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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO

FACULDADE DE ENGENHARIA DE RESENDE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Luciana Barbalho de Sousa


Thais Cristiane da Silva
Viviane Diniz Martins

PROJETO DE ACESSIBILIDADE PARA JARDIM SENSORIAL

Resende
2017
Luciana Barbalho de Sousa
Thais Cristiane da Silva
Viviane Diniz Martins

PROJETO DE ACESSIBILIDADE PARA JARDIM SENSORIAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


apresentado à Faculdade de Engenharia de
Resende da Associação Educacional Dom Bosco,
como requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharelas em Engenharia Civil.

Área de habilitação: Engenharia Civil

Orientador: Prof. Dr. Michel Haddad

Resende
2017
Luciana Barbalho de Sousa
Thais Cristiane da Silva
Viviane Diniz Martins

PROJETO DE ACESIBILIDADE PARA JARDIM SENSORIAL

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado à Faculdade de Engenharia de


Resende como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharelas em Engenharia Civil.

Aprovado em: 02 de dezembro de 2017.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________
Prof. Dr. Michel Haddad
Orientador

__________________________________________
Prof. Dr. José Wilson de Jesus Silva
Convidado

__________________________________________
Profª. Msc. Juliana Gonçalves Fernandes
Convidada
DEDICATÓRIA

A Deus pela força e fé constantes para superar cada desafio, a meu pai Antônio Alves
Barbalho que infelizmente não se encontra mais entre nós, mas me ensinou a ser forte, dedicada
e incansável na busca dos meus objetivos, minha mãe Leni Barbalho de Sousa que me
incentivou e esteve presente nas horas mais difíceis, meu esposo Alex Fernando Ribeiro pelo
amor, carinho, compreensão e por acreditar no meu sucesso. Enfim, a todos que contribuíram
direta ou indiretamente na realização deste sonho.
Luciana Barbalho de Sousa.

Sou grata a Deus por reforçar meu ânimo, me dando inteligência para compreender as
lições e, principalmente, me protegendo nas estradas no caminho para faculdade. Agradeço
também aos meus pais, Walter Rosa da Silva e Rosimar Maria da Silva, e a minha irmã Liliane
Aparecida da Silva, por acreditarem que meu sonho era possível e pela disposição de
caminharem junto comigo neste desafio.
Thais Cristiane da Silva.

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida e por Seu
fôlego de vida que tem me sustentado; ao meu esposo Rafael Rodrigues da Silva, pelo incentivo
e coragem para questionar realidades e propor novas descobertas e oportunidades; e aos meus
pais, avós, tia e irmã que sempre me apoiaram.
Viviane Diniz Martins.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por nos conceder saúde e força para enfrentar os dias de estudo.
À nossa Família, por estar presente em nosso cotidiano, dando todo suporte.
À Associação Educacional Dom Bosco, direção, seu corpo docente e a administração que
trabalharam em conjunto para ofertar o melhor ensino e se empenharem em trazer melhorias
constantes aos alunos.
Ao nosso orientador e coordenador do curso de engenharia civil, professor Dr. Michel
Haddad que proporcionou toda ajuda necessária para o desenvolvimento desse trabalho de
conclusão e sua dedicação ao nosso curso.
Ao Parque Nacional de Itatiaia, em especial Maria Augostinho da Silva e Célia M. C.
Mattos pela idealização e pela confiança no desenvolvimento do projeto. E por disponibilizar
tempo em reuniões e acompanhamento de atividades práticas.
Aos amigos que incentivaram e compartilharam os momentos ao longo desses anos.
A todos que ajudaram com conhecimentos teóricos e práticos durante essa jornada,
contribuindo pela minimização de dúvidas e crescimento profissional.
EPÍGRAFE

“A mente que se abre a uma nova


ideia jamais voltará ao seu tamanho
original.”

Albert Einstein
RESUMO

A implantação de recursos de acessibilidade no Brasil tem crescido ao decorrer dos anos. Este
avanço refere-se à garantia do direito de ir e vir, de forma independente, a todas as pessoas. O
número de pessoas que precisam de acessibilidade no Brasil é significativo. Segundo o censo
de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 23,9 % da população
brasileira possuem algum tipo de deficiência. Ao buscar informações sobre o público que
usufrui do Parque Nacional de Itatiaia, notou-se a necessidade de adequar a infraestrutura,
implantando recursos de acessibilidade para suprir a demanda de pessoas com deficiência,
integrando-as à natureza. O jardim sensorial é um recurso que tem sido implantado para propor
a acessibilidade em parques de preservação ambiental para diversificar o espaço, estimulando
todos os sentidos dos seres humanos e contribuir para a conscientização ambiental. O presente
trabalho tem como objetivo mostrar a importância de incluir ativamente, nos projetos de
engenharia, meios que atendam a todas as pessoas sem seccionamento. Apresentar o
planejamento e projeto de uma passarela para compor o Jardim Sensorial, do Parque Nacional
de Itatiaia, com área de 165 m², 85 m de extensão, 2 m de largura e pavimentação com blocos
intertravados. Um projeto de inovação e inclusão, que possibilita a interface entre a engenharia
e a acessibilidade, que necessita de cerca de R$ 150 mil para sua implantação e, assim,
impulsionar a interação com a natureza.

Palavras chaves: Acessibilidade, Interação do Homem e Natureza, Intertravado, Jardim


Sensorial, Passarela de pavimento.
RESUMEN

La implantación de recursos de accesibilidad en Brasil ha crecido a lo largo de los años. Este


avance se refiere a la garantía del derecho de ir y venir de forma independiente a todas las
personas. El número de personas que necesitan accesibilidad en Brasil es significativo. Según
el censo de 2010, del Instituto Brasileño de Geografía y Estadística, señala que cerca del 23,9%
de la población brasileña posee algún tipo de discapacidad. Al buscar informaciones sobre el
público que disfruta del Parque Nacional de Itatiaia, se notó la necesidad de adecuar la
infraestructura, implantando recursos de accesibilidad para suplir la demanda de personas con
discapacidad, integrándolas a la naturaleza. El jardín sensorial es un recurso que ha sido
implantado para proponer la accesibilidad en parques de preservación ambiental para
diversificar el espacio estimulando todos los sentidos de los seres humanos y contribuir a la
concientización ambiental. El presente trabajo tiene como objetivo mostrar la importancia de
incluir activamente en los proyectos de ingeniería, medios que atiendan a todas las personas sin
seccionamiento. Presentar la planificación y diseño de una pasarela para componer el Jardín
Sensorial, del Parque Nacional de Itatiaia, con área de 165 m², 85 m de extensión, 2 m de ancho
y pavimentación con bloques intertrabados. Un proyecto de innovación e inclusión, que
posibilita la interfaz entre la ingeniería y la accesibilidad, que necesita cerca de R$ 150 mil para
su implantación y, así, impulsar la interacción con la naturaleza.

Palabras claves: Accesibilidad, Interacción del hombre y naturaleza, Interbloqueo, Jardín


Sensorial, Pasarela de pavimento.
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LISTA DE SIGLAS

ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland


ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CEDEVIR - Centro Educacional Municipal de Atendimento a Deficientes Visuais de
Resende
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito
CTB - Código de Trânsito Brasileiro
DER - Departamento de Estradas de Rodagem
EMOP - Empresas de Obras Públicas
GO - Estado de Goiás
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
MG - Estado de Minas Gerais
NBR - Norma Brasileira
ONU - Organização das Nações Unidas
PCD - Pessoa com Deficiência
PNI - Parque Nacional de Itatiaia
PR - Estado do Paraná
RJ - Estado do Rio de Janeiro
SCO - Sistema de Custo de Obras
SIA - Símbolo Internacional de Acesso
SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
9

LISTA DE ABREVIATURAS

art - artigo
cm - centímetros
ha - hectares
m - metros
m² - metros quadrados
m³ - metros cúbicos
MPa - mega Pascal
mm - mílimetros
nº - número
PVC - policloreto de polivinila ou policloreto de vinil
10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Trilha em madeira do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. (Fonte: ICMBio,
2016) ......................................................................................................................................... 20
Figura 2 - Trilha do Parque Nacional da Tijuca. (Fonte: ICMBio, 2016) ................................ 21
Figura 3 - Trilha Interpretativa da Reserva da União. (Fonte: ICMBio, 2016) ........................ 21
Figura 4 - Divisão parte alta - Penhascos. (Fonte: O Globo. Lemos, 2016)............................. 24
Figura 5 - Lagoa Azul - PNI. (Fonte: O Bom da Cidade, 2013) .............................................. 25
Figura 6 - Cachoeira Véu da Noiva - PNI. (Fonte: O Globo. Coelho, 2009) ........................... 25
Figura 7 - Centro de Visitantes - PNI. (Fonte: Verde Java, 2014) ........................................... 26
Figura 8 - Dimensões referenciais para deslocamento de pessoa em pé. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015) ................................................................................................................................ 28
Figura 9 - Dimensões das cadeiras de rodas manuais e motorizadas. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015) ................................................................................................................................ 29
Figura 10 - Dimensão do módulo de referência para pessoa com cadeira de rodas. (Fonte: ABNT
NBR 9050:2015) ...................................................................................................................... 29
Figura 11 - Largura para deslocamento em linha reta. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ........ 30
Figura 12 - Área para manobra sem deslocamento. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ............ 31
Figura 13 - Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento - A, B, C e D. (Fonte:
ABNT NBR 9050:2015) ........................................................................................................... 31
Figura 14 - Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento - E e F. (Fonte: ABNT
NBR 9050:2015) ...................................................................................................................... 32
Figura 15 - Alcance manual frontal - Pessoa em pé. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ........... 32
Figura 16 - Alcance manual frontal - Pessoa sentada. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)......... 33
Figura 17 - Alcance manual frontal com superfície de Trabalho - Pessoa em cadeira de rodas.
(Fonte: ABNT NBR 9050:2015) .............................................................................................. 34
Figura 18 - Alcance manual lateral sem deslocamento do tronco - Pessoa em cadeira de rodas.
(Fonte: ABNT NBR 9050:2015) .............................................................................................. 35
Figura 19 - Alcance manual lateral sem deslocamento - Pessoa em cadeira de rodas. (Fonte:
ABNT NBR 9050:2015) ........................................................................................................... 35
Figura 20 - Alcance manual lateral e frontal com deslocamento do tronco - Pessoa em cadeira
de rodas. (Fonte: ABNT BNR 9050:2015) ............................................................................... 36
Figura 21 - Altura dos corrimãos em rampas - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ... 36
Figura 22 - Empunhadura. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ................................................... 37
Figura 23 - Ângulos para execução de forças de tração e compressão - Plano horizontal. (Fonte:
ABNT NBR 9050:2015) ........................................................................................................... 37
Figura 24 - Ângulos para execução de forças de tração e compressão - Plano lateral. (Fonte:
ABNT NBR 9050:2015) ........................................................................................................... 38
Figura 25 - Seta indicativa de direção - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) .............. 38
Figura 26 - Símbolo internacional de acesso - Forma A. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) .... 39
Figura 27 - Símbolo internacional de acesso - Forma B. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) .... 39
Figura 28 - Símbolo internacional de pessoas com deficiência visual. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015) ................................................................................................................................ 40
11

