participar no desenvolvimento do país;

Objectivos Gerais do Ciclo

Constituem objectivos gerais do Ensino de História no Ciclo:

 Aprofundar e ampliar os conhecimentos adquiridos no Ensino Básico;


 Desenvolver nos alunos o interesse pelo estudo da História;
 Utilizar a língua moçambicana, portuguesa e inglesa para a recolha e compilação de
dados históricos, sociais e culturais à sua volta;
 Despertar nos alunos a consciência da relação entre a História da Pátria, do Continente
Africano e a História do Mundo;
 Alargar as capacidades e convicções deste nível para compreender melhor a integração
de Moçambique e do Continente africano no contexto da história mundial;
 Proporcionar aos alunos uma formação em que a disciplina de história os habilite a
desenvolver capacidades de análise (a seu nível) de processos históricos concretos;
 Consolidar a concepção do desenvolvimento da sociedade humana;
 Desenvolver nos alunos o amor pela pátria e a consciência de fazer parte de uma
sociedade.
 Desenvolver atitudes de solidariedade, tolerância, respeito pelas leis e pelas diferenças.

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3. Visão Geral dos conteúdos do 1º Ciclo do Ensino
Secundário Geral
8ª Classe 9ª Classe 10ª Classe
1. A História como 1.- A Formação do Sistema 1.- As contradições
Ciência Capitalista entre os Séculos Imperialistas dos finais
XV-XVIII do século XIX até ao final
da 1ª Guerra Mundial
2.-Origem e Evolução 2.- O Capitalismo Industrial e 2.- O Mundo entre a 1ª e a
do Homem o Movimento Operário nos 2ª Guerra Mundiais (1918-
séculos XVIII-XIX 1939)
3.- As diferenciações 3.- Do Capitalismo Industrial 3.- A 2ª Guerra Mundial
sociais e a formação de ao Imperialismo (1939-1945) e o Movimento
Estados de Libertação Nacional
4. As relações sócio- 4.- O Mundo entre a
políticas na Europa e confrontação e o
na África entre séc.VII- desanuviamento
XV

4. Objectivos do Ensino da História na 9ª Classe

No final da 9ª Classe o aluno deve ser capaz de:


 Situar no tempo e no espaço a transição do feudalismo ao capitalismo;
 Caracterizar o período da transição do feudalismo ao capitalismo quanto à situação
económica, política, social e ideológica;
 Relacionar o comércio colonial com o processo da acumulação primitiva do capital na
Europa e do início do subdesenvolvimento dos povos das colónias;
 Caracterizar as revoluções burguesas na Inglaterra e na França;
 Mencionar as principais medidas económicas e políticas tomadas pela burguesia para
consolidar o seu poder económico, político e social;
 Explicar as causas e o decurso da Comuna de Paris, os seus efeitos, o seu fracasso e
a sua importância para o movimento operário no mundo;
 Mencionar como o imperialismo desde o seu surgimento se caracterizou pela política
de agressividade, expansionismo, exploração dos próprios operários e da pilhagem
dos países com menor nível de desenvolvimento;
 Caracterizar particularmente os efeitos da pilhagem e da partilha do continente
africano pelas potências imperialistas bem como das primeiras guerras imperialistas
nos finais do século XIX;
 Explicar o papel de Portugal na penetração imperialista;
 Explicar as causas do agravamento das contradições e as rivalidades das potências
imperialistas;
 Utilizar adequadamente mapas, quadros, esquemas, cronologias e gravuras
relacionadas com o conteúdo do programa;
 Utilizar adequadamente os termos e conceitos de: revolução burguesa, burguesia,
trabalho assalariado, comércio colonial, mercantilismo, absolutismo, parlamento,
monarquia, república, manufactura, capitalismo, reforma, expropriação, nobreza,
acto de supremacia, luta de classes, guerra civil, proletariado e operariado.

