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SOCIEDADE CULTURAL EDUCACIONAL DE ITAPEVA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA

ACESSIBILIDADE NA ESCOLA PÚBLICA

Itapeva – São Paulo – Brasil


2018
SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE ITAPEVA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA

ACESSIBILIDADE NA ESCOLA PÚBLICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias,
Associação Cultural e Educacional de Itapeva,
como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Setembro/ 2018
Itapeva - SP
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus familiares, que


com seu amor grandioso sempre me
estimularam e acreditaram na minha
capacidade de progredir, tornando possível
assim que eu completasse mais uma etapa da
minha vida.
AGRADECIMENTOS

À Deus por me abençoar na minha caminhada, e por colocar os seus anjos


ao meu lado, me iluminando, me dando bênçãos, me ajudando mediante todas as
dificuldades e por ter me dado a oportunidade de chegar a mais esse momento da
minha vida;
A Família, pela confiança, carinho e compreensão, nos momentos de
ausência no lar, nos momentos que me ajudaram e apoiaram em todas minhas
decisões, e me auxiliaram com sua ajuda durante todo esse período.
Aos companheiros de jornada profissional, pela força, vibração e ânimo em
relação a esta jornada.
Às colegas de trabalho por estarem sempre ao meu lado, e compartilhar
todos os momentos bons e difíceis, com o precioso sentido amizade.
A Orientação, Determinação e Competência do professor orientador, e
principalmente por ter me dado tanto apoio durante meu trabalho.
A todos que, carinhosamente colaboraram para que pudesse realizar e
finalizar este trabalho.

.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Colégio Estadual Costa e Silva.................................................................22


Figura 2 – Porta da sala de aula................................................................................24
Figura 3 – Porta da sala de aula................................................................................24
Figura 4 – Carteira.....................................................................................................25
Figura 5 – Banheiro...................................................................................................26
Figura 6 – Acesso ao pátio........................................................................................27
Figura 7 – Acesso ao pátio........................................................................................28
Figura 8 – Paredes ...................................................................................................28
Figura 9 – Corrimão...................................................................................................29
Figura 10 – Espaço ...................................................................................................30
Figura 11 – Espaço ...................................................................................................30
Figura 12 – Bebedouro .............................................................................................31
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 10
2.1. ACESSIBILIDADE E LEGISLAÇÃO .................................................................. 10
2.2. AS POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO DO DEFICIENTE FÍSICO. .................... 13
2.3. ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS À ACESSIBILIDADE ....................................... 16
2.3.1. Rota Acessível ................................................................................................ 16
2.3.2. Rota de Fuga................................................................................................... 16
2.3.3. Rampas ........................................................................................................... 17
2.3.4. Entradas .......................................................................................................... 17
2.3.5. Corredores ...................................................................................................... 17
2.3.6. Portas .............................................................................................................. 17
2.3.7. Sanitários ........................................................................................................ 18
2.3.8. Bebedouros ..................................................................................................... 18
2.3.9. Raio de rotação ............................................................................................... 19
2.3.10. Balcões.......................................................................................................... 19
2.3.11. Barras de apoio ............................................................................................. 20
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 21
3.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................ 21
3.2. LOCAL................................................................................................................ 21
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................... 23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 32
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 33
ACESSIBILIDADE NA ESCOLA PÚBLICA

RESUMO

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica com estudo de caso


realizado no Colégio Estadual Costa e Silva no Município de Sengés/PR. Ao longo
da historia os alunos com deficiência tem sofrido preconceito sobre sua efetiva
participação nas escolas de forma direta, tendo como base as nossas pesquisas em
artigos relacionados ao tema, a nova lei da Lei de Diretrizes e Bases que visa a
aprendizagem no desenvolvimento cognitivo e afetivo dos cadeirantes e em algumas
discursões focadas em parâmetros curriculares que demonstram as possíveis
possibilidades de inclusão e integração dos alunos no Ensino, através das aulas
regulares de, mas muitas outras Leis, Decretos e Declarações, porém, a aplicação
desse conjunto de normativas ainda é um passo grande a ser dado. O interesse
nesse tema surge a partir da observação dos de acessos com defeitos construtivos,
ou até mesmo com a falta total de acessibilidade. A meta desse trabalho consiste
em verificar a adequação da escola pública estadual quanto à acessibilidade, com
levantamentos dos principais itens construtivos do que diz respeito ao ambiente
acessível, que estão em desacordo com o que estabelece as normas e leis.

Palavras-Chave: Engenharia, Acessibilidade, Educação, Inclusão.


ACCESSIBILITY IN THE PUBLIC SCHOOL

ABSTRAT

The present work is a bibliographical research with a case study carried out at the
State high school Costa e Silva in the Municipality of Sengés / PR. Throughout
history, students with disabilities have suffered prejudice about their direct
participation in schools, based on our research in articles related to the subject, the
new Law of the Guidelines and Bases Law that aims at learning in cognitive
development and and in some discourses focused on curricular parameters that
demonstrate the possible possibilities of inclusion and integration of students in
Teaching, through regular classes of, but many other Laws, Decrees and
Declarations, however, the application of this set of regulations is still a big step to be
taken. The interest in this theme arises from the observation of accesses with
constructive defects, or even the total lack of accessibility. The goal of this work is to
verify the suitability of the state public school for accessibility, with surveys of the
main constructive items regarding the accessible environment, which are in
disagreement with what establishes the norms and laws.