Figura 29 - Símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015) ................................................................................................................................ 40
Figura 30 - Sinalização tátil de alerta - Modulação do piso. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)
.................................................................................................................................................. 41
Figura 31 - Sinalização tátil de alerta em obstáculos suspensos - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR
9050:2004) ................................................................................................................................ 42
Figura 32 - Sinalização tátil de alerta nos rebaixamentos das calçadas - Exemplo. (Fonte: ABNT
NBR 9050:2004) ...................................................................................................................... 43
Figura 33 - Sinalização tátil de alerta junto a desnível em plataforma de embarque e
desembarque - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004) ..................................................... 43
Figura 34 - Sinalização tátil direcional - Modulação do piso - A. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015) ................................................................................................................................ 44
Figura 35 - Sinalização tátil direcional - Modulação do piso - B. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015) ................................................................................................................................ 44
Figura 36 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional - Exemplo. (Fonte: ABNT
NBR 9050:2004) ...................................................................................................................... 45
Figura 37 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional - Exemplos de mudanças de
direção. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004) ................................................................................ 45
Figura 38 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional nos rebaixamentos das
calçadas - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ............................................................. 46
Figura 39 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional nos rebaixamentos das
calçadas - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004) ............................................................. 46
Figura 40 - Rebaixamento de calçada com sinalização tátil de alerta e direcional - Exemplo.
(Fonte: ABNT NBR 9050:2004) .............................................................................................. 46
Figura 41 - Faixa elevada com sinalização tátil de alerta e direcional. (Fonte: ABNT NBR
9050:2004) ................................................................................................................................ 47
Figura 42 - Guia de balizamento e corrimão. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ...................... 48
Figura 43 - Patamares das rampas - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) .................... 49
Figura 44 - Faixas de travessia de pedestres. (Fonte: CTB - Lei nº: 9.503/97) ........................ 49
Figura 45 - Sinalização horizontal de vagas - A e B. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004) .......... 50
Figura 46 - Sinalização horizontal de vagas - C. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004) ................. 50
Figura 47 - Sinalização vertical em espaço interno - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)
.................................................................................................................................................. 51
Figura 48 - Fonte d'água natural no Parque Nacional de Itatiaia. (Fonte: Próprio Autor, 2017)
.................................................................................................................................................. 55
Figura 49 - Parte do trajeto de escoamento de água da fonte. (Fonte: Próprio Autor, 2017) ... 55
Figura 50 - Dimensionamento da vala de drenagem - Corte. (Fonte: Próprio Autor, 2017) .... 56
Figura 51 - Blocos em formatos raquete, 16 faces, retangular e sextavado. (Fonte: Blocos
Renger, 2011) ........................................................................................................................... 58
Figura 52 - Perfil de pavimentação intertravado. (Fonte: Manual de Pavimento Intertravado,
2010) ......................................................................................................................................... 59
Figura 53 - Estaqueamento da passarela do jardim sensorial. (Fonte: Próprio Autor, 2017) ... 60
Figura 54 - Parte do trajeto estaqueado. (Fonte: Próprio Autor, 2017) .................................... 60
Figura 55 - Parte do trajeto estaqueado. (Fonte: Próprio Autor, 2017) .................................... 61
12

Figura 56 - Resumo de etapas de execução. (Fonte: Manual de Pavimento Intertravado ABCP,


2010) ......................................................................................................................................... 62
Figura 57 - Montagem sequencial para espinha de peixe. (Fonte: Revista Equipe de Obra, 2013)
.................................................................................................................................................. 62
Figura 58 - Pavimento Intertravado com blocos de 16 faces em montagem de espinha de peixe.
(Fonte: SB Pavimentos, 2001) .................................................................................................. 63
Figura 59 - Formas de manutenção do intertravado. (Fonte: Manual de Pavimento Intertravado
ABCP, 2010) ............................................................................................................................ 63
Figura 60 - Trecho da modelagem da trilha do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de
Educação Ambiental, 2017) ..................................................................................................... 64
Figura 61 – Trecho de modelagem da trilha do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de
Educação Ambiental, 2017) ..................................................................................................... 65
Figura 62 – Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de
Educação Ambiental, 2017) ..................................................................................................... 65
Figura 63 - Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de
Educação Ambiental, 2017) ..................................................................................................... 66
Figura 64 - Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de
Educação Ambiental, 2017) ..................................................................................................... 66
Figura 65 - Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de
Educação Ambiental, 2017) ..................................................................................................... 66
13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensão do piso tátil de alerta. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ........................ 42
Tabela 2 - Dimensões da sinalização tátil direcional. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ......... 44
Tabela 3 - Dimensionamento de rampas. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015) ............................ 47
Tabela 4 - Dimensionamento de rampas para casos específicos. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015) ................................................................................................................................ 48
14

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Tipos de deficiência. (Fonte: IBGE, 2010) ............................................................ 19


Gráfico 2 - Índice de deficiência por faixa etária. (Fonte: IBGE, 2010) .................................. 19
15

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 17
1.1. A ACESSIBILIDADE....................................................................................................... 17
1.1.1. A ACESSIBILIDADE BRASILEIRA ........................................................................... 18
1.1.2. A ACESSIBILIDADE NOS PARQUES ....................................................................... 20
1.2. O PROBLEMA EM ESTUDO .......................................................................................... 22
1.3. OBJETIVO ........................................................................................................................ 22
1.4. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 23
1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 23
2. PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA ............................................................................... 24
2.1. ESTATÍSTICA E ACESSIBILIDADE NO PNI .............................................................. 26
2.2. O JARDIM SENSORIAL ................................................................................................. 26
3. METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................... 27
3.1. PLANO DE NECESSIDADE ........................................................................................... 27
3.2. PESQUISA TÉCNICA ...................................................................................................... 27
3.3. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ............................................................................. 27
3.4. REQUISITOS CONSTRUTIVOS CONFORME NBR 9050:2015 .................................. 28
3.4.1. PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS ..................................................................... 28
3.4.2. ÁREA DE CIRCULAÇÃO ............................................................................................ 30
3.4.3. ÁREA DE APROXIMAÇÃO ........................................................................................ 32
3.4.4. CORRIMÃO ................................................................................................................... 36
3.4.5. ÂNGULOS PARA EXECUÇÃO DE FORÇAS DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO PARA
PESSOAS EM CADEIRAS DE RODAS ................................................................................ 37
3.4.6. SINALIZAÇÃO ............................................................................................................. 38
3.5. ESCOLHA DOS MATERIAIS ......................................................................................... 51
4. EXECUÇÃO DO PROJETO ............................................................................................... 52
4.1. PLANO DE NECESSIDADE ........................................................................................... 52
4.2. TOPOGRAFIA DO TERRENO........................................................................................ 52
4.3. O TRAÇADO .................................................................................................................... 53
4.6. DRENAGEM DE FONTE D’ÁGUA ............................................................................... 54
4.7. PAVIMENTAÇÃO INTERTRAVADO ........................................................................... 57
4.7.1. CARACTERÍSTICAS DO PAVIMENTO INTERTRAVADO .................................... 57
4.7.2. FORMATOS DO INTERTRAVADOS ......................................................................... 58
16

4.7.3. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS ............................... 58


4.7.4. PERFIL DA PASSARELA COM PAVIMENTO INTERTRAVADO ......................... 59
4.7.5. INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO ............................................................................. 60
4.7.7. OS TIPOS DE ASSENTAMENTOS ............................................................................. 62
4.7.8. MANUTENÇÃO ............................................................................................................ 63
4.8. GERAÇÃO DE RESÍDUOS ............................................................................................. 64
4.9. MEMORIAL DESCRITIVO E A PROPOSTA EXECUTIVA ........................................ 64
4.10. A MODELAGEM DO PROJETO .................................................................................. 64
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 69
ANEXO I .................................................................................................................................. 72
ANEXO II ................................................................................................................................ 75
ANEXO III ............................................................................................................................... 77
ANEXO IV ............................................................................................................................... 79
ANEXO V ................................................................................................................................ 82
ANEXO VI ............................................................................................................................... 84
ANEXO VII.............................................................................................................................. 86
MEMORIAL DESCRITIVO................................................................................................ 8688
PLANILHA DE CUSTOS ....................................................................................................... 93
ANEXO VIII ............................................................................................................................ 97
17

1. INTRODUÇÃO
1.1. A ACESSIBILIDADE

A acessibilidade é conceituada pela Lei Federal 13.146 de 6 de Julho de 2015 como


sendo a

possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia,


de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação
e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços
e instalações abertos ao público, de uso público ou privado, de uso coletivo, tanto na
zona urbana como na rural, por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
(BRASIL, 2015)

Segundo o Dicionário Aurélio, acessibilidade significa de fácil acesso (coisa ou pessoa),


ou seja, é a facilidade na aproximação de um ambiente ou elemento. E acessível é definido
como a que se pode chegar (Aurélio, 2008).
De acordo com Ban Ki-moon, 8º secretário-geral da ONU de 2007 a 2017, é papel de
todas as competências construir um mundo sustentável e inclusivo para todos. Além de precisar
fortalecer as políticas de desenvolvimento e práticas para garantir que a acessibilidade seja parte
do desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Para Sassaki (2009) inclusão é

o processo pelo qual os sistemas sociais comuns são tornados adequados para toda
adversidade humana - composta por etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero,
orientação sexual, deficiência e outros atributos - com a participação das próprias
pessoas na formulação e execução dessas adequações.
18

E a acessibilidade é:

dividida em seis dimensões: arquitetônica (sem barreiras físicas), comunicacional


(sem barreiras na comunicação entre pessoas), metodológica (sem barreiras nos
métodos e técnicas de lazer, trabalho, educação, etc.), instrumental (sem barreiras de
instrumentos, ferramentas, utensílios, etc.), programática (sem barreiras embutidas
em políticas públicas, legislações, normas, etc.) e atitudinal (sem preconceitos,
estereótipos, estigmas e discriminações nos comportamentos da sociedade para
pessoas que têm deficiência) (SASSAKI, 2009).

É pensando na promoção de maior igualdade de oportunidades que se desenvolveu este


projeto do jardim sensorial no Parque Nacional de Itatiaia, para aumentar a oportunidade das
pessoas com deficiência de entrar em contato com a natureza.