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Visão Geral dos Conteúdos da Disciplina de História da 9ª Classe

Unidades Conteúdos Carga


Temáticas Horária
Unidade 1: 1.1- A Europa e o mundo no início do século XV 28
A Formação do 1.2- A expansão Europeia e o Comércio colonial horas
Sistema Capitalista 1.3- O Renascimento, o Humanismo, suas
Mundial – Séc tendências e difusão;
XV-XVIII 1.4- A crise religiosa do século XVI: a Reforma e a
resposta da Igreja Católica
1.5- As teorias económicas do Período de
Transição (mercantilismo e fisiocratismo)
1.6- O Absolutismo no exemplo da França
1.7- A emergência do capitalismo na Europa no
exemplo da Inglaterra
1.8- A luta pela independência nas colónias
inglesas da América do Norte
1.9- A Revolução Francesa
1.10- África entre os séculos XV-XVIII
A situação económica, política e religiosa
Unidade 2 2.1- A Revolução Industrial e o seu impacto 18
O Capitalismo 2.2- O Movimento Operário horas
Industrial e o 2.3- A Comuna de Paris como a primeira forma de
Movimento Operário poder popular no mundo
entre os Séculos 2.4- A África e Moçambique na época das
XVIII-XIX Revoluções Burguesas e Industrial (breve relance)
Unidade 3 3.1-O início do Imperialismo e a política imperialista 8 horas
Do Capitalismo 3.2- As grandes potências imperialistas e a partilha
Industrial ao do mundo
Imperialismo 3.3- A luta dos Estados africanos contra a ocupação
efectiva

Avaliação 18
horas
Total de horas 72
horas

20
Carga Horária Por Trimestre

Trimestre Unidade Temática Carga


Horária
Unidade 1 A Formação do Sistema Capitalista Mundial – Séc
XV-XVIII
1.1. A Europa e o mundo no início do século XV
1.2. A expansão Europeia e o Comércio colonial
1º 1.3. O Renascimento, o Humanismo, suas tendências e difusão; 18
Trimestre 1.4. A crise religiosa do século XVI: a Reforma e a resposta da Igreja
Católica
1.5. As teorias económicas do Período de Transição (mercantilismo e
fisiocratismo)
Avaliação 6
Unidade 1 A Formação do Sistema Capitalista Mundial – Séc
XV-XVIII
1.6. O Absolutismo no exemplo da França
1.7. A emergência do capitalismo na Europa no exemplo da Inglaterra
1.8. A luta pela independência nas colónias inglesas da América do
Norte
2º 1.9. A Revolução Francesa 18
Trimestre 1.10.África entre os séculos XV-XVIII
A situação económica, política e religiosa

Unidade 2 O Capitalismo Industrial e o Movimento Operário entre


os Séculos XVIII-XIX
2.1 A Revolução Industrial e o seu impacto
2.2 O Movimento Operário:
 As condições de vida dos operários
 O trabalho infantil e feminino
 As contradições entre a burguesia e a classe operária
Avaliação 6
Unidade 2 O Capitalismo Industrial e o Movimento Operário entre
os Séculos XVIII-XIX 18
2.2 O Movimento Operário:
 As teorias socialistas
 O sindicalismo
3º 2.3 A Comuna de Paris como a primeira forma de poder popular no
Trimestre mundo
2.4 A África e Moçambique na época das Revoluções Burguesas e
Industrial (breve relance)
Unidade-3 Do Capitalismo Industrial ao Imperialismo
3.1 O início do Imperialismo e a política imperialista
3.2 As grandes potências imperialistas e a partilha do mundo
3.3 A luta dos Estados africanos contra a ocupação efectiva
Avaliação 6