Keywords: Engineering, Accessibility, Education, Inclusion.


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1. INTRODUÇÃO

A acessibilidade em locais públicos é um problema que atinge milhões de


brasileiros ao redor do país. Nos dias atuais a questão de acessibilidade e de uma
arquitetura livre de barreiras, já está razoavelmente absorvido por todos os
profissionais que se dedicam a projetar e a edificar espaços públicos e privados para
o convívio dos seres humanos. Após essa etapa de conscientização entre esses
profissionais, se faz necessário um novo embate: a visibilidade e acesso adequado a
esses locais.
As barreiras físicas interferem na realização das atividades cotidianas das
pessoas, restringindo a mobilidade, prejudicando o uso seguro e confortável de
espaços, de equipamentos ou de seus componentes, além de não possibilitarem ou
interferirem na orientação dos indivíduos (PREISER; OSTROFF 2001 apud
DISCHINGER, 2000).
Isso acontece, porque, a estrutura e o desenho do ambiente físico podem
influenciar, em termos de quantidade e qualidade, considerando a interação do
indivíduo com o meio e as diferentes situações encontradas (KETTERLIN-GELLER,
2005).
Segundo Kasper, Loch e Pereira (2008), a frequência do ensino fundamental
é assegurada para todas as crianças e adolescentes, incluindo aqueles que
necessitam de apoio pedagógico especializado durante a permanência na escola,
conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996.
As edificações escolares, muitas vezes, não possuem as instalações
necessárias para promover a inclusão de uma forma mais abrangente, inclusive,
considerando as barreiras físicas existentes que dificultam esse processo. “A falta de
requisitos de acessibilidade espacial em edifícios escolares torna os ambientes
restritivos, uma vez que a acessibilidade espacial atua como um facilitador da
inclusão escolar”. (DISCHINGER, 2004; AUDI, 2004; KASPER, 2007; LOCH, 2007).
O direito de viver em um espaço plenamente acessível amplia-se e passa a
englobar o direito de adquirir conhecimentos, direito tão caro de todos que é o de ter
acesso aos locais essenciais, de sentir-se útil de conviver com outras pessoas que
se escolhe por identidade de pensamento, de afeto e não por condições físicas
semelhantes.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. ACESSIBILIDADE E LEGISLAÇÃO

É preciso transformar a realidade a qual nos deparamos nos dias atuais,


sabe-se que o processo de inclusão, exige mudanças para que se garanta um
ensino de qualidade a todos.
A escola ocupa um importante papel na formação de um cidadão,
oferecendo-lhe preparo para refletir sobre o mundo o qual se insere, por isso cabe à
escola oferecer possibilidades de construção de uma proposta de aprendizagem,
onde se contemple o desenvolvimento do portador de deficiências como um
cidadão, que se sujeita a cumprir, mas também a exigir os seus direitos.
Com o propósito de garantir acesso a todos à educação de qualidade com
melhoria das condições de aprendizagem, os sistemas educacionais também
tiveram que passar por inúmeras mudanças. Mas, cabe observar que não se trata de
uma nova estrutura especial para atender as pessoas com necessidades especiais,
mas sim de uma forma de garantir seus direitos em relação à inclusão social e
educacional.
Em se tratando da NBR 9050/1994 que trata da acessibilidade, nas
circulações o espaço para o trânsito de cadeiras deve permitir conforto, segurança e
visibilidade, de forma que os usuários possam permanecer próximos de seus
acompanhantes sem obstruir ou impedir a passagem de outros usuários (NBR 9050,
1994).
Vê-se que a deficiência física pode acarretar muitas dificuldades aos
cadeirantes, e que essas dificuldades sejam conhecidas e divulgadas, de modo a
garantir que todas as adaptações necessárias sejam feitas. Desta forma vê-se a
importância de se dedicar aos cadeirantes, apoiando na busca da acessibilidade em
todos os locais em que se encontram.
A participação de pessoas com necessidades especiais nas escolas é fator
primordial para a inclusão, pois determina níveis de acessibilidade com relação aos
diferentes tipos de deficiência. É importante enfatizar que a adaptação para qualquer
situação ou realidade educativa é fator fundamental, cabendo a cada escola buscar
soluções que melhor atenda à sua comunidade. Entretanto, o projeto aponta para a
11

possibilidade de se buscar recursos, que venham contribuir na inserção dos alunos