1.1.1. A ACESSIBILIDADE BRASILEIRA


Segundo as pesquisas do último censo demográfico desenvolvido em 2010, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, cerca de 45.606.048 de brasileiros, sendo
23,9% da população total brasileira, possuem algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva,
motora, mental ou intelectual.
A deficiência visual atinge cerca de 18,6% de toda população brasileira, atingindo o
primeiro lugar de maior ocorrência de deficiência no país. Em segundo, segue deficiência
motora com 7% da população, posteriormente seguido de deficiência auditiva e deficiência
mental e intelectual, com 5,10% e 1,40%, respectivamente.
Quanto à severidade das deficiências, 8,3% da população possuía pelo menos um tipo
de deficiência severa em 2010. Destes, 3,46% com deficiência visual severa, sendo que 1,6%
são cegos completamente; 1,12% com deficiência auditiva severa, com 7,6% totalmente surdas;
2,33% com deficiência motora severa, sendo que 1,62% não conseguem se locomover; e 1,4%
com deficiência mental ou intelectual, conforme pode ser observado no gráfico 1.
19

Gráfico 1 - Tipos de deficiência. (Fonte: IBGE, 2010)

30

25 23,9

20 18,6

15

10 7,6 8,3
7
5,1
5 3,46
1,6 2,33 1,62
1,12 1,4 1,4

0
Visual Auditiva Motora Mental e/ou Total
Intelectual
Deficiência Deficiência Severa Perda Total

Observando a faixa etária, no gráfico 2, em pessoas entre 0 e 14 anos, a deficiência


atinge 7,53% desta população, sendo que 2,39% se enquadram na deficiência severa; entre 15
e 64 anos cerca de 24,94% possuem pelo menos uma deficiência, e 7,13% possuem deficiência
severa; e na faixa etária acima de 65 anos, a deficiência atinge 67,73% desta população e
41,81% se enquadram na deficiência severa.

Gráfico 2 - Índice de deficiência por faixa etária. (Fonte: IBGE, 2010)

80
70 67,73

60
50
41,81
40
30 24,94
20
10 7,53 7,13
2,39
0
0 a 14 anos 15 a 64 anos Acima de 65 anos

Deficiência Deficiência Severa


20

1.1.2. A ACESSIBILIDADE NOS PARQUES


O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, tem adequado
as unidades de conservação para receber turistas com algum tipo de deficiência e/ou mobilidade
reduzida. Trabalhando para ampliar ainda mais o ecoturismo e recreação para atrair visitantes
e sensibilizar a sociedade sobre importância da conservação ambiental e inclusão social.
A acessibilidade em unidades de conservação é uma ação nova que tem se ampliado por
todo o país. Algumas unidades, que serão vistas a seguir, já absorveram esta ideia e o Parque
Nacional de Itatiaia também busca contribuir para o crescente desenvolvimento de
acessibilidade à unidade.

1.1.2.1. PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS


Segundo pesquisas realizadas no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, é localizado no
cerrado, na cidade de Alto Paraíso de Goiás - GO. Nele foi construída uma trilha suspensa com
acessibilidade. Por esta, pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida acessam as
corredeiras, que é um atrativo do parque, além da trilha em madeira com 230 m de extensão.

Figura 1 - Trilha em madeira do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. (Fonte: ICMBio, 2016)
21

1.1.2.2. PARQUE NACIONAL DA TIJUCA


Baseado em informações extraídas no site do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional da Tijuca do Rio de Janeiro - RJ é a unidade
de conservação que protege a primeira floresta replantada do mundo, resultado do
reflorestamento de 1961. O parque adaptou uma trilha para pessoas com deficiência física, que
foi inaugurada em 2011, quando o parque comemorou 150 anos de criação.
A trilha é mais larga do que os trajetos não acessíveis, tendo seu início nos Jardins dos
Manacás, passando por árvores de grande porte, como o Pau-Ferro e Jequitibá, até chegar ao
final perto da sede administrativa, no Barracão.

Figura 2 - Trilha do Parque Nacional da Tijuca. (Fonte: ICMBio, 2016)

1.1.2.3. RESERVA BIOLÓGICA DA UNIÃO


Segundo pesquisas realizadas no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), a Reserva Biológica da União, localizada nos municípios de
Casimiro de Abreu - RJ, Macaé - RJ e Rio das Ostras - RJ, desenvolveu uma trilha interpretativa
para promover inclusão de pessoas com deficiência. O caminho, que recebeu o nome de Trilha
Interpretativa do Pilão, tem quase um quilômetro de extensão. O percurso dispõe de placas e
outros equipamentos de interpretação, que possibilitam que pessoas com qualquer tipo de
deficiência aproveitem o passeio e explorem todos os sentidos.

Figura 3 - Trilha Interpretativa da Reserva da União. (Fonte: ICMBio, 2016)


22

1.1.2.4. PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU


Segundo pesquisas realizadas no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional do Iguaçu que localiza-se na cidade de Foz do
Iguaçu - PR desde 1939 é conhecido pelas mais belas cataratas do mundo. As Cataratas do
Iguaçu estendem-se por 2700 m, dos quais 800 m estão do lado brasileiro e 1900 m do lado
argentino.
Para aproveitar a visita pelo parque, os cadeirantes têm acesso garantido no passeio de
barco Macuco Safari, que possui estruturas adaptadas para atender público especial. A excursão
leva os visitantes a uma aventura até as quedas das Cataratas do Iguaçu. Com as estruturas
adequadas para o público com necessidades especiais, o parque permite que os visitantes
também se aventurem pelo Rio Iguaçu e se banhem nas quedas d'água.

1.2. O PROBLEMA EM ESTUDO


Conforme defendido pela Constituição Federal, todos os indivíduos possuem direito à
aprendizagem, trabalho e acesso aos direitos estabelecidos por lei. A carta de Direitos Humanos
é baseada na não discriminação, sustentada por três pilares: igualdade de oportunidade, poder
de decisão sobre a própria vida e segurança para exigir seus direitos.
Analisando os pilares, principalmente na igualdade de oportunidade, busca-se, através
deste projeto de acessibilidade com jardim sensorial, valorizar os espaços de convívio com a
natureza, para ampliar a percepção dos visitantes, de forma a compreender e valorizar as
limitações sensoriais, garantir a acessibilidade e a inclusão em práticas de atividade
socioeducativas de educação ambiental no Parque Nacional do Itatiaia.

1.3. OBJETIVO
O objetivo do projeto é desenvolver uma passarela de acessibilidade para um jardim
sensorial do Parque Nacional de Itatiaia, a fim de desenvolver a inclusão de pessoas com
deficiências e mobilidade reduzida, possibilitando o acesso destas pessoas em áreas naturais,
oportunizando a contemplação, recreação e a interação com a natureza, aumentando a
autoestima e o sentimento de pertencer à sociedade. Além de desenvolver atitudes voltadas para
a conservação e uso sustentável do meio ambiente.
23

1.4. JUSTIFICATIVA
Atualmente, o termo inclusão tem sido cada vez utilizado e almejado pela sociedade.
Eliminar todo e qualquer tipo de preconceito e discriminação que permita a exclusão das
pessoas com limitação física ou psíquica é o principal alvo do Parque Nacional de Itatiaia,
desenvolvendo espaços que possam ser acessados por qualquer pessoa e aproveitar os recursos
que somente o meio ambiente pode fornecer.

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO


Capítulo 1 - Introdução, apresentando o histórico nacional sobre os índices sobre
deficiência física e sua inclusão em ambientes de reservas naturais.
Capítulo 2 - Apresentação do Local de Execução e Projeto.
Capítulo 3 - Metodologias para Desenvolvimento do Projeto, mostrando as referências
aplicadas ao Projeto.
Capítulo 4 - Execução do Projeto, apresentação das etapas para elaboração do projeto e
se possível sua implantação, acompanhamento da execução do projeto.
Capítulo 5 - Conclusão, apresentação de análise do projeto finalizado e em
funcionamento, apresentando considerações de usuários do projeto e apresentar recomendações
de adequações, se necessário.
Referências e Anexos.
24

2. PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA


Segundo dados extraídos no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional do Itatiaia (PNI) foi o primeiro parque nacional
do Brasil, criado em 14 de junho de 1937. Getúlio Vargas determina a sua criação a partir do
decreto nº 1.713, permitindo melhorias em relação à extensão. O PNI, antes de pertencer à
Fazenda Federal, no ano de 1908, pertenceu ao Visconde de Mauá, após a compra foi criado
núcleo de colônias designado à lavra de frutas.
Representando uma área de 11.943 ha, o PNI atualmente é administrado pelo Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Parque Nacional do Itatiaia foi escolhido para implantação do projeto. Localizado na
Serra da Mantiqueira, contemplando os municípios de Itatiaia e Resende, situados no Estado
do Rio de Janeiro e Bocaina de Minas e Itamonte, situados no Estado de Minas Gerais sendo
cerca de 60% de seu território. Exibe relevo personalizado por elevações rochosas e montanhas,
apresentando altitude de 600 a 2.791 m, na sua marca máxima, o Pico das Agulhas Negras.
A divisão baixa qualifica uma área com vegetação rica e notáveis cursos de água A
divisão alta qualifica uma área com campos de altitudes e vales suspensos, contendo nascentes
de diversos rios.

Figura 4 - Divisão parte alta - Penhascos. (Fonte: O Globo. Lemos, 2016)

O Parque Nacional do Itatiaia possui lindos ambientes em ambas as divisões. Contempla


nascentes de relevantes bacias hidrográficas regionais, escoando para o Rio Grande (afluente
do rio Paraná) e Rio Paraíba do Sul, sendo os pontos de visita: a Cachoeira Itaporani, Cachoeira
Poranga, Cachoeira Véu de Noiva, Lago Azul e a Piscina Natural de Maromba. É possível
apreciar o Maciço das Prateleiras, Pedra do Altar, Pico das Agulhas Negras, Três Picos e o Vale
do Aiuruóca.
25

Figura 5 - Lagoa Azul - PNI. (Fonte: O Bom da Cidade, 2013)

Figura 6 - Cachoeira Véu da Noiva - PNI. (Fonte: O Globo. Coelho, 2009)

O jardim sensorial foi planejado para área localizada defronte ao centro de visitante,
localizada na divisão baixa, que recebe um número expressivo de visitação. Oferece
estacionamento de veículos, informações e recursos visuais pertinente ao parque. Sua
localização possibilita o encontro de visitantes e acesso aos pontos de visitação da divisão baixa.
26

Figura 7 - Centro de Visitantes - PNI. (Fonte: Verde Java, 2014)

2.1. ESTATÍSTICA E ACESSIBILIDADE NO PNI


Segundo o controle de acessos ao Parque Nacional de Itatiaia, de todos os visitantes,
menos de 1% deles possuem algum tipo de limitação que restringem sua acessibilidade. Este
percentual é significativamente baixo, principalmente pela região possuir uma demanda de
instituições que atendem este grupo seleto e que também buscam a inclusão destes na sociedade.
As expectativas do PNI é que, desenvolvendo projetos de acessibilidade e inclusão, o
número de visitantes ao parque cresça significativamente, pois a ideia não é apenas incluir as
pessoas com deficiências, mas também conscientizar todos os cidadãos sobre o respeito às
diferenças e que todos são importantes para a comunidade.