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PLANO TEMÁTICO DETALHADO
Unidade Temática 1 A Formação do Sistema Capitalista Mundial (Séc. XV-XVIII)
Objectivos Específicos Conteúdos -Competências Básicas Carga
O aluno: horária
 Definir o conceito “Período de 1.1. A Europa e mundo no início do
Transição” ou “Antigo Regime”; séc. XV;
 Caracterizar a economia europeia no 1.1.1. O “Período de Transição” ou
Período de Transição; “Antigo Regime”;
 Caracterizar a estrutura da sociedade 1.1.2. A economia europeia no o Interpreta a penetração estrangeira como
europeia no Período de Transição; período de Transição ou Antigo uma fase da integração da África e
Regime; Moçambique na economia mundial;
1.1.3. A estrutura da sociedade
europeia no período de transição; o -Reconhece a expansão como resultado do
 Caracterizar o desenvolvimento das 1.1.4. O desenvolvimento sócio- desenvolvimento técnico e científico do
sociedades africanas durante o económico, politico e cultural da mundo;
período de transição; África entre o século XV e XVII;
 Descrever as relações entre a África e 1.1.5. As relações entre a África e o Analisa criticamente a pilhagem colonial 18
o mundo no período de transição; os outros continentes entre os destacando o carácter injusto das trocas
séculos XV-XVII; comerciais e o tráfico de escravos;
 Explicar os antecedentes da 1.2. Expansão Europeia e Comércio
o Explica a fundamentação teórica da
Expansão; Colonial (Revisão);
pilhagem colonial;
 Explicar os factores e/ou razões da 1.2.1. O comércio Mediterrânico nos
Expansão; séculos XIII e XIV:
o Explica as consequências dos movimentos
 Caracterizar as etapas da Expansão - As partes envolvidas;
Europeia; - os principais mercadores; Culturais e Ideológicos dos Séculos XIV-
 Caracterizar a expansão portuguesa - A ascensão dos italianos e turcos; XVI;
em Moçambique; 1.2.2. os factores de expansão,
 Explicar o carácter desigual do objectivos e etapas;
1.2.3. A expansão portuguesa em o Associa a origem das igrejas cristãs
comércio colonial;
Moçambique; modernas à reforma religiosa;
1.2.4. A pilhagem colonial:
- as trocas desiguais; o Diferencia o sistema absolutista e
- o tráfico de escravos; democrático;
 Explicar o impacto da expansão e 1.2.5. As consequências da 1ª o Elabora textos, resumos e sínteses,
comércio colonial em África, Ásia e expansão europeia:
quadros e esquemas sobre as matérias
América e Europa no início do Séc. - permutas culturais entre Europa,

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Objectivos Específicos Conteúdos -Competências Básicas Carga
O aluno: horária
XV; Ásia, América e África; dadas;
- ascensão da Burguesia mercantil;
 Explicar o conceito mercantilismo e - início do subdesenvolvimento das
o seu papel na pilhagem colonial; colónias em benefício das potências
Sintetizar a origem, características, coloniais;
espaço e tempo em que se difundiu o 1.5. As Teorias Económicas do
fisiocratismo; Antigo Regime;
1.5.1. O mercantilismo e o seu
papel na pilhagem das colónias e a
acumulação de capitais na Europa;
1.5.2. O Fisiocratismo: Origens e
características;
 Definir Renascimento e Humanismo; 1.3. O Renascimento, o
 Caracterizar cada um destes Humanismo, suas características e
movimentos culturais e ideológicos; difusão:
 Sintetizar a influência destes 1.3.1. Conceito de Renascimento;
movimentos nas ciências e na arte; 1.3.2. Os factores do
 Nomear principais representantes Renascimento;
destes movimentos; 1.3.3. Características do
Renascimento;
1.3.4. Representantes;
1.3.5. O Humanismo e sua difusão;
1.3.6. Os novos caminhos da
ciência e da arte;
 Analisar as causas da crise religiosa 1. 4. A crise religiosa do século XVI:
do Séc. XVI; a Reforma Protestante e a
 Caracterizar a crise religiosa; resposta da Igreja Católica;
 Identificar as correntes religiosas 1.4.1. Origens e características da
resultantes da Reforma protestante; Crise;
 Descrever a resposta da Igreja 1.4.2. A Reforma Religiosa;
Católica face à Reforma Protestante; 1.4.3.As principais correntes
protestantes (Luteranismo
/Calvinismo/ Anglicanismo);
1.4.4. A resposta da Igreja Católica
(contra-reforma);