com necessidade especiais no espaço escolar.
Os portadores de necessidades especiais podem estudar trabalhar e
participar de atividades físicas, terem uma vida social igual a das outras pessoas,
basta apenas que se deem condições de acessibilidade e oportunidades para
desenvolverem suas capacidades e habilidades. Desta forma é necessário que a
gestão escolar e as autoridades competentes tomem consciência dos problemas
que essas pessoas sofrem e busque soluciona-los para atendê-las; e que essa
busca atenda o decreto-lei n° 5296 de 2004 que determina que em cinco anos todos
os locais públicos estejam em condições acessíveis para todas as pessoas. Sendo a
escola um dos locais mais frequentados pelos indivíduos de uma sociedade, há
necessidade de averiguar como os prédios escolares estão se adaptando a esta
nova lei.
Se a palavra de ordem atualmente é promover uma educação igualitária, no
sentido de apresentar aos estudantes todos os meios de acesso, é obvio que os
prédios escolares necessitam, com urgência, adaptar-se às regras gerais de
acessibilidade da Norma Brasileira (NBR) 9050 de 2004. Com isso vê-se que a
criação de condições físicas, ambientais e materiais para o aluno na sua unidade
escolar de atendimento é propiciar melhores condições de comunicação e interação
com as pessoas com as quais convive na comunidade escolar, favorecendo a
participação nas atividades realizadas.
Para Cury (1999) fica clara a opção da Constituição Federal de 1988, a da
nova lei de diretrizes e bases da educação nacional e de outras leis
infraconstitucionais, em considerarem a diferença como constituinte do princípio da
pluralidade. Outros artigos dessa mesma Lei, já evidenciam o direito ao pluralismo e
a diferença. Como mostra novamente Cury (1999) no capítulo voltado para a
Educação, por sua vez, garante, no art. 206, o pluralismo de ideias e concepções
pedagógicas. O art. 210, referindo-se aos currículos, pede respeito aos “valores
culturais e artísticos, nacionais e regionais”.
Do ponto de vista, educacional, político e filosófico, a educação inclusiva
está assegurada, o grave problema que se enfrenta hoje é justamente a falta de
coerência entre o discurso legal e a pratica. A prática ainda caminha assim como
toda evolução na educação, “a passos de formiga” com relação ao discurso legal,
mas caminha.
12

A implementação de políticas publicas que garantam a acessibilidade em


todas as suas dimensões se constitui em pré-requisito para o cenário social
inclusivo, ou seja, uma sociedade que reconhece, respeita e responde às
necessidades de todos os cidadãos. Assim, a questão da acessibilidade no Brasil foi
tratada pela primeira vez pela Lei n. 7.853 de 24 de outubro de 1989, regulamentada
pelo Decreto n. 3.298 de 20 de dezembro de 1999. Esse Decreto define o conjunto
de orientações normativas que visam a garantir o pleno exercício dos direitos
individuais e sociais das pessoas com deficiência, e categoriza as diversas
deficiências existentes em função do grau de comprometimento físico. (CORDE,
2005). Estabelece ainda os princípios e diretrizes para a Política Nacional e promove
a equiparação de oportunidades, acesso à educação e ao trabalho, habilitação e
reabilitação profissional entre outros capítulos dos Direitos Humanos. (CORDE,
2005).
A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(CDPD) (BRASIL, 2007), ao ser promulgado no Brasil pelo Decreto nº 6949, de 25
de agosto de 2009, adquiriu status de Emenda Constitucional no ordenamento
jurídico brasileiro, garantido por meio do Decreto Legislativo nº 186 de 09 de julho de
2008. O que demonstra a sensibilidade pública para com esse público.
O artigo 1º da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência afirma que seu propósito é "promover, proteger e assegurar o exercício
pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas
as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente”
(BRASIL, 2007).
Ao conceituar pessoas com deficiência, a Convenção assim disciplina: São
aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as
demais pessoas (BRASIL, 2007).
Destaca-se nesse conceito um novo paradigma: tratar a deficiência não mais
como um modelo reabilitador, mas como modelo social, ou seja, não são as
limitações individuais as raízes do problema, mas as limitações impostas pela
própria sociedade, na prestação dos diversos serviços. Somente a prestação de
serviços próprios e apropriados garante que as necessidades das pessoas com
deficiência sejam atendidas dentro da organização social.
13

No Brasil, a questão de acessibilidade é regida através do decreto federal nº


5296/04 o qual promove a NBR 9050/2004 como instrumentos de promoção de
acessibilidade.
A NBR 9050, em suas definições, esta descreve acessibilidade como
sendo: “A possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a
utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário e
equipamento urbano, independentemente de estatura, idade ou limitações de
mobilidade (NBR 9050, 2004, p. 2) ”.
A NBR 9050/2004 serve como parâmetro para a realização e elaboração de
projetos ou adaptação dos contextos em geral, tanto nas edificações, como na
ergonomia dos móveis e dos ambientes, pois nela encontram se todos os critérios
técnicos gerais a serem observados para a realização destes serviços.
Tal Norma visa proporcionar à maior quantidade possível de pessoas,
independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção, a
utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário,
equipamentos urbanos e elementos.
Todo o espaço, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem
a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e
ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao
disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis. (NBR 9050 2004, p. 1)
É preciso que a instituição de ensino conheça e identifique as limitações e as
dificuldades dos alunos para se locomover e se comunicar com autonomia possível.
Para isso é necessárias adaptações nos móveis da escola, ambientes adequados
para a movimentação, iluminação apropriada, equipamentos de auxílio, entre tantos
outras providencias.