2.2. O JARDIM SENSORIAL


A palavra sensorial pode ser definida como sensibilidade percebida pelos sentidos; que
promove a harmonia entre a pessoa e o ambiente, proporcionando o contato e aflorando as
sensações percebidas através dos cinco sentidos: tato, paladar, audição, olfato e visão.
Segundo Michael Corajaud (2009), o jardim é como fragmento de um sonho e deve ser
compartilhado por todo, incluindo os portadores de algum tipo de deficiência, assim como os
idosos, com a perda natural de mobilidade e diminuição dos sentidos. Com essa linha de
pensamento, conclui-se que o jardim sensorial deve ser projetado para ser acessível a todos.
O jardim sensorial vem com a proposta de atender todos os visitantes do Parque
Nacional de Itatiaia, visando proporcionar melhor utilização dos espaços naturais e percepção
dos sentidos.
27

3. METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO


Para o projeto de acessibilidade do jardim sensorial do Parque Nacional de Itatiaia, foi
preciso seguir etapas que vão do planejamento até os métodos de execução. Serão apresentadas
a seguir as etapas do processo de planejamento que foram pertinentes na elaboração do projeto.

3.1. PLANO DE NECESSIDADE


O plano de necessidade consiste num método de reconhecimento das reais necessidades
do cliente quanto ao projeto. É desenvolver uma entrevista com o cliente para tomar ciência das
exigências solicitadas, compreendendo o público alvo a ser atingido, recurso financeiro
disponível para o projeto, prazos, limitações existentes, entre outras informações que o cliente
e projetista julgarem necessários para garantir um projeto adequado.

3.2. PESQUISA TÉCNICA


A pesquisa técnica consiste em conscientizar sobre as exigências estabelecidas por
normas técnicas, manuais, artigos, orientações técnicas, procedimentos de execução, entre
outros. As pesquisas foram desenvolvidas com base em publicações e materiais disponíveis em
recurso digital, via internet, e forma física através de livros/revistas.
A principal norma a ser utilizada para o desenvolvimento da passarela de acessibilidade
para o jardim sensorial é a ABNT NBR 9050:2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos.

3.3. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO


O levantamento topográfico é uma das etapas mais importantes de qualquer projeto,
principalmente para aqueles que atenderão a acessibilidade. É nesta etapa que tornou-se ciência
de forma precisa as cotas dos níveis do solo e área do local a ser trabalhado, ou seja, o
levantamento planialtimétrico.
Através do levantamento topográfico, adquiriu-se informações como cotas, existência
de árvores/plantas e sua localização. O que permite determinar o local onde será desenvolvido
o projeto, e ajuda a prever se será necessário realizar atividades de terraplanagem, transplantes
de plantas, entre outros.
28

3.4. REQUISITOS CONSTRUTIVOS CONFORME NBR 9050:2015


A ABNT NBR 9050, publicada em 2015, tem como objetivo estabelecer critérios e
parâmetros, que precisam ser observados ao desenvolver um projeto, às condições de
acessibilidades de pessoas com deficiência física, proporcionando melhor qualidade,
comodidade e segurança no deslocamento das pessoas, independente se sua idade, estatura e/ou
limitação.

3.4.1. PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS


Para melhor atender às melhores condições de acessibilidade, devem ser considerados
os parâmetros antropométricos, ou seja, os parâmetros gerais da fisiologia humana, que no
desenvolvimento da norma foram consideradas as medidas de 5% a 95% da população
brasileira.

3.4.1.1. PESSOAS EM PÉ
Abaixo estão às dimensões de referências para movimentação de pessoas em pé.

Figura 8 - Dimensões referenciais para deslocamento de pessoa em pé. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)
29

3.4.1.2. PESSOAS COM CADEIRAS DE RODAS


De modo geral, as cadeiras de rodas manuais e motorizadas possuem as seguintes
dimensões:

Figura 9 - Dimensões das cadeiras de rodas manuais e motorizadas. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

A seguir, mostra-se o módulo de referências para movimentação de pessoas com


cadeiras de rodas.

Figura 10 - Dimensão do módulo de referência para pessoa com cadeira de rodas. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015)
30

3.4.2. ÁREA DE CIRCULAÇÃO


A área de circulação é uma área destinada ao trânsito, neste caso, de pessoas.

3.4.2.1. LARGURA PARA DESLOCAMENTO EM LINHA RETA DE PESSOAS


E CADEIRAS DE RODAS
A figura abaixo apresenta as dimensões referenciais para deslocamento em linha reta de
pessoas em cadeiras de rodas.

Figura 11 - Largura para deslocamento em linha reta. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)
31

3.4.2.2. ÁREA PARA MANOBRA DE CADEIRAS DE RODAS SEM


DESLOCAMENTO
Para melhor movimentação das cadeiras de rodas, é necessária uma área mínima para
realização de manobras, tendo uma largura mínima de 1,50 m para maiores rotações, conforme
apresenta na imagem a seguir.

Figura 12 - Área para manobra sem deslocamento. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

3.4.2.3. ÁREA PARA MANOBRA DE CADEIRAS DE RODAS COM


DESLOCAMENTO
Para cada tipo de deslocamento e manobra a ser realizada, a NBR 9050:2004 estabelece
parâmetros mínimos para permitir a locomoção de pessoas em cadeiras de rodas, conforme
apresentado nas figuras a seguir.

Figura 13 - Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento - A, B, C e D. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015)
32

Figura 14 - Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento - E e F. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

3.4.3. ÁREA DE APROXIMAÇÃO


O conhecimento e análise da área de aproximação é essencial para tornar em uma
experiência agradável e satisfatória a inclusão de pessoas portadoras de deficiência à natureza,
através da aproximação e do contato físico, que consiste no objetivo deste projeto.
A norma ABNT NBR 9050:2015 observou as questões de alcance manual para pessoas
em pé e sentadas, e o estudo desta anatomia humana é fundamental para garantir o alcance de
todas as pessoas aos objetos em exposição.

3.4.3.1. DIMENSÕES REFERENCIAIS PARA ALCANCE MANUAL FRONTAL


As figuras a seguir mostram as dimensões mínimas e máximas, além de confortáveis
para alcance manual frontal.

Figura 15 - Alcance manual frontal - Pessoa em pé. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)
Legenda:
A1 altura do centro da mão estendida ao longo do eixo
longitudinal do corpo
B1 altura do piso até o centro da mão, com o antebraço
formando ângulo de 45° com o tronco
C1 altura do centro da mão, com o antebraço em ângulo
de 90° com o tronco
D1 altura do centro da mão, com o braço estendido
paralelamente ao piso
E1 altura do centro da mão, com o braço estendido
formando 45° com o piso = alcance máximo confortável
F1 comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao
centro da mão)
G1 comprimento do braço na horizontal, do ombro ao
centro da mão
33

Figura 16 - Alcance manual frontal - Pessoa sentada. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

Legenda:
A2 altura do ombro até o assento
B2 altura da cavidade posterior do joelho (popliteal) até o piso
C2 altura do cotovelo até o assento
D2 altura dos joelhos até o piso
E2 altura do centro da mão, com o antebraço em ângulo de 90° com o tronco
F2 altura do centro da mão, com o braço estendido paralelamente ao piso
G2 altura do centro da mão, com o braço estendido formando 30º com o piso = alcance máximo confortável
H2 altura do centro da mão, com o braço estendido formando 60º com o piso = alcance máximo eventual
I2 profundidade da nádega à parte posterior do joelho
J2 profundidade da nádega à parte anterior do joelho
34

Figura 17 - Alcance manual frontal com superfície de Trabalho - Pessoa em cadeira de rodas. (Fonte: ABNT
NBR 9050:2015)

Legenda:
A3 altura do centro da mão, com o antebraço formando 90° com o tronco
B3 altura do centro da mão estendida ao longo do eixo longitudinal do corpo
C3 altura mínima livre entre a coxa e a parte inferior de objetos e equipamentos
D3 altura mínima livre para encaixe dos pés
E3 altura do piso até a parte superior da coxa
F3 altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o objeto
G3 altura das superfícies de trabalho ou mesas
H3 altura do centro da mão, com o braço estendido paralelo ao piso
I3 altura do centro da mão, com o braço estendido formando 30° com o piso = alcance máximo confortável
J3 altura do centro da mão, com o braço estendido formando 60° com o piso = alcance máximo eventual
L3 comprimento do braço na horizontal, do ombro ao centro da mão
M3 comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao centro da mão)
N3 profundidade da superfície de trabalho necessária para aproximação total
O3 profundidade da nádega à parte superior do joelho
P3 profundidade mínima necessária para encaixe dos pés
35

3.4.3.2. APLICAÇÃO DAS DIMENSÕES REFERENCIAIS PARA ALCANCE


LATERAL DE PESSOA EM CADEIRA DE RODAS
As figuras a seguir apresentam as dimensões referenciais para pessoas em cadeiras de
rodas para terem alcance lateral.

Figura 18 - Alcance manual lateral sem deslocamento do tronco - Pessoa em cadeira de rodas. (Fonte: ABNT
NBR 9050:2015)

Figura 19 - Alcance manual lateral sem deslocamento - Pessoa em cadeira de rodas. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015)
36

Figura 20 - Alcance manual lateral e frontal com deslocamento do tronco - Pessoa em cadeira de rodas. (Fonte:
ABNT BNR 9050:2015)

3.4.4. CORRIMÃO
Construídos em material rígido, fixados na parede ou em guarda-corpos, oferecem
condições seguras de utilização para rampas e escadas. As extremidades dos corrimãos devem
ter acabamento recurvado, conforme a figura abaixo.

Figura 21 - Altura dos corrimãos em rampas - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

As rampas que não forem isoladas por paredes devem dispor de guarda-corpo associado
ao corrimão, conforme figura apresenta acima, e atender ao disposto na ABNT NBR 9077:2001
- Saídas de Emergência em Edifícios e ABNT 14718:2008 - Guarda corpos para edificação.
37

3.4.4.1. EMPUNHADURA
Corrimãos e barras de apoios instalados de ambos os lados da rampa/escada, que
possuem objetivo de promover a segurança no deslocamento de pessoas, devem ser de seção
circular, com diâmetro de 3,0 a 4,5 cm, para obter maior contato das mãos com a superfície e
estarem afastados da parede ou outro obstáculo cerca de 4,0 cm, no mínimo, a fim de evitar que
as mãos esbarrem em superfícies que as possam machucar. A figura abaixo ilustra esta
determinação.