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Objectivos Específicos Conteúdos -Competências Básicas Carga
O aluno: horária
 Explicar o conceito e características 1.6. O Absolutismo; o Associa as revoluções burguesas ao
do absolutismo; 1.6.1. Conceito e características do desenvolvimento da sociedade capitalista;
 Analisar criticamente o regime absolutismo;
absolutista, tomando como exemplo o 1.6.2. O surgimento dos regimes
absolutismo francês; absolutistas na Europa; o - Explica o alcance das medidas tomadas
 Relacionar as Revoluções Burguesas 1.6.3. O exemplo da França; pela burguesia depois do triunfo das
na Europa com o desenvolvimento da 1.7. As Revoluções Burguesas; revoluções burguesas;
Sociedade capitalista; 1.7.1. A Revolução Burguesa na
 Explicar as principais medidas Inglaterra e seu significado:
tomadas pela burguesia para  As origens; o Associa a Revolução Americana a formação
consolidar o seu poder;  As fases; dos Estados Unidos da América do Norte;
 Importância/significado;
 Explicar o processo de formação das - A crise económica e social e as
colónias da América do Norte novas ideias iluministas; o Reconhece as revoluções burguesas como
 Caracterizar as contradições entre a - Iluminismo-Conceito, transição política do antigo regime católico
Inglaterra e as 13 colónias norte características e representantes. feudal ao novo regime liberal;
americanas 1.8. A luta pela independência
 Explicar a importância da Constituição nas colónias inglesas da
americana de 1787 América do Norte; o Analisa a importância de uma Constituição
1.8.1. As colónias inglesas da como a lei-mãe que regula as relações de
América do Norte uma sociedade.;
- As contradições entre Inglaterra
e as 13 colónias norte-
americanas o Interpreta textos referentes aos ideais da
1.8.2. O processo da luta pela liberdade e dos direitos do Homem (o
independência das colónias Iluminismo);
norte-americanas (breve
cronologia)
1.8.3. A Constituição Americana de
1787, sua importância.
 Explicar as causas da Revolução 1.9. A Revolução Francesa (1789-
Francesa 1795)
 Explicar os conceitos Iluminismo, 1.9.1. As causas da Revolução
Revolução Burguesa Francesa
 Explicar as características do 1.9.2. O Início da Revolução: A

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Objectivos Específicos Conteúdos -Competências Básicas Carga
O aluno: horária
Iluminismo convocação dos Estados
 Descrever as etapas da Revolução Gerais e a tomada da Bastilha
 Explicar a importância da Revolução 1.9.3. As etapas da Revolução
Francesa
1.9.4. A importância da Revolução
Francesa
 África entre os séculos XV – XVIII
A situação Económica
A situação política
A situação religiosa
A cultura
As Relações entre a Europa e África
entre os séculos XV e XVIII

Sugestões Metodológicas:

No programa da 8ª Classe, a última unidade trata da emergência e desenvolvimento do Feudalismo na Europa entre os
séculos VII-XV e o estádio de desenvolvimento da África durante o mesmo período.
O Programa da 9ª Classe inicia com a análise das contradições que este sistema continha, cuja derrocada dá origem ao Sistema
Capitalista, que começa a desenvolver-se à partir do século XV. O professor, ao iniciar a implementação deste programa,
devera fazer a ponte entre o programa da 8ª classe, nomeadamente a última unidade no concernente a África antes do Sec.
XV, de tal forma que os alunos compreendam a ligação que existe entre este programa e o da 8ª classe.
A 1ª Unidade do Programa da 9ª classe trata da “Formação do Sistema Capitalista Mundial entre o século XV e XVIII. O fulcro
desta unidade é a acumulação primitiva do capital que é acompanhado de um amplo movimento económico (mercantilismo),
político (absolutismo), ideológico (as reformas e o iluminismo) e cultural (o Renascimento e o Humanismo) em toda a Europa.
Esta fase conduziu a uma tomada de poder pela burguesia, mantendo, entretanto, a monarquia como forma de Estado.
Introduz-se nesta unidade o fenómeno de trabalho assalariado no interior do sistema capitalista e, em simultâneo, o fenómeno
de exploração entre Estados, que se manifestou através da troca desigual com as colónias, com destaque para o tráfico de
escravos. Estes temas favorecem uma ligação com a actualidade na compreensão das origens remotas do subdesenvolvimento
dos povos africanos, asiáticos e latino-americanos.
O ciclo de estudo do Estado numa sociedade de classes deve culminar com a análise do Estado burguês e reflectir sobre
conceitos de Estado, classe, luta de classes, capital e burguesia. É necessário que os alunos entendam que a tomada do poder
pela burguesia foi uma revolução em relação ao sistema Feudal.