2.2. AS POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO DO DEFICIENTE FÍSICO.

Segundo Andrade e Schütz (2002) sobre o princípio que ampara a escola


inclusiva. “Excluir é atentado ao direito de incluir. “De acordo com a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394 de 1996, todas as pessoas
com necessidades especais, têm direito à matrícula, sem discriminação de turnos,
nas escolas regulares, com o objetivo de integrar equipes de todos os níveis e graus
14

de ensino. Dentre os vários objetivos, destaca-se, o de desenvolver ações


integradoras nas áreas de ação social, educação, saúde e trabalho. Esses direitos
expressos em leis, sobretudo indicam o reconhecimento da cidadania destas
pessoas em diferentes âmbitos.
Soares quando cita Mittler, (2003) nos traz que nos anos 70, a educação
especial foi marcada pelo modelo de integração, onde prepara a criança com
deficiência, para a entrada na rede regular de ensino. Mittler (2003) diz também,
para a integração citada, que o aluno era quem precisava adaptar-se à escola, e não
havia a perspectiva de mudança de que a escola mudaria para acolher uma
diversidade cada vez maior de alunos.
Assim, fica claro que a integração fere um dos principais pressupostos da
educação inclusiva, que é o de transformar a escola, de provocar nela a
necessidade de revê suas práticas, de forma a garantir a todos, o acesso
democrático a um espaço que deve promover o respeito e a diversidade humana.
Foi exatamente com a integração escolar, que nossa entrevistada pôde contar, pois
nessa época, ainda não se falava de educação inclusiva como hoje.
Segundo Soares (2009) integração, é um modelo de atendimento que visa
moldar a pessoa com deficiência dentro dos padrões aceitáveis para vivência em
sociedade, não busca transformações sociais que permitam o seu desenvolvimento.
Este tipo de atendimento é fortemente marcado pelo modelo médico de
deficiência, onde vê o deficiente como um doente. “Soares em seus estudos, mostra
Sassaki (1997) o qual critica tal modelo e refuta “neste a pessoa deficiente é que
precisa ser curada, tratada, reabilitada, habilitada, etc. A fim de ser adequada à
sociedade como ela é sem maiores modificações. ”
Se pensar bem calmamente, perceberemos que o prejuízo de não se ter
uma escola inclusiva é ainda maior para a pessoa com deficiência, que além de
sentir dificuldades de circular no espaço comum, se sentindo diferenciada na própria
escola, acaba sendo separada da sociedade, ficando a sua margem. O objetivo da
educação inclusiva é colocar em pratica os direitos já assegurados no plano
internacional e na Constituição Federal, é garantir a dignidade da pessoa humana, é
assegurar a todos uma sociedade inclusiva.
Miranda (2007) nos diz que a pedagogia para inclusão, é a que evita
estabelecer separações e divisões do conhecimento, dos espaços e dos papeis
sociais de alunos e professores, negocia as regras, os controles são democráticos,
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põe em prática uma atividade que não está centrada nem na palavra do professor,
nem no livro oficial; uma atividade que estando centrada em saber fazer, e saber
pensar, transforma-se em uma atividade signicativa, na medida em que é vivida e
experimentada na escola e não artificialmente importada ou exportada para a família
ou meio sociocultural de proveniência do aluno.
De acordo com Emílio (2009) "sempre estiveram excluídos do sistema
educacional oficial, aqueles vistos como incapazes, trabalhosos, ou inadaptáveis,
tais como os indivíduos com deficiência ou os que apresentavam quadros
neurológicos ou psiquiátricos". Diante desse quadro, a tarefa de incluir alunos
deficientes na rede regular de ensino torna-se bastante complexa. Daí a
necessidade da capacitação de professores, tão mencionada.
Mittler (2003) afirma que a inclusão na educação, depende bastante em
demasia, do trabalho cotidiano dos professores na sala de aula, do seu sucesso em
garantir que todas as crianças possam participar de cada aula e da vida da escola
como um todo. Os professores, por sua vez, necessitam trabalhar em escolas que
sejam planejadas e administradas de acordo com linhas inclusivas e que sejam
apoiados pelos dirigentes, governantes, pela comunidade local, pelas autoridades
educacionais locais e acima de tudo pelos pais. Hoje já é um sonho possível.
Cabe também a este professor, com tanta responsabilidade visível e capacitado a
usar de intervenção, observar a sala, de uma determinada maneira, na qual
impossibilite, que qualquer aluno, sendo deficiente ou não, sofra bulling ou qualquer
tipo de tortura, física, social ou psicológica, causada na maioria dos casos, por
colegas da sala. Nossa entrevistada nos diz que “não se esquece do seu carrasco”:
Emilio (2009) nos diz que a “escola é, por excelência, a instituição da
alteridade, do estranhamento e da mestiçagem e poderia ser o lugar ideal para
propiciar a transformação das relações humanas".
Considerando as mudanças de paradigmas e procedimentos, ainda parciais
pela demonstração clara de preconceitos sociais, Pessoti (1984), reflete as
modificações nos métodos de aprendizagem utilizados como expressão das próprias
transformações humanas.
Para o autor citado, o centro das atenções deve ser o entendimento das
questões e dos homens que as produzem em termos históricos sem caber-lhe julgar
como certo ou errado.
16