Figura 22 - Empunhadura. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

3.4.5. ÂNGULOS PARA EXECUÇÃO DE FORÇAS DE TRAÇÃO E


COMPRESSÃO PARA PESSOAS EM CADEIRAS DE RODAS
Muitos cadeirantes utilizam as próprias cadeiras para se deslocarem, alguns gostam de
utilizar as barras de apoio e corrimãos para promover impulso para sua movimentação e, assim,
desenvolvem forças de tração e compressão. Os ângulos são estudados e normatizados para
promover conforto e segurança aos cadeirantes e às demais pessoas que dependem das barras
de apoio e corrimão para locomoção.
As figuras a seguir mostram os ângulos e dimensões para execução das forças de tração
e compressão.

Figura 23 - Ângulos para execução de forças de tração e compressão - Plano horizontal. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015)
38

Figura 24 - Ângulos para execução de forças de tração e compressão - Plano lateral. (Fonte: ABNT NBR
9050:2015)

3.4.6. SINALIZAÇÃO
A sinalização possui como principal função a indicação rápida e eficiente de direções,
caminhos, localização de elementos e espaços. As sinalizações podem ser de diversas formas,
conforme sua finalidade.

3.4.6.1. SINALIZAÇÃO PERMANENTE


Esta sinalização é utilizada em áreas/espaços de função definida, determinada e
identificada. Geralmente utilizada para sinalizar um elemento do ambiente/edificação,
mobiliário e/ou comandos.

3.4.6.2. SINALIZAÇÃO DIRECIONAL


Como o próprio nome já mostra, consiste na indicação de direção de um trajeto.
Normalmente representado por setas indicativas de direção. Na forma tátil, é usado linha-guia
ou piso tátil para indicar a direção.

Figura 25 - Seta indicativa de direção - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

3.4.6.3. SÍMBOLOS
Os símbolos são representações gráficas que usam uma figura ou uma forma para
desenvolver uma analogia entre objeto, informação e sua representação. E estes podem ser
associados a uma sinalização direcional.
39

3.4.6.3.1. SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO


De acordo com a ABNT NBR 9050:2015, para não haver confusões entre as
simbologias, foram determinados Símbolos Internacionais de Acesso - SIA, que permitem sua
fácil identificação e interpretação em qualquer local do mundo. Por isso, toda e qualquer
indicação de acessibilidade em uma edificação, mobiliário, espaços ou equipamentos deve ser
feita por meio de símbolo internacional de acesso.
A representação de símbolo internacional de acesso é um pictograma branco com fundo
azul de referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925C. Mas este símbolo também pode ser
representado com pictograma branco com fundo preto ou vice e versa. A figura deverá estar
voltada para o lado direito, e nenhuma alteração a este símbolo será aceita.
As figuras abaixo mostram como deve ser a representação gráfica do símbolo
internacional de acesso.

Figura 26 - Símbolo internacional de acesso - Forma A. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

Figura 27 - Símbolo internacional de acesso - Forma B. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

O símbolo internacional de acesso deve indicar a acessibilidade aos serviços e espaços,


edificações, mobiliários e equipamentos urbanos, onde existem recursos de acessibilidade
utilizados por pessoas portadoras de deficiência física ou mobilidade reduzida.
A sinalização internacional de acesso deve ser fixada em local de fácil visibilidade,
principalmente em entradas, áreas de estacionamento de veículos, áreas acessíveis de embarque
e desembarque, sanitários, áreas de assistência para resgate, saídas de emergências, áreas
reservadas para pessoas em cadeiras de rodas, equipamentos exclusivos para pessoas portadoras
de deficiência.
40

3.4.6.3.2. SÍMBOLO INTERNACIONAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


VISUAL
A representação de Símbolo Internacional de Pessoas com Deficiência Visual é um
pictograma branco com fundo azul de referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925C. Assim
como o Símbolo Internacional de Acesso, este símbolo também pode ser representado com
pictograma branco com fundo preto ou vice e versa. A figura deverá estar voltada para o lado
direito, e nenhuma alteração a este símbolo será aceita.
A figura abaixo mostra como deve ser a representação gráfica do símbolo internacional
de pessoas com deficiência visual.

Figura 28 - Símbolo internacional de pessoas com deficiência visual. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

O Símbolo Internacional de Acesso deve indicar existência de equipamentos,


mobiliários e serviços para pessoas com deficiência visual.

3.4.6.3.3. SÍMBOLO INTERNACIONAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


AUDITIVA
A representação de Símbolo Internacional de Pessoas com Deficiência Auditiva é um
pictograma branco com fundo azul de referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925C. Mas este
símbolo também pode ser representado com pictograma branco com fundo preto ou vice e
versa. A figura deverá estar voltada para o lado direito, e nenhuma alteração a este símbolo será
aceita.
A seguir, mostra-se como deve ser a representação gráfica do símbolo internacional de
pessoas com deficiência auditiva.
Figura 29 - Símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)
41

A sinalização internacional de pessoas com deficiência auditiva deve ser utilizada em


todos os locais, equipamentos, produtos, procedimentos e/ou serviços para pessoa com
deficiência auditiva.

3.4.6.4. SINALIZAÇÃO TÁTIL NO PISO


A sinalização tátil no piso pode ser direcional ou de alerta. Ambas com cor de contraste
com o piso principal, e podem ser sobrepostas ou integradas ao piso existente, atendendo um
desnível máximo de 2 mm entre o piso existente e o implantado e sem desnível quando
integrada.

3.4.6.4.1. SINALIZAÇÃO TÁTIL DE ALERTA


O piso tátil de alerta tem a função de alertar o usuário quanto a um obstáculo. O piso
deve ser utilizado para sinalizar situações que envolvem risco de segurança. Sua textura é um
conjunto de relevos tronco-cônicos, como pode ser visualizado na figura. É importante ressaltar
que a modulação do piso tátil de alerta deve garantir continuidade de textura e padrão de
informação, ou seja, todos eles com as mesmas dimensões, para facilitar sua identificação.

Figura 30 - Sinalização tátil de alerta - Modulação do piso. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)
42

A tabela abaixo apresenta as dimensões definidas para o piso tátil de alerta.

Tabela 1 - Dimensão do piso tátil de alerta. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)


Mínimo Máximo
Piso tátil de alerta Recomendado
(mm) (mm)
Diâmetro de Base do Relevo 25 24 28
Distância horizontal entre centros de 53
50 42
relevo
Distância diagonal entre centros de relevo 72 60 75
Altura do Relevo 4 3 5
Nota: A distância do eixo da primeira linha de relevo até a borda do piso é igual à metade da distância horizontal
entre centros. O diâmetro do topo é igual à metade a dois terços do diâmetro da base, respeitando-se os limites
acima.
Relevos táteis de alerta instalados no Mínimo Máximo
Recomendado
piso (mm) (mm)
Diâmetro de Base do Relevo 30 25 30
Diâmetro do Topo do Relevo ½ diâmetro da base
Distância diagonal entre centros de relevo Diâmetro da base do relevo mais 20
Altura do Relevo 4 3 5

Os pisos táteis de alerta devem ser instalados conforme as especificações a seguir.


Obstáculos suspensos entre 0,60 m e 2,10 m de altura do piso acabado, devem ser sinalizados
com piso tátil de alerta.
A superfície a ser sinalizada deve exceder em 0,60 m a projeção do obstáculo, em toda
a superfície ou somente no perímetro desta, conforme vemos figura abaixo.

Figura 31 - Sinalização tátil de alerta em obstáculos suspensos - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004)
43

Nos rebaixamentos de calçadas, em cor contrastante com a do piso, conforme figura a


seguir.

Figura 32 - Sinalização tátil de alerta nos rebaixamentos das calçadas - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR
9050:2004)

Junto a desníveis, tais como plataformas de embarque e desembarque, palcos, vãos,


entre outros, em cor contrastante com a do piso. Deve ter uma largura entre 0,25 m e 0,60 m,
instalada ao longo de toda a extensão onde houver risco de queda, e estar a uma distância da
borda de no mínimo 0,50 m, conforme figura a seguir.

Figura 33 - Sinalização tátil de alerta junto a desnível em plataforma de embarque e desembarque - Exemplo.
(Fonte: ABNT NBR 9050:2004)

3.4.6.4.2. SINALIZAÇÃO TÁTIL DIRECIONAL


A sinalização tátil direcional tem a função de indicar a direção. E deve atender as
seguintes exigências:
 Ter textura com seção trapezoidal, qualquer que seja o piso adjacente;
 Ser instalada no sentido do deslocamento;
 Ter largura entre 20 cm e 60 cm;
 Ser cromodiferenciada em relação ao piso adjacente.
44

NOTA: Quando o piso adjacente tiver textura, recomenda-se que a sinalização tátil
direcional seja lisa.
A textura da sinalização tátil direcional consiste em relevos lineares e devem ser
regularmente dispostos.

Figura 34 - Sinalização tátil direcional - Modulação do piso - A. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

Figura 35 - Sinalização tátil direcional - Modulação do piso - B. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

A tabela abaixo apresenta a relação de dimensões para o piso tátil direcional.

Tabela 2 - Dimensões da sinalização tátil direcional. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)


Piso tátil direcional Recomendado Mínimo (mm) Máximo (mm)
Largura da base do relevo 30 30 40
Largura do topo 25 20 30
Altura do relevo 4 3 5
Distância horizontal entre os centros 85
83 70
do relevo
Distância horizontal entre as bases do 55
53 45
relevo
Relevos táteis direcionais instalados
Recomendado Mínimo (mm) Máximo (mm)
no piso
Largura da base do relevo 40 35 40
Largura do topo do relevo Largura da base do relevo menos 10
Distância horizontal entre centros do
Largura da base do relevo mais 30
relevo
Altura do relevo 4 3 5
45

3.4.6.4.3. COMPOSIÇÃO DA SINALIZAÇÃO TÁTIL DE ALERTA E


DIRECIONAL
A combinação entre pisos táteis de alerta e direcional deve atender às seguintes
condições estabelecidas pela norma ABNT NBR 9050:2015.
Quando houver mudança de direção entre duas ou mais linhas de sinalização tátil
direcional, deve haver uma área de alerta indicando que existem alternativas de trajeto. Essas
áreas de alerta devem ter dimensão proporcional à largura da sinalização tátil direcional,
conforme abaixo.

Figura 36 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004)

Quando houver mudança de direção formando ângulo superior a 90°, a linha-guia deve
ser sinalizada com piso tátil direcional, conforme figura adiante.