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Para melhor abordagem desta unidade sugere-se o seguinte:
 Estudar convenientemente os objectivos específicos definidos para cada subunidade, os conteúdos e as competências
requeridas;
 Utilizar os livros do aluno da 9ª classe existentes e outros manuais complementares (como os livros da 7ª e 8ª);
 Promover estudos independentes através da elaboração de resumos, quadros comparativos, fichas de trabalho,
esquemas, mapas, interpretação de textos, debates, etc.
 Destacar o carácter transitório do período em estudo e as marcas do mesmo no domínio político, económico, cultural e
social.

Mais do que descrever as Revoluções Burguesas é fundamental destacar a sua importância no processo de transição do
Feudalismo ao Capitalismo.
Será importante destacar nesta unidade o surgimento de um novo sistema de relações de produção, baseadas no trabalho
assalariado, em oposição ao quadro de relações vigentes no feudalismo.
O fenómeno do comércio colonial (baseado na troca desigual) deve ser destacado para que os alunos entendam as origens, em
parte, do subdesenvolvimento dos povos africanos, asiáticos e latino-americanos. Em torno desta questão merece atenção
especial a problemática do tráfico de escravos, para cuja abordagem propõe-se o seguinte:
 recomendar aos alunos para preparar um breve resumo sobre as origens, as rotas, agentes e consequências do tráfico
esclavagista com base no livro de Ciências Sociais da 7ª classe e no de História da 8ª classe;
 com base nos trabalhos dos alunos e em algumas leituras complementares, o professor poderá partir para uma
abordagem mais profunda do tráfico, destacando em particular o impacto desta prática.
 Levar os alunos, a pesquisa de documentos históricos nas diferentes matérias em estudo, para uma melhor
compreensão da política e ideologia da época em estudo.
 Ao falar da expansão europeia o professor poderá referir-se a designação “descobrimentos” que também é usada para
este fenómeno e problematizar esta terminologia.

Por exemplo, sub-temas como: “A economia europeia no Antigo Regime”; “O desenvolvimento sócio-económico da África entre
o Século XV e XVII”; “O comércio no Mediterrâneo nos séculos XIII e XIV”, etc., podem ser distribuídos a pequenos grupos de
alunos (3 ou 4) para prepararem e apresentá-los na aula seguindo-se de um debate. É importante que o professor ajude os
alunos a seleccionar os materiais de consulta, a seleccionar questões principais que devem ser respondidas e a organizar o
texto. No debate participam todos os alunos sob orientação criteriosa do professor. Os autores do texto anotam as observações
dos colegas, o professor ajuda-os a corrigir e aí surge documento de consulta para todos.

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O mesmo se pode fazer em relação a um texto da época de transição. Por exemplo o texto citado nas pág.31-32 do livro da 9ª
classe, de Luís Fernando e Teresa Nhampule, sobre o Renascimento, diz:

O professor pode encarregar a um grupo de 3 ou 4 alunos para estudarem e interpretarem-no e apresentar a síntese à turma,
sob olhar atento do professor. Um dos aspectos que o professor não deve esquecer é o de contextualizar estas ideias e levar os
alunos a compreender a sociedade, sua génese e transformação e os múltiplos factores que nela intervêm, como produto da
acção humana.
Esta forma de ensinar História exige muita organização e planificação cuidadosa do professor. O professor distribui os trabalhos
e acompanha a sua realização e exige que outros alunos estudem os temas para poder intervir construtivamente no dia da
discussão.
Este exercício pode ser difícil no início mas tem a vantagem de fazer com que os alunos participem na construção de uma aula,
estimula a sua auto-estima e criatividade e consolida a sua auto-confiança.
O mesmo se pode fazer em relação aos conceitos que se seguem. Um grupo de alunos pode ocupar-se do esclarecimento
destes conceitos e apresentar os resultados à turma.