2.3. ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS À ACESSIBILIDADE

2.3.1. Rota Acessível

Para uma parte da população, deslocar-se pelas vias públicas é algo normal,
pois, as barreiras existentes são vencidas de maneira fácil. Infelizmente não é o que
acontece para pessoas com mobilidade reduzidas e pessoas com deficiência. Surge
então a necessidade de vias livres de barreiras o que chamamos de rota acessível.
Pode-se definir “rota” como qualquer caminho pré-estabelecido já por “rota
acessível”, entende-se um caminho pré-estabelecido e acessível a alguma coisa ou
lugar, onde qualquer indivíduo possa usufruí-lo, de maneira segura e autônoma. É
um percurso livre de qualquer obstáculo físico e que garante a circulação de
qualquer pessoa em especial.
De acordo com a NBR 9050(2004, p.3) rota acessível é: Trajeto contínuo,
desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes externos ou internos de
espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e segura por
todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência.
Segundo o Caderno 2, do programa Brasil Acessível (BRASIL, 2006, p.122),
para a construção de uma rota acessível é necessário que, a sua indicação deve ser
fruto de um estudo técnico onde se eleja certos equipamentos de uso público com
poder de atração, seja por motivo de cultura, saúde, educação, lazer, transporte,
segurança ou outro qualquer. Deve-se avaliar a ligação destes ambientes através de
todas as possibilidades de combinação e identificar entre estas, que possuem
situações mais favoráveis em relação à inclinação das ruas, pisos variados,
existência de mobiliário, número de cruzamentos, outros poderes de atração.

2.3.2. Rota de Fuga

Quando as rotas de fuga incorporarem escadas de emergência, devem ser


previstas áreas de resgate com espaço reservado e demarcado para o
posicionamento de pessoas em cadeiras de rodas. A área deve ser ventilada e fora
do fluxo principal de circulação.
17

2.3.3. Rampas

A larguras das rampas devem ser estabelecidas de acordo com o fluxo de


pessoas. A largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas acessíveis é
de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m. Quando não houver paredes laterais
as rampas devem incorporar guias de balizamento com altura mínima de 0,05 m,
instaladas ou construídas nos limites da largura da rampa e na projeção dos
Guarda-corpos. (NBR 9050/2004)

2.3.4. Entradas

Quando existirem catracas ou cancelas, pelo menos uma em cada conjunto


deve ser acessível. Quando existir porta giratória ou outro dispositivo de segurança
de ingresso que não seja acessível, deve ser prevista junto a esta outra entrada que
garanta condições de acessibilidade. Deve ser prevista a sinalização informativa,
indicativa e direcional da localização das entradas acessíveis. (NBR 9050/2004)

2.3.5. Corredores

Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas,


assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. Em edificações existentes
onde a adequação dos corredores seja impraticável, devem ser implantados bolsões
de retorno com dimensões que permitam a manobra completa de uma cadeira de
rodas (180°), sendo no mínimo um bolsão a cada 15,00 m. Neste caso, a largura
mínima de corredor em rota acessível deve ser de 0,90m. (NBR 9050/2004)

2.3.6. Portas

As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimas de 0,80


m e altura mínima de 2,10 m. Em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma
delas deve ter o vão livre de 0,80m. As portas devem ter condições de serem
abertas com um único movimento e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca,
instaladas a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m. Quando localizadas em rotas
acessíveis, recomenda-se que as portas tenham na sua parte inferior, inclusive no
18

batente, revestimento resistente a impactos provocados por bengalas, muletas e


cadeiras de rodas. (NBR 9050/2004)

2.3.7. Sanitários

Os sanitários e vestiários acessíveis devem localizar-se em rotas acessíveis,


próximos à circulação principal, preferencialmente próximo ou integrados às demais
instalações sanitárias, e ser devidamente sinalizados. Em sanitários acessíveis
isolados é necessária a instalação de dispositivo de sinalização de emergência ao
lado da bacia e do boxe do chuveiro, a uma altura de 400 mm do piso acabado, para
acionamento em caso de queda. Os sanitários e vestiários de uso comum ou uso
público devem ter no mínimo 5% do total de cada peça instalada acessível,
respeitada no mínimo uma de cada. Quando houver divisão por sexo, as peças
devem ser consideradas separadamente para efeito de cálculo. Recomenda-se a
instalação de uma bacia infantil para uso de crianças e de pessoas com baixa
estatura. (NBR 9050/2004)

2.3.8. Bebedouros

Deve ser prevista a instalação de 50% de bebedouros acessíveis por


pavimento, respeitando o mínimo de um, e eles devem estar localizados em rotas
acessíveis. A bica deve estar localizada no lado frontal do bebedouro, possuir altura
de 0,90m e permitir a utilização por meio de copo. Os controles devem estar
localizados na frente do bebedouro ou na lateral próximo à borda frontal. O
bebedouro acessível deve possuir altura livre inferior de no mínimo 0,73 m do piso.
Deve ser garantido um M.R. (módulo de referência), para a aproximação frontal ao
bebedouro, podendo avançar sob o bebedouro até no máximo 0,50.
O acionamento de bebedouros do tipo garrafão, filtros com célula fotoelétrica
ou outros modelos, assim como o manuseio dos copos, devem estar posicionados
na altura entre 0,80 m e 1,20 m do piso acabado, localizados de modo a permitir a
aproximação lateral de uma P.C.R. (pessoa em cadeira de rodas). Quando houver
copos descartáveis, o local para retirada deles deve estar à altura de no máximo
1,20 m do piso. (NBR 9050/2004)
19