Figura 37 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional - Exemplos de mudanças de direção. (Fonte:
ABNT NBR 9050:2004)
46

Nos rebaixamentos de calçadas, quando houver sinalização tátil direcional, esta deve
encontrar com a sinalização tátil de alerta, conforme figuras mostradas a seguir.

Figura 38 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional nos rebaixamentos das calçadas - Exemplo.
(Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

Figura 39 - Composição de sinalização tátil de alerta e direcional nos rebaixamentos das calçadas - Exemplo.
(Fonte: ABNT NBR 9050:2004)

Nas faixas de travessia, deve ser instalada a sinalização tátil de alerta no sentido
perpendicular ao deslocamento, à distância de 0,50 m do meio-fio. Recomenda-se a instalação
de sinalização tátil direcional no sentido do deslocamento, para que sirva de linha-guia,
conectando um lado da calçada ao outro, conforme figuras mostradas a seguir.

Figura 40 - Rebaixamento de calçada com sinalização tátil de alerta e direcional - Exemplo. (Fonte:
ABNT NBR 9050:2004)
47

Figura 41 - Faixa elevada com sinalização tátil de alerta e direcional. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004)

3.4.7. CIRCULAÇÃO
Os pisos dispostos na circulação devem ter superfície regular, firme, estável e
antiderrapante sob qualquer condição, para não provocar trepidação em dispositivos com rodas
(cadeiras de rodas).
A inclinação transversal da superfície deverá ser de até 2% para pisos internos e 3%
para pisos externos e inclinação longitudinal máxima de 5%. Inclinações superiores a 5% são
consideradas rampas.
A norma estudada recomenda prever uma área de descanso, fora da faixa de circulação,
a cada 50 m, para piso com até 3% de inclinação, ou a cada 30 m, para piso de 3% a 5% de
inclinação. Estas áreas devem estar dimensionadas para permitir também a manobra de cadeiras
de rodas. Sempre que possível devem ser previstos bancos com encosto nestas áreas.

3.4.8. RAMPAS
São consideradas rampas quando o piso possui inclinação superior a 5%. A inclinação
de rampa é definida pela equação, 𝑖 = ℎ × 100⁄𝑐 , sendo 𝑖 a inclinação em porcentagem, ℎ a
altura do desnível e 𝑐 o comprimento da projeção horizontal.
A norma estabelece que as rampas devem ter inclinação de acordo com os limites
estabelecidos na tabela 3. Para inclinação entre 6,25% e 8,33%, devem ser previstas áreas de
descanso nos patamares, a cada 50 m de percurso.

Tabela 3 - Dimensionamento de rampas. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)


Inclinação admissível em cada Desníveis máximos de cada Número máximo de
segmento de rampa i (%) segmento de rampa h (m) segmentos de rampa
5,00 (1:20) 1,50 Sem Limites
5,00 (1:20) <i ≤ 6,25 (1:16) 1,00 Sem Limites
6,25 (1:16) <i ≤ 8,33 (1:12) 0,80 15
48

Em reformas, quando impossibilidades de atendar totalmente à tabela 3, podem ser


utilizadas inclinações superiores a 8,33% (1:12) até 12,5% (1:8), conforme tabela 4.

Tabela 4 - Dimensionamento de rampas para casos específicos. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

Inclinação admissível em cada Desníveis máximos de cada Número máximo de


segmento de rampa i (%) segmento de rampa h (m) segmentos de rampa
8,33 (1:12) ≤ i< 10,00 (1:10) 0,20 4
10,00 (1:10) ≤ i ≤ 12,5 (1:8) 0,075 1

A declividade transversal não pode exceder 2% em rampas internas e 3% em rampas


externas.
A projeção dos corrimãos pode incidir dentro da largura mínima admissível da rampa
em até 10 cm de cada lado. A largura das rampas (L) deve ser estabelecida de acordo com o
fluxo de pessoas, conforme já visto neste documento. A largura livre mínima recomendável
para as rampas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m, conforme
figura abaixo.

Figura 42 - Guia de balizamento e corrimão. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

Quando não houver paredes laterais, as rampas devem incorporar guias de balizamento
com altura mínima de 0,05 m, instaladas ou construídas nos limites da largura da rampa e na
projeção dos guarda-corpos, conforme figura acima.
No início e no término da rampa, devem ser previstos patamares com dimensão
longitudinal mínima recomendável de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m, além da área
de circulação adjacente, conforme figura acima. E os patamares situados em mudanças de
direção devem ter dimensões iguais à largura da rampa.
49

Figura 43 - Patamares das rampas - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

3.4.9. FAIXA DE PEDESTRE


As faixas devem ser executadas conforme o Código de Trânsito Brasileiro - Lei n.º
9.503, de 23 de setembro de 1977, anexo II item 2.2.2 - Marcas transversais, alínea c.

Figura 44 - Faixas de travessia de pedestres. (Fonte: CTB - Lei nº: 9.503/97)

A largura da faixa de travessia de pedestres é determinada pelo fluxo de pedestres no


local, segundo a seguinte equação, 𝐿 = 𝐹⁄𝐾 > 4, sendo 𝐿 a largura da faixa em metros, 𝐹 o
fluxo de pedestres estimado ou medido nos horários de pico (pedestres por minuto por metro)
e 𝐾 = 25 pedestres por minuto.
50

3.4.10. ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS


As vagas, destinadas às pessoas portadoras de necessidades especiais e idosos, devem
ser dispostas próximas aos locais de atração e rotas acessíveis, afim de permitir o menor
deslocamento e respeitar a faixa de circulação, para permitir melhor mobilidade a este público.
Desta forma, no presente projeto, estas vagas serão situadas nas entradas sul, norte e leste da
passarela do jardim sensorial e em frente ao centro de visitantes do PNI.
As vagas para estacionamento de veículos reservadas para pessoas com deficiência e/ou
idosos devem:
 a) possuir placa de sinalização vertical;
b) ter área de circulação, com no mínimo 1,20 m de largura;
 c) estar próximo à rota de acesso aos pontos de atração - o jardim sensorial e centro de
visitantes;  
d) estar localizada de forma a evitar a circulação entre veículos;  
e) ter piso regular e estável;  
f) ter distância máxima entre a vaga e a atração de 50,00 m.

Figura 45 - Sinalização horizontal de vagas - A e B. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004)

Figura 46 - Sinalização horizontal de vagas - C. (Fonte: ABNT NBR 9050:2004)


51

Figura 47 - Sinalização vertical em espaço interno - Exemplo. (Fonte: ABNT NBR 9050:2015)

3.4.10.1. DIMENSIONAMENTO DE VAGAS


A Resolução nº 303/08 do Contran, junto com a Lei Federal nº 10.741, de 1º de outubro
de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, que em seu art. 41 estabelece a obrigatoriedade
de se destinar 5% das vagas em estacionamento regulamentado de uso público para serem
utilizadas exclusivamente por idosos.
E conforme a Lei Federal nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que trata sobre
condições básicas para a promoção da acessibilidade, em seu art. 7°, define a obrigatoriedade
de reservar 2% (dois por cento) das vagas em estacionamento de uso público para serem
utilizadas exclusivamente por veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência ou
com dificuldade de locomoção.
Conforme as constituições federais, das vagas disponibilizadas pelo Parque Nacional de
Itatiaia, nas proximidades da do centro de visitantes, devem ser reservadas um total de 7% das
vagas para pessoas idosas e portadoras de deficiência ou dificuldades de locomoção.

3.5. ESCOLHA DOS MATERIAIS


Os materiais escolhidos para desenvolvimento do projeto foram determinados conforme
a real necessidade do local, que exige que o material da passarela seja permeável para permitir
o escoamento superficial e que possa ser desenvolvido um dreno natural pelo solo, além de
desenvolver o mínimo de impacto ambiental possível.
Pensando no mínimo de degradação ambiental para o projeto no parque, e que possua
uma manutenção a longo prazo, que permita uma boa drenagem e escoamento superficial, após
várias pesquisas, a melhor opção encontrada foi desenvolver uma passarela de pavimentação
intertravado.
52

4. EXECUÇÃO DO PROJETO
4.1. PLANO DE NECESSIDADE
O plano de necessidade foi desenvolvido através de encontros com os responsáveis pelo
jardim sensorial no Parque Nacional de Itatiaia. Nestes encontros, estabeleceu-se as
necessidades primordiais do cliente e o desenvolvimento do plano de ação para sequenciamento
do projeto.
Dentre as necessidades apontadas pela comissão do Parque Nacional de Itatiaia, o
projeto deve conter:
 Projeto de engenharia para jardim sensorial na área verde em frente ao Centro
de Visitantes;
 Passarela de acessibilidade para o jardim sensorial, zelando pelo menor impacto
ambiental;
 Integrar a fonte d’água no projeto;
 Interação com a natureza para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida,
valorizando os espaços de convívio com a natureza;
 Aumento da autoestima e o sentimento de pertencer à sociedade, valorizando as
limitações sensoriais;
 Atitudes voltadas para a conservação e uso sustentável do meio ambiente;
 Garantir a acessibilidade e a inclusão e
 Apresentar uma proposta executiva para a passarela de acessibilidade para o
jardim sensorial do PNI.

4.2. TOPOGRAFIA DO TERRENO


Com o conhecimento dos objetivos do projeto, a fim de melhor viabilizar o projeto e
maneira a atender as especificações estabelecidas por normas, efetuou-se uma verificação do
levantamento topográfico no local, para analisar se o levantamento topográfico fornecido pelo
Parque Nacional de Itatiaia ainda encontrava-se coerente com a realidade. E foi constatado que
o levantamento ainda correspondia com a realidade do local.
O levantamento planialtimétrico utilizado neste trabalho encontra-se no Anexo I.
Através deste levantamento, obteve-se dados principais para o projeto como a altura a
ser vencida de 4 m, com declividade do solo total de 13%, localização de principais árvores
existentes no local, área de 13.000 m² (1,3 ha).
53

4.3. O TRAÇADO
Com base na ABNT NBR 9050, publicada em 2015, que apresenta referências
normativas para desenvolvimento de acessibilidade, iniciou-se o traçado do jardim sensorial de
forma a buscar o melhor traçado que permita a interação com o meio ambiente independente
de sua deficiência, seja visual, auditiva ou motora.
Buscou-se áreas com menores declividades para não gerar grandes impactos ambientais
provocados por cortes e aterros, e atender à inclinação máxima de 8,33% estabelecido por
norma. Contudo, de forma a promover maior conforto aos usuários, foi estabelecido como meta
atingir uma declividade máxima de 5% ao longo do trajeto.
Além de menor declividade, buscou-se áreas que permitem uma circulação por duas
cadeiras de rodas simultaneamente, assim promovendo melhor mobilidade para os usuários.
Assim, possui em todo o seu trajeto, de 85,00 m de extensão, uma largura de 2,00 m, ocupando
cerca de 165 m².
Respeitar e realizar desvios das árvores e dos arbustos existentes na área verde destinada
para o do jardim sensorial, permite a preservação da vegetação nativa do local, reduzindo os
impactos ambientais que podem atingir o solo e raízes.
A planta baixa do projeto de acessibilidade para o jardim sensorial e seus perfis podem
ser consultadas no Anexo II e Anexo III deste trabalho.
Os acessos ao jardim sensorial serão realizados através do nivelamento entre a passarela
e os demais locais, e quando em locais com desníveis serão utilizadas rampas em concreto com
recursos táteis para permitir a entrada e saída segura do jardim sensorial. Os detalhes das rampas
de acesso e corrimãos podem ser vistos no Anexo IV deste trabalho.