Conceitos:
O conhecimento e aplicação dos conceitos inerentes aos conteúdos em leccionação são importantes porque permitem que os
alunos adquiram vocabulário específico da disciplina. Por isso sugerem-se os seguintes conceitos:
Estado, Classes Sociais, Luta de classes, Capital, Burguesia, Período de Transição, Comércio Colonial, Monarquia, Acumulação
Primitiva do Capital, Reforma, Protestantismo, Absolutismo, Escravatura, Revolução burguesa, parlamentarismo, Regime
Constitucional, Iluminismo.
Podem ser desenvolvidas actividades como apresentação e debate de alguns artigos da Constituição por exemplo Inglesa,
Americana ou Francesa para aferir a importância deste instrumento. Os alunos devem compreender a importância de um
Estado de direito.
Em relação à Constituição moçambicana, pode ser interessante convidar um parlamentar para abordar este tema.
As actividades aqui sugeridas podem ser realizadas também em relação às outras unidades. O que se pretende é que o
ensino/aprendizagem desta unidade permita atingir os objectivos e competências definidos no programa através de uma
participação activa dos alunos.

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Indicadores de desempenho

o Caracteriza a Europa e o Mundo no período de transição;


o Interpreta a penetração estrangeira como uma fase da integração da África e Moçambique na economia mundial;
o Reconhece a expansão como resultado do desenvolvimento técnico e científico do mundo;
o Explica a fundamentação teórica da pilhagem colonial e as suas consequências.

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Unidade Temática 2 O Capitalismo Industrial e o Movimento Operário
Objectivos Específicos Conteúdos -Competências Básicas Carga
O aluno: horári
a
 Descrever os factores da eclosão 2.1. A Revolução Industrial e o o Compara a sociedade católico-feudal
da Revolução Industrial na desenvolvimento do capitalismo Industrial: com a da época industrial;
Inglaterra; 2.1.1. Os factores da eclosão da "Revolução o Associa a Revolução Industrial ao
Industrial" na Inglaterra; triunfo das relações capitalistas de
 Analisar as consequências 2.1.2. As invenções técnicas na primeira e produção na Europa; 16 h
económicas, políticas sociais e segunda fase da "Revolução Industrial" e as
culturais da Revolução Industrial; novas fontes da energia;
2.1.3. As consequências económicas,
políticas, sociais e culturais da "Revolução
Industrial".
 Descrever as condições de vida e 2.2. O Movimento Operário: o Compreende o carácter injusto das
de trabalho dos operários; 2.2.1. As condições de vida e de trabalho dos relações capitalistas de produção;
 Relaciona as condições de vida e operários;
de trabalho com o 2.2.2. A exploração do trabalho feminino e
descontentamento dos operários; infantil; o Relaciona as más condições de trabalho
2.2.3. As contradições fundamentais entre a e de vida dos operários com as mais
classe operária e a burguesia; diversas formas de luta;
 Explicar o contexto em que 2.2.4. O aparecimento das teorias
surgiram as teorias socialistas; socialistas:
 Descrever as características gerais 2.2.4.1. O Socialismo Utópico; o Assume que é membro activo da
do socialismo Utopico e socialismo 2.2.4.2. O Socialismo Científico; sociedade e que da sua acção podem
ciêntifico resultar mudanças no meio em que
está inserido;
 Caracterizar os primeiros 2.2.5. O sindicalismo e as primeiras
movimentos operários europeus; organizações e
 Descrever as principais formas de manifestações operárias:
luta dos operários; - Os TRADE-UNIONS na Inglaterra;
 Mencionar os primeiros partidos - A Confederação Geral dos Trabalhadores
operários europeus; na França;