2.3.9. Raio de rotação

Com relação as dimensões referenciais para o alcance manual com


superfície de trabalho de uma pessoa na cadeira de rodas, devem respeitar as
recomendações descritas conforme a NBR 9050/2004, descrevendo as posições da
seguinte forma:
A3 - Altura do cento da mão com o antebraço formando 90º com o tronco.
B3 - Altura do centro da mão estendida ao longo do eixo longitudinal do
corpo.
C3 - Altura mínima livre entre a coxa e a parte inferior de objetos e
equipamentos.
D3 - Altura mínima livre para encaixar os pés.
E3 - Altura do piso até a\ parte superior da coxa.
F3 - Altura mínima livre para o encaixe da cadeira de rodas sob o objeto.
G3 - Altura da superfície de trabalho ou mesas.
H3 - Altura do centro da mão com o braço estendido paralelo ao piso.
I 3 - Altura do centro da mão com o braço estendido, formando um ângulo de
30º com o piso = alcance máximo confortável.
J3 – Altura do centro da mão com o braço estendido formando um ângulo de
60º com o piso = alcance máximo eventual.
L3 – Comprimento do braço na horizontal, do ombro a centro da mão.
M3 – Comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao centro da mão).
N3 – Profundidade da superfície de trabalho necessária para aproximação
total.
O3 – Profundidade da nádega à parte superior do joelho.
P3 – Profundidade mínima necessária para o encaixe dos pés.

2.3.10. Balcões

Os balcões de vendas ou serviços devem ser acessíveis a P.C.R., devendo


estar localizados em rotas acessíveis. Uma parte da superfície do balcão, com
extensão de no mínimo 0,90 m, deve ter altura de no máximo 0,90 m do piso. Deve
ser garantido um M.R. posicionado para a aproximação frontal ao balcão. Quando
for prevista a aproximação frontal, o balcão deve possuir altura livre inferior de no
20

mínimo 0,73 m do piso e profundidade livre inferior de no mínimo 0,30 m. Deve ser
garantido um M.R., posicionado para a aproximação frontal ao balcão, podendo
avançar sob o balcão até no máximo 0,30 m. (NBR 9050/2004)

2.3.11. Barras de apoio

Todas as barras de apoio utilizadas em sanitários e vestiários devem


suportar a resistência a um esforço mínimo de 1,5 KN em qualquer sentido, ter
diâmetro entre 3 cm e 4,5 cm, e estar firmemente fixadas em paredes ou divisórias a
uma distância mínima destas de 4 cm da face interna da barra. Suas extremidades
devem estar fixadas ou justapostas nas paredes ou ter desenvolvimento contínuo
até o ponto de fixação com formato recurvado. Quando necessários, os suportes
intermediários de fixação devem estar sob a área de empunhadura, garantindo a
continuidade de deslocamento das mãos. A localização das barras de apoio deve
atender às seguintes condições: a) junto à bacia sanitária, na lateral e no fundo,
devem ser colocadas barras horizontais para apoio e transferência, com
comprimento mínimo de 0,80 m, a 0,75 m de altura do piso acabado (medidos pelos
eixos de fixação). A distância entre o eixo da bacia e a face da barra lateral ao vaso
deve ser de 0,40 m, estando está posicionada a uma distância mínima de 0,50 m da
borda frontal da bacia. A barra da parede do fundo deve estar a uma distância
máxima de 0,11 m da sua face externa à parede e estender-se no mínimo 0,30 m
além do eixo da bacia, em direção à parede lateral; b) na impossibilidade de
instalação de barras nas paredes laterais, são admitidas barras laterais articuladas
ou fixas (com fixação na parede de fundo), desde que sejam observados os
parâmetros de segurança e dimensionamento, e que estas e seus apoios não
interfiram na área de giro e transferência. A distância entre esta barra e o eixo da
bacia deve ser de 0,40 m, sendo que sua extremidade deve estar a uma distância
mínima de 0,20 m da borda frontal da bacia; c) no caso de bacias com caixa
acoplada, deve-se garantir a instalação da barra na parede do fundo, de forma a se
evitar que a caixa seja utilizada como apoio. A distância mínima entre a face inferior
da barra e a tampa da caixa acoplada deve ser de 0,15 m. As bacias sanitárias
devem estar a uma altura entre 0,43 m e 0,45 m do piso acabado, medidas a partir
da borda superior, sem o assento. Com o assento, esta altura deve ser de no
máximo 0,46 m. (NBR 9050/2004)
21

3. METODOLOGIA

3.1 TIPOS DE PESQUISA

O presente trabalho teve como amparo a pesquisa qualitativa. Pode-se


entendê-la como sendo a pesquisa em que o ambiente natural foi fonte direta dos
dados. Através de um trabalho intensivo de campo, o pesquisador realizou a
análise, coletando os dados de forma neutra, revelando os diversos referenciais que
o contexto da investigação apresentou (LÜDKE e ANDRÉ, 1986, p.63).
A pesquisa qualitativa ou naturalística envolve a obtenção de dados
descritivos, obtido s no contato direto do pesquisador com a situ ação de enfoque,
enfatizando mais o processo do que o produto. Deste modo, os dados recolhidos
são descritivos e desenvolvidos pelo método indutivo, pois não há a preocupação
em buscar evidências que comprovem hipóteses definidas antes do início dos
estudos, ou seja, as “abstrações se forma m basicamente a partir da inspeção dos
dados num processo de baixo par a cima” (LÜDKE e ANDRÉ, 1 986, p.13-14).