4.4. FAIXA DE PEDESTRE


Para incrementar a interação do público com a natureza e conhecer mais sobre a flora e
fauna preservadas pelo Parque Nacional de Itatiaia, projetou-se uma faixa de pedestre acessiva
para interligar o jardim sensorial ao Centro de Visitantes, em concordância às especificações
do Código de Trânsito Brasileiro, regido pela Lei Federal Nº 9.503 de 1977, apresentadas no
item 3.4.9 deste documento.
O dimensionamento da largura da faixa de pedestres é definido pela equação: 𝐿 =
𝐹⁄ > 4, onde 𝐿 a largura da faixa em metros, 𝐹 o fluxo de pedestres estimado ou medido nos
𝐾
horários de pico (pedestres por minuto por metro) e 𝐾 = 25 pedestres por minuto.
54

Assim, sabendo que F = 65, tem-se:


𝐿 = 65⁄25 > 4,𝐿 = 2,6 > 4 (𝐹𝑎𝑙𝑠𝑜)
O CTB informa que a largura mínima é de 3 m. E com base no resultado obtido no
cálculo apresentado anteriormente, utilizamos a largura mínima.
Durante toda a extensão da faixa de pedestre, será utilizado piso tátil de concreto
direcional e de alerta para orientar os deficientes visuais.
Os detalhes da faixa de integração entre o jardim sensorial e o centro de visitantes
encontra-se no Anexo V deste material.

4.5. ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS


Em concordância com a ABNT NBR 9050:2015, com a Resolução nº 303/08 e a
Resolução nº 304/08 do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, que regulamentam o
dimensionamento de vagas para idosos e portadores de deficiência especiais, os
estabelecimentos devem disponibilizar vagas de veículos para pessoas com deficiência física
e/ou mobilidade reduzida. A fim de agregar o projeto de inclusão, calculou-se o número mínimo
de vagas para destinar às pessoas com acessibilidade, garantindo um acesso adequado ao jardim
sensorial/centro de visitantes.
Segundo as resoluções apresentadas, o Parque Nacional de Itatiaia deve reservar 7% de
todas as vagas disponíveis para atender o público idoso e portadores de necessidades especiais.
Atualmente, o parque disponibiliza ao entorno do centro de visitantes, cerca de 50 vagas
para veículos. E de forma a melhorar o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais,
determinou-se pontos estratégicos, ou seja, próximo aos acessos do jardim sensorial para
disponibilização de 4 vagas de veículos reservadas para estas pessoas.
A localização destas vagas reservadas pode ser observada no Anexo II deste documento.
E seu detalhamento pode ser vista no Anexo VI.

4.6. DRENAGEM DE FONTE D’ÁGUA


Na localidade de instalação da passarela que compõe o jardim sensorial do Parque
Nacional de Itatiaia existe uma fonte d’água natural que não possui sistema de drenagem. A
água escorre pela superfície do solo ao longo da declividade do terreno, até atingir um bosque
de árvores e arbustos, deixando o solo nas proximidades deste percurso saturado e instável.
55

Figura 48 - Fonte d'água natural no Parque Nacional de Itatiaia. (Fonte: Próprio Autor, 2017)

Antes de iniciar o projeto de implantação do jardim sensorial, deve-se executar a


drenagem da água captada na fonte que segue o caminho até ao bosque de árvores e arbustos.
Para isso, deve-se retirar a matéria orgânica da superfície num raio de 40 cm do trajeto
atual que a água da fonte percorre, totalizando cerca de 30 m de extensão. Em seguida abrir
uma vala com 0,80 m de profundidade, se necessário cavar até localizar um solo menos
saturado, 0,80 m de largura por uma extensão de 30 m. Este solo deverá ser levado para um
local onde possa secar para sua reutilização no processo de aterro. Para um dreno eficaz, deve-
se respeitar uma inclinação mínima de 0,5%, conforme estabelecido pela ABNT NBR
10844:1989 - Instalações prediais de águas pluviais. Neste caso de implantação, a declividade
do solo nos ajuda a garantir a eficiência do dreno.

Figura 49 - Parte do trajeto de escoamento de água da fonte. (Fonte: Próprio Autor, 2017)
56

Figura 50 - Dimensionamento da vala de drenagem - Corte. (Fonte: Próprio Autor, 2017)

Com base neste dimensionamento, consegue-se definir a quantidade de terra a ser


escavada através do cálculo de área de uma seção transversal da vala e depois multiplicando
pelo seu comprimento:
ℎ(𝐵 + 𝑏)⁄ 0,80(0,80 + 0,30)⁄
𝐴= 2= 2 = 0,44 𝑚²
𝑉𝑜𝑙 = 0,44 × 30,0 = 13,20 𝑚3
Assim, constata-se que será necessário remover 13,20 m³ de solo para implantação do
sistema de drenagem.
Após a abertura da vala e certificação do ângulo de inclinação adequado, deve-se efetuar
as ligações das tubulações de PVC de 50 mm de diâmetro, na tubulação de saída de água da
fonte d’água existente. É importante citar que as tubulações são conectadas por anéis de
vedação, e estes, assim como os tubos, devem ser de boa qualidade. Para facilitar a montagem
do sistema de dreno, deve-se utilizar uma pasta lubrificante apropriado para união de tubos pelo
sistema de junta elástica da instalação de drenagem, sendo vetada a utilização de qualquer outro
tipo de produto similar para atuar como lubrificante para conexão destas peças, pois pode-se
danificar os materiais, diminuir a eficiência do sistema, além de contaminar a água drenada e
consequentemente o meio ambiente. O esquema da instalação de drenagem pode ser visto no
Anexo VII deste documento.
Seguindo a montagem das tubulações, o sistema de drenagem deve passar por teste de
eficiência, para verificar sua eficiência e verificar possíveis pontos de vazamentos que
precisarão ser reparados imediatamente.
Posteriormente ao teste, detectado que o sistema encontra-se em excelentes condições
de funcionamento, deve-se efetuar o aterramento da vala aberta. A vala pode ser preenchida
pelo próprio solo retirado e seco, e ser cuidadosamente compactada.
Durante toda a execução do projeto, o local deverá se encontrar isolado e sinalizado para
evitar a entrada de pessoas não autorizadas.
57

4.7. PAVIMENTAÇÃO INTERTRAVADO


A pavimentação de intertravado é composta com blocos que possuem resistência a leves
deslocamentos individuais, seja vertical, horizontal ou rotativo, se comparado aos blocos
vizinhos.

4.7.1. CARACTERÍSTICAS DO PAVIMENTO INTERTRAVADO


Segundo o Manual de Pavimento Intertravado para Passeio Público, desenvolvido pela
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 2010), em ambientes externos, para
aplicação de pavimentos intertravados deve-se considerar alguns aspectos como abrasão,
tráfego de pedestres, cadeirantes e influência de intempéries. E como principais características
pode-se citar:
 Superfície antiderrapante: os blocos de concreto proporcionam maior segurança
aos pedestres, mesmo em condições de piso molhado;
 Conforto térmico: a utilização de peças de concreto com pigmentação clara
proporciona menor absorção de calor, melhorado o conforto térmico das calçadas;
 Liberação ao tráfego: o tráfego pode ser liberado logo após a compactação final
do pavimento, condição que não poderia se fosse desenvolvido em concreto, por exemplo;
 Resistência e durabilidade: a elevada resistência do concreto confere grande
durabilidade à calçada, pois os blocos podem ter resistências de 35 a 50 MPa;
 Produto ecológico: os blocos podem ser reutilizados graças às novas tecnologias
desenvolvidas no mercado. Os produtos à base de cimento podem ser totalmente reciclados e
reutilizados na produção de novos materiais. Isto ajuda na preservação de jazidas de calcário e
evita a saturação de aterros. Além de sua instalação gerar baixo impacto ambiental por não
precisar deslocar grandes quantidades de solo, permitir a permeabilidade do solo e drenagem
de águas superficiais em casos de chuvas;
 Diversidade de cores: as peças de concreto podem ser fabricadas em diversas
cores, conforme a necessidade do cliente.
58

4.7.2. FORMATOS DO INTERTRAVADOS


Entre os formatos de blocos disponíveis no mercado, pode-se encontrar os tipos:
retangulares, raquete, 16 faces e sextavado.

Figura 51 - Blocos em formatos raquete, 16 faces, retangular e sextavado. (Fonte: Blocos Renger, 2011)

Para este projeto, com base nas resistências dos blocos de concretos, especificados pela
ABNT NBR 9781:2013 - Peças de concreto para pavimentação - Especificação e métodos de
ensaio, os blocos para vias de tráfego leve, como o tráfego de pessoas, devem ser o de 35 MPa,
que é facilmente encontrado no mercado. E o formato mais recomendado é o de 16 faces, que,
devido à sua quantidade de faces, permite maior intertravamento entre os blocos.

4.7.3. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS


Para a execução da pavimentação com blocos intertravados são necessárias algumas
ferramentas, equipamentos específicos, como fios de nylon, marretas de borracha, vassouras,
rodos de madeira, equipamentos para corte dos blocos, trenas, nível de água (mangueira), colher
de pedreiro, estacas, lápis, pás e enxadas, placas vibratórias, carrinhos para transporte de blocos
e areia, guias de madeira ou tubos metálicos (gabarito da espessura da camada de areia), e
réguas metálicas ou de madeira desempenada (para rasar a camada de areia).
Os materiais utilizados numa pavimentação intertravada são areia média, brita, areia
fina, peças de concreto para pavimentação e concreto para contenções internas (se necessário).
59

4.7.4. PERFIL DA PASSARELA COM PAVIMENTO INTERTRAVADO


A figura abaixo apresenta o perfil de pavimentação intertravada, que possibilita
visualizar todas as camadas e os elementos constituintes deste perfil.