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Objectivos Específicos Conteúdos -Competências Básicas Carga
O aluno: horári
a
- A Liga Comunista e 1ª. Internacional;
- A formação dos partidos operários
europeus;
 Explicar as causas da Comuna de 2.3. A Comuna de Paris: o Avalia criticamente a presença europeia
Paris; 2.3.1. As causas e o decorrer da Comuna; em África e Moçambique;
 Explicar o decorrer da Comuna 2.3.2. As características do primeiro poder
de Paris; popular e as causas da sua derrota;
 Identificar as características do 2.3.3. O Significado da Comuna de Paris; o Associa a penetração Europeia em
primeiro poder popular e as Moçambique com o despertar da
causas da sua derrota; identidade nacional
 Explicar o significado da Comuna;
 Descrever o mapa político da 2.4. África e Moçambique na época das
África e Moçambique nos séculos Revoluções Burguesa e Industrial;
XVIII/ XIX; 2.4.1. O mapa político da África no final do o Elabora textos, resumos e sínteses;
 Caracterizar a estrutura sócio- século XVIII/início de XIX:
quadros e esquemas sobre as matérias
económica da África neste 2.4.2. A estrutura sócio-económica;
dadas;
período; 2.4.3. As relações África/mundo;
 Descrever as relações 2.4.4. A presença europeia em
África/resto do mundo; Moçambique;
 Explicar a presença europeia em
Moçambique;

Sugestões Metodológicas:

O centro desta unidade é o estudo da Revolução Industrial, particularmente o desenvolvimento de máquinas, fábricas e as
fontes da energia, assim como os ramos principais da indústria e as suas aplicações nas novas relações de produção.

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No concernente às lutas do proletariado é importante destacar a Comuna de Paris e a sua importância como primeiro Estado da
classe operária no mundo. A Comuna de Paris será apresentada como primeiro exemplo da revolução proletária preconizada
por Marx e Engels.
São introduzidos e aprofundados conceitos como: movimento operário, reforma parlamentar, socialismo utópico, socialismo
científico, internacionalismo proletário, comuna, proletariado, 1ª internacional.
Para o melhor tratamento destes conteúdos sugere-se o seguinte:
 Que sempre que seja possível se recorra ao trabalho independente dos alunos. Por exemplo, na análise dos factores da
Revolução Industrial na Inglaterra, como é o caso da “revolução agrícola”, “revolução demográfica”, “o alargamento dos
mercados e a acumulação de capitais”. Pode-se propor a realização de trabalhos em grupo resumindo os assuntos em
questão seguidos de discussão na sala e elaboração de sínteses. O mesmo pode ser feito em relação as fases da
Revolução Industrial em que os alunos podem sintetizar as principais invenções técnicas de cada fase.
 As actividades a realizar no âmbito do trabalho independente deverão ser programadas pelo professor de acordo com as
condições concretas da sua escola.
Sendo possível os alunos poderão ser levados a contemplar a realidade dos assuntos em estudo através de visitas a fábricas ou
outros sectores relacionados. Podem ser adoptadas várias acções como as sugeridas em relação à unidade 1.

INDICADORES DE DESEMPENHO

o Compara a sociedade católico-feudal com a da época industrial;


o Compreende o carácter injusto das relações capitalistas de produção;
o Elabora textos, resumos e sínteses; quadros e esquemas sobre as matérias dadas;

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Unidade Temática 3 - Do Capitalismo Industrial ao Imperialismo