3.2. LOCAL

Foi analisada o Colégio Estadual Costa e Silva, na cidade de Sengés –


Paraná para coleta dos dados no que se refere à estrutura física, presença de
mobiliário adequado e adaptações. A escolha da escola se deu mediante o critério
de adequação. Assim, busca-se uma escola que contenha todos os requisitos para
receber e atender os alunos com deficiência.
O Colégio Estadual Presidente Costa e Silva – EFM, sito a Rua Pref. Daniel
Jorge, 657, centro, Telefone: 43 3567-1407, localizado em Sengés/PR.
O Colégio possui uma proposta educacional que visa proporcionar a todos,
através de um ensino efetivo, os instrumentos que lhes permitam conquistar
melhores condições de participação cultural, política e reivindicação social,
objetivando a qualidade na educação dos nossos jovens, a qualidade de vida, o
exercício da cidadania consciente, o sucesso escolar, social e profissional destes.
Atende as modalidades: Ensino Regular Fundamental, Anos Finais, Meio
Período; Ensino Médio Regular, Meio Período Escolas de Ensino Médio Regular,
Normal ou Magistério, Meio Período
22

Atividade Complementar: Apoio Escolar em Línguas Estrangeiras e


Indígenas;
Possui Atendimento Educacional Especializado (AEE):
Cursos de Libras
Cursos do uso de recursos Ópticos e Não Ópticos
Cursos para Autonomia na Escola
Cursos De Capacitação Em Orientação E Mobilidade;
Quanto à acessibilidade: A escola é acessível aos portadores de deficiência.
As dependências da escola não são acessíveis aos portadores de deficiência;
Infraestrutura (dependências):
O colégio possui biblioteca;
O colégio possui laboratório de informática;
Possui laboratório de ciências;
O colégio possui quadra de esportes;
Computadores e Internet: possui internet e laboratório com 20 computadores
para os alunos;

Figura 1 – Colégio Estadual Costa e Silva


Fonte: O autor/2018
23

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise foi realizada considerando os diversos fatores que irão compor o


objeto de trabalho e as relações existentes entre tais fatores, bem como a
observação da adequação do ambiente institucional no contexto de inclusão de
deficientes. A análise seguiu o observado e registrado nas dependências das
escolas por meio das fotografias aproximando-se ou não da legislação prevista para
acessibilidade.
Para atender aos requisitos são necessários guias rebaixadas na calçada,
defronte a entrada da escola, caminhos em superfície acessível (piso tátil) por todo o
espaço físico dentro da escola, portas largas em todas as salas e demais recintos,
sanitários largos, torneiras acessíveis, boa iluminação, boa ventilação, correta
localização de mobílias e equipamentos. Implantação de amplos corredores com
faixas indicativas de alto contraste, elevadores (plataforma elevatória), rampas no
trajeto para o recinto da biblioteca e áreas de circulação dentro dos espaços internos
desse recinto entre as prateleiras e estantes, as mesas e cadeiras e os
equipamentos (máquinas que ampliam letras de livros, jornais e revistas,
computadores etc.).
Em relação ao Colégio Público Estadual estudado, infelizmente nem todos
os requisitos estão adequados quanto à acessibilidade, muito menos com a situação
ergométrica.
Como demonstram as figuras 2 e 3 as portas das salas de aula da Escola
não apresentam medidas adequadas para passagem de cadeira de rodas, inclusive
algumas portas apresentam pequeno degrau.
24

Figura 2 – Porta da sala de aula


Fonte: O autor/2018

Figura 3 – Porta da sala de aula


Fonte: O autor/201
25

Com relação às salas de aula não estão adequadas por se tratar de um local
público, o aluno cadeirante e/ou qualquer outro visitante cadeirante deve ter acesso
pleno aos ambientes de atendimento escolar como secretaria e assessoria. Nestes
locais deve existir um balcão acessível com altura adequada à altura da cadeira de
rodas.
Todo o mobiliário das salas de aula deve estar disposto de maneira a facilitar
as manobras que o cadeirante necessita para se locomover. O aluno deve alcançar
com facilidade e sem maiores esforços todos os objetos da sala de aula (quadro
negro, armários ou prateleiras, tomadas, entre outros).
No caso da classe escolar, esta deve ter a largura, a altura e o formato, de
modo a atender as necessidades do aluno cadeirante. A figura 3 demonstra que
nem as carteiras na escola observada são as ideais.

Figura 4 – Carteira
Fonte: O autor/2018

Nos banheiros, não apresentou a largura ideal de portas, nem os vasos


sanitários, apesar de possuir barras de apoio não é um banheiro. O banheiro é a
parte mais complexa, porque o cadeirante depende de espaço para manobra, apoio
26

e força para a transferência do próprio corpo da cadeira para a bacia sanitária com
segurança. Para serem considerados acessíveis, os banheiros devem cumprir o que
indica a NBR 9050, que estabelece que pelo menos 5% dos sanitários, com no
mínimo um sanitário para cada sexo, de uso dos alunos, deve ser acessível. Além
disso, recomenda- se que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para a
acessibilidade.
O banheiro acessível ao cadeirante é aquele que cumpre o determinado na
NBR 9050, obedecendo aos dimensionamentos como: larguras, alturas,
profundidades e angulações que vão desde a entrada (medidas das portas do
banheiro) até os itens de isso principal (bacias sanitárias barras de apoio,
equipamentos de acionamento de válvula de descarga, assentos sanitários,
lavatórios, torneiras, espelhos e os demais acessórios).

