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Universidade Pedagógica

Delegação de Massinga

Cadeira: Didáctica de História II

Docente: Mércia Tembissa

Estudante: Orcídio Gabriel Mpama

Sugestões de Leitura
DNESG. Regulamento de avaliação do ensino secundário geral. Maputo, 2010.
CASTIANO P. José. Engajamento por uma Educação Global: In Ngoenha E. Severino.
Pensamento engajado: Ensaios sobre a filosofia Africana Educação e Cultura Política.
1ª ed. Saraiva, Maputo, 2016, pp. 85-96.
Boletim da República (BR). Regulamento geral da avaliação do ensino primário, alfabetização
e educação de Jovens e adultos e ensino secundário geral. Série n.º 7. Imprensa Nacional
de Moçambique E.P. Maputo, 2019.
Análise crítica dos exames do ensino secundário geral da disciplina de História (2017 e
2018) do 1º e 2º ciclo (10ª e 12ª classe)

O Exame é uma avaliação do desempenho do aluno/alfabetizando/educando que contribui para a


classificação final na disciplina e na área curricular. O Exame tem como objectivo comprovar as
competências desenvolvidas ao longo do processo de ensino-aprendizagem, (BR, 2019, p. 36).

Análise crítica dos exames do 1º ciclo (10ª classe)

“O primeiro ciclo do ensino secundário geral compreende 3 classes, da 8ª à 10ª classe. Depois de
completado este nível de ensino, o aluno pode continuar os seus estudos no segundo ciclo.”

Os exames do primeiro ciclo não respondem aos objectivos traçados no currículo e nos
programas do ensino de história, que são de formar indivíduos capazes de formular seus próprios
juízos, de fazer o uso público da sua razão. Os exames de primeiro ciclo apresentam perguntas
direccionadas a memória que abrigam os alunos a memorizar, perguntas que não permitem aos
alunos expor suas opiniões e fazer suas próprias análises.
Um dos objectivos proposto no programa do ensino de História é, Consolidar o amor pela pátria
e a consciência de fazer parte de uma mesma sociedade. Essa tarefa é quase impossível de
concretizar visto que os exames elaborados não apresentam questões relacionados com os
conteúdos abordados no currículo local1, Esses conteúdos desenvolvem nos alunos a faculdade
de pensar por si próprios que significa, portanto no âmbito do currículo local, que os professores,
a INDE2 e a comunidade envolvida, se esforcem para que o aluno conheça e aprenda os factos
(eventos do passado e presente), artefactos (produção material especifica) da sua cultura assim
como a vida espiritual da sua zona. A implementação correcta do currículo local nas aulas e no
processo de avaliação vai permitir inserir ao aluno na vida económica, social, política e espiritual
da comunidade em que ele esta inserido.

Um dos maiores erros dos exames/programas do ensino de História, é de apresentarem


questões/conteúdos que não respondem as novas tendências globais em particular de
Moçambique, isso pode levar aos alunos desenvolver um desinteresse total pela disciplina de
História. O problema não são os conteúdos apresentado o problema é que os conteúdos
apresentados avaliados não se enquadram na actualidade é preciso apresentar conteúdos que vão
colocar o aluno em contacto directo com a realidade.

“Os mesmos exames apresentam poucas questões relacionados com a história de Moçambique,
facto que contribui muito pouco para o desenvolvimento de um espírito patriótico”.

Análise crítica dos exames do 2º ciclo (12ª classe)

“O segundo ciclo compreende 2 classes, (11ª e 12ª classes), que antecede a entrada no ensino
superior”.

A nossa primeira indagação no que concerne ao processo de avaliação no segundo ciclo reside
no paradigma de avaliação adoptado que é mulct choice, esse paradigma de avaliação tende a

1
O currículo local é uma parte do currículo que integra a disciplina de História na 8ª 9ª 11ª 10ª e 12ª classe do ensino
secundário (20% do tempo alocado para a disciplina) que deve ser preenchida por conteúdos que os membros da
comunidade abrangida por uma certa escola, de uma formas organizada, acham ser relevantes para a criança inserir-
se na sua própria comunidade, após ou mesmo durante o período da sua frequência escolar. A definição das
finalidades, objectivos e conteúdos do currículo está, em inter-relação com o contexto social e educacional em que
esse mesmo currículo será implementado.
3
Direcção Nacional do Ensino secundário Geral (DNESG).
2
Instituto Nacional de Desenvolvimento de Educação
formar alunos irreflexivos visto que nesse modelo de avaliação não abri se espaço para que o
aluno possa apresentar suas ideias, e suas censuras.

Os exames do segundo ciclo limitam os estudantes a desenvolver seus próprios conceitos, visto
que as respostas já vêm pré-expostos. Os exames do segundo ciclo não responde as necessidades
primárias da sociedade moçambicana no geral, que são a criação de auto empregos e a inserção
no mercado do trabalho, estão orientados para a continuação dos estudos no ensino superior.

Uma das competências a desenvolver nos alunos propostos nos programas do ensino de História
é que os alunos devem ser capazes de analisar criticamente e problematizar os factos sociais, isso
significa que os alunos devem estar a par dos problemas que afectam o meio em que eles se
encontram inseridos para melhor desenvolver as faculdades de julgar, portanto é necessário que
os exames nacionais apresentem questões que exijam uma reflexão por parte dos estudante sobre
os problemas ao seu redor, isto vai fazer crescer, sem duvidas, o espírito de engajamento pela
coisa publica na comunidade.

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