Objectivos Específicos Conteúdos -Competências Básicas Carga


O aluno: horária
Caracterizar o Capitalismo 3.1. O início do imperialismo e a política -Caracteriza o imperialismo 8 horas
Monopolista; imperialista: monopolista; quanto à política,
3.1.1. Do Capitalismo de livre concorrência ao economia e às relações sociais;
capitalismo monopolista; -Analisa o imperialismo à partir de
Explicar as formas de 3.1.2. As formas de Concentração Industrial exemplos concretos de
concentração industrial; (Horizontal e Vertical); agressividade, expansionismo,
exploração da classe operária e a
pilhagem de outros continentes
Identificar as grandes 3.1.3. As grandes potências Imperialistas e a pelos monopólios;
potências imperialistas; partilha do mundo; -Identifica as grandes potências
Caracterizar a política imperialistas que dividiram entre si
imperialista em relação ao a África;
mundo; -Produz um texto relatando a
Caracterizar a reacção dos 3.2. A luta dos Estados Africanos contra a reacção dos africanos perante a
africanos perante a ocupação imperialista: ocupação colonial dando exemplos
ocupação imperialista; concretos da África Austral e
3.2.1. Generalidades; Moçambique;
Dar exemplos concretos de
3.2.2. Alguns exemplos: Resistência Zulu (África Valoriza a luta contra a ocupação
resistência na África Austral
do Sul), na Namíbia e Moçambique; colonial e os heróis que nele se
e Moçambique;
destacaram

Sugestões Metodológicas:

A transição do Capitalismo Industrial à fase de monopólio e a essência económica e política do Imperialismo é o ponto principal
desta unidade.
Analisando e avaliando o Imperialismo como fase suprema do Capitalismo, os alunos devem conhecer as causas e a razão de
ser da transição do capitalismo livre e concorrencial, ao Capitalismo monopolista, bem como a essência económica, política e o
lugar histórico do Imperialismo. Para isso sugere-se que o professor destaque os conceitos “Capitalismo Concorrencial”,
“Capitalismo Monopolista” e conduza os alunos a compreender a diferença entre estes dois fenómenos;

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Outro aspecto essencial nesta unidade é que os alunos entendam o carácter agressivo do Imperialismo para o que será
importante destacar os acontecimentos do passado que consubstanciam essa política imperialista.
Deve-se caracterizar o Imperialismo com exemplos concretos da sociedade europeia do século XIX, ajudando a desenvolver,
nos alunos, uma atitude anti-imperialista, bem como prepará-los para a compreensão dos conteúdos e objectivos da 10ª
Classe. Para esta abordagem serão considerados, como exemplos, a África Austral e Moçambique.
Os alunos deverão saber aplicar e explicar os conceitos de Imperialismo, monopólios, exportação de capitais, livre concorrência
e financeira. As actividades sugeridas na primeira unidade, relativamente aos alunos, podem ser também adoptadas nas outras
unidades.
As competências claramente sugeridas no Plano Detalhado do Programa constituem a síntese da aprendizagem, ou seja, o
resultado da construção do conhecimento. Ao professor é solicitado a privilegiar a análise dos processos históricos para que os
próprios alunos construam este conhecimento.

Indicadores de desempenho

- Identifica as grandes potências imperialistas que dividiram entre si a África;


Relaciona a expansão imperialista com o subdesenvolvimento dos países africanos;
- Produz textos relatando a reacção dos africanos perante a ocupação colonial dando exemplos concretos da África Austral e
Moçambique;

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AVALIAÇÃO:

A avaliação é um instrumento do processo de ensino aprendizagem através do qual se pode


verificar como estão senso cumpridos os objectivos e a finalidade da educação, permitindo
melhorar ou adaptar as estratégias de ensino, aos conteúdos e as condições concretas existentes.

A avaliação permite ao professor tirar conclusões dos resultados obtidos para o desenvolvimento
do trabalho pedagógico subsequente e verificar a necessidade de reajuste curricular de acordo
com as necessidades educativas dos alunos.

A avaliação deve focalizar-se em todas as actividades realizadas pelos alunos de forma que se
obtenha uma imagem fiável do desempenho do aluno e do professor, em termos de
competências básicas descritas no Programa de Ensino.

A avaliação na disciplina de História privilegia:


 as visitas de estudo;
 elaboração de esquemas;
 tabelas;
 gráficos;
 mapas;
 entre outras

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