Figura 5 – Banheiro
Fonte: O autor/2018

A escola possui duas formas de acesso das salas de aula a o pátio central,
localizado no andar inferior. Um dos acessos era através de escadas, representado
pela Figura 5. Além de ser uma grande barreira à locomoção, pode-se observar que
a largura dos degraus era menor que o tamanho dos pés, não oferecendo condições
adequadas de acessibilidade nem para a pessoa que não apresenta dificuldades de
locomoção.
27

Figura 6 – Acesso ao pátio


Fonte: O autor/2018

A Figura 7 representa a rampa de acesso ao pátio central da escola, a


segunda forma de acesso presente no ambiente observado, fotografada de baixo e
de cima. Nesse caso, pode-se analisar que a extensão da rampa não atende aos
requisitos exigidos anteriormente pelas normas.
Dificilmente uma pessoa com deficiência conseguiria subir com uma cadeira
de rodas com tamanha extensão e ângulo de inclinação inadequado. No caso de
descida, essa mesma pessoa ganharia muita velocidade com sua cadeira e
encontraria grande resistência ao tentar frear, sofrendo dificuldades para chegar ao
andar inferior.
28

Figura 7 – Acesso ao pátio


Fonte: O autor/2018

Consideram- se rampas aquelas com declive igual ou superior a 5%.


A rampa é fundamental para usuários de cadeiras de rodas como meio de
locomoção, pois torna o ambiente edificado acessível, atendendo as necessidades
dos usuários e tornando possível o uso desta com autonomia e segurança.

Figura 8 – Paredes
Fonte: O autor/2018
29

O ambiente de uma maneira geral na escola apresenta-se com pouca


luminosidade. Paredes devem ter cores que trazem estímulos a quem frequenta o
ambiente, cores neutras são mais garantidas, mas cores novas e alegres podem ser
usadas desde que mantenham uma boa luminosidade. (LERNER, 2000).

Figura 9 – Corrimão
Fonte: O autor/2018

A Figura 9 demonstra que há corrimão em uma das escadas para o apoio


necessário do aluno que necessita.
30

Figura 10 – Espaço
Fonte: O autor/2018

Figura 11 – Espaço
Fonte: O autor/2018

Como demonstra às figuras 10 e 11 a escola não possui espaço adequado


para circulação das cadeiras de rodas, oferecendo muitos obstáculos.
31

Figura 12 – Bebedouro
Fonte: O autor/2018

O bebedouro da Escola é inadequado, além de estar com defeito.


A NBR 9050 determina que deve ser prevista a instalação de 50% de
bebedouros acessíveis por pavimento, respeitando o mínimo de um, e eles devem
estar localizados em rotas acessíveis. O bebedouro para ser acessível deve
possibilitar o uso através de copos e os comandos de acionamento do bebedouro
devem estar dispostos na parte frontal. O mesmo deve permitir a aproximação
frontal sob ele de 0,50 m e altura livre de no mínimo 0,70 cm do piso.
32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A falta de acessibilidade nas escolas públicas é uma realidade na maioria


das escolas. Isso se dá principalmente pela grande lacuna entre o “real” e o “ideal”
existente em nosso país, tornando a implantação das leis menos efetivas.
O direito à acessibilidade dos portadores de deficiência está garantido não só pela
Constituição, mas muitas outras Leis, Decretos e Declarações, porém, a aplicação
desse conjunto de normativas ainda é um passo grande a ser dado.
O interesse nesse tema surge a partir da observação dos de acessos com
defeitos construtivos, ou até mesmo com a falta total de acessibilidade.
No Colégio Estadual observado não há existência de sinalização para indicar
a presença da acessibilidade. Não havia placa estabelecendo local adequado para
estacionamento de veículos para transporte de pessoas com deficiência logo em
frente ao portão de entrada dos alunos, conforme exige a norma.
Em 2000, foi sancionada pelo então presidente do Brasil, Fernando Henrique
Cardoso, a lei nº 10.098. A lei define temas importantes e cria obrigações na
construção e adaptações de prédios públicos e de uso coletivo para que
fornecessem acessibilidade plena aos portadores de deficiência.
Outras leis e iniciativas foram criadas, sempre garantindo direitos ou dando
prioridade aos deficientes. Porém apesar destes direitos estarem garantidos não só
pela constituição, mas muitas outras Leis, Decretos e Declarações, a aplicação
desse conjunto de normativas ainda é um grande passo a ser dado.
O cadeirante é um dos sujeitos da transformação, reforma ou construção da
escola acessível. Assim, faz- se necessário uma analise das dimensões reais, como
se dá sua locomoção, seu deslocamento e a transposição de obstáculos dentro da
escola.
33

6. REFERÊNCIAS

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Deficiência / Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Acessibilidade no Brasil:
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LERNER, L.G. A Arquitetura como Coadjuvante no Cuidado às Pessoas com


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Federativa do Brasil, Brasília, 1999.

BRASIL, Decreto-Lei nº 5296 de 2 de dezembro de 2004, Regulamenta a Lei nº


10.048, de 8 de novembro de 2000, dispõe sobre o Atendimento às pessoas
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2004.

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