Figura 52 - Perfil de pavimentação intertravado. (Fonte: Manual de Pavimento Intertravado, 2010)

Subleito: é composto por solo natural ou solo substituído compactado em camada de 15


cm, em média.
Base: composta de material granular compactado com espessura da camada mínima de
10 cm.
Camada de assentamento: constituída de material granular apara acomodar as peças
de concreto, e permitir o nivelamento do pavimento. E nunca deve ser usada para corrigir falhas
da base.
Camada de revestimento: camada composta pelos blocos de concreto e material de
rejuntamento, que consiste numa areia fina, e que recebe diretamente os esforços e cargas.
Os espaçamentos entre as peças de concreto, normalmente são de 3 mm.
60

4.7.5. INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO


No desenvolvimento de pavimentação intertravada, a primeira etapa é a demarcação do
traçado no solo, utilizando estacas para sinalização dos limites da passarela a ser executada.
Essa etapa encontra-se concluída.

Figura 53 - Estaqueamento da passarela do jardim sensorial. (Fonte: Próprio Autor, 2017)

Figura 54 - Parte do trajeto estaqueado. (Fonte: Próprio Autor, 2017)


61

Figura 55 - Parte do trajeto estaqueado. (Fonte: Próprio Autor, 2017)

Após demarcação do traçado, deve-se retirar cuidadosamente toda a camada de


vegetação existente dentro destes limites identificados para facilitar a execução das etapas
seguintes.
O processo de execução do intertravado inicia-se com a adequação e compactação do
subleito, que consiste no próprio solo do local. Durante este processo, deve-se atentar às
declividades definidas pelo projeto. É nesta etapa que se realiza o aterro e cortes nos pontos de
necessidade para atender à declividade de projeto e a compactação exigida para a pavimentação.
Devido à otimização do traçado, a necessidade e aterro e corte é mínima.
Juntamente com a preparação do subleito, coloca-se as guias de concreto em toda a
extensão do trajeto, pois é esta guia que permite a estruturação da passarela do jardim sensorial.
A base é composta por brita regularizada, nivelada e compactada. Onde a superfície
deve ficar com o mínimo de vazios possíveis para não interferir nas camadas seguintes e nem
ocasionar o recalque futuramente.
A camada uniforme de areia de assentamento consiste numa camada de 3 a 4 cm de
areia média limpa e seca, destinada ao assentamento dos blocos de concreto. Em seguida é a
camada de blocos de concreto posicionados conforme a escolha do desenho de formação, com
espaçamento de 3 mm entre si e posteriormente compactadas.
O último passo para execução de intertravados é a selagem das juntas, feita com areia
fina espalhada e varrida sobre o pavimento para preenchimento de todas os espaços existentes
entre um bloco e outro, seguido de compactação adequada.
Após a execução, deve ser verificado o nivelamento da pavimentação, a fim de não
existir saliências que podem comprometer a locomoção segura de pessoas. Efetua-se uma
limpeza geral e em seguida o tráfego pode ser liberado.
62

Figura 56 - Resumo de etapas de execução. (Fonte: Manual de Pavimento Intertravado ABCP, 2010)

A instalação da pavimentação de intertravados deve ser orientada pela ABNT NBR


15953:2011 - Pavimento intertravado com peças de concreto - Execução.

4.7.7. OS TIPOS DE ASSENTAMENTOS


Durante o assentamento, existe um padrão de sequências a ser seguido para montagem
da pavimentação intertravada. Recomenda-se fazer um teste de montagem de 2 a 3 metros
iniciais para realizar a memorização da sequência, assim os colaboradores atuarão em sincronia
e respeitarão a sequência e o desenho será montado corretamente.
O assentamento neste projeto será executado em alinhamento espinha de peixe, que
permite maior intertravamento entre os blocos de concreto, conforme pode ser visto a seguir.

Figura 57 - Montagem sequencial para espinha de peixe. (Fonte: Revista Equipe de Obra, 2013)
63

Figura 58 - Pavimento Intertravado com blocos de 16 faces em montagem de espinha de peixe. (Fonte: SB
Pavimentos, 2001)

4.7.8. MANUTENÇÃO
A manutenção do pavimento intertravado consiste apenas na varrição. Não devem ser
usados equipamentos de lavagem com compressor. E para garantir a durabilidade da calçada a
longo prazo, devem ser realizadas manutenções periódicas, que podem ser de ordem preventiva
ou corretiva, consertando defeitos pontuais.
A junta intertravada precisa estar constantemente cheia. Por isso, caso encontre vazios
de 1 cm ou mais, deve-se verificar a causa do fato e providenciar a resolução do problema e
preencher com areia fina e compactar. Em casos de gramas nas juntas, estas não atrapalham e
devem ser removidas com ferramenta adequada.

Figura 59 - Formas de manutenção do intertravado. (Fonte: Manual de Pavimento Intertravado ABCP, 2010)
64

4.8. GERAÇÃO DE RESÍDUOS


De acordo com a Resolução CONAMA nº 307, aquele que executa uma construção,
reforma, reparo ou demolição é responsável pela destinação do entulho gerado - inclusive
aqueles resultantes de serviços preliminares, como remoção de solo e vegetação.
Nesta resolução, pode-se perceber que a maioria dos resíduos gerados é de Classe A, ou
seja, são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como os agregados, e podem ser destinados
para aterros de pequeno porte licenciados. E estes resíduos devem ser corretamente descartados
pelos responsáveis da execução do projeto. Na região, o local correto para destinação destes
materiais é o Centro de Tratamento de Resíduo de Barra Mansa.

4.9. MEMORIAL DESCRITIVO E A PROPOSTA EXECUTIVA


Com base nos dados considerados e nas informações apresentadas, montou-se um
memorial descritivo e uma proposta executiva para a passarela de acessibilidade do jardim
sensorial do Parque Nacional de Itatiaia, apresentados junto ao anexo do trabalho.

4.10. A MODELAGEM DO PROJETO


O cliente se mostrou disposto em contribuir para elaboração do projeto e implantar o
projeto para o jardim sensorial no Parque Nacional de Itatiaia. Contudo, no momento, o recurso
financeiro disponibilizado pela contratante é insuficiente para execução do projeto. Isso não
impediu o início da implantação do projeto.
Utilizando recurso disponível no PNI e os acessíveis ao orçamento atual, o projeto foi
modelado e implantado no dia 03 de setembro de 2017, através de mutirão voluntário que
contou com uma equipe de voluntariado de toda a região, empregando grama São Carlos, flores
de Ipê Amarelo, pedras de rio de diversas granulometrias e folhagem.

Figura 60 - Trecho da modelagem da trilha do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de Educação
Ambiental, 2017)
65

Figura 61 - Trecho de modelagem da trilha do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de Educação
Ambiental, 2017)

O jardim sensorial, que ainda encontra-se em desenvolvimento, teve seu primeiro teste
com o projeto de modelagem, no dia 19 de setembro de 2017, na Semana da Educação Sensorial
desenvolvida pelo Parque Nacional de Itatiaia, onde alunos e tutores do Centro de Educação
Municipal de Atendimento a Deficientes Visuais de Resende – CEDEVIR experimentaram a
modelagem e compartilharam suas experiências.

Figura 62 - Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de Educação Ambiental,
2017)
66

O testemunho da Câmara Temática de Educação Ambiental do Conselho Consultivo do


Parque Nacional do Itatiaia pode ser visualizado no anexo VIII deste documento.

Figura 63 - Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de Educação Ambiental,
2017)

Figura 64 - Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de Educação Ambiental, 2017)

Figura 65 - Primeiro teste da modelagem do jardim sensorial. (Fonte: Câmara Temática de Educação Ambiental,
2017)
67

5. CONCLUSÃO
A responsabilidade de um engenheiro civil não é apenas técnica, mas também social,
tendo compromisso com a integridade, o conforto dos usuários e zelar pela inclusão e o bem da
comunidade através de seus projetos. Seguir mais que requisitos normativos, seguir os
princípios da ética e humanidade, e contribuir para uma sociedade melhor.
Para entender a acessibilidade e as necessidades das pessoas com deficiência física e/ou
mobilidade reduzida, foram realizadas visitas técnicas em parceria com o Centro Educacional
Municipal de Atendimento a Deficientes Visuais de Resende - CEDEVIR, Instituto Benjamim
Constant e Jardim Sensorial, que se disponibilizaram para orientar e integrar a este tema, a fim
de ser desenvolvido o melhor projeto.
A elaboração do projeto avaliou os diversos tipos de aplicações, os materiais disponíveis
no mercado, as normas vigentes e as definições de acessibilidade. Cada elemento foi analisado
levando em consideração sua importância e evolução, sendo inserido ao projeto para agregar
valor e qualidade.
A proposta de construção da passarela de acessibilidade vem com intuito de que todos
os visitantes sejam atendidos no plano de necessidades, proporcionando o acesso e gerando
aproximação com o meio ambiente.
O planejamento do projeto iniciou-se pela busca do melhor traçado, para permitir
conforto e segurança aos usuários e preservar as árvores nativas da mata atlântica existentes na
área de projeto. Seguido para a definição do material a compor a passarela, ao qual foi definido
o pavimento intertravado devido à sua resistência, aderência, rápida liberação de tráfego,
coeficiente de drenagem elevado, estética, menor manutenção a longo prazo e, principalmente,
o menor impacto ambiental.
No decorrer do projeto, identificou-se a inviabilidade financeira para a sua execução, o
que estimulou a busca por alternativas para sua implantação. Junto com parceiros e voluntários,
materializou-se o traçado, utilizando recursos doados e recursos disponíveis no Parque
Nacional de Itatiaia.
As áreas de conhecimento em arquitetura e urbanismo, projeto de edificações, estradas,
hidrologia, planejamento e orçamento ampliaram a visão para o desenvolvimento do projeto e
proporcionaram soluções de desafios ao decorrer das etapas de planejamento, o que permitiu
alcançar o objetivo e aplicar os conceitos adquiridos ao decorrer do curso.
Pode-se adquirir conhecimento técnico com base na aplicação prática de
desenvolvimento de um projeto de engenharia, unindo habilidade e percepção para solucionar
os desafios que surgem ao longo do desenvolvimento de um projeto. Compreender que os seres
68

humanos, independentemente de suas limitações físicas, devem ser valorizados e integrados aos
projetos de engenharia civil.
69

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Especificação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2013. 21p.
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Janeiro, 1989. 13p.
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72

ANEXO I
73
74
75

ANEXO II
76
77

ANEXO III
78
79

ANEXO IV
80
81
82

ANEXO V
83
84

ANEXO VI
85
86

ANEXO VII
87
88

MEMORIAL DESCRITIVO
89
90
91
92
93

PLANILHA DE CUSTOS
94
95
96
97

ANEXO VIII
98
99
100

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